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Questões Penal Mariana

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8. No mesmo caso, a medida que você apresentou na questão acima foi apreciada. O Tribunal, por 2 votos a 1 analisou o seu pleito, mas manteve a quantidade da pena aplicada. Diante disso, qual seria a medida cabível? Como, onde e em que prazo ela deveria ser apresentada? O que seria pleiteado com essa medida?
R: Caberá Embargos infringentes (trata do mérito, neste caso, o acordão substitui a decisão de primeiro grau)
 Segundo art. 609: 
Parágrafo único. Quando não for unânime a decisão de segunda instância, desfavorável ao réu, admitem-se embargos infringentes e de nulidade, que poderão ser opostos dentro de 10 (dez) dias, a contar da publicação de acórdão.
A peça é dupla, ou seja, há a petição de interposição e as razões recursais. A primeira deve ser endereçada ao RELATOR DA DECISÃO EMBARGADA. A segunda, por sua vez, é endereçada ao TRIBUNAL.
É considerado um recurso ampliativo, pois ele possibilita que o número de julgadores seja ampliado de três para cinco e, assim, pode ocorrer a reversão do julgamento.
17. Discorra sobre o rito sumaríssimo previsto na Lei 9.099/95, notadamente os procedimentos da fase preliminar, anterior à denúncia. Caso a infração seja de ação penal pública condicionada à representação ou de ação penal privada, qual será o efeito de eventual composição civil. Explique e justifique.
R: RITO SUMARÍSSIMO (LEI Nº 9.099/95)
É aplicável às infrações de menor potencial ofensivo, que, nos termos do art. 61 da Lei, são todas as contravenções e crimes cuja pena máxima não seja superior a dois anos, cumulada ou não com multa.
Nos Juizados Especiais Criminais, antes que se inicie o rito sumaríssimo propriamente dito, devem ser seguidas algumas providências preliminares que podem até mesmo levar à extinção do feito, sem que exista ação penal. Vejamos, então, a Fase Preliminar.
Se uma infração de menor potencial ofensivo for praticada, não há instauração de Inquérito Policial, apenas é lavrado pela autoridade policial um Termo Circunstanciado, contendo histórico do fato, as declarações dos envolvidos e requisições de eventuais perícias. Trata-se de um Boletim de Ocorrência “mais elaborado” (art. 69).
Finalizado o Termo, ele deve ser encaminhado ao Juizado, juntamente com as partes. Se não for possível o comparecimento imediato e se o autor do fato se compromete a comparecer quando intimado, não se impõe prisão em flagrante (art. 69, parágrafo único).
É designada, então, pelo Juizado, Audiência Preliminar. Nela, busca-se primeiro a composição civil entre o autor do fato e a vítima. Havendo acordo, se a ação penal for condicionada à representação ou privada, haverá renúncia ao direito de representação ou queixa, extinguindo-se a punibilidade do agente. Não havendo acordo, a vítima terá o direito de representar ou oferecer queixa dentro do prazo decadencial.
 
Se for caso de ação penal pública, havendo ou não acordo, ou no caso da condicionada, havendo representação, em seguida, o Ministério Público avaliará a possibilidade de propor a transação penal, se não for caso de arquivamento. Esta consistirá na imediata aplicação de uma pena não privativa de liberdade, presentes os seguintes requisitos:
a) não ter sido o agente condenado em definitivo pela prática de crime à pena privativa de liberdade (deve levar em conta prazo da reincidência);
b) não ter sido o agente beneficiado com outra transação penal no prazo de 5 anos;
c) indicarem a personalidade, a conduta social, os antecedentes do agente, bem como os motivos e as circunstâncias da infração, que a medida é suficiente para a repressão e prevenção do delito.
Aceita e homologada pelo juiz, extingue-se a punibilidade do agente. Não sendo caso de transação ou se ela for rejeitada, deverá ser oferecida a denúncia oral, se não houver necessidade de diligências imprescindíveis. É aqui que se inicia o Rito Sumaríssimo.
Reduzida a termo, uma cópia será entregue ao acusado, que ficará citado e cientificado da data em que se realizará a audiência de instrução e julgamento. Anote-se que se a causa for complexa, o feito poderá ser remetido ao Juízo Criminal Comum.
Se o acusado não esteve presente na audiência preliminar, será regularmente citado para comparece à audiência acima referida, levando suas testemunhas ou apresentando requerimento até 5 dias antes da data designada, para intimação. Caso não seja localizado, o feito seguirá para o Juízo Criminal Comum, uma vez que não há no Juizado citação por edital, apenas citação pessoal.
Na audiência de instrução e julgamento, primeiramente será tentada a conciliação, nos termos da audiência preliminar, mas apenas na hipótese de, por algum motivo, ela não puder ter sido tentada quando do momento oportuno. Se não for o caso, inicia-se a audiência de instrução conferindo-se a palavra ao defensor do acusado para se manifestar sobre a inicial, tratando-se de verdadeira defesa preliminar. Após, o juiz decide se recebe ou não a denúncia ou queixa.
Recebida, há a oitiva da vítima, das testemunhas de acusação e defesa, em número de até 3, cada parte, e, por fim, o interrogatório. Em seguida, ocorrem os debates orais, pelo tempo de 20 minutos (prorrogáveis por mais 10), primeiro acusação e depois defesa. Após, o juiz profere a sentença. Da decisão de rejeição da denúncia ou queixa, bem como da sentença, caberá apelação, no prazo de 10 dias.

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