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Aula 5. UM MUNDO EM TRANSFORMAÇÃO A RELEVÂNCIA DO CRISTÃO NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA

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Um mundo em transformação: a relevância do cristão na sociedade contemporânea
“Creio no cristianismo como creio que o sol levantou-se, não só porque o vejo, mas porque por meio dele vejo tudo o mais” (C.S.Lewis).
Nada é mais instrutivo para o cristão do que a visão da História da salvação, em todas as suas experiências e caráter progressivo. A história produzida por Deus é, com frequência, uma história já predita por ele.
Não há duas histórias. Só há uma história. A história da salvação e a salvação na história. Tudo está estabelecido no plano eterno do Pai celeste. Deus é o Senhor da História, e usa pessoas comuns para realizar seus feitos no mundo.
Assim, é muito importante entender a História como a história da salvação de Deus, que consiste numa sucessão de gerações, transmitindo umas às outras os feitos e as memórias vivas de um Deus que se revela e intervém, com Sua presença e ações poderosas em favor da Criação.
Nisso, o Cristianismo é uma religião profundamente histórica, um movimento que tem uma longa e rica trajetória, a qual precisa ser conhecida por todas as gerações de cristãos.
O estudo da caminhada e do desenvolvimento do Cristianismo através dos séculos é, essencialmente, o caminhar de Deus na História; é o Reino de Deus e sua Justiça na Terra.
Com afirma Josaphat (1962, p. 36), o Reino e a Justiça que atinge e transforma o homem todo, em sua dimensão pessoal, em seu coração, mas igualmente em sua dimensão social, histórica, exigindo e possibilitando estruturações sociais segundo a Justiça e o amor.
“A paz interior, familiar e social, constitui, portanto, o ideal evangélico, mas a atitude de luta contra os inimigos da paz em nós e na sociedade não será compreendida como uma felicidade, sim como uma exigência para quem está em busca da bem-aventurança”. (JOSAPHT, 1962, p. 80).
Discernindo os tempos “profeticamente”
Na Bíblia, a figura do profeta é uma representação de ruptura com a falsa ordem social estabelecida. Engana-se quem pensa nos grandes profetas do Antigo Testamento como alguém de joelhos, com os olhos fechados, proferindo, sob o impulso do Espírito Santo, uma advertência radical.
O que é o profeta? Clique nele e descubra...
“O profeta é uma pessoa que anuncia a Palavra de Deus. Não somente prenuncia o futuro, mas também elucida e interpreta a atualidade. Denuncia a injustiça, a corrupção e toda infidelidade que fira o amor divino. Na história do pensamento humano, os profetas de Israel têm um papel de grande importância: preconizam a dignidade e a responsabilidade do ser humano, revelam o Deus do Universo todo, Javé, que é fiel à sua Aliança com o povo de Israel.” (BINGEMER & YUNES, 2002, p. 11).
Além disso, temos que pensar, também, em alguém sentado e escrevendo a mensagem de Deus, como é o caso de Jeremias e Baruque (Jr 45). Aliás, os profetas e suas mensagens divinamente inspiradas por Deus, foram chaves na formação do Antigo Testamento. Paulo denominou-as de “revelação” (Rm 16.25-26; Ef 4.3-4), a qual foi fundamental na consolidação da estrutura doutrinária da Igreja (Ef 2.20; 3.3-6).
“Todas as profecias religiosas ancoram sua materialidade, irrefutavelmente, no discurso literário, oral ou escrito, oriundo das mais antigas tradições culturais. Parece ser, como afirma são João na abertura do mais poético dos evangelhos, no princípio era o Verbo, e o Verbo era Deus, e o Verbo estava com Deus” (Jo 1.1). (BINGEMER & YUNES, 2002, p. 11).
Assim, os profetas transmitiam o conhecimento de Deus para o povo, educando-o no senso de justiça social. A mensagem deles é de procedência divina e tem, como cenário, as ocorrências do dia a dia; pregavam tudo que diz respeito a via e a piedade. Portanto, a mensagem dos profetas não se resume a uma retórica baseada em imaginação humana, nem é algo artificialmente construído, pois nenhuma parte da revelação divina “é de particular interpretação” (1Pe 1.20).
