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4º Trabalho filosofia 2017.1uff cederj

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Materia: Filosofia e ética
matricula do aluno: 17213110020
curso: Administração pública
pólo: Nova Iguaçu-RJ
Nome do aluno: wellington da silva de campos.
Atividade: 04 - Leia o texto de Pegoraro, Ética dos maiores mestres através da história, págs.
19-35.
Atividades:
1. Explique os temas centrais da ética de Platão.
RESPOSTA: Os temas centrais da ética de Platão são: justiça na ordem individual e social; a
transcendência do bem e as virtudes humanas e a ordem política presididas pela justiça.
- Justiça na ordem individual e social: a Justiça é lei e fundamento de toda a ordem cósmica,
ideia que Platão recebeu da tradição homérica. Pela ordem cósmica justa, Platão eleva-se ao
supremo bem e ao mundo das Ideias que são o fundamento ontológico do universo belo e
ordenado pela suprema lei, a Justiça.
- Transcendência1 do bem: fundamento seguro e inabalável da conduta humana e da distinção
entre o bem e o mal. Ora, estes dois eixos movem todo o sistema platônico, presentes em
todos os Diálogos, acentuando ora um, ora outro aspecto da Justiça e do Bem. 
- Virtudes humanas e a ordem política presididas pela justiça: é pela prática da virtude que o
homem sábio se eleva do bem que pratica ao Sumo Bem transcendente. Daí que a virtude é a
via áurea da ética de Platão. Ela é preciosa e “todo o ouro da terra não é suficiente para trocá-
lo pela virtude” (Leis, 728a). Segundo Platão, a virtude é uma “atividade da alma” (Rep.,
353d) e consiste num hábito, num comportamento permanente da alma. Hábito é também uma
habilidade técnica, manual, como fazer mesas, sapatos e casas; mas o hábito que Platão estuda
é uma qualidade da alma. A virtude “nasce dos costumes que são regulados pela lei” (Leis,
663c). Virtude traduz a palavra grega aretê, virtus, em latim. Na literatura grega antiga a
palavra não tinha conotação moral e significava apenas a perfeição ou a excelência de alguma
coisa. Assim a aretê do corpo queria dizer uma aparência humana robusta e bonita; elogiava-
se a aretê dos pés dos atletas para dizer que eles eram excelentes corredores; a aretê da terra
queria dizer sua fertilidade; a afete do cavalo está em ser fogoso e veloz.
2. O que significa a Justiça na ética de Platão?
RESPOSTA: a Justiça é lei e fundamento de toda a ordem cósmica, ideia que Platão recebeu
da tradição homérica. Pela ordem cósmica justa, Platão eleva-se ao supremo Bem e ao mundo
das Ideias que são o fundamento ontológico do universo belo e ordenado pela suprema lei, a
Justiça. Por isso, em Platão, ontologia e ética, gnosiologia e axiologia convivem e completam-
se mutuamente em cada diálogo. Neste sentido, é quase ridículo tratar da ética platônica de
modo sistemático, com começo, meio e fim, como de certo modo e possível fazer com a ética
1 (do latim transcēndo, is, di, sum, ĕre: 'passar subindo, atravessar, ultrapassar, transpor 
aristotélica. Em Platão o começo da ética está no fim e o fim está no começo e o meio exato
não existe. Cada Diálogo é toda a ética focalizada ora como Bem, ora como Justiça. Mesmo
assim, pode-se tratar didaticamente de alguns eixos e de alguns marcos mais presentes nos
diálogos e que poderiam servir de fio condutor de uma leitura ético-política dos mesmos. Em
primeiro lugar, a justiça rege, unifica e hierarquiza a variedade dos elementos constitutivos do
homem: a razão, a sensibilidade e o instinto com todas as suas tendências. Estabelece uma
relação equilibrada destas qualidades humanas subordinando-as ao comando da razão. Em
segundo lugar, a justiça harmoniza também a polis, a relação entre as classes sociais: os
governantes, os guerreiros e os artesãos. Em terceiro lugar, a harmonia nas pessoas e na
sociedade é uma imitação da harmonia cósmica que também é instaurada pela lei universal e
divina da Justiça. Diz Platão “não se fez o universo para o homem, mas este para aquele, no
qual reina ordem e harmonia” (Leis, 903c).
3. A virtude pode ser ensinada ou é inata? Desenvolva a resposta!
RESPOSTA: Segundo Platão, a virtude é uma “atividade da alma” (Rep., 353d) e consiste
num hábito, num comportamento permanente da alma. Hábito é também uma habilidade
técnica, manual, como fazer mesas, sapatos e casas; mas o hábito que Platão estuda é uma
qualidade da alma. A virtude “nasce dos costumes que são regulados pela lei” (Leis, 663c).
Virtude traduz a palavra grega aretê, virtus, em latim. Na literatura grega antiga a palavra não
tinha conotação moral e significava apenas a perfeição ou a excelência de alguma coisa.
Assim a aretê do corpo queria dizer uma aparência humana robusta e bonita; elogiava-se a
aretê dos pés dos atletas para dizer que eles eram excelentes corredores; a aretê da terra queria
dizer sua fertilidade; a afete do cavalo está em ser fogoso e veloz. Platão descreve a virtude de
muitos modos nos Diálogos; os principais são: a virtude como uma purificação da alma
(Fédon, 67c), como ascensão ao Mundo Superior (Banquete,209b), como saúde do corpo e da
alma. Mas o conceito predileto de Platão é a virtude como harmonia musical. A música
comporta medida, ordem, conjunto, subordinação ao regente. É por isso que Platão compara a
variedade e a ordem do universo a uma composição musical que necessariamente comporta
variedade de sons e instrumentos; assim, no universo há ordem, disciplina e subordinação às
leis e ao Regente cósmico. Diz Platão: “a virtude é semelhante à harmonia musical” (Rep., 43
lc); “a virtude é a mais excelente das músicas” (Fédon, 65a); “a virtude é harmonia” (Leis,
689c). Ora, a virtude da harmonia leva o nome de Justiça que, sem dúvida, unida à ideia de
Bem, forma a espinha dorsal não só da ética mas também de todo o pensamento platônico.

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