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Geopolítica, Regionalização e Integração Prof. Me Maurílio Benite GEOPOLÍTICA • Compreensão das relações entre o poder político e o espaço geográfico. • Preocupada com as estratégias políticas de dominação. CONCEITOS • A busca pelo poder move as relações sociais e políticas entre os seres humanos e, consequentemente, entre as nações; • PODER – capacidade de produzir efeitos sobre outro indivíduo, comunidade ou instituição; • O objetivo do poder é a dominação sobre os homens e os recursos • TRÍADE DO PODER – população, território e recursos; • PODER POLÍTICO LEGÍTIMO – revestido de certo grau de consenso na sociedade CONCEITOS • TERRITÓRIO - definido como o espaço sobre o qual se exerce a soberania do Estado. (fronteiras) • POVO - povo é o conjunto dos cidadãos de um país, ou seja, as pessoas que estão vinculadas a um determinado regime jurídico, a um estado. Um povo está normalmente associado a uma nação e pode ser constituído por diferentes etnias. • NAÇÃO – grupo de pessoas unidas por laços naturais e portanto eternos, se tornando a base necessária para a organização do poder sob forma de estado Nacional. CONCEITOS • PAÍS - O país é a terra, é uma porção da superfície terrestre. Quando essa, no decorrer da história, passou a ser controlada por um Estado, que exerce a soberania sobre ela, então se transformou em território. É esse território que chamamos de país, ou seja, aquilo que nós vemos, o conjunto formado pelas paisagens naturais e culturais sob o controle do Estado. • ESTADO - estrutura formal de organização do poder político e de determinação da hierarquia do poder; detentor do monopólio do direito de punição ao indivíduo; organização jurídica coercitiva de determinada comunidade; organização jurídica – possui estatuto de funcionamento determinado pelas leis; ORGANIZAÇÕES SUPRANACIONAIS • FINALIDADE – concretizar um mínimo entendimento entre os estados. • Uma vez aceita a ideia de associação, o estado se obriga a acatar as decisões colegiadas pronunciadas pela organização; • Os estados somente se associam se isso for de seu estrito interesse (a qualquer momento pode renunciar) ORGANIZAÇÕES SUPRANACIONAIS • ONU – Organização das Nações Unidas – criada em 1945 com finalidade de integralização entre as nações; acima da jurisdição dos estados nos assuntos internacionais; tem enfrentado perda de prestígio (Invasão do Iraque) e dificuldades na resolução pacífica para controvérsias internacionais. ORGANIZAÇÕES SUPRANACIONAIS • OMC – Organização Mundial do Comércio – determina as diretrizes comerciais internacionais. Tem poder de “punição” comercial através de tribunal específico. • FMI – Fundo Monetário Internacional - é uma organização internacional que pretende assegurar o bom funcionamento do sistema financeiro mundial pelo monitoramento das taxas de câmbio e da balança de pagamentos, através de assistência técnica e financeira. Geopolítica • A Geopolítica: objetivo fazer a interpretação dos fatos da atualidade e do desenvolvimento políticos dos países usando como parâmetros principais ás informações geográficas, visa também compreender e explicar os conflitos internacionais = surge do interesse de inventar o espaço geográfico. Geografia Política • Precursor: Friedrich Ratzel, que lançou as bases científicas e sistematizadoras dessa ciência com a publicação, em 1897, da obra Geografia Política. • Para Ratzel, a força do Estado estava intimamente ligada ao espaço, à sua posição e ao sentido (ou espírito) do povo. • Essas ideias, entendidas de maneira simplista e distorcida, ficariam conhecidas como "determinismo geográfico". Determinismo Geográfico • É a concepção segundo a qual o meio ambiente define ou influencia fortemente a fisiologia e a psicologia humana, de modo que seria possível explicar a história dos povos em função das relações de causa e efeito que se estabeleceriam na interação natureza/homem. • Como esse tipo de pensamento já existe desde a Antiguidade Clássica, o mais correto é designá-lo pela expressão determinismo ambiental, posto que a geografia só se constituiu como ciência no século XIX. • Essas idéias seriam, mais