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Análise de Riscos Ambientais e Prevenção

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ANÁLISE DE RISCOS 
AMBIENTAIS 
AULA 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof.a Cláudia Regina Bosa 
 
 
2 
 
 
CONVERSA INICIAL 
Nesta aula teremos a oportunidade de entender algumas formas de 
programas que podem auxiliar no planejamento de prevenção de riscos para o 
desenvolvimento das atividades humanas e também de conhecer algumas 
alternativas para a prevenção de riscos ambientais e para a mitigação dos 
impactos das atividades humanas ao meio ambiente. Trataremos sobre 
realização de auditorias na identificação de riscos e também sobre alguns 
programas de emissão zero de resíduos, os quais possibilitam uma significativa 
redução dos riscos para o ambiente e para os seres humanos, indo ao 
encontro dos princípios da preservação dos recursos naturais e equilíbrio nos 
ecossistemas. 
 
CONTEXTUALIZANDO 
Vamos imaginar a seguinte situação: você é funcionário de uma 
instituição pública, mais especificamente uma divisão da prefeitura de uma 
capital, há vários anos, sempre teve interesse em participar dos programas 
lançados dentro de cada uma das gestões relacionados ao manejo de resíduos 
sólidos e ao longo do tempo de trabalho conheceu inúmeras tentativas dos 
gestores, algumas com maior penetração entre os funcionários e a população e 
outros menos impactantes e, por consequência, com pobres resultados. Você 
sempre foi um militante nos setores por onde passou durante a sua vida de 
trabalho quando o assunto era manejo consciente de resíduos, sendo 
percebido por alguns de seus colegas de trabalho como um idealista e por 
outros como aquele “chato inconveniente” que quer ensinar a separar lixo em 
vez de fazer as suas atribuições enquanto funcionário, dessa forma você sofreu 
muitas críticas, pois mudar a forma de pensar das pessoas não se trata de uma 
tarefa fácil. Hoje a sua cidade passa por sérios problemas no sentido de 
encontrar um novo local para a destinação dos resíduos sólidos produzidos e 
você, sempre preocupado com essa questão, tem uma ideia inovadora para 
propor à gestão atual, a qual você acredita que levará à redução drástica da 
produção de resíduos sólidos e assim dará maior longevidade para o novo 
aterro de sua cidade. Diante dessa situação, você gostaria muito de contribuir e 
 
 
3 
mostrar sua ideia a fim de ajudar a reduzir a produção e realizar a destinação 
correta do lixo em sua cidade, porém tem medo das críticas de seus colegas de 
trabalho, os quais sempre foram muito resistentes a projetos novos e 
mudanças de comportamento. Qual seria a sua decisão diante dessa situação? 
Entraria em contato com seus superiores a fim de marcar uma reunião e 
explicar como funcionaria a sua proposta, sem se preocupar com as críticas 
prováveis dos colegas de trabalho? Marcaria um encontro com os colegas de 
trabalho e tentaria convencê-los da importância de modificar comportamentos 
frente à atual situação do excesso de produção de lixo e propor a mudança 
imediata dentro da própria prefeitura? Ou após muito pensar desistiria de suas 
convicções com relação ao assunto, pois já sabe qual seria a reação de seus 
colegas de trabalho, e não tem mais vontade de entrar em outro embate, no 
sentido de tentar mudar o comportamento das pessoas? O que você faria 
diante dessa situação? 
 
TEMA 1 – ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCO (APR) 
Atualmente, existem vários protocolos estabelecidos conforme a lei para 
que cada uma das atividades de trabalho seja desenvolvida. Esse processo 
ainda está em implantação em alguns países em desenvolvimento e, naqueles 
considerados desenvolvidos, é aplicado de forma mais efetiva. Cabe lembrar 
aqui que todas essas preocupações relacionadas aos ambientes de trabalho 
não foram de forma espontânea formuladas pelos grandes empregadores, 
mas, sim, conquistadas por ações dos trabalhadores, os quais exigiram 
melhoria das condições de trabalho e melhor qualidade de vida. Diante da 
grande quantidade de protocolos, normas e regulamentações, nesse momento 
daremos destaque para a Análise Preliminar de Riscos (APR), que consiste em 
uma análise detalhada do ambiente no qual está sendo desenvolvida a 
atividade laboral com a identificação dos potenciais riscos que possam estar 
presentes no local, e cujo principal objetivo é realizar uma identificação 
antecipada dos riscos com a finalidade de poder prevê-los e, dessa forma, 
preveni-los de forma mais eficaz, por meio da utilização de medidas mais 
adequadas para a minimização máxima do risco de acidentes no ambiente de 
trabalho. 
Poderíamos dizer com certeza que essa técnica é muito utilizada, pois 
trata-se da mais utilizada na questão da prevenção de acidentes no ambiente 
 
