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Gestão de Riscos Amb. na Manut. em Term. Port. UCAM

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES – UCAM 
CURSO DE PÓS – GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 
LUIZ ANTONIO CASTRO MARTINS 
 
GESTÃO DE RISCOS AMBIENTAIS NA MANUTENÇÃO DE TERMINAIS PORTUÁRIOS
 
Rio de Janeiro 
2014 
	LUIZ ANTONIO CASTRO MARTINS
	GESTÃO DE RISCOS AMBIENTAIS NA MANUTENÇÃO DE TERMINAIS PORTUÁRIOS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Engenharia de Segurança do Trabalho, da Universidade Cândido Mendes, como requisito parcial para obtenção de Grau de Engenheiro de Segurança do Trabalho. 
Orientador: Luiz Antônio Viégas da Silva DSc.
Rio de Janeiro 
2014 
LUIZ ANTONIO CASTRO MARTINS 
GESTÃO DE RISCOS AMBIENTAIS NA MANUTENÇÃO DE TERMINAIS PORTUÁRIOS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Engenharia de Segurança do Trabalho, da Universidade Cândido Mendes, como requisito parcial para obtenção de Grau de Engenheiro de Segurança do Trabalho. 
 
Aprovado em: 
 BANCA EXAMINADORA:
 
 ----------------------------------------------------------------
Luiz Antônio Viégas da Silva DSc. 
Universidade Candido Mendes 
 
----------------------------------------------------------------
André Luiz do Carmo Leal MSc. (Doutorando)
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia - IFRJ 
----------------------------------------------------------------
Lúcia Helena Dias Mendes (Mestranda)
Centro Federal de Educação Tecnológica - CEFET-RJ 
 
 
DEDICATÓRIA
Aos meus pais, pelo exemplo e dedicação de vida.
			 
A minha esposa, pelo apoio e compreensão ao longo deste estudo. 
A meus filhos, pela motivação de enfrentar os desafios da vida. 
AGRADECIMENTOS
A Luiz Antônio Viégas da Silva DSc., meu orientador pela competência, apoio, sugestões, criticas e confiança na realização deste trabalho. 
Aos professores da Universidade Candido Mendes do Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho, principalmente á Robson Spinelli DSc.
A todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização desta pesquisa. 
 
RESUMO 
O presente trabalho tem por objetivo apresentar o gerenciamento de riscos ambientais nas atividades de manutenção em terminais portuários. Tomaremos como exemplo as atividades de manutenção em um Terminal Marítimo no Porto de Santos – SP, onde se recebem produtos agrícolas a granel, via rodovia ou ferrovia, onde são armazenados e posteriormente embarcados em navios graneleiros para diversos continentes. As atividades de manutenção aqui estudadas envolvem as funções de mecânico de manutenção, soldador elétrico, caldeireiro e eletricista de manutenção. Em cada atividade serão apresentados os riscos físicos, químicos e biológicos a que estão expostos estes trabalhadores, as medidas de gerenciamento e prevenção à saúde destes colaboradores. Durante a apresentação deste estudo será informada a importância dos portos na economia nacional, a importância das atividades de manutenção no contexto de um terminal portuário e as descrições ocupacionais dos colaboradores de manutenção e seus riscos ambientais.
Palavras Chaves: portos, manutenção, 	higiene, riscos e segurança.
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS 	09
LISTA DE QUADROS	10
LISTA DE TABELAS	11
LISTA DE ABREVIATURAS	12
1. CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO	13
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA	13
1.2 A SITUAÇÃO PROBLEMA	14
1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA	15
1.4 QUESTÕES DA PESQUISA	15
1.5 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA	16
1.6 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA	16
1.7 ESTRUTURAÇÃO DA PESQUISA	16
2. CAPITULO II - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA	18
2.1 ATIVIDADES DA MANUTENÇÃO EM PORTOS	18
2.2 DESCRIÇÕES DAS FUNÇÕES DE MANUTENÇÃO	20
2.3 HIGIENE OCUPACIONAL	22
2.3.1 Agentes físicos	23
2.3.1.1 Ruído	24
2.3.1.2 Vibrações mecânicas	27
2.3.1.3 Temperaturas extremas	28
2.3.1.4 Radiações ionizantes	33
2.3.1.5 Radiações não ionizantes	34
2.3.2 Agentes químicos	35
2.3.2.1 Gases e vapores	36
2.3.2.2 Os aerodispersóides	37
2.3.2.3 Pneumoconioses	39
2.3.2.4 Medidas de controle para agentes químicos	41
2.3.2.5 Avaliação qualitativa de agentes químicos	46
2.3.3 Agentes biológicos	48
2.3.3.1 Classificação dos agentes patogênicos	49
2.3.3.2 Doenças provocadas por agentes biológicos	52
2.4 RISCOS OCUPACIONAIS NO TERMINAL PORTUÁRIO	54
2.4.1 Riscos da exposição à poeira de grãos	55
2.4.2 Segurança e saúde no trabalho portuário – NR 29 	56
2.4.2.1 Medidas preventivas nas unidades armazenadoras	59
2.4.2.2 Medidas de prevenção para serviços no interior de silos	61
2.4.2.3 Transporte interno nas áreas portuárias	61
2.4.2.4 Trabalhos em locais confinados	62
2.4.2.5 Trabalhos com diferença de nível	63
2.4.2.6 Trabalhos em instalações elétricas	64
2.5 GESTÃO DE RISCOS OCUPACIONAIS	66
2.5.1 Análise quantitativa de riscos	67
2.5.2 Análise qualitativa de riscos	68
2.5.3 Matriz de riscos	69
3. CAPITULO III - METODOLOGIA	71
3.1 METODOLOGIA PARA PESQUISA BIBLIOGRÁFICA	71
3.2 METODOLOGIA PARA PESQUISA DE CAMPO	72
3.3 TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS DAS PESQUISAS	72
4. CAPITULO IV – ANÁLISE DOS RESULTADOS	73
4.1 ANÁLISE DOS RISCOS DAS ATIVIDADES SELECIONADAS	74
4.2 ANÁLISE DOS RISCOS FÍSICOS, FONTES E PREVENÇÃO	74
4.3 ANÁLISE DOS RISCOS QUIMICOS, FONTES E PREVENÇÃO	76
4.4 ANÁLISE DOS RISCOS BIOLÓGICOS, FONTES E PREVENÇÃO	78
4.5 ANÁLISE DOS INDICADORES DE SEGURANÇA	80 
5. CAPITULO V – CONCLUSÃO	82
5.1 ASPECTOS GERAIS	82
5.2 QUESTÕES DO TRABALHO	82
5.3 COMENTÁRIOS FINAIS	87
5.3 CONSOLIDAÇÃO DA PESQUISA	87
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	89
ANEXOS	91
LISTA DE FIGURAS
	Fig. 1
	Embarque no Porto de Santos 
	13
	Fig. 2
	Manutenção em elevador de canecas no Porto de Santos
	20
	Fig. 3
	Atividade de caldeiraria no Porto de Santos
	27
	Fig. 4
	Armazenamento de soja a granel no Porto de Santos
	56
	Fig. 5
	Incêndio no Porto de Santos
	58
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
LISTA DE QUADROS
	Quadro 1
	Efetivo da manutenção em um terminal portuário
	21
	Quadro 2
	Efetivo da manutenção separado por função 
	22
	Quadro 3
	Índices explosivos relativos
	59
	Quadro 4
	Explosividade de alguns produtos agrícolas
	59
	Quadro 5
	Probabilidade de risco 
	68
	Quadro 6 
	Severidade dos eventos
	69
	Quadro 7
	Graduação de risco
	70
	Quadro 8
	Matriz de risco
	70
	Quadro 9
	Composição do SESSTP
	73
	Quadro 10
	Comparativo dos riscos físicos
	75
	Quadro 11
	Comparativo dos riscos químicos
	77
	Quadro 12
	Comparativo dos riscos biológicos
	79
	Quadro 13
	Comparativo de TF e TG entre os terminais portuários
	81
	
	
	
	
	