tarde, aproveitadas pelos cientistas da Alemanha Nazista . PC Realce PC Realce PC Realce PC Realce PC Realce Geografia Política • Ratzel, influenciado por experiências pessoais de Darwin, refletia sobre a necessidade do "espaço vital", já que o Estado, considerado como um organismo vivo, estava submetido às mesmas leis da sobrevivência e da evolução. • Ratzel aplicou essas ideias à espécie e sua vida em sociedade. • Os seres humanos, raças/etnias mais aptos venceriam e dominariam os povos considerados inferiores. PC Realce PC Realce PC Realce PC Realce Geografia Política • O Estado seria a sociedade organizada para construir, defender ou expandir o seu território. • Também considerava que essa era uma forma de organização que aconteceria de forma natural em qualquer sociedade avançada. • A partir dessa concepção, elaborou o conceito de espaço vital, que seria as condições espaciais e naturais para a manutenção ou consolidação do poder do Estado sobre o seu território. PC Realce PC Realce PC Realce PC Realce PC Realce PC Realce Espaço Vital • Seriam as condições naturais disponíveis para o fortalecimento de uma dada sociedade ou povo. • Tal noção foi fundamental diante do contexto histórico da Alemanha, que havia acabado de passar pelo seu processo de reunificação e necessitava de uma base para justificar e se afirmar enquanto Estado, com capacidade de crescimento, expansão e dominação. • Apesar de ser considerado o “pai da Geopolítica”, Ratzel jamais utilizou essa expressão, que foi elaborada por um de seus discípulos, o pensador sueco Rudolf Kjellen. PC Realce PC Realce PC Realce PC Realce PC Realce PC Realce PC Realce Geopolítica • O termo Geopolítica foi usado, a primeira vez, pelo geógrafo sueco Rudolph Kjéllen, em 1905, num artigo denominado "As grandes potências". • Em 1916, ele reafirmaria as bases da Geopolítica em seu livro O Estado como forma de vida, no qual sua preocupação fundamental é a de estudar o Estado enquanto organismo geográfico. • Como suas teses eram inspiradas nas ideias de Ratzel, Kjéllen se preocupou em estabelecer as diferenças entre as duas formas de conhecimento. PC Realce PC Realce PC Realce PC Realce PC Realce Geopolítica • Estariam baseadas, principalmente, na forma de abordagem. • A Geografia Política deveria ser compreendida como um conjunto sistemático de estudos restritos às relações entre o território (relações de poder) e o Estado (posição, situação, características das fronteiras, etc.). • A Geopolítica caberia a formulação de teorias e estratégias políticas voltadas à obtenção de poder, soberania de um Estado sobre outro. Geopolítica • O Estado é apenas um distribuidor de direito, isto é, um protetor que garante o uso apropriado dos direitos individuais. • O Estado passa a ser uma espécie de supervisor com a função específica de “fazer justiça”; • Tal fato conduz a um alto prestígio do Judiciário e transforma-o numa espécie de superpoder, como ocorre em alguns regimes democráticos. PC Realce PC Realce PC Realce PC Realce Geopolítica • Reconhecendo que essa limitação das atividades do Estado constitui uma verdadeira deformação, Kjellen passou ao exame das oito grandes potências (Inglaterra, França, Alemanha, Austro- Hungria, Rússia, Itália, Japão e EUA) a fim de que pudesse verificar como se processa,na prática, a vida estatal. De sua análise tirou as seguintes conclusões: Geopolítica • 1) Vive-se como se o Estado não existisse e até, as coisas só se complicam quando o Poder Público entra em ação (Imaginário Popular). Todavia, quando a ordem social é perturbada, o Poder Público aparece para forçar o restabelecimento da ordem preestabelecida e, desta forma, proteger e garantir o cidadão; Geopolítica • 2) O Estado também atua sobre o indivíduo pelo imposto, pelo serviço militar obrigatório e de várias outras maneiras; Geopolítica • 3) O Estado é, cada vez mais, um realizador de obras públicas (estradas, portos, usinas etc), de educação, de serviços públicos (correios, transporte, água, luz) etc. • Conclusão: O Estado além de suas atividades jurídicas, também exerce atividades econômicas e sociais. Geopolítica • Século XIX: Friedrich Ratzel se aliou ao