Reino Fungi: Características e Importância

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Fungos 
Professora: Vanessa Righetti 
Filogenia de consenso dos Eucariotos 
Dicarióticos 
Basidiomycota 
cogumelos, ferrugens, orelha 
de pau, carvão 
Ascomycota 
leveduras, bolores, 
Penicillium 
Glomeromycota 
micorrizas arbusculares e 
relacionados 
Zycomycota 
bolores de pão, Pilobolus, 
Rhizopus, Zigorhynchus 
Chytridiomycota 
fungos aquáticos 
Reino Fungi 
Reino Fungi 
• Monofilético. 
 
• Filos: Chytridiomycota, Zygomycota, Ascomycota e Basidiomycota. 
 
• As únicas características em comum com as plantas são a natureza séssil e a 
forma de crescimento multicelular. 
Leotia lubrica 
• O glicogênio é o principal 
polissacarídeo de reserva nos 
fungos, assim como nos 
animais e nas bactérias. A 
parede celular é constituída 
de quitina. 
 
• Todos os fungos 
apresentam envoltório 
nuclear persistente durante a 
divisão celular. 
Reino Fungi 
• Existem duas formas de crescimento: multicelulares filamentosas, 
predominantes no reino, e unicelulares. 
• Os filamentos são denominados hifas, e o conjunto de hifas é 
denominado micélio. 
• Todos os fungos são heterótrofos, agindo 
como sapróbios, parasitas ou simbiontes mutualistas. 
 Hifas (hyphe: teia) 
Reino Fungi 
Micélio (mykes: fungo) 
Reino Fungi 
Saccharomyces cerevisiae 
Sapróbio: Orelha-de-pau (Basidiomycetes) 
crescendo sobre uma cerca. Parasita: Laurobasidium lauri 
Líquen fruticoso (em amarelo). Líquen crostoso; Caloplaca rosei. 
Líquen folioso; 
Parmelia 
sulcata. 
simbiontes mutualistas 
• Os fungos liberam enzimas que digerem o alimento no meio extracelular e a 
absorção dos nutrientes é realizada principalmente pelo ápice da hifa ou 
nas proximidades dessa região. 
• Alguns fungos, principalmente leveduras, obtêm energia por meio da 
fermentação. 
Saccharomyces cerevisiae 
Reino Fungi 
• O ciclo de vida dos fungos apresenta meiose zigótica, à exceção 
do filo Chytridiomycota, fazendo com que a única fase diploide seja 
representada pelo próprio zigoto. 
Mitose 
2n 
Reino Fungi 
• Sexuados e assexuados. 
 
• Quando sua origem ocorre 
por divisão meiótica, são 
denominados esporos 
sexuados, e quando sua 
origem ocorre por divisão 
mitótica, são 
denominados esporos 
assexuados. 
 
Origem dos esporos 
Rhizopus stolonifer Rhizopus stolonifer 
Importância Ecológica e Econômica 
• Os fungos são ecologicamente importantes como decompositores, 
têm importância nas áreas médica e econômica, destacando-se 
como pragas,patógenos e produtores de metabólitos. 
nitrogênio, minerais e CO2. 
Basidiomiceto 
Importância Ecológica e Econômica 
• médica e econômica. 
Os dermatófitos (do grego: derma, pele + phyton, planta), são causadores de 
tinhas, pé-de-atleta e outras doenças de pele. Tais doenças predominam nos 
trópicos. As fases patogênicas desses fungos são assexuadas, mas a maioria 
desses organismos são agora correlacionados aos ascomicetos. No entanto, 
eles continuam a ser classificados como fungos conidiais com base na fase 
que produz a doença. 
Figuras: (a) Epidermophyton floccosum, um fungo microscópico causador de 
dermatoses. (b) Doença conhecida como frieira. 
• Trichoderma harzianum, um deuteromiceto comum nos solos, tem muitas 
aplicações comerciais. 
• As enzimas que degradam celulose, produzida por Trichoderma, são 
utilizadas pelas indústrias de confecções para dar ao jeans o aspecto lavado 
(“stone-washed”). As mesmas enzimas são adicionadas na remoção da 
sujeira. 
• Trichoderma é também usado por agricultores no controle biológico de 
outros fungos que atacam culturas e árvores florestais. 
Importância Ecológica e Econômica 
econômica 
• São doenças que causam lesões pretas nas plantas, são produzidas 
por deuteromicetos (ou fungos conidiais). 
Importância Ecológica e Econômica 
pragas 
Antracnoses 
Colletotrichum 
gloeosporioides 
• A penicilina tem ação em grande variedade de doenças 
causadas por bactérias, incluindo pneumonia, escarlatina, 
sífilis, gonorreia, difteria e febre reumática. 
 