	
LISTA DE TABELAS
	Tabela 1
	Agentes físicos no ambiente de trabalho
	23
	Tabela 2
	Efeitos da exposição ao ruído
	25
	Tabela 3
	Medidas de controle para a exposição à sobrecarga térmica
	31
	Tabela 4
	Efeitos fisiopatológicos das radiações óticas 
	35
	Tabela 5
	Classificação de particulados por diâmetro aerodinâmico
	38
	Tabela 6
	Tempo de queda de uma partícula de sílica no ar parado
	39
	Tabela 7
	Efeitos à saúde provocados por aerodispersóides
	40
	Tabela 8
	Estado físico dos produtos químicos
	42
	Tabela 9
	Medidas de controle para agentes químicos
	43
	Tabela10
	Ocorrência de explosão de poeiras
	48
	Tabela 11
	Classificação dos agentes patogênicos
	49
LISTA DE ABREVIATURAS
ABNT		Associação Brasileira de Normas Técnicas
ANTAQ	Agência Nacional de Transportes Aquaviários
APR		Análise Preliminar de Riscos
CBO		Classificação Brasileira de Ocupações
CEE		Comunidade Econômica Européia
CIPA		Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
EPC		Equipamento de Proteção Coletiva
EPI		Equipamento de Proteção Individual
FISPQ	Ficha de Informação de Segurança de Produtos Químicos
MCC		Manutenção Centrada em Confiabilidade
MPT		Manutenção Produtiva Total 
MTE		Ministério do Trabalho e Emprego
NR		Norma Regulamentadora
OGMO	Órgão Gestor de Mão de Obra
PPRA		Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
SEP/PR	Secretaria Especial de Portos da Presidência da República
SESMT	Serviço de Segurança e Saúde do Trabalhador
SESSTP	Serviço Especializado de Saúde e Segurança do Trabalhador Portuário
SGI		Sistema de Gestão Integrado
SMS	Saúde, Meio Ambiente e Segurança.
1. CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO
CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA
O transporte marítimo é um importante elemento de desenvolvimento para um país, pois viabiliza comércios e trocas mais rentáveis. A navegação marítima é a grande responsável pelo atual modelo globalizado de negócios, e os portos são o ponto de encontro de um país com o mercado internacional.
	A movimentação por via marítima é ainda mais eficiente para o transporte de grandes volumes e longas distâncias. O Brasil, com um extenso litoral e como um dos principais fornecedores de matéria prima do mundo, faz uso desse modal em larga escala, e vem aumentando suas relações comerciais com o exterior.
	Todavia, para alcançar a expressiva participação no comércio exterior, o Sistema Portuário Brasileiro passou por significativas mudanças. Assim cita-se a Lei 8.630/93, também conhecida como Lei de Modernização dos Portos, criada com o intuito de reorganizar o sistema que permite, inclusive, a concorrência entre os portos. Na figura nº 1 mostra-se um embarque de produtos vegetais a granel totalmente automatizado no Porto de Santos – SP, o que colaborou com o aumento de produtividade das exportações brasileiras.
Figura nº 1 - Embarque no Porto de Santos - SP (2010)
	No âmbito da regulação aquaviária, destaca-se a criação da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), pela Lei 10.233/01, e da Secretaria Especial de Portos da Presidência da República (SEP/PR), por meio da Medida Provisória 369/07, que posteriormente teria seu funcionamento consolidado pela Lei n.º 11.518/07.
	A Constituição Federal estabelece que a exploração e administração da atividade portuária enquanto serviço público compete à União, podendo ocorrer diretamente ou mediante concessão, permissão ou autorização. No modelo brasileiro, o Estado assume a responsabilidade pelos investimentos em infraestrutura, enquanto o setor privado, quando houver concessões, é responsável pelos investimentos em superestrutura e pela operação portuária.
De acordo com os dados da Secretaria Especial de Portos da Presidência da República, o complexo portuário brasileiro movimentou, em 2013, 931 milhões de toneladas de carga bruta, sozinho, o setor portuário é responsável por mais de 90% das exportações do País. 
A SITUAÇÃO PROBLEMA
Apesar da vigência desde 2006, da Norma Regulamentadora (NR) nº 29, que dispõe sobre a segurança e saúde do trabalhador portuário, observam-se nos portos brasileiros, inconformidades no cumprimento dos regulamentos de saúde e segurança do trabalhador por parte dos segmentos atuantes na cadeia de produção do setor. Esta conduta leva a um cenário de adoecimentos e outros eventos correlatos que atingem o trabalhador portuário. A magnitude, as principais ocorrências e as causas dessa situação ainda não são de domínio do poder público pelo fato de haver poucas informações disponíveis e sistematizadas sobre as condições desses trabalhadores.
	Por meio de parceria entre a Secretaria Especial de Portos e o Ministério da Saúde, firmada em setembro de 2011 e com validade até novembro de 2015, a SEP/PR está investigando as condições de saúde e de segurança dos trabalhadores portuários. A articulação interinstitucional visa: conhecer o perfil morbimortalidade dos trabalhadores portuários; coletar informações sobre o número de trabalhadores e empresas envolvidas na atividade portuária, bem como os procedimentos administrativos que regem essa relação; investigar os fatores determinantes de agravos à saúde e segurança dos trabalhadores portuários; e identificar os serviços de saúde acessados. 
A intenção é de que a avaliação alcance todo o sistema portuário brasileiro. Numa primeira etapa, a SEP/PR e o Ministério da Saúde realizarão levantamento de dados sobre as doenças e os acidentes nas diferentes categorias profissionais que compõem a atividade portuária.
Na segunda fase, serão feitas visitas técnicas, oficinas e entrevistas com os trabalhadores para conhecimento das atividades de trabalho e a investigação de fatores que estejam determinando o adoecimento dos trabalhadores. 
Numa avaliação preliminar, as principais situações observadas foram: uso de álcool e drogas, inclusive durante a jornada de trabalho; maquinário pesado – riscos de esmagamento ou de amputação de partes do corpo (mãos e dedos, sobretudo); trabalho em altura – necessidade de equipamento de segurança; riscos advindos do tipo de carga com o qual trabalha; e escassez de dados sobre acidentes de trabalho e sobre saúde do trabalhador portuário.
OBJETIVOS DA PESQUISA
Este estudo tem por objetivo, conhecer, identificar e analisar os riscos das atividades de manutenção nos terminais portuários levando em consideração as instalações existentes no Porto de Santos – SP e o cumprimento das Normas Regulamentadoras do MTE.
A seguir, listamos os itens nos quais se fundamenta o programa proposto:
Análise do PPRA das empresas;
Análise das condições ambientais;
Análise dos equipamentos de proteção individual;
Entrevistas com os responsáveis pela segurança do trabalho. 
QUESTÕES DA PESQUISA
As principais questões a serem levantadas pela pesquisa, dizem respeito aos riscos e as políticas de segurança nas atividades de manutenção nos terminais portuários:
Quais seriam os riscos das atividades selecionadas?
Quais seriam as fontes geradoras destes riscos?
Quais seriam as prevenções para estes riscos?
Quais os indicadores de segurança?
JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA
Não há estudo ou estatística por parte do governo federal através da SEP/PR nem dos sindicatos portuários do Estado de São Paulo, no que se refere às condições de higiene ocupacional na operação de terra destes terminais marítimos. Este estudo procura esclarecer estes riscos nas atividades de manutenção nos terminais graneleiros que movimentam produtos de origem vegetal.
DELIMITAÇÃO DA PESQUISA
Devido à abrangência deste estudo, analisaremos neste trabalho somente as operações portuárias em terra, restritas ao Porto de Santos – SP, com terminais graneleiros, que operam produtos de origem vegetal, seus equipamentos e os riscos ambientais nas atividades de manutenção e conservação destas instalações, onde serão avaliados os riscos químicos, físicos e biológicos evidenciando as Normas Regulamentadoras do MTE pertinentes em cada caso.
ESTRUTURAÇÃO DA PESQUISA
A pesquisa desenvolveu-se em cinco capítulos. Este primeiro capítulo apresenta aspectos gerais introdutórios sobre a atividade portuária sem entrar nos detalhes operacionais, citando pontos que mostrem ao leitor, uma idéia de um setor econômico de vital importância, com pouca atenção nos aspectos de segurança e saúde ocupacional. 
No segundo capítulo, buscou-se apresentar conceitos de manutenção, abordando as diferentes funções exercidas por este setor num terminal portuário. Aborda conceitos de higieneocupacional além da descrição sucinta dos agentes físicos, químicos e biológicos. Aborda também as Normas Regulamentadoras mais utilizadas nas análises preliminares de risco (APR) durante as atividades de manutenção. 
No terceiro capítulo, apresenta-se a metodologia adotada na pesquisa, seguindo primeiramente o que as autoridades portuárias possuem de dados estatísticos ou pesquisados sobre o tema. Apresenta-se um relato sobre a gestão de manutenção e higiene ocupacional pesquisado em literaturas técnicas, consultas a monografias e artigos publicados. Neste capítulo procurou-se enfatizar, com mais detalhe, a própria metodologia desenvolvida para o programa.
No quarto capítulo apresenta-se a análise dos resultados, comparando-se as informações apresentadas pelas empresas entrevistadas, e o que a literatura técnica e as Normas Regulamentares comentam a respeito, mostrando-se assim, a grande diferença entre o risco estudado e a prática no qual os trabalhadores estão expostos.
No quinto e último capítulo, apresenta-se a conclusão da pesquisa, sintetizando os questionamentos elaborados para este estudo, e a sugestão do tema para futuras pesquisas, uma vez que, há carência de estudos sobre higiene ocupacional nas áreas portuárias. As pesquisas disponíveis dão maior ênfase ao Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO), que em função da modernização dos portos estão perdendo espaço no ambiente de trabalho portuário.
2. CAPÍTULO II - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 ATIVIDADES DA MANUTENÇÃO NOS PORTOS
Nos últimos 20 anos a atividade de manutenção em terminais portuários tem passado por mais mudanças do que qualquer outra atividade. 
Estas alterações são conseqüências de: 
Aumento, bastante rápido, do número e diversidade dos itens físicos (instalações, equipamentos e edificações) que têm que ser mantidos;
Projetos muito mais complexos; 
Novas técnicas de manutenção; 
Novos enfoques sobre a organização da manutenção e suas responsabilidades.
Esta nova postura é fruto de novos desafios que se apresentam para as empresas neste novo cenário de uma economia globalizada e altamente competitiva, onde as mudanças se sucedem em alta velocidade e a manutenção, como uma das atividades fundamentais do processo produtivo, precisa ser um agente de mudança.
Nas empresas o homem de manutenção tem reagido rápido a estas mudanças; esta postura inclui uma crescente conscientização de quanto uma falha de equipamento afeta a segurança e o meio ambiente, maior conscientização da relação entre manutenção e qualidade do produto, maior pressão para se conseguir alta disponibilidade e confiabilidade da instalação, ao mesmo tempo em que se busca a redução de custos. Estas alterações estão exigindo novas atitudes e habilidades das pessoas de manutenção, desde gerentes, passando pelos engenheiros, supervisores, até chegar aos executantes. 
Os gerentes e supervisores, nos diversos níveis, devem liderar o processo de sensibilização, treinamento, implantação e auditoria das melhores práticas de Saúde, Meio Ambiente e Segurança (SMS).
A gestão deve ser baseada em itens de controle empresarial: disponibilidade, confiabilidade, meio ambiente, custos, qualidade, segurança e outros específicos com análise crítica periódica.
Gestão integrada do orçamento (manutenção e operação) buscando sempre, o resultado do negócio através de análise criteriosa das receitas e dos custos. 
Análise crítica e priorização das intervenções com base na disponibilidade, confiabilidade operacional e resultado empresarial.
Contratação, sempre que possível, por resultado/parceria com indicadores de desempenho focados nas metas da organização, disponibilidade, confiabilidade, custo, segurança, prazo de atendimento e preservação ambiental.
Os aspectos de SMS devem ser considerados como valores básicos na contratação de serviços, contemplando, dentre outros:
Histórico de segurança da contratada;
Qualificação e certificação de pessoal;
Comunicação de riscos por parte da contratante;
Bônus e ônus para resultados de segurança.
Eliminação das falhas, ocorridas e potenciais, através da análise da causa básica, acoplada ao esforço do reparo com qualidade, atuando de forma integrada com a operação e a engenharia na busca das soluções.
Ênfase na manutenção preditiva acoplada aos “softwares” de diagnóstico.
Adoção do programa de Manutenção Produtiva Total (MPT), com base em que o operador é a primeira linha de defesa para monitorar e maximizar a vida dos equipamentos.
Adoção da ferramenta Manutenção Centrada em Confiabilidade (MCC), para os sistemas críticos.
Aplicação de técnica Análise Preliminar de Risco (APR), para os principais serviços de manutenção.
Procedimentos escritos para os principais trabalhos.
Aplicação dos programas de auditorias, internas e externas, como ferramenta de divulgação, verificação da aplicação das melhores práticas e a tendência dos resultados.
A complexidade de manutenção, como ilustra a figura nº 2 na substituição de uma correia de um elevador de canecas, exige planejamento, maquinário pesado e treinamento dos executantes, para uma atividade segura e economicamente viável.
	 	 Figura nº 2 - Manutenção em elevador de canecas no Porto de Santos (2012)
 DESCRIÇÕES DAS FUNÇÕES DE MANUTENÇÃO
Serão descritas as funções de manutenção mais utilizadas em terminais portuários utilizando o padrão da Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) do MTE:
Mecânico de manutenção: Executa os serviços de manutenção mecânica, montando e desmontando máquinas e equipamentos, reparando ou substituindo partes e peças, visando o seu perfeito funcionamento e prolongando a sua vida útil. Efetua as inspeções de rotina para diagnosticar o estado de conservação e funcionamento dos equipamentos mecânicos. Executa a lubrificação, regulagens e calibragens de todos os equipamentos mecânicos, hidráulicos e pneumáticos, conforme especificações de cada máquina, utilizando os instrumentos apropriados. Traçar, furar, abrir roscas, cortar peças, manual ou mecanicamente, para confecção de peças e máquinas conforme a solicitação. Executa pequenos serviços de solda, corte com maçarico, quando necessário. Executa a troca de óleo, limpeza e manutenção de redutores de velocidade e compressores de ar. Anotar os reparos feitos, peças trocadas, para efeito de controle. 
Eletricista de manutenção: Executa a manutenção elétrica preventiva e corretiva em motores, máquinas, equipamentos e instalações, de forma a mantê-los em perfeitas condições de uso e prolongar sua vida útil. Efetua as inspeções em máquinas, instalações e equipamentos elétricos, valendo-se de esquemas elétricos, especificações e instrumentos adequados para localizar e identificar defeitos. Limpa e lubrifica motores elétricos, transformadores de alta tensão, disjuntores e painéis elétricos. Efetua ligação de luz e força em equipamentos portáteis, aparelhos de testes e solda elétrica, providencia aterramento de equipamentos e instalações além dos sistemas de proteção contra descargas atmosféricas, obedecendo sempre às normas técnicas vigentes. Controla o consumo dos materiais elétricos, com identificação do trabalho realizado.
Soldador elétrico: Solda peças de metal, utilizando calor produzido por arco elétrico ou outra fonte de calor, para montar, reforçar ou reparar partes ou conjuntos mecânicos. Examina as peças a serem soldadas, verificando especificações e outros detalhes, para organizar o roteiro de trabalho; prepara as partes chanfrando-as, limpando-as e posicionando-as corretamente, para obter uma fusão perfeita e segura. Pode determinar a necessidade de pré-aquecimento dos materiais, analisando o grau de acabamento, tipo de material de base, para evitar a formação de uma parte fragilizada ou deformações. 
Caldeireiro: Confecciona, instala ou repara peças diversas em chapas metálicas, utilizando máquinas, ferramentas e dispositivos adequados, para obter produtos acabados a serem aplicados em equipamentos, edificaçõese outros afins. Traça sobre chapa metálica, orientando-se por desenho ou especificações utilizando-se instrumentos específicos de traçagem para indicar o corte e/ou outras operações a serem efetuadas; corta a chapa guiando-se por gabaritos, moldes ou linhas de traçado, empregando máquinas operatrizes como tesouras, dobradeira, guilhotina, furadeiras etc. para dar à chapa a forma ideal.
Segue abaixo o quadro nº 1 referente à pesquisa em três terminais portuários sobre a quantidade destes profissionais de manutenção em comparação ao efetivo geral.
	Quadro nº 1: Efetivo da manutenção em um terminal portuário
	Terminal Portuário
	Administração
	Operação
	Serviços Gerais
	Manutenção
	Alfa
	68
	114
	42
	30
	Beta
	38
	123
	56
	44
	Gama
	26
	59
	24
	18
	Total
	132
	296
	122
	92
	Manutenção em %
	20,56%
	46,11%
	19,00%
	14,33%
	Fonte: Porto de Santos – SP (2014)
	
