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Prévia do material em texto

Projeto Arquitetônico: 
Habitação Multifamiliar
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Me. Ana Cristina Gentile Ferreira
Revisão Textual:
Prof.ª Esp. Kelciane da Rocha Campos
Projetos de Habitações Multifamiliares de Baixa Densidade
• Análise de Projetos de Baixa Densidade;
• Relações de Espaços e Formas Construídas;
• Diagnósticos;
• Legislações Existentes.
• Analisar projetos de baixa densidade e o processo de ordenação dos elementos composi-
tivos do espaço construtivo;
• Considerar o escopo dos programas e legislações existentes para o desenvolvimento 
do projeto;
• Pensar em novas formas de projeto arquitetônico multifamiliar considerando as referên-
cias estudadas.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
Projetos de Habitações 
Multifamiliares de Baixa Densidade
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Projetos de Habitações Multifamiliares de Baixa Densidade
Análise de Projetos de Baixa Densidade
Para dar início aos exemplos de projetos de baixa densidade, utilizamos como 
base principal o trabalho desenvolvido no conjunto de publicações “Os pioneiros 
da habitação social”, em especial no volume 2, que trata da produção pública no 
Brasil entre 1930 e 1964.
Em primeiro lugar, é importante entender o que é baixa densidade. A citação a 
seguir descreve um resumo dos conceitos de densidade e como são aplicadas quan-
do o tema é habitação.
Conforme o “Dictionnaire de L’Urbanisme et de L’aménagement”, como 
breve esclarecimento terminológico, Merlin & Choay definem a densidade 
como um indicador estatístico (que pode se referir à população, habita-
ções, empregos, etc.) em uma superfície (área). A densidade populacional 
corresponde ao número de indivíduos de uma ilhota, de um quarteirão, 
de uma cidade, de um país, etc., assim, refere-se ao número de indivíduos 
pela unidade de superfície, muito utilizado no processo de regulamenta-
ção e controle do solo urbano. Já a densidade habitacional se refere ao 
número de habitações numa superfície de terra ocupada. Apesar da su-
posta definição simples acerca da densidade, em especial a habitacional, 
seu uso e aplicação é delicado por uma série de razões, pois, com exceção 
à escala de conjuntos habitacionais mais homogêneos, no qual se calcula 
uma média de ocupação, na maioria das vezes, numa escala mediana e 
urbana de análise, a superfície não somente é ocupada por habitações, 
mas por vias, estacionamento, espaços comuns, áreas verdes, terrenos 
desocupados, ou até mesmo edificações de outros usos. (SILVA, 2016.)
O Conjunto Residencial Operário de Realengo, localizado no Rio de Janeiro foi o: 
Primeiro empreendimento habitacional de grandes dimensões construído 
no país e medalha de ouro do IV Congresso Pan-Americano de Arquitetos 
(1940), [...] com 2.345 unidades, foi idealizado e construído entre 1938 e 
1943, como marco fundador das atividades do Instituo de Aposentadorias 
e Pensões dos Industriários (IAPI) na área de habitação. (p. 16)
Vale registrar que o período aqui citado faz referência ao primeiro período de 
produções públicas de habitação. Segundo Bonduki,
O início, em larga escala, da produção de conjuntos habitacionais pelo 
Estado, cujo marco foi a criação, em 1937, das carteiras prediais dos 
Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs), seguida pela instituição da 
Fundação da Casa Popular, em 1946, foi outra iniciativa relevante dos 
8
9
governos populistas no sentido da habitação social. A produção estatal de 
moradias para os trabalhadores representa o reconhecimento oficial de 
que a questão habitacional não seria equacionada apenas através do in-
vestimento privado, requerendo, necessariamente, intervenção do poder 
público. (BONDUKI, 1994)
Projetado por Carlos Frederico Ferreira, arquiteto e funcionário do setor de En-
genharia do IAPI, o conjunto é formado por diferentes tipologias, sendo blocos de 4 
pavimentos, casas geminadas, casas em fileiras, casas isoladas, sobrados em fileiras 
e casas sobrepostas em fileiras.
