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DIREITO AMBIENTAL

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DIREITO AMBIENTAL
Artigo no portal do aluno.
Trabalho G1:
Lei 9985/00 – Unidades de Proteção Integral e Unidades de Uso Sustentável
12.651/12
6766/79
Zona de Amortecimento (Quantidade, exemplo de locais) – Pedro 
Mma.gov.br
Art. 
Prova G1 – Sem consulta. Professor passa perguntas. Última aula tem revisão com as questões.
Prova G2 – Inicial de ação civil pública. Elaboração de TAC. Recomendação. Denúncia criminal contra pessoa física ou jurídica (direito ambiental possibilita a responsabilização criminal da pessoa jurídica. Artigo 225. Também os crimes contra o sistema financeiro nacional possibilita). Com consulta a legislação.
_____________________________________________________________________________
	As sociedades antigas se preocupavam com os perigos externos. A sociedade atual cria seus próprios riscos, perigos e não tem a capacidade de eliminar esses riscos que ela criou. Ou seja, enquanto a sociedade antiga temia riscos externos (fatores da natureza, invasões), a sociedade moderna cria seus riscos sem a preocupação de construir uma alternativa tecnológica viável para impedir que os riscos afetem desfavoravelmente a vida no planeta. Ex. Uso de gases que destroem a camada de ozônio. Gases que produzem o aquecimento global. Uso de combustíveis fósseis.
	O homem visa a maximização do lucro. O sistema econômico, portanto, cria riscos irremediáveis. 
	
	Qual o papel do Estado nisso? Tem a capacidade de intervir/regular na economia? O mercado irá se afastar da regulação pública, é refratário do sistema público de regulação, e irá criar suas próprias leis. O Estado moderno cada vez mais afastando-se do sistema econômico e perde a capacidade regulatória. É o fenômeno da assimetria informativa – perde a capacidade de intervir e também o conhecimento sobre aquilo que deve regular. O nosso Estado e a Constituição é neoliberal, ou seja, o Estado deve se afastar o tanto quanto da economia (com exceção para observar a soberania nacional e para reequilibrar algumas relações).
	
	Para que serve a CF? 
	*Diferença entre direitos humanos e direitos fundamentais? São aqueles atributos inerentes a dignidade da pessoa humana, reconhecidos pela ordem jurídica internacional (direitos humanos). Quando os direitos humanos são transpostos a um rol dos direitos protegidos pelo Estado, deixam de ser direitos humanos para serem direitos fundamentais. 
	Uma característica do direito fundamental é que tem vocação contra majoritária. 
	 A função de uma Constituição não é garantir os direitos da maioria e sim garantir os direitos fundamentais individuais, inclusive contra a maioria constituída e contra o poder constituído (contra a soberania estatal). 
	Mas o Estado consegue resguardar os direitos a vida, propriedade e meio ambiente? 
	*Ainda que fora do catálogo do artigo 5°, o direito ao meio ambiente, artigo 225, é direito fundamental de 3° geração (direitos de solidariedade). 
	 Toda e qualquer decisão e ação econômica acarreta um efeito sobre o meio ambiente, no âmbito da proteção ambiental. É uma via de mão dupla – toda decisão econômica vai acarretar efeitos sobre o meio ambiente, bem como toda e qualquer restrição no âmbito de proteção ambiental irá acarretar efeito negativo ou positivo sobre o sistema econômico. 
	
	Hoje, o Estado novamente perde força no campo internacional. É um enfraquecimento de regulação da economia e da sociedade pelo Estado. O Estado abre mão de sua soberania por um único objetivo: o objetivo econômico. Ex. União europeia (abrem parte de sua soberania em prol de seus interesses econômicos). É uma desconcentração do poder, o Estado não é mais o titular do poder econômico, pois não consegue controlar a estratégia metodológica das grandes incorporações. 
	O mercado (globalizado) não leva em conta em sua estratégia mercadológica a proteção do meio ambiente. 
	*Adam Smith diz que haverá uma maximização do bem estar social a partir da maximização do bem estar individual. Cada um faz por si e aumenta o bem estar coletivo. 
	*John Forbes Nash Jr. A maximização do bem estar coletivo também aumenta com o aumento do bem estar por si, mas levando em conta as necessidades do grupo. Isso é a diferença da economia retratada entre os dois autores.
	Todavia, no campo do direito ambiental temos um problema, pois de acordo com nossa Constituição, eles são tutelados com bens de propriedade comum; bens difusos, direito da coletividade – titularidade é difusa e não é definida por qualquer pessoa individualmente especializada.
	O bem ambiental é de propriedade comum – A microeconomia ambiental. Não tem titular bem definido. Isso tudo leva a um problema muito grave, pois os direitos de propriedade não são bem definidos. Os bens de propriedade comum são bens levados rapidamente a exaustão/exaurimento, pois não há um dono, um propriedade que cuide adequadamente.
	“A tragédia dos comuns (Garret)”. As pessoas quando se utilizam de recursos naturais, que não tem propriedade definida, as pessoas utilizam como se únicos donos fossem. Não se preocupam com a preservação, pois estão disponíveis gratuitamente, e, de forma particular, de maneira inesgotável – mas eles são sim esgotáveis. 
	Esses são conceitos de microeconomia. O comportamento carona. Os agentes econômicos utilizam os recursos naturais na medida em que são gratuitamente. A partir do momento em que um ônus lhe seja imposto, eles tendem a reduzir o uso dos recurso naturais ou maximizar o uso dos recursos naturais que precisam usar. Ex. Empresa polui rio até que seja impedida ou até que tenha ônus, e continua fazendo, pois maximiza seu lucro.
	Surgem as “externalidades”. Que pode ser positiva ou negativa. Sob o aspecto microeconômico é uma falha no sistema de mercado porque implica em imposição de ônus ou bônus não ressarcível a terceiro alheio a determinada relação. Ex. Tem apartamento e na frente há invasão de área pública. O estado investe na construção das casas para as pessoas. O apartamento que valia 100, vale 130. A valorização ocorreu por ato do Estado, logo, experimentou uma externalidade positiva. Alguém, em outra relação econômica, teve gasto e ônus, que implicou vantagem sem que tenha gasto nenhum. Chama-se falha porque alguém ganha sem ter nenhum gasto. 
	Ao contrário, temos a externalidade negativa. Ex. poluição. Empresa pode poluir até determinado nível de poluição. Essa empresa está, assim, diminuindo a qualidade do meio ambiente. Mesmo que cumprindo a Lei, ela está diminuindo a qualidade. Quem ganha com isso é somente é a empresa. E quem perde é toda a coletividade. O Estado terá que investir recursos, do povo, para restaurar a qualidade ambiental. É a externalidade negativa. A indústria acaba ganhando dinheiro às custas da sociedade. E não é ressarcível porque a empresa está cumprindo a Lei.
	Toda e qualquer atividade humana e industrial causa impacto ambiental. Pode não ser um dano, mas causa um impacto. 
	Ex. Fazenda. O Estado constrói estrada asfaltada. Há valorização. O Estado não poderá se ressarcir. É positiva.
	
	- Não se quer uma privatização do meio ambiente. Mas, mesmo a propriedade dos bens ambientais permanecendo de forma coletiva, difusa, é preciso que haja um controlador. Na lagoa, dos peixes, por exemplo, para evitar o exaurimento, todos podem pescar, mas só um peixe. 	
	- E quem deve ser o controlador é o Estado (governo). E deve ser eficiente. Atingir o objetivo proposto independente do custo. É preciso que o controlador garanta que o recurso natural não seja exaurido, para garantir um alto nível de proteção ambiental para as presentes e futuras gerações. É necessário estabelecer um preço para a utilização dos recursos. E, para isso, é necessário uma internalização das externalidades. 
	Ou seja, se o uso causa uma externalidade negativa para todas as pessoas é preciso, além de controlar o uso para evitar o exaurimento, estabelecer um preço pelo uso dos recursos naturais. É necessário que seja responsabilizado pelo ônus que está impondo a todos pelo uso do recurso,ou seja, “internalizando” a externalidade ambiental, devolverá para o agente econômico os ônus da degradação, fazendo com que os recursos ambientais sejam utilizados de forma eficiente. Aquele que tem o ônus imposto, ou reduz o uso do recurso natural ou utiliza de forma mais eficiente, maximizando o recurso que utiliza; ou paga por isso. 
		
	O objetivo único do mercado é o lucro. A melhoria do bem estar das pessoas através da maximização do seu lucro. O mercado é refratário da regulação pelo Estado, e cria suas próprias leis. O mercado não incorpora por sua conta, é necessário ser imposto isso a ele de forma eficaz. 
	