O efetivo da manutenção representa aproximadamente 14,33% do quadro de funcionários de um terminal portuário. No quadro nº 2 será apresentado à quantidade de profissionais de manutenção por função.
	Quadro nº 2: Efetivo da manutenção separado por função 
	Terminal Portuário
	Mecânico
	Eletricista
	Caldeireiro
	Soldador
	Alfa
	15
	10
	3
	2
	Beta
	18
	12
	2
	2
	Gama
	10
	6
	1
	1
	Total
	43
	28
	6
	5
	%
	52,44%
	34,15%
	7,32%
	6,10%
	Fonte: Porto de Santos – SP (2014)
	
 HIGIENE OCUPACIONAL
O trabalhador exposto em um ambiente insalubre (contaminado por agentes físicos, químicos ou biológicos) pode vir a desenvolver uma doença, que o incapacitará para o trabalho. Se isso acontecer, ele será afastado do trabalho, e, após o tratamento, poderá estar novamente em condições de trabalhar, retornando ao mesmo local onde contraiu a doença. Provavelmente voltará a ficar doente, dessa vez, porém, mais rapidamente até que fique totalmente incapacitado para o trabalho.
Agindo assim, tratamos a conseqüência, que é a doença, e não a causa básica fundamental, que é a exposição à ambiente contaminado.
Higiene ocupacional é dedicada ao reconhecimento, avaliação e controle daqueles fatores ou tensões ambientais, que surgem no trabalho e que podem causar doenças, prejuízos à saúde ou ao bem estar, ou desconforto significativos entre trabalhadores ou entre os cidadãos da comunidade.
Reconhecimento é a primeira etapa da higiene ocupacional é muito importante, pois se um agente tóxico não for reconhecido, não será avaliado nem controlado. Se na etapa de reconhecimento descobrirmos que as concentrações ou exposições estão muito acima dos limites de exposição, iniciamos logo a etapa de controle, pois avaliar um ambiente de trabalho dessa ordem é desperdiçar recursos da empresa, pois enquanto estivermos fazendo avaliação, estamos investindo dinheiro sem que o trabalhador se beneficie desse investimento. Após estabelecidas as medidas de controle, fazemos uma avaliação para verificar se as medidas adotadas foram suficientes para adequar o ambiente de trabalho.
Avaliação é uma ferramenta de prevenção de doenças do trabalho, pois, se o ambiente for saudável, possivelmente não teremos doenças profissionais, e se a avaliação ambiental não for feita ou realizada de maneira inadequada, só descobriremos esta falha quando o trabalhador adoecer, e aí já será tarde demais. Além da avaliação quantitativa, temos também a avaliação qualitativa com o mapa de riscos.
Existe uma responsabilidade muito grande quando se faz uma avaliação ambiental, pois se houver falha na estratégia ou na metodologia, o trabalhador correrá riscos de estar em ambiente insalubre, sem que a empresa tenha tomado os devidos cuidados.
Após o reconhecimento e a avaliação, vem à etapa de controle desses agentes, que deve ser feita preferencialmente através de medidas de engenharia, protegendo o ambiente de trabalho.
De modo geral para todos os agentes, as medidas de controle devem ser adotadas priorizando-se a sua eficiência, isto é, em primeiro lugar as que se referem à fonte, seguidas das que se referem ao percurso e finalmente as relativas aos trabalhadores.
Agentes físicos
O tipo de agente físico presente nos ambientes de trabalho está diretamente ligado ao processo de produção. 
Na tabela nº 1, apresenta os agentes físicos que podem estar presentes no ambiente de trabalho.
	
Tabela nº 1: Agentes físicos no ambiente de trabalho
	 
	 
	 
	Agente
	 
	 
	Tipo
	 
	 
	 
	 
	1) Ruído
	 
	Contínuo ou intermitente de impacto
	 
	2) Vibrações mecânicas
	Localizadas e de corpo inteiro
	 
	3) Temperaturas extremas
	Calor
	 
	
	 
	 
	Frio
	 
	 
	4) Radiações ionizantes
	Particulada (alfa, beta, nêutrons)
	
	 
	 
	Eletromagnética (raios-X e radiação gama)
	Tabela nº 1: Agentes físicos no ambiente de trabalho (continuação)
	 
	 
	Agente
	 
	 
	Tipo
	 
	 
	 
	 
	5) Radiações não ionizantes
	Radiofreqüência
	
	
	
	
	Micro-ondas
	
	
	
	
	Infravermelho
	
	
	
	
	Visível
	
	
	
	
	Ultravioleta
	
	
	 
	 
	Laser
	 
	 
	6) Pressões atmosféricas anormais
	Hiperbárica
	 
	
	 
	 
	Hipobárica
	 
	 
	Fonte: Higiene ocupacional (2011)
	
	
	
	
	
