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Computação Grafica aplicada a Engenharia

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA 
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL 
 
 
 
 
DIOGO AMORIM CASTRO 
 
 
 
COMPUTAÇÃO GRÁFICA APLICADA A ENGENHARIA: 
Estudo de Caso do Laboratório de Engenharia da Computação (UEFS) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FEIRA DE SANTANA 
2010
 
 
 
DIOGO AMORIM CASTRO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COMPUTAÇÃO GRÁFICA APLICADA A ENGENHARIA: 
Estudo de Caso do Laboratório de Engenharia da Computação (UEFS) 
 
 
 
Trabalho apresentado à coordenação do curso de 
graduação em Engenharia Civil da Universidade 
Estadual de Feira de Santana, como requisito 
parcial para a obtenção do título de Bacharel em 
Engenharia Civil. 
 
Orientador: Prof. MSc. Luis Claudio Alves Borja. 
 
 
 
 
 
FEIRA DE SANTANA 
2010
 
 
2 
FOLHA DE APROVAÇÃO 
 
 
 
DIOGO AMORIM CASTRO 
 
 
 
 
COMPUTAÇÃO GRÁFICA APLICADA A ENGENHARIA: 
Estudo de Caso do Laboratório de Engenharia da Computação (UEFS) 
 
 
 
 
Projeto de pesquisa apresentado à banca Examinadora de qualificação 
da disciplina TEC 174 – Projeto Final II, do curso de Engenharia Civil da 
Universidade Estadual de Feira de Santana, ministrada pela professora 
Engª Eufrosina Cerqueira e pelo professor Engº Gerinaldo Costa. 
 
Feira de Santana, 27 de Julho de 2010 
 
 
 
 
 
________________________________________________________ 
Professor orientador: MSc. Luis Claudio Alves Borja 
Universidade Estadual de Feira de Santana 
 
 
 
________________________________________________________ 
Professor: MSc. Cristovão César Carneiro Cordeiro 
Universidade Estadual de Feira de Santana 
 
 
________________________________________________________ 
Professor: MSc. Nilo Márcio de Andrade Teixeira 
Universidade Estadual de Feira de Santana 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico esse trabalho aos meus pais, 
irmãos, minha esposa e meu filho. 
 
 
 
4 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
Primeiramente a Deus por ter me iluminado durante a elaboração deste trabalho. 
Aos meus pais Edmundo e Lourdes, e meus irmãos Márcio, Edmundo Filho e 
Macelly por todo apoio e simplesmente por existirem na minha vida. 
À minha esposa Kátia pelo amor e companheirismo de toda hora. 
Ao meu filho Guilherme pela inspiração que proporciona a minha vida. 
Ao meu orientador Luis Borja por todo aprendizado e suporte que me proporcionou. 
Aos amigos da Republica “A casa dos 7 Engenheiros”, em especial Felipe. 
Aos amigos conquistados durante minha passagem pela UEFS. 
Aos amigos e familiares de Livramento, minha amada terra natal. 
A toda equipe da GEPRO pela colaboração com o material para o estudo de caso e 
em especial a Cleberson pelo apoio na modelagem com SketchUp. 
E por fim a todos contribuíram de alguma forma com este momento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
RESUMO 
 
CASTRO, D. A. Computação Gráfica Aplicada a Engenharia: Estudo de Caso 
do Laboratório de Engenharia da Computação (UEFS). Feira de Santana, 2010. 
Trabalho de Conclusão de Curso. Engenharia Civil, UEFS. 
 
 
O projeto constitui uma das primeiras etapas do processo de produção, e, exerce 
uma função fundamental na aquisição da qualidade na construção de edifícios, bem 
como na possibilidade de redução de custos. A especialização de projetistas 
contribuiu na produtividade, entretanto a segmentação e o seqüenciamento das 
atividades comprometeram a coerência entre os projetos. 
Propostas inovadoras que se baseiam no desenvolvimento integrado de projetos, 
juntamente com o incremento de novas ferramentas computacionais, tornam mais 
viáveis, não só a redução de interferências, como também estudos mais elaborados 
de uma determinada disciplina. A modelagem tridimensional permite criar maquetes 
eletrônicas, muito parecidas com a edificação real. Estas maquetes podem ser 
exploradas tanto no desenvolvimento e apresentação do projeto, ou ainda como 
ferramenta de ensino e capacitação profissional dos envolvidos no processo. 
Esta pesquisa busca mostrar, algumas vantagens da modelagem tridimensional na 
elaboração de projetos, quando comparado ao modelo tradicional em 2D. Dentre os 
pontos destacados, estão aqueles em que o uso da modelagem 3D poderia auxiliar 
o projetista numa melhor visualização do conjunto e de partes específicas, bem 
como a evitar interferências físicas entre sistemas. Essas falhas normalmente estão 
ligadas a algumas das características da representação bidimensional (simbolismo, 
fragmentação, ambiguidade, etc.), que podem induzir projetistas de diferentes 
disciplinas a soluções incompatíveis, devido a não visualização destas 
interferências. 
 
Palavras-chave: Projeto, Representação Tridimensional, Interferências Físicas. 
 
 
 
 
6 
ABSTRACT 
 
CASTRO, D. A. Applied Computer Graphics Engineering: A Case Study of the 
Laboratory of Computer Engineering (UEFS). Feira de Santana, 2010. 
Completion of course work. Civil Engineering, UEFS. 
 
 
 
This project is one of the first production’s stages, and exerts a key role in the 
acquisition of the construction of buildings as well as the possibility of cost reduction. 
The expertise of designers contributed to productivity, though the segmentation and 
sequencing of activities undertaken to consistency between projects. 
Innovative proposals based on the integrated design process, along with the 
increment of new computational tools, makes more viable, not only the reduction of 
interference, but further studies in a particular discipline. The three-dimensional 
modeling allows you to create electronic mockups, very similar to the real building. 
These mockups can be used both in the development and presentation of the project 
and a tool of education as a professional training of those involved in the process. 
This research aims to demonstrate some advantages of three-dimensional modeling 
in the preparation of projects, compared to the traditional 2D. Among the points 
highlighted are those where the use of 3D modeling could help the designer to a 
better observation of the general and specific parts, while avoid physical interference 
between systems. These failures are usually related to some characteristics of two-
dimensional representation (symbolism, fragmentation, ambiguity, etc.), which can 
lead designers from different disciplines to solutions incompatible in consequence of 
not viewing these interferences. 
 
Keywords: Design, Three-dimensional Representation, Physical Interference. 
 
 
 
 
 
 
7 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 11 
1.1 JUSTIFICATIVA ................................................................................................... 12 
1.2 OBJETIVOS ....................................................................................................... 14 
1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 14 
1.2.2 Objetivos Específicos...................................................................................... 14 
1.3 MÉTODO DA PESQUISA ...................................................................................... 14 
2 CONSTRUÇÃO CIVIL – PROJETOS E EXECUÇÃO ..................................... 16 
2.1 PANORAMA GERAL ............................................................................................16 
2.2 O PROJETO NA CONSTRUÇÃO CIVIL .................................................................... 20 
2.3 DEFINIÇÕES DE PROJETO NA CONSTRUÇÃO CIVIL ................................................ 22 
2.4 SÍNTESE HISTÓRICA DA EVOLUÇÃO DO PROJETO ................................................. 23 
2.5 ETAPAS DO PROCESSO DE PROJETO NA CONSTRUÇÃO CIVIL ................................ 24 
2.6 COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS ...................................................................... 27 
2.6.1 Dimensões da Compatibilização de Projetos .................................................. 30 
2.7 DESENVOLVIMENTO INTEGRADO DE PROJETOS E A ENGENHARIA SIMULTÂNEA ....... 32 
2.7.1 Desenho Assistido por Computador (CAD) .................................................... 34 
2.7.2 Sistemas BIM - Building Information Modeling, .............................................. 35 
3 APLICAÇÕES DA MODELAGEM GRÁFICA EM 3D NA ICC ......................... 39 
3.1.1 A concepção do projeto .................................................................................. 40 
3.1.2 A apresentação do projeto .............................................................................. 41 
3.1.3 O 3D na compatibilização do projeto .............................................................. 42 
3.1.4 O ensino e a capacitação de profissionais envolvidos .................................... 44 
3.1 ALGUNS SISTEMAS DE CAD ............................................................................... 45 
3.1.1 O AutoCAD ..................................................................................................... 45 
 
 
8 
3.1.2 Google SketchUp ............................................................................................ 47 
4 METODOLOGIA DA PESQUISA .................................................................... 50 
5 ESTUDO DE CASO ........................................................................................ 51 
5.1 LOCALIZAÇÃO ................................................................................................... 51 
5.2 EMPREENDIMENTO ............................................................................................ 52 
5.2.1 Tipologia e soluções arquitetônicas utilizadas ................................................ 53 
5.2.2 Tipologia do sistema estrutural adotado ......................................................... 57 
5.2.3 Tecnologia e procedimentos executivos ......................................................... 58 
6 APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ............. 60 
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 73 
7.1 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 73 
7.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ............................................................. 74 
REFERÊNCIAS .............................................................................................. 74 
 
 
 
 
 
