Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Revit 2018 Viabilidade Técnica e Estudo Preliminar de Projetos de Arquitetura Aula 1.5 Parâmetros de projeto e índices urbanísticos Profa. Roberta Vendraminiwww.construir.arq.br Aula 1.5: Parâmetros de projeto e índices urbanísticos 1.5.1 Introdução www.construir.arq.br Profa. Roberta Vendramini Os índices urbanísticos são parâmetros regulatórios de construção estipulados e definidos nos Planos Diretores Estratégicos (PDE) dos municípios, regulamentados pelas respectivas Leis de Uso e Ocupação do Solo (LPUOS) e cujo atendimento quanto aos seus valores mínimos e máximos são exigidos pelos Códigos de Obras municipais (COE) para fins de aprovação de projetos e emissão de alvarás. O objetivo desta videoaula é justamente apresentar as definições sobre os parâmetros que devem ser observados em qualquer projeto de arquitetura: áreas, recuos, gabarito, taxa de ocupação e coeficiente de aproveitamento! Boa aula! Aula 1.5: Parâmetros de projeto e índices urbanísticos 1.5.2 Áreas www.construir.arq.br Profa. Roberta Vendramini • Área de escritura É a área definida pelo documento de propriedade. • Área real do terreno É a área encontrada pelo levantamento planialtimétrico. Fig. 1 – Indicação de área de escritura e área real do terreno Fonte: Arquivo pessoal Aula 1.5: Parâmetros de projeto e índices urbanísticos 1.5.2 Áreas www.construir.arq.br Profa. Roberta Vendramini • Área total projetada Corresponde à área de toda a edificação em projeção horizontal, ou seja, sobre o terreno, logo não considera a quantidade de pavimentos. • Área não computável Define a área construída que não é contabilizada para o cálculo da taxa de ocupação e coeficiente de aproveitamento. Cada município possui regras próprias sobre esse assunto e, em São Paulo, considera-se não computável casos como abrigo para automóveis, estacionamento, térreo sob pilotis, lazer comum em edifícios, apartamento de zelador até 60 m2, ático, entre outros casos que são definidos pela legislação local. Aula 1.5: Parâmetros de projeto e índices urbanísticos 1.5.2 Áreas www.construir.arq.br Profa. Roberta Vendramini • Área construída computável É a soma das áreas cobertas de todos os pavimentos de uma edificação que são consideradas para o cálculo do coeficiente de aproveitamento (CA). O COE de cada município lista as áreas computáveis. • Área total construída ou Área total edificada É a soma das áreas cobertas de todos os pavimentos da edificação, sendo consideradas tanto as áreas computáveis quanto as não computáveis. • Área impermeável É aquela ocupada por edificação ou pavimentação não drenante. Aula 1.5: Parâmetros de projeto e índices urbanísticos 1.5.2 Áreas www.construir.arq.br Profa. Roberta Vendramini • Área permeável É aquela que permite a infiltração da água no solo, livre de qualquer edificação ou pavimentação não drenante. Nas áreas com concregrama, deve ser considerado o grau de permeabilização do material especificado pelo fabricante do mesmo. Fig. 2 – Concregrama: blocos vazados de concreto com permeabilidade entre 50% e 70% Fonte: Google Images (2017) Aula 1.5: Parâmetros de projeto e índices urbanísticos 1.5.3 Recuos www.construir.arq.br Profa. Roberta Vendramini Trata-se do afastamento horizontal (frontal, laterais e de fundos) de uma edificação das edificações vizinhas e logradouros (considerando o perímetro do terreno). Os recuos mínimos necessários para cada lote são definidos na Lei de Uso e Ocupação do Solo e, em alguns casos, em regulamentos internos de condomínios. Em São Paulo, por exemplo, para edificações até 6 m de altura só é exigido recuo frontal, salvo se nas laterais e/ou fundos houver janelas. Neste caso, deverá ser observado o recuo mínimo de 1.5m. Acima de 6m de altura, os recuos mínimos (laterais e fundos) são de 3m e seguem uma fórmula de cálculo escalonado definida na lei vigente. Aula 1.5: Parâmetros de projeto e índices urbanísticos 1.5.4 Gabarito www.construir.arq.br Profa. Roberta Vendramini O gabarito corresponde à