projeto de unificação alemã de Bismarck= propôs a ideia de que o Estado necessita ter o controle de um determinado território para se desenvolver e prosperar. Geopolítica • Na América: Os EUA no século XIX defendeu “ América para os americanos” = Doutrina Monroe Geopolítica • Thayer Mahan nos EUA defendeu a política de expansão sobre as águas: prevendo a conquista do mundo pela potência que dominar os mares, os estreitos e as passagens obrigatórias da navegação marítima, assegurando-lhe a capacidade de livre navegação por todas as partes do planeta. Geopolítica • A teoria do "heartland" (1904), também chamada de teoria do poder terrestre, de autoria do geógrafo e diplomata inglês Halford Mackinder, segundo a qual a potência que dominar "area pivot" centro da massa continental euro-asiática dominará a Ilha Mundial e quem dominar a Ilha Mundial dominará o mundo; Geopolítica • Resultado destas teorias: – Essas teorias influíram na mente e nas decisões de importantes chefes de governo do passado, tais como Theodore Roosevelt, Guilherme II, Hitler, Mussolini, Churchill, Stalin, Franklin Roosevelt, De Gaulle e por último Reagan. – A estratégia da política de poder da Alemanha no tempo do kaiser Guilherme II e de Hitler, assim como a da antiga União Soviética, refletiram as teorias de Mackinder, enquanto a estratégia de poder norte- americana tem sido inspirada pelas teorias do almirante Mahan e do professor Spykman. Exemplo: Partilha da África • Conferência de Berlin – 1884 e 1885 • A conferência de Berlim ocorreu principalmente por quatro motivos: – Em primeiro lugar, a intenção do Rei Leopoldo II da Bélgica criar uma colônia na região do Congo, cobiçada por outros países. Procurando ganhar destaque, Leopoldo II se apresentava como um filantropo interessado em ajudar os povos originários da África, quando na verdade seu desejo era ser o dono pessoal de um império, segundo nos contam os historiadores. – O segundo fator que acelerou o processo de partilha da África foi um famoso mapa apresentado por Portugal, que ficou conhecido como “mapa cor-de-rosa” em função das pretensões portuguesas receberem esta cor. Este mapa pretendia tornar território português uma faixa que ligava os territórios de Angola e Moçambique, ligando o continente de leste a oeste, procurando colocar sob o domínio português regiões que interessavam a países muito mais poderosos que Portugal. – Em terceiro lugar é preciso mencionar o expansionismo francês, que procurava atingir territórios principalmente na África do norte – Em quarto lugar havia a intenção inglesa de fazer dos rios Congo e Níger uma área de livre navegação, em função de seus interesses comerciais. Exemplo: Partilha da África A Nova Ordem Mundial • A 2a Guerra Mundial foi um conflito armado que envolveu diversos países entre 1939 e 1945, e teve como palco principal o continente europeu e o Leste/Sudeste Asiático. A Nova Ordem Mundial • Com este fato histórico, houve grandes mudanças no cenário geopolítico internacional, pois envolveu as principais potências econômicas da época, travada basicamente por dois grupos de países: de um lado, a Alemanha, a Itália e o Japão (países do Eixo); e, do lado opositor a estes países, estavam os Estados Unidos, a União Soviética, a Inglaterra e a França (países Aliados). A Nova Ordem Mundial • Passada mais de meia década de intensos combates, os países do Eixo foram derrotados: primeiramente a Itália (1943), logo depois a Alemanha nazista de Adolf Hitler (maio de 1945) e, em seguida, o Japão (agosto de 1945). A Nova Ordem Mundial • A rendição deste último deu-se após o lançamento de duas bombas atômicas pelos Estados Unidos nas cidades de Hiroshima e Nagasaki, ação que colocou fim ao conflito e que também serviu para amedrontar o mundo, demonstrando o poderio bélico do país norte-americano. A Nova Ordem Mundial • Após a guerra, os grupos confrontantes não existiam mais. No seu lugar, emergiu um sistema internacional baseado na rivalidade entre os EUA e a URSS (União Soviética). • Esse sistema bipolar distinguia-se do antigo, demonstrando uma rivalidade entre as superpotências que produziu a divisão geopolítica da Europa e também