9 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1 - Origens de problemas patológicos das construções (MOTTEU & 
CNUDDE, 1989 apud MELHADO, 1994). ................................................................. 18 
Figura 2 - Capacidade de influenciar o custo final de um empreendimento de edifício 
ao longo de suas fases (CII, 1987 apud MELHADO, 1994). ..................................... 19 
Figura 3 - Gráfico que relaciona o tempo de desenvolvimento de um 
empreendimento e o custo mensal das atividades, com a idéia de um maior 
"investimento" na fase de projeto (BARROS & MELHADO, 1993 apud MELHADO, 
1994). ........................................................................................................................ 21 
Figura 4 - Quadro comparativo entre etapas do processo de projeto descritas por 
autores nacionais (MIKALDO JÚNIOR, 2006). .......................................................... 25 
Figura 5 - Modelo do processo de projeto de edificações (RODRÍGUEZ e HEINECK, 
2002). ........................................................................................................................ 29 
Figura 6 – Comparação entre a Engenharia Simultânea e a Engenharia Seqüencial 
(Weck apud Arantes e Andery, s/d). .......................................................................... 33 
Figura 7 – Modelo integrado do BIM (REVISTA TÉCHNE, 2007, pg.44). ................. 36 
Figura 8 – Comparação entre o CAD e o BIM (REVISTA TÉCHNE, 2007, pg.45). ... 37 
Figura 9 – Processo de projeto em 2D e 3D (Adaptado de FERREIRA, 2007) ......... 40 
Figura 10 – Representações de projeto em 3D (FLORIO, 2007). ............................. 42 
Figura 11 – Verificação de incompatibilidade no modelo tridimensional (Adaptado de 
MIKALDO JÚNIOR, 2006) ......................................................................................... 43 
Figura 12 – Interface do AutoCAD versão 2008 (CASTRO, 2010) ............................ 46 
Figura 13 – Central de aprendizagem no Google SketchUp. (CASTRO, 2010) ........ 48 
Figura 14 – Localização da UEFS na cidade de Feira de Santana (Adaptado 
ERBASE, 2004) ......................................................................................................... 51 
Figura 15 – Localização do Objeto de Estudo no Campus da UEFS (Adaptada de 
GEPRO, 2010) .......................................................................................................... 52 
Figura 16 - Planta baixa pavimento térreo (GEPRO, 2010) ...................................... 53 
Figura 17 - Planta baixa pavimento superior (GEPRO, 2010) ................................... 54 
Figura 18 - Planta de cobertura (GEPRO, 2010) ....................................................... 54 
Figura 19 - Planta de implantação com perfil do terreno (GEPRO, 2010) ................. 55 
Figura 20 - Fachada frontal (GEPRO, 2010) ............................................................. 56 
Figura 21 - Fachada posterior e corte (GEPRO, 2010) ............................................. 56 
 
 
10 
Figura 22 – Locação das sapatas (GEPRO, 2010) ................................................... 57 
Figura 23 – Laje com blocos de EPS pronta para concretagem (O AUTOR, 2010) .. 57 
Figura 24 – Vista posterior – Fachada sul (O AUTOR, 2010) ................................... 58 
Figura 25 - Perspectiva noroeste da obra (O AUTOR, 2010) .................................. 58 
Figura 26 - Vista posterior – Concretagem da laje (O AUTOR, 2010) ...................... 59 
Figura 27 – Frente da obra (O AUTOR, 2010) .......................................................... 59 
Figura 28 – Planta de cobertura destacando o elemento “rufo” (Adaptado de 
GEPRO, 2010) .......................................................................................................... 60 
Figura 29 – Ilustração 3D destacando o elemento “rufo” (O AUTOR, 2010) ............. 61 
Figura 30 – Representação do edifício em 2D (Adaptado de GEPRO, 2010) .......... 61 
Figura 31 – Representação do edifício em 3D (O AUTOR, 2010) ............................. 62 
Figura 32 – Várias vistas do edifício (O AUTOR, 2010) ............................................ 62 
Figura 33 – Indicação do corte no modelo tridimensional ......................................... 63 
Figura 34 - Corte obtido através do modelo 3D ........................................................ 63 
Figura 35 – Passeio virtual pelo edifício .................................................................... 64 
Figura 36 – Análise da insolação na edificação ........................................................ 64 
Figura 37 – Interferência entre instalação sanitária e o forro (O AUTOR, 2010)....... 65 
Figura 38 - Sanitário para deficiente (Adaptado de GEPRO, 2010) ........................ 65 
Figura 39 – Modelagem de interferência entre instalação sanitária e forro. .............. 66 
Figura 40 – Planta baixa térreo (detalhe do sanitário de deficientes) (Adaptado de 
GEPRO, 2010) .......................................................................................................... 66 
Figura 41 – Extensão da viga V3 (Adaptado de GEPRO, 2010) ............................... 67 
Figura 42 – Interferência entre eletrodutos e a viga V3 (O AUTOR, 2010) ............... 67 
Figura 43 – Representação dos quadros de distribuição em 2D (Adaptado de 
GEPRO, 2010) .......................................................................................................... 68 
Figura 44 – Parede que suporta os quadros de distribuição (O AUTOR, 2010) ........ 68 
Figura 45 – Representação em 3D da posição dos quadros de distribuição (O 
AUTOR, 2010) ........................................................................................................... 69 
Figura 46 – Diagramação dos quadros de distribuição em 3D (O AUTOR, 2010) .... 69 
Figura 47 – Interferência entre eletrocalha e parede (O AUTOR, 2010) ................... 70 
Figura 48 – Representação das eletrocalhas (Adaptado de GEPRO, 2010)............. 70 
Figura 49 – Interferência entre eletroduto e verga (O AUTOR, 2010) ....................... 71 
Figura 50 – Interferência entre eletroduto e verga (Adaptado de GEPRO, 2010) ..... 71 
 
 
11 
 
1 INTRODUÇÃO 
A estabilidade econômica brasileira alcançada ao longo dos últimos anos permitiu 
conquistas tecnológicas nos diversos setores que contribuem para a formação da 
riqueza nacional. Na indústria da construção civil não foi diferente e o Brasil 
apresentou potenciais avanços contribuindo para encurtamento nos tempos de 
execução das obras e impulsionou o crescimento da produção. 
A partir 1991 com a vigência do Código de Defesa do Consumidor (Lei nº8078 de 
11/09/1990), que estabelece responsabilidades nas três etapas do empreendimento 
(projeto, execução e pós-ocupação) e com a criação do Programa Brasileiro da 
Qualidade e Produtividade – PBQP, as empresas vêm buscando continuamente a 
melhoria da qualidade do seu produto, tanto com intuito de satisfazer as exigências 
do mercado e redução de custos, como também por estratégia de marketing da 
empresa (MELHADO, 1994). 
Consoante ao contexto surgiu uma necessidade de realização de uma verificação 
prévia do produto dos diversos agentes envolvidos no processo de projeto, com o 
objetivo de se analisar a coerência e a coordenação entre eles, e, de acordo com 
Rodriguez (2005), com propósito de se evitar paradas e retrabalhos devido a 
interferências entre os variados projetos no decorrer da execução da obra. 
Nos últimos anos, surgiram propostas de mudanças fundamentais buscando o 
desenvolvimento integrado de projetos (ROMANO et al, 2001), e, juntamente com o 
incremento de novas ferramentas computacionais, fica ainda mais viável não só a 
redução de interferências ainda nos lances iniciais do projeto, como também estudos 
mais elaborados de uma determinada disciplina. 
O uso da computação gráfica vem sendo, cada vez mais utilizada na construção 
civil, nos escritórios, etc. Ela permite criar modelos ou maquetes eletrônicas 
próximas a edificação real a ser construída. 
 
 
12 
As maquetes eletrônicas e o uso da realidade virtual também podem ser explorados 
como ferramenta de ensino ou capacitação profissional, visto que facilitam a 
visualização de um elemento, portanto ajudando-o na compreensão do 
funcionamento de objetos, plantas dentre outros mais complexos. 
1.1 JUSTIFICATIVA 
O forte crescimento que o segmento da construção civil tem vivenciado nos últimos 
anos, fruto provavelmente da melhoria do grau de investimento e a existência de 
uma forte demanda reprimida, vem alavancando a busca da otimização de 
processos e procedimentos para a melhoria dos índices de produtividade, qualidade 
e rentabilidade dos empreendimentos. 
Muitas vezes, problemas ocorridos na obra nascem ainda na etapa de projeto, 
devido a uma elaboração com falhas no planejamento e ausência de interação e 
comunicação entre as diversas especialidades criadoras envolvidas, o que responde 
por uma enorme parcela das perdas na eficiência produtiva. Romano et al (2001) 
destaca que, a origem de boa parte dos conflitos entre os projetos das edificações, 
reside na segmentação e o seqüenciamento das atividades de projeto. 
Neste contexto, torna-se interessante a criação de mecanismos que possibilitem a 
melhoria na qualidade do projeto e de seus produtos e processos (ROMANO et al 
2001), e que sejam adequados às exigências sucedidas com a recente evolução que 
o segmento vem alcançando. Torna-se também importante uma boa apresentação 
do conteúdo com propósito de mostrar da melhor forma o produto aos interessados, 
reduzindo ao máximo as ambigüidades e aumentando de tal forma a confiança dos 
clientes e demais integrantes do processo. 
No que diz respeito ao desempenho produtivo e à qualidade final do produto, deve-
se ainda dar a merecida relevância do investimento no aperfeiçoamento da 
qualidade dos projetos potencializando estes resultados não somente à 
 