 
4 
de trabalho, pelo fato de apresentar resultados muitos positivos e por ter o 
potencial de envolver profissionais de diversas áreas de atuação. Esse tipo de 
análise faz parte das atividades diárias de profissionais e constitui parte 
fundamental dos currículos de estudantes de cursos técnicos em segurança do 
trabalho. 
O desenvolvimento da APR não ocorreu diretamente nos ambientes de 
trabalho, surgiu de demandas relacionadas aos sistemas de segurança dos 
Estados Unidos relacionados a manobras militares, sempre buscando um 
menor grau de risco para as suas operações. Em virtude dos bons resultados, 
ela acabou sendo difundida, adaptada e fazendo parte das atividades 
cotidianas dos trabalhadores comuns. 
Em seguida, listaremos alguns dos principais objetivos de uma APR: 
1. Identificar de forma criteriosa os possíveis riscos presentes nos 
diversos ambientes de trabalho. 
2. Realizar um trabalho de orientação personalizada para cada tipo de 
atividade desenvolvida pelos colaboradores. 
3. Estabelecer medidas de segurança para todas as áreas de trabalho 
de uma empresa. 
4. Organizar e sistematizar todas as tarefas que fazem parte do 
processo de determinada empresa a fim de minimizar falhas. 
5. Planejar cada etapa e cada tarefa de forma minuciosa. 
6. Realizar um trabalho de orientação sistemático junto aos 
colaboradores no sentido de conscientizar com relação aos riscos envolvidos 
em cada tipo de atividade laboral. 
7. Atuar na prevenção de qualquer tipo de acidente dentro do ambiente 
laboral. 
Qualquer nova atividade que seja introduzida no ambiente laboral deverá 
antes ser apreciada pelos protocolos da APR, a responsabilidade da aplicação 
fica por conta do supervisor das atividades laborais, porem é importante que 
todos os colaboradores tenham conhecimento desse processo e que a equipe 
do Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) 
ajude no assessoramento, com o objetivo de implantação correta de todas as 
etapas e garantia de segurança para os trabalhadores. 
 A equipe do SESMT tem a responsabilidade de auxiliar na realização da 
APR e de garantir que ela seja utilizada de forma correta, mantendo os dados 
 
 
5 
sempre disponíveis para qualquer colaborador da organização em questão. O 
papel do supervisor está relacionado diretamente à responsabilidade de 
garantir a realização da APR antes do início das atividades e somente permitir 
que as atividades comecem quando todas as medidas de prevenção estiverem 
adequadamente implantadas. Fica sob a responsabilidade do supervisor o 
arquivamento e a guarda de todos os documentos relacionados à APR e 
também a decisão de suspensão imediata das atividades laborais, caso 
identifique riscos potenciais que possam colocar em perigo a integridade da 
equipe envolvida. 
É importante que todos os envolvidos no desenvolvimento das 
atividades tenham consciência dos riscos envolvidos na realização delas e que, 
dessa forma, colaborem duranteo processo de realização destas priorizando 
as medidas de segurança preconizadas nos protocolos estabelecidos e assim 
garantindo a segurança de todo o grupo. 
Toda APR deve ser realizada de forma bastante detalhada com a 
finalidade de identificar não somente os riscos visíveis, mas também de prever 
riscos que não sejam tão evidentes durante o processo de levantamento 
destes. O processo de antecipação ou previsão dos riscos é uma forma efetiva 
de eliminar e prevenir riscos, fato que pode ser auxiliado quando se pode 
lançar mão da observação de dados históricos relacionados para aquele tipo 
de atividade. É importante salientar que por muitas vezes os riscos 
amplamente conhecidos são deixados de lado e tratados com menor atenção. 
Cabe lembrar que por muitas vezes são esses os que se efetivam e que 
acabam por trazer consequências por vezes temporárias e até permanentes 
para os envolvidos com a atividade. 
Todas as ferramentas disponíveis devem ser utilizadas no sentido de 
prevenir acidentes, garantindo a integridade física do trabalhador e também a 
sua saúde e qualidade de vida no ambiente de trabalho; a equipe de gestores 
não deve ter somente a preocupação em reduzir o número de acidentes 
registrados, mas também de reduzir os riscos aos quais todos os trabalhadores 
estão expostos todos os dias. 
 