 
Importância Ecológica e Econômica 
 produtores de metabólitos 
Penicillium notatum 
Crinipellis perniciosa Hemileia vastatrix 
Aspergillus flavus 
São predominantemente 
aquáticos. 
 
Possuem hifas asseptadas, 
cenocíticas, com poucos 
septos na maturidade. 
 
O ciclo de vida difere de todos 
os demais filos por 
apresentar meiose espórica e 
alternância de gerações. 
 
Tanto gametas quanto esporos 
são flagelados*, as únicas 
células móveis encontradas no 
reino Fungi (Filo mais basal). 
Filo Chytridiomycota 
Cladochytrium replicatum 
Ancestrais protozoários Coanoflagelados 
Figura: A seta indica a hifa asseptada de Allomyces sp., uma estrutura 
produtora de esporos ou gametas. 
Meiose espórica 
 Alternância de 
gerações 
isomórficas. 
 A divisão 
meiótica 
leva à 
formação 
de 
esporos 
haploides 
por um 
indivíduo 
diploide 
Allomyces arbuscula 
Batrachochytrium dendrobatidis - morte de rãs em todo o mundo. 
Prejuízos econômicos 
Patógenos de plantas 
Physoderma maydis e P. alfalfae, que causam a mancha marrom 
do milho e a verrugose da alfafa, e Synchytrium endobioticum que 
causa a verrugose preta da batata. 
Filo Zygomycota 
Podem ser de vida livre, parasitas de plantas e animais ou 
simbiontes. Quando de vida livre, ocorrem no solo ou sobre 
restos de matéria orgânica, e quando em associações simbióticas 
com raízes de plantas, formam endomicorrizas. 
Apresenta forma leveduroide ou hifas asseptadas que formam 
estolões. 
Esporângio 
Pilobolus sp. 
Zygorhynchus heterogamus 
Rhizopus stolonifer 
Entomophthorales e Glomus (crescem em íntima associação com as raízes das 
plantas, formando as endomicorrizas). 
Fusão de núcleos celulares haploides, com formação de zigotos diploides. 
Figura: Apresenta reprodução sexuada no seu ciclo, apesar de se reproduzir mais frequentemente 
por reprodução assexuada. 
Rhizopus stolonifer 
plasmogamia / cariogamia 
Filo Ascomycota 
Formas unicelular e multicelular. Suas hifas possuem septos perfurados. A 
reprodução assexuada é feita por conídios, esporos assexuados formados no 
ápice de hifas modificadas, os conidióforos. 
Neurospora 
Na reprodução sexuada, com o encontro de duas hifas haploides distintas, ocorre 
a plasmogamia e um novo conjunto de hifas dicarióticas é formado. 
União dos protoplastos de duas células. 
Figura: Esquema evidenciando a ocorrência de plasmogamia, no ciclo de vida de um 
ascomiceto típico. 
Aleauria rhenana 
As hifas dicarióticas formam um corpo de frutificação 
chamado ascoma, que, no caso de ser macroscópico, pode 
apresentar três formas: apotécio, cleistotécio e peritécio. No 
ascoma, na região do himênio, ocorrerá a cariogamia e formação 
do zigoto nas células em forma de gancho, que passam a ser 
chamadas ascos. 
Aleauria rhenana 
Apotécio é um 
ascoma aberto, 
em forma de 
xícara ou pires. 
Scutellinia scutellata 
Cleistotécio 
é um 
ascoma 
esférico e 
fechado. 
Erysiphe aggregata 
Peritécio é um ascoma esférico ou em forma de 
garrafa com algum tipo de abertura. 
Coniochaeta 
Himênio (hymen: membrana) 
Tecido de revestimento onde se formam os ascos num ascoma ou basídios num 
