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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE FÍSICA CURSO DE ENGENHARIA DE COMPUTAÇÃO Prática 04: Movimento Retilíneo Uniformemente Variado ALUNO: Alan de Abreu Estevão MATRÍCULA: 385179 TURMA: 38 DISCIPLINA: Física Experimental para Engenharia PROFESSOR: Aurélio Wilson DATA: 16/05/2016 HORÁRIO: 14:00 – 16:00 Fortaleza, Ceará 2016 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 3 2. OBJETIVOS ........................................................................................................ 5 3. MATERIAL ......................................................................................................... 5 4. PROCEDIMENTO .............................................................................................. 6 4.1. Resultados obtidos através dos experimentos .................................................. 7 4.2. Gráfico da posição em função do tempo (𝒙 × 𝒕) .................................................. 8 4.3. Gráfico da posição em função do quadrado do tempo (𝒙 × 𝒕𝟐) ....................... 8 4.4. Gráfico da velocidade em função do tempo (𝒗 × 𝒕) ............................................ 9 4.5. Gráfico da aceleração em função do tempo (𝒂 × 𝒕) ........................................... 9 5. QUESTIONÁRIO ..................................................................................................... 10 6. CONCLUSÃO ........................................................................................................... 11 BIBLIOGRAFIA .............................................................................................................. 11 3 1. INTRODUÇÃO O relatório que segue faz referência à descrição dos experimentos realizados durante uma aula de Física Experimental, na qual o principal objeto de estudo foi o Movimento Retilíneo Uniformemente Variado (MRUV), sendo este um dos conceitos que baseiam uma das principais áreas da Física, a Mecânica. O Movimento Retilíneo Uniformemente Variado (MRUV) ocorre quando um corpo se desloca através de uma trajetória retilínea e no decorrer do seu movimento a velocidade varia de modo uniforme, sendo que essa variação na velocidade é sempre a mesma para intervalos de tempos iguais. A principal característica do Movimento Retilíneo Uniformemente Variado (MRUV), é que como a velocidade varia, há a ocorrência de aceleração, que permanece constante, mas diferente de zero, ao longo da trajetória realizada por determinado corpo em movimento, com isso a representação gráfica da aceleração com relação ao tempo é uma função constante mostrada na Fig. 1. Porém essa aceleração pode ser positiva ou negativa. Isso acontece porque ela depende diretamente da velocidade do corpo que realiza o movimento. Se a velocidade está aumentando com relação a um intervalo de tempo, a aceleração continuará constante, mas será positiva, e o corpo estará acelerando, sendo classificado como Movimento Retilíneo Uniformemente Acelerado (Fig. 1a). Já quando a velocidade está decrescendo com relação a um intervalo de tempo, concluímos que o corpo está parando seu movimento, ou seja, há uma desaceleração, assim classificado como Movimento Retilíneo Uniformemente Retardado (Fig. 1b). (a) (b) Fig. 1 – Gráficos da aceleração em função do tempo. (a) Aceleração positiva. (b) Aceleração negativa. Fonte: Laboratório de Física – Universidade de Brasília – UnB. (2016). 