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Parâmetros utilizados para o diagnóstico periodontal em Faculdades de Odontologia Brasileiras

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See	discussions,	stats,	and	author	profiles	for	this	publication	at:	http://www.researchgate.net/publication/275152674
PARÂMETROS	UTILIZADOS	PARA	O	DIAGNÓSTICO
PERIODONTAL	EM	FACULDADES	DE	ODONTOLOGIA
BRASILEIRAS
ARTICLE	·	JANUARY	2013
READS
629
Available	from:	Bruno	César	de	Vasconcelos	Gurgel
Retrieved	on:	21	October	2015
V. 7 - N0 3
Mai/Jun 2013
ISSN 1981-2922
Periodontia – Base científi ca por trás dos sorrisos saudáveis.
Nesta Edição
• Caderno Cientí! co – Periodontia
• Caderno Cientí! co – Cariologia
• Fórum clínico
• Pesquisas em evidência
• Grupo Perio-Implantar
• Engenharia tecidual
• PCA – Caderno de Periodontia Clínica Avançada
Vol. 7 • N0 3 • Mai/Jun/2013
PerioNews - Vol. 7, n.3 (maio/junho/2013) - São Paulo: VM Cultural Editora Ltda., 2007
Periodicidade Bimestral
ISSN - 1981-2922
1. Odontologia (Periódicos) 2. Periodontia 3. Cariologia 
I. VM Cultural Editora Ltda. II. Título
CDD 617.6005
Black D65
 D631
Qualifi cação:
Qualis Nacional B4 – Odontologia
Qualis Nacional B4 – Saúde Coletiva
Qualis Nacional B5 – Medicina
Indexação: 
BBO – Bibliografi a Brasileira de Odontologia
LILACS – Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde
Em setembro, os melhores da 
Implantodontia se encontram aqui.
Prof. Dr. P-I Brånemark
Presidente de Honra
Marco Antônio Bottino
Patrono do IN 2013
César Arita
(in memoriam)
Presidente do IN 2013
Programação científi ca e adesões on-line em:
www.in2013.com.br
Informações adicionais – Secretaria Executiva IN 2013:
Tel.: (11) 2168-3400 – secretaria@in2013.com.br
Junte-se a eles. Participe do IN 2013,
o mais completo encontro sobre
Implantodontia clínica da América Latina.
Mais de 2.700 pré-inscritos!
De 25 a 28 de setembro, no Expo Center Norte, em São Paulo, você terá um 
encontro marcado com a Implantodontia de alta performance, no IN 2013 
– Latin American Osseointegration Congress. 
Um evento voltado para promover o crescimento profi ssional de especialistas 
em Reabilitação Oral, com ou sem implantes, como você. 
 29 cursos de imersão internacionais – apresentados por brasileiros e/ou estrangeiros.
 120 conferências especiais sobre procedimentos clínicos.
 Cinco mesas-redondas temáticas.
 Plantão de dúvidas.
 Corporate Session, com cerca de 80 atividades.
 Salas de informação nos estandes de empresas patrocinadoras.
 Prêmio Nacional César Arita de Pesquisa Científi ca.
 Fórum sobre o ensino da Implantodontia.
 300 painéis científi cos com premiação de mérito.
Estamos vivendo um momento único, em que a informação pode ser obtida por meio da 
internet, possibilitando alcançar uma dimensão enorme em nosso conhecimento de como 
viver mais e com saúde.
A média de vida no Brasil nos anos de 1950 era de 45 anos; em 2013 é de 72,4 anos. Como 
podemos observar, estamos em uma progressão geométrica fantástica. Mas, por que estou 
fazendo essa refl exão? É que os valores para a prevenção, na maioria das vezes, fi cam em 
último plano.
No caso da saúde bucal, os fatos científi cos têm demonstrado que existe uma grande reper-
cussão dos fenômenos infecciosos na cavidade bucal com manifestação na saúde sistêmica. 
E nós estamos preparados e motivados para um diagnóstico precoce dessas doenças? A 
realidade mostra que o Brasil continua como um país dos desdentados.
A Periodontia tem envolvimento com todas as atividades odontológicas, assim, tenho 
certeza de que existe necessidade do clínico ter conhecimento básico sobre os fenômenos 
que atingem as estruturas periodontais. Afi nal, como prevenir algo que não conhecemos?
O termo prevenção odontológica é mais amplo do que muitos imaginam. Partindo do prin-
cípio de que tudo em nosso organismo tem interdependência entre as estruturas nobres, 
fi ca fácil entender a importância da saúde bucal.
Observo, muitas vezes, que não temos tempo para cuidar da saúde, mas tenho certeza de 
que vamos ter de encontrar tempo para cuidar da doença. Dessa forma, comece, desde 
já, atualizando e aperfeiçoando seus conhecimentos.
Boa leitura!
Prof. Dr. Antonio Wilson Sallum
Editor científi co
 Editorial 
PREVENÇÃO, PALAVRA MÁGICA
PerioNews 2013;7(3):227 227
 
EDITOR CIENTÍFICO
Prof. Dr. Antonio Wilson Sallum
(FOP-Unicamp/SP)
(editorcientifi co.perionews@vmcom.com.br)
CONSELHO CIENTÍFICO
Profs. Drs. Álvaro Francisco Bosco (Unesp-Araçatuba/SP), Arthur Belém Novaes Júnior 
(Forp - USP/SP), Benedicto Egbert Corrêa de Toledo (Unifeb/SP), Cassiano Kuchen-
becker Rösing (UFRGS/RS), Carlos Alberto Dotto (Unicid/SP), Daiane Cristina Peruzzo 
(FOP-Unicamp/SP), Eduardo Gomes Seabra (UFRN/RN), Eduardo Muniz Barretto 
Tinoco (Uerj-Unigranrio/RJ), Eduardo Saba Chujfi (SLMandic/SP), Elcio Marcantonio 
Jr. (Unesp-Araraquara/SP), Enilson Antonio Sallum (FOP-Unicamp/SP), Euloir Passa-
nezi (FOB-USP/SP), Fernanda Vieira Ribeiro (FOP-Unicamp/SP), Francisco Pustiglioni 
(Fousp/SP), Francisco Humberto Nociti Jr. (FOP-Unicamp/SP), Getúlio da Rocha 
Nogueira Filho (EBMSP/BA), Henrique Cruz Pereira (Unig/RJ), José Eduardo Cezar 
Sampaio (Unesp/SP), José Eustáquio da Costa (UFMG/MG), José Roberto Cortelli 
(Unitau/SP), Luis Antonio P. Alves de Lima (USP/SP), Magda Feres (UnG/SP), Márcio 
Fernando de Moraes Grisi (Forp-USP/SP), Marcio Zaffalon Casati (FOP-Unicamp/SP), 
Mauro Pedrine Santamaria (FOP-Unicamp), Renato de Vasconcelos Alves (FOP-UPE/
PE), Ricardo Guimarães Fischer (Uerj-RJ), Rui Vicente Oppermann (UFRGS/RS), Sérgio 
Luís da Silva Pereira (Unifor/CE), Sônia Groisman (UFRJ/RJ), Urbino da Rocha Tunes 
(EBMSP/BA), Valdir Gouveia Garcia (Unesp-Araçatuba/SP), Vinicius Augusto Tramon-
tina (PUC/Paraná), Wagner Leal Serra e Silva Filho (Unicamp/SP), Wilson Roberto 
Sendyk (Unisa/SP), Wilson Trevisan Jr. (Aonp/PR)
PerioNews [ www.perionews.com.br ]
Demais publicações VM Cultural:
Expediente
Fundador e Diretor Executivo: Haroldo J. Vieira (diretoria.haroldo@vmcom.com.br). 
Editor-Chefe: Adilson Fuzo (jornalismo.adilson@vmcom.com.br); Editora e Jornalista 
Responsável: Cecilia Felippe Nery MTb: 15.685 (jornalismo.cecilia@vmcom.com.br); 
Jornalismo On-line: Larissa Ambraska Depoli (jornalismo.larissa@vmcom.com.br); 
Revisora: Vivian Arais Soares; Coordenadora de Processos de Revisão: Aline Souza 
(jornalismo.aline@vmcom.com.br); Assistente de Redação: Grace Pereira da Cruz. 
Diretora de Arte: Miriam Ribalta (criacao.miriam@vmcom.com.br); Assistentes de 
Arte: Cristina Sigaud (criacao.cris@vmcom.com.br) e Eduardo Kabello; Supervisora 
de Conteúdo On-line: Tharcyla Marreiro Garcia Pimentel. 
Gerente de T.I.: Marcos Valesk de Oliveira Belice; Webmaster: Rogério Moreno Ferro; 
Webdesigners: Rodolfo Mustafé e Marcos Vinicius Alves de Barros.
Gerente Operacional: José dos Reis Fernandes (go.reis@vmcom.com.br); Marketing: 
Aluizio Canto (gerencia.aluizio@vmcom.com.br); Circulação e Assinaturas: Alexandre 
Becsei (assinaturas.alexandre@vmcom.com.br); Supervisora Comercial: Silvia Bruna 
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com.br) e Erika de Carvalho (atendimento.erika@vmcom.com.br); Publicidade 
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Redação, Marketing e Publicidade: VM Cultural Editora – Rua Gandavo, 70 – 04023-
000 – São Paulo – SP
Tel.: (11) 2168-3400 - Fax: (11) 2168-3422
Impressão e Acabamento: Ipsis Gráfi ca e Editora. Responsabilidade Editorial: Todos 
os artigos assinados, bem como conteúdos publicitários inseridos na Revista 
PerioNews e edições especiais, são de inteira responsabilidade dos respectivos 
autores, empresas e instituições. Só será permitida a reprodução total ou parcial 
de conteúdos desta edição com a autorização dos editores.
Tiragem: 5.000 exemplares - auditada pelaCirculação nacional.