Nenhuma literatura do mundo tem essa mesma prerrogativa. Com efeito, estaríamos à deriva no mundo sem esta profecia – a Bíblia – Palavra de Deus.
O cristianismo surge na história como um movimento religioso ...
Clique na Bíblia e entenda como o cristianismo é importante >>
O cristianismo surge na história como um movimento religioso, não como uma luta social, mas dando uma mensagem de amor realista (por meio de seus profetas, principalmente Jesus), e inclui em cada época e em cada conjuntura, um empenho real de criação de uma sociedade justa.
Há, assim, para cada comunidade cristã de todos os tempos, uma distinção entre a tarefa evangelizadora e a promoção humana. Como afirma Josaphat (1962, p. 94), cabe aos cristãos enfrentar os problemas práticos nas várias fases e conjunturas sociais, em fidelidade a Deus e Sua Palavra.
Igualmente, a missão do cristão no mundo de hoje implica em influenciar costumes e cultura, promovendo modificações sociais e aperfeiçoamento do funcionamento da justiça, na esperança de um governo justo e solidário.
Nenhuma área do cotidiano humano fica esquecida pela Escritura Sagrada. A Bíblia é um livro estranhamente contemporâneo. Ela nos dá explicação do porque as coisas estão como estão. Muitos o julgam obsoleto, e por isso não o leem. Acham que ela não tem nada a lhes dizer sobre a vida atual. Mas a resposta pura e simples é que, se lermos a Palavra de Deus, descobriremos que ela diz tudo sobre o mundo moderno.
Você sabia que precisamos ir
“Em busca de ‘outro’ mundo possível”?
E ele está bem aqui >>>>
Em busca de “outro” mundo possível O cristão vive à espera de um mundo novo. Carvajal (1992, p. 110) diz que há em grego, duas palavras usadas para designar a novidade: “neós” (“novo”, no sentido de “outro”: ano novo, canto novo...) e “kairós” (“novo”, no sentido de “renovado”, “mudado”: sou um homem novo). Pois, bem, para falar da nova criação, nova terra, etc, o Novo Testamento utiliza sempre a palavra “kairós” (2C 5.17; MT 26.28; Lc 22.20; 1 Co 11.25; 2Co 3.6; Hb 8.8; 2Pe 3.13; Ap 3.13; 21.1). Portanto, como afirma Carvajal (1992, p. 111), a salvação não é esperar pelo “outro” muno, mas transformar este mundo em “outro”. Trata-se de ajudar a conseguir a paulatina emergência daquilo que o mundo vai desenvolvendo em suas estranhas e acumulando dentro de si. “Nem a substância nem a essência da criação serão aniquiladas. O que deve passar é sua forma temporal” (Irineu de Lião). Desta forma, “o fim do mundo já não pode ser concebido como uma catástrofe cósmica que devera destruir tudo o que existe e que agora conhecemos. As descrições bíblicas que serviram para alimentar esse tipo de fantasia pertencem a um gênero literário apocalíptico que, evidentemente, não podemos interpretar ao pé da letra” (CARVAJAL, 1992, p. 111). O que Carvajal (1992, p. 111), quer dizer é que as narrações do final da historia (escatologia), da mesma forma como acontecia com aquelas referentes ao começo (protologia), de modo algum pretendem ser uma reportagem jornalística de tais acontecimentos, entre outras coisas porque não houve testemunha alguma do principio nem existe do final. Ou seja, como natureza estática, o mundo foi, para a tradição cristã, o lugar privilegiado da experiência religiosa. De forma prática, o que você tem feito para mudar seu mundo a sua volta? Este é o momento para o cristão fazer a diferença. A imitação de Cristo não pode ser uma teoria! Há uma necessidade inadiável de o cristão conhecer a sociedade em que vive e compreender de que forma pode cumprir o seu papel de influência transformadora. Para ser excelente cristão na cidade, você precisa lutar por princípios e valores morais estabelecidos pela Sagrada Escritura. Demonstrar à sociedade, através de seu testemunho, uma visão de mundo autenticamente cristã. “Levar a Boa Notícia – Evangelho – não significa exportar cultura, criar dialeto ou forçar critérios morais. Na evangelização, fica implícito que todos podem continuar a costurar, compor, escrever, brincar, encenar, como sempre fizeram. O evangelho convoca à pratica da justiça; cria meios