Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – POLO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS – ICHS PROGRAMA NACIONAL DE FORMAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – PNAP/UAB BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro ALUNOS: RÔMULO JANUÁRIO AUGUSTO e JENNIFER CATER MATRÍCULA CEDERJ: 17213110366 e 17213110089 CURSO: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DISCIPLINA: SEMINÁRIO TEMÁTICO I TRABALHO DE PESQUISA 2 (TP2) ATIVIDADE AVALIATIVA II (AAII) RESENHA CRÍTICA “ENGELMANN, Fabiano; MADEIRA, Lígia. A causa e as políticas de Direitos Humanos no Brasil. Caderno CRH, Salvador, v. 28, n. 75, p. 623-637, Set/Dez. 2015. APRESENTAÇÃO DO TEMA: Fabiano Engelmann é Doutor em Ciência Política. Professor do Departamento e do Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da Universidade Federal do Rio Grande do Sul-UFRGS. Bolsista de Produtividade do CNPq. Pesquisador do Núcleo de Estudos em Justiça e Poder Político da UFRGSNEJUP. Lígia Mori Madeira – Doutora em Sociologia. Professora adjunta do Departamento e do Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Suas pesquisas enfocam os temas: instituições jurídicas comparadas, políticas sociais e desenvolvimento, violência, criminalidade e políticas públicas de segurança. Recentemente realizou estágio de pós- doutorado como Visiting Senior Fellow no Departamento de Politica Social da London School of Economics and Political Science. Bolsista da CAPES O artigo é composto de 3 (três) partes iniciando com o contexto que leva à construção das causas dos Direitos Humanos emergentes durante a gestão do Marechal Castelo Branco em 1964, então Presidente da República, atravessando o período de Governo Militar findado em 1985, chegamos a segunda parte do artigo com a institucionalização dos Direitos Humanos, tornando-se uma Politica de Estado, com o então Presidente Fernando Henrique Cardoso, após o processo de redemocratização do Brasil, figurada pela inserção da Carta Magna de 1988, tornando o assunto mais amplo e apresentando controvérsias e aversão por parte da sociedade, o terceiro dispositivo do presente trabalho são as análises entre as políticas e programas de direitos humanos em relação aos entes federativos e demais entidades administrativas, comparando-as com cada Região do território Nacional. O OBJETIVO : O objetivo do trabalho de acordo com Engelmann e Madeira (2015, p. 623) é “analisar a emergência e consolidação da causa dos direitos humanos no Brasil nas últimas décadas” de meados de 60 até os dias atuais. Como justificativa do artigo temos o contexto histórico do início dos movimentos dos direitos humanos até a sua institucionalização como parte da gestão política e administrativa estatal. Com a instabilidade política, ética e moral, a ameaça da guerrilha armada, impulsionada com o viés ideológico comunista e a fragilidade da segurança pública no país, os militares do Exército Brasileiro, apoiados pelas outras Forças Armadas, atendendo os deveres constitucionais de manter a ordem pública e a soberania da nação, assumiram o Poder Executivo em 1964, limitaram o Poder Legislativo e estreitaram as competências legais e composições dos magistrados do Poder Judiciário. Além de inúmeras operações e manobras de guerra contra os insurgentes (que usavam técnicas terroristas, sequestravam autoridades, como diplomatas, por exemplo, e roubavam bancos e invadiam espaços privados) os militares também limitaram o espaço político e jurídico de civis que possivelmente pudessem conspirar contra a nação, conforme explana Engelmann e Madeira (2015), houve também por parte do Governo o fechamento do Congresso Nacional, a filtragem meticulosa das atividades da imprensa e a proibição de associações de classe e patronais. Diante do cenário acima exposto, houve a cassação de direitos das mais diversas vertentes, entre elas, os direitos políticos, sendo assim, emergiram diversos grupos políticos que reivindicavam pelo restabelecimento do pleno gozo de seus direitos, segundo Engelmann e Madeira (2015), destacaram-se entre esses grupos diferentes organizações católicas, como por exemplo, a Comissão Brasileira de Justiça e Paz, tendo como uns dos seus membros-fundadores o antigo Ministro Interino da Fazendo em 1963 e antigo Vice-Prefeito de São Paulo-Sp em 2001 a 2004 Hélio Bicudo e o antigo Ministro da Justiça em 1999 a 2000 José Carlos Dias. A Comissão da Justiça e Paz ganha notoriedade, onde seus juristas a exemplo dos anteriormente citados passam a institucionalizar a causa dos direitos humanos realizando: “[…] participação militante, através da defesa de presos políticos e nas tomadas de posição pública de contestação ao regime militar, quanto na batalha intelectual, com a publicação de textos e livros com doutrinas jurídicas que enfatizam os direitos humanos e repercutem na formatação institucional dos direitos e garantias individuais presentes na Constituição de 1988” (ENGELMANN; MADEIRA 2015, p. 626). A segunda parte contextualiza o fim do Governo Militar e o início do processo de redemocratização nacional, que leva as causa dos direitos humanos tornarem-se mais amplas, conforme Engelmann e Madeira (apud Vieira, 2005, p. 49), voltado também para “os direitos coletivos, sendo as áreas prioritárias de ação, a violência policial, o saneamento básico, as