Assinatura anual - R$ 460, | 6 edições | Internacional - US$ 360.
Central de Relacionamento com o Assinante: Hunter Contact Center | Tel.: (11) 3566-6227 
assinaturas@huntercontactcenter.com.br | Loja virtual: www.vmstore.com.br
Importante: a revista PerioNews só comercializa assinaturas através 
de telemarketing próprio. Não possui “vendedores” em domicílio.
Revista fi liada
Capa: imagem que expressa 
a satisfação com o resultado fi nal 
dos tratamentos odontológicos.
227 | Editorial
Prevenção, palavra mágica
231 | Ponto de vista
Diabetes mellitus e seu impacto na Periodontia
Fernanda Vieira Ribeiro
232 | Fórum clínico
O uso de implantes em pacientes com e sem histórico de doença 
periodontal
235 | Caderno Científi co
Trabalhos originais e inéditos em Periodontia e Cariologia
308 | Pesquisas em evidência
Leituras essenciais
310 | Engenharia tecidual
A engenharia tecidual em debate
315 | Grupo Perio-Implantar
316 | Reciclagem
Em dia com a nova Periodontia
317 | Normas de Publicação
Como enviar seus trabalhos
 Sumário
PerioNews 2013;7(3):228-9228
273 | Prevalência de mucosite peri-implantar na Universidade de 
San Martin de Porres: 2001 – 2010
 Prevalence of periimplant mucositis at the University of San 
Martin de Porres: 2001 to 2010
 Sophia Aquije Siveroni, Miguel Ángel Coz Fano, Oswaldo Andreé 
Cáceres La Torre
281 | Cirurgia plástica periodontal para correção de sorriso 
gengivoso
 Periodontal plastic surgery for treatment of gummy smile. 
Reports of clinical
 Tatiana Miranda Deliberador, Juliana de Sousa Vieira, Tertuliano 
Ricardo Lopes, Allan F. Giovanini, João C. Zielak, Carla F. F. Brambilla
287 | Tratamento da hiperplasia gengival infl amatória associada 
ao uso de medicamentos: acompanhamento de 12 meses
 Treatment of infl ammatory gingival hyperplasia associated 
with medication use: twelve-months follow-up
 Patricia Arriaga Carvalho, Thays Almeida Alfaya, Raphael Coimbra 
Costa, Ésio Oliveira Vieira, Sandra Kalil Bussadori, Cresus Vinicius 
Depes de Gouvea
293 | Conhecimento de cirurgiões-dentistas sobre diabetes 
mellitus e saúde bucal de pacientes com diabetes mellitus 
em São Gonçalo/RJ
 Knowledge of dentists about diabetes and oral health of 
patients with diabetes in São Gonçalo/RJ, Brazil
 Lecine Borzino, Telma Borzino, Júlio Cesar, Sonia Groisman, Eliane 
Toledo, Marcos Corvino 
301 | PCA – Caderno de Periodontia Clínica Avançada
 Instrumentação periodontal: manual versus ultrassônica
ARTIGOS ORIGINAIS / ORIGINAL ARTICLES
Caderno Científi co
Compromisso com nossos leitores
 Facilitar o acesso a conteúdos baseados em pesquisas clínicas testadas e comprovadas.
 Publicar conteúdos de vanguarda, visando trazer para mais perto possibilidades futuras.
 Promover a discussão de temas polêmicos e fazer consenso para melhor orientar e proporcio-
nar segurança nas várias práticas clínicas.
 Incentivar a produção científi ca de jovens talentos, criando prêmios de mérito para 
ampliar o número de pesquisadores no Brasil.
 Crescer continuamente o volume de artigos clínicos publicados por edição, buscando 
aumentar a base de informação.
 Disponibilizar canal on-line de consultas para solucionar eventuais dúvidas em práti-
cas clínicas seguras.
 Garantir circulação da revista na data certa, evitando a quebra do fl uxo regular de 
atualização científi ca neste campo.
PerioNews 2013;7(3):228-9
235 | Parâmetros utilizados para o diagnóstico periodontal em 
faculdades de Odontologia brasileiras
 Parameters used for Periodontal diagnosis in brazilian dental 
schools
 Thyago Primo, Bruna P. Fontes, Euler M. Dantas, Bruno C. V. 
Gurgel, Delane M. Rêgo
241 | Prognóstico do tratamento de lesões de furca
 Treatment prognosis of furcation lesions. A systematic 
review
 Carmen Emilia Caba-Paulino, Maria Lúcia Rubo de Rezende, 
Adriana Campos Passanezi Sant’Ana, Carla Andreotti Damante, 
Sebastião Luiz Aguiar Greghi
249 | A importância do fenótipo periodontal para a 
Implantodontia
 The importance of phenotype periodontal for implant
 Fabiano Araújo Cunha, Fernando de Oliveira Costa, Maria 
Aparecida Gonçalves de Melo Cunha, Cynara Ribeiro Martinez, 
Bernardo Carlos Vieira Cruz
258 | A infl uência das lesões de abfração no periodonto
 The infl uence of abfraction lesions in the periodontium
 Léo Guimarães Soares, Lisiane Castagna, Leandro Bastos Loures, 
Eduardo Muniz Barretto Tinoco
267 | Osteonecrose medicamentosa associada ao uso de 
bifosfonatos
 Osteonecrosis associated with bisphosphonates
 Monaliza Scansetti, Léo Guimarães Soares, Denise Gomes da Silva, 
Eduardo Muniz Barretto Tinoco, Andréa Braga Moleri, Márcio 
Eduardo Vieira Falabella
229
O diabetes mellitus (DM) é um grupo de distúrbios me-
tabólicos que apresenta em comum a hiperglicemia, a 
qual é o resultado de defeitos na ação da insulina, na 
secreção de insulina ou em ambos. Aproximadamente, 
90% dos pacientes diabéticos são diagnosticados com 
DM Tipo II. Em 2000, a Organização Mundial da Saúde 
(OMS) estimou que 2,8% da população do mundo era 
composta por indivíduos diabéticos e, segundo um es-
tudo de 2004, acreditava-se que esta porcentagem au-
mentaria para 4,4% em 2030, atingindo 366 milhões de 
pessoas no mundo. No entanto, a Federação Mundial de 
Diabetes apontou no Atlas IDF 2012 que esses números 
são ainda mais alarmantes: 371 milhões de pessoas no 
mundo todo já apresentam diabetes, sendo que grande 
parte ainda não foi diagnosticada. A previsão da OMS di-
vulgada em 2011 é de que 439 milhões de pessoas, 10% 
da população mundial, tenham DM em 2030. Estima-se 
que quase dois terços dos indivíduos com DM vivam em 
países em desenvolvimento, como o Brasil. Um estudo 
realizado em nosso País mostrou que 7,6% da popula-
ção com idade entre 30 e 69 anos portavam diabetes 
(Malerbi & Franco, 1992). Estudos regionais mais recen-
tes mostraram um aumento 
importante nas taxas de preva-
lência desta condição: 12,1% na 
cidade de Ribeirão Preto, 12,4% 
em Porto Alegre e 13,5% em 
São Carlos. Considerando a ele-
vada morbimortalidade associa-
da ao DM, sua prevenção e suas 
complicações são hoje priori-
dade de saúde pública. Dentre 
as complicações bucais relacio-
nadas ao DM, sabe-se que pa-
cientes diabéticos apresentam 
risco duas a três vezes maior 
de desenvolver periodontite 
crônica, e aqueles com pobre 
controle glicêmico têm perio-
Ponto de vista
Fernanda Vieira 
Ribeiro
Mestre e doutora em 
Periodontia – FOP/
Unicamp; Professora 
do Programa de 
Pós-graduação 
em Odontologia/
Periodontia – 
Univerversidade 
Paulista.
DIABETES MELLITUS E SEU IMPACTO NA PERIODONTIA
PerioNews 2013;7(3):231
dontite mais severa e prevalente do que aqueles com 
melhor controle. Pacientes diabéticos com peridonti-
te, além de possuírem maior perda de inserção clínica, 
apresentam também maior susceptibilidade à perda de 
dentes que aqueles não diabéticos, sendo observada 
uma correlação signi! cativa inversamente proporcional 
entre os níveis glicêmicos e o número de dentes pre-
sentes. Algumas evidências apontam também que o 
adequado tratamento periodontal pode contribuir po-
sitivamente no controle dos níveis de hemoglobina gli-
cosilada, sendo a doença periodontal uma condição que 
pode pré-dispor à ocorrência de complicações do diabe-
tes. Tendo em vista a elevada prevalência de diabéticos 
Tipo II na população mundial e nacional, e considerando-
se os elevados índices de periodontite e perda dental 
relacionados à presença do DM, torna-se ainda mais im-
portante o controle e o gerenciamento dessas doenças.
Embora o agente etiológico primário das doenças perio-
dontais seja o bio! lme bacteriano,já existe um consenso 
de que a resposta do hospedeiro frente ao desa! o bac-
teriano é essencial para o desenvolvimento da doença. 
Deste modo, inúmeros estudos, por meio de técnicas 
de biologia molecular, têm demonstrado alguns meca-
nismos pelos quais o prejuízo na resposta imunoin" a-
matória de pacientes diabéticos pode estar envolvido 
no processo de destruição dos tecidos periodontais. O 
avanço nas pesquisas cientí! cas abordando essas ques-
tões é essencial, a ! m de que este paradigma seja me-
lhor compreendido, propiciando o desenvolvimento de 
estratégias terapêuticas imunorregulatórias capazes de 
modular a resposta do hospedeiro, otimizando o efeito 
protetor e minimizando os efeitos destrutivos nos teci-
dos periodontais. Futuramente, com base nas informa-
ções suportadas pela ciência, poderá ser possível a apli-
cação de terapias direcionadas à modulação da resposta 
imuno in" amatória como uma abordagem terapêutica 
adjunta à terapia anti-infecciosa no controle da perio-
dontite crônica, especialmente em pacientes considera-
dos de risco, como os portadores de DM.
