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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CCE0250 AULA DE REPOSIÇÃO: 05/04/2018 CIMENTO PORTLAND ORIGEM: Louis Vicat (1818) é considerado o criador do cimento conforme hoje produzido, pois estudou as causas do endurecimento de acordo com a mistura de calcário e argila calcinados descrito anteriormente por John Smeaton (1756). Joseph Aspdin, em 1824, aprimorou e patenteou o processo. FABRICAÇÃO: COMPOSIÇÃO: silicato tricálcico (ALITA: 3CaO.SiO2, ou C3S), silicato dicálcico (BELITA: 2CaO.SiO2, ou C2S), aluminato tricálcico (3CaO.Al2O3, ou C3A),ferroaluminato tetracálcico (4CaO.Al2O3.Fe2O3, ouC4AF) e gipsita (CSH2). Aluminato tricálcico 1: silicato dicálcico 2: silicato tricálcico SILICATO TRICÁLCICO (ALITA): C3S É o responsável pelo processo exotérmico. Por se diluir mais rapidamente que a BELITA, cria uma camada externa nos grãos que dificulta a continuidade da hidratação, reduzindo sua velocidade. Quanto maior for sua quantidade, maior será a resistência inicial. SILICATO DICÁLCICO (ALITA): C2S É o responsável pela resistência ao longo do tempo. Em idades acima de 90 dias ainda se verifica certo grau de aumento de resistência. Possui hidratação lenta, o que provoca a diminuição do calor. Com isso, também, diminui a resistência inicial. ALUMINATO TRICÁLCICO (C3A) É rapidamente dissolvido pela água, sendo o responsável pelas primeiras e imediatas reações, daí a necessidade da adição da gipsita (gesso) na composição do cimento. Dosagens maiores provocam o aumento da resistência inicial, e consequente calor de hdratação. FERROALUMINATO TETRACÁLCICO (C4AF) Possui praticamente as mesmas características do C3A, mas apresenta hidratação um pouco mais lenta. O cimento pode receber outros materiais chamados HIDRAULITE. Estudaremos agora a adição destes materiais, o que permitirá a classificação dos diversos tipos de cimento disponíveis no mercado. ADIÇÕES NA FABRICAÇÃO DO CIMENTO (HIDRAULITES): POZOLANA: são rochas de origem vulcânica (tipo a pedra-pomes) de composição silicosa ou sílico-aluminosa que também podem ser produzidas na indústria: trata-se de uma cinza obtida a partir da queima de carvão mineral. Características de sua adição: o Diminui a resistência inicial do concreto o Diminui o ritmo de hidratação o Diminui a liberação de calor o Melhora a trabalhabilidade do material o Aumenta a impermeabilidade o Ajuda o concreto a combater meios quimicamente agressivos (esgoto, água do mar, solos sulfurosos). ESCÓRIA DE ALTO FORNO: são silicatos e aluminatos de cálcio provenientes do resfriamento brusco que ocorre no alto-forno durante a produção de ferro gusa (matéria prima do aço produzida em siderúrgicas), onde ocorre a fusão entre o minério de ferro e o carvão mineral São, portanto, resíduos Características de sua adição: o Ajuda a prevenir trincas em peças de concreto de elevada massa o Melhora a resistência mecânica e a durabilidade da estrutura o Ajuda a retardar o tempo de pega o Assim como a pozolana, diminui o ritmo de hidratação, a liberação de calor e aumenta a resistência a ataques químicos. FILLER: é uma cinza com alto grau de finura. Trata-se da moagem de um material carbonático (calcário ou basalto) Características de sua adição: o Diminui a porosidade o Diminui a capilaridade o Aumenta a trabalhabilidade Desta forma, o cimento fabricado no Brasil possui classificações de acordo com a quantidade de hidraulites adicionadas: CP I – CIMENTO PORTLAND COMUM Este cimento não possui nenhum outro tipo de adição. Usado em construções simples e na indústria, quando não há problemas de ataques de água ou outros elementos químicos. Possui custo mais elevado, mas baixa resistência (25 Mpa). Existe uma variação chamada CPI – S, que é o cimento Portland comum com adição: neste caso, são inseridos cerca de 5% de pozolana para diminuir a permeabilidade. CP II – CIMENTO PORTLAND COMPOSTO É um tipo bem comum de ser encontrado no mercado. Por ser classificado como composto, as hidraulites são adicionadas em certas quantidades, para baratear o custo e diminuir o calor de hidratação. As classes de resistência alcançadas são 25, 32 e 40 Mpa.Surgem, então, os seguintes tipos: CP