de solidariedade; procura gestarhomens e mulheres distintos; imprime em pessoas o mesmo espírito que moveu Jesus a praticar o bem” (Ricardo Gondin, pastor evangélico). Conta-se que nos dias de João Calvino (1509-1564) a cidade de Genebra era socialmente próspera, mas de baixo nível moral. Mas em 1536, Guilherme Farrel (1489-1565) convenceu Calvino a se estabelecer na cidade, na certeza de que ele era o homem de quem a cidade necessitava. Neste mesmo ano, os genebrinos se declararam protestantes e proclamaram sua cidade uma república, sob a liderança de Farrel e Calvino. Calvino teve como propósito tornar Genebra uma cidade cristã modelo, cuja vida fosse realmente dirigida pelo cristianismo. De fato, Genebra tornou-se um centro de atividade protestante, embora houvesse muitas tensões entre Calvino e as autoridades civis da cidade. Qual foi o segredo de João Calvino? A educação! Os planos dele quanto à educação foram inspirados por sua convicção de que a verdadeira religião e educação estão inseparavelmente associadas. Com esta visão, fundou a Academia de Genebra, em 1559, instituição de grau universitário, que incluía o curso de teologia. Muitos estrangeiros ingressavam a essa academia para estudar teologia, e voltaram como ministros protestantes. O exemplo de João Calvino é inspirador e desafiador! O caminho para propor passos nessa direção, considerando as diferentes expressões na sociedade, inclusive o papel exercido pelos cristãos, requer que se pratiquem algumas virtudes indispensáveis em busca de “outro mundo possível”. E, uma delas é a tolerância, ingrediente essencial da ética cristã, de uma conduta em consonância com o Evangelho. Ela é típica do “andar no Espírito”. Sem amor, a fé está prejudicada, corrompeu-se, está morta. Por isso tolerância está na raiz da fé cristã... Tolerância não significa concordância com o outro, mas concessão de espaço de vida. E este o verdadeiro sentido da palavra “tolerar”, a saber, “suportar” o outro sem ver nele uma ameaça a ser liquidada. Tolerância não joga as diferenças na mesma panela. Mas possibilita a convivência dialógica, afastando o ódio, a agressão e a violência. (BRAKEMEIER, 2014, pp. 25 e 28).
Leu o texto “Em busca de ‘outro’ mundo possível”? Interessante que, com a educação, João Calvino conseguiu um trabalho fantástico.
Outro exemplo desafiador, neste sentido, é o do teólogo alemão Dietrich Bonhoeffer que, em meio à 2ª Guerra Mundial produziu sua monumental obra “Ética”, quando se experimentava a decadência de todos os valores éticos.
À semelhança de Calvino e Bonhoeffer, o cristão contemporâneo poderá também contribuir para “outro mundo possível”. Jesus intercedeu junto ao Pai por nós, dizendo: “Eles não são do mundo, como também eu não sou. Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (Jo 17.16-17). Sim, nossa pátria (ou cidade) está nos céus (Fp 3.20; Hb 13.14), mas como cidadão da terra, vivemos num determinado local físico e social, do qual fazemos parte.
“A vida social envolve, por um lado, harmonia e cooperação e, por outro, conflito e colisão de interesses. O modo como trabalhamos por harmonia e resolvemos os conflitos políticos implica em política... Os cristãos hesitam em admitir que usam o poder, mas todas as relações humanas envolvem questões de poder. Os cristãos podem se sentir mais à vontade falando sobre virtude e justiça, mas mesmo que evitemos discutir sobre o poder, não podemos fugir dele. Nem devemos para o mal ou para o bem. O poder é a capacidade de usar ou influenciar outros a comportarem-se como você deseja. Precisamos de poder defensivo para nos proteger daqueles que nos fariam mal. Usamos o poder interveniente até para proteger alguém do prejuízo ou da injustiça. Necessitamos de poder econômico para cuidar de nossas famílias e nos preparar para a velhice. As nações têm necessidade de poder militar para protegerem de agressores. Todos nadamos num mar de poder. Não chamar poder por seu verdadeiro nome e não reconhecer sua importância nas relações humanas é estar cego da realidade do poder usado contra nós e como o usamos nos outros”.
