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6º Trabalho filosofia 2017.1 uff cederj

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Materia: Filosofia e ética
matricula do aluno: 17213110020
curso: Administração pública
pólo: Nova Iguaçu-RJ
Nome do aluno: wellington da silva de campos.
Atividade: 06
Estude: “Filosofando”, cap. 22 (págs. 503 a 537) e responda às questões:
1. Levante as principais ideias do Liberalismo.
RESPOSTA: O pensamento burguês busca a separação entre Estado e sociedade enquanto
conjunto das atividades particulares dos indivíduos, sobretudo as de natureza econômica. O
que se quer é separar definitivamente o público do privado, reduzindo ao mínimo a
intervenção do Estado na vida de cada um. Por outro lado, essa separação deveria reduzir
também a interferência do privado no público, já que o poder procura outra fonte de
legitimidade que não seja a tradição e as linhagens de nobreza. Podemos nos referir ao
liberalismo ético, enquanto garantia dos direitos individuais, tais como liberdade de
pensamento, expressão e religião, o que supõe um estado de direito em que sejam evitados o
arbítrio, as lutas religiosas, as prisões sem culpa formada, a tortura, as penas cruéis. O
liberalismo político constitui-se sobretudo contra o absolutismo real, buscando nas teorias
contratualistas as formas de legitimação do poder, não mais fundado no direito divino dos reis
nem na tradição e herança, mas no consentimento dos cidadãos. A decorrência dessa forma de
pensar é o aperfeiçoamento das instituições do voto e da representação, a autonomia dos
poderes e a consequente limitação do poder central. Veremos que as formas do liberalismo
mudam com o tempo, começando de maneira muito elitista (restrita aos homens de posse) e
ampliando-se a partir de pressões externas. O liberalismo econômico se opôs princialmente à
intervenção do poder do rei nos negócios, que se dava por meio de procedimentos típicos da
economia mercantilista, tais como a concessão de monopólios e privilégios. Os primeiros a se
insurgirem contra o controle da economia foram os fisiocratas, cujo lema era "laissez-faire,
laissez-passer, le monde va de lui-même" ("deixai fazer, deixai passar, que o mundo anda por
si mesmo"). Tais idéias são desenvolvidas pelos economistas ingleses Adam Smith (1723-
1790) e David Ricardo (1772-1823). O que se pretendia era a defesa da propriedade privada
dos meios de produção e a economia de mercado, baseada na livre iniciativa e competição. O
Estado mínimo, ou seja, o Estado não-intervencionista é considerado possível porque o
equilíbrio pode ser alcançado pela lei da oferta e da procura.
2. Explique porque o indivíduo é o centro das preocupações do Liberalismo. Por que se diz 
que o pensamento liberal é elitista?
RESPOSTA: Locke usa o conceito de propriedade num sentido muito amplo: "tudo o que
pertence" a cada indivíduo, ou seja, sua vida, sua liberdade e seus bens. Encontra-se em
Locke uma característica que Macpherson chama de "individualismo possessivo", pelo qual
"a essência humana é ser livre da dependência das vontades alheias, e a liberdade existe como
exercício de posse". Assim, a primeira coisa que o homem possui é o seu corpo; todo homem
é proprietário de si mesmo e de suas capacidades. O trabalho do seu corpo é propriamente
dele; portanto, o trabalho dá início ao direito de propriedade em sentido estrito (bens,
patrimônio). Isso significa que, na concepção de Locke, todos são proprietários: mesmo quem
não possui bens é proprietário de sua vida, de seu corpo, de seu trabalho. Entretanto, essa
colocação ampla feita por Locke leva a certas contradições, pois o direito à ilimitada
acumulação de propriedade produz logicamente um desequilíbrio na sociedade, criando um
estado de classes que Locke dissimula- involuntariamente, é verdade- num discurso que se
apresenta com um caráter universal. Quando se refere a todos os cidadãos, considerando-os
igualmente proprietários, o discurso contém uma ambiguidade que não se resolve, pois ora
identifica a propriedade à vida, liberdade e posses, ora a bens e fortuna especificamente. O
que se conclui é que, se todos, tendo bens ou não, são considerados membros da sociedade
civil, apenas os que têm fortuna podem ter plena cidadania, por duas razões: "apenas esses (os
de fortuna) têm pleno interesse na preservação da propriedade, e apenas esses são
integralmente capazes de vida racional – aquele compromisso voluntário para com a lei da
razão - que é a base necessária para a plena participação na sociedade civil. A classe operária,
não tendo fortunas, está submetida à sociedade civil mas dela não faz parte. (...) A
ambiguidade com relação a quem é membro da sociedade civil em virtude do suposto contrato
original permite que Locke considere todos os homens como sendo membros, com a
finalidade de serem governados, e apenas os homens de fortuna para a finalidade de
governar"1. Ressalta-se aí o elitismo que persiste na raiz do liberalismo, já que a igualdade
defendida é de natureza "abstrata, geral e puramente formal; não há possibilidade de
igualdade real, quando só os proprietários têm plena cidadania.