Ruído
O ruído é o fenômeno físico vibratório com características indefinidas de variações de pressão (no caso, ar) em função de freqüência, isto é, para uma dada freqüência podem existir, em forma aleatória através do tempo, variações de diferentes pressões.
O ruído industrial está presente em quase todas as atividades industriais e pode ser um indicativo de manutenção deficiente de máquinas, acarretando folgas, vazamentos, vibração que comprometem a saúde de uma parcela significativa dos trabalhadores expostos a esse ambiente.
Os efeitos auditivos são muito conhecidos e podem ser classificados em:
Deslocamento temporário do limiar auditivo.
Surdez profissional (condutiva ou neurossensorial).
O deslocamento temporário do limiar auditivo, ou surdez temporária devido à fadiga auditiva, ocorre após uma exposição prolongada a níveis altos de ruído, mas que se recupera no decorrer do tempo de descanso.
O deslocamento permanente do limiar auditivo, também chamado de surdez profissional, pode ser de origem condutiva (ruptura de tímpano, ossículos ou outra estrutura de condução) ou neurossensorial, quando ocorre a destruição dos órgãos ciliados de Corti.
Os efeitos não auditivos são os fisiológicos e os psicológicos, que se traduzem por: dor de cabeça, irritabilidade, vertigens, cansaço excessivo, insônia, dor no coração e zumbido na orelha. Na tabela nº 2, apresenta os efeitos da exposição ao ruído.
	Tabela nº 2: Efeitos da exposição ao ruído
	 
	 
	Efeitos do ruído
	 
	 
	 
	 
	Auditivos
	
	Deslocamento temporário do limiar auditivo
	 
	 
	Surdez profissional; condutiva e neurossensorial
	Não auditivos
	
	Dor de cabeça
	 
	 
	
	
	Irritabilidade
	 
	 
	
	
	Vertigens
	 
	 
	
	
	Cansaço excessivo
	 
	
	
	Insônia
	 
	 
	
	
	Dor no coração
	 
	 
	 
	 
	Zumbido na orelha
	 
	Sinérgicos
	 
	Ruído e tolueno
	 
	 
	Fonte: Higiene ocupacional (2011)
	
	
	
O ruído intenso altera a condutividade elétrica do cérebro, provocando queda na atividade motora, reduzindo, dessa forma, a capacidade de atenção e concentração com a conseqüente queda da produtividade.
O critério de referência que embasa os limites de exposição diária adotados para ruído continuo ou intermitente corresponde a uma dose de 100% para exposição de oito horas ao nível de 85 dB(A).
O critério de avaliação considera, além do critério de referência, o incremento de duplicação de dose (q) igual a três e o nível limiar de integração igual a 80 dB(A).
A avaliação da exposição ocupacional ao ruído continuo ou intermitente deverá ser feita por meio da determinação da dose diária de ruído ou do nível de exposição, parâmetros representativos da exposição diária do trabalhador.Os limites de tolerância devem ser entendidos como conjunto de níveis de pressão sonora e as durações de exposição diária de cada um deles, aos quais a maioria dos trabalhadores pode estar exposta dia após dia, durante toda uma vida útil de trabalho, sem resultar efeito adverso na sua habilidade de ouvir ou entender uma conversação normal. Não representam linha divisória entre o nível de ruído perigoso e o seguro, dependendo da suscetibilidade individual. 
As medidas de controle do ruído podem ser consideradas basicamente de três maneiras distintas: na fonte, na trajetória e no homem. As medidas na fonte e na trajetória deverão ser prioritárias quando viáveis tecnicamente.
Controle na fonte: dentre as medidas de controle na fonte, podem-se destacar:
Substituição do equipamento por outro mais silencioso.
Balanceamento e equilíbrio das partes móveis.
Lubrificação eficaz dos rolamentos e mancais.
Redução dos impactos na medida do possível.
Alteração do processo.
Programação das operações de forma que permaneça o menor número de máquinas funcionando simultaneamente.
Aplicação do material de modo a atenuar as vibrações.
Regulação dos motores.
Reapertamento das estruturas.
Substituição das engrenagens metálicas por outras de plástico ou celerom.
Controle do meio: não sendo possível o controle na fonte, o segundo passo é a verificação de possíveis medidas aplicadas no meio, que consistem em:
Evitar a propagação por meio de isolamento.
Conseguir um máximo de perdas energéticas por absorção.
Controle no homem: não sendo possível o controle do ruído na fonte e na trajetória, devem-se, como último recurso, adotar medidas de controle no trabalhador como se sugere:
Limitação do tempo de exposição: consiste em reduzir o tempo de exposição aos níveis de ruídos superiores a 85 dB(A), tomando cuidado para que o valor limite para a exposição a dois ou mais níveis de ruído diferentes não seja ultrapassado.
Protetores auriculares: são protetores colocados nas orelhas do trabalhador, devendo ser utilizados quando não for possível o controle para atenuação do ruído em níveis satisfatórios.
Deve-se ressaltar que a simples utilização do EPI, não implica a eliminação do risco do trabalhador vir a sofrer diminuição da capacidade auditiva. Como exemplo, a figura nº 3 apresenta uma atividade de acabamento de peça de caldeiraria através de lixadeira, que gera ruído superior a 95 dB(A), mesmo com protetor auricular tipo “plug” o trabalhador poderá vir a reduzir sua capacidade auditiva se esta exposição for superior a 06 horas diárias
			Figura nº 3 - Atividade de caldeiraria no Porto de Santos (2014)
 
Vibrações mecânicas
Um corpo vibra quando realiza um movimento oscilatório em relação a um corpo de referência, e o número de ciclos por segundo é chamado de freqüência e é dado em ciclos por segundo ou hertz.
A exposição ocupacional sujeita os trabalhadores a dois tipos de vibração: vibração de corpo inteiro e vibração localizada (mãos e braços)
Vibração de corpo inteiro é uma vibração de baixa freqüência que envolve oscilações de energia mecânica entrando pelo corpo do indivíduo exposto. Como exemplo pode citar: trabalhadores em convés de navios, operadores de veículos, guindastes, plataformas de perfuração, escavadeiras, etc.
A exposição de corpo inteiro de longa duração pode causar efeitos debilitantes ao sistema nervoso central autônomo, resultando em queixas de fadiga, irritabilidade, dores de cabeça, distúrbios cardiovasculares e impotência masculina.
Alguns trabalhadores, como motoristas de caminhões, operadores de trens e pilotos de helicópteros tem tendências a desenvolver desordens espinhais, venosas, musculares e de juntas.
A exposição à vibração industrial em freqüências menores que 1 Hz pode causar doença do movimento. As mulheres têm sofrido um desconforto maior que os homens nas mesmas condições de exposição. A vibração afeta a visão, aumentando o risco de acidente.
Os fatores ocupacionais, como projetos ergonômicos deficientes, posturas forçadas, altos níveis de ruído e tensão organizacional, podem agravar a exposição de corpo inteiro.
A exposição de curta duração às vibrações de corpo inteiro aparentemente provoca pequenos efeitos fisiológicos, como aumento nos batimento cardíacos por causa da resposta ao estresse geral ou leve hiperventilação.
As vibrações localizadas são originadas pela utilização de ferramentas manuais elétricas ou pneumáticas, como furadeiras, rebitadeiras, lixadeiras, politrizes, marteletes, vibradores, serras, etc. e são transmitidas para as mãos e braços.
A síndrome de vibração das mãos e dos braços afeta nervos, vasos sanguíneos, músculos e articulações da mão, do pulso e do braço e inclui a síndrome dos “dedos brancos”, podendo incapacitar o trabalhador.
A síndrome do canal cárpico é uma perturbação nervosa que envolve dores, dormência e fraqueza em partes das mãos. Os primeiros sinais da doença são dormência e insensibilidade nos dedos, perda de força das mãos, com dificuldade de pega e apreensão de objetos. Essas sensações aumentam com o frio e a umidade.
Temperaturas extremas
O calor é um agente físico presente na maior parte das atividades profissionais. A pessoa que trabalha em ambientes onde a temperatura é muito alta poderá sofrer de fadiga, ocorrendo falhas na percepção e no raciocínio e sérias perturbações psicológicas que podem produzir esgotamento físico e prostrações. Há, portanto a necessidade de se conhecer como se processa a interação térmica do organismo humano com o meio ambiente, conhecer seus efeitos e determinar como quantificar e controlar essa interação. 
Quando dois corpos em temperaturas diferentes são colocados em contato, haverá um fluxo de calor do corpo com a temperatura maior para o de temperatura menor. Esse fluxo torna-se nulo no momento em que as temperaturas dos dois corpos se igualam.
	Os principais meios de perda e ganho de calor pelo organismo são:
O calor produzido pelo próprio organismo, que varia consideravelmente segundo a atividade física desenvolvida.
A condução-convecção e a radiação, que podem implicar um ganho ou perda de calor pelo organismo conforme a temperatura da pele seja mais baixa ou mais alta que a temperatura do ar.
A evaporação do suor na superfície do corpo, que implica necessariamente uma perda de calor.
Na medida em que há um aumento de calor ambiental, ocorre uma reação no organismo humano no sentido de promover um aumento da perda de calor. Inicialmente ocorrerem reações fisiológicas para promover a perda de calor, mas essas reações, por sua vez, provocam outras alterações que, somadas, resultam num distúrbio fisiológico. Os principais mecanismos de defesa do organismo humano, quando submetido ao calor intenso, são a vasodilatação periférica e a sudorese.
Se o aumento do fluxo de sangue na pele e a produção de suor forem insuficientes para promover a perda adequada de calor, ou se esses mecanismos deixarem de funcionar apropriadamente, uma fadiga fisiológica poderá ocorrer.
Existem quatro categorias principais de doenças devido ao calor: exaustor do calor, desidratação, cãibra do calor e choque térmico.
A exaustão do calor é decorrente de uma insuficiência do suprimento de sangue do córtex cerebral, resultante da dilatação dos vasos sanguíneos em resposta ao calor. Uma baixa pressão arterial é o evento crítico resultante, devido, em parte, a uma inadequada saída de sangue do coração e, em parte, a uma vasodilatação que abrange uma extensa área do corpo.
A desidratação atua, principalmente, reduzindo o volume de sangue e promovendo a exaustão do calor. Mas em casos extremos produz distúrbios na função celular, provocando até a deterioração do organismo.
Na cãibra do calor ocorrem espasmos musculares seguidos de uma redução do cloreto de sódio no sangue, atingindo concentrações inferiores a certo nível crítico. O alto índice de perda desse cloreto é facilitado pela intensa sudorese e faltade aclimatização.
O choque térmico corre quando a temperatura do núcleo do corpo é tal que põe em risco algum tecido vital que permanece em contínuo funcionamento. Deve-se a um distúrbio no mecanismo termorregulador, que fica impossibilitado de manter um adequado equilíbrio térmico entre o indivíduo e o meio.
Entre os inúmeros fatores que influenciam nas trocas térmicas, cinco principais devem ser considerados na quantificação da sobrecarga térmica: temperatura do ar, umidade relativa do ar, velocidade do ar, calor radiante e tipo de atividade.
A influência da temperatura do ar na troca térmica entre o organismo e o meio ambiente pode ser avaliada observando-se a defasagem, positiva ou negativa, existente entre essa temperatura e a temperatura da pele. Quando a temperatura do ar é menor que a da pele, o organismo perde calor pelo mesmo mecanismo. A quantidade de calor ganha ou perdida é diretamente proporcional à defasagem existente entre as temperaturas em cada um dos casos.
A umidade relativa do ar influi na troca térmica que ocorre entre o organismo e o meio ambiente pelo mecanismo de evaporação. Embora, teoricamente, o organismo humano possa perder 600 kcal/hora pela evaporação do suor, essa razão poderá ser diminuída em função da umidade relativa do ar.
A velocidade do ar pode alterar o intercâmbio de calor entre o organismo e o ambiente, interferindo tanto na troca térmica por condução-convenção como na troca térmica por evaporação. No mecanismo da evaporação, o aumento da movimentação do ar perto da superfície do corpo implica a remoção da camada de ar próxima da pele que se encontra com alto teor de vapor de água, proveniente da evaporação do suor.
Quando um trabalhador se encontrar em presença de fontes de calor radiante, ou seja, fontes que estejam emitindo considerável quantidade de radiação infravermelha, o organismo humano ganhará calor pelo mecanismo de radiação.
Quanto mais intensa for à atividade física exercida pelo trabalhador, tanto maior será o calor produzido pelo metabolismo. Para trabalhadores que exercem suas atividades em ambientes quentes, o calor decorrente da atividade física constituirá parte do calor total ganho pelo organismo e, portanto, deverá ser considerado na qualificação da sobrecarga térmica.
O controle do calor deve ser feito primeiramente na fonte e em seguida em sua trajetória, deixando a aplicação do controle ao pessoal como complemento das medidas anteriores ou quando constituir a única solução viável.
As medidas de controle relativas ao ambiente são aplicadas no meio de trabalho, isto é, alterações na fonte ou ação na trajetória, não envolvendo diretamente o trabalhador. Muitos são os recursos e dispositivos que podem ser utilizados no controle do calor, conforme descrito na tabela nº 3.
	Tabela nº 3: Medidas de controle para exposição à sobrecarga térmica
	Medida adotada
	 