creches, a orientação trabalhista e a organização de grupos de saúde”. Entretanto Adorno (2010) também aponta para a demora da legitimação da agenda dos direitos humanos no Brasil, justamente em função de que “[...] temas de direitos humanos suscitavam reações depreciativas frequentemente associadas pela opinião pública, à defesa dos direitos de bandidos, à utopia de militantes que imaginavam uma sociedade despida de violência ou ainda à sede de vingança por parte de quem havia sido perseguido durante a ditadura militar” (Adorno, 2010, p. 5) Após a criação de Secretaria Nacional de Direitos Humanos em 1997, a terceira parte do artigo mostra o início da implementação da política de direitos Humanos no Brasil, obrigando o Estado brasileiro promover a universalidade e indivisibilidade dos direitos e garantias individuais e coletivas abrangidas pela Lei Maior de 1988, criando assim diversos órgãos e entidades voltadas a tal promoção a exemplo o Plano Nacional de Direitos Humanos, alinhando organizações não governamentais com os entes federativos para a promoção dos direitos humanos. (ENGELMANN; MADEIRA 2015) JUSTIFICATIVA : O artigo realiza uma pesquisa minuciosa em relação as ações dos entes federados com as organizações de direito privado para a institucionalização e desenvolvimento de políticas de direitos humanos em 3 (três) regiões brasileiras, Sudeste, Sul e Norte avaliando suas peculiaridades e características. Conforme Engelmann e Madeira (2015) percebe-se que na Região Sudeste o estado de São Paulo os órgãos com personalidade jurídica privada são maioria no investimento de ações, principalmente em relação a Promoção da Igualdade Racial, o estado do Rio de Janeiro e Espírito Santos buscam a divisão das ações entre privado e público de acordo com suas respectivas secretarias, Minas Gerais a exemplo de São Paulo recebe mais ações privadas. Na Região Sul há diversidade tanto nas ações entre público e privado e quanto as temáticas abrangidas, onde afirma Engelmann e Madeira (2015) na Região Sudeste a preocupação predomina sobre a segurança pública já na Região Sul se torna mais disseminadas em diferentesenfoques. No Norte do país, onde encontra-se os níveis mais baixos do desenvolvimento humano Engelmann e Madeira (2015, p. 632) afirmam que: CONCLUSÕES “Pelas características da região, verificam-se ações voltadas a violações de direitos humanos, pouco encontradas nas outras duas regiões analisadas, como os mutirões de ações de cidadania, especialmente voltados a erradicar o sub-registro civil (SEDH). Outro problema objeto de ações é o tráfico de pessoas, especialmente mulheres (SEPM). As ações do Departamento Penitenciário Nacional também voltam-se a problemas locais, como a falta de vagas prisionais femininas.” As restrições impostas pelo governo aos direitos de outrem, sem justificativa, é uma afronta aos princípios legais da vida humana, privar o individuo em detrimento do coletivo pois o indivíduo está contra a lei é aceitável e o mínimo para a boa convivência entre a sociedade, porém privar o indivíduo por motivos fúteis ou inexistentes são atos deploráveis e sem nexo, dentro dessa conjuntura, houve no Brasil pessoas que, por irem contra a ideologia política da época, mas de forma pacífica e dentro da lei, foram contidas de seus direitos, tornando assim o poder ilegal para com essas pessoas, desrespeitando seus direitos como humanos, e a partir da colaboração motivada pela Justiça, Paz e Liberdade aos presos e perseguidos erroneamente, brasileiros e brasileiras juntaram-se na busca da promoção dos direitos humanos, de forma a respeitar as pessoas que, legalmente, queriam melhores condições de vida. Hoje infelizmente existem parcelas dos promotores dos direitos humanos que desvirtuaram-se do norteador de seus próprios princípios, que é promover o bem e levar o gozo dos plenos direitos a todos, sem exclusão, todavia existem aqueles que estão mais preocupados com as ações do Estado, principalmente dos agentes de segurança pública ao invés dos criminosos que infelizmente agarram- se aos defensores dos direitos humanos que em vez de contextualizar a situação e ver que o criminoso não é vítima da sociedade e sim um agente perturbador da ordem pública. Os defensores dos direitos humanos devem remeter-se ao início histórico da causa, e ver que seus iniciadores buscavam não justificar as atrocidades cometidas por alguns adversários políticos e livrar da prisão estes criminosos justificando que tiveram suas dignidades negligenciadas pelos militares, mas procuraram mostrar aos militares que haviam pessoas que eram contra a forma de “pensar” do governo atual e queriam explanar suas ideias, conceitos e análises de forma salutar e pacifica sem atentados e crimes, e por isso deveriam ser tratados não como inimigos mas como auxiliadores que trariam outra ótica sobre a gestão do Estado, devendo por tanto não ser alvo de perseguições e retaliações por expor suas ideias.” PALAVRAS CHAVE: direitos humanos; políticas públicas; Brasil,governo, ativismo. REFERÊNCIAS ADORNO, Sérgio. História e desventura: O 3º Prograna Nacional de Direitos Humanos. Novos Estudos CEBRAP, n. 86, março de 2010, p. 5-20; ENGELMANN, Fabiano; MADEIRA, Lígia. A causa e as políticas de Direitos Humanos no Brasil. Caderno CRH, Salvador, v. 28, n. 75, p. 623-637, Set/Dez. 2015.
Compartilhar