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Materia: Filosofia e ética matricula do aluno: 17213110020 curso: Administração pública pólo: Nova Iguaçu-RJ Nome do aluno: wellington da silva de campos. Atividade: 04 - Leia o texto de Pegoraro, Ética dos maiores mestres através da história, págs. 19-35. Atividades: 1. Explique os temas centrais da ética de Platão. RESPOSTA: Os temas centrais da ética de Platão são: justiça na ordem individual e social; a transcendência do bem e as virtudes humanas e a ordem política presididas pela justiça. - Justiça na ordem individual e social: a Justiça é lei e fundamento de toda a ordem cósmica, ideia que Platão recebeu da tradição homérica. Pela ordem cósmica justa, Platão eleva-se ao supremo bem e ao mundo das Ideias que são o fundamento ontológico do universo belo e ordenado pela suprema lei, a Justiça. - Transcendência1 do bem: fundamento seguro e inabalável da conduta humana e da distinção entre o bem e o mal. Ora, estes dois eixos movem todo o sistema platônico, presentes em todos os Diálogos, acentuando ora um, ora outro aspecto da Justiça e do Bem. - Virtudes humanas e a ordem política presididas pela justiça: é pela prática da virtude que o homem sábio se eleva do bem que pratica ao Sumo Bem transcendente. Daí que a virtude é a via áurea da ética de Platão. Ela é preciosa e “todo o ouro da terra não é suficiente para trocá- lo pela virtude” (Leis, 728a). Segundo Platão, a virtude é uma “atividade da alma” (Rep., 353d) e consiste num hábito, num comportamento permanente da alma. Hábito é também uma habilidade técnica, manual, como fazer mesas, sapatos e casas; mas o hábito que Platão estuda é uma qualidade da alma. A virtude “nasce dos costumes que são regulados pela lei” (Leis, 663c). Virtude traduz a palavra grega aretê, virtus, em latim. Na literatura grega antiga a palavra não tinha conotação moral e significava apenas a perfeição ou a excelência de alguma coisa. Assim a aretê do corpo queria dizer uma aparência humana robusta e bonita; elogiava- se a aretê dos pés dos atletas para dizer que eles eram excelentes corredores; a aretê da terra queria dizer sua fertilidade; a afete do cavalo está em ser fogoso e veloz. 2. O que significa a Justiça na ética de Platão? RESPOSTA: a Justiça é lei e fundamento de toda a ordem cósmica, ideia que Platão recebeu da tradição homérica. Pela ordem cósmica justa, Platão eleva-se ao supremo Bem e ao mundo das Ideias que são o fundamento ontológico do universo belo e ordenado pela suprema lei, a Justiça. Por isso, em Platão, ontologia e ética, gnosiologia e axiologia convivem e completam- se mutuamente em cada diálogo. Neste sentido, é quase ridículo tratar da ética platônica de modo sistemático, com começo, meio e fim, como de certo modo e possível fazer com a ética 1 (do latim transcēndo, is, di, sum, ĕre: 'passar subindo, atravessar, ultrapassar, transpor aristotélica. Em Platão o começo da ética está no fim e o fim está no começo e o meio exato não existe. Cada Diálogo é toda a ética focalizada ora como Bem, ora como Justiça. Mesmo assim, pode-se tratar didaticamente de alguns eixos e de alguns marcos mais presentes nos diálogos e que poderiam servir de fio condutor de uma leitura ético-política dos mesmos. Em primeiro lugar, a justiça rege, unifica e hierarquiza a variedade dos elementos constitutivos do homem: a razão, a sensibilidade e o instinto com todas as suas tendências. Estabelece uma relação equilibrada destas qualidades humanas subordinando-as ao comando da razão. Em segundo lugar, a justiça harmoniza também a polis, a relação entre as classes sociais: os governantes, os guerreiros e os artesãos. Em terceiro lugar, a harmonia nas pessoas e na sociedade é uma imitação da harmonia cósmica que também é instaurada pela lei universal e divina da Justiça. Diz Platão “não se fez o universo para o homem, mas este para aquele, no qual reina ordem e harmonia” (Leis, 903c). 3. A virtude pode ser ensinada ou é inata? Desenvolva a resposta! RESPOSTA: Segundo Platão, a virtude é uma “atividade da alma” (Rep., 353d) e consiste num hábito, num comportamento permanente da alma. Hábito é também uma habilidade técnica, manual, como fazer mesas, sapatos e casas; mas o hábito que Platão estuda é uma qualidade da alma. A virtude “nasce dos costumes que são regulados pela lei” (Leis, 663c). Virtude traduz a palavra grega aretê, virtus, em latim. Na literatura grega antiga a palavra não tinha conotação moral e significava apenas a perfeição ou a excelência de alguma coisa. Assim a aretê do corpo queria dizer uma aparência humana robusta e bonita; elogiava-se a aretê dos pés dos atletas para dizer que eles eram excelentes corredores; a aretê da terra queria dizer sua fertilidade; a afete do cavalo está em ser fogoso e veloz. Platão descreve a virtude de muitos modos nos Diálogos; os principais são: a virtude como uma purificação da alma (Fédon, 67c), como ascensão ao Mundo Superior (Banquete,209b), como saúde do corpo e da alma. Mas o conceito predileto de Platão é a virtude como harmonia musical. A música comporta medida, ordem, conjunto, subordinação ao regente. É por isso que Platão compara a variedade e a ordem do universo a uma composição musical que necessariamente comporta variedade de sons e instrumentos; assim, no universo há ordem, disciplina e subordinação às leis e ao Regente cósmico. Diz Platão: “a virtude é semelhante à harmonia musical” (Rep., 43 lc); “a virtude é a mais excelente das músicas” (Fédon, 65a); “a virtude é harmonia” (Leis, 689c). Ora, a virtude da harmonia leva o nome de Justiça que, sem dúvida, unida à ideia de Bem, forma a espinha dorsal não só da ética mas também de todo o pensamento platônico.
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