Assim como tantos outros conjuntos de HIS, o Residencial Operário de Rea-
lengo contava com os seguintes equipamentos: posto de saúde, ginásio, campo de 
futebol, capela mortuária, igreja, clube, horto florestal, comércio e creche.
Além das diferenças tipológicas das edificações (casas e prédios com diferentes 
configurações), as unidades habitacionais dos blocos de apartamentos também 
possuem unidades com diferentes números de dormitórios, aplicação de diversi-
dade tipológica de unidades em um mesmo conjunto, citada inclusive na Unidade 
 anterior da disciplina. As circulações acontecem através de caixas de escada dis-
tribuídas nos andares-tipo.
Figura 1 – Detalhe da implantação e legenda com as diferentes 
tipologias no Conjunto Residencial Operário de Realengo (RJ)
Fonte: Adaptado de BONDUKI, 2014
9
UNIDADE Projetos de Habitações Multifamiliares de Baixa Densidade
Figura 2 – Exemplo de blocos com casas sobrepostas
Fonte: Adaptado de BONDUKI, 2014
Figura 3 – Detalhes de construção
Fonte: BONDUKI, 2014
A sequência de imagens a seguir mostra diferentes exemplos de tipologias de ca-
sas em diferentes estados, afirmando que o tema de produção pública de habitação 
faz parte do cenário nacional. No entanto, é importante ressaltar que ao desenvolver 
um projeto de arquitetura, as questões regionais, culturais e climáticas devem ser 
consideradas e, portanto, algumas diferenças de construção, uso e distribuição dos 
ambientes, tipo de materiais e outros aspectos devem ser observados com atenção.
Figura 4 – Conjunto Residencial Ibirapuera II, São Paulo, SP
Fonte: Adaptado de BONDUKI, 2014
10
11
Figura 5 – Vila dos Operários, Pelotas, RS
Fonte: Adaptado de BONDUKI, 2014
Figura 6 – Conjunto Residencial do IAPC, Goiânia, GO
Fonte: Adaptado de BONDUKI, 2014
Figura 7 – Conjunto Residencial Nossa Senhora das Graças, São Luís, MA
Fonte: Adaptado de BONDUKI, 2014
11
UNIDADE Projetos de Habitações Multifamiliares de Baixa Densidade
Figura 8 – Vila Teresópolis, Porto Alegre, RS
Fonte: Adaptado de BONDUKI, 2014
Relações de Espaços e Formas Construídas
Pudemos observar que unidades habitacionais de baixa densidade foram pen-
sadas historicamente para as habitações de interesse social, estandopresente 
também tanto nas produções públicas como privadas. Para observarmos algumas 
ideias mais atuais e contemporâneas de projetos de HIS, tomaremos como exemplo 
alguns projetos apresentados no Concurso Público Nacional de Arquitetura “Ha-
bitação para Todos” para tipologias de Habitação de Interesse Social Sustentável, 
realizado em uma parceria entre o IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil) e a CDHU 
(Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo).
Assim como a divisão das unidades da disciplina, o concurso trabalhou com 
densidades diferentes de tipologias, as categorias foram divididas em: “Casas Tér-
reas”, “Casas Escalonadas”, “Casas Assobradadas”, “Edifícios de Três Pavimentos”, 
“Edifícios de Quatro e Cinco Pavimentos” e “Edifícios de Seis e Sete Pavimentos”. 
Nesta unidade, iremos observar os projetos de baixa densidade e o processo de 
ordenação dos elementos compositivos do espaço construtivo como referências a 
serem estudadas em projetos futuros.
12
13
No primeiro exemplo, é possível identificar as questões de iluminação e ventila-
ção naturais como principal conceito para desenvolver o projeto. Os dormitórios, 
sala e cozinha possuem ventilação para os pátios, conforme destacado na figura a 
seguir, solução que demonstra como o desenho de projeto pode beneficiar as ques-
tões de ventilação e iluminação. Ao longo da história da habitação, residências com 
pátios internos são referências de soluções positivas e devem ser pensadas como 
boas referências, no entanto é importante ressaltar que tal solução será possível 
dependendo do formato do terreno, área, índices como recuos e gabarito, número 
de unidades a serem construídas e outras questões.