Para o cristão ser um influenciador positivo de uma sociedade permissiva como a nossa, não basta fazer denúncias públicas e ocupar e usar com sabedoria os espaços estratégicos da sociedade.
Exige-se também viver autenticamente. Em se tratando de engajamento efetivo, a área educacional, como foi, por exemplo, para Calvino, constitui-se hoje um campo fértil para a atuação de pedagogos comprometidos com os princípios bíblico-cristãos.
Nesse processo de influência e transformações, é indispensável que o cristão aprofunde suas convicções cristãs, firmando suas raízes na única regra de fé e pratica – a Escritura Sagrada –, para não ser engodado pelas vãs filosofias do nosso tempo. Assim, então, ele será capaz de discernir as correntes de pensamentos que negam a verdade divina.
Além disto, o cristão precisa desenvolver uma visão apologética sólida, ou seja:
Conhecer para crer
Conhecer para crer, eis a primeira necessidade do cristão. Isto implica em conhecimento da Escritura Sagrada. Ninguém pode falar o que não conhece. Além deste conhecimento produzir convicções, podemos defender bíblica e racionalmente a fé cristã.
Crer para argumentar
Crer para argumentar. Falar do que crer – esse é o ponto de partida. O conhecimento bíblico por si só não é suficiente. É preciso ir além. O cremos não pode ser uma simples probabilidade ou hipótese, pelo contrário, tem que ser resultado ouvido e experimentado.
Precisa se posicionar face aos princípios e valores bíblico-cristãos, começando pelo menos por estes três aspectos:
Universais
Os valores bíblico-cristãos são universais por estarem fundamentados na moral divina; procedem de um Legislador Moral universal.
Absolutos
Os valores bíblico-cristãos são absolutos porque procedem de um Deus pessoal que não depende de nenhum outro para ser e existir. Existe por si só. Tem vida em si mesmo. Não está sujeito às épocas.
Imutáveis
Os valores bíblico-cristãos são imutáveis, não mudam, porque Deus é imutável. Suas leis se conformam ao seu caráter.
Vivemos num mundo caído, movido pelo pecado, pelo egoísmo e pela injustiça social. De fato, o cristão não “luta” apenas contra a cultura e os valores anticristãos, mas contra potestades malignas que promovem permissividade, injustiça, inversões de valores e tantas outras mazelas.
Instalou-se no mundo, pelo pecado, uma mentalidade maligna, que conduz os homens a manifestar sentimentos autodestrutivos, resultando assim, todos os dias em nossa sociedade, em tragédias e dor.
O mundo que está sob o poder do maligno está totalmente “armado” para fazer oposição às decisões que tomamos no sentido de agradar a Deus.
As forças das trevas estão exercendo influência dominante, pois Satanás sistematizou as estruturas e as instituições, para dentro de seu reino de trevas. Por exemplo: cultura, política, música, educação, etc. Tudo para desviar as pessoas da comunhão com Deus e para estorvá-las no cumprimento dos propósitos divinos em suas vidas.
Esta sistematização promove a desconstrução intencional do propósito original de Deus para cada uma destas instituições. Nesta compreensão, a igreja precisa estar alerta, não permitindo que o propósito original para o qual ela foi criada se desvirtue. Isto pode ocorrer? Quando ela se conforma com o sistema impiedoso do mundo.
A distinção em relação ao mundo é o princípio da vida cristã autêntica que influencia e transforma. Como grupo,
“A Igreja não tem uma ética social, ela é uma ética social, na medida em que é uma comunidade que pode ser claramente distinta do mundo. Pois o mundo não é uma comunidade e não tem tal história, visto que está baseado na pressuposição de que os seres humanos, e não Deus, governam a história. Quando a Igreja adota uma ética moral formada pela cultura popular prevalecente, está negando sua natureza. Antes, a Igreja tem de expressar a ética social que já encarna; tem de transmitir a história de Cristo, uma história que continuamente causa impacto nas relações sociaisdos seres humanos... ”.
Então, o cristão deve: clique na cruz
Dar testemunho de vida cristã autêntica, começando pela sua família, seja qual for seu grau de parentesco
Engajar-se para a modificar o meio ambiente onde está inserido; do contrário estará em falta, pois fé sem obras é morta. Primeiro, a fé diante de Deus; segundo, as obras diante dos seus semelhantes.
