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TRABALHO PPPIII, PARTE 2.2

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Página | 9
PAULO FREIRE - CONCEPÇÕES DE ESCOLA, ENSINO E APRENDIZAGEM.
O educador e escritor brasileiro Paulo Freire foi e continua sendo referência na Educação brasileira. Dedicou-se plenamente em favor daqueles, especialmente jovens e adultos, encontrados à margem de uma vida digna, a fim de conscientizá-los a entender a situação em que viviam e agir sobre ela, de modo a alcançarem a liberdade. Esse compromisso social o tornou fonte de inspiração para educadores de gerações passadas, presentes e futuras. 
Freire escreveu diversas obras, entre elas a “Pedagogia da Autonomia - Saberes necessários à prática educativa”, dividida em três capítulos, os quais versam sobre o processo de formação do educador enquanto sujeito democrático, viabilizando a sua própria autonomia, como também a do educando.
Nessa obra, o pesquisador demonstra perceber a escola como um ambiente favorável à aprendizagem significativa, onde a relação professor-aluno acontece sempre com diálogo, valorizando o respeito mútuo. O espaço escolar deve sempre contribuir para a curiosidade, a criatividade, o raciocínio lógico, o estímulo à descoberta.
Paulo Freire acredita que a Educação é um processo humanizante, social, político, ético, histórico, cultural e afirma:
 “A educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”. 
A partir desse prisma, veremos a seguir algumas considerações que evidenciam os saberes necessários à prática docente:
1.    A pesquisa como meio de aperfeiçoamento docente contínuo, logo, através desta, o mesmo poderá tanto atualizar seus conhecimentos como também estimular seus alunos ao mesmo hábito; 
2.    O respeito aos saberes dos alunos, advindos das experiências anteriores à sala de aula, bem como suas realidades e necessidades; 
3.    O comprometimento com a educação de qualidade e igualitária, visando a inserção de indivíduos ainda marginalizados, numa sociedade desigual e excludente, pois, somente por meio dessa educação ideal, os envolvidos nesse processo terão acesso a inclusão na sociedade vigente; 
4.    A reflexão constante da teoria aliada à prática docente, como forma de melhorar a próxima e, sendo assim, não perder o verdadeiro sentido;
5.    A relação que se estabelece entre educador e educando é alicerçada pelo princípio do aprendizado mútuo, não havendo uma verdade absoluta trazida pelo professor para a sala de aula, uma vez que o aluno já traz consigo conhecimentos prévios e, consequentemente, sua visão de mundo. 
6.    A ética como elemento essencial na prática educativa, pois, segundo afirmação de Paulo Freire, 
“nos tornamos capazes de comparar, de intervir, de decidir, de romper, por tudo isso, nos fizemos seres éticos” (FREIRE, 1996, p.16), 
Em outras palavras, somos seres histórico-sociais e, portanto, nos colocamos pela ética, respeitando a capacidade de cada um.
Paulo Freire considera que o docente não deve se limitar ao ensinamento dos conteúdos, mas, sobretudo, ensinar a pensar, pois: 
“pensar é não estarmos demasiado certos de nossas certezas”. (FREIRE, 1996, p. 28). 
O pensar de maneira adequada permite aos discentes se colocarem como sujeitos históricos, de modo a se conhecerem e ao mundo em que se inserem intervindo sobre o mesmo, isto é, aprende-se a partir dos conhecimentos existentes e daqueles que serão resignificados mais adiante.
Ensinar é, portanto, buscar, indagar, constatar, intervir, educar. O ato de ensinar exige conhecimento e, consequentemente, a troca de saberes. Pressupõe-se a presença de indivíduos que, juntos, trocarão experiências de novas informações adquiridas, respeitando também os saberes do senso comum e a capacidade criadora de cada um.
A verdadeira aprendizagem é aquela que transforma o sujeito, ou seja, os saberes ensinados são reconstruídos pelos educadores e educandos e, a partir dessa reconstrução, tornam-se autônomos, emancipados, questionadores, inacabados.
