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PCI URINÁRIO – Medicina UFRJ Natália Bonfá (M3) - Turma 2013.2 Histologia – Prof. Nádia RESUMO DE HISTOLOGIA RENAL ESTRUTURA BÁSICA DO RIM O sistema urinário consiste em: - Um par de rins e ureteres - Uma única bexiga urinária - Uma uretra Cada rim tem um 1) Córtex → Córtex externo → Córtex justamedular 2) Medula → Medula externa → Medula interna A medula é formada pelas pirâmides medulares, com suas bases localizadas na junção corticomedular. Uma pirâmide medular e a região cortical de cobertura associada, constitui um lobo renal, cuja base é a cápsula renal. Os limites laterais de cada lobo renal são as colunas renais (de Bertin), estruturas residuais que representam a fusão de lobos primitivos. O ápice de cada lobo renal termina em uma papila de formato cônico cuja superfície é representada pela área crivosa (o local de abertura dos dutos papilares). A papila é circundada por um cálice menor. Cada cálice menor coleta a urina de uma papila que goteja a partir da área crivosa. Os cálices menores convergem para formar os cálices maiores que, por sua vez, formam a pelve renal. VASCULARIZAÇÃO RENAL (seguindo a ordem, as de cima dão origem à de baixo, etc.) → Artéria Renal: fornece o sangue oxigenado. → Artérias Interlobares: percorrem a medula através das colunas renais ao longo das regiões laterais das pirâmides. Não se anastomosam. Na junção corticomedular as artérias interlobares dão origem a várias ramificações em ângulos retos, mudando a direção de vertical pra horizontal, formando as → Artérias Arqueadas: passam ao longo do limite corticomedular. Dão ramos verticais que formam as → Artérias Interlobulares: penetram no córtex renal. Se ramificam várias vezes formando as → Arteríolas Glomerulares Aferentes: forma a rede de capilares que envolvem a Cápsula de Bowman e seguem formando a arteríola glomerular eferente. Sua túnica média possui células justaglomerulares, com grânulos secretores de Renina (ver adiante). → Arteríola Glomerular Eferente: dependendo da localização do corpúsculo renal, a arteríola glomerular eferente pode formar duas redes capilares: A) Rede Capilar Peritubular: circunda os segmentos corticais dos túbulos uriníferos superficiais. A rede capilar peritubular, revestida por células endoteliais fenestradas, drena para a veia interlobular, que converge para a veia arqueada. As veias arqueadas drenam para as veias interlobares, que são contínuas com a veia renal. B) Vasos Retos: formados por múltiplas ramificações das arteríolas eferentes localizadas próximas à junção corticomedular. Os componentes descendentes dos vasos retos (capilares arteriais revestidos por células endoteliais contínuas) estendem-se até a medula paralelamente aos segmentos medulares dos túbulos uriníferos, fazem a 'curva' e voltam para a parte corticomedular como → Capilares venosos Ascendentes: São revestidos por células endoteliais fenestradas Obs.: Esta disposição particular, uma rede de capilares ladeada por duas arteríolas (em vez de uma arteríola e uma vênula), é denominada sistema glomerular ou sistema porta arterial. Obs2.: O Corpúsculo Renal (de Malpighi) é composto pelo glomérulo e pela cápsula de Bowman Obs3.: LOBO x LÓBULO → LÓBULO: (2 definições) - Porção do córtex ladeada por duas artérias interlobulares ascendentes adjacentes. Cada artéria interlobular dá origem a uma série de glomérulos, cada um consistindo em uma arteriola glomerular aferente, uma rede capilar e uma arteríola glomerular eferente. - Consiste em um único ducto coletor (de Bellini) e os néfrons adjacentes que drenam para ele. As porções retas dos néfrons, juntamente com o ducto coletor único, são consideradas como um raio medular (de Ferrein). Um raio medular é o eixo do lóbulo. TÚBULO URINÍFERO - Consiste em um néfron e um ducto coletor → NÉFRON - Constituído por corpúsculo renal e um túbulo renal - Dependendo da distribuição dos corpúsculos renais, os néfrons podem ser corticais ou justamedulares A ) Corpúsculo Renal: composto por glomérulo e cápsula de Bowman (que o envolve). → A Cápsula de Bowman possui duas camadas: uma camada visceral, fixada aos capilares glomerulares, cons t i tuída por cé lulas epi te l i a i s chamadas PODÓCITOS e reforçada com uma lâmina basal. A outra camada é a camada parietal, associada ao estroma de tecido conjuntivo; é coberta por