	Fator alterado
	Insuflação de ar fresco no local em que permanece o trabalhador
	 
	Temperatura do ar
	Maior circulação de ar existente no local de trabalho
	 
	Velocidade do ar
	Exaustão dos vapores de água emanados de um processo
	 
	Umidade relativa
	Utilização de barreiras refletoras ou absorventes de radiação infravermelha, colocadas entre a fonte e o trabalhador.
	 
	Calor radiante
	Automatização do processo
	 
	Calor produzido pelo metabolismo e distância da fonte
	Fonte: Higiene ocupacional (2011)
	
	
Considerando-se que há uma série de medidas de controle que podem ser aplicadas diretamente no trabalhador, para minimizar a sobrecarga térmica destacam-se: exames médicos, aclimatização, ingestão de água e sal, limitação do tempo de exposição, equipamento de proteção individual, educação e treinamento.
A exposição ocupacional ao frio pode ser observada em vários locais ocupacionais, principalmente em regiões de grandes altitudes e de climas frios. O mecanismo termorregulador, localizado no hipotálamo, ativa os mecanismos para o controle térmico, mantendo constante a temperatura interna.
No caso do aumento da temperatura corpórea há uma vasodilatação, mas no frio o mecanismo é a vasoconstrição, pois o objeto é reduzir as perdas de calor e o fluxo sanguíneo é diminuído numa razão diretamente proporcional à queda da temperatura. Se a temperatura corpórea ficar abaixo de 35ªC, ocorrerá uma diluição gradual de todas as atividades fisiológicas, caindo à pressão arterial, a freqüência dos batimentos cardíacos e diminuindo o metabolismo interno. Os temores ocorrem como uma tentativa de geração de calor metabólico para compensar as perdas. Se as perdas de calor continuarem em função da baixa temperatura, ao atingir a temperatura interna de 29ªC, o mecanismo termorregulador localizado no hipotálamo será reprimido, caminhando para um estado de sonolência e coma.
Além da hipotermia, vários outros estados patológicos, conhecidos como lesões do frio, podem afetar os trabalhadores: enregelamento dos membros que poderá levar à gangrena e à amputação; pés de imersão quando os trabalhadores permanecem com os pés umedecidos ou imersos em água fria por longos períodos, provocando estagnação do sangue e paralisação dos pés e pernas; ulcerações do frio, feridas, bolhas radiadoras e necrose, que poderão ocorrer devido à exposição ao frio intenso.
Além disso, o frio interfere na eficiência do trabalho e aumenta a incidência de acidentes, além de desencadear inúmeras doenças reumáticas e respiratórias.
Aclimatização é uma medida para alguns trabalhadores que, gradualmente expostos a ambientes frios, segundo determinados gradientes térmicos e sob controle da velocidade do ar, têm boa adaptação.
É necessário que o isolamento do corpo pela vestimenta de trabalho seja satisfatório e que a camada de ar compreendida entre a pele e a roupa elimine parcialmente a transpiração para que haja uma troca regular de temperatura.
Quando a exposição ao frio é intensa, o trabalhador deve ter em mente que será necessário intercalar períodos de descanso em local termicamente superior ao local frio, para manter uma resposta termorreguladora satisfatória do corpo humano.
Os exames médicos admissionais devem levar em consideração a exclusão de diabéticos, fumantes alcoólatras que tenham doenças articulares ou vasculares periféricas.
Todo trabalhador que executar atividades sob frio intenso deverá ser instruído sobre os riscos da atividade nessas condições, bem como treinado quanto ao uso de proteções adequadas e às rotinas de trabalho.
Radiações ionizantes
Radiação é uma forma de energia que se propaga através do espaço como partículas ou como ondas eletromagnéticas, variáveis, em tempo e espaço, que viajam no ar à mesma velocidade da luz. Não confundir com radioatividade, que é a propriedade que certos elementos químicos de elevado peso atômico têm de emitir espontaneamente energia e partículas subatômicas.
Segundo seu efeito biológico no organismo e dependendo de sua freqüência e energia, as radiações se classificam em: 
Radiações eletromagnéticas ionizantes: são ondas eletromagnéticas de altíssima freqüência, que possuem grande poder de ionização. Possuem energia suficiente para arrancar elétrons dos átomos constituintes de matéria, podendo gerar rupturas de ligações moleculares e conseqüentemente a alteração em nível celular (DNA) – ação mutagênica.
Radiações eletromagnéticas não ionizantes: são ondas eletromagnéticas de mais baixa energia e freqüência que as ionizantes e que, por conseguinte não possuem a energia necessária para produzir a perda de átomo, produzindo como fenômeno físico, a excitação dos átomos constituintes da matéria.
Radiação cósmica: é oriunda de energia liberadas por outras fontes externas ao globo terrestre, como o sol, outros planetas e mesmo outras galáxias.
Radiação natural: consiste na existência de vários elementos que compõem a crosta terrestre, que são normalmente radioativas em sua forma natural, denominados radionuclídeos.
Radiação artificial: são aquelas provenientes de fontes artificiais,produzidas em reator nuclear ou equipamentos eletrônicos, como geradores de raios X.
Os efeitos biológicos da radiação podem ser agrupados em dois tipos: determinísticos e estocásticos.
Os efeitos determinísticos ocorrem apenas quando muitas células em um órgão ou tecido são inativadas; o efeito será clinicamente observado apenas se a dose de radiação for maior que certo limiar. 
Segundo os efeitos estocásticos, existem boas evidências da biologia celular e molecular de que o dano da radiação no DNA em uma única célula pode resultar em uma célula transformada que ainda é capaz de reprodução. 
Radiações não ionizantes
	Radiações não ionizantes são as que não produzem ionizações, não possuem energia suficiente para produzir emissão de átomos ou de moléculas, ou seja, são ondas eletromagnéticas cuja energia é suficiente para ionizar a matéria incidente.
	Esse tipo de radiação se diferencia das radiações ionizantes considerando que seu poder energético não é suficiente para ionizar as estruturas atômicas moleculares. No entanto, apresenta energia capaz de aumentar o estado vibracional das moléculas. Uma parte considerável dessa energia é transformada em calor, produzindo assim o chamado efeito térmico, peculiar das radiações não ionizantes.
	As radiações não ionizantes são subdivididas em: ultravioleta, radiação visível, infravermelho, micro-ondas, baixas freqüências.
	Abaixo apresentamos na tabela nº 4 os efeitos fisiopatológicos das radiações óticas.
	Tabela nº 4: Efeitos fisiopatológicos das radiações óticas
	 
	Domínio espectral fotobiológico
	Faixa de comprimento de onda
	Efeito fisiopatológico
	 
	 
	 