“Nas condições de verdadeira aprendizagem, os educandos vão se transformando em reais sujeitos da construção e da reconstrução do saber ensinado, ao lado do educador igualmente sujeito do processo”. (FREIRE, 1996, p. 26).  
Sob esse ponto de vista, percebemos a posição do educando como sujeito desse processo de reformulação do conhecimento, ao lado do educador. Ele passa a ser visto como agente e não mais como objeto, isto é, ambos fazem parte do processo ensino-aprendizagem numa concepção progressivista. 
O referido autor considera ainda que:
 “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção” (FREIRE, 1996, p. 21). 
Dito de outra forma, o docente deve transmitir o conhecimento buscando proporcionar ao discente a compreensão do que foi exposto e, a partir daí, permitir que o mesmo dê um novo sentido, quer dizer, a ideia é não dar respostas prontas, mas criar possibilidades, abrir oportunidades de indagações e sugestões, de raciocínio, de opiniões diversas etc. Jamais impedir as interações, as opiniões, os erros e os acertos, isto é, todos esses elementos permitirão que o aluno alcance o real conhecimento e continue a buscá-lo incessantemente de forma autônoma e prazerosa. 
RESUMO DO LIVRO - PAULO FREIRE “PEDAGOGIA DA AUTONOMIA” 
CAPÍTULO 1 - NÃO HÁ DOCÊNCIA SEM DISCÊNCIA
Ensinar não é transferir conhecimentos, conteúdos, nem formar é ação pela qual um sujeito criador dá forma, alma a um corpo indeciso e acomodado. Não há docência sem discência, as duas se explicam e seus sujeitos, apesar das diferenças, não se reduzem à condição de objeto, um do outro. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender.
Ensinar é mais que verbo-transitivo relativo, pede um objeto direto: quem ensina, ensina alguma coisa; pede um objeto indireto: a alguém, mas também ensinar inexiste sem aprender e aprender inexiste sem ensinar.
Só existe ensino quando este resulta num aprendizado em que o aprendiz se tornou capaz de recriar ou refazer o ensinado, ou seja, em que o que foi ensinado foi realmente aprendido pelo aprendiz.
.
ENSINAR EXIGE RIGOROSIDADE METODOLÓGICA
O educador democrático, crítico, em sua prática docente deve forçar a capacidade de crítica do educando, sua curiosidade, sua insubmissão. Trabalhar com os educandos a rigorosidade metódica. Para isso, ele precisa ser um educador criador, instigador, inquieto, rigorosamente curioso, humilde e persistente. Deve ser claro para os educandos. Educador e educandos, lado a lado, vão se transformando em reais sujeitos da construção e da reconstrução do saber. É impossível tornar-se um professor crítico, aquele que é mecanicamente um memorizador, um repetidor de frases e ideias inertes, e não um desafiador. Pensa mecanicamente. Pensa errado. Só pode ensinar certo quem pensa certo, mesmo que às vezes, pense errado. E uma das condições necessárias a pensar certo é não estarmos demasiados certos de nossas certezas. 
ENSINAR EXIGE PESQUISA 
Não há ensino sem pesquisa, nem pesquisa sem ensino. Enquanto ensino continua buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e para comunicar o novo.
ENSINAR EXIGE RESPEITO AOS SABERES DO EDUCANDO
 
A escola deve respeitar os saberes socialmente construídos pelos alunos na prática comunitária. Discutir com eles a razão de ser de alguns saberes em relação ao ensino dos conteúdos. Discutir os problemas por eles vividos. Estabelecer uma intimidade entre os saberes curriculares fundamental aos alunos e a experiência social que eles têm como indivíduos. Discutir as implicações políticas e ideológicas, e a ética de classe relacionada a descasos.
ENSINAR EXIGE CRITICIDADE
 Entre o saber feito de pura experiência e o resultante dos procedimentos metodicamente rigorosos, não há uma ruptura, mas uma superação que se dá na medida em que a curiosidade ingênua, associada ao saber do senso comum, vai sendo substituída pela curiosidade crítica.