 
13 
competitividade, mas também garantindo resultados positivos para todo o ciclo de 
vida do empreendimento (MELHADO, et al, 2005). 
Ainda que, a necessidade de coordenar e compatibilizar projetos sejam fruto da 
separação entre o exercício projetual e a execução da obra, existem outros fatores 
que a justificam na contemporaneidade, tais como: 
 Especialização cada vez maior das diferentes áreas de projetos; 
 Constituição de equipes de projeto situadas em diferentes localidades; 
 Soluções tecnológicas agregadas nos empreendimentos muito rapidamente. 
De acordo com Solano (2005), no sub-setor de edificações da indústria da 
construção civil são raros os casos – principalmente nas pequenas empresas – em 
que existam procedimentos voltados para o projeto bem elaborado com a devida 
interação entre os diferentes projetistas envolvidos no processo de criação. 
Entretanto, segundo Romano (2001), ultimamente várias ações vem sendo 
implementadas para a integração do binômio projeto/execução por meio do 
desenvolvimento integrado de projetos. 
Recentemente, diversos autores entre eles Solano (2005), Mikaldo (2006), Ferreira 
(2007), etc. abordaram acerca da importância da compatibilização de projetos e os 
métodos para que se possa realizá-la, dentre eles destaca-se a utilização de 
softwares de CAD com sobreposições de projetos 2D e a integração dos projetos em 
modelos em 3D e também o método FMEA - Failure Mode and Effect Analysis ou 
Análise do Modo e Efeito de Falhas, destacando as vantagens e tendências em se 
utilizar tais modelos. 
Muitas das ferramentas utilizadas na compatibilização de projetos trabalham com a 
representação ou simulação de modelos geométricos em plataformas de desenho 
assistido por computador (CAD). 
Dessa forma, acredita-se que a aplicação de programas computacionais de 
modelagem sobre o objeto de estudo, vai permitir reconhecer contribuições 
Hryck
Realce
 
 
14 
importantes da aplicação destas ferramentas para a integração de projetos e a 
compatibilização do binômio projeto/execução. 
Este trabalho vem, como uma tentativa de mostrar algumas destas aplicações e 
suas vantagens no desenvolvimento de projetos de engenharia, caso sejam 
utilizados recursos da modelagem geométrica tridimensional assitida por 
computador. 
1.2 OBJETIVOS 
1.2.1 Objetivo Geral 
 Comparar a representação do modelo em “2D” com o modeloem “3D”, 
verificando parâmetros como facilidade de leitura de projeto, observação do 
conjunto e das partes. 
1.2.2 Objetivos Específicos 
 Analisar a aplicação da modelagem gráfica computacional em projetos de 
engenharia. 
 Avaliar benefícios na compatibilização entre projetos utilizando as ferramentas 
de modelagem escolhidas. 
 Identificar problemas durante o processo de compatibilização. 
1.3 MÉTODO DA PESQUISA 
 Revisão bibliográfica através de livros, artigos científicos, teses, dissertações, 
normas técnicas, periódicos (jornais, revistas, etc.), internet; 
 
 
15 
 Estudo de projetos já existentes; 
 Modelagem do empreendimento em 2D e depois em 3D; 
 Observação de campo, com registro fotográfico. 
 Análise e discussão dos dados; 
 Resultados. 
 
 
2 CONSTRUÇÃO CIVIL – PROJETOS E EXECUÇÃO 
2.1 PANORAMA GERAL 
A Indústria da Construção Civil (ICC) confronta-se com um processo de produção 
complexo, inerente não só à sua natureza e às peculiaridades do empreendimento a 
ser construído, mas também à sua organização e modo de gestão. As diferentes 
partes envolvidas neste processo apresentam-se de maneira fragmentada e cada 
uma com seus próprios interesses, às vezes até conflitantes, no que diz respeito às 
características e objetivos do empreendimento (FABRICIO, 2002). 
Uma das particularidades da indústria da construção civil pode ser observada 
inclusive no layout (arranjo produtivo) e seu fluxo de produção. Ao contrário do 
arranjo fixo (linha de montagem) de outras indústrias, onde muitas vezes os recursos 
transformadores são fixos e o produto em transformação é que se locomove (fluxo), 
na construção civil o produto em transformação está em local fixo e os recursos 
transformadores é que se locomovem. 
Diferentemente das demais indústrias, na ICC há uma dificuldade a mais, pois cada 
novo empreendimento de construção exige uma formulação e projeto próprio, pois 
neste setor não existem produtos idênticos, uma obra pode ser muito parecida com 
outra, entretanto nunca será idêntica. Dessa forma, a cada empreendimento 
realizado, a concepção e projeto devem mobilizar múltiplas técnicas e agentes para 
realização da sua tarefa (FABRICIO, 2002). 
O ritmo acelerado nos últimos anos a construção civil contribuiu de maneira ainda 
mais acentuada na composição do PIB na economia brasileira. Segundo o Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, em 2008, esse crescimento ficou em 
torno de 8% contribuindo para afastar os efeitos da crise financeira mundial da 
economia brasileira. 
 
 
 
17 
Entretanto, apesar dos últimos avanços na construção civil praticada no Brasil, esta 
ainda é rotulada como um setor atrasado se comparada aos demais setores, 
principalmente pela mão-de-obra desqualificada, pelos altos índices de desperdício 
e baixa produtividade e nível de industrialização. (FONTENELLE, 2002 apud 
MIKALDO JR, 2006). 
Segundo Agopyan (2001), até recentemente, estimava-se uma taxa de desperdício 
em torno de 25% do custo final do empreendimento, entretanto, na atualidade existe 
uma maior preocupação quanto à redução de perdas. 
As exigências dos empreendedores em busca da conclusão o mais rápido possível 
de suas obras, para 'aproveitar' os bons momentos econômicos ('boom') reduziu 
consideravelmente o tempo para projetos, “para planejar, pensar, refletir, aferir e 
optar por melhores alternativas." E esta colocação é legítima na atualidade, visto que 
frequentemente esse tipo de comportamento, se estabelece entre empreendedores 
e projetistas, na área de edificações (CAMBIAGHI, 1992 apud MELHADO, 1994). 
A "pressão psicológica" que o empreendedor exerce, motivada por fatores de 
instabilidade do mercado e pelas precisões comerciais envolvidas, pode ser maior 
para o projetista do que verdadeiramente tais fatores demandariam. Esta ação na 
maioria das vezes prejudica a qualidade do projeto, comprometendo o sucesso 
pleno do empreendimento (CAMBIAGHI, 1992 apud MELHADO,1994). 
Esta baixa valorização do real valor da etapa da concepção e detalhamento resulta 
em projetos entregues à obra repletos de falhas e de lacunas, e isto gera grandes 
perdas de eficiência nas atividades de execução, bem como ao prejuízo de 
características do produto que foram previamente idealizadas. Isso é comprovado 
devido à grande incidência de patologias em edifícios atribuídas a falhas de projeto, 
os quais podem representar até 46% do total, de acordo com a Figura 1 (MOTTEU & 
CNUDDE, 1989 apud MELHADO 1994). 
 
 
18 
 
Figura 1 - Origens de problemas patológicos das construções (MOTTEU & CNUDDE, 1989 
apud MELHADO, 1994). 
 
De acordo com os autores Melhado (1994), Mikaldo Júnior (2006), a falta de 
racionalização e coordenação do projeto influencia diretamente na taxa de 
desperdícios, pois aumenta o número de interferências entre projetos, originando 
paradas e retrabalhos e, consequentemente, baixa a produtividade e qualidade do 
produto final. 
Em concordância com Rodriguez (2005) apud Mikaldo Júnior (2006), a falta de 
racionalização e coordenação dos projetos implica diretamente nos custos do 
desperdício, dentre estes fatores destacam-se: 
i. Superdimensionamento ou subdimensionamento dos sistemas; 
ii. Paradas e retrabalhos devido a interferências físicas entre os projetos, 
omissão de informações ou informações incorretas; 
iii. Paradas e retrabalhos por indisponibilidade dos projetos nas obras; 
iv. Baixa produtividade devido ao emprego de componentes sem padronização; 
v. Maior uso de recursos materiais e de mão-de-obra pela falta de 
construtibilidade, operação e manutenção. 
 
 
19 
O correto seria investir em tempo e recursos para a elevação da qualidade das 
etapas de projetos e suas peças gráficas. Segundo Souza et al (1995), o projeto de 
uma edificação é o elemento fundamental na concepção do empreendimento e 
existe uma grande necessidade de aprimoramento ainda na sua fase de elaboração 
visando a interação com a parte executiva no intuito de majorar a otimização do 
processo agregando assim valor ao produto final. Portanto, conforme a Figura 2 é o 
projeto que possui o maior potencial para redução dos custos de um 
empreendimento. 
 
Figura 2 - Capacidade de influenciar o custo final de um empreendimento de edifício ao 
longo de suas fases (CII, 1987 apud MELHADO, 1994). 
 
Neste contexto, as ações que valorizam a melhoria da qualidade na construção de 
edifícios implicam em benefícios para o desenvolvimento da economia nacional, já 
que ocorre uma melhor utilização dos recursos aplicados e consequentemente leva 
a melhores produtos, a maior produtividade e também permitindo uma maior 
geração de empregos (MELHADO, 1994). 
 