4 Os principais elementos do Movimento Retilíneo Uniformemente Variado são a posição (ou deslocamento), a velocidade, e a aceleração, que são analisados de acordo com um determinado intervalo de tempo, durante o qual o corpo, móvel ou objeto executa o movimento. É possível encontrar os valores de todos eles através de equações matemáticas bem definidas, e também observar graficamente o comportamento destes. Como nesse tipo de movimento a aceleração é constante, podemos utilizar a equação da aceleração escalar média, que corresponde aos gráficos da Fig. 1: 𝑎 = 𝑎𝑚 = ∆𝑣 ∆𝑡 = 𝑣𝑓 − 𝑣0 𝑡𝑓 − 𝑡0 Para encontrarmos a velocidade, é preciso que consideremos 𝑡0 = 0, e através da equação da aceleração obtemos: 𝑎 = 𝑣𝑓 − 𝑣0 𝑡 ⇒ 𝑣𝑓 − 𝑣0 = 𝑎𝑡 𝒗𝒇 = 𝒗𝟎 + 𝒂𝒕 Graficamente essa equação pode ser representada de acordo com a Fig. 2, que apresenta-se como uma função do 1ª grau portanto uma reta O deslocamento (ou posição) é encontrado através do cálculo da área sob a reta da velocidade, ou seja, a área do trapézio. 𝐴 = (𝐵 + 𝑏) 2 ℎ ⇒ ∆𝑆 = 𝑣𝑓 + 𝑣0 2 𝑡 Onde: 𝑣𝑓 = 𝑣0 + 𝑎𝑡, portanto: ∆𝑆 = 𝑣0 + 𝑎𝑡 + 𝑣0 2 𝑡 ⇒ 2𝑣0 2 + 𝑎𝑡2 2 ∆𝑆 = 𝑣0𝑡 + 𝑎𝑡2 2 ⇒ 𝑺 = 𝑺𝟎 + 𝒗𝟎𝒕 + 𝒂𝒕𝟐 𝟐 As equações acima descritas são as mais utilizadas. No entanto, todas elas necessitam da informação de tempo para sua resolução, que muitas vezes, não está disponível. Para resolver tal problema, foi que o físico e matemático italiano Evangelista Torricelli (Fig. 3) desenvolveu uma equação que relaciona diretamente os três elementos do Movimento Retilíneo Fig. 2 – Gráfico da velocidade com relação ao tempo Fonte: Só Física. (2016) Fig. 3 – Evangelista Torricelli Fonte: Brasil Escola. (2016). 5 Uniformemente Variado (MRUV), sem ter que conhecer o intervalo de tempo. Apesar de fazer diversas descobertas importantes em sua carreira, Torricelli é mais conhecido por esta equação, que é em sua homenagem denominada equação de Torricelli que é obtida substituindo-se a equação da velocidade na equação do deslocamento: 𝒗𝒇 𝟐 = 𝒗𝟎 𝟐 + 𝟐𝒂∆𝑺 2. OBJETIVOS Os principais objetivos desta prática de Física Experimental foram: Reconhecer, estudar e analisar o Movimento Retilíneo Uniformemente Variado; Determinar o deslocamento, a velocidade e aceleração de um móvel em Movimento Retilíneo Uniformemente Variado. Utilizar conceitos e equações matemáticas de Mecânica, relacionados ao Movimento Retilíneo Uniformemente Variado; Analisar graficamente o comportamento do deslocamento, da velocidade e da aceleração de um móvel em Movimento Retilíneo Uniformemente Variado através de dados experimentais. 3. MATERIAL No decorrer dos experimentos realizados nesta prática utilizou-se dos seguintes materiais: Trilho de ar com eletroímã; Cronômetro eletrônico digital; Unidade geradora de fluxo de ar; Carrinho com três pinos (pino preto, pino ferromagnético e um pino qualquer); Chave liga/desliga; Cabos; Fotossensor; Paquímetro; Calço de madeira; Fita métrica. 6 4. PROCEDIMENTO Antes de tudo, foi nos dada uma breve introdução teórica sobre o Movimento Retilíneo Uniformemente Variado, suas características e as equações que o descrevem. Após isso recebemos em nossas mesas os materiais necessários, o cronômetro eletrônico digital, a chave liga/desliga, bem como os cabos para fazer a conexão, e o carrinho com os três pinos. E também um calço de madeira, um paquímetro e uma fita métrica para realizarmos as devidas medições. O trilho de ar com eletroímã, equipado com o fotossensor assim como a unidade geradora de ar, já estavam posicionados. Primeiramente realizamos a montagem do equipamento,ligando os cabos a suas respectivas conexões, conectando assim, a chave liga/desliga, o trilho de ar e o cronômetro. Depois ligamos a unidade geradora de ar, já conectada ao trilho de ar, em um valor médio. Em seguida verificamos se o trilho de ar estava nivelado, posicionando o "carrinho" em diversos pontos e verificando se o mesmo se movimentava em um sentido ou no outro, e constatando