ENSINAREXIGE ESTÉTICA E ÉTICA
 Somos seres históricos – sociais capazes de comparar, valorizar, intervir, escolher, decidir, romper e por isso, nos fizemos seres éticos. Só somos porque estamos sendo. 
Pensar certo demanda profundidade na compreensão e interpretação dos fatos. Não é possível mudar e fazer de conta que não mudou. Coerência entre o pensar certo e o agir certo. Não há pensar certo à margem de princípios éticos, se mudarem é uma possibilidade e um direito, cabe a quem muda assumir a mudança operada.
ENSINAR EXIGE A CORPOREIFICAÇÃO DA PALAVRA PELO EXEMPLO
O professor que ensina certo não aceita o “faça o que eu mando e não o que eu faço”. Ele sabe que as palavras às quais falta corporeidade do exemplo quase nada valem. É preciso uma prática testemunhal que confirme o que se diz em lugar de desdizê-lo.
ENSINAR EXIGE RISCO, ACEITAÇÃO DO NOVO E REJEIÇÃO A QUALQUER FORMA DE DISCRIMINAÇÃO. 
 O novo não pode ser negado ou acolhido só porque é novo, nem o velho recusado, apenas por ser velho. O velho que preserva sua validade continua novo. A prática preconceituosa de raça, classe, gênero ofende o ser humano e nega radicalmente a democracia.
É tarefa de o educador desafiar o educando com quem se comunica e a quem comunica, produzindo nele compreensão do que vem sendo comunicado. O pensar certo é intercomunicação dialógica e não polêmica.
ENSINAR EXIGE REFLEXÃO CRÍTICA SOBRE A PRÁTICA 
 Através da reflexão crítica sobre a prática de hoje ou de ontem é que se pode melhorar a próxima prática. E, ainda, quanto mais me assumo como estou sendo e percebo a razão de ser como estou sendo, mais me torno capaz de mudar.
ENSINAR EXIGE O RECONHECIMENTO E A ASSUNÇÃO DA IDENTIDADE CULTURAL 
A questão da identidade cultural não pode ser desprezada. Um simples gesto do professor pode impulsionar o educando em sua formação e auto-formação. A experiência informal de formação ou deformação que se vive na escola, não pode ser negligenciada e exige reflexão. Experiências vividas nas ruas, praças, trabalho, salas de aula, pátios e recreios são cheias de significação.
CAPÍTULO 2 - ENSINAR NÃO É TRANSFERIR CONHECIMENTO
Mas, criar possibilidades ao aluno para sua própria construção. Este é o primeiro saber necessário à formação do docente, numa perspectiva progressista. 
ENSINAR EXIGE CONSCIÊNCIA DO INACABAMENTO 
A existência envolve linguagem, cultura, comunicação em níveis profundos e complexos; a “espiritualização”, possibilidade de embelezar ou enfear o mundo fazdos homens seres éticos, portanto capazes de intervir no mundo, de comparar, ajuizar, decidir, romper, escolher. Seres capazes de grandes ações, mas também de grandes baixezas. Não é possível existir sem assumir o direito e o dever de optar, decidir, lutar.
ENSINAR EXIGE O RECONHECIMENTO DE SER CONDICIONADO
Na experiência educativa aberta à procura, educador e alunos curiosos, “programados, mas para aprender”, exercitarão tanto melhor sua capacidade de aprender e ensinar, quanto mais se façam sujeitos e não puros objetos do processo.
ENSINAR EXIGE RESPEITO À AUTONOMIA DO SER DO EDUCANDO
O professor autoritário e o licencioso são transgressores da eticidade. Ensinar, portanto, exige respeito à curiosidade e ao gosto estético do educando, à sua inquietude, linguagem, às suas diferenças. O professor não pode eximir-se de seu dever de propor limites à liberdade do aluno, nem de ensiná-lo. Deve estar respeitosamente presente à sua experiência formadora.