basidioma. 
Figura: Esquema representativo do himênio de Morchella sp. 
Penicilliumdigitatum e P. italicum 
Bolores verde-azulados 
Leveduras 
Penicillium candidum Penicillium roqueforti 
Queijo Brie 
Os ascomas crescem enterradas no solo e permanecem fechados, liberando os ascósporos 
somente quando os ascomas apodrecem ou se rompem pela ação de animais cavadores. 
São micorrízicas, principalmente associadas a carvalhos e aveleiros. 
Tuber melanosporum 
Em cada embalagem de dois 
"sprays" contém, pelo menos, 4 
gramas de produto liofilizado, o 
equivalente a cerca de 40 gramas 
de trufas negras frescas. 
Filo Basidiomycota 
Possuem hifas septadas com poros. Ocorre um tipo de poro especial com 
margens infladas chamado doliporo. Embora sejam característicos de 
Basidiomycota estão ausentes em alguns grupos. 
Margem inflada ou em forma de 
barril que ocorre no poro do septo 
Auricularia auricula 
G = depósito de glicose; P = parentossomo. 
Classe Basidiomycetes 
Inclui dois grupos artificiais, os Gasteromycetes e os Hymenomycetes. 
Geastrum saccatum. 
Lycoperdon perlatum 
Crucibulum laeve 
Os Gasteromycetes são caracterizados pelos basidiósporos maduros 
permanecerem dentro do basidioma e necessitarem de algum estímulo 
mecânico ou agentes externos (água ou insetos) para que sejam liberados. 
Perídio 
Classe Basidiomycetes 
Amanita muscaria Figuras: (a) Psilocybe mexicana. (b) Psilocibina, 
composto químico responsável por visões 
coloridas experimentadas por aqueles que 
comem esse cogumelo “sagrado”, tem estrutura 
análoga ao LSD e à mescalina. 
Agaricus bisporus 
Os Hymenomycetes são caracterizados por produzirem basidiósporos em 
um himênio exposto, camada fértil onde ocorrem cariogamia e meiose. 
Lentinula edodes 
Shiitakes 
Pleurotus ostreatus 
Shimejis 
São fitopatógenos, e dentre as 
doenças mais sérias estão a 
ferrugem-preta dos cereais, a 
ferrugem-branca dos pinheiros, as 
ferrugens do café, da maçã e do 
amendoim. Tem grande importância 
econômica. Esta classe contém 
fungos comumente referidos 
como ferrugens, que diferente dos 
Basidiomycetes, não formam 
basidiomas. Seus esporos ocorrem 
em aglomerados, denominados soros, 
nas superfícies das folhas dos 
hospedeiros. O ciclo de vida dessa 
classe é heteroécio, isto é, requer dois 
hospedeiros diferentes para completar 
o ciclo, o que faz dos Teliomycetes 
grandes desafios aos fitopatologistas. 
Classe Teliomycetes 
Puccinia sp. 
Classe Ustomycetes 
São parasitas de angiospermas e são comumente referidos como 
carvões. O nome “carvão” é devido a aparência escura, fuliginosa 
e pulverulenta dos esporos de resistência. Economicamente são 
muito importantes. 
Ustilago maydis Ustilago avenae Tilletia tritici 
O ciclo de vida de um carvão é auto-écio (requer somente um hospedeiro), e 
não ocorre a formação de basidiomas, sendo que os esporos podem ocorrer 
em soros ou tumores grandes. 
Leveduras 
Não são um grupo dentro do Reino Fungi, mas sim uma forma de crescimento 
de fungos unicelulares que ocorrem principalmente nos ascomicetos, seguidos 
pelos basidiomicetos e zigomicetos. 
 