uma lâmina basal sustentada por um epitélio simples pavimentoso e é contínua ao epitélio cúbico simples do túbulo contorcido distal. - Espaço urinário (espaço de Bowman ou espaço capsular): contém o ultrafiltrado do plasma (urina inicia!), entre as camadas visceral e parietal da cápsula de Bowman. O ultrafiltrado do plasma contém traços de proteínas. O espaço urinário é contínuo com o lúmen do túbulo contorcido proximal ao nível do pólo urinário (região onde há passagem através da qual o ultrafiltrado do plasma flui para o túbulo contorcido proximal). O pólo oposto, o local de entrada e saída das arteríolas glomerulares aferente e eferente, é denominado de pólo vascular. → O Glomérulo possui 3 componentes: 1. CAPILARES GLOMERULARES: revestidos por células endoteliais fenestradas. 2 . O MESÂNGIO (fIG 14-9): formado por células mesangiais e m b e b i d a s n a matriz mesangial. É uma estrutura intraglomerular que fica entre capilares glomerulares. - A s células mesangiais s ã o pericitos especializados com características de células musculares lisas e macrófagos: elas são contráteis, f a g o c í t i c a s e proliferativas. S i n t e t i z a m matriz, colágeno, s e c r e t a m prostaglandinas e endotelinas (que induzem a constricção das arteríolas glomerulares). Elas ajudam na filtração glomerular por dar suporte mecânico aos capilares glomerulares, renovar o material da lâmina basal glomerular fagocitando compostos, regular o fluxo sanguíneo com sua capacidade contrátil, secretar prostaglandinas e endotelinas e responder à angiotensina II. - Células mesangiais extraglomerulares: As células mesangiais também se agregam fora do glomérulo, em um espaço delimitado pela mácula densa e arteríolas glomerulares eferentes e aferentes. 3 . O s PODÓCITOS: apresentam longos prolongamentos celulares ramificados que circundam inteiramente a superfície dos capilares glomerulares. Os prolongamentos secundários derivados dos prolongamentos celulares maiores, denominados pedicelos ( aderidos à lâmina basal pela integrina alfa3beta1), do mesmo podócito ou de podócitos adjacentes, se interdigitam para cobrir a lamina basal e estão separados por espaços, as fendas de filtração, que são obliteradas por um material membranoso, o diafragma da fenda de filtração, que consiste na proteína nefrina. A nefrina está ancorada a filamentos de actina dentro do pedicelo, e sua interação cria uma estrutura de filtração que retarda a passagem de moléculas qu atravessam as fenestrações. Moléculas pequenas e com carga positiva são mai facilmente filtradas. (FIG 14-8). - Tanto os podócitos quanto as células endoteliais fenestradas e suas correspondentes lâminas basais constituem a barreira de filtração glomerular. Essa barreira não circunda inteiramente os capilares, permitindo a entrada de imunoglobulinas na matriz mesangial, e seu acúmulo induz uma resposta imunolófica que pode levar à oculsão dos glomérulos. B ) Túbulo Renal: composto por túbulo contorcido proximal, a alça de Henle e o túbulo contorcido distal, que desemboca no túbulo coletor → DUCTO/TÚBULO COLETOR: - Apresentam três distribuições topográficas distintas: um túbulo coletor cortical (encontrado no córtex renal como o centro do raio medular), um túbulo coletor medular externo (presente na medula extema) e um segmento medular interno (localizado na medula interna). APARELHO JUSTAGLOMERULAR - Está envolvido no mecanismo de auto- regulação do fluxo sanguíneo renal e da filtração glomerular - Composto pela mácula densa, células mesangiais extraglomerularese células justaglomerulares. 1)MÁCULA DENSA: Região da porção inicial do túbulo contorcido dis ta l . É sens íve l a a l t e rações na concentração de NaCl e afeta a liberação de renina pelas células justaglomerulares 2 ) C É L U L A S M E S A N G I A I S EXTRAGLOMERULARES/CÉLULAS EM REDE: Se conectam com as células mesagiais intraglomerulares e às justaglomerulares por junções comunicantes. 