Buscar

Artigo Juventude Cultura e Lazer

Prévia do material em texto

A CULTURA E O LAZER COMO FERRAMENTA DE TRANSFORMAÇÃO NA VIDA DOS JOVENS: UMA ANALISE EM UMA ESCOLA DE ENSINO MEDIO NA CIDADE DE PARNAIBA-PI
¹Antonia Beatriz da Silva Costa[1: ¹ Acadêmica do bloco III do curso de pedagogia. Universidade Estadual do Piauí- Campus Alexandre Alves de Oliveira. E-mail: beatrizcostacb@hotmail.com² Acadêmico do bloco III do curso de pedagogia. Universidade Estadual do Piauí- Campus Alexandre Alves de Oliveira. E-mail: dannyllosilva@hotmail.com³ Acadêmica do bloco III do curso de pedagogia. Universidade Estadual do Piauí- Campus Alexandre Alves de Oliveira. E-mail: girlene-jh@hotmail.com⁴ Acadêmica do bloco III do curso de pedagogia. Universidade Estadual do Piauí- Campus Alexandre Alves de Oliveira. E-mail: jskrodriguesphb@hotmail.com⁵ Acadêmica do bloco III do curso de pedagogia. Universidade Estadual do Piauí- Campus Alexandre Alves de Oliveira. E-mail: marypriscylla@gmail.com⁶ Acadêmica do bloco III do curso de pedagogia. Universidade Estadual do Piauí- Campus Alexandre Alves de Oliveira. E-mail: mylenaoliveira28@outllok.com⁷ Acadêmica do bloco III do curso de pedagogia. Universidade Estadual do Piauí- Campus Alexandre Alves de Oliveira. E-mail: vandamariaphb@gmail.com]
²Danilo Silva do Nascimento
³Girlene de Carvalho Costa
⁴Jéssica Rodrigues de Araújo
⁵Mary Priscylla de Oliveira da Silva
⁶Mylena Silva Oliveira
⁷Vanda Maria Pereira dos Santos
RESUMO: O presente estudo teve como objetivo identificar a relevância da cultura e lazer na vida dos jovens na cidade de Parnaíba-PI. Participaram da pesquisa 14 jovens, de ambos os sexos, estudantes de ensino médio. A referida pesquisa é de natureza quantitativa e os resultados obtidos foram coletados através de um questionário com 8 perguntas objetivas. Sabe-se que o jovem está em constante processo de transformação, buscando a formação do seu caráter, seus valores e percepção do mundo. Os resultados indicaram que há uma deficiência na oferta de cultura e lazer na cidade de Parnaíba-PI, por outro lado conclui-se que é necessário que os jovens tenham fácil acesso à cultura e o lazer pois foi detectado na referida pesquisa a importância dos mesmos na vida dos jovens. Alguns autores que embasaram a fundamentação teórica do presente trabalho foram: Werneck (2000), Brenner, Dayrell, Carrano (2005), Dumanzedier (1999), Damasceno (2001),
PALAVRAS-CHAVES: Jovem; Cultura; Lazer; Tecnologias; Internet.
INTRODUÇÃO
O lazer é um dos momentos mais esperado durante a vida dos jovens, pois é através dele que esse indivíduo se sente livre para se divertir e aproveitar sua vida. É cultural essa alegria que os jovens têm para aproveitar o lazer, ao máximo e que é perceptível que ao passar dos anos essa “alegria” tende a cessar dando lugar a espaços mais calmos e lazeres mais tranquilos podendo ser até na sua própria casa, mudando assim suas formas de diversão.
Esse jovem tem sido moldado ao passar dos anos e com a modificação cultural vivida nas suas épocas ele tende a acompanhar cada momento, a sociedade tem tido inúmeras transformações e com elas vários agravantes que mudam de maneira significativa a vida das pessoas, um desses problemas sociais ocorrentes na vivencia atual é a violência, vários jovens deixam de participar do aproveitamento da cultura e do lazer, com medo da insegurança que os rondam e com isso deixam de usufruir de momentos que seriam significativos para sua geração.
Outro fator desencadeante para a não participação dos jovens em algumas formas de lazer e cultura são os eventos que possuem um valor aquisitivo muito alto, sabendo que alguns desses jovens estão no início de sua vida profissional e que ainda não possuem valores altos para custear eventos caros. E os jovens de baixa renda como ficam? Não usufruem desse direito? Esse é outro ponto a ser observado que nem todas as pessoas tem o mesmo padrão de vida e com isso os mesmos tendem procurar seu lazer e diversão por meio das tecnologias através da internet. 