esse fato ajustamos os pés do trilho de ar para nivelá- lo corretamente. Já com o trilho nivelado, posicionamos abaixo de um dos pés do mesmo, um calço de madeira, para que houvesse uma leve inclinação e o "carrinho" deslizasse. Antes disso calculamos o ângulo (θ) de inclinação, medindo a espessura do calço com o paquímetro obtendo 1,15 cm e a distância entre os pés do trilho com uma fita métrica, obtendo 176 cm. Concluindo assim que: 𝑠𝑒𝑛 𝜃 = 1,15 176 = 6,82 × 10−3 = 0,00682 ⇒ 𝜃 = 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑛 (0,00682) = 𝟎, 𝟑𝟗° O passo seguinte foi fixar os pinos no carrinho e colocá-lo na posição inicial junto ao eletroímã. Após isso, ajustamos o fotossensor de acordo com as posições definidas na tabela a seguir, medindo com uma fita métrica do pino central do carrinho até o centro do fotossensor, selecionamos no cronômetro a função F2 e liberamos o Fig. 4 – Trilho de ar com eletroímã, fotossensor, carrinho, cronômetro eletrônico digital e chave liga/ desliga Fonte: Ebah. (2016). 7 carrinho através da chave liga/desliga, observando após, o valor marcado pelo cronômetro, e registrando-os. Realizamos essa operação três vezes em cada posição para garantir a veracidade das informações. E por fim já com os valores anotados calculamos a média de tempo entre os três valores registrados, o quadrado do tempo, a velocidade e aceleração. Para a velocidade foi considerada a seguinte equação, já que o carrinho parte do repouso, então 𝑥0 = 0 e 𝑣0 = 0, temos: 𝑥 = 𝑎𝑡2 2 ⇒ 𝒂 = 𝟐𝒙 𝒕𝟐 ⇒ 𝑣 = 𝑣0 + 𝑎𝑡 ⇒ 𝑣 = 𝑎𝑡 ⇒ 𝑣 = 2𝑥 𝑡2 𝑡 ⇒ 𝒗 = 𝟐𝒙 𝒕 Os resultados obtidos estão na Tabela 1, e representados nos gráficos a seguir: 4.1. Resultados obtidos através dos experimentos Tabela 1 - Resultados obtidos experimentalmente. Nº x (cm) Medidas de t (s) Média de t (s) Quadrado do tempo (s2) v = 2x/t (cm/s) a = ∆v/∆t (cm/s2) 1 10 1,719 s 1,721 s 2,962 s2 11,621 cm/s 6,752 cm/s2 1,723 s 1,721 s 2 20 2,421 s 2,430 s 5,905 s2 16,461 cm/s 6,774 cm/s2 2,421 s 2,448 s 3 30 2,986 s 2,984 s 8,904 s2 20,107 cm/s 6,738 cm/s2 2,990 s 2,876 s 4 50 3,869 s 3,855 s 14,861 s2 25,940 cm/s 6,729 cm/s2 3,845 s 3,850 s 5 70 4,527 s 4,532 s 20,539 s2 30,891 cm/s 6,816 cm/s2 4,513 s 4,555 s 6 90 5,179 s 5,182 s 26,853 s2 34,736 cm/s 6,703 cm/s2 5,182 s 5,187 s 7 110 5,698 s 5,701 s 32,501 s2 38,590 cm/s 6,769 cm/s2 5,703 s 5,708 s 8 150 6,643 s 6,648 s 44,196 s2 45,196 cm/s 6,787 cm/s2 6,653 s 6,648 s 8 4.2. Gráfico da posição em função do tempo (𝒙 × 𝒕) Gráfico 1 - Posição (cm) × Tempo 4.3. Gráfico da posição em função do quadrado do tempo (𝒙 × 𝒕𝟐) Gráfico 2 - Posição (cm) × Quadrado do Tempo (s2) 0 20 40 60 80 100 120 140 160 0 1 2 3 4 5 6 7 P o si çã o ( cm ) Tempo (s) Posição (cm) × Tempo Experimental Ajuste Parabólico 0 20 40 60 80 100 120 140 160 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 P o si çã o ( cm ) Tempo (s2) Posição(cm) × Quadrado do Tempo (s2) Experimental Ajuste Linear 9 4.4. Gráfico da velocidade em função do tempo (𝒗 × 𝒕) Gráfico 3 - Velocidade (cm/s) × Tempo (s) 4.4. Gráfico da aceleração em função do tempo (𝒂 × 𝒕) Gráfico 4 - Aceleração (cm/s2) × Tempo (s) 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 0 1 2 3 4 5 6 7 V el o ci d a d e (c m /s ) Tempo (s) Velocidade (cm/s) × Tempo (s) Experimental Ajuste Linear 0 1 2 3 4 5 6 7 8 1 2 3 4 5 6 7 A ce le ra çã o ( cm /s 2 ) Tempo (s) Aceleração (m/s2) × Tempo (s) Experimental Ajsute Linear 10 5. QUESTIONÁRIO 1 – O que representa o coeficiente angular do gráfico “x contra t” ? Resposta: O coeficiente angular deste gráfico representa o valor da tangente do ângulo com formado com o eixo x do gráfico a partir do qual, é possível calcular a velocidade em um dado momento. 