TEMA 2 – PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS 
Sabemos que atualmente existe uma grande variedade de protocolos 
que podem ser seguidos a fim de preservar a saúde dos trabalhadores 
 
 
6 
evolvidos nos mais variados ramos de atividades existentes, inclusive existem 
até formas de remuneração diferenciada para aqueles que realizam atividades 
consideradas de riscos e insalubres. Diante das questões que envolvem os 
riscos aos quais os trabalhadores estão expostos no seu cotidiano, podemos 
dar destaque para o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), o 
qual tem por objetivo principal manter a integridade da saúde do trabalhador no 
seu ambiente laboral por meio de uma avaliação constante dos riscos 
ambientais presentes em suas atividades. O PPRA tem como meta identificar, 
listar, classificar, medir a intensidade, pensar em medidas de mitigação e 
prevenção e controle de qualquer risco que exista no ambiente de trabalho e 
que possa trazer prejuízos para a saúde do trabalhador. Esse plano realiza 
exigências aos empregadores no sentido de realizar modificações no ambiente 
de trabalho a fim de reduzir os riscos ambientais e preservar a integridade da 
saúde dos trabalhadores envolvidos. 
Mas como podemos definir o que são os riscos ambientais dentro desse 
contexto? Os riscos ambientais dentro da perspectiva do ambiente de trabalho 
são todo e qualquer fator que, caso se efetive, possa levar a prejuízos para a 
integridade da saúde do trabalhador, prejuízos esses que podem ser maiores 
ou menores de acordo com a natureza, intensidade e tempo de exposição ao 
referido risco ambiental. 
Os riscos ambientais no ambiente de trabalho podem ser classificados 
da seguinte maneira: 
Riscos Físicos (NR-15): os riscos físicos estão relacionados a todos os 
fatores físicos aos quais os trabalhadores possam estar expostos como: som, 
vibrações, pressões, temperaturas muito altas ou muito baixas, radiações 
diversas, dentro outros. 
Riscos Químicos (NR-15): os riscos químicos estão relacionados à 
exposição dos trabalhadores a qualquer tipo de composto que possa ser 
inalado ou entrar no organismo por meio de contato físico com a pele ou ainda 
por ingestão. Aqui podemos citar como exemplo: poeiras, produtos voláteis, 
gases, vapores, dentre outros. 
Riscos Biológicos (NR-15): esses riscos estão associados ao contato 
com patógenos (seres vivos causadores de doenças) que possam estar 
presentes no ambiente de trabalho, como vírus, bactérias, fungos, dentre 
 
 
7 
outros capazes de causar o desenvolvimento de doenças específicas nos 
trabalhadores. 
Conforme as normas preconizadoras, o PPRA deverá seguir algumas 
etapas, sendo elas: 
Antecipação – fase inicial na qual os envolvidos realizarão uma análise 
criteriosa das instalações nas quais a atividade será desenvolvida a fim de 
identificar riscos e sugerir medidas para a redução ou eliminação destes. 
Reconhecimento – Nessa fase, além da identificação dos riscos 
potenciais, serão listadas as fontes que os produzem e o comportamento dos 
riscos no ambiente de trabalho. No reconhecimento, traça-se uma previsão de 
como o risco se comportaria caso se efetivasse, pensando, inclusive, nos 
potenciais prejuízos à saúde dos trabalhadores. 
Avaliação – Nessa etapa é realizada a avaliação quantitativa para 
comprovar a existência ou não de determinado risco, a qual serve de subsídio 
para que se tenham parâmetros no processo de prevenção deles. 
Controle – Nessa fase, por fim ocorre a implantação das medidas de 
controle com a finalidade de minimizar ou eliminar os riscos ambientais 
presentes no ambiente de trabalho. 
O PPRA deve estar intimamente integrado com o Serviço Especializado 
em Segurança e Medicina do Trabalho – NR7 (SESMT), pois aquele tem o 
papel de identificar os riscos ambientais aos quais os trabalhadores estão 
expostos e esse tem o objetivo de realizar avaliações clínicas dos 
trabalhadores expostos aos riscos ambientais, sendo assim, os resultados 
obtidos nas avaliações clínicas nos trabalhadores podem avaliar o trabalho do 
PPRA e verificar se está sendo eficiente no processo de prevenção aos 
agravos à saúde dos trabalhadores. Dessa forma, pode sugerir e orientar 
medidas e ações coletivas de controle ou eliminação de riscos no ambiente de 
trabalho. 
O PPRA deve ser amplamente divulgado em todos os setores da 
empresa, de forma que todos os trabalhadores envolvidos no processo tenham 
consciência dos riscos envolvidos em suas atividades laborais, auxiliando 
assim na redução da efetivação deles. 
 