	O que nos motivou a realizar a presente pesquisa foi buscar respostas para os seguintes questionamentos: O jovem tem interesse na cultura e no lazer na cidade Parnaíba-PI? A cultura e o lazer são de fácil acesso para estes?
	Desta forma os objetivos que norteiam o presente estudo, tem como objetivo geral: Identificar se os jovens usufruem da cultura e o lazer na cidade de Parnaíba-PI. E como objetivos específicos: Perceber como o lazer estão presentes na vida dos jovens; Analisar qual a cultura predominante entre os jovens; Detectar se os jovens participam de atividades relacionado a cultura;
	A fim de alcançar o objetivo da investigação, buscaram-se referenciais teóricos como: Werneck (2000), Brenner, Dayrell, Carrano (2005), Dumanzedier (1999)
Damasceno (2001), entre outros que com seus estudos contribuíram para a elaboração do presente artigo.
	É importante ressaltar que a escola tem um papel importante como incentivadora à cultura, pois é através dela que os jovens fazem mais leituras, e a espaços que possibilitem a ter comunicações diversificadas, é durante esse período também que eles frequentam espaços destinados à cultura e ao lazer e iniciam a suas percepções culturais e os seus gostos e preferências de ambientes, facilitando assim suas relações interpessoais.
	Contudo o processo de construção de cada indivíduo, tem uma parcela significativa ao meio que está inserido, as políticas públicas desenvolvidas para sua geração, as formas de culturas e lazer que são possibilitadas a ele e sobretudo a educação que está sendo ofertada e disponibilizada para transformar sua vida de uma forma importante.
	Atualmente, as práticas de lazer constituem um importante intermediário da vida dos indivíduos, e apresentam para além de uma componente individual referente ao enriquecimento cultural pessoal, e uma forte componente social, uma vez que a maior parte das práticas de lazer é destinada a atividades de convívio e consequente interação social. É neste sentido que Berger e Luckmann consideram que: “A realidade da vida quotidiana apresenta-se-me (…) como um (…) mundo que partilho junto com os outros”. (“…) não posso existir na vida quotidiana sem estar sempre em interação e comunicação com os outros” (Berger; Luckmann, 2004, p. 35). 
	Como resultado de uma influência verdadeira, o Homem transforma e é transformado pelo social e natural. Estas relações de interdependência e interação entre o Homem e o meio natural são uma realidade de todos os tempos que permitem caracterizar os elementos de uma dada sociedade ou grupo social.
	Os jovens estão inseridos nessa realidade, na busca de atingir esta divisão social de forma positiva, o acesso á cultura e o lazer, é no qual que ocorre mais risco se marginalizando pela falta de oportunidade. No entanto, o tema da cultura está entre os que mais interessam aos jovens. Essa conexão entre cultura e diversão, resistente na prática dos jovens, reforça uma concepção social que situa esse tema como algo sem importância.
	Contudo, o campo de experiências que se constrói através do cruzamento dos eixos do lazer e da cultura é de fato um dos mais importantes para os jovens porque nele são construídos espaços fundamentais de sociabilidade, de elaboração de identidades individuais e coletivas, nele são processados elementos centrais para a construção de referências e para a formulação e eleição de valores e posturas de vida, processos centrais dessa fase de vida. É nesse universo que os jovens trocam suas descobertas e preocupações com os amigos, e vivem experiências mais livres do que aquelas permitidas nos espaços familiar e escolar. É usual que seja principalmente através dos gostos e escolhas musicais, artísticas, esportivas, que os jovens vão elegendo um "estilo" para si, um modo de ver o mundo e se posicionar nele, e de expressar esse seu posicionamento. Por isso, ao invés de ser um campo propício à alienação, tem se mostrado mais como de motivação, criação e mobilização.
	A necessidade de cultura e lazer tem se posto como demanda prioritária para os jovenstambém porque há uma carência imensa de meios para satisfazê-la. Os equipamentos são insuficientes e os que existem apresentam muitas dificuldades de acesso para os jovens, principalmente os que têm baixa renda familiar, na qual ocorre mais risco de marginalização pela falta de oportunidade. Tendo em vista que o jovem não tem recurso a pratica de cultura e lazer, a alternativa mais frequente dos jovens são as tecnologias e navegar na internet, tendo seus lados positivos e negativos. 