	Olhos
	Pele
	UV-C
	100 a 280 nm (germicida)
	Fotoqueralite
	Eritema, queimadura e envelhecimento da pele.
	UV-B
	320 - 280 nm (queimadura solar)
	Fotoqueimaduras e catarata fotoquímica
	Aumento da pigmentação
	UV-A
	400 - 320 nm (prox. da luz negra)
	Catarata fotoquímica
	Escurecimento do pigmento e queimadura da pele
	Visível
	380 - 760 nm
	Danos fotoquímicos e térmicos da retina
	Escurecimento do pigmento, reações fotossensitivas e queimadura da pele.
	Ir-a
	760/780 - 1.400 nm
	Catarata e queimadura da retina
	Queimadura da pele
	Ir-b
	1,4 m - 3 m
	Queimadura da córnea, vermelhidão, catarata.
	Queimadura da pele
	Ir-c
	3 m - 1 m
	Queimadura da córnea
	Queimadura da pele
	Fonte: Higiene ocupacional (2011)
	
	
	 
Agentes químicos
Os agentes químicos de interesse para a higiene ocupacional são os gases, os vapores e os aerodispersóides na forma de poeiras, fumos, névoas, neblinas e de fibras, pois eles se mantêm em suspensão no ar contaminando os ambientes de trabalho e provocando desconforto, diminuindo a eficiência e a produtividade e, sobretudo provocando alterações na saúde dos trabalhadores, podendo chegar até as doenças profissionais com incapacitação e morte.
O risco não é só de doenças, mas também de morte no caso das atmosferas deficientes de oxigênio e/ou explosões e inflamações de mistura de gases, vapores e aerodispersóides no ar.
O que diferencia os agentes químicos dos agentes físicos é a forma de avaliação, que, para os agentes químicos, é diferente para cada tipo de família e até de produto, sendo essa a parte mais difícil na tarefa de saneamento dos ambientes de trabalho pela higiene ocupacional. O reconhecimento dos agentes químicos é uma etapa muito importante, pois nem sempre é possível avaliar todos os produtos presentes nos ambientes de trabalho e quando isso ocorre, deve-se utilizar medidas de controle que dêem a garantia de que os trabalhadores não estejam expostos.
Um grande número de produtos químicos é comprovadamente cancerígeno e não deveriam existir limites de tolerância, isto é, os trabalhadores não poderiam ficar expostos a eles em hipótese alguma, pois o processo cancerígeno pode originar-se em uma única célula e daí se espalhar para todo o organismo. Os limites só existem para tornar possível a continuidade operacional, pois quando se fala de limites de tolerância tem-se a idéia de que, até esse valor, não existe risco à saúde.
Gases e vapores
A maior parte dos contaminantes químicos está dispersa na atmosfera na forma de aerodispersóides (sólidos e líquidos) e na de gases e vapores (estado gasoso).
Vapor é o estado gasoso de uma substância que nas condições normais de pressão e temperatura está no estado líquido. Todos os vapores são mais pesados que o ar, concentrando-se nas partes mais baixas dos ambientes de trabalho.
Gás é uma substância que nas condições normais de pressão e temperatura já está no estado gasoso.
Existe uma diferença entre os gases e vapores, em relação ao espaço que podem ocupar. Os gases podem ocupar o volume total do ambiente em que estão, e chegar à concentração de 100%, enquanto os vapores têm sua concentração limitada pelo equilíbrio entre a fase líquida e a fase gasosa e sua concentração no ambiente fechado ocorre em função da pressão de vapor e da temperatura ambiente.
Podem-se classificar os gases e os vapores segundo sua ação no organismo em três tipos: irritantes, anestésicos e asfixiantes. Esta classificação é didática, e o fato de uma substância ser classificada como anestésica não quer dizer que não possa também ser irritante, mas o seu efeito preponderante é o anestésico. 
A irritabilidade das vias respiratórias está ligada à solubilidade dos gases e vapores, pois elas são extremamente úmidas. Os gases e os vapores muito solúveis atacam preferencialmente as vias aéreas superiores (nariz e garganta), porque se solubilizam ao primeiro contato com o trato respiratório; já os pouco solúveis atacam as vias aéreas inferiores (bronquíolos e alvéolos).
Anestésicos primários são gases e vapores que exercem apenas efeito anestésico: hidrocarbonetos alifáticos (butano, propano, etileno, propileno), éteres, aldeídos e cetonas. Anestésicos de efeitos sobre as vísceras (fígado / rins): hidrocarbonetos clorados: tetracloreto de carbono, tricloroetileno, diclorometileno, etc. Anestésicos de ação sobre o sistema formador sanguíneo: hidrocarbonetos aromáticos: benzeno, tolueno, xileno, etc. Anestésico de ação sobre o sistema nervoso central: álcool etílico, álcool metílico (age sobre o nervo ótico, provocando cegueira), dissulfeto de carbono, ésteres de ácidos orgânicos. Anestésicos de ação sobre o sistema circulatório e o sangue: nitrobenzeno, nitrotolueno, nitrato de etila, anilina, toluidina.
Asfixiantes simples não exercem efeitos tóxicos; simplesmente deslocam o oxigênio, tornando o ambiente deficiente em oxigênio (teores menores que 19,5% no ar); nitrogênio, hidrogênio, metano, hélio, dióxido de carbono, etc. Asfixiantes químicos interferem no mecanismo de trocas gasosas, impedindo o aproveitamento do oxigênio.
O teor de oxigênio no ar nos ambientes de trabalho deve estar entre os valores de 19,5% e 23,5%; concentrações de oxigênio maiores que 23,5% apresentam problemas de inflamação e risco de explosão por formarem atmosferas ricas em oxigênio; e ambientes com menos de 19,5% se constituem em risco para a saúde e segurança dos trabalhadores. 
Os aerodispersóides
Os aerodispersóides são dispersões de partículas sólidas ou líquidas no ar, de tamanho tão reduzido que conseguem permanecer em suspensão por longo tempo. Quanto mais tempo permanecerem no ar, maior a possibilidade de serem inalados pelos trabalhadores. Classificam-se em quatro tipos: poeiras, fumos, névoas e neblinas.
Além desses quatro são aerodispersóides as fibras, que podem ser naturais ou artificiais, e a fumaça, que é uma mistura de gases de combustão e material proveniente de combustão incompleta. 
Poeiras são partículas sólidas geradas por ação mecânica de ruptura de sólidos, em operações como: lixamento, moagem, trituração, peneiramento, perfuração, explosão, etc. Geralmente, são maiores de 0,5 micrômetro. Nosso sistema respiratório possui proteção contra as chamadas poeiras naturais, geralmente maioresque 10 micrômetros, mas não possui proteção contra as poeiras menores que 10 micrômetros. Existe, portanto, uma faixa de poeiras respiráveis que vai de 0,5 a 10 micrômetros e que são geradas nos processos industriais, contra as quais não se tem proteção. As poeiras menores que 0,5 micrômetros geralmente são reexaladas.
	Tabela nº 5: Classificação de particulados por diâmetro aerodinâmico
	 
	 
	 I Poeira respirável
	 I
	 I Poeira visível
	 
	0 m 
	 0,5 m 
	10 m 
	 50 m 
	 
	Fonte: Higiene ocupacional (2011)
	
	
	
Fumos são partículas sólidas geradas de poeiras por condensação ou oxidação de vapores de substâncias sólidas à temperatura ambiente. Os fumos são geralmente menores que 0,5 micrômetro e gerados em operações de soldagem, fusão de materiais e outras com aquecimento.
Névoas são partículas líquidas geradas por ruptura mecânica e geralmente maiores que 0,5 micrômetro. Ocorrem em operações de pulverização de líquidos, como inseticidas, tintas desmoldantes, etc.
Neblina são partículas líquidas geradas por condensação de vapores de substâncias líquidas a temperaturas normais, sendo geralmente menores que 0,5 micrômetro.
De modo geral chamamos de poeira qualquer partícula sólida ou fibra de tamanho tão reduzido que consiga permanecer no ar em suspensão por longo tempo. Para se ter idéia da periculosidade das poeiras nos ambientes de trabalho, foi feito um ensaio do tempo de queda de uma partícula de sílica no ar totalmente parado. Constatou-se que partículas muito pequenas podem permanecer em suspensão por até dez horas, como mostra a Tabela nº 6. O tempo de sedimentação de uma partícula é inversamente proporcional ao seu diâmetro, isto é, quanto menor a partícula, maior é o tempo de sedimentação.
	Tabela nº 6: Tempo de queda de uma partícula de sílica no ar parado
	 
	Sedimentação de uma partícula de sílica no ar totalmente parado
	 
	Diâmetro (m) 
	Tempo de queda (min) para percorrer 30 cm
	 
	5
	2,5
	 
	 
	 
	2
	14,5
	 
	 
	 
	1
	54
	 
	 
	 
	0,5
	187
	 
	 
	 
	0,25
	590
	 
	 
	 
	Fonte: Higiene ocupacional (2011)
	
	
	