ENSINAR EXIGE BOM SENSO 
 Quanto mais pomos em prática de forma metódica nossa capacidade de indagar, aferir e duvidar, tanto mais crítico se faz nosso bom senso.O bom senso tem papel importante na nossa tomada de posição em face do que devemos ou não fazer, e a ele não pode faltar a ética.
ENSINAR EXIGE HUMILDADE, TOLERÂNCIA E LUTA EM DEFESA DOS DIREITOS DOS EDUCADORES. 
 A luta dos professores em defesa de seus direitos e dignidade deve ser entendida como um momento importante de sua prática docente, enquanto prática ética. Necessito cultivar a humildade e a tolerância, a fim de manter meu respeito de professor ao educando. Não é parar de lutar, mas reinventar a forma histórica de lutar.
ENSINAR EXIGE APREENSÃO DA REALIDADE 
O homem é um ser consciente que usa sua capacidade de aprender não apenas para se adaptar, mas, sobretudo para transformar a realidade. Somos os únicos seres que social e historicamente, nos tornamos capazes de apreender. Para nós, aprender é aventura criadora, é construir, reconstruir, constatar para mudar, e isto não se faz sem abertura ao risco. O papel fundamental do professor progressista é contribuir positivamente para que o educasse seja artífice de sua formação, e ajudá-lo nesse empenho. 
ENSINAR EXIGE ALEGRIA E ESPERANÇA 
 Esperança de que professor e alunos juntos podem aprender ensinar, inquietar-se, produzir e também resistir aos obstáculos à alegria. O homem é um ser naturalmente esperançoso. A esperança crítica é indispensável à experiência histórica que só acontece onde há problematização do futuro. Um futuro não determinado, mas que pode ser mudado.
ENSINAR EXIGE A COVICÇÃO DE QUE A MUDANÇA É POSSÍVEL 
O mundo não é, está sendo. Meu papel histórico não é só o de constatar o que ocorre, mas também o de intervir como sujeito de ocorrências. Constato não para me adaptar, mas para mudar a realidade.
ENSINAR EXIGE CURIOSIDADE 
É fundamental que alunos e professor se assumam epistemologicamente curiosos. Saibam que sua postura é dialógica, aberta, curiosa, indagadora e não apassivada, enquanto fala ou ouve.
CAPÍTULO 3 - ENSINAR É UMA ESPECIFICIDADE HUMANA
ENSINAR EXIGE SEGURANÇA, COMPETÊNCIA PROFISSIONAL E GENEROSIDADE. 
 A autoridade deve fazer-se generosa e não arrogante. Deve reconhecer a eticidade. O educando que exercita sua liberdade vai se tornando tão mais livre quanto mais eticamente vá assumindo as responsabilidades de suas ações. Testemunho da autoridade democrática deixa claro que o fundamental é a construção, pelo indivíduo, da responsabilidade da liberdade que ele assume. É o aprendizado da autonomia.
 
ENSINAR EXIGE COMPROMETIMENTO 
 
A maneira como os alunos me percebem tem grande importância para o meu desempenho. Devo revelar aos alunos, minha capacidade de analisar, comparar, avaliar; de fazer justiça, de não falhar à verdade. Meu testemunho tem que ser ético. O espaço pedagógico neutro prepara os alunos para práticas apolíticas. A maneira humana de se estar no mundo não é, nem pode ser neutra.
ENSINAR EXIGE COMPREENDER QUE A EDUCAÇÃO É UMA FORMA DE INTERVENÇÃO NO MUNDO 
Como professor sou a favor da luta contra qualquer forma de discriminação, contra a dominância econômica dos indivíduos ou das classes sociais, etc. Sou a favor da esperança que me anima apesar de tudo. 
ENSINAR EXIGE LIBERDADE E AUTORIDADE 
 A autonomia vai se constituindo na experiência de várias e inúmeras decisões que vão sendo tomadas. Vamos amadurecendo todo dia, ou não. A autonomia, enquanto amadurecimento do ser por si é processo; é vir a ser. Não posso aprender a ser eu mesmo se não decido nunca porque há sempre alguém decidindo por mim. Quanto mais criticamente assumo a liberdade, tanto mais autoridade ela tem para continuar lutando em seu nome.