Passos e critérios para influenciar o mundo à sua volta
“Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte. Nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus”. (Mt 5.13-16)
O homem é um ser social. Por constituição biológica, ele precisa se envolver em grupo. O cristão integra o contexto social onde vive, o qual deve influenciar para transformar. Todo ser humano é o alvo do amor de Deus.
Passos e critérios para influenciar o mundo à sua volta:
“O nosso próximo é uma pessoa, um ser humano, criado por Deus. E Deus não o criou como uma alma sem corpo (para que pudéssemos amar somente sua alma), nem como um corpo sem alma (para que pudéssemos preocupar-nos exclusivamente com o seu bem-estar físico, nem tampouco um corpo-alma em isolamento (para que pudéssemos preocupar-nos com ele somente como um indivíduo, sem nos preocupar com a sociedade em que ele vive. Não! Deus o fez um ser espiritual, físico e social. Como ser humano, o nosso próximo pode ser definido como ‘um corpo-alma em sociedade’. Portanto, a obrigação de amar o nosso próximo nunca pode ser reduzida para somente uma parte dele. Se amamos o nosso próximo como Deus o criou (o que é mandamento para nós), então, inevitavelmente, estaremos preocupados como o seu bem-estar total, o bem-estar do seu corpo da sua alma e da sociedade“. (STOTT, 1995, p.60,61).
E como deve ser o envolvimento cristão?
Ele deve ser comprometedor e transformador porque foi chamado para ser luz do mundo. No sentido de seus discípulos desenvolverem uma visão de mundo autenticamente cristã, Jesus utilizou dois conhecidos símbolos – o sal e a luz – para ilustrar a influência do cidadão do Reino de Deus na sociedade.
O cristão não pode ser como sinal de trânsito que apenas indica parar e andar, nem como postes de luz que apenas iluminam, mas não caminham juntos. Os cristãos devem iluminar e guiar enquanto caminham com as pessoas.
Desta forma, é responsabilidade do seguidor integral de Jesus iluminar e dar sabor o meio onde está inserido. Jesus peregrinou de cidade em cidade “fazendo o bem” (At 10.38). Como seus seguidores, precisamos abraçar o seu exemplo, e como seus agentes (que opera, age), expressar compaixão e serviço para a sociedade.
Como cidadão, Jesus viveu de acordo com os costumes e tradições judaicos do seu tempo. Agiu e interagiu numa sociedade organizada e imperfeita, como a nossa, frequentou assiduamente a sinagoga, pagava impostos e participava de eventos sociais. Ao contrário dos religiosos da sua época (especialmente os escribas e fariseus), Jesus relacionou-se bem com todos, inclusive com os publicanos e pecadores.
Jesus vivia como um homem do povo, com um estilo de vida simples e modesto, o qual influenciou e transformou aquela sociedade. Ele cumpriu sua missão. Vale dizer que o currículo de Jesus era a sua própria vida. Ele nos deixou o exemplo para imitá-lo, como a primeira afirmação do seu seguimento. Isto não significa termos todas às respostas.
Leia o trecho a seguir e entenda que temos tudo de que precisamos:
“Uma visão de mundo completa e correta corresponde à visão aos olhos de Deus, e ninguém pode, jamais, pretender ter essa visão! Deus nos deu, em termos humanos, algumas partes de sua visão da vida, mas ele não as reuniu em um sistema completo – provavelmente porque os humanos não o poderiam assimilar corretamente, se ele o tivesse feito. Os cristãos também têm a ‘luz da vida’ (Jo 8.12). Como a Bíblia coloca, temos na Escritura ‘uma candeia que brilha em lugar tenebroso’ (2Pe 1.19). A Bíblia é um guia suficiente ‘para que o homem de Deus seja completo. Ela não fornece um sistema intelectual claro e completo. Ela proporciona uma estrutura da verdade que permanece para todo sempre e nos dá tudo o que precisamos”. (BARCLAY, 2010, p. 57).
Com duas ações, preservadora e iluminadora, é possível “ser” SOCIEDADE ...