influenciou, as relações entre os outros Estados da Ásia, África e América Latina, situação que perdurou, teoricamente, até o final da década de 1980. A Nova Ordem Mundial • Os EUA passaram a liderar o conjunto dos países que se desenvolviam sob o sistema econômico capitalista; e a URSS, o bloco dos países que aderiram ao sistema socialista. A Nova Ordem Mundial • A efetivação das áreas de influências geopolítica soviética e norte-americana no continente europeu (principal alvo das duas superpotências) deu origem à divisão entre Europa Ocidental (países capitalistas aliados aos EUA) e a Europa Oriental (com países socialistas aliados à URSS). • A partilha dos países derrotados na Segunda Guerra Mundial foi o início das disputas entre EUA e URSS, como foi no caso da Alemanha. A Nova Ordem Mundial • Na Conferência de Potsdam, realizada meses antes do fim da guerra, os países Aliados estabeleceram zonas de controle dentro da Alemanha já derrotada. Assim, existiam 4 zonas de domínio estrangeiro em território alemão, principalmente na capital, Berlim, considerada de grande importância estratégica. A Nova Ordem Mundial • Dessa forma, a Alemanha encontrava-se sob o domínio de três Estados capitalistas (França, Inglaterra e EUA) e um Estado socialista (URSS), como pode ser observado na figura. A figura mais evidente da Guerra Fria foi a criação do Muro de Berlim que demonstrava esta divisão entre capitalistas e socialistas. A Nova Ordem Mundial A Nova Ordem Mundial A Guerra Fria • A Europa Ocidental e a Europa Oriental, antes de serem espaços definidos pela geografia ou pela história, foram fruto da geopolítica. • A fronteira estratégica representada pela Cortina de Ferro passou a separar os dois espaços antagônicos da época: o Ocidente capitalista e o Oriente socialista. A Guerra Fria • As instituições internacionais desempenharam um papel importantíssimo na estruturação desses espaços. • A OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), aliança militar criada em 1949, e a Comunidade dos Estados da Europa (CEE – atual União Europeia) funcionaram como pilares da Europa Ocidental. A Guerra Fria • O Pacto de Varsóvia, aliança militar fundada em 1955, e o Conselho Econômico de Assistência Mútua (Comecon), estabelecido em 1949, funcionaram como pilares da Europa Oriental. • Com a exceção de alguns Estados neutros de economia capitalista (Ex.: Suíça) e da Iugoslávia e Albânia, todos os demais países do continente colocaram-se à sombra das superpotências.Cortina de ferro e a separação da Europa A Guerra Fria • Caracterizada por conflitos indiretos, a Guerra Fria foi marcada pelas disputas entre os blocos capitalistas e socialistas. • Os EUA, que viam o fortalecimento político e militar soviético como uma séria ameaça à sua hegemonia no mundo, passaram a criar estratégias que pudessem impedir a expansão do movimento socialista na Europa e na Ásia. Entre essas estratégias, destacou-se o chamado Plano Marshall, que, a partir de 1947, passou a destinar recursos financeiros para a recuperação econômica dos países europeus afetados pelas guerras. A Guerra Fria • Com o capital investido pelos EUA, boa parte dos países europeus conseguiu reerguer sua infraestrutura interna. • E, com a condição de grande credor destes países, possibilitou aos norte-americanos colocar as nações europeias em uma situação subordinada aos seus interesses estratégicos durante muitos anos. A Guerra Fria • Como resposta a esta investida dos EUA, a URSS efetivou sua influência sobre os países do Leste Europeu apoiando o estabelecimento de governos com a orientação socialista, utilizando muitas vezes suas forças militares para tal. A Guerra Fria • O envolvimento em conflitos regionais e a formação de alianças militares levaram as duas superpotências a uma acirrada corrida armamentista, como forma de alcançar um equilíbrio de poder em escala mundial. • Ambas acreditavam que, quanto mais bem equipadas militarmente, mais protegidas estariam de qualquer ofensiva inimiga. A Guerra Fria • Os gigantes arsenais bélicos desenvolvidos durante a corrida armamentista foram instalados nos territórios das superpotências nucleares, assim como nos