II-Z – Cimento Portland composto com POZOLANA A quantidade de argila pozolânica varia de 6% a 14%, formando um cimento com menor permeabilidade, ou seja, é indicado para obras submersas e industriais. CP II-E – Cimento Portland composto com ESCÓRIA DE ALTO FORNO A quantidade de escória adicionada varia de 6% a 34%, sendo que este cimento pode ser usado quando há necessidade de controlar o calor de hidratação. CP II-F – Cimento Portland composto com FILLER A quantidade de material carbonático adicionada varia de 6% a 10%, o que melhora a trabalhabilidade. É indicado para uso geral, de argamassas a concreto estrutural. CP III – CIMENTO PORTLAND DE ALTO FORNO Neste tipo de cimento, a adição de escória sobe para uma faixa entre 35% a 70%, o que reduz ainda mais o calor de hidratação. Com isso, há ganho de durabilidade e grau de impermeabilidade. É indicado para uso geral, mas também em estruturas de concreto armado ou protendido, além de obras de grande porte sujeitas a meios agressivos (estradas, barragens e redes de esgoto). As classes de resistência apresentadas são 25, 32 e 40 Mpa. CP IV – CIMENTO PORTLAND POZOLÂNICO A quantidade de material pozolânico é maior que nos outros tipos anteriores (CP I-S e CP II-Z), variando entre 15% a 50%. Como ajuda na diminuição da liberação do calor de hidratação, apresenta pouco ganho de resistência nos primeiros dias, mas, em datas posteriores, o material apresenta ótimos resultados. Também, pelo fato de melhorar a impermeabilidade, é indicado para obras marítimas ou em ambientes ácidos. Sua resistência pode ser de 25 ou 32 Mpa. CP V-ARI – CIMENTO PORTLAND DE ALTA RESISTÊNCIA INICIAL Assim como o CP I, este cimento não possui adições (em certos casos, pode haver a adição de 5% de filler). No entanto, diferentes percentuais de calcário e argila na fabricação do clínquer, em conjunto com o elevado índice de finura, criam um cimento de alta reatividade nas primeiras horas, cuja consequência é o ganho rápido de resistência em tempos menores. Registra-se que, após um dia de cura, o material atinja 26MPa. Outros estudos apontam que, após 3 dias, a resistência alcançada é a mesma que o CP I alcançaria em 14 dias. Seu uso requer controle rigoroso da cura. É indicado para obras de pré-moldados CP-RS – CIMENTO PORTLAND RESISTENTE A SULFATOS Possui proporções limitadas de C3A, e dosagens de escória e pozolana controladas. Trata-se de um tipo específico para melhorar sua resistência quando a estrutura está exposta a ataques químicos como sulfatos, esgotos e água do mar. ]] CP-B – CIMENTO PORTLAND BRANCO É o substituto natural do gesso em serviços de rejuntamento, mas também existe o cimento branco Portland para fins estruturais, embora não seja usual (valor muito alto). Durante a fabricação, a argila comum é substituída por um tipo especial de argila que, por apresentar pequena quantidade de ferro, possui coloração branca: é a chamada caulim. CP-BC – CIMENTO PORTLAND DE BAIXO CALOR DE HIDRATAÇÃO Sua característica de oferecer baixo calor de hidratação garante a cura controlada em peças de grande volume de concreto, diminuindo a possibilidade do surgimento de trincas e fissuras nas peças. Obs: a classe do cimento é representada por um valor (25, 32, 40), que significa a resistência, em MPa, alcançada pela argamassa no traço 1 : 3 : 0,48 (uma parte de cimento, 3 de areia e fator água/cimento de 0,48) em ensaios de ruptura de corpos de prova cilíndricos com 10cm de altura e 5cm de diâmetro,rompidos aos 28 dias de cura. Normalmente, são rompidos 4 corpos em 3, 7 e 28 dias para acompanhar o ganho de resistência, exceto no cimento CP V, onde os corpos são rompidos a 1 dia, 3 e 7. CP I – CIMENTO PORTLAND COMUM CP II – CIMENTO PORTLAND COMPOSTO CP II-Z – Cimento Portland composto com POZOLANA CP II-E – Cimento Portland composto com ESCÓRIA DE ALTO FORNO CP II-F – Cimento Portland composto com FILLER CP III – CIMENTO PORTLAND DE ALTO FORNO CP IV – CIMENTO PORTLAND POZOLÂNICO CP V-ARI – CIMENTO PORTLAND DE ALTA RESISTÊNCIA INICIAL CP-RS – CIMENTO PORTLAND RESISTENTE A SULFATOS CP-B – CIMENTO PORTLAND BRANCO CP-BC – CIMENTO PORTLAND DE BAIXO CALOR DE HIDRATAÇÃO
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