 
 
20 
2.2 O PROJETO NA CONSTRUÇÃO CIVIL 
O projeto na ICC, assim como em outras áreas, constitui uma das primeiras etapas 
do processo de produção. Deste modo exerce uma função fundamental na aquisição 
da qualidade na construção de edifícios, já que, nesta etapa, são definidos os 
conceitos de organização do espaço e a tecnologia que será adotada na fase de 
execução. 
De modo geral, ele deve informar o design e as características físicas do produto a 
ser construído e também deve permitir o ingresso de inovações tecnológicas, e 
buscar reduzir a ocorrência de patologias futuras além de garantir características de 
qualidade, racionalidade e construtibilidade do empreendimento. Desse modo, um 
bom projeto gera reflexos positivos na adequação ao uso, reduz o tempo total de 
execução da obra e os custos finais do empreendimento (FABRÍCIO, 2002). 
Nas edificações, os projetos podem ter alta variabilidade, a depender da sua 
finalidade,do nível de complexidade e em função da quantidade de recursos 
investidos no ato de construir. 
Segundo Rufino (1999), dentre os principais aspectos que influenciam a qualidade e 
produtividade do projeto, quatro itens merecem destaque: 
i. Integração entre projetos: Conseguida através de coordenação e 
gerenciamento, diminuindo o improviso e a repetição dos erros; 
ii. Simplificação de projetos: Reduzindo a variabilidade do processo, através de 
padronização, repetição e coordenação modular; 
iii. Comunicação: Criando uma metodologia de transferência de informações, 
sem margem para dúvidas e ambiguidades; 
iv. Integração projeto produção: Otimiza o fluxo de produção, a seqüência de 
tarefas e o layout do canteiro que gera uma melhor circulação de materiais, 
equipamentos e mão-de-obra. 
Observa-se então, que para uma mesma tipologia de empreendimento com métodos 
executivos idênticos, existe uma correlação entre o nível de qualidade dos projetos 
 
 
21 
(seu grau de detalhamento e harmonia entre as partes) com percentual de perdas de 
materiais e na eficiência produtiva. 
De acordo com Melhado (1994), qualquer esforço realizado durante o projeto 
repercute em ganhos sensíveis e justifica os custos reduzidos se comparados aos 
que advêm das modificações que por ventura apareçam posteriormente, visto que as 
alterações são muito mais simples de serem efetuadas ainda "no papel". Entretanto 
muitas vezes o que ocorre na prática corrente é o contrário, o que acarreta em um 
maior custo ao final do empreendimento, conforme ilustrado na comparação da 
Figura 3. 
 
 
Figura 3 - Gráfico que relaciona o tempo de desenvolvimento de um empreendimento e o 
custo mensal das atividades, com a idéia de um maior "investimento" na fase de projeto 
(BARROS & MELHADO, 1993 apud MELHADO, 1994). 
Em sua tese de doutoramento, Melhado (1994), sugeriu que: 
A evolução do setor de construção de edifícios deve introduzir novas situações, para as 
quais a forma convencional de projetar um edifício não está apta a oferecer respostas 
adequadas; faz-se necessária uma maior integração entre os especialistas que 
participam do projeto. A tendência de subdivisão cada vez maior do projeto em partes 
distintas desenvolvidas por profissionais diferentes, dentro de um nível de especialização 
crescente, traz como decorrência a necessidade de uma coordenação eficiente do 
processo - tanto no que diz respeito à informação utilizada (dados de entrada) quanto à 
decisão (dados de saída). 
 
 
22 
2.3 DEFINIÇÕES DE PROJETO NA CONSTRUÇÃO CIVIL 
De acordo com a NBR 5674 (1999), “projeto” é definido como uma descrição gráfica 
e escrita das propriedades de um serviço ou obra de Engenharia ou Arquitetura, 
onde constam seus atributos técnicos, econômicos, legais e financeiros. No 
dicionário Aurélio encontram-se as seguintes definições para projeto: “o que se tem 
a intenção de fazer”, (...) “plano de realizar qualquer coisa”, (...) ou mais 
especificamente no setor de construção, “estudo, com desenho e descrição, de uma 
construção a ser realizada”. No guia PMBoK, a definição de projeto é “um 
empreendimento temporário feito para criar um produto, serviço ou resultado único” 
(PMI, 2004 apud CARVALHO e MIRANDA, 2007). 
Segundo Melhado (1994), a maior parte dos conceitos e definições presente na 
bibliografia relacionada com o tema, para o termo “projeto", estão ligados ao 
procedimento ou prática de projetar, com enfoque no sentido de “criação”, 
envolvendo a idealização, análise e implementação de idéias, e também no sentido 
de resultados segundo as mudanças esperadas pela implementação do projeto. 
Porém, quando se trata de projeto de edifícios, deve-se ultrapassar a visão do 
produto ou da sua função sendo o projeto afrontado, também, sob a ótica do 
processo (que no caso, é a atividade de construir). Ele ainda deve ser encarado 
como informação, de caráter tecnológico (como no caso de indicações de detalhes 
construtivos ou locação de equipamentos) ou no sentido puramente gerencial - 
sendo útil ao planejamento e programação das atividades de execução, ou que a ela 
dão suporte (como no caso de suprimentos e contratações de serviços), portanto de 
importância crucial (MELHADO, 1994). 
Na prática corrente existe uma frequente dissociação entre a atividade de projeto e a 
de construção propriamente dita. Melhado & Violani (1992) apud Melhado (1994), 
apontam que no modelo tradicional de construção, “o projeto geralmente é entendido 
como instrumento, esquecendo-se o seu prazo e o seu custo, fazendo jus a um 
mínimo de aprofundamento e assumindo um conteúdo quase meramente legal, ao 
ponto de torná-lo simplesmente indicativo e postergando-se grande parte das 
decisões para a etapa de obra. 
 
 
23 
2.4 SÍNTESE HISTÓRICA DA EVOLUÇÃO DO PROJETO 
Conforme relatado por Graziano (2003), os escritórios técnicos especializados em 
arquitetura, estrutura e instalações começaram a surgir por volta dos anos de 1960 
devido à ocorrência de uma forte demanda imobiliária. 
O surgimento dos escritórios especializados desencadeou a decadência do modelo 
anterior, onde os projetistas trabalhavam de forma conjunta, onde de tal modo estes 
conseguiam uma boa integração entre os participantes, pois vivenciavam um contato 
direto com a obra, visto que as mesmas empresas que projetavam eram as que 
construíam, logo coordenavam o desenvolvimento de suas atividades. 
Esta forma de trabalho inicialmente rendeu resultados satisfatórios, pois as equipes 
de projetos contavam com um acervo intelectual que fora acumulado ao longo dos 
anos de contato com a prática da construção. Entretanto, nos anos posteriores os 
construtores ficaram mais distanciados das atividades de projeto e os projetistas 
perderam o contato com a execução das obras por eles concebidas. Aumentaram-se 
os prejuízos quanto à solução do projeto bem elaborado, já que os projetistas não 
mais detinham o conhecimento das necessidades da construtibilidade e das 
solicitações das demais especialidades abrangidas no processo (GRAZIANO, 2003). 
Verificou-se a partir dessa transição e da perda do elo entre os participantes o 
aumento nos índices de desperdício na etapa construtiva, atingindo seu ápice em 
meados dos anos oitenta do século passado, foi onde se tornou mais evidente a 
necessidade de compatibilizar os projetos, surgindo os coordenadores e/ou as 
equipes internas ou externas de projeto, aumentando os custos das construtoras e 
dos projetistas, visto que o trabalho de compatibilização requer uma dedicação maior 
de ambas as partes (GRAZIANO, 2003). 
 
 
 
24 
2.5 ETAPAS DO PROCESSO DE PROJETO NA CONSTRUÇÃO CIVIL 
O processo tradicional de elaboração de projetos na construção de edifícios é 
constituído por várias etapas e especialidades de projeto, em que os principais são 
os de arquitetura, estruturas, sistemas prediais, etc. Na medida em que se elaboram 
os projetos, são desenvolvidas as soluções em nível crescente de detalhamento, 
cumprindo as diferentes etapas de projeto. 
A NBR 13531/1995 destrincha esse processo nas seguintes etapas: 
i. Levantamento (LV): etapa destinada à coleta de informações de referência 
(dados físicos, técnicos, legais e jurídicos, e outros) que representem as 
condições já existentes, que são de interesse na elaboração do projeto; 
ii. Programa de necessidade (PN): etapa que determina as exigências de 
caráter prescritivo ou de desempenho (necessidade e expectativas dos 
usuários), que devem ser satisfeitas pela edificação; 
iii. Estudo de viabilidade (EV): etapa na qual se elabora a análise e as 
avaliações para a escolha e recomendação de alternativas para 
concepção da edificação e de seus elementos,instalações e 
componentes; 
iv. Estudo preliminar (EP): etapa em que ocorre a concepção e a 
representação do conjunto de informações técnicas iniciais e aproximadas 
precisas para a compreensão da configuração da edificação, podendo 
existir soluções alternativas; 
v. Anteprojeto (AP) e/ou Pré-executivo (PR): etapa destinada à concepção e 
à representação das informações técnicas provisórias de detalhamento da 
edificação necessárias ao inter-relacionamento das atividades técnicas de 
projetos e suficientes à elaboração de estimativas aproximadas de custos 
e de prazos dos serviços inerentes a obra; 
vi. Projeto legal (PL): etapa da representação das informações técnicas 
exigidas para analise e aprovação por parte dos órgãos competentes para 
 
 
25 
obtenção das licenças e demais documentos indispensáveis para as 
atividades de construção; 
vii. Projeto básico (PB): etapa opcional que se destina à representação 
técnica ainda não completa ou definitiva, mas consideradas compatíveis 
com os demais projetos e suficientes à licitação (contratação) dos serviços 
de obras correspondentes; 
viii. Projeto para execução (PE): etapa em que ocorre a representação final 
das informações técnicas completas, definitivas, necessárias e suficientes 
à licitação e à execução; 
Mikaldo Júnior (2006) idealizou uma tabela com as divisões das etapas de projeto 
segundo alguns autores brasileiros. Conforme a Figura 4, na qual se percebe que as 
definições são similares, porém com algumas diferenças nas etapas iniciais e finais, 
justamente devido à dimensão do projeto como processo, que considera a 
concepção e planejamento como etapa inicial e o acompanhamento da execução e 
uso como etapa final. 
 