países com os quais firmaram tratados, além de pontos considerados estratégicos. A Guerra Fria • Durante a Guerra Fria, não existiram confrontos diretos entre EUA e URSS. Porém, entre seus aliados, o que não faltaram foram conflitos internos e regionais: – a Guerra da Coreia (1950-1953) – a crise da Hungria (1956) – Macartismo (década de 1950) – o movimento dos não-alinhados (1955-1956) – a Guerra do Vietnã (1960-1975) – a crise de Cuba (1959- 1962) – a Primavera de Praga (1968) – conflito entre China e URSS (década de 1960), dentre muitos outros. Geopolítica Contemporânea • No entanto, a peculiaridade da Guerra Fria – ainda que houvesse o desentendimento entre as potências e a divisão do mundo – residia no fato de que não existia um perigo iminente ou uma ameaça definitiva de uma Terceira Guerra Mundial. • Havia, na verdade, uma subdivisão advinda do final da Segunda Guerra Mundial e do acordo entre Estados Unidos da América e URSS. • Essa subdivisão apontava que esses países exerceriam influência sob suas respectivas áreas sem utilizar a força militar. Segundo Hobsbawn (1995): – [...] A situação mundial se tornou razoavelmente estável pouco depois da guerra e permaneceu assim até meados da década de 1970, quando o sistema internacional e as unidades que o compunham entraram em outro período de extensa crise política e econômica [...] as duas superpotências aceitavam a divisão desigual do mundo, faziam todo esforço para resolver disputas de demarcação sem um choque aberto entre suas Forças Armadas [...] (HOBSBAWN, 1995, p. 225). Geopolítica Contemporânea • O termo coexistência pacífica definia esse período de incertezas e de redefinições do sistema internacional, no qual uma ainda frágil potência, a URSS – se vista por meio das mazelas sociais e das revoluções internas –, via uma vasta oportunidade de manter sua hegemonia e domínio territorial, ao mesmo tempo em que seus problemas econômicos, cada vez mais evidentes, aproximavam-na mais de seu fim. Geopolítica Contemporânea • Entretanto, essa nova era da geopolítica mundial, que perdurou de 1947 a 1991, foi marcada por um hiato ou crise da produção e discussão acadêmica referente aos temas geopolíticos. • Devido à dissolução da União Soviética e à crise do comunismo no mundo, o processo de desenvolvimento, a predominância do capitalismo como modelo econômico e a conjuntura internacional reacenderam o debate entre a década de 1980 e 1990. • Desse modo, as mudanças provocadas pelas constantes evoluções tecnológicas se tornaram cada vez mais visíveis nas relações internacionais (como a Terceira Revolução Industrial). • A superação de distâncias geográficas e temporais e a troca de informações e de conteúdo em tempo real permitiram o aprofundamento da globalização, a interdependência da economia mundial e a integração de várias esferas da sociedade, o que intensificou os processos e modificou a geopolítica global. Geopolítica Contemporânea • Diante dessa crescente conectividade, verifica-se a emergência de um sistema internacional cada vez mais complexo, juntamente com uma economia global dinâmica e a subsequente ascensão de novos atores (Estados e não Estados). • A globalização, portanto, está fundamentada nos conceitos de intercâmbio e interdependência entre as nações em aspectos mais abrangentes do que o econômico, como os aspectos culturais, políticos e sociais. Pós-Guerra Fria • A partir dos anos de 1980, o declínio do sistema socialista estava ficando cada vez mais comum. • Os comunistas passavam por uma série de problemas com o mercado e o dinheiro. • Na política, a população demonstrava desapontamentos por causa da pouca participação exercida pelo povo. • Deu-se, então, o desmembramento da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas – URSS, agora, apenas Rússia. Pós-Guerra Fria • No dia 9 de novembro de 1989 mudou o panorama político do século XX. Nessa data foi destruído o símbolo concreto da divisão do mundo em dois sistemas (capitalismo e socialismo), o Muro de Berlim, que caracterizou o período da guerra fria. • A década de 1990 começou sem o mundo socialista, e o modo de produção capitalista voltou a ser o único a reger