altura de uma edificação, ou seja, à distância entre o piso do pavimento térreo e o ponto mais alto da cobertura excluídos o ático, casas de máquina e a caixa d’água. A legislação de cada município definirá qual o gabarito máximo que uma edificação poderá atingir. Fig. 3 – Gabarito de uma edificação Fonte: Prefeitura da Cidade de São Paulo (2014) Aula 1.5: Parâmetros de projeto e índices urbanísticos 1.5.5 Taxa de ocupação (TO) Baseado em Saboya (2007) e Prefeitura da Cidade de São Paulo (2014) www.construir.arq.br Profa. Roberta Vendramini A taxa de ocupação é um índice urbanístico que considera a projeção horizontal da construção, sem se observar os pavimentos. Faz-se a soma da projeção de toda a área construída em planta (sobrepondo-se todos os pavimentos para que somente a área de projeção seja contabilizada) e divide-se pela área do terreno, obtendo-se a taxa de ocupação (TO). A taxa de ocupação permitida por terreno é prevista na Lei de Uso e Ocupação do Solo de cada município. Aula 1.5: Parâmetros de projeto e índices urbanísticos 1.5.5 Taxa de ocupação (TO) Baseado em Saboya (2007) e Prefeitura da Cidade de São Paulo (2014) www.construir.arq.br Profa. Roberta Vendramini Pode-se dizer que a TO é a relação percentual entre a projeção da edificação e a área do terreno. Ou seja, ela representa a porcentagem do terreno sobre o qual há edificação. Fig. 4 - A TO mede apenas a projeção da edificação sobre o terreno. Fonte: Saboya (2007) Aula 1.5: Parâmetros de projeto e índices urbanísticos 1.5.5 Taxa de ocupação (TO) Baseado em Saboya (2007) e Prefeitura da Cidade de São Paulo (2014) www.construir.arq.br Profa. Roberta Vendramini Por isso, a TO não está diretamente ligada ao número de pavimentos da edificação. Na realidade, se os pavimentos superiores estiverem contidos dentro dos limites do pavimento térreo, o número de pavimentos não fará diferença nenhuma na TO. Se, ao contrário, um ou mais pavimentos tiverem elementos que se projetam para fora, então a TO será alterada, conforme pode ser visto na figura 5. Aula 1.5: Parâmetros de projeto e índices urbanísticos 1.5.5 Taxa de ocupação (TO) Baseado em Saboya (2007) e Prefeitura da Cidade de São Paulo (2014) www.construir.arq.br Profa. Roberta Vendramini Fig. 5 - A TO apenas muda com o número de pavimentos se houver elementos que se projetam para além dos limites do pavimento térreo. Fonte: Saboya (2007) Aula 1.5: Parâmetros de projeto e índices urbanísticos 1.5.5 Taxa de ocupação (TO) Baseado em Saboya (2007) e Prefeitura da Cidade de São Paulo (2014) www.construir.arq.br Profa. Roberta Vendramini Como padrão de referência, a figura 6 apresenta uma ideia do que representam taxas de ocupação diferentes. Fig. 6 - Parâmetros de referência para a TO Fonte: Saboya (2007) Aula 1.5: Parâmetros de projeto e índices urbanísticos 1.5.6 Coeficiente de aproveitamento (CA) Baseado em Saboya (2007) e Prefeitura da Cidade de São Paulo (2014) www.construir.arq.br Profa. Roberta Vendramini O coeficiente de aproveitamento é um índice (portanto não possui unidade de medida), que pode ser obtido pela divisão entre a área construída computável total de uma construção e a área do terreno. O aproveitamento máximo permitido do terreno é definido pela Lei de Uso e Ocupação do Solo. Na cidade de São Paulo, existem as variantes de Aproveitamento Mínimo, Básico e Máximo. Não é permitido construir menos que o mínimo estabelecido em lei para cada região, pois se considera que o terreno seria sub-aproveitado. Caso o proprietário deseje construir acima do aproveitamento básico, é necessário pagar Outorga Onerosa, que é uma contrapartida financeira para quese possa construir para além do potencial construtivo básico até o limite do coeficiente de aproveitamento máximo. Aula 1.5: Parâmetros de projeto e índices urbanísticos 1.5.6 Coeficiente de aproveitamento (CA) Baseado em Saboya (2007) e Prefeitura da Cidade de São Paulo (2014) www.construir.arq.br Profa. Roberta Vendramini Resumindo, o coeficiente de aproveitamento é um número