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Uma ação preservadora da sociedade a nossa volta A metáfora do “sal” (Mt 5.13) representa uma ação preservadora da sociedade, dando sabor e equilíbrio à vida. Evita a deterioração. A ação de preservação contra a degradação é invisível. Age invisivelmente, mas sua ação é claramente sentida. O cristão, à semelhança do sal, deve ser discreto em suas ações. O sal representa nosso caráter integro. “Assim como o sal conserva e realça o melhor sabor dos alimentos, os cristãos devem ser o sal da terra e influenciar as pessoas positivamente. Jesus disse aos seus discípulos que se quisessem fazer a diferença no mundo, também teriam que ser diferentes do mundo. Deus iria considerá-los responsáveis por manter a sua ‘salinidade’ (isto é, a sua utilidade). Devemos ser diferentes se quisermos fazer a diferença”. A sociedade deteriorada precisa de indivíduos autênticos, de retidão e de conduta. A ética do Reino de Deus exige um alto nível de comportamento em relação à sociedade. Somente assim o testemunho cristão torna-se legítimo e eficaz. Colson e Pearcey (2006, pp. 36-40) admitem que se quisermos restaurar o nosso mundo, em primeiro lugar devemos nos libertar da noção confortável de que o cristianismo é uma mera experiência pessoal, que se aplica somente à vida provada de alguém. Um dos grandes mitos de nossos dias é o de que muitos cristãos são como ilhas – suas decisões são pessoais e ninguém tem o direito de lhes dizer o que fazer na sua vida particular. Esquecemos facilmente de que cada decisão particular contribui para o ambiente moral e cultural em que vivemos. Mas os cristãos são salvos não apenas de alguma coisa (o pecado), mas também para alguma coisa (a soberania de Cristo sobre toda a vida). A vida cristã começa com a restauração espiritual, que Deus opera pela pregação da Palavra, da oração, da adoração e o exercício dos dons espirituais em uma igreja local. Este é apenas o começo indispensável, pois somente a pessoa redimida pode ser cheia do Espírito de Deus e pode verdadeiramente conhecer e realizar o plano e Deus. Sendo assim, devemos proceder à restauração de toda a criação e Deus, o que inclui as virtudes privadas e públicas; a vida pessoal e familiar; a educação e a comunidade; o trabalho, a política e a lei; a ciência e a medicina; a literatura, a arte e a música. Neste sentido, Colson e Pearcey (2006, p. 40) afirmam ainda que esse objetivo redentor permeia tudo o que fizermos, porque não existe uma linha divisória invisível entre o que é sagrado e o que é secular. Devemos trazer ‘todas as coisas’ sob a soberania de Cristo, em casa e na escola, na palestra e na reunião de trabalho, no conselho municipal e na câmera legislativa. Desejamos uma sociedade, cujas políticas públicas, sejam justas e igualitárias. Só há um jeito: pautá-la nos princípios estabelecidos no Decálogo divino (Ex 20) e no Sermão do Monte (Mt 5-7). Só será realidade através do Evangelho de Jesus, quando encarnado nas ações de boas obras dos seguidores de Jesus. Não há atalho! Estes princípios são atemporais (independe do tempo) e servem de farol à uma sociedade, para recuperá-la da degradação dos valores e do caos em que vive. Cabe ao cristão, portanto, lutar contra essa realidade, não se conformando com a filosofia do mundo contemporâneo. “Há uma noção de que todas as vezes que nos propomos a fazer alguma coisa é porque sentamos a fazemos uma escolha racional. Mas nos revelamos insensatoquanto pensamos que os indivíduos somos criaturas autônomas. Não somos. Somo esquisitamente sensíveis às pressões e influências do mundo ao redor... As pessoas que ultimamente influenciaram a sua vida não são aquelas com status ou dinheiro, mas as que inspiram confiança, credibilidade e amor”. (Malcolm Gladwell, em entrevista à revista americana Christianity Today, em 7 de Agosto/2000) Uma ação iluminadora da sociedade a nossa volta A metáfora da “luz” (Mt 5.14) representa uma ação iluminadora do cristão no ambiente social onde está inserido, simbolizando revelação, transparência e direção. Ela é misteriosa e sutil. A luz se vê, mas não se pega; ela é mansa e delicada: brilha tanto sobre um rochedo solido e inabalável como sobre uma teia de aranha