Figura 4 - Quadro comparativo entre etapas do processo de projeto descritas por autores 
nacionais (MIKALDO JÚNIOR, 2006). 
Melhado (1994) engloba os levantamentos, o programa de necessidades e o estudo 
de viabilidade numa só etapa nomeada de idealização do projeto e a considera 
 
 
26 
como a etapa na qual são realizadas apenas análises sobre o potencial do terreno 
que servirá de base para elaboração das etapas posteriores. 
O estudo preliminar, segundo Melhado (1994), é a concepção e representação 
gráfica preliminar, que deve atender aos parâmetros e exigências da edificação a ser 
concebida, possibilitando avaliar o partido arquitetônico adotado e a configuração 
física das edificações, inclusive a implantação no terreno. 
Ainda na fase de estudo preliminar, são lançadas as soluções básicas para cada 
projeto. Existe uma maior necessidade de se realizar reuniões de definições. Tal 
atitude propicia, futuramente, o desenvolvimento coesivo do processo de projeto, 
aumentando potencialmente a identificação precoce de possíveis falhas e/ou 
conflitos entre soluções afins dos diferentes participantes (MELHADO, 1994). 
Os documentos técnicos gerados neste ambiente são alteráveis, visto que são 
dependentes das necessidades do processo como a geração de idéias, cotações, 
negociações, aprovações, etc., que geram um considerável volume de resultados 
parciais de projeto (SANCHEZ, et al, s/d). 
O anteprojeto é uma prévia do projeto legal, aprofundando-se nas questões 
pertinentes e trazendo à tona novas proposições, que serão então aprovadas pelo 
cliente. Somente a partir de então serão preparadas as documentações das 
informações, tais como desenhos, planilhas de composição de custos, relatórios 
orçamentários, representações gráficas, maquetes, contratos, simulações, e outros 
de natureza mais específica se necessário. 
No que diz respeito às especialidades de cada projeto, observa-se também que há 
uma hierarquia entre a arquitetura e os demais componentes, pois esta é ponto de 
partida do processo, seguindo pela parte dos sistemas estruturais e os projetos de 
instalações de natureza diversa, as quais se desenvolvem com soluções em nível 
crescente de detalhamento (FABRICIO, et al, 1998). 
Convencionalmente neste setor é comum que uma etapa de projeto de determinada 
especialidade só seja iniciada com o fim de uma etapa de outra especialidade. 
Observa-se, então, que não existe paralelismo no processo. Uma simples ilustração 
deste fato ocorre na etapa de anteprojeto de estruturas que só pode ser iniciado 
 
 
27 
após passar pelo seu precursor, que, neste caso, é a etapa de anteprojeto de 
arquitetura (FABRICIO, et al, 1998). 
Segundo Fabrício et al (1998), muitas vezes, no desenvolvimento dos projetos é 
pequena a participação da construtora e do usuário. Todavia, em compensação, a 
influência que o incorporador exerce é bastante significativa. 
Com relação ao processo de projeto do edifício, alguns dos fatores mencionados 
acima, colaboram para uma deficiência na qualidade do projeto como um todo, pois 
esse é desenvolvido sem uma visão sistêmica, na qual deveriam ser consideradas 
todas as necessidades e exigências dos diversos clientes do processo. A 
negligência da visão sistêmica e das necessidades dos futuros usuários aumenta a 
necessidade de compatibilização de projetos. 
Este contexto abre pressuposto para a idealização de novos métodos para o 
processo de projeto, tais como os que se baseiam nos fundamentos da engenharia 
simultânea, que serão descritos com maiores detalhes nos capítulos posteriores. 
2.6 COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS 
A expressão compatibilização é utilizada em muitas áreas do conhecimento sempre 
no sentido de explicar a capacidade de “coisas” coexistirem e concordarem entre si. 
Na construção civil, a compatibilização de projetos consiste na resolução dos 
conflitos existentes nos produtos advindo dos diversos projetistas buscando uma 
melhor integração entre tais projetos. 
Segundo Picchi apud Mikaldo Júnior (2006), a compatibilização de projetos é a 
identificação das interferências entre os vários projetos, por meio de uma 
sobreposição dos mesmos, por meio de reuniões com os diversos colaboradores e a 
coordenação até que seja encontrada uma solução para a tais interferências. 
Embora o processo de compatibilização já esteja difundido no setor, acontecem na 
prática de muitas obras, que as interferências físicas (IF) entre a estrutura e as 
 
 
28 
instalações são resolvidas nos próprios canteiros, com critérios que, por muitas 
vezes, comprometem a qualidade e o custo do produto. Essas falhas têm origem na 
ausência ou na ineficiência da compatibilização dos projetos, esta que deve ser uma 
etapa em que se buscam soluções para eliminar as falhas ocorridas durante a fase 
de execução, reduzindo paradas e retrabalho e em seguida o custo das edificações. 
Logo que detectadas, as incompatibilidades devem ser retiradas ou adequadas 
antes da execução dos projetos. 
De acordo com Mikaldo Júnior (2006), embora não haja consenso na literatura, 
sobre o escopo da compatibilização, nota-se que existe a necessidade de verificar 
interferências físicas e discutir informações que interligam as características de cada 
projeto. 
Para obtenção de resultado satisfatório é preciso um exercício constante de 
compatibilização nas fases seguintes da elaboração dos projetos, realizadas 
concomitantemente com a disposição entre as soluções inseridas pelos diferentes 
projetistas, sempre verificando os níveis de precisão advindos do detalhamento das 
soluções construtivas, das composições e dos dimensionamentos de espaços e 
componentes. 
Rodríguez e Heineck (2002) indicam que a compatibilização fica facilitada na medida 
em que ela é introduzida a partir dos estudos preliminares. Ainda afirmam que a 
compatibilização deve aparecer logo nas primeiras etapas do projeto, desde os 
estudos preliminares, anteprojeto, projetos legais e projetoexecutivo, indo de uma 
integração geral das soluções até as verificações de interferências geométricas das 
mesmas, conforme ilustrado na Figura 5. 
 
 
29 
 
Figura 5 - Modelo do processo de projeto de edificações (RODRÍGUEZ e HEINECK, 2002). 
 
A falta de compatibilização gera graves problemas durante a execução da obra, e 
diversas autoridades no assunto recomendam a valorização da compatibilização dos 
projetos para a melhoria da solução final do empreendimento. 
 
 
30 
2.6.1 Dimensões da Compatibilização de Projetos 
De maneira simplificada e de acordo com o pensamento de Solano (2005) existem 
as seguintes dimensões para compatibilizar projetos de edificações em incorporação 
ou construção imobiliária. 
 
a) Dimensão do plano estratégico do projeto 
O compatibilizador trata do cumprimento da interação do cronograma físico-
financeiro com o desenvolvimento dos projetos, focando na satisfação dos 
clientes do projeto, desde projetistas até o consumidor final. Ainda fornece 
diretrizes para processo de produção e conformidade do produto final. 
 
b) Dimensão da pesquisa de mercado 
O compatibilizador foca nas ações dos projetos para o cliente final e possibilita 
que a representação gráfica dos projetos atenda os requisitos de lay-out; dos 
ambientes de permanência prolongada e transitória, da relação entre lados dos 
compartimentos da orientação solar, da vista do panorama e da acessibilidade. 
Também regulamenta as prescrições e o cumprimento do memorial descritivo 
dos projetos atendendo os requisitos de estética, de durabilidade e de facilidade 
de manutenção. 
 
c) Dimensão da viabilidade técnico-econômica 
O compatibilizador deve utilizar os indicadores geométricos, de consumo, de 
custos e de produtividade considerados no estudo de viabilidade econômico-
financeira do empreendimento para verificar possíveis desconformidades com 
este instrumento balizador do sucesso do empreendimento. Vários indicadores 
são conhecidos para o sub-setor da construção, como por exemplo: índice de 
compacidade, taxa de formas, taxa de armaduras, taxa de concreto, taxa de 
esquadrias, taxa de tubos de esgoto, entre outros. 
 
d) Dimensão da construtibilidade 
 
 
31 
É a dimensão normalmente praticada pelos compatibilizadores e citada pelos 
autores aqui indicados. Para atingir os objetivos do método, o compatibilizador 
deve pelo menos: 
i. Elaborar listas de verificação das zonas vulneráveis podendo ser utilizado 
os métodos conhecidos como engenharia simultânea e FMEA – Análise 
dos Modos e Efeitos de Falhas; 
ii. Elaborar as regras para compatibilização, devendo conter a ordem e os 
itens, como por exemplo, verificar a atualidade, padronização, controle 
das versões e das desconformidades e alterações nos documentos que 
referenciaram o desenho; 
iii. Elaborar o plano de compatibilização em sintonia com o cronograma dos 
projetos, sem esquecer que o número de interação é grande e deve ser 
calculada pela quantidade tempo disponível; 
iv. Compatibilizar os desenhos dos projetos dois a dois; 
v. Manter o controle da compatibilização, podendo ser utilizado os sistemas 
compartilhados; 
vi. Divulgar os resultados da compatibilização amplamente entre os 
intervenientes do projeto. 
 