Figura 9 – Planta e Fachada
Fonte: Adaptado de iabsp.org.br 
Nas figuras a seguir, é possível observar com clareza o que se espera das aber-
turas quanto à iluminação e ventilação, detalhes de aberturas altas com pequenas 
janelas em fitas, referências da arquitetura moderna, e aberturas piso-teto dão a 
sensação de amplitude ao espaço, além de contribuírem para as questões de con-
forto térmico e ambiental.
Figura 10 – Perspectivas
Fonte: Adaptado de iabsp.org.br
13
UNIDADE Projetos de Habitações Multifamiliares de Baixa Densidade
A citação a seguir faz um breve resumo da distribuição espacial dos ambientes. 
A residência consiste em um programa reduzido, resolvido a partir de 
dois blocos lineares interligados por um terceiro bloco com funções dis-
tintas, sendo um módulo para os dormitórios e banheiro, outro para a 
área de serviços (cozinha e lavanderia) e um terceiro – de ligação – para 
abrigar a sala de refeições e a sala de estar. O formato alongado e estreito 
visa garantir a iluminação e radiação direta total dos ambientes da casa, 
já que, de acordo com a inclinação do sol para a latitude da cidade, o 
formato quadrado ou retangular de certas dimensões impossibilitaria o al-
cance da luz em toda a sua extensão. O mesmo terreno, com as mesmas 
dimensões, foi pensado para abrigar a casa de dois e três dormitórios, 
prevendo, assim, a expansão de mais um quarto da menor habitação em 
caso de crescimento do número de integrantes da família. (Sustentabili-
dade e inovação na habitação. São Paulo, 2010, p. 34.)
Além disso, o projeto tira proveito das curvas de nível e escalona a implanta-
ção. As figuras abaixo mostram a implantação do conjunto, onde se pode observar 
as unidades geminadas em uma das laterais e a implantação em diferentes níveis, 
aproveitando-se as características do terreno para definir a implantação das unidades.
Figura 11 – Implantação e Elevação
Fonte: Adaptado de iabsp.org.br
Apenas para destacar as questões de conforto térmico ambiental e o conceito da 
sustentabilidade, foram apresentados o funcionamento da ventilação e iluminação atra-
vés das aberturas, como os detalhes na escolha de materiais, como, por exemplo, a 
pintura à base de cal para auxiliar no conforto térmico, as projeções de sol e como 
se comportam em relação as aberturas, a relação da temperatura externa e interna, 
enfim, como as opções utilizadas no projeto podem auxiliar nas questões bioclimáticas.
Entenda o conceito Bioclimático através do link: http://bit.ly/2tszzfc
Ex
pl
or
14
15
Figura 12 – Detalhes Bioclimáticos
Fonte: Adaptado de iabsp.org.br
No caso a seguir, podemos observar que o terreno mais largo (10 metros) per-
mitiu a criação de volumes desalinhados capazes de criar aberturas para ventilação 
e iluminação. Mesmo com um formato menos regular, é possível observar o ali-
nhamento das paredes principais, além da centralização das paredes hidráulicas, as 
prumadas para banheiro, cozinha e área de serviço estão concentradas conforme 
destacado na imagem.
O uso de elementos vazados (cobogós) é importante recurso para permitir a 
ventilação constante e ainda auxilia na privacidade da moradia. As laterais e o 
fundo das unidades possibilitam agregar outras unidades e maior flexibilidade na 
implantação, e como no exemplo anterior, as curvas de níveis existentes na área de 
intervenção possibilitaram o jogo de volumes das unidades.
Aberturas para
ventilação e
iluminação
Hidráulica
Elemento
vazado
Figura 13 – Planta e Fachada
Fonte: Adaptado de iabsp.org.br
15
UNIDADE Projetos de Habitações Multifamiliares de Baixa Densidade
Possibilidade de agregar unidades
pelas laterais e fundo da tipologia
Figura 14 – Implantação e Corte do terreno
Fonte: Adaptado de iabsp.org.br
A estratégia de projeto é fornecer uma tipologia compacta e adaptável a vários ti-
pos de implantações e disposições, sem perder suas principais características de usos, 
acessibilidade e expansão. A casa pode ser implantada isolada no lote, geminada duas 
a duas, ou mesmo em fita, assim como em outras configurações mais complexas.