 Pigou salienta que seria necessário criar um imposto sobre o mercado, para que internalize o custo da poluição. Imposto equivalente ao custo da poluição. É a taxa pigouviana, é um imposto que corresponde a poluição. Mas caiu por terra porque não é possível mensurar a poluição neste caso.
	Já Ronald Case diz que não é preciso criar imposto. Basta atribuir direitos de propriedade de forma adequada. Ex. Casa noturna ao lado de casa que causa dano sonoro. O vizinho vai lá no MP. Daí o dono da casa fala com o vizinho para pagar-lhe um porcentagem por noite, desde que retire o pedido. É possível esse acordo entre os dois. Ou o vizinho oferece um galpão para o proprietário sair de lá. Isso equilibraria o mercado.
	A economia só sente a necessidade de proteger o meio ambiente quando sente que o uso imoderado dos recursos naturais estará afetando a própria atividade econômica. Basta que utilize políticas de controle, e o desenvolvimento tecnológico do setor empresarial, irá corrigir as distorções e fazendo o mercado internalizar os recursos. Bastaria que o Estado controle para resolver os problemas da poluição, estabelecendo um preço pelo uso do recurso natural, internalizando a externalidade, usando com mais eficiência o recurso natural.
	Não bastaria também internalizar a externalidade, é necessário algo mais. Encontrar um nível adequado de estabilidade das funções ecológicas. 
	INSTRUMENTOS DE POLÍTICA AMBIENTAL
	O Estado pode fazer a proteção do ambiente através das: políticas de comandos e controles, ou seja, através de Leis e penas (civil, administrativa ou criminal) para quem descumprir. 
	Temos instrumentos mais modernos também: os incentivos de mercado. (- Diretos (Taxas e Tarifas, Cotas transferíveis, subsídios à produção menos poluente e sistema de restituição de depósitos) e Indiretos (Impostos e Subsídios à Equipamentos, Processos e Produtos, Subsídios a produtos similares). Que podem ser políticas de incentivo, de premiação. Seria uma complementaridade os instrumentos econômicos de tutela ambiental. Ao lado dos instrumentos de comandos e controles é preciso que o estado crie os instrumentos de incentivo. Uma atuação dos dois, complementar. 
	Ex. Lei diz que fábrica só pode emitir mil Ppns sob pena de multa. E a empresa faz isso. Todavia, é dito que qualquer empresa reduzir para menos de 500 ppns terá redução de 50% no ICMS. Temos a multa e ao mesmo tempo uma norma de incentivo para quem reduzir ainda a poluição. Ele quer ter um ganho financeiro por isso, e isso é um instrumento de incentivo.
	Os instrumentos econômicos reduzem a regulamentação, dão maior flexibilidade aos agentes e reduzem o custo de fiscalização (o dono da indústria que tem que demonstrar que atingiu a meta). 
	Resumo: essa necessidade de alguém controlar o uso dos recursos naturais, de impor limites para evitar o exaurimento dos bens recai sobre o Estado, que utilizará, para isso, instrumentos de política: instrumentos de controle ou instrumentos econômicos, sendo que se usa sempre em complementaridade
	QUAL O PAPEL DO DIREITO?
	Uma nova concepção da teoria normativa. 	
	Se buscarmos na história, teremos, na primeira fase, uma ausência de política ambiental, até porque o Estado buscava apenas resolver conflitos, visando o lado econômico. Ex: ao tutelar o uso das águas. Em um segundo momento, passou-se a utilizar o sistema de controle (lei e pena). Na terceira fase, todavia, começa-se a utilizar os instrumentos econômicos.
	
O nosso direito contempla essa necessidade de mudança?
A teoria do ordenamento jurídico, no ordenamento como o nosso, protetivo repressivo, tem por escopo central a manutenção do status quo. Escopo de manter e não transformar. Para isso, utiliza três formas para impedir uma ação transformadora não desejada pela sociedade – para que a ação indesejada seja desvantajosa, difícil ou impossível. Por exemplo, na aplicação de uma pena. O estado visa impedir ações indesejadas e cria mecanismos para tanto. 
Agora, ao tratarmos de um ordenamento promocional, leva em consideração a perspectiva de que o Direito tem uma função transformadora. De promover condutas socialmente desejadas. Para isso, o sistema normativo é organizado de modo a prever não só comportamentos não desejados, mas comportamentos desejados, transformadores, que facilita ou torna necessária a ação vantajosa desejada. Ao invés de impor sanção negativa, impõe uma sanção positiva ou, ainda, uma facilitação. A lei pretende encorajar comportamentos desejados, através da “técnica do encorajamento”, que pretende desequilibrar a possibilidade de fazer com a possibilidade de não fazer no que diz respeito aos atos conformes. Pretende a técnica não só provocar os exercícios dos atos conformes, mas tornar particularmente atraente os atos obrigatórios e repugnantes os atos proibidos.
Isso se dá através dos mecanismos da facilitação e da sanção positiva. A facilitação acompanha ou precede o comportamento que se pretende encorajar. E a sanção positiva assume dimensão não mais de pena, mas uma dimensão de recompensa em incentivos e prêmios. Ex: se desejar que meu filho faça uma tradução. Tenho três modos de atingir o objetivo. 1) posso impor uma penalidade, um castigo, caso não o faça; 2) posso propor um auxílio para que ele realize, como um tradutor, a tarefa; 3) bem como posso propor um presente caso o faça. Veja-se que a última forma é a mais atrativa, como possibilidade maior de sucesso. Até porque muitas vezes escapas-se da penalidade. 
O nosso direito usa a primeira forma. A forma do sancionamento negativo.
*Livro do Bobbio cai na prova assim como o artigo do Anizio.
 
Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Essa política estabelece como um dos princípios da Lei o do “protetor recebedor”. Temos o princípio do “poluidor pagador”, aquele que degrada se responsabiliza pela reintegração daqueles danos. Mas essa política diz que quem preserva, ou deixa de explorar um recurso ambiental que tinha disponibilidade, tendencialmente faz jus a ser ressarcido por isso. Ex. Abrir mão da produtividade para ter uma produção de melhor qualidade.
Então, quando se paga por um serviço ambiental se paga por uma conduta humana voltada à produção de serviços ecossistêmicos.
Tendencialmente, o princípio do protetor recebedor traz a ideia oposta do princípio do poluidor pagador. Aquele que faz um algo a mais do que a lei lhe impõe fará jus a uma remuneração por um serviço que está prestando a sociedade – é um instrumento econômico.
 
ARTIGO 225 DA CF.
O artigo não é o único que trata de direito ambiental na CF. Mas é o artigo que sistematiza o direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado para as presentes e futuras gerações. Embora fora do catálogo dos direitos fundamentais do Art. 5° é direito fundamental de terceira geração/dimensão.
(artigo Anízio).
Como vamos decompor o Direito Ambiental? Temos a incorporação da dimensão ecológica da dignidade da pessoa humana, ou seja, não há vida digna sem que haja um piso/patamar mínimo de condição ambiental em que a vida possa se desenvolver (princípio do mínimo existencial ecológico). Na medida em que o Direito fundamental ao ambiente ecologicamente equilibrado incorpora o próprio fundamento da dignidade da pessoa humana, em que se atribui uma dimensão ecológica como parte integrante da dignidade da pessoa humana, impõe ao Estado determinados deveres de proteçãoem contraposição ao direito fundamental atribuído à pessoa. Para dar efetividade a essa são impostos deveres de proteção ao Estado, que impõe condutas positivas e negativas ao Estado.
Impõe ao poder público e a coletividade o dever de defender e preservar o meio ambiente para as presentes e futuras gerações. Defender seria uma função defensiva e preservar a ideia de um comportamento prestacional/positivo. Esse Direito fundamental, embora expresso na CF pode atribuir condutas definitivas, quer expressados por regras jurídicas ou traz posições jurídicas prima facie (aquelas trazidas por meio de princípios). A regra vale ou não vale, tem que ser realizado tudo que nela se contém. O princípio impõe que realize seu postulado da melhor maneira possível para ser concretizado.
As posições jurídicas prima facie podem incorporar as posições jurídicas judicializáveis, que não constitui o direito em definitivo, mas prima facie. Com Direitos Fundamentais, na sua aplicação, um determinado direito pode afastar a aplicação de outro. O exercício de um determinado direito, segundo a ponderação, não pode anular um direito igualmente fundamental. Eles devem ambos ser concretizados na maior medida do possível. 
Se o Direito fundamental ao meio ambiente ao estatuir a função ambiental da propriedade impõe limite ao exercício da propriedade (impede que desmate), ao mesmo tempo a concretização do direito fundamental não exclui a possibilidade de o proprietário exercer o direito a propriedade (um direito não exclui o outro; devem ser tutelados na melhor medida do possível, mas um direito pode interferir no outro). Estabelece sim limitações (restringe o modo e utilização da propriedade para cumprir sua função social). Um dos vieses da função social da propriedade é a sua função ambiental (uso adequado sob o aspecto ambiental).
Então, esse direito fundamental traz uma função defensiva e prestacional, impondo-se ao poder público o dever de defendê-lo e preservá-lo para as futuras gerações. Obrigações de não fazer ao Estado (que não afete determinadas situações do titular) ou ainda que o Estado não retroceda nos níveis de proteção ambiental (cláusula de proteção ao não retrocesso aos níveis de proteção ambiental). Logo, ser direito fundamental não é só defender o meio ambiente, mas também um direito do cidadão e obrigação do Estado de preservá-lo, o que impõe determinadas prestações fáticas e normativas em sentido amplo.
Esse direito a prestações em sentido amplo, positivo, de defender e preservar, impõe ao Estado um dever e ao cidadão um direito a proteção efetiva do meio ambiente. Por exemplo, criando normas, direito penal ambiental e executar ações contra comportamentos indevidos. 
Em um terceira perspectiva implica ao cidadão um direito que o Estado crie um determinado procedimento e organizações em sentido estrito, estruturas, para a proteção do meio ambiente (órgãos fiscalizadores, licenciadores). 
Essa prestação em sentido amplo pode implicar também a prestações em sentido estrito – prestações fáticas e materiais. Por exemplo, uma das metas no que diz respeito ao saneamento é universalizar o acesso (cria ao Estado o dever de prestação em sentido estrito, fática, material de ampliar o serviço de saneamento). (Slide 1 Pag 56)
 
Deveres estatais de proteção impõe um dever eficiente também. Intervenção estatal como decorrência do direito fundamental.
 