Embora seja a dimensão mais aplicada, geralmente as pequenas empresas não 
compatibilizam seus projetos, transferindo para a produção da obra esta 
responsabilidade, evidentemente com todos os efeitos negativos também já 
destacados. Até as médias e grandes empresas aplicam esta dimensão, porém 
muitas delas sem um método definido, ficando restrita a sobreposição dos 
projetos na procura de inconformidades que venham a comprometer o fluxo da 
construção. 
e) Dimensão da facilitação de fluxo da produção dos projetistas 
Esta é a dimensão não é aproveitada por grande parte dos compatibilizadores e 
consiste em fazer cumprir os prazos previstos no cronograma de projetos e para 
compatibilização dos mesmos, divulgando o processo de compatibilização por 
 
 
32 
meio compartilhado. Somente liberando os desenhos quando as pendências 
sejam resolvidas, não cedendo à pressão do engenheiro de produção, pois a 
obra não deveria ter sido iniciada antes dos projetos terem sido concluídos e 
liberados. 
Dentre todas citadas, a dimensão da construtibilidade é mais aplicada na prática das 
construções. Neste contexto, o conceito dessa dimensão reforça a conformidade da 
adoção de soluções de projetos que simplifiquem e melhorem o processo executivo, 
sendo que quanto mais se acentua a construtibilidade mais a execução está próxima 
do processo ótimo de execução. (MIKALDO JÚNIOR, 2006). 
2.7 DESENVOLVIMENTO INTEGRADO DE PROJETOS E A ENGENHARIA SIMULTÂNEA 
Devido ao processo de evolução na elaboração de projetos, mencionados 
anteriormente, ainda há uma cultura inserida no mercado, em que a atividade 
projetual é baseada na segmentação e sequenciamento das atividades. E este fato 
acarreta numa perda da visão sistêmica no desenvolvimento do produto e de seus 
possíveis conflitos com as diversas disciplinas. 
Na atualidade, geralmente cada projetista desenvolve sua atividade isoladamente, 
trabalhando numa espécie de revezamento, que consiste numa sucessão 
hierárquica, em que o projeto é a soma das contribuições isoladas dos diversos 
projetistas e agentes de decisão e, por isso, este esquema de trabalho também é 
conhecido como modelo de projeto hierárquico. 
Aos poucos, porém com muita expectativa, vem sendo encorpada uma nova visão 
que se baseia no desenvolvimento integrado dos projetos, visto que as 
necessidades de compatibilização são realizadas concomitantemente à realização 
da tarefa, trazendo consigo um novo conceito, no que diz respeito à elaboração de 
projetos. Surge então o modelo de projeto colaborativo. 
A indústria da construção civil passa por um processo de busca por características 
de industrialização e está implantando conceitos de organização e montagem, 
 
 
33 
visando a redução de prazos e custos. Essa tendência abre caminho para a 
engenharia simultânea, que começou a ser utilizada no setor a fim de antecipar os 
conflitos de projetos, assim como desenvolvê-los mais rapidamente. Dentre os 
resultados obtidos com a utilização deste método estão a otimização do tempo na 
fase de elaboração de projetos (principal objetivo) e a agilização na parte de 
execução (SAES FILHO e SILVA, 2006). 
Fabrício (2002) destaca que o paralelismo de atividades presente no modelo 
integrado busca otimizar o processo construtivo, através da simplificação de 
produtos, eliminação de etapas e interfaces de processos, além de reduzir o tempo 
na concepção de novos produtos, de acordo com a Figura 6 . 
 
Figura 6 – Comparação entre a Engenharia Simultânea e a Engenharia Seqüencial (Weck 
apud Arantes e Andery, s/d). 
 
 
Segundo Fabrício (2002), a denominação “Concurrent Engineering” ou Engenharia 
Simultânea (ES) foi sugerida e caracterizada originalmente pelo Institute for Defense 
Analysis (IDA) do governo norte americano. Entretanto muitas de suas 
características podem ser localizadas na indústria japonesa a partir da década de 
 
 
34 
1970. É comum encontrar na literatura os termos “Engenharia Concorrente” ou 
“Engenharia Paralela”. 
Ao contrário do processo de projeto tradicional, na visão da Engenharia Simultânea 
a integração é considerada como algo indispensável para uma melhoria no resultado 
final da tarefa imobiliária, e de acordo com IDA - Institute for Defense Analysis 
(1998) apud Mikaldo Júnior (2006, p.35), entende-se que: 
Engenharia Simultânea é uma abordagem sistemática para integrar, simultaneamenteprojeto do produto e seus processos relacionados, incluindo manufatura e suporte. Essa 
abordagem é buscada para mobilizar os desenvolvedores (projetistas), no início, para 
considerar todos os elementos do ciclo de vida da concepção até a disposição, incluindo 
controle da qualidade, custos, prazos e necessidades dos clientes. 
A definição proposta por Fabrício (2002) diz que o desenvolvimento integrado das 
diversas dimensões do projeto envolve a formulação conjugada da operação 
imobiliária, do programa de necessidades, da concepção arquitetônica e tecnológica 
do edifício e do projeto para a produção. E é efetivado por meio da colaboração 
entre o agente promotor, a construtora e os projetistas, bem como as contribuições 
dos subempreiteiros e fornecedores de insumos. 
 
2.7.1 Desenho Assistido por Computador (CAD) 
 
Ainda que as tecnologias emergentes não estejam sendo utilizadas plenamente, não 
há como negar que com o advento da computação gráfica, obteve-se uma revolução 
no instrumental de representação do projeto. Na engenharia e na arquitetura os 
sistemas de Desenho Assistido por Computador – CAD (Computer Aided Design) 
proporcionaram uma revolução, substituindo o uso da prancheta, que já não 
acompanhava os novos processos de projetos e se mostrava de desempenho lento, 
realizado artesanalmente. 
 
Os softwares CAD apareceram nos anos 1980, e entre diferentes tipos, destacaram-
se os que demandavam menor quantidade de processamento, os chamados CAD 
geométricos, que utilizavam como base na representação de informações entidades 
 
 
35 
geométricas (linhas, pontos, arcos, etc.) sendo este que melhor se adaptou ao 
mercado. Logo esse tipo de CAD, também conhecidos como “prancheta eletrônica”, 
popularizou-se e tornou-se essencial aos projetistas. O que pode ser facilmente 
observado, pois, são raros os escritórios que não utilizam essa ferramenta hoje em 
dia (AYRES FILHO e SCHEER, 2008). 
De acordo com Ayres Filho e Scheer (2008 p.5), embora tenha se tornado padrão 
para a indústria da construção, o CAD geométrico sempre foi um obstáculo para a 
comunicação eficiente entre os diversos agentes e os processos envolvidos na 
produção. Esse pensamento é considerado como entendimento de que houve uma 
substituição de uma ferramenta por sua equivalente mais nova, sem que houvesse 
reformulação no processo de produção. O suporte da tecnologia desses CADs 
direciona para a “solução do problema da representação digital da geometria, e não 
necessariamente para a transmissão de informação através do desenho”. 
O AutoCAD juntamente com outros softwares CADs geométricos, promoveu uma 
modernização na elaboração dos desenhos, ao substituírem a tinta nanquim do 
processo artesanal anterior, por arquivos digitais e plotagens, eliminando tarefas 
repetitivas e complicadas (como a normografia) e facilitando a correção dos 
desenhos (AYRES FILHO e SCHEER, 2008). 
Entretanto, de acordo com Ayres Filho e Scheer (2008), o suporte que eles oferecem 
ao processo de projeto vai pouco além de uma prancheta melhorada, pois o 
desenho é agora feito na tela do computador, porém a geração da informação é a 
mesma. 
2.7.2 Sistemas BIM - Building Information Modeling, 
A idéia de desenvolver simultaneamente o projeto ganhou força com o surgimento 
de uma nova geração de softwares direcionados ao desenvolvimento integrado de 
projetos, que deve promover uma mudança radical em todo o processo de produção 
da construção civil. 
 
 
36 
De acordo com Florio (2007), o grau de complexidade de alguns projetos 
contemporâneos exige novas técnicas no gerenciamento das informações. O 
emprego das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) permite controlar 
dados digitais dos projetos com geometria mais abstrata, e, de tal forma, 
programando a sequência de atividades relativas à construção. 
Com o incremento de uma nova tecnologia, conhecida como BIM - Building 
Information Modeling, (Modelagem de Informações para a Construção), os novos 
softwares conseguem organizar, em um só arquivo eletrônico, um banco de dados 
de toda a obra, tornando-se acessível a todas as equipes de engenharia e 
arquitetura envolvidas com a construção, conforme ilustrado na Figura 7. 
 
Figura 7 – Modelo integrado do BIM (REVISTA TÉCHNE, 2007, pg.44). 
 
O BIM, diferentemente dos CADs tradicionais que apenas “digitalizam” o desenho, 
atribuem informações aos desenhos dando característica própria a cada elemento. 
 