que, multiplicado pela área do lote, indica a quantidade máxima de metros quadrados que podem ser construídos em um terreno, somando-se as áreas computáveis de todos os pavimentos. A figura 7 apresenta duas possibilidades de edificação em um lote de 24 x 30m, com CA=2. A primeira, que utiliza TO=50%, permite apenas 4 pavimentos. A segunda distribui a área edificada em 8 pavimentos, cada um com TO de 25%. Aula 1.5: Parâmetros de projeto e índices urbanísticos 1.5.6 Coeficiente de Aproveitamento (CA) Baseado em Saboya (2007) e Prefeitura da Cidade de São Paulo (2014) www.construir.arq.br Profa. Roberta Vendramini Fig. 7 - Variações do número de pavimentos e da TO, mantendo o mesmo CA. Fonte: Saboya (2007) Aula 1.5: Parâmetros de projeto e índices urbanísticos 1.5.6 Coeficiente de aproveitamento (CA) Baseado em Saboya (2007) e Prefeitura da Cidade de São Paulo (2014) www.construir.arq.br Profa. Roberta Vendramini Dessa forma, o autor do projeto arquitetônico pode ir testando as possibilidades de edificação resultantes das diversas combinações de taxa de ocupação e coeficiente de aproveitamento, sempre levando em consideração os objetivos para cada zona (adensar, restringir a ocupação, proteger a paisagem, e assim por diante). Aula 1.5: Parâmetros de projeto e índices urbanísticos 1.5.7 Considerações finais sobre T.O. e C.A. Texto de Saboya (2007) www.construir.arq.br Profa. Roberta Vendramini Os detalhes sobre a aplicação desses parâmetros são definidos caso-a-caso, ou seja, não há uma regra geral nem uma Lei Federal que estipule com detalhes como esses instrumentos devem ser aplicados em cada município. Cada município possui suas próprias regras para a aplicação desses conteúdos. Em outras palavras, é a legislação urbanística municipal que determinará os detalhes da aplicação do coeficiente de aproveitamento e da taxa de ocupação. Essa legislação urbanística inclui, normalmente, o Plano Diretor, a Lei de Uso e Ocupação do Solo e o Código de Obras e devem definir: Aula 1.5: Parâmetros de projeto e índices urbanísticos 1.5.7 Considerações finais sobre T.O. e C.A. Texto de Saboya (2007) www.construir.arq.br Profa. Roberta Vendramini • quais os limites máximos para cada um dos índices urbanísticos, em cada zona da cidade; • o que deve ser contabilizado e o que não deve ser contabilizado para efeitos de aplicação dos instrumentos. Por isso, não é possível saber de antemão esses detalhes. Isso vai depender da realidade de cada município. Entretanto, alguns aspectos parecem se repetir em diversos locais. Por exemplo, não costuma ser contabilizado no coeficiente de aproveitamento: • sacadas, até um limite máximo de área ou de balanço; • garagens (nos edifícios, e mesmo assim apenas em municípios que incentivam os pavimentos-garagem); Aula 1.5: Parâmetros de projeto e índices urbanísticos 1.5.7 Considerações finais sobre T.O. e C.A. Texto de Saboya (2007) www.construir.arq.br Profa. Roberta Vendramini • áreas abertas, tais como piscinas; • áticos, desde que não ultrapassem uma determinada porcentagem da área do pavimento-tipo. Portanto, para assegurar-se sobre o que conta e o que não conta em uma cidade, só mesmo consultando as leis mencionadas anteriormente. Aula 1.5: Parâmetros de projeto e índices urbanísticos 1.5.8 Referências www.construir.arq.br Profa. Roberta Vendramini PREFEITURA DA CIDADE DE SÃO PAULO. Quadros 1 A 14 Anexos a Lei nº 16.050, de 31 de julho de 2014. Disponível em: <http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/arquivos/PDE_lei_final_ aprovada/QUADROS/PDF/PDE2013_SUBST2_Quadro_1_CA_Defini coes.pdf>. Acesso em: 15 mar. 2017. SABOYA, R. Taxa de ocupação e Coeficiente de aproveitamento. Santa Catarina, 2007. Disponível em: <http://urbanidades.arq.br/2007/12/taxa-de-ocupacao-e- coeficiente-de-aproveitamento/>. Acesso em: 15 mar. 2017. GOOGLE IMAGES. Pesquisa geral sobre imagens de concregrama. Disponível em: <https://images.google.com/>. Acesso em: 15 abr. 2017. Muito obrigada! www.construir.arq.br Profa. Roberta Vendramini
Compartilhar