A casa foi estruturada com a criação de 3 núcleos básicos: social, ser-
viço e íntimo. A parte social volta-se para a rua assim como o espaço 
flexível/coringa. O núcleo central de serviço aproveita o desnível para ter 
iluminação e ventilação natural através de janelas altas, além de prever 
um banheiro com capacidade de atender às demandas de acessibilidade. 
O setor íntimo é separado da área social pelo desnível proporcionando 
maior privacidade.
Espaço flexível: foi proposto para permitir a apropriação da ecasa por 
seu usuário, introduzindo conceitos de diversidade, flexibilidade, perso-
nalização e, principalmente, de identidade do morador com sua casa / 
bairro, ou seja, tornando o morador um agente ativo da qualificação do 
espaço onde vive. Este espaço coringa se configura como suporte de di-
versos programas que podem se adaptar de acordo com as necessidades 
de cada família: pátio, dormitório adaptado, dormitório com acesso inde-
pendente, garagem, comércio ou serviço. (Sustentabilidade e inovação 
na habitação. São Paulo, 2010, p. 54)
Aberturas para
ventilação e
iluminação
Possibilidade
de ampliação
DORMITÓRIO 3
PÁTIO
Figura 15 – Planta
Fonte: Adaptado de iabsp.org.br
16
17
Possibilidade
de ampliação
Figura 16 – Possibilidade de Ampliação
Fonte: Adaptado de iabsp.org.br
Figura 17 – Perspectiva
Fonte: Adaptado de iabsp.org.br
O projeto a seguir foi escolhido como exemplo para demostrar uma possibilida-
de de projeto. Consideramos que estamos trazendo exemplos de habitação de inte-
resse social e que o perfil trata de famílias numerosas. O projeto trata o banheiro 
como um diferencial. Seu desenho foi pensado na possibilidade de mais de uma 
pessoa utilizá-lo ao mesmo tempo; com a separação de chuveiro, vaso sanitário e 
pia, torna-se possível 3 pessoas utilizando ao mesmo tempo, além da centralização 
das áreas molhadas, possibilitando racionalizar as instalações hidráulicas.
O projeto parte da ideia de se ter um núcleo que concentra as áreas mo-
lhadas, a circulação vertical e horizontal. Todas as áreas que se utilizam 
do sistema hidráulico, como cozinha, área de serviço e banheiros, encon-
tram-se sobrepostas e alinhadas nesta área central. (Sustentabilidadee 
inovação na habitação. São Paulo, 2010, p. 66)
Hidráulica
Setorização do
banheiro:
1 - Vaso sanitário
2 - Pia
3 - Chuveiro
1
2
3
Figura 18 – Plantas – Térreo e Primeiro pavimento
Fonte: Adaptado de iabsp.org.br
17
UNIDADE Projetos de Habitações Multifamiliares de Baixa Densidade
Figura 19 – Implantação e Fachadas
Fonte: Adaptado de iabsp.org.br
A flexibilidade dos espaços e a possibilidade de ampliação pelo morador também 
estão presentes no projeto. Na imagem a seguir, as áreas destacadas em azul são 
as possíveis ampliações da moradia, com a inclusão de mais um banheiro e um 
dormitório acessível.
Ampliação
DORM.
ACESSÍVEL
DORM. SOLTEIRO
CIRC.
COZINHA
JANTAR
SALA ESTAR
SERVIÇO
BANHO ACESSÍVEL
Figura 20 – Plantas – Possibilidade de ampliação no pavimento térreo
Fonte: Adaptado de iabsp.org.br
Diagnósticos
No caso dos conjuntos de baixa densidade, o critério mais importante para tal es-
colha está na relação da demanda de usuários com a consolidação do município e/ou 
área em questão. Em municípios pequenos onde a oferta de terrenos, mesmo para 
HIS e HMP, acontece em maior escala, será possível para os profissionais de pro-
jetos e incorporadores trabalhar com terrenos individuais, a partir da Lei Federal nº 
9.785/99, que transfere para os municípios a responsabilidade em legislar sobre de-
sapropriação por utilidade pública, registros públicos e parcelamento do solo urbano.