 
37 
Assim, com essa nova ferramenta, uma viga ou outro elemento, por exemplo, 
elaborada no CAD tradicional é "entendida" pela máquina como um simples desenho 
geométrico (um conjunto de linhas sem significados), e as características dessa viga 
são indicadas manualmente com um texto adicional na legenda do projeto (ver Figura 
8). Nos softwares BIM, o desenho é mais "inteligente", pois quando se desenha uma 
viga, o projetista atribui propriedades, ou seja, parâmetros (tipo de material, 
dimensões, tipo de revestimento, resistência etc.), que automaticamente são salvas 
em seu banco de dados (TÉCHNE, 2007). 
A partir do banco de dados constituído com o desenho, são geradas 
automaticamente as legendas e os textos do desenho. “A riqueza de informações 
proporcionada pelo uso de objetos paramétricos possibilita a extração automática de 
diversos tipos de representações de determinado elemento construtivo, sem que 
haja a necessidade de redesenhá-lo. Como existem parâmetros que determinam a 
representação em cada situação (planta, corte, elevação e perspectiva, etc.), a 
visualização passa a ser função de uma escolha do usuário, e não da geração 
manual de um desenho adicional” (AYRES Fº e SCHEER, 2008, pg.4). 
 
Figura 8 – Comparação entre o CAD e o BIM (REVISTA TÉCHNE, 2007, pg.45). 
 
 
 
 
38 
A representação é, portanto, automática. Em outras fases da construção, porém, 
também é possível extrair informações em outros formatos, como tabelas de 
quantitativos de material para a equipe de orçamento. Nota-se neste instante, que 
surge uma enorme vantagem em comparação aos softwares anteriores, pois com o 
BIM, a simulação de novas idéias fica mais rápida e completa. 
A disseminação do BIM vem se firmando desde o desenvolvimento, há alguns anos, 
dos softwares CAD paramétricos para a construção. Todavia, por serem 
indispensáveis para orientação das equipes de execução dos serviços, os projetos 
em 2D permanecem no BIM, ressaltando uma grande diferença entre os CADs 
geométricos é que, os documentos nesses arquivos eletrônicos estão 
permanentemente ligados ao banco de dados da obra, ou seja, qualquer 
modificação no modelo tridimensional é automaticamente atualizada em todos os 
arquivos bidimensionais e vice-versa, dispensando revisões mais detalhadas. A 
vantagem se torna mais visível em projetos complexos, com centenas de plantas e 
cortes, onde uma modificação no andamento do processo requereria um grande 
numero de revisões, que no BIM são geradas instantaneamente (TÉCHNE, 2007). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
3 APLICAÇÕES DA MODELAGEM GRÁFICA EM 3D NA ICC 
As ferramentas de CAD digitalizaram o processo de desenho, antes realizado na 
prancheta. A modelagem de sólidos é algo como a próxima etapa na evolução das 
técnicas de CAD em 2D ou 3D, e a saída física em ambos os casos é a mesma, ou 
seja desenho impresso (SPECK, et al, 2001). 
A modelagem permite a redução do ciclo de desenvolvimento dos produtos, desde 
sua concepção até a sua venda e possibilita a personalização de produtos, 
elaboração de protótipos ou fabricação em pequenas séries, sem uma penalização 
exagerada nos custos. Há uma influência em todo o processo de projeto,desde os 
esboços preliminares até modelo final e marketing dos produtos, cruzando por todas 
as complexas etapas de design e engenharia. Do ponto de vista técnico, ressalta-se 
as seguintes contribuições da modelagem (SPECK et al, 2001): 
 
i. Redução do ciclo de desenvolvimento dos produtos; 
ii. Utilização conjunta de várias ferramentas de projeto; 
iii. Pré-montagem digital; 
iv. Visualização do produto; 
v. Modelos rápidos e baratos; 
vi. Possibilidade de variar o design; 
vii. Melhora da comunicação com clientes e fornecedores; 
 
Segundo Barberato apud Speck, (2001) os atuais modeladores sólidos estão 
revolucionando o desenvolvimento de novos produtos, visto que, com a elaboração 
de um modelo eletrônico, podem-se visualizar cores, formas, volume, simular 
movimento, aplicar testes de impacto, entre outros. 
 
 
40 
3.1.1 A concepção do projeto 
De acordo com Ferreira (2007), a elaboração de projetos utilizando CAD 3D é mais 
demorada e complexa, quando comparado com o método bidimensional, entretanto, 
o maior tempo gasto nesta etapa se transforma em redução de tempo na fase de 
detalhamento e documentação, principalmente em projetos de maior complexidade. 
Ainda segundo Ferreira (2007), a sequência de atividades do método em 2D são a 
interpretação da representação gráfica, análise, codificação em forma gráfica e 
atividades de (re)interpretação, conferência e correção (Figura 9). Na conferência é 
preciso reinterpretação da solução gráfica, repetindo o ciclo anterior até a solução 
final. Este processo de interpretação e codificação do desenho técnico demanda 
grande carga cognitiva em situações não convencionais o que pode propiciar a 
ocorrência de erros, mesmo com profissionais experientes, em função da 
representação sintética e parcial, que gera a necessidade de reinterpretações 
pessoais. 
 
Figura 9 – Processo de projeto em 2D e 3D (Adaptado de FERREIRA, 2007) 
 
No modelo tridimensional (Figura 9) a interpretação é seguida por um processo em 
que o projetista modela, visualiza, corrige o modelo, analisa e volta a modelar até 
que esteja em condições de fazer a codificação final. Assim a maioria dos erros 
geométricos é verificada simultaneamente à elaboração do projeto devido à 
facilidade de visualização (FERREIRA, 2007). 
 
 
41 
De acordo com Florio (2007), durante a atividade projetual deve-se reconhecer o 
problema, reestruturá-lo e manipular ferramentas para a sua solução, tanto nos 
aspectos estéticos e funcionais como técnico-construtivos. Sendo que, no ambiente 
3D a visualização espacial do que está sendo concebido é melhorada sensivelmente 
e a reflexão durante a ação torna-se um tipo de experimentação e pode contribuir 
para que se adquiram novas compreensões e descobertas no processo de projeto. 
Dessa forma o modelo tridimensional permite uma melhor visualização e maior 
coerência entre os elementos e, assim, antecipa a resolução dos problemas ainda 
no modelo virtual. Existe a possibilidade da análise de diversas soluções o que ajuda 
a definir o escopo do projeto de modo mais refinado. 
3.1.2 A apresentação do projeto 
De acordo com Kymmel apud Souza (2009), os modelos 3D permitem que a 
compreensão do projeto seja acessível a um publico maior, não restringindo apenas 
aos que conhecem as simbologias e representações de desenho. Isto facilita o 
entendimento do cliente e do usuário final ajudando na formulação de soluções mais 
alinhadas às suas necessidades. Assim na visualização de um elemento torna-se 
desnecessário o exercício de imaginação constante em que modelo 2D obriga aos 
usuários. 
Ainda na apresentação pode-se recorrer a recursos como criação de animações com 
passeios virtuais e interativos em tempo real, animação de objetos em cenas que 
percorrem o edifício, projeto de geometria complexas ou ainda renderizações que 
proporcionam imagens quase idênticas a imagem real. Outra vantagem é criação de 
seções instantâneas concebidas em qualquer parte do modelo, podendo assim 
fornecer um maior numero de ilustrações do projeto conforme ilustrado na Figura 10. 
 
 
42 
 
Figura 10 – Representações de projeto em 3D (FLORIO, 2007). 
 
3.1.3 O 3D na compatibilização do projeto 
Mikaldo Júnior (2006), Ferreira (2007), discutem sobre as limitações da 
representação bidimensional em projetos de AEC e as possibilidades de aplicações 
da modelagem 3D na compatibilização espacial dos projetos das diferentes 
especialidades. 
De acordo com estudo realizado por Ferreira (2007), as características da 
representação 2D, que mais podem gerar problemas na análise do processo de 
projeto são: 
a) Ambiguidade: A mesma representação pode ser interpretada de mais de uma 
forma, mesmo que adicionada de notas, símbolos ou esquemas, em geral em 
algum ponto do contexto do desenho que pode não ser claramente percebido. 
 
b) Simbolismo: O objeto é representado por símbolo cujas dimensões e formas 
não têm relação com objeto real que representa. 
 
c) Omissão: Na tentativa de tornar o desenho mais sintético, são contidas 
informações consideradas “óbvias” para o especialista que está projetando. 
Porém, a informação geralmente é desconhecida dos outros participantes, e 
por não ser representada, acabam não sendo levada em consideração. 
 
 
43 
 
d) Simplificação: O projetista simplifica uma determinada representação, 
alterando o volume real do objeto ilustrado. Esse problema é semelhante ao 
do simbolismo, ao não ser que a simplificação guarde algumas relações de 
forma e dimensão com o modelo real, porém esta característica não as 
representa explicitamente. 
 
e) Fragmentação: Está relacionada com a separação da informação em várias 
vistas ortográficas (plantas, elevação, corte) e pode ser agravada com a 
eventual representação destas vistas em folhas separadas. O esforço 
cognitivo é aumentado quando é necessário correlacionar informações 
representadas em duas vistas diferentes, favorecendo o erro. No desenho 
mecânico as vistas devem ser sempre alinhadas, facilitando a correlação dos 
detalhes das vistas. 
 