	A cultura é pouco reconhecida como direito e isso é o que gera uma precariedade imensa de atendimento. Sabemos que nem todos tem acesso da mesma forma, e os países em desenvolvimentos e desigualdade social, são grandes entraves para acesso de forma igualitário. Na busca de entender de como as manifestações culturais e ao lazer, pode beneficiar a juventude.
METODOLOGIA
	Ao utilizar a metodologia, pretendeu-se efetuar uma abordagem quantitativa que tivesse uma aproximação com o objeto de estudo; juventude, cultura e lazer, diagnosticando o universo da pesquisa. Este tipo de abordagem metodológica, foi a forma adequada para tal tipo de pesquisa, onde foi realizada em uma escola pública estadual do município de Parnaíba. A coleta dos dados foi realizada primeiramente, como em todo trabalho acadêmico, por meio de um questionário, onde foi explorado a participação da juventude e quais as suas relações com a cultura e com suas práticas livres de lazer.
PESQUISA QUANTITATIVA
Esclarece Fonseca (2002, p. 20):
Diferentemente da pesquisa qualitativa, os resultados da pesquisa quantitativa podem ser quantificados. Como as amostras geralmente são grandes e consideradas representativas da população, os resultados são tomados como se constituíssem um retrato real de toda a população alvo da pesquisa. A pesquisa quantitativa se centra na objetividade. Influenciada pelo positivismo, considera que a realidade só pode ser compreendida com base na análise de dados brutos, recolhidos com o auxílio de instrumentos padronizados e neutros. A pesquisa quantitativa recorre à linguagem matemática para descrever as causas de um fenômeno, as relações entre variáveis, etc. A utilização conjunta da pesquisa qualitativa e quantitativa permite recolher mais informações do que se poderia conseguir isoladamente.
	 Compreendemos que este objeto de estudo nos proporcionou novas visões sobre uma realidade já conhecida. Frente ao questionamento sobre juventude, cultura e lazer, foram utilizadas as seguintes ferramentas teórico-metodológicas para contribuir com esse processo de investigação: uso de um questionário, contendo perguntas objetivas. Visitamos a escola onde tivemos a interação com os alunos, de forma espontânea para que o objetivo fosse alcançado. Onde tivemos as informações sobre os temas o em questão. Construímos e aplicamos o questionário com 14 alunos, onde eles puderam expressar seus pontos de vistas.
	A seguir problematizamos a falta de recursos e o aumento da violência com os jovens pesquisados, onde alguns destacaram como principais fatores para não vivenciarem o lazer, e a cultura na cidade de Parnaíba PI, recorrendo assim para as tecnologias e a navegação na internet onde os mesmos relataram ser a forma mais e segura e barata para ter a acesso a cultura e ao lazer. A observação, descrição e análise desses temas foram relevantes para o trabalho de pesquisa empírica. Nesse sentido, a opção metodológica deste projeto privilegiou o contexto sociocultural concreto como um dos elementos definidores das especificidades dos jovens, como foi tratado nas observações preliminares, trazendo em tona o aspecto também interativo destes em sua participação, visando serem conhecedores de sua realidade. 
1-O QUE É LAZER?
	De acordo com Dumazedier, o lazer se define positivamente no tocante às necessidades da pessoa, mesmo quando esta as realiza dentro de um grupo de sua escolha. Na quase totalidade das pesquisas empíricas, o lazer é marcado pela busca de satisfação, tomando como um fim em si.
	Para os jovens, a visão de lazer tem o sentido ativo de liberdade de expressão, poder demonstrar seus sentimentos de euforia ou melancolia, e principalmente, ter um tempo de interação entre amigos/as, dependendo da situação, isso pode ocorrer em um meio de transporte, em casa, na quadra escolar, campo, praças ou ainda, um espaço virtual, como na atualidade, as redes sociais.
	De fato, ocupar-se com alguma coisa pressupõe que o indivíduo venha a ter satisfação com o que se está fazendo. Ademais, cada pessoa poderá apresentar uma forma de passar seu tempo quando não se faz nada, principalmente, ao ter cumprido seus afazeres e compromissos do dia-a-dia, podendo assim, tornar-se um hábito que poderá ser uma meta a seguir, devendo atender as necessidades básicas: repouso, diversão e enriquecimento sociointelecutal (Leite, 1995; Werneck, 2000).