231
PerioNews 2013;7(3):232-4
Fórum clínico
risco de tratamento com implantes em pacientes com histórico de periodontite é 
um fato bem descrito na literatura e observado na prática clínica. A prevalência de 
peri-implantite em um período de cinco a dez anos após a colocação de implantes 
varia de 10% a 20% dos pacientes afetados, sendo que os fatores que podem afetar a pre-
valência de peri-implantite incluem tabagismo, pobre higiene bucal e história de periodon-
tite prévia – Third European Academy of Osseointegration Consensus Conference 2012, J 
Oral impl. Res 2012;23(Suppl. 6). Em uma revisão sistemática foi detectada uma frequência 
de peri-implantite duas vezes maior em pacientes comprometidos periodontalmente do 
que em pacientes saudáveis (Mombelli et al. Clin. Oral Impl. Res 2012;23).
É importante salientar que, muitas vezes, existe negligência no diagnóstico e no tratamen-
to da doença periodontal previamente à instalação de implantes. Ainda, após o tratamento 
com implantes, os cuidados com a condição periodontal e peri-implantar muitas vezes são 
colocados em segundo plano. Esses fatores, combinados à di! culdade ou mesmo à falta 
de diagnóstico das mucosites e da própria peri-implantite, levam a fracassos que poderiam 
ser prevenidos se a observação de princípios básicos periodontais fossem adotados.
Em um trabalho recentemente publicado por Pjetursson et al, 2012, os autores concluíram 
que pacientes susceptíveis à periodontite, e que apresentam bolsas com profundidade 
residual t 5 mm ao ! nal do tratamento periodontal, representam um risco signi! cativo 
para o desenvolvimento de peri-implantite e perda de implantes. E que pacientes sob te-
rapia periodontal de suporte que desenvolvam reinfecção de sítios previamente tratados 
apresentam maior risco de peri-implantite e perda de implantes do que pacientes estáveis 
(Pjetursson et al. Clin Oral Impl. Res 2012;23).
Mais importante do que somente detectar a história prévia de doença, a qualidade da 
manutenção da saúde periodontal é um fator determinante crítico com relação ao risco 
de peri-implantite, evidenciando a importância de um tratamento periodontal efetivo e 
manutenção através de terapia periodontal de suporte nesses pacientes com história de 
periodontite e que irão receber tratamento com implantes (Cho-Yan Lee et al. Clin. Oral 
Impl. Res 2012;23).
Algumas revisões sistemáticas têm concluído que o tratamento com implantes não é con-
traindicado em pacientes susceptíveis à doença periodontal, porém, a maior incidência de 
peri-implantite nesses pacientes pode desa! ar a longevidade dos implantes, sendo que é 
determinante incluir um adequado controle da infecção e um programa de manutenção 
individualizado para cada indivíduo.
O
Vinícius Tramontina
Doutor em Clínica 
Odontológica, área de 
Periodontia – FOP/Unicamp; 
Professor titular da disciplina 
de Periodontia – PUCPR.
vinicius.tramontina@pucpr.br
O USO DE IMPLANTES EM PACIENTES COM 
E SEM HISTÓRICO DE DOENÇA PERIODONTAL
Quatro especialistas no assunto falam sobre a importância 
da avaliação periodontal prévia nos tratamentos com implantes.
232
PerioNews 2013;7(3):232-4
Fórum clínico
Sebastião Luiz Aguiar 
Greghi
Professor associado, 
Disciplina de 
Periodontia, 
Departamento de 
Prótese – Faculdade 
de Odontologia de 
Bauru, USP.
slagregh@fob.usp.br
Ao planejarmos uma técnica cirúrgica, sempre avaliamos os aspectos relacionados à sua perfeita indicação, assim como aspectos que possam contraindicar sua utilização, seja de forma relativa ou absoluta. Certamente, os implantes odontológicos não escapam a essa 
regra e devemos estar atentos a muitos fatores que possam comprometer o sucesso da técnica.
Um aspecto muito importante, e talvez o mais frequente, que interfere negativamente na Implan-
todontia é a presença da periodontite; devido às características destrutivas da doença periodontal, 
a possibilidade do comprometimento dos implantes em uma boca com infecção periodontal ativa 
é bastante palpável.
Esse aspecto da atividade da doença periodontal é muito importante, pois pode por si só ser uma 
contraindicação relativa para a instalação de implantes, devendo, portanto, o paciente passar por 
terapia periodontal adequada, para que se remova esse caráter de atividade da doença. Entretan-
to, tanto o pro! ssional quanto o paciente devem estar cientes da necessidade contínua de um 
controle pro! ssional (programa de manutenção regular), no sentido de se evitar que a doença 
retorne à condição ativa, para que não se coloque em xeque a instalação de implantes ou a sobre-
vivência dos implantes já em função.
Sabendo-se que os patógenos associados à doença periodontal são os mesmos ligados à des-
truição peri-implantar, ! ca fácil compreender que a migração dos patógenos de áreas ativas de 
periodontite (bolsas) pode ocorrer de forma rápida para o sulco peri-implantar, e aí então, desen-
volverem a nova patologia.
Por outro lado, mesmo no paciente sem histórico de doença periodontal, a atenção ao controle 
da placa bacteriana deve ser enfática, pois há uma relação direta do acúmulo bacteriano com a 
mucosite peri-implantar, e esse estado in" amatório, embora não seja tão destrutivo quanto a pe-
ri-implantite, caracteriza também um quadro patológico. Ainda, a perpetuação da mucosite pode 
colocar os sítios peri-implantares em risco à peri-implantite, pois os pacientes podem vir a se tor-
nar de maior risco em função de outros fatores adquiridos (tabagismo, doenças sistêmicas etc.).
Sendo assim, devemos ter em mente que os fatores de risco à gengivite são muito parecidos com 
os fatores de risco à mucosite, assim como a periodontite em relação à peri-implantite, e esses 
fatores devem ser controlados de perto pelo pro! ssional, particularmente a placa bacteriana.
233
PerioNews 2013;7(3):232-4
João Batista César Neto
Professor da Disciplina 
de Periodontia 
– Faculdade de 
Odontologia da 
Universidade de São 
Paulo (USP); Mestre e 
doutor em Periodontia 
– FOP-Unicamp.
jbcesarneto@usp.br
Ricardo Takiy Sekiguchi
Mestre e doutor em 
Periodontia – Faculdade 
de Odontologia da 
Universidade de 
São Paulo (USP).
ricardotakiy@yahoo.com
Nos últimos anos, os implantes dentários se tornaram uma alternativa bastante comum frente às próteses convencionais, como próteses parciais removíveis. Os estudos que avaliaram o sucesso dos implantes por pelo menos dez anos de 
acompanhamento dão suporte cientí! co para sua utilização e encorajam tanto clínicos 
como pacientes a adotarem esta opção de tratamento. Porém, apesar da alta taxa de su-
cesso, é comum o aparecimentode lesões in" amatórias e infecciosas ao redor dos implan-
tes, conhecidas como mucosites e peri-implantites. O estudo de Roos-Jansåker (2006), por 
exemplo, observou presença de mucosite peri-implantar em 76,6% dos indivíduos e em 
16% deles observou-se peri-implantite.
Os microrganismos são essenciais para o desenvolvimento de infecções ao redor dos im-
plantes, e alguns estudos (Salvi et al. 2008, Quirynen et al. 2006) demonstraram que a colo-
nização bacteriana em implantes pode ocorrer em um período curto após sua instalação. 
Outros estudos observaram ainda que a microbiota associada à periodontite é bastante 
similar com a da peri-implantite (Heitz-May! eld et al. 2010).
Todas essas informações geram o seguinte questionamento: seria um paciente com histó-
rico de doença periodontal mais susceptível à peri-implantite?
Segundo Karoussis et al. (2003), indivíduos com histórico de periodontite crônica apresen-
taram maior prevalência de peri-implantite (28,6%) quando comparados a indivíduos sem 
histórico de doença periodontal (5,8%). Renvert et al. (2009) observaram ainda que indiví-
duos com histórico de periodontite podem apresentar maior risco de ter peri-implantite 
que aqueles sem histórico de periodontite. Além disso, observa-se que os microrganismos 
encontrados em sítios com peri-implantites foram similares aos microrganismos dos sítios 
com periodontites; logo, existe a possibilidade de as bolsas periodontais agirem como um 
reservatório para os microrganismos que poderiam colonizar as superfícies dos implan-
tes (Mombelli, 2002). Este conjunto de evidências cientí! cas sugere, fortemente, que os 
mesmos cuidados de manutenção periodontal adotados para dentes devem ser utilizados 
também para os implantes.
Ressaltamos ainda que são necessários mais estudos para se conhecer com maior deta-
lhamento a relação periodontite/peri-implantite, uma vez que notamos grande variação 
no padrão de diagnóstico de periodontite e peri-implantite, e poucas informações sobre a 
in" uência dos fatores de riscos periodontais (por exemplo, consumo de cigarros) na inci-
dência e na progressão das peri-implantites.
Referências
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bacteria at implants and adjacent teeth. Clinical Oral Implants Research 2008;19:242-8.
Fórum clínico
234
RESUMO
A doença periodontal possui alta prevalência na população e 
o seu diagnóstico precoce é importante para o prognóstico 
do tratamento. Há uma extensa discussão acerca do método 
ideal para estabelecer o diagnóstico e a classi! cação das doen-
ças periodontais. Este trabalho investigou os parâmetros clíni-
cos utilizados em faculdades de Odontologia brasileiras para o 
diagnóstico das doenças periodontais. A metodologia consis-
tiu no envio de um questionário, via e-mail, para um professor 
de Periodontia de cada instituição de ensino de Odontologia. 