(2)
O Direito ambiental NASCE COMO UMA DISCIPLINA DO DIREITO INTERNACIONAL e só depois é transposto para o direito interno (decorrente de obrigações assumidas no nível internacional). O direito ambiental não nasce espontaneamente no país, pois implica restrições ao campo econômico. Ele se aperfeiçoa no campo interno, pois o país está obrigado a criar um Direito Ambiental por tratados, acordo internacionais, declaração de princípios.
Então, invariavelmente, por traz de uma lei ambiental, haverá um tratado internacional. Por traz das leis internas, haverá uma disposição do direito internacional. 
Primeira disposição do Direito Internacional Ambiental - A primeira disposição adveio de uma decisão arbitral de um conflito entre EUA e Canadá, tendo em vista que a fumaça proveniente de uma fábrica no Canadá levava fumaça, em razão do vento, aos EUA. Com isso, as partes se submeteram a uma arbitragem internacional e aqui surgiu o embrião do “principio da proibição da poluição transfronteiriça” A nenhum estado é dado o direito de utilizar o próprio território ou consentir que se utilize do próprio território pra causar danos ao território alheio. Esse princípio foi afirmado depois, num segundo momento importante do Direito Internacional, que foi a convenção de Estocolmo, de 1972. 
Nas décadas de 50 e 60, sobrevieram alguns tratados internacionais que tratam sobre “bens ambientais”. Todavia, esses tratados, que se refletem nas leis internas, não tinham por foco a proteção de recursos naturais, embora versassem sobre bens ambientais. Protegia-se, na verdade, a atividade econômica que advinha dos bens ambientais. 
Em 1962, Rachel Carson, lança o livro “Primavera silenciosa”, onde a autora questionava os malefícios dos inseticidas DDT, nos EUA. A partir desse momento (importante marco do movimento ambientalista internacional), o mundo passou a questionar não mais se agrotóxicos são perigosos para a saúde humana e para o meio ambiente, mas sim quais oferecem mais ou menos riscos. Foi uma manifestação importante no movimento ambientalista que acabou por gerar, logo depois, o direito ambiental. 
Em 1968 foi fundado o Clube de Roma, que lançou, em 72, um documento que sobre “os limites do crescimento”. Tal documento (propôs o “crescimento zero”) afirmava que o planeta Terra não estava suportando a pressão à vida pelo crescimento populacional e, por isso, quatro questões deveriam ser urgentemente tratadas a nível internacional: 1) controle do crescimento populacional; 2) controle do crescimento industrial; 3) insuficiência da produção de alimentos; 4) decorrente esgotamento dos recursos naturais. Nessa década de 70 veio um ex-ditador da América Latina, que elogiava, logo depois dos anos 80, o programa brasileiro pró-alcool, em razão do combustível renovável. Esse ditador afirmou, todavia, que a produção de energia tomaria o lugar da produção de alimentos. O aumento da expansão da fronteira agrícola (não para produzir alimentos, mas sim para produzir energia) causaria degradação das florestas. Os países em desenvolvimento, com base nesse documento, começaram a afirmar que os países já desenvolvidos (que cresceram às custas de recursos naturais) estariam tentando impedir o crescimento dos países emergentes, pois impediriam o uso dos recursos naturais pelos países emergentes. Para o crescimento seria necessário o uso dos recursos naturais dos próprios países, segundo a própria soberania.
A partir disso provocou-se a primeira conferência mundial de meio ambiente. A conferência de Estocolmo, em 1972, como uma antítese da tese sustentada pelo Clube de Roma. Essa conferência surgiu a partir da irresignação dos países em desenvolvimento com a proposta de crescimento zero. Nessa conferência que se abriu a primeira fase do direito ambiental, chamada de funcionalismo ambiental, a qual trouxe obrigações de resultado, baseado no princípio da prevenção do dano, e que trouxe um estímulo aos países para adotarem legislações internas protetivas do meio ambiente, mas como base em alguns princípios: 1) princípio da afirmação da soberania dos povos, quanto a administração dos seus recursos naturais, segundo a sua política interna; 2) princípio da proibição da poluição transfronteiriça; 3) princípio da prevenção do dano (deve-se adotar não apenas medidas eficazes para impedir a ocorrência de danos, como pode ser necessário a locação de recursos para que esses danos não ocorram). Aqui surge o princípio do surgimento do desenvolvimento sustentado. 
Isso não resolveu nenhum problema. A partir de então, foi criada uma comissão, chamada comissão Brundtland, para estudar a visão ambientale preparar a segunda conferência mundial em matéria de meio ambiente. Essa comissão instituiu relatório denominado “nosso futuro comum”, em 1987, que cunha exatamente o conceito do princípio do desenvolvimento sustentável. Seria a síntese (tese: crescimento zero; antítese: crescimento sustentável; síntese: desenvolvimento sustentável), que, convenhamos, é um conceito aberto, pouco concreto, mas seria: “desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das futuras gerações de suprir as suas próprias necessidades”. Reconhece-se, com base nesse princípio, que a humanidade atual, que as gerações atuais, não podem deixar um estoque de recursos naturais inferior ao que receberam para as gerações futuras. Não pode a geração atual piorar as condições para as gerações futuras. Daí vem o conceito de desenvolvimento sustentável. 
Quando se fala em sustentabilidade, portanto, se fala em uma tríplice perspectiva: equilíbrio ambiental, justiça social e possibilidade/viabilidade econômica. 
Essa comissão Brundtland, que sintetizou o conceito, não foi incumbida apenas de propor esse documento, mas também de preparar a segunda e mais importante conferência mundial sobre meio ambiente, que foi a conferência das nações unidas sobre meio ambiente e desenvolvimento havida em 1992, no Rio de Janeiro, denominada “cúpula da Terra”. Essa conferência abriu uma segunda fase do Direito Ambiental Internacional, chamada “globalismo ambiental”, que se reconhece que os problemas ambientais não são necessariamente localizados, que os efeitos das ações deletérias contra o meio ambiente são sentidas em todo o Planeta. Portanto, a humanidade como um todo deveria adotar medidas para frear o uso imoderado dos recursos ambientais. Surge aqui o conceito de globalismo ambiental baseado na cooperação internacional em prol do meio ambiente. Aí entra, então, o princípio da “responsabilidade intrageracional”. Países ricos devem ajudar países pobres. Ainda se inclui o princípio da precaução, que é diferente do da prevenção. Com o Princípio da Precaução, é determinada a adoção de medida anteriores, precaucionais, ainda que o conhecimento cientifico não saiba o determinado alcance de determinada conduta. Assim, mesmo que não se saiba quais são as consequências adversas ao meio ambiente ou à saúde humana, pela introdução de uma nova cultura, isso não pode ser motivo suficiente para se deixar de adotar medidas para deter eventos danosos cuja extensão não se conhece exatamente. Ex: é com base no princípio da precaução que se impediu o plantio de soja transgênica. Pois não se sabia quais as consequências adversas ao meio ambiente. Mesmo princípio que implica a proibição de instalação de antenas de celulares ao lado de hospitais, na medida em que não se sabe ao certo os efeitos. 
Nesse momento da conferência do Rio, foram oferecidos aos Estados diversos tratados em matéria ambiental. Nesse momento que surge a declaração do Rio, com seus 27 princípios gerais. E aqui está, portanto, a fonte dos princípios de direito ambiental. Então, importantes princípios decorreram dessa conferência: princípio da precaução; do poluidor-pagador; da avaliação dos impactos ambientais para as atividades.
No Direito Ambiental se escuta muito a expressão Soft Law. Os princípio do direito ambiental muitas vezes advém de algo que não é um tratado, mas sim um documento não vinculante (uma declaração de princípios), porém que constrange os Estados a adotar legislações internas para adimplir, para dar atendimento a essa que foi uma construção coletiva. Portanto, apesar desses documentos Soft Law parecem algo fraco, são muito importantes na construção do direito ambiental internacional e nacional. Até porque o direito interno surge da transposição do direito internacional.
Dessa forma, com base no direito internacional, seja por princípios ou tratados, surge o direito interno que cuida do direito ambiental, as leis, as estruturas estatais de tutela ambiental; como forma de evitar um constrangimento diplomático.
No histórico das leis ambientais, temos, em 64, o Estatuto da Terra, que foi o primeiro documento a se preocupar com a proteção ambiental em si. Já em 65 tivemos o Código Florestal, que foi massacrado pela lei 12.651/21, no que tange a proteção das florestas. 
Em 81 temos o SISNAMA e criação da política nacional do meio ambiente. Posteriormente, em 1988, temos a CF, que foi a primeira constituição a sistematizar a proteção ambiental (não só no art. 225). Há ainda a Lei dos crimes ambientais e a lei das competências ambientais (LC 140/11). 
	
Na sequência vamos esmiuçar mais a matéria, começando pelo artigo 225 da CF. De início, já saliento que o artigo 225 traz uma técnica legislativa que se repete em todas as leis setoriais ambientais. No caput há a norma matriz, a norma princípio. No parágrafo primeiro há as normas instrumento, que o legislador constituinte entende que o aplicador deve concretizar a norma matriz. Já nos parágrafos 2º a 6º, um conjunto de disposições particulares. Essa técnica estabelece o objetivo, estabelece o que fazer, estabelece as ferramentas para fazer, bem como outras disposições.
_____________________________________________________________________________
		
	Aula passada: uma falta de definição correta do bem de propriedade tem a capacidade de conduzir os bens ambientais ao exaurimento, pois não há quem cuide dos bens, não há um dono. A tendência é serem levados ao exaurimento. O agente que deveria regular o uso dos bens ambientais se utiliza de instrumentos inadequados que são os instrumentos de comando e controle – conduzem a uma tutela pífia os bens ambientais. Esses instrumentos não conseguem combater as condutas inadequadas.
	Nosso sistema de tutela ambiental é inadequado, pois utiliza somente os instrumentos de comando e controle. O mercado, na verdade, obterá os benefícios do exaurimento dos recursos naturais e joga o custo para a sociedade.
	Nas décadas de 60/70 surgiu o movimento ambientalista. No campo internacional surge esse movimento e, com ele, surge a proteção do bem jurídico ambiental pelo Direito – surgindo a disciplina do Direito Ambiental. 
	 