2- OS QUATRO ENFOQUES DE DUMAZEDIER (1999)
	O primeiro concebe o lazer como uma forma de comportamento e, portanto, pode ser encontrado em qualquer atividade, como por exemplo, o desenvolvimento de trabalhos profissionais associados ao ato de ouvir canções, músicas, ou ainda realizar afazeres domésticos associado ao ato de assistir televisão, dentre outros exemplos.
	O segundo enfoque tem a visão de oposição entre o lazer e o trabalho profissional, algo que se complementa ou entra em acordo ao terceiro enfoque: O trabalho além de se opor ao lazer, também exclui as atividades domésticas.
	O quarto enfoque de Dumazedier (1999) diz que o lazer é definido como o tempo orientado para realizações da pessoa, tempo em que o indivíduo se libera a seu gosto da fadiga, do tédio, divertindo-se. (p.92)
	Ao pensar sobre o lazer e suas características é quase impossível dissocia-lo da juventude, como diz Pais (1993).
		‘’[...] pode-se mesmo dizer que quem não quiser falar de lazer
		 deve calar-se, se sobre juventude quiser falar’’. (p.132)
	As características relatadas por Dumazedier (1999) nos desperta a reflexão de como o lazer vem sendo pensado para os jovens na sociedade e quais os impactos gerados tanto na vida pessoal quanto atuação profissional. 
	Podemos correlacionar os espaços de lazer com espaços culturais, onde essas conexões entre arte e esporte, juventude e diversão se justificam pelo pressuposto que o espaço de lazer é uma opção para ocupar o tempo livre dos jovens, ocupar mente, levar o corpo à exaustão para tirar os jovens da rua, viabilizando políticas de inclusão de jovens pobres, inclusive aqueles considerados em situação de risco social. Outra visão contemporânea é que o lazer se transformou em mercadoria, pois requer, envolve e engloba toda uma estratégia de marketing, com finalidade de alcançar maior público com faixa etária variada e com suas ofertas abrangentes de espaços elaborados e privatizados, transmitindo a ideia de um espaço divertido e agradável de socialização e interação.
3-A RELAÇÃO ENTRE A ESCOLA E O LAZER
	A escola se preocupa com o processo de ensino e aprendizagem, com a transmissão de saber institucionalizados. Entretanto, como diz Damasceno (2001) a escola não reconhece o saber, a cultura, a experiência dos alunos, não reconhece que os alunos, trazem para a escola um projeto, mesmo que restrito e conclui que ‘’A escola é parte do projeto dos alunos. ’’ (p.23).
	Como espaço de formação, a escola tem permitido às crianças vivenciarem o lazer, principalmente aquele relacionado com bola. No que tange às experiências esportivas, elas têm se dado através das aulas de educação física e do recreio. A grande limitação está associada à área construída para fins esportivos. Na maioria das vezes, tudo se resume a uma cancha poliesportiva.
	De fato, dedicar-se ao lazer após as atividades diárias apenas subjetivamente, deve ser caracterizado como fenômeno de liberdade, não, mas também objetivamente, encontrando um modelo da sociedade e suas respectivas mudanças.
	Ter um lazer ou horas para se divertir não é errado e muito menos impróprio, a questão está na sua qualidade,pois certos hábitos podem ser de diversão e formação sociocultural; o ato de estudar, ler, fazer exercícios pode se relacionar com o êxito escolar e uma qualidade de vida, bem como com maturidade do próprio jovem.
	 Assim, todo jovem quer ter seu lazer ou “matar o tempo”, tornando possível produzir identidades grupais capazes de construir a realidade em que vivem, passando a valorizar esses momentos e caracterizá-los como uma das grandes dimensões de sua vida, principalmente por desfrutar de autonomias distintas da sua família e escola (Pais, 1996).
4-AS POSSIBILIDADES CONCEITUAIS DOS ESPAÇOS PÚBLICOS DE LAZER
	Apesar de o espaço e a forma possuírem uma existência em si, como objeto de reflexão, a construção do primeiro é produto de uma relação em que a necessidade de sua constituição, força simbólica, faz surgir à necessidade de sua materialização. Não há como falarmos do espaço, na sua dimensão física, como se fosse produto autônomo de uma natureza criativa que se inventa a si própria. 