ENSINAR EXIGE TOMADA CONSCIENTE DE DECISÕES 
É importante que o educador saiba que se a educação não pode tudo, alguma coisa fundamental ela pode. O educador crítico pode demonstrar que é possível mudar o país. E isto reforça nele a importância de sua tarefa político-pedagógico. Ele sabe o valor que tem para a modificação da realidade, a maneira consistente com que vive sua presença no mundo. Sabe que sua experiência na escola é um momento importante que precisa ser autenticamente vivido.
ENSINAR EXIGE SABER ESCUTAR 
 Aprendemos a escutar escutando. Somente quem escuta paciente e criticamente o outro, fala com ele, e sem precisar se impor. É preciso que quem tenha o que dizer saiba, que sem escutaro que quem escuta tem igualmente a dizer, termina por esgotar sua capacidade de dizer. Quem tem o que dizer deve assim, desafiar quem escuta, no sentido de que, quem escuta diga, fale, responda.
O espaço do educador democrático, que aprende a falar escutando, é cortado pelo silêncio intermitente de quem falando, cala para escutar a quem, silencioso, e não silenciado, fala. Não há inteligência da realidade sem a possibilidade de ser comunicada. O professor autoritário que recusa escutar os alunos impede a afirmação do educando como sujeito de conhecimento. 
ENSINAR EXIGE RECONHECER QUE A EDUCAÇÃO É IDEOLÓGICA
Como professor, devo estar advertido do poder do discurso ideológico. Ele nos ameaça de anestesiar a mente, de confundir a curiosidade, de distorcer a percepção dos fatos, das coisas. No exercício crítico de minha resistência ao poder manhoso da ideologia, vou gerando certas qualidades que vão virando sabedoria indispensável à minha prática docente. 
ENSINAR EXIGE DISPONIBILIDADE PARA O DIÁLOGO 
Como professor deve testemunhar aos alunos a segurança com que me comporto ao discutir um tema, analisar um fato. Aberto ao mundo e aos outros, estabeleço a relação dialógica em que se confirma a inclusão no permanente movimento na História. 
ENSINAR EXIGE QUERER BEM AOS EDUCANDOS
 Querer bem aos educandos e à própria prática educativa de que participo. Essa abertura significa que a afetividade não me assusta que não tenho medo de expressá-la. Seriedade docente e afetividade não são incompatíveis. Aberto ao querer bem significa minha disponibilidade à alegria de viver. Quanto mais metodicamente rigoroso me torno na minha busca e minha docência, tanto mais alegre e esperançoso me sinto.
Biografia sobre Paulo Freire
Paulo Reglus Neves Freire, educador brasileiro, nasceu no dia 19 de setembro de 1921, em Recife, Pernambuco. Foi alfabetizado pela mãe, que o ensinou a escrever com pequenos galhos de árvore no quintal da casa da família. Com 10 anos de idade, a família  mudou para a cidade de Jaboatão.
Na adolescência começou a desenvolver um grande interesse pela língua portuguesa. Com 22 anos de idade, Paulo Freire começa a estudar Direito na Faculdade de Direito do Recife. Enquanto cursava a faculdade de direito, casou-se com a professora primária Elza Maia Costa Oliveira. Com a esposa, teve cinco filhos e começou a lecionar no Colégio Oswaldo Cruz em Recife.
No ano de 1947 foi contratado para dirigir o departamento de educação e cultura do SESI, onde entra em contato com a alfabetização de adultos. Em 1958 participa de um congresso educacional na cidade do Rio de Janeiro. Neste congresso, apresenta um trabalho importante sobre educação e princípios de alfabetização. De acordo com suas ideias, a alfabetização de adultos deve estar diretamente relacionada ao cotidiano do trabalhador. Desta forma, o adulto deve conhecer sua realidade para poder inserir-se de forma crítica e atuante na vida social e política. 