	O artigo 225 da CF, que abre a tutela do meio ambienta a nível constitucional. O artigo segue uma técnica legislativa que é repetida nas leis setoriais ambientais. Ex. Lei 9433. Tem como objetivo garantir que todos tenham água em qualidade suficiente. Cria diversos instrumentos, como a cobrança para o uso da água (garante que a água seja utilizada de forma moderada). E traz, ainda, outras disposições, como criando uma comissão para determinada bacia hidrográfica. 
	- Dessa forma, traz no caput a norma matriz ou norma princípio (fundamentaliza o direito ao meio ambiente equilibrado e cria uma obrigação ao Estado, defensiva e prestacional). Estabelece os objetivos a ser perseguido pelo Brasil em termos de meio ambiente ecologicamente equilibrado. 
	- No § 1° vem às normas instrumentos – as ferramentas que o legislador constituinte cria e coloca a disposição para, através das ferramentas, concretizar o objetivo estabelecido no caput (meios para atingir determinadas finalidades). 
	- Nos §§ 2° a 6°, o artigo traz normas gerais ou particulares, ou seja, outras disposições relevantes a tutela daquele direito que se quer preservar.
	Vamos tratar de cada um deles agora.
	- Norma matriz (que cria o direito fundamental). Cria a norma matriz no que diz respeito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e pode ser divido em 4 partes (tem nos slides). 
	1) É um direito fundamental da pessoa humana. Uma vida com qualidade pressupõe um ambiente ecologicamente equilibrado. 
	2) O meio ambiente é um bem de uso comum do povo (macrobem ambiental). 
	3) O meio ambiente é um bem de natureza difuso e essencial à qualidade de vida (patamar mínimo ambiental como necessário para qualidade de vida). 
	4) Que o meio ambiente deve ser protegido e defendido pelo poder público e pela coletividade, em uma perspectiva intergeracional (para aspresentes e futuras gerações). Isso seria a divisão da norma matriz. 
	
	- Já o parágrafo primeiro traz as normas instrumentos – meios que o legislador coloca ao poder público para concretizar o direito fundamental trazido no caput. 
	I – faz isso tutelando os bens ambientais, criando normas. Ex. criar lei a graves lesões a bens ambientais.
	II - 
	III – Que o poder público defina alguns espaços territoriais e seus componentes e que devam ter regime especial de proteção. Ex. Lei 9985/00 – criação do sistema nacional das unidades de conservação.
	IV – Estabelece o EIA – estudo prévio de impacto ambiental – e o relatório de impacto ambiental (RIA). Para que os instrumentos que causam maior degradação passem pelo crivo do judiciário. As que não são significativas devem passar pelo licenciamento ambiental. As que causam significativa degradação devem, além de passar pelo licenciamento, devem passar pelo EIA e pelo RIA, que são partes integrantes do licenciamento ambiental.
	V – Ex. Lei 7802, que trata dos agrotóxicos. Essa lei restringe o uso destes. 
	VI – Educação ambiental pode ser formal (oportunizada nas escolas, em todos os níveis, inclusive na faculdade – deve permear todo sistema educacional) e não formal (poder público e sociedade devem oportunizar a todos os cidadãos; não apenas ao conhecimento das atividades poluidoras, mas à informação). *CF/88 ampliou a ação popular para promover os autos lesivos ao meio ambiente.
	VII – Proteger fauna e flora. Exemplo dos crimes ambientais, que dá essa proteção. Tipificação dos crimes de crueldade contra animais. 
	
	São instrumentos para concretização do Direito Fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Já a Lei 6938/81 traz princípios e, no artigo 9°, traz instrumentos para concretizar a política nacional de meio ambiente. 
	
	- No §§ 2° a 6° tem um conjunto de determinações particulares, relevantes a tutela do direito ao meio ambiente.
	§ 2° - recursos minerais (que são bens da União). Não é um bem difuso, é um microbem de propriedade pública, da União.
	§ 3° - Princípio da triplicidade responsabilidade por danos ambientais (administrativa, civil e criminal, inclusive das pessoas jurídicas). No artigo 14, § 1°, da Lei 6938 temos repetido o princípio, sendo que acrescenta, ainda, que a responsabilidade civil por danos ambientais possui natureza objetiva (não se presume, decorre da Lei ou vontade das partes), por disposição expressa desta Lei. No campo do direito ambiental, a responsabilidade civil por danos ambientais é objetiva. A CF não diz isso, estabelece o princípio apenas, mas quem diz que é objetiva é a Lei 6938/81, no artigo 14, § 1° - apesar de anterior a CF, foi recepcionada. Ou seja, independente da culpa ou dolo (exame subjetivo). 
	§ 4° - Floresta Amazônica, Mata Atlântica e mais alguns são patrimônio nacional. Faltou o cerrado, caatinga, e os pampas. O pampa tem proteção constitucional na Constituição Estadual. Patrimônio nacional no sentido de que toda a população tem interesse na preservação dos biomas. 
	 § 5° - Indisponibilidade das terras devolutas.
	
	- Não são instrumentos para concretizar o direito, mas um série de disposições particulares, relativamente a setores ou atividades que interessou ao legislador para dar relevância constitucional, obrigando ao poder público adotar medidas concretas, fáticas ou normativas para atender essas disposições (tem nos slides as definições por José Afonso da Silva). 
	O MEIO AMBIENTE COMO DIREITO FUNDAMENTAL
	Ocorre que as normas de proteção ao meio ambiente não se restringem ao artigo 225. A CF possui outras disposições quanto ao direito ambiental.
	Temos algumas regras de garantia – a própria CF criou a ação popular constitucional e a ação civil pública. A primeira é ao cidadão e a segunda ao MP (e outras entidades), para tutelar o direito fundamental, defender o meio ambiente.
	Também existem as Regras de competência. 
	 Como regra, a competência material, executiva, para proteger o meio ambiente, pertence a todos os entes da federação. 
	 E a competência legislativa é concorrente entre União, DF e Estados (incorpora-se aos Municípios por força dos artigos 30, inciso I e II, da CF). 
	Por isso, são inconstitucionais as leis estaduais ou municipais que tentam liberar determinadas condutas proibidas em nível federal ou estadual. Ex. Município autoriza por Lei uso de agrotóxicos não permitidos no Estado. São inconstitucionais. Artigo 24 da CF. § 1°. A regra é que União estabelece regras gerais, e Estados e Municípios estabelecem regras especiais (e não é dado ao Estados e Municípios reduzir os índices de proteção estabelecidos pela União). A eficácia da norma Estadual ficaria suspensa e não revogada (isso porque a norma da União pode ser alterada).
	*A competência, ao tratar de competência legislativa, que é supletiva aos Municípios, que se agrega a concorrente, deve-se levar em conta que quando um fim é exigido, os meios são implicitamente autorizados, ou seja, a competência é legislativa expressa ou implícita, pois mesmo a competência material, neste caso, traz uma competência legislativa implícita. Se exigir que o Município proteja o meio ambiente, que tenha um fim, os meios estarão implicitamente autorizados, e estes meios podem ser os legislativos. É implícita quando atribui competência material, executiva ou administrativa, ou seja, quando um fim é exigido os meios necessários estão autorizados, qual seja a autorização para legislar no caso do Município. 
	Regras gerais – que definem princípios ou condutas em matéria ambiental. É livre a iniciativa econômica, por exemplo, mas limitada por princípios que visam a proteção do meio ambiente (ex. artigo 170 da CF). 
	Então, a proteção ao meio ambiente ou normas, o conceito constitucional de meio ambiente não está no artigo 225 (integrado por quatro pilares) vamos buscar em diversos dispositivos da CF. 
	Regras específicas – artigo 225. Normas de Direito ambiental permeiam a CF como um todo. 
	Degradação ambiental consciência ambientalista necessidade de proteção jurídica do meio ambiente e forma uma cidadania ambiental e em um extremo de proteção leva a definição de estado de direito ambiental (que incorpora deveres de proteção ambiental).
	Desse Estado de direito ambiental confere um caráter de fundamentalidade do direito ambiental. Constitucionalizar o direito ambiental traz inúmeras vantagens formais e matérias, objetivas e subjetivas. 
	Por exemplo, todas as leis passam também pelo crivo constitucional de proteção ambiental. Ou seja, se reduz a discricionariedade administrativa, pois entre duas possibilidade existentes, sendo uma delas mais favorável ao meio ambiente, não há discricionariedade, deve optar pela decisão que significa menor agressão ao meio ambiente.
	Ainda, implica um reforço das normas constitucionais. Ao constitucionalizar o direito, e ter o caráter de fundamentalidade, todo o sistema deve estabelecer o definido pela CF (força refratária da CF). 
	* O STF afirma que o direito ao meio ambiente constitucionalizado é de 3° geração.
	* Com a fundamentalização deste direito, há que se observar uma forma menos lesiva ao meio ambiente no exercício da atividade econômica, ou seja, deve ser incorporada a atividade, ainda que mais custosa. 
	Ferrajoli salienta que quando o direito é constitucionalizado, todo direito infraconstitucional deve ser construído atendendo ao paradigma constitucional. Deve a proteção ao meio ambiente, portanto, se projetar por toda norma infraconstitucional. 
	