	Ao valorizarmos o espaço, queremos reforçar a ideia de que ele é produto de um contexto histórico e social e que seus contornos exprimem um determinado estágio da cultura. Sendo produto de uma dimensão simbólica, como tal deve ser interpretado mesmo na sua perspectiva física. Como bem ressaltou Saldanha (1993), a praça “não é apenas extensão espacial: ela corresponde a um significado social” (p.15).
	Hoje não há uma concepção de espaços públicos esportivos. O esporte é sempre um elemento dentro da recreação pública. Não há como conter a magnitude do fenômeno esportivo, como se ele fosse apenas um componente alegórico. Precisamos constituir cenários públicos que dêem conta desta tarefa. As concepções tradicionais de espaços públicos para o lazer não estão preparadas para este desafio. Não se trata de resumir o espaço de lazer a questões esportivas, mas sim de garantirmos a riqueza de interesses esportivos em um espaço público.
4. ANÁLISE DOS DADOS
	No que se refere à análise dos dados, buscou-se apoio através do questionário, onde 14 jovens tiveram a incumbência de respondê-los, contribuir para a nossa pesquisa em local, salientando assim aspectos sobre a cultura, lazer e o pensamento da juventude sobre o seu meio social.
 		Levando em consideração que o questionário, segundo Gil (1999, p.128), pode ser definido “como a técnica de investigação composta por um número mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito às pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas etc.”
	Estudar e pesquisar a temática do lazer consiste em um grande desafio: não só por se tratar de um conceito ainda em processo de amadurecimento no meio científico (Werneck, 2000), mas também pelo seu caráter fragmentado e, por vezes, até mesmo polêmico. Uma vez que vivemos em uma sociedade marcada pela fluidez e flexibilidade dos relacionamentos (Bauman, 2001), em que os jovens transitam livremente nos mais diferentes grupos, adaptando-se facilmente a cada um deles. 
	É nesse sentido que o lazer se configura como uma das principais dimensões da vivência juvenil na contemporaneidade, fundamental para a elaboração de suas identidades, formação de valores, referências e na sua relação com o espaço público. Como afirmam Brenner, Dayrell e Carrano (2005), “é principalmente nos tempos livres e nos lazeres que os jovens constroem suas próprias normas e expressões culturais, ritos, simbologias e modos de ser que os diferenciem” (p. 176). 
	Tendo como base a pesquisa realizada foi constatado que por falta de recursos e o aumento da violência os jovens estão recorrendo as tecnologias, ocupam maior parte do seu tempo livre com o acesso à internet por ser uma atividade mais cômoda e segura.
 
	A cultura africana tem se tornado cada vez mais comum na vida dos jovens, seja por meio das músicas, do estilo, até mesmo um penteado (Ex: tranças, Black Power). E esse reconhecimento está diretamente ligado as tecnologias, por meio das redes sociais, as músicas, os estilos, informações sobre a cultura afro descentes são divulgadas em massa e até em tempo real, um outro meio de propagação dessa cultura é A Lei 11.645/08 que torna obrigatório o ensino sobre a História e Cultura Afro Brasileira e Indígenas nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares.
Esta foi, portanto, uma das grandes conquistas para o reconhecimento social do negro, contribuindo inclusive para que estes se autodeclarassem negro, e ainda os que não fossem terem a oportunidade de conhecer de uma cultura tão rica como esta, a lei abrange uma série de importantes questões, pois não se resume à questão da escravidão e do preconceito, mais acima de tudo destaca a importância do reconhecimento do negro e do índio como pilares da formação da sociedade brasileira, como sujeitos históricos que lutaram pelos seus ideais.
 Segundo o Ministério da Educação e Cultura (MEC):
 Reconhecimento implica justiça e iguais direitos sociais, civis, culturais e econômicos, bem como valorização da diversidade daquilo que distingue os negros dos outros grupos que compõem a população brasileira. E isto requer mudança nos discursos, raciocínios, lógicas, gestos, posturas, modo de tratar as pessoas negras. Requer também Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana que se conheça a sua história e cultura apresentadas, explicadas, buscando-se especificamente desconstruir o mito da democracia racial na sociedade brasileira; (BRASIL, 2004:11-12)
	Isso tem contribuído para que a Cultura e a História Afro seja mais reconhecida, por isso quando interrogados sobre qual a cultura é mais participativa na vida dos jovens entrevistados o número de resposta para a cultura Afro foi maior, isso demonstra que mesmo não sendo negro, com as informações tem se tornado mais fácil identificar traços bem marcantes dessa cultura presentes no próprio dia a dia. 