 
8 
 
TEMA 3 – AUDITORIAS DE SEGURANÇA 
Quando falamos em auditoria, a maioria das pessoas tem uma visão 
negativa, e quando dizemos que um auditor estará presente na empresa, 
normalmente o desconforto das pessoas envolvidas é geral. Infelizmente esse 
não deveria ser o comportamento das pessoas frente a um processo de 
auditoria, pois quando esta ocorre significa que existe a possibilidade real de 
elencar as falhas e direcioná-las para o caminho da correção e garantia da 
qualidade e confiabilidade do produto ou serviço prestado para a comunidade. 
Os processos de auditoria são processos realizados de forma 
extremamente sistemática e bem documentados, para que possam levantar 
evidências dos processos que estão sendo desenvolvidos dentro do ambiente 
auditado, envolvendo todos os aspectos, como industriais e gerenciais. O seu 
objetivo é realizar a identificação de inconformidades nos sistemas, as quais 
podem reduzir o desempenho e a qualidade dos processos e produtos e ainda 
tornar os ambientes de trabalho menos seguros, levando a sérios agravos para 
a saúde dos trabalhadores. 
As auditorias devem seguir parâmetros específicos estabelecidos para 
ações internas e externas; como exemplo, podemos citar algumas normas 
presentes nas Normas Regulamentadoras (NRs), normas técnicas da ABNT, 
Recomendações Técnicas e Procedimentos da Fundacentro, dentre muitas 
outras que poderão ser utilizadas como parâmetro para o desenvolvimento de 
um processo de auditoria. 
Quando tratamos de uma auditoria relacionada à segurança do trabalho, 
estamos nos referindo a um processo que terá como principal objetivo realizar 
a coleta de informações relacionadas à confiabilidade do sistema de segurança 
presente naquele tipo de atividade laboral. Assim que issofor realizado, uma 
avaliação criteriosa é feita e, em seguida, é possível realizar uma autoavaliação 
do sistema com relação à segurança do trabalho e também será possível criar 
um plano de ação a fim de eliminar as questões que não estão dentro das 
conformidades necessárias. 
Qualquer auditoria realizada deve contar com profissionais 
especializados de acordo com a área a ser auditada, e nunca o profissional que 
realizará o processo de auditoria poderá estar relacionado com o processo a 
 
 
9 
ser auditado, pois esse tipo de fato pode levar a falhas graves no processo de 
auditoria, com resultados tendenciosos. 
Tipos de auditoria 
Um processo de auditoria pode ser iniciado por qualquer parte 
interessada de uma determinada organização, gestores, dono da empresa, 
empregados e outros demais envolvidos no processo que acreditem haver 
inconformidades em qualquer etapa deste. Existem três diferentes tipos de 
auditorias listados a seguir. 
1. Auditoria interna ou de primeira parte: Esse tipo de auditoria é 
realizado pela própria instituição, com objetivos claros de melhoria da 
qualidade do processo e dos resultados. 
2. Auditoria de segunda parte: Essa forma de auditoria depende da 
contratação de uma equipe externa ao processo, com o objetivo principal de 
identificar inconformidades relacionadas à segurança do trabalho. 
3. Auditoria externa ou de terceira parte: Esse tipo de auditoria está 
relacionada à intenção da organização em conseguir certificações como um 
tipo de ISO, para isso a organização será submetida a um tipo de auditoria 
externa conduzida por um grupo de profissionais externo. 
De modo geral, as auditorias devem envolver três fases durante o seu 
processo de execução: 
a. Preparação: Nesse momento é realizado o plano de ação do processo 
de auditoria, no qual são listados os objetivos de realização do evento, os 
critérios, os documentos que serão utilizados como referência e ainda um 
check-list de todos os passos a serem realizados, ou seja, nessa etapa é 
construído o escopo do trabalho a ser realizado no campo. 
b. Execução: Nesse momento é realizada a efetivação do check-list, 
todo o processo deve ser amplamente documentado. 
c. Elaboração de relatórios: Nessa etapa será realizada a descrição do 
que foi encontrado em campo, com a descrição das inconformidades e 
sugestão de um plano de ação. 
Diante do exposto, conseguimos pensar em quais são os benefícios 
oferecidos por um processo de auditoria? Podemos citar alguns deles: redução 
de acidentes, melhoria da qualidade das condições de trabalho, priorização das 
ações em segurança do trabalho, redução de custos de operação, aumento da 
produtividade e eficiência, dentre outros. 
 