	CONCEITO DE MEIO AMBIENTE E CARACTERÍSTICAS	
	Existem 4 aspectos (pilares) no conceito de meio ambiente, segundo a CF (o conceito legal seria mais reduzido, o constitucional mais amplo):
	- Meio ambiente Natural:
	- Meio ambiente Artificial:
	- Meio ambiente Cultural:
	- Meio ambiente Trabalho (José Afonso da Silva inclui no artificial): 
	
	O meio ambiente natural é tratado na Lei 6.938, e é repetido como objeto de proteção do artigo 225, caput, e nos incisos I e II.O meio ambiente natural é formado pelos elementos naturais/corpóreos como o ar, o solo, a flora, a água, a fauna e pelo equilíbrio dinâmico entre os seres vivos e o meio que habitam. É a proteção do meio ambiente natural.
	O meio ambiente artificial traz o elemento urbano, artificial como proteção. O espaço urbano construído, consistente no conjunto de edificações públicas e privadas. Encontra respaldo no artigo 225, artigo 182 e 21, XX. 
	A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende as diretrizes do plano diretor. 
	A propriedade rural cumpre sua função social (art. 186) quando atende ao aproveitamento racional e adequado, utilização adequada dos recursos naturais disponíveis do meio ambiente (está no artigo). Seria a função ambiental da propriedade rural. Não importa se urbano ou rural. 
	O meio cultural. É o patrimônio histórico, artístico, arqueológico. Traduz a história de um povo. É pelo viés cultural que se protege as formas de expressão de determinada região (dialetos, forma de produzir vinho, CTG´S). Artigo 216 da CF. 
	O meio ambiente do trabalho é baseado na salubridade do meio em que o trabalhador presta o seu labor. Artigo 200, VIII, CF (SUS) – refere ao meio ambiente do trabalho. 
	O artigo 114 da CF não traz dúvidas no sentido de que a Ação Civil Pública não deve ser julgada na Justiça Estadual, mas sim pela Justiça do Trabalho, por força do artigo 114. Após essa emenda, também a ação por dano moral e material é da Justiça do Trabalho. Então, em razão do inciso IX da CF cabe a justiça do trabalho julgar as sanções penais decorrentes do meio ambiente do trabalho (posição isolada). 
	Todavia, o STF salientou que a justiça do trabalho não tem competência criminal. As ações que competem a justiça do trabalho se restringem àquelas de natureza não penal. Apesar de a interpretação constitucional nos levaria a justiça do trabalho julgar não só as ações civis públicas como as ações penais decorrentes do meio ambiente do trabalho. 
	
	O conceito de meio ambiente envolve esses quatro pilares e, por isso, há que se ter um conceito conglobante. Que consiga reunir todos os pilares que integram o conceito constitucional de meio ambiente. 
	O conceito legal é restrito, da Lei 6.938, anterior à CF; artigo 3, I, da Lei. Esse conceito desconhece o aspecto cultural e artificial de meio ambiente. Temos, então, que integrar esse conceito com os quatro pilares.
	
	“Meio ambiente”. Considera não só o local em si, mas as interações que realizam com o todo. Não há equivoco ou redundância, mas sim um reforço. Esse conceito reforça os elementos que integram o ambiente como um todo. 
	
	- Bem ambiental (macrobem). É um bem difuso. O macrobem, ou grande bem ambiental, que tem como característica a indeterminação dos sujeitos, a indivisibilidade do sujeito, inalienabilidade (outras no silde), não significa que os bens não possam ter natureza privada, pública ou como de uso comum do povo. 
	Esse macrobem ambiental tem natureza difusa, mas os elementos que integram (microbens ambientais) esse conceito podem ter natureza pública (ex. recursos minerais), privada (ex. meu cachorro), de uso comum do povo (ex. ar).
	Ao ter de um lado direitos privados, temos do outro um interesse público. A tutela do macrobem ambiental diz respeito aos direitos transindividuais coletivos. Já os microbens ambientais podem se encaixar em qualquer das classificações (do slide). *Meio ambiente do trabalho se encaixaria nos direitos coletivos em sentido estrito.
	- O professor Nery Jr. diz que na classificação do direito em uma das três categorias (individual homogêneo, difuso ou coletivo em sentido estrito) o que prepondera para defini-lo como tal não é o fato que lhe deu origem, e sim a pretensão material que se deduz em juízo (o pedido que se faz na ação, o que quer tutelar). 
	
	Ex. 1: Caso Bateau Mouche IV. Sofreram acidente. É possível ter direito individual (para buscar o que teve de prejuízo) e também um direito coletivo (um sindicato pode deduzir em juízo um pedido de indenização porque ninguém mais que foi ao Rio quis fazer turismo com aquelas embarcações que afundou). E ainda pode haver um direito difuso, no sentido de que o MP pode ajuizar ação para interditar a embarcação, para adotar melhorias quanto a segurança (todos os potenciais consumidores serão atingidos). De um mesmo fato decorre um direito individual homogêneo, comum ao grupo, e também aos outros.
	Ex. 2: ACP que trate aumento de mensalidades escolares. Individualmente, pode buscar o que pagou a mais pelo aumento ilegal (direito individual que pode ser homogêneo). É possível que a associação de pais e mestres entrem com ação para demonstrar a ilegalidade do aumento, visando que, depois, cada um possa buscar o que pagou a mais. E do mesmo aumento, é possível que se deduza uma pretensão difusa, dando uma multa para escola para evitar os aumentos abusivos.
	Ou seja, do mesmo fato surgem pretensões individuais homogêneas, difusas, ou coletivas em sentido estrito. Então, a ação civil pública se presta para promover a tutela de direitos coletivos (difusos e coletivos stricto sensu) e, também, para tutelar coletivamente os direitos individuais homogêneos. 
	PRINCÍPIOS DE DIREITO AMBIENTAL
	A maior parte de princípios não estão na CF, e sim no conjunto esparso que trata do meio ambiente e também na declaração do Rio sobre meio ambiente de 1992 (declaração de princípios do Rio).
	- Supremacia do interesse público. 
	É bem de uso comum do povo, a proteção é irrenunciável. Deve prevalecer o interesse público em detrimento ao particular.
	- Desenvolvimento sustentável.
	Cunhado na comissão brantland que preparou a comissão do Rio. Foi positivado na CF no artigo 170, VI. A CF estimula o desenvolvimento econômico, mas limita quanto ao meio ambiente, as presentes gerações não podem deixar para as futuras um déficit de problemas ambientais, inferior ao que esta geração encontrou e a necessidade das futuras gerações. Tem que possibilitar as gerações presentes satisfazer suas necessidades sem comprometer as futuras. 
	- Prevenção.
	Reconhece que a reconstituição do meio ambiente degradado é impossível, é necessário adotar medidas prévias para evitar atentados ao meio ambiente. Quando se sabe que determinada conduta poderá acarretar um efeito adverso é necessário medidas prévias de acautelamento. Esse princípio trata dos perigos conhecidos e impõe a adoção de medidas prévias para impedir ou minimizar os pactos gerados pelas atividades. Irá fundamentar algumas disposições das Leis, por exemplo, a criação do licenciamento ambiental. Ex. instalação de indústria em meio de bairro residencial. Portanto, em razão do zoneamento, deve-se ter espaço para moradia, comércio e mistas. 
	- Ele determina a adoção de medidas prévias, anteriores a atividades, quando se trata de riscos conhecidos (diferente da precaução). A prevenção fundamenta determinados fundamentos da política nacional vigente, como o licenciamento ambiental, o zoneamento, o tombamento.
	- Precaução.
	Diferente da prevenção, pois enquanto ambos determinam a adoção de medidas prévias para evitar danos, na prevenção tutela-se riscos conhecidos, a precaução trata de riscos não totalmente conhecidos pela ciência. 
	Ex. introdução dos OGM´s e a instalação de antenas de telefone celular. Convém, enquanto não se saiba as consequências, adotar medidas acautelatórias, prévias. Por exemplo, impedir a instalação de antenas perto de hospitais. 
	Prova: diferença entre prevenção e precaução. Não pode dizer que um é de riscos conhecidos e desconhecidos, mas que ambos princípios determinam medidas prévias que os riscos/danos conhecidos ou não ocorram. Medidas preliminares, isso é fundamental.
	FONTE: um perigo/risco razoável que decorre de determinada conduta e que o conhecimento cientifico ainda não conseguiu defini-lo. 
	Diversos instrumentos constitucionais concretizam esses dois últimos princípios. O licenciamento por exemplo. O licenciamento tem relação com a precaução, enquanto queo relatório de impacto ambiental seria prevenção, mas é divergente na doutrina.
	- Poluidor pagador.
	Inspirado na teoria econômica, o princípio busca internalizar as externalidades negativas. O que este princípio não autoriza é que se possa poluir mediante pagamento. Ele determina, primeiro, que o empreendedor aloque recursos prévios para impedir danos. E se, ainda assim, os danos ocorrerem cabe ao empreendedor repará-los integralmente, pela atividade poluidora.
	Tem um viés preventivo (alocação de recursos, internalização das externalidades) e repressivo (reparação integral dos danos causados).
	Consequências: tem no slide. 
	- Usuário Pagador
	É complementar ao poluidor pagador. Os custos ambientais devem ser repassados ao usuário final do recurso, para evitar degradações naturais que decorrem do consumo massificado não recaia também sobre o consumidor. 
	Custos sejam repassados aos usuários, estão no preço do produto. 
	- Protetor-Recebedor
	É novo, de 2010, pela Lei 12.305. Determina que aquele que faz um algo a mais, que presta um serviço voltado a produção de serviços ecossistêmicos, deve ser recompensado por isso. 
	- Participação
	Como o direito é fundamental dos cidadãos, estes podem participar das decisões em audiências públicas. Devem, para isso, ter direito a informação e educação ambiental.
	- Função Social Da Propriedade
	Função social da propriedade urbana e rural. É o direito ao meio ambiente, relativizando o direito a propriedade. Vai impor ao proprietário a obrigação de reparar (positiva) áreas protegidas que foram degradadas ainda que pelo proprietário anterior. Obrigação que segue a propriedade, propter rem. 
	- Consideração Da Variável Ambiental Na Tomada De Decisões
	Qualquer e toda decisão do poder público deve considerar a variável ambiental.
	- Cooperação
	Visa evitar os efeitos transfronteiriços da poluição/degradação.
	- Princípio Da Solidariedade
	Intergeracional – não inviabilizar a vida para as próximas gerações
	Já a intrageracional é uma responsabilidade de todos na mesma geração. Países ricos tem o dever de ajudar os países pobres em suas políticas ambientes.
	- Princípio Da Proibição Do Retrocesso Ecológico
	Não é dado ao poder público retroceder nos níveis de proteção daquele direito.
	- Princípio Do Mínimo Existencial Ecológico
	A dignidade da pessoa só é possível se houver uma condição mínima ambiental, adequada.
	- Princípio da tríplice responsabilidade pelo dano ambiental
	Quem causa um dano ao meio ambiente deve por ele responder, ficando sujeito as sanções penais, administrativas e civis. A responsabilidade civil tem relação com a autonomia privada, ou seja, vai impor limites externos. Quem causar deve reparar os danos.
	Responsabilidade civil como limite externo a nossa conduta. É livre para fazer o que a Lei não proíbe, só que impõe um limite externo, ou seja, a obrigação de reparar os danos causados a outrem (responsabilidade civil pela sua conduta).
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	Hoje: competências e sistema nacional de meio ambiente e instrumento de politica nacional de meio ambiente (difere de concretização do meio ambiente). 
	LEI COMPLEMENTAR 140 (trata das competências)
	Organiza o sistema e redefine o licenciamento e fiscalização ambiental. A Lei não trata apenas de licenciamento e fiscalização, mas também das formas de cooperação dos entes federativos para execução das políticas de meio ambiente. Mas o foco diz respeito às competências constitucionais para licenciamento e fiscalização. 
	Competências constitucionais em matéria em ambiental – está tratando de organizar as competências que dizem respeito a cada ente da federação na matéria específica. A técnica que o legislador constituinte utiliza para tratar dessas competências, de modo a buscar o equilíbrio legislativo, vem definidas mediante a enumeração dos poderes da União (arts. 21 e 22) e indica os poderes dos Municípios (arts. 29 e 30) e atribui poderes remanescentes aos Estados (art. 25, § 1°) – isso é a regra geral para tudo. Essa regra se aplica exatamente para o licenciamento ambiental.
	