Pneumoconioses 
A pneumoconiose é uma doença provocada pelo acúmulo de poeira nos pulmões e pelas reações dos tecidos com a presença dessa poeira.
Existem dois tipos de pneumoconiose: as fibrogênicas e as não fibrogênicas. As fibrogênicas provocam alterações permanentes ou destruição da estrutura alveolar, enquanto as não fibrogênicas provocam uma reação pulmonar mínima, sendo potencialmente reversível, e não alteram a estrutura alveolar.
Existem muitos tipos de pneumoconiose, como: silicose, asbestose, antracose, bissinose, siderose, etc., porém a mais comum e que tem trazido muitos problemas para os trabalhadores é sem dúvida a silicose, uma doença incurável, irreversível e progressiva, causada pela inalação de poeira de sílica livre.
Poeira respirável
Poeira respirável é a fração de partículas do ar inspirado que é retirada no trato respiratório. O local de deposição depende de vários fatores:
Propriedades aerodinâmicas das partículas: tamanho, forma e densidade.
Tamanho e forma do canal respiratório.
Padrão respiratório e quantidade de ar respirado.
Antigamente dava-se importância somente ao particulado respirável; hoje sabemos que particulados torácicos e inaláveis também são importantes, pois alguns produtos exercem ação tóxica em todo o trato respiratório.
Particulado respirável: material perigoso quando depositado na região de trocas gasosa; apresenta diâmetro aerodinâmico entre 0,5 e 10 micrômetros.
 Particulado torácico: material perigoso quando depositado em qualquer lugar nos pulmões e na região de trocas gasosa; apresenta diâmetro aerodinâmico variando de 0 a 25 micrômetros.
Particulado inalável: material perigoso quando depositado em qualquer lugar do trato respiratório, com diâmetro aerodinâmico variando de 0 a 100 micrômetros para 50% de material inalável.
Na tabela nº 7, são descritos os efeitos provocados na saúde pelos aerodispersóides.
	Tabela nº 7: Efeitos à saúde provocados por aerodispersóides
	Tipo de pó
	Efeito principal
	Órgão alvo
	Fração de interesse
	Sílica livre cristalina
	Silicose (fibrose dos pulmões); doença pulmonar restritiva progressiva e irreversível.
	Pulmões, região de trocas gasosas e alvéolos.
	Fração respirável
	Poeira de carvão
	Pneumoconiose dos mineiros de carvão; doença pulmonar restritiva.
	Pulmões, região de trocas gasosas e alvéolos.
	Fração respirável
	Asbestos
	Asbestose; câncer pulmonar; mesotelioma.
	Pulmões, região de trocas gasosas e alvéolos.
	Fração traqueobronquial e respirável
	Poeira de chumbo
	Intoxicação sistêmica (sangue, sistema digestivo e nervoso)
	Através do sistema respiratório e corrente sanguínea.
	Fração inalável
	Manganês
	Intoxicação sistêmica (sangue e parte central do sistema nervoso)
	Através do sistema respiratório e corrente sanguínea.
	Fração inalável
	Tabela nº 7: Efeitos à saúde provocados por aerodispersóides
	Tipo de pó
	Efeito principal
	Órgão alvo
	Fração de interesse
	Poeira de madeira
	Certas madeiras duras causam câncer nasal
	Nariz
	Fração inalável
	Poeira de algodão
	Bissinose, doença pulmonar obstrutiva.
	Pulmões
	Fração traqueobronquial
	Poeira de cana
	Bagaçose (alveolite extrínseca alérgica)
	Pulmões
	Fração respirável
	Poeira de cimento
	Dermatoses
	Pele
	Qualquer tamanho de partícula
	Pentacloro fenol
	Envenenamento sistêmico
	Através do sistema respiratório e corrente sanguínea
	Qualquer tamanho de partícula
	Fonte: Higiene ocupacional (2011)
	
	
As fibras
As fibras são estruturas com uma relação diâmetro / comprimento menor ou igual a um terço, sendo as fibras respiráveis as de diâmetro menor que 3 micrômetros e de comprimento maior que 5 micrômetros.
As fibras minerais naturais são: asbesto, wolastonita, erionita, atapulgita.
As fibras minerais fabricadas são: as lãs de vidro e as fibras de vidro, de rocha, de escória, etc.
As fibras são utilizadas como isolantes térmico e acústico, na proteção contra o calor e o fogo, no reforço de materiais plásticos, cimento e nos componentes têxteis e automotivos, nos refratários, nos filtros de ar e de líquidos e nas fibras óticas.
Medidas de controle para agentes químicos.
Os agentes químicos estão dispersos no ar dentro dos ambientes de trabalho na forma de gases, vapores e aerodispersóides, ingressando no organismo dos trabalhadores principalmente por via respiratória, que é a mais crítica porque as pessoas inalam uma grande quantidade de ar e não podem ficar sem respirar mais que poucos segundos. Na tabela nº 8, apresentamos o estado físico dos produtos químicos.
	Tabela nº 8: Estado físico dos produtos químicos
	Estado físico
	Forma
	Características
	Sólido
	Poeiras
	Partículas > 0,5 m, obtidas por ação mecânica de moagem, trituração, lixamento e peneiramento de sólidos.
	 
	Fumos
	Partículas < 0,5 m, obtidas por condensação de vapores de substâncias que nas condições normais são sólidas.
	Líquido
	Névoas
	Partículas > 0,5 m, obtidas por ação mecânica de sopragem, impacto, etc.
	 
	Neblinas
	Partículas < 0,5 m, obtidas por condensação de vapores de substâncias que nas condições normais são líquidas.
	Gasoso
	Gases
	Substâncias que nas condições normais de pressão e temperatura são gases (oxigênio, nitrogênio, hidrogênio, dióxido de carbono, etc.).
	 
	Vapores
	É o estado gasoso das substâncias que nas condições normais de pressão e temperatura são líquidas (vapores de gasolina, de álcool de acetona, etc.).
	Fonte: Higiene ocupacional (2011)
	
Outras vias de ingresso, como a percutânea e a oral devem ser estudadas para subsidiar a adoção das medidas de controle, porque os limites de tolerância estabelecidos por meio de uma concentração no ar, portanto, só levam emconsideração a via respiratória. Quando um produto apresenta absorção também pela pele, o limite de tolerância não é garantia de não intoxicação e outras medidas devem ser utilizadas para evitar o contato do produto com a pele. Alguns produtos químicos conseguem atravessar as camadas da pele, atingindo a corrente sanguínea.
A adoção de medidas de controle deve obedecer a uma priorização das que sejam mais eficientes e não interfiram com o conforto e a eficácia do trabalhador. Dessa forma priorizamos as medidas de controle sobre a fonte, sobre o percurso e em última instância sobre o trabalhador.
	Tabela nº 9: Medidas de controle para agentes químicos. 
	 
	
Fonte 
 
	 
	
Percurso
	 
	
Trabalhador
	Substituição
	
	Ventilação
	
	Treinamento
	Modificação de métodos e processos
	
	Enclausuramento
	
	Exames médicos
	Modificação de projetos
	
	Isolamento no tempo e/ou na distância
	
	Uso de EPI
	Manutenção dos equipamentos
	 
	 
	 
	Limitação do tempo de exposição
	Fonte: Higiene ocupacional (2011)
	
	
Medidas relativas ao ambiente
As medidas de controle que se referem à fonte e ao percurso são chamadas de medidas relativas ao ambiente. São medidas de engenharia que protegem o ambiente de trabalho e as mais indicadas, pois não interferem no conforto e na eficiência dos trabalhadores, que têm a saúde e a segurança preservadas.
A substituição é uma das mais eficientes medidas adotadas e consiste em se utilizar um produto que seja inerte ou menos tóxico. É uma medida às vezes difícil de adotar, pois interfere com a lucratividade da empresa e exige investimentos para adaptação do processo e essa nova substância, geralmente com valor mais alto do que a então usualmente utilizada.
A modificação de processos tem levado, em alguns casos, a melhorias ambientais significativas, mas altera a relação da produção com a mão de obra.
A mecanização e a automação dos processos incrementam a produtividade, diminuem a oferta de mão de obra e nem por isso melhoram as condições ambientais.
A maior parte das modificações implica investimento em tecnologia e em novos equipamentos. Ainda assim, algumas modificações são relativamente baratas, tornando favorável a relação custo-benefício.
A mudança de método ou processo deve ser precedida de uma análise de risco dos novos contaminantes gerados, bem como das alterações na qualidade do produto. 
Dentre as modificações de processo a mais importante no controle de poeiras é sem dúvida a umidificação e lavagem.
A ventilação geral ou diluidora é muito eficiente no caso de sobrecarga térmica, mas para a maioria dos agentes químicos não é muito eficiente, pois dilui os contaminantes antes de retirá-los do ambiente, sendo, no entanto, utilizada quando os produtos químicos não são muito tóxicos (limite de tolerância > 500 ppm). 
A ventilação diluidora pode complementar a ventilação local exaustora e geralmente é feita por uma insuflação, exaustão ou insuflação e exaustão combinadas. A combinação dos dois sistemas de ventilação é utilizada quando o produto é muito tóxico.
A ventilação local exaustora é muito eficiente no controle de poluição dos ambientes de trabalho, pois retira os contaminantes antes que se espalhem pelo ambiente. O sistema deve incluir o tratamento de poluentes, que pode ser uma simples retenção em malha de filtros manga, precipitador eletrostático, lavador de gases ou retenção em adsorvente sólido (carvão ativado, sílica gel, etc.). 
A umidificação é um dos mais eficientes métodos de controle de poeiras em ambientes de trabalho e pode ser feita em diversas operações: jateamento de areia, britagem e moagem, perfuração de rochas e varredura de locais de trabalho.
O enclausuramento isola a fonte do meio ambiente; no entanto, gera problemas de aquecimento em motores elétricos e de alimentação em equipamentos. É o fechamento das máquinas e dos equipamentos geralmente combinado com um sistema de exaustão ou isolamento no espaço e pode ser utilizado em diversas operações, como britagem, peneiramento e moagem.
Medidas de proteção relativas ao trabalhador
Se as medidas de controle relativas ao ambiente não forem suficientes para eliminar a contaminação, outra solução é proteger o trabalhador com o uso de EPI’s.
O equipamento de proteção individual deve ser utilizado somente em algumas situações especiais, como:
Quando o tempo de exposição é muito curto.
Em situações de emergência, como, por exemplo, uma parada do sistema de ventilação.
Quando a medida de controle estiver sendo executada, ou já foi executada e é insuficiente devendo ser modificada.
A utilização do EPI, além de satisfazer o critério acima descrito para o seu uso, apresenta alguns inconvenientes, como:
Suas limitações, que devem conhecidas pelos usuários.
O seu uso de forma adequada, utilizando o EPI adequado.
A sua manutenção e sua guarda, que devem ser feitas adequadamente.
Todos os trabalhadores devem receber treinamentos periódicos sobre segurança no desenvolvimento de suas atividades, bem como sobre os riscos existentes em seu ambiente de trabalho, os efeitos à sua saúde e a forma correta de trabalhar, evitando e / ou minimizando a exposição de sua pessoa.
A empresa deve realizar os exames médicos admissionais periódicos e demissionais, bem como todas as avaliações biológicas compatíveis com o tipo de risco de exposição e outras técnicas de detecção precoce de doenças profissionais.
Organização do trabalho
A organização do trabalho pode ser modificada com o objetivo de diminuir a exposição dos trabalhadores por meio de diversas providências como:
Redução da jornada de trabalho, complementada com outra atividade leve em local onde não haja exposição ao agente considerado.
Redução do esforço muscular da tarefa por meio da utilização de dispositivos auxiliares, como sistema de alavanca e de roletes, talha mecânica ou elétrica, dispositivo para distribuir o peso por meio de todos os dedos das mãos, carrinho para transporte de cilindros, dispositivo de pega para transporte de tubulações de grandes diâmetros, etc.
Utilização de pausas em tarefas repetitivas.
Redução do ritmo de tarefas extenuantes.
Avaliação qualitativa de agentes químicos.
	