 
10 
Por muitas vezes a maioria dos envolvidos em um processo de auditoria 
qualquer o tipo que ele seja, apresenta grande rejeição e preocupação com a 
efetivação dele e os auditores são sempre vistos com muita desconfiança. É 
importante salientar para as pessoas envolvidas em um processo de auditoria 
não apenas que esse tipo de trabalho é de grande importância para a 
verificação de incongruências e erros dos mais variados níveis dentro de uma 
instituição, mas também que a sua identificação pode levar à prevenção de 
riscos ou até mesmo ao fechamento da atividade em questão. Podemos pensar 
diante do exposto até o momento que as organizações que nunca tiveram um 
processo de auditoria podem ter riscos sérios para a saúde de seus 
trabalhadores, portanto devemos receber esse tipo de processo com simpatia, 
pois ele tende a melhorar nossas condições de trabalho. 
 
TEMA 4 – RISCOS AMBIENTAIS 
Quando tratamos de riscos ambientais no ambiente de trabalho, 
estamos nos referindo a todos os riscos, tanto físicos, quanto químicos e 
biológicos, aos quais os trabalhadores possam estar expostos no período de 
desenvolvimento de suas atividades, pois as formas de exposição e 
intensidade a que os trabalhadores se submetem em relação a esses riscos 
podem determinar os tipos de agravos que podem ocorrer à saúde. 
Atualmente, temos inclusive uma área específica que se dedica ao estudo 
desses tipos de agravos à saúde denominada de Higiene e Saúde 
Ocupacional, a qual por lei se efetua no Brasil por meio do Programa de 
Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA). 
Quando a atividade laboral desenvolvida oferecer risco à saúde do 
trabalhador, a empresa deve por lei fornecer todas as orientações no sentido 
da prevenção da efetivação dos riscos e ainda oferecer Equipamentos de 
Proteção Individual (EPIs) e Equipamentos de Proteção Coletiva (EPCs) de 
boa qualidade, os quais devem ser trocados de acordo com o desgaste 
observado ou a data de validade. Caso a empresa não realize essa medida de 
prevenção, poderá ser realizada a denúncia junto ao Ministério do Trabalho. 
Caso isso ocorra, a empresa será fiscalizada por profissionais especializados, 
e, caso a denúncia se confirme, a empresa será multada e todas as sanções 
previstas em lei serão executadas. No entanto, se a empresa cumpre tudo o 
que está preconizado nas leis, cabe ao trabalhador acatar e seguir as 
 
 
11 
orientações, pois, caso o trabalhador se recuse a usar os EPIs e EPCs 
fornecidos de acordo com a lei, ele poderá ser primeiro advertido e, caso a 
recusa no uso ou o uso adequado continue, poderá ser demitido por justa 
causa. 
Todos e quaisquer equipamentos de proteção devem ser fornecidos 
gratuitamente pela empresa e o uso deve ser individual, as condições de uso 
também devem ser adequadas, e, caso não estejam de acordo, a substituição 
deve ser imediata. Caso falte ou a quantidade de equipamentos de proteção 
seja insuficiente, torna-se obrigatório o pagamento do adicional de 
insalubridade. 
Podemos listar algumas leis que estão intimamente envolvidas com as 
questões de gestão de riscos no ambiente de trabalho: CLT (Consolidação das 
Leis do Trabalho), NR6. 
O quadro abaixo mostra a classificação dos riscos ambientais que 
podem estar presentes durante o desenvolvimento de uma atividade laboral: 
Quadro 1. Tipos de riscos ambientais que podem estar presentes no ambiente 
de trabalho. 
 
