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FICHAMENTO - Durkheim A Divisão do Trabalho Social, cap. 2 SOLIDARIEDADE MECÂNICA

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DURKHEIM, Émile. Da Divisão do Trabalho Social. Martins Fontes – 1995. Pág. 39-56, 78-83
-“O vínculo de solidariedade social a que corresponde o direito repressivo é aquele cuja ruptura constitui o crime.” (pág. 39)
- Necessário encontrar as causas da pena e em que consiste essencialmente o crime.
- Crimes: “Atos reprimidos por castigos definidos.” (pág. 40) “ A única característica comum a todos os crimes é que eles consistem...em atos universalmente reprovados pelos membros de cada sociedade. (pág. 43) Necessário evidenciar as características idênticas em todas as variedades criminológicas. 
- “Embora o ato criminoso seja certamente prejudicial à sociedade, nem por isso o grau de nocividade que ele apresenta é regularmente proporcional à intensidade da repressão que ele recebe.” (pág. 41)
- Os atos criminosos são aqueles que parecem prejudiciais à sociedade que os reprime. As regras penais não exprimem as condições essenciais da vida social, mas as que parecem sê-lo para o grupo que as observa? > essa explicação não nos faz compreender por que razão as sociedades se impuseram práticas que não lhes eram úteis.
- “O crime melindra sentimentos que se encontram em todas as consciências sadias de um mesmo tipo social... Hoje são os sentimentos altruístas que apresentam essa característica da maneira mais acentuada; mas houve um tempo, muito próximo de nós, em que os sentimentos religiosos, domésticos e mil outros sentimentos tradicionais tinham exatamente os mesmos efeitos.” (pág. 43)
- sentimentos comuns a grande média dos indivíduos da mesma sociedade definem o crime nesta sociedade. Caso isso não se verifique encontramos um estado patológico.
- “ Todo direito escrito tem um duplo objeto: impor certas obrigações, definir as sanções ligadas a estas.” (pág. 44)
- O direito penal explica as penas, mas não as regras sobre o qual as penas estão embasadas. Motivo: as regras são conhecidas e aceitas por todos.
- “Se as regras cuja violação é punida pela pena não precisam receber uma expressão jurídica, é porque não são objeto de nenhuma contestação, é porque todo o mundo sente a sua autoridade.” (pág. 45)
- é por isso que o funcionamento da justiça repressiva tende a permanecer difuso, a sociedade inteira participa numa medida mais ou menos vasta. 
- o direito penal evolui lentamente, devido a força dos sentimentos coletivos a que corresponde.
- Não basta que os sentimentos sejam fortes, devem também ser precisos, relativos a uma prática bem definida. Sentimentos como o amor filial ou a caridade são aspirações muito vagas, apesar de serem sentimentos gerais, para se consolidarem na lei penal.
- “Por isso as regras penais são notáveis por sua nitidez e precisão, enquanto as regras puramente morais têm, em geral, algo de impreciso.Sua natureza indecisa faz até que, com frequência seja difícil dar-lhes uma fórmula taxativa” (pág. 49) 
- “O conjunto das crenças e dos costumes comuns à média dos membros da mesma sociedade forma um sistema determinado que tem vida própria; podemos chamá-lo de consciência coletiva ou comum. Sem dúvida, ela não tem por substrato um órgão único; ela é, por definição; difusa em toda a extensão da sociedade, mas tem,ainda assim, características específicas que fazem dela uma realidade distinta. De fato ela é independente das condições particulares em que os indivíduos se encontram: eles passam, ela permanece [...] Ela é, pois, bem diferente das consciências particulares, conquanto seja realizada nos indivíduos. Ela é o tipo psíquico a sociedade, tipo que tem suas propriedades, suas condições de existência, seu modo de desenvolvimento, do mesmo modo que os tipos individuais, muito embora de outra maneira.”
- Um ato é criminoso quando ofende os estados fortes e definidos da consciência coletiva. Não o reprovamos por ser um crime, mas é um crime, porque o reprovamos.
-“onde quer que um poder diretor se estabeleça, sua principal função é fazer respeitar as crenças, as tradições, as práticas coletivas, isto é, defender a consciência comum contra todos os inimigos de dentro como de fora.” (pág. 55)
- “ O crime não é apenas a lesão de interesses, inclusive consideráveis, é uma ofensa a uma autoridade de certa forma transcendente. Ora, experimentalmente, não há força moral superior ao indivíduo, salvo a coletiva.” (pág.56)
pág. 78-83
- As regras sancionadas pela pena exprimem as similitudes sociais mais essenciais. 
- O direito penal simboliza uma espécie de solidariedade, na qual, “não só todos os membros do grupo são individualmente atraídos uns pelos outros, por se assemelharem, mas também são apegados ao que é a condição de existência desse tipo coletivo, isto é, a sociedade que formam por sua reunião.” (pág. 79) Não só os cidadãos se amam, mas amam sua pátria. 
- “Há em nós duas consciências: uma contém apenas estados que são pessoas a cada um de nós e nos caracterizam, ao passo que os estados que a outra compreende são comuns a toda a sociedade[...] Ora, embora distintas essas duas consciências são ligadas uma à outra, pois em suma, elas constituem uma só coisa, tendo para as duas um só e mesmo substrato orgânico. Logo, elas são solidárias. Daí resulta uma solidariedade sui generis que, nascida das semelhanças, vincula diretamente o indivíduo à sociedade” (pág. 79) – solidariedade mecânica
- Essa solidariedade não consiste só no apego do indivíduo ao grupo, mas torna harmônico o detalhe dos movimentos.
- É expressa pelo direito repressivo, ele classifica crimes como sendo de dois tipos: ou são muito diferentes do agente que as realiza e o tipo coletivo, ou ofendem o órgão da consciência comum.
- “do mesmo modo que o tipo individual, o tipo coletivo formou-se sob o império de causas muito diversas, e até de encontros fortuitos. Produto do desenvolvimento histórico, ele traz a marca de circunstâncias de toda a sorte que a sociedade atravessou em sua história.” (pág. 80)
- Função da pena: manter intacta a coesão social, mantendo toda a vitalidade da consciência comum. “Assim, ao mesmo tempo em que é um produto necessário das causas que a geram, essa dor não é uma crueldade gratuita. É o sinal a atestar que os sentimentos são sempre coletivos, que a comunhão dos espíritos na mesma é permanece íntegra e, cm isso, repara o mal que o crime fez à sociedade.” (pág. 82)
- existe uma solidariedade social proveniente do fato de que existe uma consciência coletiva. O direito repressivo representa ela. Quanto mais houver relações diversas em que esta última faz sentir sua ação, mais ela cria vínculos que ligam o indivíduo ao grupo, e mais, por conseguinte, a coesão social deriva completamente dessa causa e traz a sua marca.