tênue e frágil. Assim, o cristão deve ser versátil e sábio na convivência com o próximo, levando o conhecimento de Deus. A orientação bíblica é que o cristão ande como “filhos da luz” (Ef 5.8) e como “astros no mundo” (Fp 2.15). Outro aspecto da luz é que ela não se “mistura”; ilumina o ambiente e continua incorruptível em sua missão de iluminar. Da mesma forma, o seguidor de Cristo deve difundir a luz de Cristo sem se contaminar com o meio onde está inserido. A luz fala de nosso testemunho cristão. Os valores cristãos devem ser vivenciais e testemunhais. Devem brotar da vida. Devem estar orientados mais pelo amor do que pela lei. O cristão deve viver para Deus, brilhando como ‘uma cidade edificada sobre o monte’, de forma que todos possam vê-lo. Mostrar claramente como Jesus Cristo é, no viver cotidiano implica em ser social, entre os demais integrantes do seu variado meio ambiente secular. Este contexto social variado abrange, por exemplo, a família, o trabalho, a igreja. “Todos os cidadãos viverão melhor em um mundo que mais aproximadamente se conforme à realidade e à ordem que Deus criou. Fazer tal argumentação prudente é uma maneira muito mais efetiva de reconstruir a cultura do que montar campanhas de políticas públicas. Mudar as leis de modo a ajustá-las aos padrões bíblicos de justiça é uma tarefa crucial, claro, mas somente elas não podem transformar o coração ou mudar o comportamento. A maneira como as pessoas a vivem é determinada mais por seus valores compartilhados, e isso por sua vez é mudado através de persuasão paciente e exemplo”. (COLSON, 2000, p. 54). Essa “luz” se expressa por intermédio das boas obras de justiça, cuja finalidade é glorificar o Pai Celeste: através daquilo que o cristão é, faz e diz. O discurso cristão (ou mensagem) precisa se coadunar com suas ações na sociedade. Com efeito, a vida do cristão não se restringe às celebrações no templo, semanalmente.
O cristão é cidadão do céu, mas também cidadão desta terra em que vive, tem uma pátria celeste, contudo, também tem uma pátria terrena, onde estão seus bens materiais, e da qual é compatriota com os demais semelhantes.
Portanto, o cristão, indiscutivelmente, deve andar com sabedoria diante de todos, trilhando vitoriosamente a sua jornada de fé, diante de Deus e dos homens.
“Com efeito, não basta exortar os homens à procura sincera da Justiça. Menos ainda bastaria insistir na condenação dos erros dos ateísmos diluídos ou insolentes. Exige-se uma atitude mais positiva e mais profunda, no plano da reflexão e no plano da vida, a partir das virtualidades do Evangelho, se destaquem as respostas autenticamente cristãs às perguntas e inquietações do homem de hoje”. (JOSAPHT, 1962, p. 24).
À semelhança da influência do sal, que pode ser notada pelos efeitos que exercem, se o cristão “insípido”, perderá totalmente o seu valor seu efeito. O mesmo acontece em relação à luz, se estiver escondida, nenhum benefício trará ao ambiente.
Partindo desse pressuposto, há três aspectos em que se espera da relevância do cristão, no contexto onde está inserido:
Exemplo:
Primeiro é pelo exemplo. Atitudes falam mais alto que mil palavras. Quando nosso comportamento não condiz com o que falamos, de nada adianta eloquência e verbosidade, porque o que fica é a marca do que fazemos. As palavras vão ao vento, mas os traços do nosso exemplo, bom ou ruim, permanecem. A falta de lisura e nitidez em nossas ações leva-nos à perda da credibilidade naquilo que propomos e à consequente ausência de relevância do ponto de vista da fé...
Nossos atos podem ser positivos ou negativos e sempre terão influência para o bem ou para o mal. Quanto mais a nossa vida é exposta ao público, os rastros de nossas ações terão número cada vez mais considerável de seguidores, que, em muitos casos, não questionarão o que fazemos, mas simplesmente copiarão o nosso modelo tal é a força do exemplo.
Compromisso:
O segundo é pelo compromisso. Busca-se hoje, em várias frentes da igreja contemporânea, um evangelho fácil e descomprometido, onde o deslumbramento está de mãos dadas com a superficialidade da fé, ao mesmo tempo em que a visão materialista da vida cristã toma o lugar da renúncia exigida por Cristo e vislumbrada nas bem-aventuranças.