Quando o modelo é desenvolvido tridimensionalmente, geralmente são reduzidas as 
incompatibilidades entre os sistemas. Entretanto, existe a possibilidade da 
compatibilização de projetos desenvolvidos sequencialmente por especialistas 
separados e, posteriormente, sobrepostos de maneira tridimensional (Figura 11), 
conforme realizado por Mikaldo Júnior (2006) em sua dissertação em que se 
observa que o modelo 3D permite maior detecção de interferências físicas que o 
modelo tradicional. 
 
 
Figura 11 – Verificação de incompatibilidade no modelo tridimensional (Adaptado de 
MIKALDO JÚNIOR, 2006) 
 
 
 
44 
De acordo com Mikaldo Júnior (2006, p.136) “quanto maior esforços dedicados ao 
desenvolvimento dos projetos integrados, menores serão os esforços necessários” 
ao processo de compatibilização de projetos. 
3.1.4 O ensino e a capacitação de profissionais envolvidos 
Recentemente, ocorreram muitos avanços na utilização de ferramentas 
computacionais no ensino e isto certamente foi devido à popularização dos micro-
computadores e do fácil acesso à internet em escolas, universidades etc. Existe 
ainda uma maior oferta de programas gratuitos e de licenças para fins educacionais, 
disponibilizas por programas pagos - o que facilita o acesso do estudante aos 
softwares. 
De acordo com Prado (2008), com o uso de modeladores 3D o aluno passa a 
compreender o espaço, as formas e seu preenchimento, bem como a sua utilização 
e dessa forma acaba desenvolvendo não apenas o domínio do desenho de 
observação, de criação e técnico, mas também, sua interaçãoem relação aos 
conceitos da disciplina estudada. 
A ilustração de um projeto em perspectiva, a compreensão do funcionamento de um 
equipamento ou até o comportamento de um elemento estrutural quando submetido 
a uma solicitação, por exemplo, são algumas das possibilidades que podem ser 
exploradas de modo mais próximo ao real quando usados modelo 3D. 
Do mesmo modo que, no ensino existem várias possibilidades de aplicação destes 
recursos computacionais na capacitação profissional. Segundo Cattani (2001), existe 
a viabilidade de aplicar tais métodos para usuários de baixo índice de escolaridade, 
caso típico de grande parte dos operários da ICC. 
Ainda de acordo com Cattani (2001, p.213), no Brasil, os trabalhadores da 
construção civil, assim como outras áreas de produção, geralmente “são carentes de 
informações técnicas que os qualifiquem profissionalmente, estando receptivos a 
todas as formas de aprender seus ofícios”. 
 
 
45 
3.1 ALGUNS SISTEMAS DE CAD 
Embora a utilização dos recursos de computacionais no setor da construção civil 
tenha um pequeno uso, se comparado com a indústria da manufatura, o emprego de 
recursos em escritórios de projetos (entre eles editores de texto, planilhas 
eletrônicas e sistemas CAD) vêm crescendo nos últimos anos. O incremento dessas 
ferramentas deve-se principalmente ao aumento da capacidade de processamento 
dos computadores, a redução relativa dos preços e o aparecimento de aplicativos 
direcionados ou gerais (NASCIMENTO; SANTOS, 2003; ANDRADE, 2004 apud 
BIZELLO e RUSCHEL, 2007). 
 Os softwares utilizados podem ser comerciais, quando é preciso pagar pela licença 
de utilização, ou livres, quando a licença é gratuita. Em sua grande maioria, os 
softwares utilizados na Arquitetura, Engenharia e Construção - AEC são 
proprietários e em alguns setores, como o de projetos, tem altos valores de 
aquisição e necessários em várias estações de trabalho. O AutoCAD é a maior 
referência do tipo software proprietário (BIZELLO e RUSCHEL, 2007). 
Dentre os softwares que já integrados a tecnologia BIM os principais destaques são 
o Revit da Autodesk e o Achicad da empresa Graphisoft. O Revit possui versões 
direcionadas em diferentes áreas, como na área de projetos arquitetônicos (Revit 
Architecture), ou em projetos estruturais (Revit Structure) ou ainda de instalações 
mecânicas, elétricas e hidráulicas (Revit MEP - mechanical, electrical, and 
plumbing), todas versões com interoperabilidade entre si. 
 
3.1.1 O AutoCAD 
O AutoCAD é um software do tipo CAD (computer aided design ou projeto assistido 
por computador) criado e comercializado desde 1982 pela Autodesk, Inc.(ver Figura 
12). O programa desenvolve tecnologias 2D e 3D, que possibilitam aos usuários ver, 
 
 
46 
simular e analisar o desempenho de suas idéias sob condições realistas mais cedo 
no processo de projeto (AUTODESK, 2010). 
 
Figura 12 – Interface do AutoCAD versão 2008 (CASTRO, 2010) 
 
Os estudos de Freitas e Ruschel, 2000; Tse, Wong e Wong, 2005 apud Ruschel 
(2007) apontam uma utilização de 59% e 93%, respectivamente, do produto 
AutoCAD, da Autodesk como software convencional de CAD. O programa é 
utilizado geralmente, na elaboração de peças de desenho técnico em duas 
dimensões (2D) e também para criação de modelos tridimensionais (3D). Além dos 
desenhos técnicos, o software vem disponibilizando, em suas versões mais 
recentes, vários recursos para visualização em diversos formatos. É largamente 
aproveitado na arquitetura e engenharias e ainda dentre outros ramos da indústria. 
O AutoCAD é atualmente disponibilizado apenas em versões para o sistema 
operacional Microsoft Windows, embora já tenham sido comercializadas versões 
para UNIX e Mac OS. 
A partir da versão R14 (publicada em 1997) o programa potencializa a expansão de 
sua funcionalidade, por meio da adição de módulos específicos para desenho 
arquitetônico, SIG, controle de materiais, etc. Outra característica marcante do 
AutoCAD é o uso de uma linguagem consolidada de scripts, conhecida como 
 
 
47 
AutoLISP (derivado da linguagem LISP) ou uma variação do Visual Basic. A versão 
atual é o AutoCAD 2011, que otimiza os recursos existentes e incorpora novas 
ferramentas. 
3.1.2 Google SketchUp 
Originalmente o programa SketchUp foi desenvolvido pela empresa norte americana 
At Last Software e comprado em 2006 pela Google. Esta, ao assumir o controle 
tomou a iniciativa de criar uma versão gratuita e a disponibilizou para download na 
internet. Esta atitude, juntamente com outros fatores, que logo em seguida serão 
comentados, possibilitou uma grande aceitação do Google SketchUp, não somente 
no globalizado mercado de trabalho, mas também em universidades do mundo 
inteiro (GOOGLE, 2010). 
O termo “sketch” em inglês significa esboço ou desenho rápido, e essa é uma 
característica marcante deste aplicativo: ele proporciona uma experiência mais 
próxima do desenho à mão livre e de modelagem. O programa ainda merece 
destaque pela rapidez e facilidade nas suas operações, utilizando baixa taxa de 
processamento, se comparado com os programas tradicionais mais robustos. 
Segundo Pinto et al (2008), o software sketchup, tem a proposta de ser uma 
ferramenta de uso natural, para quem conhece o ambiente papel/caneta e se insere 
de maneira apropriada no uso como ferramenta de desenho no estagio inicial da 
concepção de produtos. 
O programa ainda traz outras inovações, como a integração com o Google Earth e 
acesso a inúmeras bibliotecas de objetos (3D warehouse – armazém 3D) e outros 
modelos disponíveis gratuitamente no site de apoio. Existe também uma boa 
quantidade de tutorias de aprendizado passo a passo na internet, comunidades e 
fóruns e uma central de aprendizagem no próprio programa (Figura 13). 
 
 
48 
 
Figura 13 – Central de aprendizagem no Google SketchUp. (CASTRO, 2010) 
 
O software atualmente está na sétima versão e conta com duas versões. A gratuita, 
que tem restrições de algumas ferramentas e é liberada apenas para fins não-
comerciais. 
A versão paga (SketchUp Pro 7), além de possuir todos os recursos da gratuita, 
ainda conta com ferramentas mais especificas como o LayOut 2 e o Style Builder, 
que possibilitam uma documentação e apresentação com qualidade profissional, 
elaboração de relatórios em formato de tabela com base na entidades dos seus 
modelos, e ainda com a criação de estilos personalizados. Permite também um 
maior intercâmbio de arquivos em diversos formatos 2D e 3D (DXF, DWG, 3DS, 
PDF, entre outros). Esta versão ainda conta com suporte técnico durante um período 
de dois anos (GOOGLE, 2010). 
Na ICC, o programa encontrou um vasto território a ser explorado e se inseriu neste 
setor certamente devido a sua versatilidade. Tanto pode ser usado ainda na fase de 
concepção de um projeto, como em estudos mais elaborados. Ainda possui recursos 
que permitem adicionar detalhes aos seus modelos, sendo utilizado para confecção 
 
 
49 
de maquetes eletrônicas em substituição às tradicionais maquetes de papel, papelão 
e outros materiais. 
Pinto et al (2008) constatam em artigo apresentado no 8º Congresso Brasileiro de 
Pesquisa e Desenvolvimento em Design, que o programa valoriza o momento da 
elaboração, registro e apresentação e rastreio da idéia e do conceito, visto que tal 
conceito pode ser mostrado tridimensionalmente no ambiente digital sendo flexível 
no momento da criação. Mostra-se também no ganho de tempo de estudos 
alternativos e simulações do produto, realizadas no ambiente virtual.

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