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UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA

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UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA – JOAÇABA 
ÁREA DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE 
CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS 
 
 
 
 
MAILA JÉSSICA BARROS 
THATIANE APARECIDA RAMOS 
 
 
 
 
 
 
RESPIRAÇÃO ANAERÓBICA: ANÓXICA DE HIDROCARBONETOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
JOAÇABA, SC 
2014 
 
MAILA JÉSSICA BARROS 
THATIANE APARECIDA RAMOS 
 
 
 
 
RESPIRAÇÃO ANAERÓBICA: ANÓXICA DE HIDROCARBONETOS 
 
 
 
Trabalho apresentado à disciplina de 
Microbiologia do Curso de Ciências Biológicas, 
Área das Ciências Biológicas e da Saúde, da 
Universidade do Oeste de Santa Catarina, 
Campus Joaçaba. 
 
 
 
Professor: Roberto Degenhardt 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
JOAÇABA, SC 
2014 
 
Apesar de os animais requererem oxigênio molecular (O2), muitos micro-
organismos são capazes e necessitam viver na total ausência de oxigênio. O oxigênio é 
pouco solúvel em água e, devido às atividades respiratórias constantes de micro-
organismos em hábitats aquáticos ou úmidos, o O2 pode ser rapidamente exaurido. 
Assim, hábitats microbianos anóxicos são comuns na natureza, incluindo lodos e outros 
sedimentos, brejos e pântanos, solos encharcados, tratos intestinais de animais e muitos 
outros (MADIGAN et al, 2010) 
Segundo Madigan et al 2010, os micro-organismos variam quanto as suas 
necessidades ou tolerância a oxigênio, alguns organismos não são capazes de respirar 
oxigênio, estes são denominados anaeróbicos. Há dois tipos de anaeróbicos, os 
aerotolerantes, que toleram e crescem na presença de oxigênio, embora não o utilizem, e 
os anaeróbios obrigatórios, que são inibidos ou mortos pelo O2. Até o momento a 
anaerobiose obrigatória é encontrada em somente três grupos de micro-organismos: uma 
grande variedade de procariotos, alguns fungos e alguns protozoários. 
Algumas características das bactérias propiciam sua adaptação a várias 
condições ambientais, como seu crescimento rápido, versatilidade metabólica, 
plasticidade genética e rápida adaptação a variações do meio. Para sua sobrevivência e 
crescimento, bactérias necessitam basicamente de energia, carbono e nutrientes 
(TONINI, REZENDE, GRAVITOL, 2010). 
Os hidrocarbonetos são compostos orgânicos formados por carbono e 
hidrogênio, e de acordo com sua estrutura, são classificados como saturados, 
insaturados e aromáticos (PEREIRA, GOMES, SÊMEDO, 2012). A degradação dos 
hidrocarbonetos em condições estritamente anóxicos foi confirmada no final da década 
de 1980, e demonstra que alguns passos enzimáticos chave na biodegradação de 
hidrocarbonetos anaeróbicos envolvem micro-organismos versáteis e singulares 
bioquimicamente, ativando hidrocarbonetos por mecanismos novos, que diferem 
completamente daqueles utilizados no metabolismo aeróbico (TONINI, REZENDE, 
GRAVITOL, 2010). 
Os compostos benzeno, tolueno, etilbenzeno e xilenos (BTEX) são 
hidrocarbonetos monoaromáticos, contaminantes comuns de solos e água esses 
compostos podem chegar ao meio ambiente através de descarga dos efluentes 
industriais, acidentes durante o processo de produção, transporte e estocagem de 
produtos químicos e de produtos derivados do refino do petróleo, em especial a 
gasolina. Considerando as grandes quantidades de hidrocarbonetos contaminantes no 
ambiente e sua elevada toxicidade, existe uma grande preocupação em remover tais 
compostos do meio. Os métodos químicos e físicos disponíveis, muitas vezes, não são 
capazes de promover a remoção efetiva dos elementos. Uma alternativa promissora a 
esses processos, devido ao seu custo relativamente baixo e alta eficiência, é a 
degradação biológica dos contaminantes, chamada de biorremediação (RESENDE, 
2007). 
Conforme Tonini, Rezende, Gravitol (2010), muitos ambientes poluídos por 
hidrocarbonetos são anóxicos, como por exemplo, aquíferos, sedimentos aquáticos e 
solos submersos. Em tais condições, a biodegradação é realizada por micro-organismos 
anaeróbicos estritos, ou facultativos, utilizando aceptores de elétrons como o nitrato, 
sulfato redutores, redutores de Fe
3+
, ou outros aceptores. Segundo Pereira, Gomes, 
Sêmedo (2012), a oxidação pode acontecer tanto de maneira aeróbica quanto 
anaeróbica, e nesta as combinações inorgânicas vão ser oxidados em nitrato, íons de 
metal, sulfatos, ou gás carbônico, embora seu valor energético seja menor. 
De acordo com Resende (2007), a biodegradação anaeróbia é o processo que 
prevalece em situações onde a atividade da microbiota indígena aeróbia resulta em uma 
rápida depleção do oxigênio dissolvido, como em águas subterrâneas contaminadas, 
solos sedimentos e biorreatores, entre outros. 
Os substratos para os organismos anaeróbicos são mais restritos que para os 
organismos aeróbicos. A completa oxidação destes substratos é obtida por uma série de 
etapas e combinações de atividades de uma diversidade de micro-organismos, dentre as 
quais se encontram as fermentadoras, as nitrato redutoras, as sulfato redutoras e as 
metanogênicas. Sob condições de ausência de oxigênio a degradação de grande parte da 
matéria orgânica pode ocorrer através da metanogênese (PEREIRA, GOMES, 
SÊMEDO, 2012). 
O processo anaeróbico no ambiente ocorre por meio de dois estágios, dos quais, 
o primeiro atua uma diversidade de bactérias anaeróbicas heterogêneas, que são 
agrupadas sob denominação de bactérias formadoras de ácidos. No segundo estágio, 
ocorre o processo de hidrólise enzimática, pela ação de bactérias que transformam 
proteínas em polipeptídios e depois em ácidos aminados simples, os carboidratos em 
açucares e as gorduras em glicerol. Os ácidos aminados, açucares e glicerol formados 
por hidrólise enzimática são solúveis em água e convertidos em ácidos orgânicos 
através do processo de fermentação (PEREIRA, GOMES, SÊMEDO, 2012). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
MADIGAN Michael et al. Microbiologia de Brock. 12° Ed. 2010. 
PEREIRA, Drielle Seabra; GOMES, Rosane Canutto; SEMÊDO, Luzia T.A.S. 
Potencial das Actinobactérias na Biodegradação de Hidrocarbonetos. Revista 
eletrônica TECCEN, Vassouras. Vol. 5, n° 2, p 71-96, mai/ago. 2012. 
RESENDE, Alessandra Abrão. Mecanismos gerais de degradação bacteriana dos 
compostos hidrocarbonetos monoaromáticos: benzeno, tolueno, etilbenzeno e 
xileno (BTEX). Monografia (Especialização), Departamento de Microbiologia do 
Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Minas Gerais. Belo 
Horizonte, 2007. 
TONINI, Rita Maria Costa Welter; REZENDE, Carlos Eduardo de; GRATIVOL, 
Adriana Daudt. Degradação e Bioerremediação de Compostos de Petróleo por 
Bactéria: Revisão. O ecol. Aust., 14(4): 1027-1035. 2010.

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