Fonte: Hokeberg et al., 2006 
Todo ambiente de trabalho deve ter exposto em local de fácil 
observação o seu Mapa de Riscos Ambientais, o qual tem a função de orientar 
os trabalhadores presentes naquele ambiente sobre os possíveis riscos aos 
quais estão expostos e também a intensidade de cada um deles. 
Abaixo segue exemplo de um mapa de risco ambiental. 
 
 
12 
Figura 1. Exemplo de mapa de risco de uma empresa. 
 
Fonte: <http://www.uff.br/enfermagemdotrabalho/mapaderisco.htm> 
Por meio da observação desse mapa, as pessoas envolvidas podem se 
orientar pelas cores e tamanhos dos círculos a fim de entender os reais riscos 
presentes no local de trabalho. O mapa deve ser constantemente revisado, 
pois mudanças do ambiente de trabalho podem ocorrer e modificar os riscos 
presentes. 
 
TEMA 5 – PROGRAMAS DE EMISSÃO ZERO DE RESÍDUOS 
Nos dias atuais, continuamente somos bombardeados por informações 
que tratam de processos de preservação da natureza e manutenção dos 
recursos naturais, tipo de preocupação que existe há algumas décadas 
podendo ser dado maior destaque para a década de 1970, quando grandes 
movimentos como as conferências internacionais sobre o meio ambiente 
ganharam força e se mantêm cada vez com maior influência nos dias atuais. 
Diante desses movimentos internacionais, pensando no desenvolvimento de 
uma consciência ecológica, surge nos anos 1970 o conceito de Resíduo Zero, 
o qual se baseou em ciclos da natureza, nos quais toda a matéria é reciclada, 
não ocorrendo a formaçãode resíduos, pois entendemos hoje que não é 
possível continuar a forma de utilização dos recursos naturais como estamos 
realizando, pois em breve estes entrarão em colapso, fato que pode 
comprometer a existência da humanidade. O Programa de Resíduo Zero visa à 
redução do desperdício, à melhor utilização da matéria-prima e à utilização de 
subprodutos. 
Não podemos mais ter o pensamento de que os recursos da natureza 
são abundantes e infinitos. Devido a esse tipo de percepção, mesmo com 
 
 
13 
todos os movimentos ambientais internacionais, somente recentemente a 
ciência econômica começou a se interessar sobre o assunto, com certeza 
pressionada pelo crescimento de um perfil de consumidor mais consciente de 
suas escolhas. 
Um dos termos mais utilizados quando tratamos das questões 
ambientais é o pensamento relacionado ao desenvolvimento sustentável, no 
qual devemos rever nossos modos de consumo e produção para que as 
gerações futuras tenham a oportunidade de utilizar esses mesmos recursos. 
Desse modo, há necessidade de pesquisas no sentido de maximizar a 
utilização dos recursos e de confeccionar produtos que possam conquistar 
esse novo nicho de consumidores presentes no mercado de trabalho. 
Dentro dessa perspectiva, surgem os conceitos da Metodologia Zero 
Emissions Research Initiative (ZERI), com o intuito de ajudar nos processos de 
certificação da ISO 14000. Esse tipo de metodologia preconiza que a emissão 
de resíduos deve ser zero, seguindo como exemplo os ciclos da natureza, 
sempre gerando um outro produto e não um resíduo sem qualquer finalidade 
para a cadeia de produção. 
Por meio da adoção da metodologia ZERI, podemos alcançar alguns 
objetivos extremamente importantes relacionados ao processo de conservação 
dos recursos da natureza e preocupação com as gerações futuras, sendo 
alguns deles: reduzir os impactos causados no solo, água, ar e nos 
ecossistemas de um modo geral, reduzir os fatores causadores das mudanças 
climáticas, projetar produtos com menor toxicidade, respeitar os ciclos da 
natureza, incentivar o consumo consciente, dentre muitas outras ações 
positivas para os processos de manutenção da saúde de nosso planeta. 
Com o uso da metodologia de emissão zero, podemos pensar na 
chamada economia verde, a qual é circular e não unidirecional, como a 
economia atual que temos, sempre direcionada para a seta do consumo, sem 
pensar no desperdício e na produção de resíduos. Nesse tipo de concepção, a 
ciclagem dos materiais é essencial, com a possibilidade de aumento de postos 
de trabalhos e valorizando as economias locais. 
Esse tipo de pensamento une um conjunto de estratégias no sentido de 
evitar o desperdício, em vez de somente pensar em como geri-lo. Apreender os 
conceitos envolvidos nesse novo modo de produção envolve mudanças 
profundas da forma de pensar e também mudanças de valores, nas quais a 
 