2 – O que representa o coeficiente angular do gráfico “x contra t2” ? Resposta: Através do coeficiente angular o gráfico “x contra t2” obtemos a aceleração. 3 – Trace na folha anexa o gráfico da velocidade em função do tempo com os dados da Tabela 1. Resposta: Respondido anteriormente no Gráfico 3. 4 – Trace na folha anexa o gráfico da aceleração em função do tempo com os dados da Tabela 1. Resposta: Respondido anteriormente no Gráfico 4. 5 – Determine a aceleração pelo gráfico "x contra t²". Resposta: Observando esse gráfico, temos que 𝑥 = 10 𝑐𝑚 e 𝑡2 = 2,962 𝑠2, portanto: 𝑎 = 2𝑥 𝑡2 = 20,00 2,962 = 𝟔, 𝟕𝟓𝟐 𝒄𝒎/𝒔𝟐 6 – Determine a aceleração pelo gráfico "v contra t". Resposta: Ao analisarmos o Gráfico 3, percebemos que quando o tempo, contido no eixo x é igual a 2,984 s, a velocidade no eixo y é 20,107 m/s. Assim podemos calcular a aceleração, da seguinte forma: 𝑣 = 20 𝑚/𝑠 e 𝑡 = 3,0 𝑠 𝑎 = ∆𝑣 ∆𝑡 = 20,107 2,984 = 𝟔, 𝟕𝟑𝟖 𝒄𝒎/𝒔𝟐 7 – A aceleração de um corpo descendo um plano inclinado sem atrito é a = g senθ. Compare o valor teórico da aceleração com o valor obtido experimentalmente. Comente os resultados. Resposta: Como 𝑔 = 9,81 𝑚/𝑠2 e 𝜃 = 0,39°, para o valor teórico temos: 𝑎 = 𝑔 𝑠𝑒𝑛𝜃 = 9,81 × 𝑠𝑒𝑛(0,39°) 𝑎 = 9,81 × 0,00680 = 0,00667 𝑚/𝑠2 ⇒ 𝟔, 𝟔𝟕𝟎 𝒄𝒎/𝒔𝟐 Já o valor experimental encontrado foi em média: 𝟔, 𝟕𝟓𝟖 𝒄𝒎/𝒔𝟐 Como pode-se observar há um diferença com relação a alguns décimos, devido a pequenos erros nas medições que podem ter acontecido durante as medições. 11 6. CONCLUSÃO Ao final desses experimentos passamos a conhecer um pouco mais a respeito do Movimento Retilíneo Uniformemente Variado. Entendemos que a teoria, embora um pouco enfadonha, quando aliada à prática, torna-se bastante interessante e enriquece o conhecimento já adquirido apenas nos livros. Saber as equações e as representações gráficas do Movimento Retilíneo Uniformemente Variado é também muito importante, porém é preciso que esse conhecimento esteja sempre aliado à experiência, pois através dela, aprendemos de modo mais interativo e mais significativamente, guardando através de imagens e não de texto, os conceitos ensinados. Compreendemos que o movimento está presente nas diversas atividades de nosso cotidiano, e é essencial aprender como ele se dá e qual seu comportamento quando observadas algumas propriedades que ele possui como o seu deslocamento, a velocidade e a aceleração, e como determiná-los tanto através dos cálculos, como através da simples observação experimental. BIBLIOGRAFIA Sites Só Física. Movimento Uniformemente Variado. Disponível em: <http://www. sofisica.com.br/conteudos/Mecanica/Cinematica/muv.php>. Acesso em 24 mai.2016. Brasil Escola – Torricelli. por M. A. da Silva. Disponível em: <http://m.brasilescola. uol.com.br/fisica/equacao-torricelli.htm>. Acesso em 25 mai.2016.Mundo Educação – Equação de Torricelli, por T. Dantas. Disponível em <http:// mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/equacao-torricelli.htm>. Acesso em 25 mai.2016. Aulas de Física e Química, Movimento Retilíneo Uniformemente Variado. Disponível em: <http://www.aulas-fisica-quimica.com/9f_09.html>. Acesso em 24 mai.2016. E-Física, MRUV no cotidiano. Disponível em: <http://efisica.if.usp.br/ mecanica/basico/mruv/cotidiano/>. Acesso em 25 mai.2016. Imagens Figura 1 – Disponível em: <http://servlab.fis.un.br/matdid/2_199/Marlon-Eduardo/ mruv.htm> (2016). Figura 2 – Disponível em: <http://www.sofisica.com.br/conteudos/Mecanica/ Cinematica/muv.php> (2016). Figura 3 – Disponível em: <http://m.brasilescola.uol.com.br/fisica/equacao- torricelli.htm> (2016). Figura 4 – Disponível em: <www.ebah.com> (2016)
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