18
19
O lote mínimo a ser utilizado será definido pelo município, que adotará seus 
critérios com base no perfil da demanda, na infraestrutura urbana, nos programas 
de desenvolvimento e organização dos espaços – como Planos Diretores, Planos de 
Habitação e Planos de Mobilidade. No entanto, o lote mínimo municipal terá como 
referência a Lei Federal no. 6766, de 19 de dezembro de 1976, que “Dispõe sobre 
o Parcelamento do Solo Urbano e dá outras Providências”. Determina no artigo 4:
II – os lotes terão área mínima de 125 m² (cento e vinte e cinco metros 
quadrados) e frente mínima de 5 (cinco) metros, salvo quando o lotea-
mento se destinar a urbanização específica ou edificação de conjuntos 
habitacionais de interesse social, previamente aprovados pelos órgãos 
públicos competentes. (BRASIL. Lei nº 6766, de 19 de dezembro 
de 1976)
Fonte: http://bit.ly/2R4j8ij
A seguir, alguns exemplos de lotes mínimos definidos por municípios:
• No município de São Paulo, segundo o Projeto de Lei 272/2015, que trata da 
Revisão da Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo, a Área mínima de 
lote é de 125 m², podendo ser permitida área inferior em algumas situações, 
como nos casos de regularização fundiária ;
• Em Curitiba, o Artigo 36º da Lei nº 2.942, de 27 de dezembro de 1966 – 
“Normas para aprovação de arruamentos, loteamentos e desmembramentos 
de terrenos no Município de Curitiba” determina:
Em todos os loteamento ou desmembramentos de terrenos a serem 
constituídos neste Município, os lotes deverão possuir as seguintes di-
mensões mínimas: 
I – NAS ZONAS RESIDENCIAIS:
ZR-1: frente de 15,00 m e área de 450,00 m2;
ZR-2: frente de 11,00 m e área de 330,00 m2;
ZR-3: frente de 12,00 m e área de 360,00 m2;
ZR-4: frente de 10,00 m e área de 250,00 m2;
ZR-5: frente de 20,00 m e área de 600,00 m2. (PREFEITURA MUNICI-
PAL DE CURITIBA. Lei nº 2942, de 27 de dezembro de 1966)
Fonte: http://bit.ly/2R30uHg
• No caso de Salvador, a Lei nº 9.148/2016 dispõe no Art. 49 que :
A área mín ima de lote no território do Município é de 125 m² (cento e vinte 
e cinco metros quadrados) e a frente mínima é de 5 m (cinco metros).
§ 1º As dimensões mínimas do lote poderão ser superiores às estabeleci-
das no caput deste artigo, de acordo com a zona de uso em que se situe, 
conforme o Quadro 03 do Anexo 01 desta Lei.
19
UNIDADE Projetos de Habitações Multifamiliares de Baixa Densidade
§ 2º Nos casos de loteamento de interesse social – L2 e regularização fundiá-
ria, admitem-se valores inferiores aos estabelecidos no caput deste artigo.
§ 3º Nos empreendimentos do tipo EHIS e EHMP admite-se lote mínimo 
de 125 m² (cento e vinte e cinco metros quadrados), independentemente 
da zona de uso em que se situem.
Enfim, para aprovação de lotes mínimos e possibilidades de construção, deverão 
ser pesquisadas as legislações municipais vigentes que têm o objetivo de ordenar o 
território, seus usos e suas construções.
Legislações Existentes
As legislações em relação às densidades dos projetos devem ser observadas no 
âmbito municipal. Os Planos de Habitação, Planos Diretores e Zoneamento irão 
nortear as questões de gabaritos, recuos, índices urbanísticos, enfim, serão respon-
sáveis por definir o que pode e o que não pode ser construído.
