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Materia: Filosofia e ética matricula do aluno: 17213110020 curso: Administração pública pólo: Nova Iguaçu-RJ Nome do aluno: wellington da silva de campos. Atividade: 06 Estude: “Filosofando”, cap. 22 (págs. 503 a 537) e responda às questões: 1. Levante as principais ideias do Liberalismo. RESPOSTA: O pensamento burguês busca a separação entre Estado e sociedade enquanto conjunto das atividades particulares dos indivíduos, sobretudo as de natureza econômica. O que se quer é separar definitivamente o público do privado, reduzindo ao mínimo a intervenção do Estado na vida de cada um. Por outro lado, essa separação deveria reduzir também a interferência do privado no público, já que o poder procura outra fonte de legitimidade que não seja a tradição e as linhagens de nobreza. Podemos nos referir ao liberalismo ético, enquanto garantia dos direitos individuais, tais como liberdade de pensamento, expressão e religião, o que supõe um estado de direito em que sejam evitados o arbítrio, as lutas religiosas, as prisões sem culpa formada, a tortura, as penas cruéis. O liberalismo político constitui-se sobretudo contra o absolutismo real, buscando nas teorias contratualistas as formas de legitimação do poder, não mais fundado no direito divino dos reis nem na tradição e herança, mas no consentimento dos cidadãos. A decorrência dessa forma de pensar é o aperfeiçoamento das instituições do voto e da representação, a autonomia dos poderes e a consequente limitação do poder central. Veremos que as formas do liberalismo mudam com o tempo, começando de maneira muito elitista (restrita aos homens de posse) e ampliando-se a partir de pressões externas. O liberalismo econômico se opôs princialmente à intervenção do poder do rei nos negócios, que se dava por meio de procedimentos típicos da economia mercantilista, tais como a concessão de monopólios e privilégios. Os primeiros a se insurgirem contra o controle da economia foram os fisiocratas, cujo lema era "laissez-faire, laissez-passer, le monde va de lui-même" ("deixai fazer, deixai passar, que o mundo anda por si mesmo"). Tais idéias são desenvolvidas pelos economistas ingleses Adam Smith (1723- 1790) e David Ricardo (1772-1823). O que se pretendia era a defesa da propriedade privada dos meios de produção e a economia de mercado, baseada na livre iniciativa e competição. O Estado mínimo, ou seja, o Estado não-intervencionista é considerado possível porque o equilíbrio pode ser alcançado pela lei da oferta e da procura. 2. Explique porque o indivíduo é o centro das preocupações do Liberalismo. Por que se diz que o pensamento liberal é elitista? RESPOSTA: Locke usa o conceito de propriedade num sentido muito amplo: "tudo o que pertence" a cada indivíduo, ou seja, sua vida, sua liberdade e seus bens. Encontra-se em Locke uma característica que Macpherson chama de "individualismo possessivo", pelo qual "a essência humana é ser livre da dependência das vontades alheias, e a liberdade existe como exercício de posse". Assim, a primeira coisa que o homem possui é o seu corpo; todo homem é proprietário de si mesmo e de suas capacidades. O trabalho do seu corpo é propriamente dele; portanto, o trabalho dá início ao direito de propriedade em sentido estrito (bens, patrimônio). Isso significa que, na concepção de Locke, todos são proprietários: mesmo quem não possui bens é proprietário de sua vida, de seu corpo, de seu trabalho. Entretanto, essa colocação ampla feita por Locke leva a certas contradições, pois o direito à ilimitada acumulação de propriedade produz logicamente um desequilíbrio na sociedade, criando um estado de classes que Locke dissimula- involuntariamente, é verdade- num discurso que se apresenta com um caráter universal. Quando se refere a todos os cidadãos, considerando-os igualmente proprietários, o discurso contém uma ambiguidade que não se resolve, pois ora identifica a propriedade à vida, liberdade e posses, ora a bens e fortuna especificamente. O que se conclui é que, se todos, tendo bens ou não, são considerados membros da sociedade civil, apenas os que têm fortuna podem ter plena cidadania, por duas razões: "apenas esses (os de fortuna) têm pleno interesse na preservação da propriedade, e apenas esses são integralmente capazes de vida racional – aquele compromisso voluntário para com a lei da razão - que é a base necessária para a plena participação na sociedade civil. A classe operária, não tendo fortunas, está submetida à sociedade civil mas dela não faz parte. (...) A ambiguidade com relação a quem é membro da sociedade civil em virtude do suposto contrato original permite que Locke considere todos os homens como sendo membros, com a finalidade de serem governados, e apenas os homens de fortuna para a finalidade de governar"1. Ressalta-se aí o elitismo que persiste na raiz do liberalismo, já que a igualdade defendida é de natureza "abstrata, geral e puramente formal; não há possibilidade de igualdade real, quando só os proprietários têm plena cidadania. 3. O que é o estado de natureza em Locke e Rousseau? O que é o pacto social? Por que Rousseau diz que a soberania é inalienável? RESPOSTA: Assim como Hobbes e posteriormente Rousseau, Locke parte da concepção individualista, pela qual os homens isolados no estado de natureza se uniram mediante contrato social para constituir a sociedade civil. Portanto, apenas o pacto torna legítimo o poder do Estado. Mas, diferentemente de Hobbes, não vê no estado de natureza uma situação de guerra e egoísmo, o que nos leva a indagar por que os homens abandonariam essa situação delegando o poder a outrem. Para Locke, no estado natural cada um é juiz em causa própria; portanto, os riscos das paixões e da parcialidade são muito grandes e podem desestabilizar as relações entre os homens. Por isso, visando a segurança e a tranquilidade necessárias ao gozo da propriedade, as pessoas consentem em instituir o corpo político. O ponto crucial do pensamento de Locke é que os direitos naturais dos homens não desaparecem em consequência desse consentimento, mas subsistem para limitar o poder do soberano, justificando, em última instância, o direito à insurreição: o poder é um “trust”, um depósito confiado aos governantes - trata-se de uma relação de confiança-, e, se estes não visarem o bem público, é permitido aos governados retirá-lo e confiá-lo a outrem. Rousseau busca uma maneira em como as pessoas viverem juntas e serem, ao mesmo tempo, livres e obedecendo as Leis do Estado. Para ele essa “vontade geral” tanto citada na obra para o pacto social teria, por assim dizer, em comum, os diferentes interesses formando o vinculo social. São justamente nesses acordos que se tornam possíveis os interesses privados para a coletividade. Nesse interesse comum, sobretudo, que a sociedade pode ser governada. Esse pacto social tem como fundamento primordial conduzir os indivíduos a concederem suas liberdades individuais – por vezes arbitrárias – para um corpo social, ou seja, para o bem comum nessa organização civil. Para Rousseau, a soberania do povo é inalienável, isto é, pertence somente ao povo, que não deve outorgá-la a nenhum representante, devendo ele próprio exercê-la. É o ideal da democracia direta. Na vida diária, chamamos alguém de alienado quando o percebemos desinteressado de assuntos considerados importantes, tais como as questões políticas e sociais. Em todos os sentidos, há algo em comum no uso da palavra alienação: no sentido jurídico, perde-se a posse de um bem; na loucura, o louco perde a dimensão de si na relação com o outro; na idolatria, perde-se a autonomia; na concepção de Rousseau, o povo não deve perder o poder; o homem comum alienadoperde a compreensão do mundo em que vive e torna alheio a sua consciência um segmento importante da realidade em que se acha inserido.
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