	Regra “1” de hermenêutica para as competências gerais: onde um fim é exigido os meios são implicitamente autorizados, dado o poder geral de fazer alguma coisa, vem autorizado de forma implícita o meio para alcançar o fim que é exigido constitucionalmente. No aspecto ambiental isso se concretiza na questão da competência legislativa e administrativa/material/executiva. 
	Parte da doutrina entende que em matéria ambiental a competência pode ser legislativa explícita ou implícita. Isso porque quando a Constituição exige um fim do poder público através de ações materiais/executivas/administrativas, a própria constituição outorga uma competência legislativa implícita. É uma competência para executar, mas são necessários também atos legislativos. Ex. Município para aplicar multa ambiental tem que ter lei fixando as penalidades. (Competência Legislativa é explícita na Constituição Federal – Não pode o estado legislar mais permissivamente que a União – Pode o Estado legislar se a União não tiver legislado sobre uma determinada matéria, se sobrevir uma legislação cm matéria diferente suspende a legislação Estadual, pois não existe hierarquia entre os entes).
	Por isso, tem competência explícita, para legislar, e implícita, quando a CF impõe uma competência administrativa/material. 	
	
	A CF combina áreas comuns (paralelas) entre os diversos entes da federação. No artigo 23 entra a competência administrativa/material em matéria ambiental. É competência comum da U, E e M (art. 23). A CF determina a todos os entes da federação, ao mesmo tempo, a execução de atos materiais concretos relativos a proteção do meio ambiente. E, para isso, atribui de forma implícita a capacidade de legislar. 
	Temos a competência concorrente também e, aos Municípios, em alguns casos, a competência suplementar (arts. 24 e 30). Municípios poderiam legislar sobre zoneamento, matéria ambiental no que diz respeito ao Município. Assim, adotam códigos municipais de meio ambiente, por exemplo. 
	Competência Material/administrativa
	Pode ser em alguns casos exclusiva ou comum. 
	Exclusiva – estamos reservando a determinada entidade, excluindo os demais. 
	Comum – todos os entes da federação exercem a competência em pé de igualdade, sem excluir o outro para atuar no mesmo sentido.
	
	A competência legislativa
	Pode ser exclusiva – portanto, indelegável.
	Privativa – própria de determinada entidade, mas passível de delegação.
	Concorrente – compete a U, E, DF legislarem sobre determinado assunto. U legislam sobre o caráter geral e os E e DF normas de caráter especial.
	Suplementar – equivale a competência concorrente, entretanto é definida a competência suplementar aos municípios (art. 30, I e II) para suplementarem, de acordo com o interesse local, as normas gerais e princípios que foram colocados pela União. 
	Agora, em matéria ambiental:
	Exclusiva: dos Estados (ex. instituir regiões metropolitanas). Indelegável.
	Privativa da União: art. 22, IV. (XII e XXVI) .É possível ser delegada. 
	Concorrente entre União, Estados e DF: art. 24, VI, VII e VIII.
	Suplementar dos Municípios: Art. 30, I e II. (Compete aos municípios suplementar...)
	Então, em matéria de direito ambiental, encontra na Constituição todas essas hipóteses. Como regra geral, a competência para legislar em matéria ambiental – explícita – é CONCORRENTE entre União, DF e Estados. Entretanto, há hipóteses excepcionais que a competência legislativa pode ser exclusiva, privativa ou, ainda, suplementar dos Municípios. 
	Dizer que a competência é concorrente, segundo §§ 1° a 4, é a possibilidade de legislar concorrentemente da U, DF e E. 
	Em se tratando de competência concorrente, a União responde pela edição de normas gerais e cabe aos Estados suplementar a legislação feitas pela União. No entanto, não tendo a União exercido sua competência para editar normasde caráter geral, podem os Estados legislar de forma plena. Todavia, caso a União venha a legislar a norma estadual que conflitar com a norma geral federal terá sua eficácia suspensa (não é hipótese de revogação, pois a norma de um ente não revoga a de outro e também pode haver alteração de norma geral federal, a norma estadual retoma sua eficácia plena). 
	
	E os Municípios? Não está no artigo 24. Mas o artigo 30, I e II, que atribui a competência suplementar (supletiva) aos Municípios, o faz integrar, na prática, o rol dos entes competentes para legislar em matéria ambiental. 
	
	Cabe então a União estabelecer os pisos de proteção, e aos E, DF e Municípios estabelecer os tetos de proteção. Logo, não é dado ao Município, E, e DF, reduzir os níveis de proteção normativa dados pela União. Nem ao Município reduzir os dados pelos Estados (serão inconstitucionais frente a Constituição Estadual, por exemplo, Lei municipal que flexibiliza utilização de agrotóxicos). 
	
	Há casos, ainda, nos casos da competência administrativa/material.
	Exclusiva da U, E, e Municípios.
	Comum entre U, E, e Municípios (e legislativa de forma implíticita).
	Em regra Geral, a competência administrativa (MATERIAL) é COMUM. Mas há hipóteses de competência exclusiva também, por exemplo, artigo 21, IX (tem nos slides).
	LEI COMPLEMENTAR N° 140/11 (lei das competências)(norma de cooperação ... elaborar e executar as políticas nacionais do meio ambiente)
	Artigo 23 da CF. Competência comum. § único fala que lei complementar fixará normas de cooperação entre U, E, DF e M, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e bem-estar. Para regulamentar o § único sobrevém a lei das competências.
	Lei 6.938/81 (política nacional do meio ambiente). No artigo 10 a Lei define o licenciamento ambiental para determinadas atividades potencialmente poluidoras ou utilizadoras de recursos naturais. Competência dos Estados e do IBAMA (União, de forma supletiva).
	Já a LC/140 regulamentou a competência dos E, da U, e dos M, e, com isso, alterou o artigo 10, de modo que precisa de licenciamento ambiental, na forma do que está na Lei Complementar. Ao dar nova redação, simplesmente definiu que as atividades dependem de licenciamento ambiental. Se for “significativa degradação” precisa do EIA.
	Mas antes dessa LC/140 os Municípios já legislavam com licenciamento ambiental, com fundamento na Resolução CONAMA n° 237/97. 
	
	Artigo 1° da LC/140. Regula competência comum entre os entes da federação. Ela não trata apenas de licenciamento e fiscalização ambiental, a definir competências da União, dos Estados e dos Municípios. Ela trata, também, das ações dos diversos entes da federação, mas o que mais interessa são as competências para fiscalizar e licenciar (que aparecem apenas nos incisos XIV e XV, quanto à competência da União, do artigo 7°). 
	
	 - (Art 7º XIV definiu os critérios de competência da União) Artigo 7°, XIV. Compete à União promover o licenciamento ambiental. O primeiro critério é o da localização: a) localizadas ou desenvolvidos no Brasil e país limítrofe. d) “exceto as APAs”. Cabe à União disciplinar atividade desenvolvida dentro de uma unidade de preservação instituída pela União, com exceção das unidades que sejam da categoria APA.
	De novo: compete a União legislar sobre licenciamento ambiental em áreas da União, como nos incisos, ou unidades de conservação que a União constituir, com exceção da APA. 
	
	Também compete a União licenciar atividades que sejam de seu interesse (alíneas f, g, h), como de caráter militar, energia nuclear.
	Atribuição dos Estados e Municípios, para licenciar, estão no artigo 8° e 9°.
	Artigo 9°, XIV - Municípios e artigo 8° para os Estados. 
	Significa que a competência licenciatória dos Estados é residual, remanescente. A da União estão enumerados, a dos Municípios estão indicadas no artigo 9° e a dos Estados são remanescentes como regra geral.
	Municípios, conforme artigo 9°, tratam das atividades que causem impacto ambiental de âmbito local - definidas as atividades pelo Conselho Estadual (a) e (b) localizados em unidade de conservação instituídas pelo Município, exceto APAs (uma das doze categorias de Unidade de conservação, e de menor restrição quanto ao uso de recursos naturais).
	Deve o Estado, de acordo com a alínea a, definir quais atividades de impacto local licenciáveis pelos Municípios. No RGS estão arroladas na resolução CONCEMA, 288/2014. 
	