Como exemplos, temos a seguir alguns trechos de legislações que colocam al-
guns critérios para os conjuntos de baixa densidade. Para o município de Goiânia, 
a legislação de 1980 definia, através da Lei nº 5.726, de 16 de dezembro de 1980:
§2º. No caso de Conjunto Habitacional localizado em Zona Habitacional 
de Baixa Densidade, o afastamento frontal mínimo exigido para Habita-
ção Singular, Geminada e Seriada é de 4 (quatro) metros.
§3º. No caso de habitação Singular e Geminada de que trata o parágrafo 
único, do artigo 19, o afastamento frontal deverá ser considerado em 
relação à edificação total projetada.
Art. 8º – As dimensões mínimas de lotes ou fração ideal do terreno va-
riam, de acordo com o uso previsto para os mesmos, em:
I – para Habitação Singular, 8 (oito) metros de frente e 200 m² (duzentos 
metros quadrados) de área;
II – para Habitação Geminada, 12 (doze) metros de frente e 300 m² (tre-
zentos metros quadrados) de área, com fração ideal de 150 m² (cento e 
cinquenta metros quadrados) para cada Unidade Habitacional.
III – para Habitação Seriada, 150 m² (cento e cinquenta metros quadra-
dos) de fração ideal da área;
IV – para Comércio, Serviço e Lazer, 12 (doze) metros de frente e 360 m² 
(trezentos e sessenta metros quadrados) de área.
Art. 9º Na organização e estruturação de Conjunto Habitacional de Na-
tureza Social, as áreas destinadas a sistema de circulação, a implantação 
de equipamentos urbanos e comunitários, bem como a espaços livres de 
uso público, não poderão constituir menos do que 35% (trinta e cinco por 
cento) da área total da parte parcelável da gleba.
20
21
A partir de Lei Complementar nº 31, de 29 de dezembro de 1994, o município 
de Goiânia altera o uso e a ocupação do solo nas Zonas Urbana e de Expansão Ur-
bana do Município de Goiânia e estabelece outras providências urbanísticas, como:
Art. 12  As Zonas de Uso são classificadas de acordo com suas caracte-
rísticas em.
I – ZONAS DE PREDOMINÂNCIA RESIDENCIAL:
a) de Baixa Densidade;
b) de Média Densidade;
c) de Alta Densidade.
Zonas de Predominância Residencial são aquelas caracterizadas pela pre-
dominância do uso de habitação e são diferenciadas basicamente pela 
densidade demográfica prevista para elas.
§ 1º Zona de Predominância Residencial de Baixa Densidade é aquela 
cuja densidade relativa prevista situa-se no patamar de 250 hab/ha.
§ 2º Zona de Predominância Residencial de Média Densidade é aquela 
cuja densidade relativa prevista situa-se no patamar de 430 hab/ha.
§ 3º Zona de Predominância Residencial de Alta Densidade é aquela cuja 
densidade relativa prevista situa-se no patamar de 690 hab/ha. (CÂMA-
RA MUNICIPAL DE GOIÂNIA. Lei complementar nº 31, de 29 de 
dezembro de 1994.
Fonte: http://bit.ly/38eRvso
Para o município de Itapeva, localizado na região sudoeste do Estado de São Paulo, a legisla-
ção determina a localidade das áreas de baixa densidade a partir de seu zoneamento.
Disponível em: http://bit.ly/3aiPKw8
Ex
pl
or
III – Zona Residencial 1 – ZR1;
A Zona Residencial 1 – ZR1 corresponde à área exclusivamente resi-
dencial, com padrão de ocupação unifamiliar de baixa densidade, com 
padrões de uso e ocupação definidos na aprovação do loteamento.
Figura 21
Fonte: Prefeitura Municipal de Itapeva/SP
21
UNIDADE Projetos de Habitações Multifamiliaresde Baixa Densidade
Por último, o exemplo da cidade de Jundiaí, que determina baixa densidade 
considerando o número de habitantes por hectares e também definindo dimensões 
mínimas de lotes.