A partir de suas primeiras experiências no Rio Grande do Norte, em 1963, quando ensinou 300 adultos a ler e a escrever em 45 dias, Paulo Freire desenvolveu um método inovador de alfabetização, adotado primeiramente em Pernambuco. Seu projeto educacional estava vinculado ao nacionalismo desenvolvimentista do governo João Goulart.
No começo de 1964, foi convidado pelo presidente João Goulart para coordenar o Programa Nacional de Alfabetização. Logo após o golpe militar, o método de alfabetização de Paulo Freire foi considerado uma ameaça à ordem, pelos militares. Viveu no exílio no Chile e na Suíça, onde continuou produzindo conhecimento na área de educação. Sua principal obra, Pedagogia do Oprimido, foi lançada em 1969. Nela, Paulo Freire detalha seu método de alfabetização de adultos. Retornou ao Brasil no ano de 1979, após a Lei da Anistia.
Demonstrava grande preocupação com o grande número de adultos analfabetos. Participou do movimento de Cultura Popular, organizado por Germano Coelho, Norma Coelho e Anita Paes Barreto, durante a administração de Miguel Arraes de Alencar. Desenvolveu o "Método Paulo Freire", que se tornou famoso em diversos países. Partindo de uma pesquisa do vocabulário usado pela população, no local onde seria aplicado o método, se desenvolvia todo o trabalho de alfabetização. Foi usado inicialmente no Rio Grande do Norte, com o apoio do então governador, Aluísio Alves.
Dedicou toda sua vida às atividades pedagógicas como escritor e professor da UNICAMP. Foi conferencista em diversas universidades e eventos educacionais. Militou no Partido dos Trabalhadores. Foi Secretário de Educação da Prefeitura de São Paulo, na gestão de Luiza Erundina. Após a morte de sua primeira esposa, casou-se com Ana Maria, uma ex-aluna do Colégio Oswaldo Cruz, com quem conviveu até sua morte.
Freire Faleceu de enfarte, em 2 de maio de 1997, em São Paulo.
PRINCIPAIS OBRAS DE PAULO FREIRE
Pedagogia do Oprimido
Paulo Freire, 1970.
Cartas à Guiné-Bissau: registros de uma experiência em Processo 
Paulo Freire, 1978.
Conscientização Teoria e Prática da Libertação 
Paulo Freire, 1979 
Uma Introdução ao Pensamento de Paulo Freire
Educação e Mudança 
Paulo Freire, 1979
Ação cultural para a liberdade
Paulo Freire, 1981.
Extensão ou comunicação?
Paulo Freire, 1983
Por uma Pedagogia da Pergunta 
Paulo Freire, 1985.
Medo e Ousadia – O Cotidiano do Professor
Paulo Freire, 1986.
A importância do ato de ler: em três artigos que se completam 
Paulo Freire, 1989.
Almanaque de Paulo Freire – Educar para Transformar 
Projeto Memória, 2005.
Pedagogia da Esperança – Um Reencontro com a pedagogia do Oprimido 
Paulo Freire, 1992.
Pedagogia: Diálogo e Conflito 
Paulo Freire, 1995.
Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa 
Paulo Freire, 1996.
Professora sim, tia não - Cartas a quem ousa ensinar 
Paulo Freire, 1997.
Pedagogia da Indignação – Cartas Pedagógicas e Outros Escritos
Paulo Freire, 2000.
Paulo Freire, sua visão de mundo, de homem e de sociedade 
Paulo Freire, 2001.
Política e Educação: Ensaios 
Paulo Freire, 2001.
Pensamento de Paulo Freire como matriz integradora de práticas educativas no meio popular 
Ciclo de seminários, 2008.
Educação como prática de Liberdade 
Paulo Freire
Educar para transformar
Paulo Freire - Livro Foto biográfico
Poema: "O Anarfabeto"
Campanha de Alfabetização de Adultos
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 43. ed., São Paulo: Paz e Terra, 2011.
http://pensador.uol.com.br/frases_de_paulo_freire/
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAbvwAE/resumo-livro-pedagogia-autonomia-paulo-freire