	A não participação dos jovens nas atividades culturais está ligada a uma série de fatores, tanto sociais, como econômicos. A pesquisa aponta que a falta de recursos financeiros tem uma influência direta com a não inclusão dos mesmos nas atividades culturais na cidade de Parnaiba- Pi e isso interfere diretamente na sua vivencia diária, limitando-os.
A juventude é uma fase da vida onde todos os momentos e sentimentos são intensos e únicos, onde as lembranças são eternizadas e repassadas para as próximas gerações, desse modo observa-se a relevância da cultura e do lazer na vida dos jovens e o papel do governo para trazer políticas públicas que visem solucionar problemas existentes e agravantes que impedem desses indivíduos usufruir seus direitos como cidadãos brasileiros.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
	A referida pesquisa nos trouxe dados relevantes a respeito da cultura e o lazer na vida dos jovens, dados esses satisfatórios, onde o objetivo geral e os específicos foram alcançados. Ao analisar a relação dos jovens com a cultura e o lazer podemos perceber que as possibilidades existentes deixam muito a desejar, pois a uma barreira entre ambos, é notório que há interesse tanto no lazer quanto nas atividades culturais, mas durante o respectivo trabalho podemos constatar que os jovens não estão tendo o acesso à cultura e o lazer, pelo fator econômico e o aumento da violência e esse foi um resultado inesperado,( uma vez que a presente pesquisa não tinha como opções os respectivos motivos.). 
	 As dificuldades apontadas são que as atividades culturais e de lazer têm um valor elevado, além da violência que vem crescendo alarmantemente, dessa forma os jovens procuram como meio de diversão e de aquisição de conhecimentos culturais as tecnologias e a navegação na internet, onde os mesmos alegaram ser mais barato e seguro. 	Entretanto é uma maneira deficiente de se ter acesso a cultura e o lazer, além dos perigos ali existentes, ah tambéma questão que dessa forma os jovens ficam horas na mesma posição, acessando e não fazem nenhuma atividade física, e dessa forma isso pode acarretar em problemas de saúde, bem como o isolamento dos mesmos, já que estão num mundo virtual.
	 Contudo é perceptível e inegável que tanto a cultura como o lazer são ferramentas indispensáveis na formação e no desenvolvimento de qualquer ser humano, principalmente dos jovens, pois sabemos que os mesmos estão em processo de transformação, buscando referencias, construindo seus próprios pensar, seu caráter, seus valores, sua identidade.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação. Secretária Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Brasília, 2004. Disponível em < http://www.uel.br/projetos/leafro/pages/arquivos/DCN-s%20- %20Educacao%20das%20Relacoes%20Etnico-Raciais.pdf> Acesso em: 2017/12/15.
BAUMAN, Z. (2001). Modernidade Líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.
BERGER, Perter; LUCKMANN, Thamas. A construção social da realidade. Rio de Janeiro: vozes , 1985.
BRENNER, A. K, Dayrell, J., & Carrano, P. (2005). Culturas do lazer e do tempo livre dos jovens brasileiros. In H. W. Abramo & P. P. M. Branco (Orgs.). Retratos da juventude brasileira: análises de uma pesquisa nacional (pp. 175-214). São Paulo: Fundação Perseu Abramo
DAMASCENO, Mari Nobre et al, (Orgs.) Trajetórias da Juventude. Fortalza: LCR, 2001.
DUMANZEDIER, Joffre. Sociologia empírica do lazer. São Paulo: Perspectiva; SESC, 1999.
FONSECA, J. J. S. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, 2002. Apostila.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 
2008. 
_______. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
PAIS, José Machado. Culturas de Grupo. In: LAGES, Mario Ferreira e MATOS Recursos de interculturalidade: 2008. P. 207-255.
SALDANHA, N. O jardim e a praça: o público e o privado na vida social e histórica. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1993.
WERNECK, C. L. G. (2000). A constituição do lazer como um campo de estudos científicos no Brasil: implicações do discurso sobre a cientificidade e autonomia deste campo. Encontro Nacional de Recreação e Lazer (pp. 77-88). Balneário Camboriú: Roca/Universidade do Vale do Itajaí.

Continue navegando