Foram obtidas respostas de 30 faculdades brasileiras, as quais 
foram analisadas de forma descritiva. Foi observado que meta-
de das faculdades brasileiras (50%) utiliza o PSR (registro perio-
dontal simpli! cado) no exame inicial e 90% usam o periograma 
completo. A profundidade a sondagem foi o parâmetro mais 
utilizado para o diagnóstico (21%), enquanto que a perda de 
inserção utilizada para a classi! cação das doenças foi de 54%. 
Pôde-se concluir que existe uma uniformidade entre as facul-
dades em relação aos parâmetros clínicos utilizados para o diag-
nóstico e a classi! cação das doenças periodontais.
Unitermos – Diagnóstico; Doenças periodontais; Exame.
PARÂMETROS UTILIZADOS PARA O DIAGNÓSTICO PERIODONTAL 
EM FACULDADES DE ODONTOLOGIA BRASILEIRAS
Parameters used for Periodontal diagnosis in brazilian dental schools
Thyago Primo*
Bruna P. Fontes**
Euler M. Dantas***
Bruno C. V. Gurgel****
Delane M. Rêgo*****
*Graduando de Odontologia – Universidade Federal do Rio Grande do Norte/UFRN.
**Cirurgiã-dentista – Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
***Doutor – UFPE; Professor de Periodontia e Clínica Integrada – Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte/UFRN.
****Doutor – FOP-Unicamp; Professor de Periodontia e Clínica Integrada – Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte/UFRN.
*****Doutora – Foar-Unesp; Professor de Periodontia e Clínica Integrada – Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte/UFRN.
Recebido em dez/2012 – Aprovado em jan/2013
Trabalho de pesquisa Periodontia
ABSTRACT
Periodontal disease has a high prevalence in the population 
and its early diagnosis is important for the prognosis of the 
treatment. There is an extensive discussion about the ideal 
method to determinate the diagnosis and classi! cation for 
periodontal diseases. This study investigated the clinical 
parameters used in Brazilian dental schools for the diagnosis 
of periodontal diseases. The methodology consisted in send 
a questionnaire with several questions, via e-mail, to one 
professor of periodontics from each educational institution 
of Dentistry. Thirty questionnaires were received back and 
data were descriptively analyzed. It was observed that half 
of the schools (50%) use the PSR (Periodontal Screening and 
Recording) at the initial examination and 90% use complete 
periodontal registration. The probing depth was the most 
widely used parameter for diagnosis (21%) and clinical 
attachment loss for classi! cation (54%). It can be concluded 
that there was an uniformity among the schools in relation to 
the clinical parameters used for the diagnosis and classi! cation 
of periodontal diseases.
Key Words – Diagnosis; Periodontal diseases; Exam.
PerioNews 2013;7(3):235-9 235
Primo T • Fontes BP • Dantas EM • Gurgel BCV • Rêgo DM
PerioNews 2013;7(3):235-9
A DOENÇA PERIODONTAL (DP) É GENERICAMENTE DEFINIDA 
COMO O RESULTADO DO DESEQUILÍBRIO ENTRE AGRESSÃO 
DE MICRORGANISMOS, FATORES EXTERNOS E A CAPACIDADE 
DE DEFESA DO HOSPEDEIRO, TENDO COMO EXPRESSÃO 
O PROCESSO INFLAMATÓRIO DA GENGIVA (GENGIVITE), 
PODENDO PROGREDIR ATÉ A PERDA DA UNIDADE DENTÁRIA, 
POR REABSORÇÃO DO TECIDO ÓSSEO E PERDA DE INSERÇÃO 
(PERIODONTITE)1. SUA AÇÃO CRÔNICA E DESTRUTIVA PODE 
PROVOCAR EXTENSAS PERDAS DENTÁRIAS E ALTERAÇÕES 
ESTRUTURAIS AO PERIODONTO, DESARMONIZANDO A ESTÉTICA 
E PROVOCANDO POSSÍVEIS DESEQUILÍBRIOS AO SISTEMA 
ESTOMATOGNÁTICO2. É UMA DOENÇA ASSINTOMÁTICA E 
ALGUMAS VEZES IMPERCEPTÍVEL E/OU NEGLIGENCIADA EM 
RELAÇÃO AO SEU DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO ADEQUADO3.
Introdução
A doença periodontal (DP) é genericamente de! nida 
como o resultado do desequilíbrio entre agressão de mi-
crorganismos, fatores externos ea capacidade de defesa 
do hospedeiro, tendo como expressão o processo in" ama-
tório da gengiva (gengivite), podendo progredir até a per-
da da unidade dentária, por reabsorção do tecido ósseo e 
perda de inserção (periodontite)1. Sua ação crônica e des-
trutiva pode provocar extensas perdas dentárias e altera-
ções estruturais ao periodonto, desarmonizando a estética 
e provocando possíveis desequilíbrios ao sistema estoma-
tognático2. É uma doença assintomática e algumas vezes 
imperceptível e/ou negligenciada em relação ao seu diag-
nóstico e tratamento adequado3.
Os primeiros estudos sobre doença periodontal, rea-
lizados a partir do ! nal da década de 1950, se valeram de 
dados obtidos por sistemas de indexação, principalmente o 
Índice Periodontal de Russel e o Índice de Doença Periodon-
tal de Ramfjord. Estes índices possuem uma série de limita-
ções, destacando-se a avaliação da condição gengival em 
conjunto com a condição periodontal, tendo em vista que, 
na época, acreditava-se que gengivites sempre evoluíam 
para periodontites. Um outro aspecto se refere à transfor-
mação de medidas em milímetros de profundidade de son-
dagem e nível de inserção clínica em sistemas de números3.
Dentre os índices utilizados, alguns se limitam aos teci-
dos e às manifestações gengivais, enquanto outros incluem 
parâmetros para avaliação dos tecidos de sustentação e ad-
jacências. A utilização de um índice gengival pode apresen-
tar di! culdades, pois eles apresentam muita subjetividade. 
Mesmo os índices de sangramento, que seus autores a! r-
mam serem objetivos, também carregam certa fragilidade, 
pois cada examinador poderá aplicar diferente pressão à 
sonda e mesmo um único examinador di! cilmente será uni-
forme ao longo do levantamento. Por isso, a necessidade 
de se realizar uma rigorosa calibragem quando tais índices 
são utilizados em levantamentos epidemiológicos e pesqui-
sas clínicas4.
Os primeiros índices idealizados para quanti! car as 
doenças periodontais registravam principalmente a quan-
tidade de bio! lme dental, o sangramento e a presença ou 
ausência de cálculo. O registro da quantidade do bio! lme 
medido normalmente pelos índices de placa tem sua impor-
tância por fornecer facilmente ao paciente meios visuais para 
a automotivação. Já a tendência dos tecidos periodontais a 
sangrar fornece um parâmetro objetivo que é facilmente 
avaliado clinicamente pelo pro! ssional. Posteriormente, 
uma ênfase maior foi dada a mensuração das profundida-
des de bolsa e, atualmente, o parâmetro considerado pa-
drão-ouro é o nível de inserção clínica5.
Medidas da profundidade de sondagem são clinica-
mente importantes, uma vez que provém uma avaliação 
global das profundidades de sondagem, que são os princi-
pais hábitats dos patógenos periodontais6. Tradicionalmen-
te, é a primeira mensuração após os registros de bio! lme 
que o aluno, ao adquirir conhecimentos em Periodontia, é 
levado a obter.
Mediante a evolução dos sistemas diagnósticos em Pe-
riodontia e, ainda, a presença de divergências e polêmicas 
no meio acadêmico-cientí! co – desde o marco conceitual 
de doença aos métodos de classi! cação das doenças perio-
dontais atual –, este estudo buscou investigar os parâme-
tros clínicos utilizados pela Periodontia em faculdades de 
Odontologia brasileiras.
Material e Métodos
O estudo realizado foi do tipo observacional e constou 
de uma análise descritiva dos parâmetros clínicos periodon-
236
Periodontia
PerioNews 2013;7(3):235-9
tais utilizados para o diagnóstico e a classi! cação das doen-
ças periodontais nas faculdades de Odontologia do Brasil. 
A população inicial incluiu todas as instituições de ensino 
superior brasileiras, que tinham o curso de Odontologia. 
Entretanto, o retorno obtido do questionário respondido 
determinou um total de 30 faculdades, oriundas das mais 
diversas regiões do País.
A aquisição dos endereços eletrônicos dos cursos 
deu-se através da homepage do Conselho Federal de 
Odontologia – www.cfo.org.br. Posteriormente, foi envia-
do um e-mail direcionado para o setor de Periodontia de 
cada faculdade, com uma carta-convite para participação 
na pesquisa. Nesta última, havia um link que direcionava o 
entrevistado para a homepage onde estava hospedada uma 
Carta de Apresentação e o Termo de Consentimento Livre e 
Esclarecido a ser assinado eletronicamente e disponível para 
ser salvo em arquivo PDF pelo participante. Neste mesmo 
link constava um questionário sobre métodos diagnósticos 
e questões técnicas que deveriam ser respondidas por um 
professor responsável pela área de Periodontia. O questio-
nário investigou o uso de registro periodontal simpli! cado, 
periograma e parâmetros para o diagnóstico e a classi! cação 
das doenças periodontais. Através da utilização do link para a 
resposta do questionário, nem o professor nem a instituição 
foram identi! cados, para que os preceitos da ética não fos-
sem infringidos.
As perguntas do questionário foram consideradas 
como variáveis independentes e, pela sua natureza cate-
górica, foram analisadas a partir de frequência percentual. 
O projeto do estudo foi submetido ao Comitê de Ética em 
Pesquisa da UFRN (CEP/UFRN), obtendo o parecer de nú-
mero 027/2012.