Esta falta de compromisso pode ser vista na quantidade de inovações introduzidas na liturgia evangélica em nome do pragmatismo que relativiza os princípios bíblicos para “atrair” pessoas à igreja.
Serviço:
O terceiro é pelo serviço. Há três palavras gregas no livro de Atos dos Apóstolos fortemente relacionados ao tema:
• Martiria tem a ver com a disposição de dar a própria vida pela causa do evangelho;
• Koinonia definia todos os aspectos que envolvem a comunhão entre os crentes,
• Diaconia expressa em sua dimensão mais profunda o serviço que os salvos dedicam ao próximo. Servir ao próximo é consequência natural quando se experimenta a martiria e akoinonia.
Essa capacidade de servir precisa levar em conta que a sociedade está submersa no nível mais baixo de depravação moral, porque os cristãos não têm sido capazes de levantar a bandeira da restauração de forma organizada e relevante para mudar o quadro que aí está.
Além do bem-estar espiritual, o bem-estar físico e material deve estar também presente em nossa agenda cristã. O cristão não pode ficar de braços cruzados esperando que outros façam tudo; esta responsabilidade é pessoal. Todos têm que se engajar de forma efetiva.
As oportunidades são muitas, e os casos mais evidentes são:
1. Meninos de rua, ou menores carentes
2. Mendigos
3. Mulheres marginalizadas
4. Desempregados, ou pessoas de renda mínima
5. Delinquentes, contraventores, presidiários, etc.
iver a fé cristã na cidade abarca estes desafios, expressa em atitudes de compaixão do ver, ouvir, falar e agir:
Compaixão é: ver aquele que sofre como Deus o vê.
Compaixão é: ouvir aquele que sofre como Deus o ouve.
Compaixão é: levantar a voz em favor daquele que está sofrendo.
Compaixão é: agir em resposta prática ao sofrimento da forma que Deus dirigir.
Diante da realidade daqueles que sofrem, o cristão não pode ser omisso! Pois, se afirmarmos que somos seguidores de Jesus, as pessoas ao redor têm o direito de nos observar para verificar se o que afirmamos tem eco em nossa vida cotidiana. Sim, tem o direito de observar atentamente se os frutos que produzimos combinam com o que professamos; se a nossa “fé” está acompanhada de “boas obras”.
Jesus disse: “Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo. Assim, pois, pelos seus frutos os conhecereis” (Mt 7.19-20). Com efeito, a verdadeira fé não fica escondida, se manifesta, dá frutos, é solidária!
A solidariedade é missão de todo cristão! Este tema não pode ficar somente na teoria em nossa agenda cotidiana. A solidariedade bíblica é uma expressão da graça de Deus, muito mais importante para quem oferece do que para quem recebe. Quando Jesus instruiu seus discípulos sobre a ajuda aos necessitados (Mt 6.1-4), sua ênfase não está na solidariedade generosa, mas nas motivações – os pensamentos escondidos no coração.
De acordo com Stott (1998), “a questão não é tanto sobre o que a mão está fazendo – passando algum dinheiro ou cheque –, mas o que o coração está pensando enquanto a mão age”.No cristianismo, a verdadeira fé só é legitimada quando é acompanhada de gestos de misericórdia, que não busca projeção, aplausos. A verdadeira solidariedade é aquela que integra o próximo à fé daquele que a pratica.
“O atendimento solidário tem na voluntariedade a sua força motriz, na possibilidade e desprendimento e a alegria, no atendimento da necessidade a igualdade estabelecida”. (Publicação do CLAI - Conselho Latino-Americano de Igrejas)
A fé que é viva, certamente, se manifesta de alguma forma, através de atos de bondade de misericórdia, como frutos que glorificam ao Senhor, na afirmação a dignidade humana do ouro.
Concluindo, a busca do discernimento cultural e do diálogo com a sociedade, em suas múltiplas dimensões, inclui:
Assim, o impacto cristão na cidade, pela relevância da proclamação da “Boa Nova” e do testemunho da fé, deve abranger:
Síntese
O nosso curso tem o título “O Cristão e a Cidade”. Estudamos bastante sobre o tema e, agora, você vai ver um exemplo de como é a relação cristão-cidade. Assista o vídeo, pense e reflita.

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