3) CÉLULAS JUSTAGLOMERULARES: São células produtoras de renina. Ela é secretada quando a concentração de NaCl ou a PA caem. São inervadas por fibras nervosas simpáticas (adrenérgicas), que secretam norepinefrina e dopamina, aumentando a secreção de renina. A norepinefrina se liga a receptores da arteríola glomerular aferente causando vasoconstricção. TÚBULO CONTORCIDO PROXIMAL (TCP) O ultrafiltrado do plasma no espaço urinário é transportado ao túbulo contorcido proximal (TCP), onde cerca de 70% da âgua, glicose, Na+, Cl- e K+ são reabsorvidos. Células epiteliais cúbicas, mantidas unidas por junções de oclusão no perímetro apical, revestem O TCP e apresentam as seguintes características estruturais adequadas para reabsorção: - Dominio apical com borda em escova bem desenvolvida (composta por microvilos) - Domínio basolateral com pegueamentos e interdigitações da membrana plasmática - Muitas mitocôndrias entre as pregas da membrana plasmática fornecem energia para o transporte ativo de íons medidado por uma bomba de Na+/K+ dependente de Mg. - Túbulos, vesículas e lisossomas apicais proporcionam endocitose e quebra de pequenas proteínas O TCP é muito permeável à água, que passa por osmose nas junções de oclusão via paracelular para o espaço intercelular lateral. O aumento da pressão hidrostática no compartimento intercelular força os líquidos e solutos a se moverem para dentro da rede capilar. A angiotensina II estimula a reabsorção de NaCl e água no TCP. ALÇA DE HENLE - É formada por um segmento descendente espesso, que é uma continuação do TCP. Ele passa a se tornar delgado descendente, faz a volta, tornando-se delgado ascendente, que volta a ser espesso, porém ascendente, se continuando com o túbulo contorcido distal (TCD) - Reabsorve 15% da água filtrada e 25% de NaCl, K+, Ca e HCO3-. - Como o ramo ascendente é impermeável à água, a reabsorção da água filtrada ocorre exclusivamente no ramo descendente, movida por um gradiente osmótico - A bomba de sódio e potássio (ATPase) no ramo ascendente é um elemento-chave na reabsorção de solutos. A inibição dessa bomba por diuréticos inibe a reabsorção de NaCI e aumenta a excreção urinária tanto de NaCl quanto de água, ao reduzir a osmolalidade do líquido intersticial na medula. A aldosterona estimula a reabsorção de NaCl no ramo ascendente. - Os segmentos espessos dos ramos são revestidos por um epitélio cúbico baixo em transição com o revestimento epitelial dos túbulos proximais. Os segmentos delgados são revestidos por um epitélio simples pavimentoso. TÚBULO/DUCTO COLETOR -Revestido por epitélio simples cúbico composto de dois tipos celulares: células principais e células intercaladas → Células Principais (menos coradas): possuem um cílio apical imóvel. Reabsorvem Na+ e água e secretam K+ dependentemente de bomba de Na+/K+ → Células Intercaladas (mais coradas): Apresentam microvilos apicais. Secretam H+ ou HCO3-, regulando o equileibrio ácido- básico. Elas também reabsorvem K+ A aldosterona estimula a reabsorção de NaCl no ducto coletor CÉLULAS INTERSTICIAIS As pilhas verticais de células intersticiaisse estende das alças de Henle até os vasos retos adjacentes como degraus. Existem duas populações de células intersticiais: fibroblastos corticais renais e fibroblastos medulares renais. Sua função é manter a arquitelura renal e a produção de eritropoietina. A eritropoietina sintética é usada no tratamento da anemia decorrente de insuficiência renal crônica ou quimioterapia do câncer. O citoplasma de células intersticiais da medula renal semelhantes a fibroblastos contém filamentos de actina. VIAS EXCRETORAS DE URINA A urina sai nos ductos papilares, indo dos cálices e da pelve para os ureteres e entra na bexiga urinária. Ondas perislálticas saiem a partir dos cálices ao longo da ureter. As paredes do ureter e da bexiga urinária contem pregas (rugas). Conforme a bexiga se enche de urina, as rugas se achatam e o volume da bexiga aumenta. Os cálices renais, o ureter e a bexiga são revestidos por um epitélio de transição, ou urotélio, composto de células basais e superficiais. O epitélio e a lâmina própria de tecido conjuntivo subjacente são envoltos por camadas longitudinais e helicoidais combinadas de fibras musculares lisas. → Bexiga: As fibras musculares lisas que envolvem a bexiga formam o músculo detrusor da bexiga. No colo da bexiga, as fibras musculares formam um esfíncter funcional interno com três camadas: longitudinal interna, circular média e longitudinal externa. Na micção, fibras parassimpáticas estimulam o m. Detrusor a se contrair → Uretra masculina: 20 cm com três segmentos: Uretra prostática: Logo ao deixar a bexga. Revestida por epitélio de transição. Atravessa a próstata. Uretra membranosa: Revestida por epitélio pseudoestratificado ou estratificado