Resultados
Os resultados encontram-se expressos em tabelas e 
! guras, as quais revelam o uso de registros periodontais 
simpli! cado e completo (Tabela 1), os parâmetros de diag-
nóstico (Figura 1) e os critérios de classi! cação das doenças 
periodontais (Figura 2).
Figura 1 – Parâmetros de diagnóstico clínico de doença 
periodontal (Natal/RN 2012).
Figura 2 – Critérios utilizados para classi! car as periodontites 
quanto à severidade (Natal/RN 2012).
TABELA 1 – UTILIZAÇÃO DE REGISTRO PERIODONTAL SIMPLIFICADO E PERIOGRAMA COMPLETO EM 
CLÍNICAS DE ENSINO (NATAL/RN 2012)
Parâmetro Registro periodontal simplifi cado Periograma completo
Sim (Y) 15 (50%) 27 (90%)
Não (N) 15 (50%) 3 (10%)
237
PerioNews 2013;7(3):235-9
Primo T • Fontes BP • Dantas EM • Gurgel BCV • Rêgo DM
Discussão
Exames simpli! cados como o Periodontal screening 
and recording (PSR) têm sido endossados pela Academia 
Americana de Periodontologia e pela Associação Dentária 
Americana devendo ser utilizados pelo dentista generalista. 
Este tipo de exame pode ser também usado como forma 
de triagem dos pacientes. Mediante a presença de códigos 
que sinalizam um problema, um exame periodontal deta-
lhado ou periograma é indicado como próximo passo antes 
do plano de tratamento ser executado7. Na ausência de si-
nais indicativos de doença, o paciente pode ser remaneja-
do para um setor ou indicado ao aluno ou pro! ssional para 
execução de outros procedimentos. Apesar de divergências 
e controvérsias no emprego deste sistema simpli! cado, a 
verdade é que metade (50%) das faculdades analisadas ado-
ta este tipo de registro no exame inicial do paciente.
A utilização do periograma, que é o exame periodontal 
detalhado utilizado quando a Periodontia atua em um ní-
vel de maior complexidade, deu-se em 90% das faculdades. 
Este foi um achado animador, uma vez que o diagnóstico 
da doença periodontal é mais seguro quando a mensuração 
detalhada de todos os parâmetros que compõem o perio-
grama é feito. Porém, em 10% das clínicas de ensino não foi 
mencionado o uso de periograma como instrumento de re-
gistro. O tempo despendido para a realização deste exame 
pode ser a causa de tal conduta, ou ainda, outra forma de 
registro pode ser utilizada em outras clínicas.
Dos parâmetros utilizados para o diagnóstico das doenças 
periodontais, a profundidade de sondagem (21%), o sangra-mento a sondagem (15%) e o nível de inserção clínica (12%) 
foram os mais frequentemente considerados pelas faculda-
des. A profundidade de sondagem, apesar da possibilidade de 
apresentar erros inerentes à qualidade da sonda periodontal, 
características relacionadas com o tecido a ser examinado 
e com o operador, é bastante utilizada, em associação com 
outros parâmetros8. O sangramento a sondagem pode apre-
sentar certo grau de subjetividade pela aplicação de pressão 
durante a sondagem, o que pode alterar o diagnóstico. A 
mera presença de sangramento a sondagem não associa o 
sítio a um maior risco em desenvolver adicional perda de in-
serção, apesar de alguns estudos apontarem que sítios que 
sangram repetidamente estão sob um alto risco para futu-
ras perdas de inserção9. O nível de inserção é tido como o 
padrão-ouro para veri! cação da severidade da doença5, mas 
deve ser associado a outros parâmetros de avaliação para 
que se veri! que se há presença atual de atividade de doen-
ça9, permitindo também avaliação longitudinal.
A Academia Americana de Periodontia (2000) relatou a 
importância da utilização de critérios clínicos de diagnósti-
co padronizados e sugeriu que para o diagnóstico de DP, 
os indivíduos deveriam apresentar, a partir de um exame 
periodontal completo, pelo menos um sítio na cavidade 
bucal com PIC ≥ 4 mm e PS ≥ 4 mm. Para os critérios de 
extensão, até 30% de sítios acometidos corresponderiam 
a DP localizada e mais de 30% de sítios acometidos de DP 
generalizada. Finalmente, para determinar a gravidade de 
doença periodontal, 1 mm a 2 mm de PIC seria considerado 
DP leve, 3 mm a 4 mm de PIC, DP moderada e 5 mm ou 
mais de PIC, DP grave10. Apenas uma faculdade (3%) revelou 
não usar a classi! cação das doenças periodontais da AAP e 
20 (54%) usam a perda de inserção como critério para clas-
si! car. Seis (16%) delas utilizam a profundidade a sondagem 
e dez (27%) mencionaram utilizar outros parâmetros (su-
puração, mobilidade, perda óssea radiográ! ca, alterações 
mucogengivais).
Ainda nas respostas abertas, outros parâmetros foram 
citados e apontados na pesquisa como importantes para o 
diagnóstico. Pode-se elencar tabagismo, uso de álcool, pa-
rafunção, exercício físico, genética, higienização, piercing, 
doenças sistêmicas, estresse, dieta, medicação e utilização 
de cachimbo e chimarrão.
DOS PARÂMETROS UTILIZADOS PARA O DIAGNÓSTICO 
DAS DOENÇAS PERIODONTAIS, A PROFUNDIDADE DE 
SONDAGEM (21%), O SANGRAMENTO A SONDAGEM 
(15%) E O NÍVEL DE INSERÇÃO CLÍNICA (12%) 
FORAM OS MAIS FREQUENTEMENTE CONSIDERADOS 
PELAS FACULDADES. A PROFUNDIDADE DE 
SONDAGEM, APESAR DA POSSIBILIDADE DE 
APRESENTAR ERROS INERENTES À QUALIDADE 
DA SONDA PERIODONTAL, CARACTERÍSTICAS 
RELACIONADAS COM O TECIDO A SER EXAMINADO 
E COM O OPERADOR, É BASTANTE UTILIZADA, EM 
ASSOCIAÇÃO COM OUTROS PARÂMETROS8. 
238
Periodontia
PerioNews 2013;7(3):235-9
Um dado interessante foi a subutilização do exame ra-
diográ! co como auxiliar de diagnóstico. Seria interessante o 
debate de questões como essas em reuniões de consenso 
de especialidades, em o! cinas de planejamento e avaliação 
de desempenho das escolas, pois a radiogra! a é uma tec-
nologia básica ao alcance do pro! ssional que não deve ser 
esquecida.
A demonstração da progressão da periodontite requer 
uma documentação adicional da perda óssea ocorrida em 
um espaço de tempo. Como nem sempre isso é possível, 
principalmente quando o paciente é examinado pela pri-
meira vez, muitos clínicos dão o diagnóstico de periodon-
tite para sítios in" amados que também tem perda óssea. 
Isto é uma prática prudente desde que os sítios possam es-
tar em momentos de perda óssea ou são áreas de possível 
progressão da doença. Entretanto, a observação de perda 
óssea momentânea não pode fechar um diagnóstico de pe-
riodontite. Talvez, esse seja um dos motivos pelos quais o 
exame radiográ! co não seja utilizado rotineiramente como 
um instrumento para o diagnóstico de atividade de doença, 
bem como para a classi! cação da mesma.
Conclusão
Os protocolos de diagnóstico clínico das doenças pe-
riodontais utilizados pelas faculdades brasileiras de Odonto-
logia são, de forma geral, semelhantes, visto que na maio-
ria o exame detalhado, por meio do periograma, é feito. 
O registro do nível de inserção clínica, recessão gengival e 
profundidade de sondagem apresentaram-se como domi-
nantes no constructo deste per! l de avaliação periodontal.
Nota de esclarecimento
Nós, os autores deste trabalho, não recebemos apoio ! nanceiro para pesquisa 
dado por organizações que possam ter ganho ou perda com a publicação deste 
trabalho. Nós ou os membros de nossas famílias não recebemos honorários de 
consultoria ou fomos pagos como avaliadores por organizações que possam 
ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho, não possuímos ações ou 
investimentos em organizações que também possam ter ganho ou perda com a 
publicação deste trabalho. Não recebemos honorários de apresentações vindos 
de organizações que com ! ns lucrativos possam ter ganho ou perda com a 
publicação deste trabalho, não estamos empregados pela entidade comercial 
que patrocinou o estudo e também não possuímos patentes ou royalties, nem 
trabalhamos como testemunha especializada, ou realizamos atividades para 
uma entidade com interesse ! nanceiro nesta área.
Endereço para correspondência:
Bruno César de Vasconcelos Gurgel
bcgurgel@yahoo.com.br
REFERÊNCIAS
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da doença periodontal [dissertação]. Belo 
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10. AAP - American Academy of Periodontology. 
Parameter on Comprehensive Periodontal 
Examination (supplement). J Periodontol 
2000;71(5):847-8.
Errata
Na coluna Fórum Clínico “Programa de manutenção após o tratamento de doença periodontal e peri-implantar”, 
publicada na edição no 2 – Vol. 7 da PerioNews, houve um erro na publicação do artigo da professora Magda Feres, 
a quem pedimos desculpas. A versão completa e correta do texto está disponível em www.inpn.com.br/link-1348.