As leveduras são economicamente importantes, pois são fontes de dióxido de 
carbono (CO2) e etanol. 
 
Algumas leveduras podem ser patogênicas ao homem, provocando 
sapinho e criptococose. Embora o principal modo de reprodução seja por 
brotamento, a fusão de duas células haploides dão origem a um zigoto que 
sofrerá meiose e funcionará como um asco. 
Candida albicans 
Cryptococcus neoformans 
Fungos Conidiais 
Também são conhecidos como deuteromicetos ou Fungi Imperfecti. É um 
grupo artificial, pois as características da reprodução sexuada não são 
conhecidas ou não podem ser utilizadas como base principal de classificação. 
 
Baseado em características gerais, acredita-se que muitos fungos conidiais 
seriam ascomicetos e poucos seriam basidiomicetos ou zigomicetos. 
 
A maioria tem como característica fundamental a reprodução assexuada 
através da produção de conidióforos e conídios, que podem estar espalhados 
no micélio ou agrupados em outras estruturas. 
Hifas nas quais são produzidos 
um ou mais conídios. 
Figura: Dois conidióforos do 
gênero Periconia (setas 
amarelas). 
Há muitos fungos conidiais de grande importância econômica. Podem causar 
doenças às plantas como as antracnoses. Aos seres humanos causam 
dermatoses (tinhas, pé-de-atleta) e intoxicações através de micotoxinas 
carcinogênicas (aflatoxinas) provenientes de fungos que crescem 
frequentemente sobre alimentos estocados. 
 
Também podem trazer diversos benefícios econômicos e podem ter valor 
na indústria têxtil e como controle biológico de outros fungos. Sua utilização na 
indústria farmacêutica é marcada pela produção de antibióticos como 
a penicilina. 
Fungos Conidiais 
Colletotrichum gloeosporioides Epidermophyton floccosum 
Aflatoxina é a denominação dada a um grupo de substâncias 
muito semelhantes, que são tóxicas para o homem e para os 
animais. Elas são produzidas principalmente pelos 
fungos Aspergillus flavus e Aspergillus parasiticus, que se 
desenvolvem sobre muitos produtos agrícolas e alimentos 
quando as condições de umidade e temperatura ambiente são 
favoráveis. 
Fungos Conidiais 
Liquens 
São associações simbióticas mutualísticas entre um fungo, micobionte, e 
uma alga verde ou cianobactéria (N fixado), fotobionte. 
 
Os fungos ainda são capazes de controlar a divisão celular das algas. 
 
A classificação dos liquens é baseada no organismo micobionte e a maioria 
dos micobiontes pertence ao filo Ascomycota, sendo poucos pertencentes aos 
Basidiomycota. 
 
Os fotobiontes mais frequentes 
sãoTrebouxia, Pseudotrebouxia, Trentepohlia e Nostoc. 
 
Existem três formas de crescimento nos liquens: 
Liquens 
Caloplaca rosei 
Parmelia sulcata 
Evernia prunastri 
Fruticoso 
Crostoso 
Folioso 
Arborescente 
Micorrizas c São associações mutualísticas entre fungos e raízes. 
 
Endomicorrizas c Penetram nas células da raiz, podendo formar ramificações 
extensas (arbúsculos) ou até mesmo intumescimentos terminais (vesículas). 
O fungo mais comum pertence ao zigomiceto. 
 
Ectomicorrizas c Circundam as células da raiz. 
O fungo mais comum pertence ao basidiomiceto e alguns ascomicetos (trufas 
e Morchella). 
 
A seta indica uma vesícula, produzida por 
uma espécie de Glomus no interior de uma 
raiz. Plântula de Pinus contorta.