a economia mundial. • Antes de analisar o capitalismo dos últimos anos do século XX, é muito importante dar uma atenção especial às mudanças ocorridas durante a guerra fria nos países que adotavam esse sistema. Pós-Guerra Fria • Com o pós-Guerra Fria, houve o surgimento da expressão “Globalização” e os Estados Unidos se transformaram numa potência, aparentemente inalcançável. Pós-Guerra Fria • Muitas ditaduras militares foram abolidas e a democracia começava a se instaurar em diversos países. • Os direitos humanos se sobressaem e poucas nações continuaram com o sistema de economia planificada, que foi o caso de Coreia do Norte, Cuba e Mianmar. O restante aderiu à política capitalista. Pós-Guerra Fria • Estabeleceram-se de vez as relações comerciais através dos blocos econômicos, como, por exemplo, UE – União Europeia; Mercado Comum do Sul – Mercosul, Tratado Norte Americano de Livre Comércio – Nafta; Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico – APEC, a Comunidade dos Estados Independentes – CE, União Africana e outros. Pós-Guerra Fria • No ramo cultural, o idioma inglês tornou-se uma língua universal, visto que as tecnologias e estudos avançados estavam todos em poder dos norte americanos. Isso aconteceu principalmente por meio da internet. • O cinema, com os mais famosos filmes de Hollywood, complementa a expansão cultural dos estadunidenses. Pós-Guerra Fria • O mundo pós-Guerra já caminhava por outra ideologia, a da preocupação com o meio ambiente. • O aquecimento global se tornou pauta dos debates mundiais. • As crises no Oriente Médio estouraram, o terrorismo tomou conta da região e, novamente os Estados Unidos usaram da política de intervenção, na tentativa de apaziguar. Pós-Guerra Fria• Atualmente, o mundo possui uma multipolaridade entre três potências mundiais, Estados Unidos, China e Alemanha. • Além disso, os países se subdividiram em um mapa diferente dos geográficos, separado por paralelos e meridianos. Agora, começa a existir a divisão entre norte e sul, entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. • Esse avanço tantos nas relações políticas, quanto econômicas, trouxe alguns problemas como: – o racismo – a xenofobia (preconceito com imigrantes) – as questões climáticas e destruição do meio ambiente – o desemprego, a fome, a exclusão e diversos outros problemas sociais. O G20 • G20 (abreviatura para Grupo dos 20) é um grupo formado pelos ministros de finanças e chefes dos bancos centrais das 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia. • Foi criado em 1999, após as sucessivas crises financeiras da década de 1990. • Visa favorecer a negociação internacional, integrando o princípio de um diálogo ampliado, levando em conta o peso econômico crescente de alguns países, que, juntos, representam 90% do PIB mundial, 80% do comércio mundial (incluindo o comércio intra-UE) e dois terços da população mundial. • O peso econômico e a representatividade do G-20 conferem-lhe significativa influência sobre a gestão do sistema financeiro e da economia global. • O G-20 estuda, analisa e promove a discussão entre os países mais ricos e os emergentes sobre questões políticas relacionadas com a promoção da estabilidade financeira internacional e encaminha as questões que estão além das responsabilidades individuais de qualquer organização. • Com o crescimento da importância do G-20 a partir da reunião de 2008, em Washington, e diante da crise econômica mundial, os líderes participantes anunciaram, em 25 de setembro de 2009, que o G-20 seria o novo conselho internacional permanente de cooperação econômica, eclipsando o G8, constituído até então pelas sete economias mais industrializadas no mundo e a Rússia. Os Países Emergentes Embora não exista uma definição exata para os "países emergentes", podemos dizer que são aqueles países cujas economias partiram de um estágio de estagnação ou subdesenvolvimento e se encontram em pleno desenvolvimento econômico. São também chamados de "países em desenvolvimento". Principais características dos países emergentes: - Padrão de vida de grande parte da população entre os níveis baixo e médio; - IDH (Índice de Desenvolvimento