239
RESUMO
O prognóstico terapêutico de lesões periodontais envolvendo 
áreas interradiculares é considerado incerto devido à di! cul-
dade de acesso a essas áreas para adequada descontaminação 
e à frequente progressão da perda de inserção apesar do tra-
tamento.Esta revisão sistemática coletou, nas bases de dados 
The Cochrane Library, PubMed e Web of Knowledge, estudos 
que atendessem aos seguintes critérios de inclusão: a) disponi-
bilidade do resumo ou do texto na íntegra na internet; b) estu-
dos clínicos em humanos; c) publicação a partir de 2002; d) pu-
blicação na língua inglesa; e) estudo desenvolvido com dentes 
multirradiculares previamente tratados de lesão de furca por 
doença periodontal de origem bacteriana; f) nível de inserção 
clínica ter sido utilizado como parâmetro de avaliação; g) acom-
panhamento longitudinal mínimo de um ano. O objetivo foi 
identi! car, dentre as terapias atuais, aquela(s) de melhor prog-
nóstico. Apenas 11 estudos atenderam aos critérios de inclusão 
e sua análise demonstrou que a terapia não cirúrgica parece ser 
contraindicada para tratar essas lesões. Entretanto, a diversida-
de metodológica encontrada e o reduzido número de estudos 
clínicos bem conduzidos não permitiram atribuir superioridade 
de nenhuma das técnicas cirúrgicas regenerativas em relação 
ao prognóstico de manutenção dos resultados em longo prazo.
Unitermos – Prognóstico; Terapia da furca; Regeneração óssea.
PROGNÓSTICO DO TRATAMENTO DE LESÕES DE FURCA
Treatment prognosis of furcation lesions. A systematic review
Carmen Emilia Caba-Paulino*
Maria Lúcia Rubo de Rezende**
Adriana Campos Passanezi Sant’Ana**
Carla Andreotti Damante***
Sebastião Luiz Aguiar Greghi****
*Mestranda do Programa de Pós-graduação em Ciências Odontológicas Aplicadas, área de Concentração Reabilitação Oral: linha de pesquisa Periodontia – Faculdade de Odon-
tologia de Bauru da Universidade de São Paulo, Brasil.
**Professoras associadas da Disciplina de Periodontia, Departamento de Prótese – Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo, Brasil.
***Professora doutora da Disciplina de Periodontia, Departamento de Prótese – Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo, Brasil.
****Professor associado da Disciplina de Periodontia, Departamento de Prótese – Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo, Brasil.
Recebido em abr/2013 – Aprovado em abr/2013
Periodontia
ABSTRACT
The therapeutic prognosis of periodontal lesions involving in-
terradicular areas is considered uncertain due to the dif! culty of 
access to these areas for proper decontamination and frequent 
progression of loss insertion despite treatment. This systematic 
review has collected in databases, such as The Cochrane Library, 
PubMed and Web of Knowledge, studies that met the following 
inclusion criteria: a) the availability of the summary or full text 
on the internet, b) clinical studies in humans, c) publishing since 
2002, d) publication in English language; e) study designed with 
multirooted teeth previously treated by furcation lesion disease 
of bacterial origin; f) clinical attachment level used as evaluation 
parameter, g) longitudinal follow up of 1 year at least. The ob-
jective of this systematic review was to identify, among current 
therapies, the one(s) with better prognosis. Only 11 studies met 
the inclusion criteria and their analysis showed that nonsurgical 
therapy does not seem to be indicated to treat these injuries. 
However, the methodological diversity among studies and the 
small number of well-conducted clinical studies, failed to assign 
superiority of any of regenerative surgical techniques in rela-
tion to prognosis of maintaining long-term results.
Key Words – Prognosis; Furcation therapy; Bone regeneration.
PerioNews 2013;7(3):241-6
Revisão da literatura
241
Caba-Paulino CE • de Rezende MLR • Sant'Ana ACP • Damante CA • Greghi SLA
PerioNews 2013;7(3):241-6
OS DENTES COM LESÕES DE FURCA SÃO 
CLINICAMENTE DESAFIANTES PARA O 
CIRURGIÃO-DENTISTA POR COLOCAREM 
EM DÚVIDA A SOBREVIVÊNCIA EM 
LONGO PRAZO DO ÓRGÃO DENTÁRIO, O 
QUE SE ATRIBUI TRADICIONALMENTE ÀS 
CARACTERÍSTICAS ANATÔMICAS DA REGIÃO 
COMPREENDIDA ENTRE AS RAÍZES1, O QUE 
TORNA IMPERATIVO CONHECER POSSÍVEIS 
TRATAMENTOS COM POTENCIAL PARA 
AJUDAR A PRESERVAR O DENTE E GARANTIR 
SEU PROGNÓSTICO AO LONGO DO TEMPO.
Introdução
Os dentes com lesões de furca são clinicamente desa! an-
tes para o cirurgião-dentista por colocarem em dúvida a so-
brevivência em longo prazo do órgão dentário, o que se atri-
bui tradicionalmente às características anatômicas da região 
compreendida entre as raízes1, o que torna imperativo conhe-
cer possíveis tratamentos com potencial para ajudar a preser-
var o dente e garantir seu prognóstico ao longo do tempo.
Uma recente revisão da literatura sobre as diretrizes 
para o tratamento das lesões de furca2 relacionou os se-
guintes fatores que in" uenciam o prognóstico desses den-
tes: grau da perda óssea no início da terapia, número de 
molares remanescentes, di! culdade na higiene oral diária, 
tabagismo e modalidades de tratamento recebidas. A ma-
nutenção regular e o controle de placa efetivo também fo-
ram citados como fatores inerentes ao paciente para preve-
nir a perda dental, cujo risco aumenta se o dente for usado 
como pilar de prótese3. A mesma revisão2 revelou dados 
epidemiológicos importantes como: a) cerca de 50% dos 
molares superiores apresentam pelo menos um sítio com 
envolvimento profundo da furca; b) a prevalência de en-
volvimento de furca nesses dentes chega a 90% nos casos 
de periodontite generalizada avançada; c) as lesões de fur-
ca maxilares são mais frequentes do que as mandibulares 
em pacientes com doença periodontal agressiva ou crônica 
(72% versus 50%).
As lesões de furca Classe III, segundo a classi! cação 
que considera o sentido horizontal4, são as que apresentam 
pior prognóstico em longo prazo, sendo discutível se esses 
dentes deveriam ser mantidos, ou extraídos e substituídos 
por implantes ou outras restaurações5. Quando associada à 
mobilidade, este tipo de lesão é a responsável pela maioria 
das exodontias durante a terapia inicial e de manutenção6.
O objetivo desta revisão sistemática foi levantar dados 
de estudos clínicos controlados e bem conduzidos publica-
dos entre 2002 e 2012 que possibilitem identi! car o trata-
mento de melhor prognóstico para as lesões de furca.
Revisão da Literatura
Um levantamento bibliográ! co foi realizado em maio 
e junho de 2012 pela busca eletrônica no site da Biblioteca 
Virtual em Saúde (BVS), nas bases de dados The Cochrane 
Library, US National Library Of Medicine National Institute of 
Health – PubMed, e na Web of Knowledge. Os Descritores em 
Ciências da Saúde (DeCs) utilizados na estratégia de busca fo-
ram: pré-molar, molar, prognóstico, Periodontia, perda óssea 
alveolar, perda de inserção periodontal, regeneração tecidual 
guiada, periodontal, regeneração óssea, defeitos de furca, 
envolvimento da furca, tratamento de envolvimento da fur-
ca, terapia da furca. Também foi realizada busca manual nos 
periódicos Journal of Periodontology, Journal of Clinical Pe-
riodontology, Journal of Periodontal Research e International 
Journal of Periodontics and Restorative Dentistry.
O universo de artigos resultantes da busca constituiu-se 
em 3.108 artigos. Para que fosse selecionado, o artigo deve-
ria atender aos seguintes critérios:
• Disponibilidade do resumo ou do texto na íntegra na 
 internet.
• Estudos clínicos em humanos.
• Publicação a partir de 2002.
• Publicação na língua inglesa.
Esses critérios reduziram o número inicial para 62 arti-
gos. A leitura destes 62 artigos levou à seleção de 11 artigos 
que atenderam aos seguintes critérios de avaliação da qua-
lidade metodológica:
• Dentes multirradiculares previamente tratados de lesão 
de furca por doença periodontal de origem bacteriana.
• Nível de inserção clínica utilizado como parâmetrode ava-
liação.
242
Periodontia
PerioNews 2013;7(3):241-6
• Acompanhamento longitudinal mínimo de um ano.
Para evitar viés, a seleção dos artigos foi realizada por 
dois pesquisadores independentes (CECP e MLRR). Os de-
sacordos a respeito da inclusão ou não de dois artigos na 
revisão foram resolvidos por discussão entre os revisores.
A quantidade de ganho de inserção clínica e sua manu-
tenção ao longo do tempo foram consideradas como método 
de avaliação do sucesso dos tratamentos empregados. Desta 
forma, os resultados dos estudos foram classi! cados como:
• Perda de inserção a qualquer tempo.
• Ausência de efeito do tratamento a qualquer tempo (ne-
nhum ganho ou perda de inserção).
• Ganho mínimo de inserção clínica: ganho de até 1 mm de 
inserção clínica mantido por no mínimo um ano.
• Ganho moderado de inserção clínica: ganho de 1 mm a 
3 mm de inserção clínica por no mínimo um ano.
• Ganho considerável de inserção clínica: ganho de mais de 
3 mm de inserção clínica por no mínimo um ano.
Devido à diversidade de metodologias empregadas 
mesclando combinações entre enxertos ósseos de dife-
rentes origens isolados ou em associação com regeneração 
tecidual guiada (RTG), optou-se pela não realização de me-
tanálise.
Dos 11 artigos que atenderam aos critérios de inclu-
são7-17 apenas um empregou terapia periodontal não cirúr-
gica17 como única forma de tratamento para as lesões de 
furca. Os dez trabalhos que empregaram terapia cirúrgica 
optaram por tratamentos regenerativos.
Em seis estudos, o tempo mínimo de acompanhamen-
to foi de 12 meses7,8,11,13-15, sendo que os trabalhos remanes-
centes ! zeram acompanhamentos por até 249, 3610, 7216, 
12012 e 180 meses17. Os intervalos mínimo e máximo entre 
as consultas de manutenção foram respectivamente três e 
seis meses.