cilíndrico. Uretra peniana: Envolta pelo corpo esponjoso. Revestida por epitélio pseudoestratificado ou estratificado cilíndrico. → Uretra feminina: 4cm de comprimento. Camada mucosa com microprega e epitélio estratificado pavimentoso, que fica levemente queratinizado próximo ao meato uretral. Lâmina própria com fibras elásticas e plexo venoso. Camada interna de músculo liso e uma camada externa de músculo estriado (contínuas com o esfíncter interno). SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA-ALDOSTERONA É essencial para manutenção da PA sistêmica quando há redução da volemia, que resulta em uma queda na taxa de filtração glomerular e na quantidade de NaCl filtrado. A redução no NaCl filtrado é percebida pela mácula densa, que desencadeia a secreção de RENINA e a produção de ANGIOTENSINA II, que é vasoconstritora. Sistema túbulo-glomerular: - As células justaglomerulares da arteríola glomerular aferente sintetiza, armazenam e liberam renina. A ativação de fibras nervosas simpáticas resulta em maior secreção de renina. - A mácula densa medeia a secreção de renina. Quando o aporte de NaCl para a mácula densa diminui, a secreção de renina é intensificada. Sistema renina-angiotensina-aldosterona: 1) O angiotensinogênio é uma proteína que circula no plasma, sendo produzida pelo fígado. 2) As células justaglomerulares são a fonte de renina, que converte angiotensinogênio em angiotensina I. 3) A enzima conversora de angiotensina (ECA) é produto das células nedoteliais pulmonares e renais e converte a angiotensina I em angiotensina II, que tem funções como: - Estimular a secreção de aldosterona pelo córtex da supra-renal - Estimula vasoconstrição, que aumenta a pressão sanguínea - Intensifica a reabsorção de NaCl pelos Túbulos Contorcidos Proximais do néfron - Estimula a liberação de ADH 4) A aldosterona atua nas células principais do túbulo coletor, aumentando a entrada de NaCl pela membrana apical MECANISMO MULTIPLICADOR E TROCADOR CONTRACORRENTE É o mecanismo pelo qual a alça de Henle gera o gradiente intersticial hipertônico. Esse nome se dá devido ao fluxo de líquido em direções opostas (fluxo contracorrente) dentro dos dois ramos paralelos da alça de Henle. Para entender esse mecanismo, antes é preciso entender os processos de filtração do plasma para formação da urina: A excreção de água pelos rins ocorre independentemente de outras substâncias, tais como Na+, Cl-, K+, H+ e uréia. O rim excreta uma urina concentrada (hiperosmótica) ou diluída (hipo-osmótica). É a ADH que regula o volume sem alterar a ercreção de outros solutos. Ela pode aumetar a permeabilidade do túbulo coletor à água ou à ureia (nesse caso, na região medular) 1) O fluido sai dos vasosglomerulares e cai no túbulo contorcido proximal. O fuido nesses túbulos que entra na alça de Henle é isosmótico comparado com o plasma. 2) O ramo descendente da alça de Henle é muito permeável à água, e pouco permeável ao NaCl. Como o tecido ao redor desse ducto é hiperosmótico, a água sai, e o fluido tubular torna-se hiperosmótico, chegando nesse estado na curva da alça. 3) Já o ramo ascendente da alça e impermeável à água. O NaCl mais concentrado no lúmen é reabsorvido pelo tecido adjacente, entrando na porção arterial dos vasos retos. Esse fluido fica hipo-osmótico. 4) As regiões medulares do túbulo coletor reabsorvem uréia 5) O TCD e as partes corticas do TC reabsorevm NaCl. Sem ADH, a água é pouco permeável. Com ADH, a água sai do túbulo coletor para o interstício e entra no segmento ascendente (venoso) dos vasos retos O mecanismo multiplicador contracorrente: - O líquido flui para dentro da medula renal no ramo descente e sa da medula no ascendente - O fluxo contracorrente nos ramos ascendente e descendente da alça de Henle ''multiplica'' o gradiente osmótico do fluido tubular - É gerado um interstício hiperosmótico na reabsorção de NaCl no ramo ascendente da alça. Isso é importante para a excreção de uma urina hiperosmótica em relação ao plasma - A concentração de NaCl aumenta progressivamente da parte mais externa para mais interna da medula renal, sendo a maior concentração a nível da papila renal. Esse acúmulo crescente de NaCl se deve à reabsorção que ocorre pelo processo de multiplicação contracorrente. - Os vasos retos também removem excessos de água e solutos
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