3. O que é o estado de natureza em Locke e Rousseau? O que é o pacto social? Por que 
Rousseau diz que a soberania é inalienável?
RESPOSTA: Assim como Hobbes e posteriormente Rousseau, Locke parte da concepção
individualista, pela qual os homens isolados no estado de natureza se uniram mediante
contrato social para constituir a sociedade civil. Portanto, apenas o pacto torna legítimo o
poder do Estado. Mas, diferentemente de Hobbes, não vê no estado de natureza uma situação
de guerra e egoísmo, o que nos leva a indagar por que os homens abandonariam essa situação
delegando o poder a outrem. Para Locke, no estado natural cada um é juiz em causa própria;
portanto, os riscos das paixões e da parcialidade são muito grandes e podem desestabilizar as
relações entre os homens. Por isso, visando a segurança e a tranquilidade necessárias ao gozo
da propriedade, as pessoas consentem em instituir o corpo político. O ponto crucial do
pensamento de Locke é que os direitos naturais dos homens não desaparecem em
consequência desse consentimento, mas subsistem para limitar o poder do soberano,
justificando, em última instância, o direito à insurreição: o poder é um “trust”, um depósito
confiado aos governantes - trata-se de uma relação de confiança-, e, se estes não visarem o
bem público, é permitido aos governados retirá-lo e confiá-lo a outrem. Rousseau busca uma
maneira em como as pessoas viverem juntas e serem, ao mesmo tempo, livres e obedecendo
as Leis do Estado. Para ele essa “vontade geral” tanto citada na obra para o pacto social teria,
por assim dizer, em comum, os diferentes interesses formando o vinculo social. São
justamente nesses acordos que se tornam possíveis os interesses privados para a coletividade.
Nesse interesse comum, sobretudo, que a sociedade pode ser governada. Esse pacto social tem
como fundamento primordial conduzir os indivíduos a concederem suas liberdades
individuais – por vezes arbitrárias – para um corpo social, ou seja, para o bem comum nessa
organização civil. Para Rousseau, a soberania do povo é inalienável, isto é, pertence somente
ao povo, que não deve outorgá-la a nenhum representante, devendo ele próprio exercê-la. É o
ideal da democracia direta. Na vida diária, chamamos alguém de alienado quando o
percebemos desinteressado de assuntos considerados importantes, tais como as questões
políticas e sociais. Em todos os sentidos, há algo em comum no uso da palavra alienação: no
sentido jurídico, perde-se a posse de um bem; na loucura, o louco perde a dimensão de si na
relação com o outro; na idolatria, perde-se a autonomia; na concepção de Rousseau, o povo
não deve perder o poder; o homem comum alienadoperde a compreensão do mundo em que
vive e torna alheio a sua consciência um segmento importante da realidade em que se acha
inserido.

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