Muitas vezes há necessidade de se fazer uma avaliação qualitativa de um ambiente de trabalho, por ser mais rápida e viável. Abordaremos duas formas de avaliação qualitativa: o mapa de riscos e a avaliação dos riscos e a avaliação dos índices de risco dos produtos existentes na empresa.
Mapa de riscos ambientais
Documento mostrando os riscos existentes em cada setor da empresa feito pela Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) da empresa, após ouvir os trabalhadores e com a colaboração do Serviço de Segurança e Saúde no Trabalho (SESMT), que deve ser feito a cada nova gestão da CIPA ou quando houver modificações no processo de fabricação. É uma representação gráfica dos riscos existentes sobre uma planta de locação, utilizando um código de cores para cada risco e um código de tamanho para cada grau de risco.
Após a identificação dos riscos, avaliação das medidas de controle existentes e recomendações de novas medidas, a CIPA deve negociar com a empresa um cronograma de execução dessas medidas.
O mapa de riscos é uma ferramenta excelente, porque é rápida e barata, e permite a participação dos trabalhadores, que têm oportunidade de estudar e discutir os riscos existentes em seu ambiente de trabalho. É uma forma de envolver e motivar os trabalhadores para as ações de saúde e segurança do trabalho.
Índices de avaliação de risco para agentes químicos
A utilização de índices de risco químico é uma forma de abordagem qualitativa de um ambiente de trabalho, quando não é possível ou é muito difícil fazer uma avaliação quantitativa, dada à grande quantidade de produtos químicos ou de produtos que não possuam métodos de avaliação. 
Poeiras explosivas
Os materiaisfinamente divididos e dispersos no ar formam misturas explosivas cujo comportamento depende de diversos fatores, como:
Composição química do pó.
Forma, tamanho e superfície das partículas.
Uniformidade das partículas suspensas.
Composição química da suspensão.
Temperatura e pressões iniciais.
Quantidade de energia requerida para iniciar a explosão.
Presença de uma nuvem de pó, com concentração acima do limite inferior de explosividade.
Limite inferior de explosividade é a concentração mínima de pó em suspensão que propagará uma combustão. O limite inferior de explosividade médio é de aproximadamente 0,065 onça por pé cúbico de ar.
Não há o correspondente limite superior de explosividade e qualquer concentração acima do limite inferior deve ser considerada explosiva.
A pressão de explosão de um pó combustível é o resultado da expansão térmica dos gases não reagidos devido ao calor de reação e à geração de produtos gasosos da reação.
Os grandes danos são geralmente provocados por explosões múltiplas. A primeira explosão geralmente é fraca, porém provoca distúrbio suficiente para dispersar mais pó no ambiente, e a explosão se repete com maior intensidade.
As explosões de poeira ocorrem em diversas operações conforme a tabela nº 10 abaixo:
	Tabela nº 10: Ocorrência de explosão de poeiras
	 
	 
	 
	Porcentagem
	 
	Operação / equipamento
	 
	40%
	 
	Moagem e pulverização
	 
	35%
	 
	Misturas, transporte, moldagens e outras.
	15%
	 
	Sistemas de coleta e estocagem
	 
	10%
	 
	Secadores
	 
	 
	Fonte: Higiene ocupacional (2011)
	
	
	
Deve-se evitar o acúmulo de pó por meio de limpeza freqüente e da utilização de equipamento à prova de explosão. Eliminar também as superfícies rugosas para minimizar a quantidade de pó acumulada, remover o pó por meio de aspiração, instalar sistema de ventilação exaustora, operar o equipamento com ligeira pressão negativa, não permitir o corte e a soldagem nas proximidades, aterrar os equipamentos para prevenir descargas atmosféricas.
Espaços confinados
Como espaços confinados podemos citar reatores, tanques, vasos e outros equipamentos industriais, com acesso limitado, onde poderá haver contaminação por gases, vapores ou produtos asfixiantes, como conseqüência do uso ou condição ambiente.
A origem da contaminação desses ambientes confinados pode ser vazamentos, erros operacionais, reação de oxidação das paredes dos vasos, produtos de fermentação de matérias orgânicas.
Ocorrem situações em que a presença de material orgânico fermenta, produzindo gases nitrosos e dióxido de carbono, que é asfixiante e uma vez e meia mais pesado que o próprio ar, tomando o seu lugar.
Espaços confinados de entrada restrita refere-se a locais ou equipamentos que possuí entradas e saídas limitadas e não é projetado para ocupação contínua de trabalhadores.
Agentes biológicos
Constantemente estamos expostos aos mais diversos tipos de microrganismos causadores de doenças. Apesar de esses seres microscópicos estarem em toda parte, em determinados ambientes de trabalho corre-se mais o risco de se adoecer em decorrência deles. Os agentes biológicos que contaminamos ambientes ocupacionais são microrganismos como vírus, bactérias, protozoários, fungos, artrópodes, parasitas e derivados de animais e vegetais (agentes que provocam alergia).
Esse tipo de contaminação pode ocorrer pelo contato com o material contaminado e com pessoas portadoras de alguma doença contagiosa; por transmissão através de vetores (roedores, baratas, mosquitos e animais domésticos); por contato com roupas e objetos doentes; pela permanência em ambientes fechados; por acidentes com objetos pontiagudos, etc.
Os trabalhadores que estão sob risco de agentes biológicos devem realizar os exames periódicos pertinentes, receber um conjunto de vacinas para os agentes presentes em seu ambiente de trabalho. Devem utilizar todos os equipamentos de proteção individual (EPI’s) para proteger-se de contaminações e prevenir acidentes. 
Classificação dos agentes patogênicos
Segundo a Diretiva 90/679 da Comunidade Econômica Européia (CEE) de 26/11/1990, os agentes patogênicos são classificados por grupos de riscos numerados de 1 a 4, conforme o grau de periculosidade. Observa essa classificação na tabela nº 11.
	Tabela nº 11: Classificação dos agentes patogênicos
	 
	 
	 
	Característica do agente
	 
	 Grupo de risco
	 
	 
	1
	2
	3
	4
	É fácil provocar uma doença
	Não
	Sim
	Sim
	Sim
	A doença se propaga facilmente
	 
	Não
	Sim
	Sim
	A doença se propaga facilmente e não se conhece um tratamento eficaz
	 
	 
	Não
	Sim
	Fonte: Higiene ocupacional (2011)
	
	
	
	
Em relação ao grau de exposição a agentes patogênicos, duas situações devem ser consideradas:
As tarefas não exigem a manipulação de microrganismos, mas é provável que existam em determinados ambientes de trabalho.
O trabalho consiste em manipulação ou emprego de microrganismos (processos de fermentação, diagnósticos médicos, trabalhos de pesquisa e investigação).
Vírus
	São as formas mais simples de vida, de tamanho microscópico, constituídos por material genético, DNA ou RNA, e uma cobertura protéica.
	Seu ciclo vital passa necessariamente por um hospedeiro, isto é, para se reproduzir é necessário que ele penetre em algum ser vivo.
	O vírus infecta o ser vivo injetando seu material genético nas células do hospedeiro. Uma vez dentro da célula, o material genético interfere no desenvolvimento das células do hospedeiro e se serve da estrutura biológica da célula para fazer cópias de si mesmo em número suficiente para romper as paredes celulares, ficando, desse modo, em liberdade para infectar novas células.
	Dentre as doenças provocadas por vírus, destacamos: resfriado comum, gripe, pneumonia, rubéola, sarampo, herpes, varíola, raiva, hepatite, febre amarela, caxumba, etc.
Bactérias
	São em grande parte organismos patogênicos, microscópicos, porém maiores que os vírus, e capazes de viver em um meio adequado sem passar por um hospedeiro intermediário.
	Têm a capacidade de liberar esporos, que são formas de vida resistentes às condições adversas, podendo manter-se durante anos em condições de alta temperatura, clima seco e com falta de nutrientes e depois recuperar o seu estado normal e sua capacidade infectante ao entrar em contato com um meio adequado para seu desenvolvimento.
	Algumas doenças provocadas por bactérias: doença reumática, endocardite infecciosa, pneumonia bacteriana, tuberculose pulmonar, difteria, febre tifóide, cólera, tétano, meningite, botulismo, infecções hospitalares.
Protozoários
	São organismos unicelulares, alguns deles parasitas dos vertebrados. Seu ciclo vital é complexo, necessitando, em alguns casos, de vários hospedeiros para completar seu desenvolvimento. A transmissão de um hospedeiro a outro geralmente é feita por meio de insetos. Embora microscópicos esses organismos são maiores que as bactérias e possuem uma estrutura celular mais evoluída.
	Algumas doenças provocadas por protozoários: doença de chagas, amebíase, malária, toxoplasmose, giardíase.
Fungos
São formas complexas de vida que apresentam uma estrutura vegetativa denominada micélio, que surge germinação de suas células reprodutoras, ou esporos.
Felizmente, pouquíssimos fungos infestam os seres humanos, e os que os fazem geralmente colonizam a superfície (pele, unhas e cabelos), causando doenças como pé de atleta, tinha e sapinhos. .
Helmintos
São animais pluricelulares com ciclos vitais complexos e com diversas fases de desenvolvimento, sendo freqüente ocorrer cada uma dessas fases em diferentes hóspedes e com a transmissão de um hospedeiro para outro realizando-se por diferentes vetores (fezes/água/alimentos/insetos/roedores).
Esses vermes parasitas afetam o intestino humano de várias maneiras e em alguns casos migram para outros órgãos do corpo, podendo

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