	Artigo 7° XIV - competência licenciatória da União.
	Artigo 9° XIV - indicadas as competências licenciatórias dos Municípios. (critério do Impacto local)
	Artigo 8° XIV - Licenciamento pelo Estado, ressalvada as competências da União e do municípios, é todo o resto. Se for de âmbito local, não são competência do Estado, mas este define as atividades licenciáveis pelo M. (critério genérico para o Estado Licenciar de forma residual, exceto APAs)
	Ainda, além do que não for de competência dos outros, compete aos Estados licenciar as atividades empreendidas no interior das unidades de conservação que o Estado instituir, com exceção da APA.
	Critérios de definição do ente competente:
	- Localização do empreendimento; se for localizado em mar territorial (bem da União), será da União. Se for Unidade de conservação instituída pelo Estado, será do Estado. 
	*APA. Licenciamento no interior das APAs seguem sendo próprias, pois é exceção, não está regulada em nenhum nível federal. ( Critério para licenciar as atividades no interior das APAs seguem os Arts 7º, 8º e 9º).
	- Tipo de atividade; se for atividade de energia nuclear, cabe a União.
	- Conforme tipologia fundada nos critério de porte, potencial poluidor e natureza da atividade. Se for de pequeno impacto, poderia ser do Município. 
	Revisão: (# Estadual Fepam Licenciamento
Dbio (Defap)Supressão Mata Atlântica, se Dbio delegar supressão para município Sman poderia autorizar supressão.
Atuação Supletiva- 
Atuação Subsidiária - 
)
	Artigo 13, § 2°. A Lei complementar salienta que quem é competente para o licenciamento ambiental atrai a competência para a supressão de vegetação necessária para instalar empreendimento. Ainda que outro órgão seja competente para a supressão de vegetação, o órgão que cabe licenciar atrai a competência. Ex. Município licencia, mas o Estado tem competência para suprimir vegetação. Prevalece a competência para o licenciamento ambiental.
	Os outros órgãos se manifestam de maneira não vinculante. 
	
	O Estado, quando vai licenciar uma atividade, vai licenciar no território de um Município. Então, quando vai licenciar tem que ouvir o Município, e esta oitiva é não vinculante. Ex. licenciar presídios é competência dos Estados. Município diz que não quer que licencie ali. Essa manifestação não é vinculante para o órgão licenciador. Agora, se disser que afronta o zoneamento urbano do Município, ou seja, opuser uma norma legal editada segundo critérios de sua competência definida constitucionalmente a manifestação será vinculante, mesmo com o § 1° do artigo 13. 
	Vai ouvir o ente em que o empreendimento será licenciado. Quando a União licencia, ouve Estado e Município. E o Estado ouve o Município. E quando a competência é de um ente da federação, o ente se manifesta de maneira não vinculante. Essa manifestação de maneira não vinculante não é absoluta, mas relativa. Isso porque se for uma manifestação de mérito não é vinculante, mas se o Município zoneou o território de acordo com sua legislação, não pode o Estado vir e desconhecer a Lei (não há hierarquia entre as competências). Então, a oposição de um argumento, nestes casos, pode ser vinculante.
	Exceção. Artigo 11. Ela ocorre quando a Lei estabelecer regras próprias para a supressão de vegetação, considerada a caracterização da vegetação. Ou seja, quando há regras próprias estabelecidas em Lei para manejo de determinada vegetação (ex. bioma mata atlântica) e houver órgão específico para supressão, não há atração da competência pelo órgão que vai licenciar o procedimento.
	Regrageral: quem licencia indústria atrai para si a competência para a supressão de vegetação. 
	Exceção: órgão não vai atrair competência quando houver regra própria para a supressão de vegetação levando em consideração a espécie da flora ou fauna ameaçadas de extinção. Precisará de dois licenciamentos, um para suprimir a vegetação e outro para instalar a indústria. 
LICENCIAMENTO AMBIENTAL E UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
	Se a Unidade de conservação não for floresta Nacional, Estadual ou Municipal, mas uma APA instituída pela União, não será necessariamente a União, deve observar as regras.
	Ou seja, para definir o licenciamento no interior das APAs não vale o critério do ente instituidor da unidade de conservação. 
	Então, vale os demais critérios (gerais) definidos na Lei, como localização, natureza do empreendimento. Artigo 12, § único. Ou seja, é como se Unidade de conservação não houvesse, pois segue alguns daqueles critérios estabelecidos.
	Acabamos competência licenciatória. 
	FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL
	Artigo 17 (regra geral competência fiscalizatória). 
	Estabelece, como regra geral, que compete ao órgão responsável pelo licenciamento ambiental a fiscalização da atividade, cabendo-lhe, ainda, instaurar processo administrativo para apuração das infrações, lavrar auto de infração e aplicar penalidades. Como regra geral, quem licencia uma atividade tem a obrigação de fiscalizar, e, também, apurar infrações, lavrar e aplicar finalidades.
	Ex. FEPAN licenciou atividade em Uruguaiana. Esta está em via de ser inundada. Pelo artigo 17°, caput, quem deveria determinar as medidas seria o órgão licenciador, a FEPAN, em POA (demoraria para chegar lá, mais que o necessário). Aqui o Município de Uruguaiana deve adotar as medidas.
	Por isso o § 2° determina que em caso de iminência ou ocorrência de degradação da qualidade ambiental, o órgão que tiver conhecimento do fato deverá determinar medidas para fazer cessar ou mitigar a degradação ambiental, comunicando o órgão competente para as providências (lavrar auto, apurar infrações e aplicar finalidades). 
	Portanto, na ocorrência de dano ou na iminência deve adotar medidas típicas de fiscalização, inclusive concretas para cessar, mitigar ou impedir que a degradação ocorra.
	
	A competência para executar ações e proteger o meio ambiente é comum aos entes de federação. Logo, a Lei complementar que regulamenta o artigo 23 não poderia dispor de forma diversa. O § 3° estabeleceu que a competência para fiscalizar de quem licencia não exclui a possibilidade de os órgãos de outros entes da federação fiscalizarem aquela atividade. Aqui trata-se de uma faculdade de outros órgãos. 
	- Quem licencia, deve fiscalizar.
	- Quem tem conhecimento de uma degradação, deve atuar, sendo competente ou não para o licenciamento.
	- Todos os outros órgãos da federação podem fiscalizar, ainda que de forma preventiva. No exemplo, Uruguaiana poderia adotar medidas protetivas de fiscalizar.
	Quem teve conhecimento do dano não lavra o auto de infração, apenas adota medidas para fazer cessar os danos. O Município de Uruguaiana vai adotar as medidas para fazer cessar o dano e depois vai remeter ao órgão competente da fiscalização para ser lavrado o auto de infração. 
	Se o Estado competente não lavrar o auto, o Município poderá lavrar o auto. Digamos que era o Rio Uruguai e o IBAMA também adotou medidas. O Estado se omite, qual auto de infração irá prevalecer o do Município ou da União? Irá prevalecer o que for lavrado em primeiro lugar. Todavia, se o Estado atuar depois, vale o do ente competente. 
	Delegação de atribuições e de execução de ações administrativas.
	Há pelo menos 3 hipóteses na Lei em que um ente da federação pode exercer competências originárias de outros entes da federação. 
	1) Artigo 5°. Delegação de competência. Município de Uruguaiana propõe um convênio ao Estado, passando a licenciar atividades que seriam originariamente dos Estados. Pode? Pode, desde que complete 3 requisitos: a) Convênio entre os entes da federação; b) que o destinatário da delegação disponha de órgão ambiental capacitado; c) e que disponha de conselho de meio ambiente (órgão recursal do sistema).
	Muitas vezes os convênios são realizados para a supressão de vegetação ou para que os Municípios possam autorizar esta supressão. Então, como a autorização de supressão de vegetação não é atraída pelo licenciamento ambiental no caso de lei própria, o Município faz esses convênios para licenciar (não pela atração de competência normal, mas pelo convênio). O convênio permite que o ente da federação, normalmente o Município em relação ao Estado, permite que um ente da federação assuma competência de outro órgão da federação. 
	
	2) Artigo 15. Atuação em caráter supletivo. Suplementar significa ultrapassar, “atuar no lugar de”. Ex. Passou do IBAMA para o Estado a competência para licenciar pássaros. O Estado não licenciava a atividade. O empreendedor vai ao IBAMA e requer que o IBAMA licencie em caráter supletivo a atividade.
	Poderia licenciar o IBAMA neste caso? Depende. O IBAMA tem que reconhecer que o Estado do RGS não tem capacidade para legislar, ou seja, nem órgão ambiental capacitado e nem conselho de meio ambiente. A AGU argumentou que não cabe ao IBAMA atuar em caráter supletivo, pois o RGS tem os dois órgãos, mas não se organizou para isso. 
	Pelo artigo 15 a situação não foi resolvida. Não poderia atuar, pois: a) a competência não era mais sua (requerimento do interessado); b) só poderia atuar em caráter supletivo se preenchido os requisitos, ou seja, se o originariamente competente não possuir órgão ambiental capacitado, nem conselho de meio ambiente.
	Não depende da vontade do originariamente competente, mas do dono do criador. Vai suprir a atuação de alguém. É o interessado que faz.
	