LEI N.º 7.741, DE 21 DE SETEMBRO DE 2011 Reformula disposições 
e anexos da Lei de Zoneamento e Ocupação do Solo. O PREFEITO DO 
MUNICÍPIO DE JUNDIAÍ, Estado de São Paulo, de acordo com o que 
decretou a Câmara Municipal em Sessão Ordinária realizada no dia 13 
de setembro de 2011, PROMULGA a seguinte Lei: 
Art. 1º. Os dispositivos a seguir elencados da Lei n.º 7.503, de 02 de 
julho de 2010, que estabelece novos critérios para zoneamento e ocu-
pação do solo, passam a vigorar com as seguintes alterações: “Art. 9º. 
[...] I – Zona Residencial de Baixa Densidade (ZR-1): abrange áreas de 
uso essencialmente residencial, com ocorrência de comércio e serviço, 
com densidade demográfica bruta máxima de 80 hab/ha, lote mínimo de 
500,00 m² (quinhentos metros quadrados) e frente mínima de 12,00 m 
(doze metros)” (PREFEITURA MUNICIPAL DE JUNDIAÍ. Lei nº 7.741, 
de 21 de setembro de 2011.
Fonte: http://bit.ly/2NDlLW9
Enfim, os exemplos de legislações utilizados na unidade visam apenas demons-
trar que o conceito de baixa densidade é tecnicamente o mesmo para qualquer 
município, porém as questões municipais quanto à orientação de construção serão 
de cada cidade e devem ser pesquisadas pelo profissional que irá desenvolver e 
aprovar o projeto.
Até a próxima!
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Exemplos de Habitações Coletivas – ARCHDAILY
http://bit.ly/2NDk2Qv
Estúdio 41 – Habitação Coletiva – Sol Nascente 2
http://bit.ly/38i4dqe
 Leitura
Densidade, dispersão e forma urbana: dimensões e limites da sustentabilidade habitacional
Arquitextos, n. 189.07, urbanismo, ano 16, fev. 2016.
http://bit.ly/2RqjWwF
Um novo desenho urbano pode melhorar a qualidade de vida nos conjuntos habitacionais?
http://bit.ly/2NE32tr
Estudo comparativo em habitação de interesse social: o caso do Conjunto Habitacional Gervásio Maia 
(CHGM) – João Pessoa
Arquitextos, n. 112.02, ano 10, set. 2009 .
http://bit.ly/2TyqnR2
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UNIDADE Projetos de Habitações Multifamiliares de Baixa Densidade
Referências
BONDUKI, N. (Coord.). Os pioneiros da habitação social – Vol. 1: Cem anos 
de construção de política pública no Brasil. São Paulo: Ed. UNESP; Ed. SESC, 
2014. 387 p.
________. (Coord.). Os pioneiros da habitação social – Vol. 2: Inventário da pro-
dução pública no Brasil entre 1930 e 1964. São Paulo: Ed. UNESP; Ed. SESC, 
2014. 512 p.
________. (Coord.). Os pioneiros da habitação social – Vol. 3: Onze propostas 
de morar para o Brasil moderno. São Paulo: Ed. UNESP; Ed. SESC, 2014. 296 p.
________. Origens da habitação social no Brasil. (Paper) Análise Social, Vol. XXIX 
(127), 1994. (3), 711-732. Disponível em: <http://analisesocial.ics.ul.pt/documentos/ 
1223377539C9uKS3pp5Cc74XT8.pdf>. Acesso em: 19/02/19.
________. Origens da habitação social no Brasil: o caso de São Paulo. 1994. 
Tese de Doutorado, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São 
Paulo. São Paulo. 1994.
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO. Secretaria de Estado – São Paulo. 
Sustentabilidade e inovação na habitação popular – O desafio de propor mode-
los eficientes de moradia, 2010.
SILVA, G. J. A. da; SILVA, S. E.; NOME, C. A. Densidade, dispersão e forma urba-
na. Dimensões e limites da sustentabilidade habitacional. Arquitextos, São Paulo, 
ano 16, n. 189.07, Vitruvius, fev. 2016. Disponível em: <https://www.vitruvius.
com.br/revistas/read/arquitextos/16.189/5957>. Acesso em: 05/05/2019.
Sites visitados
<http://www.iabsp.org.br/>. Acesso em: 01/02/19.
<http://www.iabsp.org.br/sustentabilidade_inovacao_na_habitacao_popular.pdf>. 
Acesso em: 01/02/19.
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