Humano): entre os níveis médio e alto; - Renda per capita (PIB per capita) entre 5 e 8 mil dólares. - Setor industrial em desenvolvimento; - Crescimento da infraestrutura (portos, rodovias, aeroportos, ferrovias, etc.); - Atração de capital externo para investimentos nos setor produtivo; - Aumento da instalação de filiais de grandes empresas multinacionais; - Crescimento positivo na geração de empregos; - Taxas elevadas de formação de capital; - Mudanças significativas e positivas na estrutura social e econômica da população: diminuição da pobreza e aumento da classe média baixa; - Existência de processo de êxodo rural (migração do campo para os centros urbanos). • Observação: vale dizer que um país não precisa apresentar todas as características acima para ser considerado emergente, mas sim boa parte delas. O Novo Status da China • A China é uma economia poderosa, de 1,3 bilhão de habitantes. Sua habilidade para crescer e aumentar sua influência global, no contexto da crise financeira internacional, tem feito com que boa parte do mundo olhe o gigante asiático como um farol no meio da tempestade. • A contração da economia mundial contrasta com os sucessos conseguidos por China, depois que iniciou o processo da Reforma e Abertura, há mais de 30 anos. Desde 1978 até hoje, Pequim se propôs como tarefa crescer economicamente, para benefício de sua população, mas também aceitou o desafio de se tornar uma referência global. • Durantes os últimos anos, sua economia equivale a 30% do Produto Interno Bruto Global e é um dos primeiros cinco países que mais investe em outros mercados, o que converte a China um dos motores das enfraquecidas finanças globais. • A lista de sucessos dos chineses, somado ao seu empenho na estabilidade, acima de qualquer meta, têm sido essenciais para que a comunidade internacional deposite suas esperanças neles. Entre 1980 e 2015, o Produto Interno Bruto (PIB) chinês multiplicou-se por 16 e em 2010 superou o do Japão e se tornou o segundo maior do mundo, ultrapassado só pelo dos Estados Unidos. • Antes, em 2009, já tinha superado a Alemanha, para se tornar o primeiro exportador em nível mundial. O Mercosul • Mercado Comum do Sul, mais conhecido como Mercosul, é uma organização intergovernamental fundada a partir do Tratado de Assunção de 1991. • Estabelece uma integração, inicialmente, econômica configurada atualmente em uma união aduaneira, na qual há livre-comércio intrazona e política comercial comum entre os países-membros. • Situados todos na América do Sul, sendo atualmente quatro membros plenos. • Em sua formação original, o bloco era composto por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai; mais tarde, a ele aderiu a Venezuela, que no momento se encontra suspensa. • O bloco se encontra em fase de expansão, uma vez que a Bolívia aguarda a ratificação parlamentar de seu protocolo de adesão como membro pleno, documento que necessita ainda para sua vigência das aprovações legislativas na Bolívia, no Brasil e no Paraguai, os demais parlamentos já o aprovaram. • As origens do Mercosul estão ligadas às discussões para a constituição de um mercado econômico regional para a América Latina, que remontam ao tratado que estabeleceu a Associação Latino-Americana de Livre Comércio (ALALC) desde a década de 1960. • Esse organismo foi sucedido pela Associação Latino-Americana de Integração (ALADI) na década de 1980. • À época, a Argentina e o Brasil fizeram progressos na matéria, assinando a Declaração do Iguaçu (1985), que estabelecia uma comissão bilateral, à qual se seguiram uma série de acordos comerciais no ano seguinte. • O Tratado de Integração, Cooperação e Desenvolvimento, assinado entre ambos os países em 1988, fixou como meta o estabelecimento de um mercado comum, ao qual outros países latino-americanos poderiam se unir. • Aderiram o Paraguai e o Uruguai ao processo e os quatro países se tornaram signatários do Tratado de Assunção (1991), que estabeleceu o Mercado Comum do Sul, uma aliança comercial visando dinamizar a economia regional, movimentando entre si mercadorias, pessoas, força de trabalho e capitais.
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