 
14 
sociedade do ter seja deixada de lado e nos preocupemos realmente com os 
dejetos que produzimos e com qual ambiente deixaremos para nossos 
sucessores. 
Nesse momento, é importante salientar que a metodologia de emissão 
zero de resíduos tem profunda relação com a sustentabilidade ambiental que é 
conceituada a seguir. 
Conceito de Sustentabilidade 
Sustentabilidade é um conceito intimamente relacionado com as 
questões do desenvolvimento econômico, segundo o qual devemos utilizar os 
recursos naturais de forma racional, maximizando o uso deles e pensando na 
disponibilidade destes para as gerações futuras, para que elas tenham iguais 
oportunidades de utilização. Portanto, pensar em sustentabilidade sem 
relacionar as questões econômicas não é possível, há necessidade urgente de 
quebrar vários paradigmas relacionados aos hábitos de consumo atuais. 
Mas, para que essa metodologia entre em funcionamento em todas as 
formas de produção humana, temos muito ainda por fazer, começando pela 
sensibilização da sociedade e dos governantes para que a necessidade da 
sustentabilidade seja entendida e para que os governos criem leis que 
concedam benefícios às formas de produção que tenham emissão zero. 
Lembrando que a cada década que passa os consumidores estão mais 
conscientes quanto à forma de impacto no ambiente dos produtos que eles 
consomem. 
 
FINALIZANDO 
Nesta aula, tratamos o gerenciamento dos riscos ambientais, tipos de 
riscos ambientais que existem, formas de orientação das pessoas envolvidas 
nas atividades diante da presença deles, como os mapas de riscos ambientais. 
Também comentamos sobre a importância da realização de um Programa de 
Prevenção de Riscos ambientais, tanto para a saúde dos trabalhadores 
envolvidos quanto para a redução do risco de catástrofes ambientais. Por fim, 
destacamos o incentivo ao uso de tecnologias mais limpas e de formas de 
produção com emissão zero de resíduos, processos que vêm ao encontro das 
preconizações dos programas das economias mais verdes, tipo de gestão que 
pode garantir a sustentabilidade das gerações futuras e dos ecossistemas por 
consequência. 
 
 
15 
Agora, com relação à contextualização desta aula, que atitude você 
tomaria para mostrar a sua ideia relacionada a um efetivo plano de 
gerenciamento de resíduos sólidos na sua cidade? Tentaria mostrar aos seus 
colegas de trabalho e ganhar a simpatia deles para seu plano? Ou desistiria da 
ideia, pois concluiu que está cansado para mais um embate na tentativa de 
sensibilizar as pessoas para essa questão? 
 
REFERÊNCIAS 
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. Diretrizes para 
Auditorias de Gestão. NBR ISSO 19011:2012. Rio de Janeiro: ABNT, 2012. 
 
BRASIL. Ministério da Saúde: Classificação de risco dos agentes biológicos. 
Brasília: MS, 2010. 
 
BUSCHINELLI J. T. P. Manual de interpretação de informações sobre 
substâncias químicas. São Paulo: Fundacentro, 2011. 
 
DIAS, R. Gestão ambiental: responsabilidade social e sustentabilidade. 2. ed. 
São Paulo: Atlas, 2011. 
 
FREITAS, L. C. Manual de segurança e saúde do trabalho. 1. ed. São Paulo: 
Edições Silabo, 2008. 
 
SALIBA, T. M. Curso básico de segurança e higiene ocupacional. 4. ed. São 
Paulo: LTR, 2011. 
 
VIANNA, C. S. V. Acidente do trabalho: abordagem completa e atualizada. 
São Paulo: LTR, 2015.

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