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Cabe destacar que Vannevar Bush, antes de se tornar diretor do OSRD, trabalhou no MIT e esteve diretamente envolvido com o projeto de construção do computador. O modelo de desenvolvimento científico, que valoriza os investimentos em ciência básica, mas também na área de pesquisa bélica, parte da premissa de que o retorno desse investimento facilmente poderá ser benéfi co para a sociedade civil e para o crescimento industrial em todas as áreas. No segundo pós-guerra, entretanto, o Brasil possuía apenas algumas das características que viabilizariam sua transformação em uma potência tais como: grande extensão territorial; posição geográfi ca privilegiada no hemisfério sul; grande quantidade de recursos naturais; população signifi cativa, ainda que mal distribuída; faltava investir em fatores fundamentais como a produção industrial, capacitação tecnológica e poderio militar. Nesse período, a importância da tecnologia para a indústria bélica fi cou muito clara para o mundo todo. O Projeto Manhattan,3 e os efeitos devastadores das bombas atômicas fi zeram com que os governos passassem a valorizar muito mais a pesquisa científi ca e tecnológica como estratégia política e militar, e também como vetor de desenvolvimento econômico, investindo na construção de indústria com as fi nalidades bélicas levando à construção dos complexos industriais-militares. Esse modelo foi construído e consolidado a partir de um relatório intitulado Science, the Endless Frontier, escrito por Vannevar Bush, diretor do Offi ce of Scientifi c Research and Development (OSRD), criado pelo presidente Roosevelt durante a segunda guerra mundial No modelo institucionalizado nos Estados Unidos do segundo pós-guerra, a ciência segue um modelo linear de desenvolvimento, que começa com a pesquisa básica, segue para a pesquisa aplicada, depois é capaz de promover desenvolvimento de produtos e operações. O progresso científico em um extenso campo resulta da livre atuação de intelectos livres, trabalhando em temas de sua própria escolha, ditados por sua curiosidade pela exploração do desconhecido. A liberdade de investigação precisa ser preservada em qualquer plano de apoio governamental à ciência (Bush, 1990, p. 12).6 No segundo pós-guerra, a valorização da tecnologia para a indústria bélica ficou evidente. O Projeto Manhattan e os efeitos catastróficos das bombas atômicas fizeram com que os governos começassem a valorizar muito mais a pesquisa científica e tecnológica como estratégias política e militar, além do consequente desenvolvimento econômico que foi um importante impulsionador. E assim foram surgindo os complexos militares-industriais, quando os governos investiram na construção de indústrias com finalidades bélicas. A partir de um relatório criado po Bush (“Science, the Endless Frontier”), um modelo de desenvolvimento científico foi criado. Nesse modelo, a ciência segue um modelo linear de desenvolvimento, começando pela pesquisa básica, seguido da pesquisa aplicada, para depois ser capaz de promover desenvolvimento de produtos e operações. O modelo diz que o retorno do investimento em ciência básica e também na área militar bélica poderá ser benéfico para a sociedade civil e crescimento industrial em todas as áreas. Os avanços na ciência, quando colocados em prática, significam mais empregos, salários maiores, jornadas de trabalho menores, colheitas mais abundantes, mais tempo para a recreação, para o estudo, para aprender a viver sem o trabalho mortalmente fatigante que tem sido a sina do homem comum há eras. Os avanços na ciência também trarão padrões de vida mais elevados, levarão à prevenção ou à cura de doenças, permitirão a preservação dos nossos recursos naturais, que são limitados, e nos darão meios de nos defendermos de agressões. Mas, para atingir esses objetivos – garantir um alto nível de emprego, manter uma posição de liderança mundial –, o fluxo de novos conhecimentos científicos deve ser contínuo e substancial.
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