Cinco dos estudos que ! zeram tratamento cirúrgico 
utilizaram biomodi! cação química da superfície radicular. 
Esses estudos empregaram solução saturada de ácido cítri-
co pH 1 por três minutos8, solução de tetraciclina a 10% por 
três minutos9, ácido etilenodiaminotetracético (EDTA) 24% 
em gel pH 6,7 por dois minutos10-11 e ácido fosfórico a 37% 
por três minutos16.
Quanto à medicação pós-operatória, todos emprega-
ram antibioticoterapia com amoxicilina associada a ácido 
clavulânico7,16, doxiciclina9,13-15, amoxicilina associada a me-
tronidazol10-11, metronidazol17, penicilina associada a doxici-
clina e metilprednisolona8 e propicilina12.
Quatro estudos empregaram cirurgia de reentrada 
como método de acesso aos sítios tratados7-8,13-14. Os de-
mais empregaram parâmetros clínicos como profundidade 
de sondagem, inserção clínica vertical e horizontal, assim 
como radiogra! as convencionais e de subtração.
Os defeitos foram avaliados apenas no sentido vertical 
em cinco estudos7-8,13,16-17 e nos sentidos vertical e horizon-
tal em seis estudos9-12,14-15. Para efeito de padronização e 
para facilitar a discussão dos resultados, optou-se pela uti-
lização dos dados referentes apenas ao sentido vertical dos 
defeitos.
Foi constatada perda de inserção clínica com o tem-
po no trabalho que adotou tratamento não cirúrgico das 
lesões de furca17, no qual foi feito raspagem e alisamen-
to radicular (RAR) associados a metronidazol (800 mg/dia) 
e bochechos de clorexidina (duas vezes/dia) com controles 
realizados duas vezes ao ano. Veri! cou-se 3,4 mm de perda 
de inserção para a maxila e 7,1 mm para a mandíbula depois 
de 180 meses.
Em quatro estudos10-12,14, o ganho de inserção não foi 
estatisticamente signi! cante em relação ao baseline. Por 
esta razão, estes resultados foram considerados como au-
sência de efeito. Nesses trabalhos foi empregada RTG com 
membrana reabsorvível11-12,14 ou não reabsorvível12,14 e ma-
triz derivada do esmalte isoladamente10 ou em associação à 
membrana reabsorvível11.
Ganho de inserção mínimo de 0,5 mm foi observado 
em um estudo9, que empregou apenas RTG associada à ras-
pagem após biomodi! cação radicular com tetraciclina.
Dois estudos obtiveram ganho de inserção moderado, 
com oscilações entre 1,33 mm8 a 2,9 mm13. Estes estudos 
empregaram RTG com membrana não reabsorvível de poli-
tetra" uoretileno expandido (ePTF) associada ao enxerto de 
osso lio! lizado desmineralizado (EOLD)8 e membrana reab-
sorvível de sulfato de cálcio isoladamente ou associada ao 
EOLD13, sendo que esta última associação alcançou o melhor 
resultado dentro dessa categoria.
O melhor resultado (ganho considerável) foi observado 
em um caso clínico isolado16 de lesão de furca Classe III tra-
tada por EOLD associado a uma membrana de PTF no qual 
243
PerioNews 2013;7(3):241-6
houve ganho de 7 mm de inserção clínica mantidos por 72 
meses após o tratamento. Ganho considerável foi constata-
do também com o emprego de enxertos de hidroxiapatita 
associados à membrana reabsorvível ou a enxerto de tecido 
conjuntivo, no qual os ganhos situaram-se entre 3,07 mm 
a 3,47 mm mantidos até 12 meses após o tratamento7. A 
associação entre enxerto de hidroxiapatita microgranular 
e membrana não reabsorvível também resultou em ganho 
considerável em outro estudo15. A Tabela 1 ilustra as princi-
pais características dos trabalhos revisados.
Discussão
Esta revisão sistemática de estudos envolvendo o prog-
nóstico do tratamento de lesões de furca apontou para a 
superioridade do tratamento cirúrgico sobre o não cirúr-
gico e para a conveniência do emprego de RTG associada a 
algum tipo de material de enxerto ósseo.
Considera-se que o preenchimento completo das lesões 
de furca asseguraria a retenção do elemento dental em lon-
go prazo18. Um estudo multicêntrico comparando o uso de 
matriz derivada do esmalte e raspagem em campo aberto no 
tratamento de 90 lesões de furca Classe II veri! cou que o fe-
chamento completo de lesões de furca é alcançado em cerca 
de 18% dos casos, mas em 60%, esse fechamento é parcial, 
podendo haver 2,2% de perda de inserção19. Esses resultados 
concordam de certa forma com esta revisão, em que o fe-
chamento completo foi relatado em porcentagem variando 
de 22,2%9 a 74%8, em casos em que a RTG foi associada a 
enxertos ósseos. Frequência de 40% de fechamento foi re-
latada também com o emprego de membrana de poligalac-
tina/ácido polilático associada hidroxiapatita microgranular7. 
A maioria dos trabalhos estudados, entretanto, encontrou 
fechamento apenas parcial das lesões.
A terapia não cirúrgica das lesões de furca tem alcança-
do algum sucesso em lesões incipientes, como as de Classe 
I2. Por outro lado, em envolvimentos mais avançados, a cirur-
gia permite acesso a debridamento e descontaminação ra-
dicular, odontoplastia, recontorno ósseo e procedimentos 
regenerativos, com o objetivo de impedir o progresso da 
doença periodontal8. A maioria dos autores estudados (dez 
autores) empregou terapia cirúrgica das lesões de Furca II e 
III, o que vem a con! rmar esse posicionamento.
O único estudo que apresentou resultados negativos 
nesta revisão17 empregou terapia não cirúrgica de lesões de 
furca Classe III. O autor justi! cou o uso desse tipo de tra-
tamento na recusa de alguns pacientes não só em aceitar 
o procedimento cirúrgico, como também a possibilidade 
de perder o dente. Nesses casos, o autor sugeriu que os 
clínicos procurem salvar os dentes através de tratamento 
periodontal não cirúrgico associado à terapia antimicrobia-
na e terapia de suporte. Entretanto, atribuiu a alta morta-
lidade dental encontrada depois da terapia combinada de 
antibióticos e RAR a fatores como: di! culdade de remoção 
de placa, desenho anatômico das raízes, estresse oclusal, 
faltade suporte ósseo distal, proximidade das raízes e iatro-
genias. Por esta razão, o estudo concluiu que a exodontia 
de dentes com lesão de furca Classe III e sua subsequente 
substituição por implantes resultam em melhor prognósti-
co do que o tratamento não cirúrgico.
Dos dez trabalhos que empregaram terapia cirúrgica, 
todos adotaram técnicas regenerativas, ora empregando 
RTG, ora empregando materiais de preenchimento ósseo, 
ora associação de ambos. Nenhum ganho ou ganho míni-
mo de inserção foi alcançado nos trabalhos em que a RTG 
(com membranas reabsorvíveis ou não), ou matriz derivada 
de esmalte foram utilizados isoladamente9-12,14, com exce-
ção de um deles13 que apresentou ganho moderado com 
uma membrana reabsorvível de sulfato de cálcio. Os resulta-
dos desfavoráveis com a RTG isoladamente foram atribuídos 
à exposição precoce das membranas, especialmente as não 
reabsorvíveis14, o que causa maior retenção microbiana e 
recessão gengival, com consequente diminuição do ganho 
de inserção vertical9-10. Mesmo assim, foi observado o fe-
chamento completo de lesões de furca Classe II em cerca de 
20% dessas lesões em dois dos estudos7,9 que empregaram 
membrana de ácido polilático e em 20% dos casos em que 
o enxerto de tecido conjuntivo gengival foi usado como 
membrana7. Foram citadas como vantagens das membra-
nas reabsorvíveis de colágeno sobre as não reabsorvíveis de 
ePTFE, sua biocompatibilidade e ausência de efeitos adver-
sos na cicatrização, além da facilidade de manipulação e não 
necessidade de outra cirurgia para sua remoção14.