	3) Artigo 16. Atuação em caráter subsidiário. Poderia o Estado, no exemplo acima, ir no IBAMA e solicitar que o IBAMA atuasse de forma subsidiária, de modo a fornecer apoio técnico, científico, administrativo ou financeiro, e outras formas de cooperação. 
	Requisitos: a) mediante solicitação do órgão competente ao órgão destinatário. Que podem se dar através dos mecanismos do artigo 4°. 
	É um auxílio na verdade. É o próprio órgão que exerce sua competência, mas auxiliado por outro. Aqui quem pede é o próprio ente que tenha mais recursos e conhecimento. 
	
	Resumo: 
	Competência para legislar em matéria ambiental, legislativa, como regra geral é concorrente entre U, DF, E. Adere-se a eles os Municípios pelo artigo 30, inciso I e II (competência legislativa suplementar). 
	Competência administrativa ou implicitamente legislativa é, em regra, comum. Artigo 23, regulamentado pela Lei Complementar 140. 
	A LC/140 define no artigo 7°, XIV, qual a competência da União para o licenciamento ambiental. Utiliza o critério da localização ou da natureza da atividade (ex. energia nuclear). Artigo 9°. Competência licenciatória dos Municípios. Define que compete aos Municípios licenciar as atividades de impacto local, assim definidas pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente, bem como licenciar as unidade de preservação que o Município instituir (exceto APA). Artigo 8°. Compete ao Estado licenciar as atividades residuais, que não sejam nem da U nem do M. 
	A regra é para um empreendimento um licenciamento ambiental. Exceto no caso de necessidade de autorização para supressão de vegetação em que se reconhece a existência de fauna e flora ameaçadas de extinção, em que permanece a competência de cada órgão licenciador. Embora nesse caso a lei da mata Atlântida a competência do licenciamento não atraia a competência da supressão, os órgãos podem se confundir no caso de delegação de competência do artigo 5°. 
	Licenciamento ambiental, qual regra geral (prova)? Quem é competente para o licenciamento tem que fiscalizar. Exceção – na hipótese da iminência ou ocorrência de um dado para fazer cessar, mitigar quem é competente é órgão que tem conhecimento (deve). Por fim, essas duas regrasnão impedem que qualquer dos entes da federação exerçam a fiscalização sobre as atividades localizadas em seu território, só que prevalece sempre o auto de infração do órgão competente para licenciamento ou, caso não tenha exercido, prevalece aquele que lavrou em primeiro lugar.
	Temos na lei complementar 140 três hipóteses em que pode auxiliar o outro na competência: delegação de competência: a) convênio b) órgão ambiental capacidade c) conselho. Atuação supletiva (omissão do órgão originário), neste caso a atuação de outro órgão depende de requerimento do interessado e que o órgão destinatário do requerimento reconheça que o órgão original não disponha de órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente. Atuação subsidiária, que pressupõe solicitação de um órgão a outro para que preste apoio técnico, cientifico, para que o órgão original da atribuição possa exercer sua competência.
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	29/08/17
	LEI 6938/81 (política nacional do meio ambiente)
	Ela, em parte, é regulamentada pelo Dec. 99274/90. Essa Lei cria o SISNAMA (sistema nacional do meio ambiente) e, ao criar o SISNAMA, estabelece os instrumentos da política nacional do meio ambiente (PNMA), além de outras disposições (norma princípio, instrumentos para atingir os objetivos estabelecidos pelo SISNAMA, outras disposições). 
	Lei Estadual 11.520/00 (Código Estadual de meio ambiente). 
	Em matéria de licenciamento, importa a Resolução Conama 237/97 (integra o SISNAMA), é um órgão regulamentador, edita normas reguladoras. Além disso, temos a Resolução Consema (estadual) 288/14 e a 38/03.
	Além do EIA/RIMA, temos a resolução Conama 01/86. 
	Quanto à audiência pública, temos a resolução Conama 09/87. 
		
	Artigo 2° da Lei 6.938. É intuitivo. Se quer, com uma política nacional de meio ambiente, manter uma vida adequada, bem como preservar e até recuperar a qualidade ambiental. Ainda no mesmo artigo, são colocados os princípios da política nacional do meio ambiente (instrumentos). 
	
	Artigo 6°. Entra efetivamente o Sistema Nacional do MA. Estabelece que os órgãos e entidades de todos os entes da federação, já que a competência é comum, irão compor o SISNAMA. Há, portanto, por simetria, o sistema estadual (integrado ao nacional) e municipal (integrado ao estadual) do meio ambiente. 
	Assim, são criados os órgãos do sistema:
	II – CONAMA (órgão consultivo e deliberativo) tem como finalidade assessorar, estudar e propor ao Conselho, diretrizes de políticas governamentais – normas e padrões adequados. No exercício da competência regulamentadora, de estabelecer diretrizes, definiu na Resolução CONAMA 237/97 quais as atividades estão sujeitas a licenciamento ambiental, regulamentando, dessa maneira, o artigo 10 da Lei 6.938. 
	III – órgão central. 
	IV – órgãos executores: em nível federal são dois; IBAMA e o ICMBIO (atribuição de controlar florestas e áreas protegidas). 
	V – órgãos seccionais: são estaduais. Ex. FEPAM. 
	VI – órgãos locais: podem ser municipais. 
	Então, para alcançar os objetivos estabelecidos, há órgãos organizados em um sistema e instrumentos de política nacional do meio ambiente (ferramentas dadas ao administrador, pelo legislador, para atingir os objetivos da política criada). 
(## Licenciamento ambiental é procedimento administrativo que culmina com ato administrativo de natureza autorizativa denominado Licença Ambiental que por vezes necessita de um estudo prévio de impacto ambiental (estudo prévio quando for de significativa degradação ambiental )
INSTRUMENTOS DE POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
	Art. 9°. (Políticas de Impacto Local)
	I – através de normas, de objetivos que quer atingir. Ex. Qualidade do ar não pode ultrapassar X limite, e, para atender isso, tem que elaborar políticas públicas de rodízio de automóveis.
	II – zoneamento ambiental. Com base no princípio da prevenção, por que se zoneia? Porque, por exemplo, se estabelecesse fábrica no meio de bairro residencial haveria conflito de uso, portanto, planejasse as atividades. 
	III – avaliação de impactos ambientais. 
	IV – licenciamento e a revisão de atividades poluidoras ou potencialmente poluidora. Esse controle se dá através do licenciamento ou não das atividades.
	V – Deve haver incentivo para desenvolver novas tecnologias que impactem menos no meio ambiente.
	
	Dois tipos de instrumento de política ambiental:
	Basicamente os instrumentos de comando e controle, que estabelecem obrigações padrões e que se não houverem atingidos possuem uma penalidade. E também existem os instrumentos econômicos ou incentivos de mercado. Ex. Fábrica só pode produzir 1000 PPM de poluição, sob pena de multa e estabelece como crime. É comando e controle, mas uma outra Lei, em uma relação de complementaridade, diz que se diminuir 50% da poluição terá redução do IPI (instrumento econômico). Não existindo a segunda Lei, o dono vai apenas atender o padrão da primeira. Com a segunda, vai reduzir mais ainda a poluição. É o incentivo de boas práticas ambientais, ainda que o sentido direto não seja a melhoria da qualidade ambiental, como por exemplo, a redução tributária.
	Temos esses instrumentos divididos em 4 categorias:
	Padrões ambientais de qualidade e de emissão. Ex. só pode emitir X gases. 
	Controle de uso do solo. Ex. não pode construir casa em APP. 
	 Penalidades administrativas. Tudo deve ser implementado sob pena de compensação. Devem vir acompanhados de instrumento econômico, senão não tem efetividade. 
	Licenciamento ambiental (EIA (Estudo de Impacto Ambiental/RIMA).
	São os instrumentos mais utilizados para implantar a Política Nacional do Meio Ambiente.
	LICENCIAMENTO AMBIENTAL	(se dá Antes ... quando atividade for utilizador de recursos ambientais, quando for potencialmente poluidor ou capaz de causar degradação ambiental)
	Obrigação de licenciar determinadas atividades potencialmente poluidoras: Artigo 10 da Lei 6.938/81. 
	O licenciamento, como regra, não é ato único, pois tem relação com a construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos que podem causar poluição. Aqui – art. 10 – define quais atividades são possíveis de licenciamento. 
	A LC/140 define o que é licenciamento ambiental. Art. 2°, I. 
	 Licenciamento ambiental é um procedimento administrativo que vai culminar com a expedição de um ato administrativo denominado licença ambiental e, apesar do nome, não tem natureza jurídica de licença, mas de ato autorizativo e que, para sua emissão, depende de um estudo de impacto ambiental. 
	Artigo 8°, CONAMA 237/97. 
	I - Também define o licenciamento ambiental, indo um pouco mais além, criando tipologias (licencia a localização, a instalação e a operação). As fases que existem aqui dizem respeito aos tipos de licenciamento possível (licença prévia, licença de instalação e licença de operação).
	II – Licença ambiental é o ato administrativo que o órgão ambiental competente estabelece condições [...]. 
	A resolução CONSEMA 38/2003 trata da natureza jurídica da LICENÇA AMBIENTAL. Diz que é um ato administrativo de natureza precária, pelo qual o órgão ambiental competente utiliza o poder de polícia ambiental. 
	Natureza jurídica da Licença ambiental Em razão da natureza precária (e não licenciatória) o ato pode ser revogado. Ex. um tóxico produzido pela empresa não tem antídoto, e é melhor revogá-lo e é possível. 
	Em razão disso, é possível a recusa, duração, possibilidade de retirada do ato administrativo. Não há como considerar a licença como um ato vinculado e definitivo, até porque o poder público não poderia revogar a licença, mesmo após a mudança de circunstâncias. 
	Devemos compreender, porque é mais benéfico ao meio ambiente – seguindo os ditames constitucionais –, trata-se de uma autorização, pese o nome de “licença”. 
	Lei Estadual 11.520/00. Trata da licença ambiental no artigo 14. Salienta que possui natureza jurídica autorizatória (natureza precária e não vinculada). 
	Decreto

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