Já com o emprego da matriz derivada do esmalte iso-
ladamente, ou associada à RTG, não foi observada melhora 
signi! cante nos níveis de inserção nas lesões de Classe II 
ou III10-11, nem foi possível identi! car fatores aos quais es-
ses resultados pudessem ser atribuídos. Os estudos que 
Caba-Paulino CE • de Rezende MLR • Sant'Ana ACP • Damante CA • Greghi SLA
244
Periodontia
PerioNews 2013;7(3):241-6
TABELA 1 – PRINCIPAIS RESULTADOS DOS TRATAMENTOS DE LESÕES DE FURCA COLETADOS DE ESTUDOS PUBLICADOS ENTRE 2002 E 2012 NAS BASES DE DADOS PUBMED, WEB OF KNOWLEDGE E COCHRANE LIBRARY
Referência Casuística Tratamento Pós-operatório T máx. Resultados (IC)
7
Sete e 13 
50 furcas Classe II 
mandibulares
Grupo I: RTG com membrana 
reabsorvível
GrupoII: RTG com membrana 
reabsorvível + hidroxiapatita
Grupo III: RTG com enxerto de tecido 
conjuntivo subepitelial
Grupo IV: RTG com enxerto de tecido 
conjuntivo subepitelial + hidroxiapatita
Grupo V: raspagem em campo aberto
Amoxicilina/acido clavulânico (1,5 g/dia x duas semanas)
Bochechos de clorexidina 0,12% (duas vezes/dia x quatro semanas)
Manutenção: ao menos duas vezes/semana/primeiro mês; uma vez 
a cada duas semanas/segundo e terceiro meses; uma vez aos seis e 
12 meses
12 meses
ICV*:
Grupo I: 3,34 mm
Grupo II: 3,47 mm
Grupo III: 3,07 mm
Grupo IV: 3,2 mm
Grupo V: 2,03 mm
8
17 e 26 
86 furcas Classe II 
mandibulares
RTG (e-PTFE) + EODL
Penicilina 2 g/dia x três dias e 1 g/dia x nove dias
Doxiciclina 100 mg/dia até a remoção da membrana 
(seis/oito semanas)
Bochechos de clorexidina 0,2% (dois/dia x oito semanas)
Metilprednisolona x seis dias em doses decrescentes
Manutenção: uma, duas, quatro, seis e oito semanas; a cada 
duas semanas até três meses; a cada três meses
12 meses ICV*: 1,33 mm
9
Sete e dois 
18 furcas Classe II 
mandibulares
Raspagem em campo aberto (controle) 
x RTG com membrana reabsorvível 
(teste)
Doxiciclina 100 mg/dia x duas semanas
Bochechos de clorexidina 0,12% dois/dia x oito semanas
Manutenção: a cada duas semanas/seis meses; a cada três meses
24 meses
ICV*: 
Controle: 0,3 mm
Teste: 0,5 mm
10
Dez pacientes
12 furcas Classe II 
mandibulares
Matriz derivada do esmalte 
Amoxicilina 375 mg e metronidazol 250 mg 
(três vezes/dia x uma semana)
Bochecho de clorexidina 0,2% (três/dia x seis semanas)
Manutenção: uma/semana x seis semanas; um/mês nos 4/5 meses 
seguintes; a cada três a seis meses
36 meses
ICV:
Vestibular: 0,8 mm
Lingual: 1,2 mm
11
Nove pacientes
14 furcas Classe III 
mandibulares
Matriz derivada do esmalte (A) x RTG 
com membrana reabsorvível (B) x 
Matriz derivada do esmalte + RTG com 
membrana reabsorvível (C)
Bochechos de clorexidina 0,2% (dois/dia x seis semanas)
Amoxicilina 375 mg e metronidazol 250 mg (três/dia x uma semana)
Manutenção: uma vez/semana/seis semanas; uma vez/semana/seis 
a 12 meses.
12 meses
ICV:
A: vestibular: -0,3 mm
Lingual: 0,3 mm
B: vestibular: 0,7 mm
Lingual: 0,7 mm
C: vestibular: 0,2 mm
Lingual: 0,2 mm
12 Seis e três 
18 furcas Classe II
RTG com membrana não reabsorvível 
(e-PTFE) (controle) x RTG com 
membrana reabsorvível (teste)
Um milhão IU de propicilina (três/dia x uma semana)
Bochechos de clorexidina 0,2% (dois/dia x cinco a sete semanas)
Manutenção: a cada três meses/dois anos; a cada quatro/seis meses
120 meses
ICV:
Grupo controle: 0,1 mm
Grupo teste: 0,7 mm
13
Oito e nove 
36 furcas Classe II 
mandibulares
Sulfato de cálcio (controle) x 
Sulfato de cálcio + doxiciclina (A) x 
Sulfato de cálcio + EODL (B)
Doxiciclina (100 mg um/dia x dez dias)
Bochechos de clorexidina 0,12% (dois/dia x duas semanas)
Manutenção: a cada três meses
12 meses
ICV*:
Controle: 1,8 mm
A: 2,0 mm
B: 2,9 mm
14
Oito e nove 
34 furcas Classe II 
mandibulares
RTG com membrana não 
reabsorvível (e-PTFE) x RTG com 
membrana reabsorvível de colágeno
Doxiciclina (200 mg/um dia, 100 mg/13 dias)
Bochechos de clorexidina 0,12% (dois/dia x quatro semanas)
Manutenção: a cada três meses
8 - 12 
meses
ICV*:
e-PTFE = 0,47 mm
Colágeno = 1 mm
15
34 e 26 
30 furcas Classe II 
mandibulares
Raspagem em campo aberto (controle) 
x hidroxiapatita microgranular + RTG 
com membrana não reabsorvível 
(e-PTFE)
Doxiciclina (200 mg um dia antes da cirurgia; 100 mg/dia x 20 dias)
Limpeza caseira tópica com clorexidina 0,2%
Manutenção: uma vez/semana x três meses; uma vez/duas semanas x 
três meses; uma vez/mês x seis meses
12 meses
ICV*:
Controle: 0,65 mm
Teste: 3,05 mm
16
Uma 
Uma Classe III 
mandibular
EODL + membrana não 
reabsorvível
Bochechos de clorexidina 0,12% (dois/dia x dois dias)
Amoxicilina e acido clavulânico (posologia não informada)
Manutenção: a cada três meses/um ano; a cada seis meses
72 meses IC:
 7 mm
17
Um 
20 Classes III 
mandibulares e maxilares 
Raspagem e alisamento radicular
Metronidazol (800 mg/dia x uma semana)
Bochechos de clorexidina 0,2% (dois/dia)
Manutenção: duas vezes ao ano
180 meses
ICV:
Maxila: 3,7
Mandíbula: 7,1 mm
T máx: tempo máximo; IC: inserção clínica; ICH: inserção clínica horizontal; ICV: inserção clínica vertical; b: paciente masculino; c: paciente feminino; RTG: regeneração tecidual guiada; 
e-PTFE: membrana não reabsorvível de politetrafl uoretileno expandido; n: ganho de inserção clínica; Ļ: perda de inserção clínica; EODL: enxerto ósseo desmineralizado liofi lizado; 
IU: unidade internacional; *: diferença estatística.
 - ausência de efeito
 - ganho de inserção clínica mínima (até 1 mm)
 - ganho de inserção clínica moderado (de 1 mm a 3 mm)
 - ganho de inserção clínica considerável (mais do que 3 mm)
 - perda de inserção clínica
245
PerioNews 2013;7(3):241-6
empregaram matriz derivada do esmalte e/ou RTG desta 
revisão10-11 foram classi! cados na categoria “ausência de 
efeito”, porque, embora os resultados apresentem alguma 
perda ou ganho, não foram estatisticamente signi! cantes 
em relação ao baseline.
Os três estudos que apresentaram ganho considerável 
de inserção em lesões de furca Classes II e III7,15-16 empre-
garam tratamento cirúrgico combinando RTG e enxertos 
ósseos (EOLD e hidroxiapatitamicrogranular).
Ao fato de que estes estudos envolveram apenas lesões 
mandibulares, sendo um deles em um único caso clínico16, 
soma-se o rigor metodológico ao qual a busca desta revisão 
sistemática foi submetida. Observou-se reduzido número 
de estudos prospectivos com acompanhamento mínimo de 
12 meses, randomizados e bem conduzidos em humanos, 
o que limitou consideravelmente a tomada de posição em 
relação a uma possível superioridade de uma modalidade 
de tratamento sobre outra. Isto torna claro que existe uma 
lacuna cientí! ca a ser preenchida dentro do tratamento de 
lesões de furca que clama por informações com embasa-
mento cientí! co. Por outro lado, parece indiscutível que a 
terapia cirúrgica apresenta melhor prognóstico do que a 
não cirúrgica quando se pretende tratar essas lesões.
Conclusão
O tratamento periodontal não cirúrgico das lesões de 
furca Classe II e III envolvendo terapia de manutenção semes-
tral não parece ser su! ciente para prevenir futuras perdas de 
inserção. Por outro lado, ainda que o uso de RTG e materiais 
de enxertos apontem para resultados mais promissores, a 
falta de uniformidade metodológica, diversidade de técnicas 
e biomateriais empregados e falta de estudos prospectivos 
bem controlados, até o momento, não permitem concluir 
de! nitivamente a respeito da abordagem terapêutica cirúr-
gica de melhor prognóstico para essas lesões.
Nota de esclarecimento
Nós, os autores deste trabalho, não recebemos apoio ! nanceiro para pesquisa 
dado por organizações que possam ter ganho ou perda com a publicação deste 
trabalho. Nós, ou os membros de nossas famílias, não recebemos honorários 
de consultoria ou fomos pagos como avaliadores por organizações que possam 
ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho, não possuímos ações ou 
investimentos em organizações que também possam ter ganho ou perda com a 
publicação deste trabalho. Não recebemos honorários de apresentações vindos 
de organizações que com ! ns lucrativos possam ter ganho ou perda com a 
publicação deste trabalho, não estamos empregados pela entidade comercial 
que patrocinou o estudo e também não possuímos patentes ou royalties, nem 
trabalhamos como testemunha especializada, ou realizamos atividades para 
uma entidade com interesse ! nanceiro nesta área.
Endereço para correspondência:
Maria Lúcia R. de Rezende – Fac. de Odontologia de Bauru – Depto. Prótese 
Al. Otavio Pinheiro Brizola, 9-75
17012-901 – Bauru – SP
Telefax: (14) 3223-4679
malurezende@usp.br
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Caba-Paulino CE • de Rezende MLR • Sant'Ana ACP • Damante CA • Greghi SLA
246
Periodontia
PerioNews 2013;7(3):249-55
RESUMO
A estética do tecido mole peri-implantar é um fator de suma 
importância para o sucesso das reabilitações orais que utilizam 
implantes. Os defeitos peri-implantares, como ausência de te-
cido queratinizado, perda de papila e perda de espessura de 
tecido mole com exposição do componente protético, tornam 
a estética prejudicada. Portanto, a manutenção desses tecidos 
se faz muito importante, pois qualquer fator que altere negati-
vamente o volume, a forma e a saúde dos tecidos peri-implan-
tares poderá resultar em um fracasso estético no tratamento 
proposto. Para um correto planejamento, as características bio-
lógicas dos tecidos peri-implantares e as di! culdades oferecidas 
pelo fenótipo periodontal do paciente devem sempre ser con-
sideradas. O objetivo dessa revisão da literatura foi descrever a 
importância do fenótipo periodontal na decisão do melhor mo-
mento para o manejo dos tecidos moles em Implantodontia.

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