Sistema circulatório

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Raphael Simões Vieira – Graduando de Medicina Veterinária 2º período
Sistema circulatório
O sistema circulatório abrange o sistema vascular sanguíneo e o sistema vascular linfático;
Dispõem de várias estruturas funcionais:
Coração: órgão cuja função é bombear o sangue através dos vasos sanguíneos. Possui quatro câmaras, que consistem em dois átrios e dois ventrículos. O ventrículo esquerdo bombeia sangue para todo o corpo (grande circulação), esse sangue retorna pelo átrio direito, que bombeia o sangue para os pulmões (pequena circulação) e esse sangue retorna ao coração pelo átrio esquerdo, passando para o ventrículo esquerdo e reiniciando o ciclo.
Artérias: consistem uma série de vasos eferentes que se tornam menores à medida que se ramificam (à medida que se afastam do coração), e cuja função é levar o sangue, com nutriente e oxigênio (sangue arterial), para os tecidos.
Capilares: são vasos sanguíneos muito delgados que constituem uma rede complexa de túbulos finos que se anastomosam profusamente e através de cujas paredes ocorre o intercâmbio entre o sangue e os tecidos adjacentes.
Veias: resultam da convergência dos capilares, se tornando cada vez mais amplos à medida que se aproximam do coração.
A camada mais interna dos vasos é formada por células endoteliais, formando um estrato simples pavimentoso. Essa camada celular tem importantes funções, sendo uma delas a permissividade da passagem de componentes do sangue para o tecido adjacente. Em uma resposta inflamatória, por exemplo, saem células do sangue para os tecidos, passando pela junção entre as células endoteliais;
Os capilares apresentam somente a camada de células endoteliais, sendo que é possível a passagem de nutriente e oxigênio por ela, assim como metabólitos e CO2. Nas artérias não ocorrem essa troca devido às demais camadas celulares além da túnica íntima (formada por células endoteliais);
O sistema vascular linfático inicia-se nos vasos capilares linfáticos, túbulos de fundo cego que se anastomosam para formar tubos de diâmetro continuamente crescente;
Os vasos do sistema linfático terminam no sistema vascular sanguíneo, desembocando em grandes veias perto do coração;
Uma das funções do sistema linfático é retornar ao sangue o fluido contido nos espaços intersticiais;
A superfície interna de todos os vasos sanguíneos e linfáticos é revestida por uma única camada de epitélio pavimentoso, originado do mesênquima, denominado de endotélio;
Os vasos linfáticos passam por lugares estratégicos onde há acúmulo de linfócitos. Esses acúmulos “analisam” a linfa, e se “verem” que tem algo errado, desenvolvem uma resposta imune;
Ao o sangue passar de uma arteríola para um capilar, a tendência é que a pressão aumentasse (já que o sangue está saindo de uma estrutura mais espessa e passando para uma mais delgada). Contudo, os capilares, por serem muito delgados, não suportam aumento de pressão. Para resolver isso, o sangue necessita de diminuir seu volume, extravasando líquido. Esse líquido é rico em nutrientes e oxigênio, nutrindo os tecidos adjacentes onde é “derramado”. Nas vênulas, esse líquido agora rico em metabólitos volta para o sangue, constituindo assim o sangue venoso;
Teoricamente, a mesma quantidade de líquido que deixa os capilares deveriam voltar para as vênulas. Contudo, sempre resta uma quantidade de líquido nos tecidos. Esse líquido é captado pelos vasos linfáticos. Esses vasos linfáticos desembocam na veia cava, sendo que há uma reposição de líquido, resultando em um saldo igual de saída e chegada de sangue ao coração;
Quando algo interrompe a circulação desse líquido nos vasos linfáticos, vai ocorrendo deposição de líquido nos tecidos, ocasionando edema. A patologia é conhecida vulgarmente como elefantíase (filariose);
As células endoteliais permitem a troca de nutrientes por metabólitos. São células capazes de contraírem ou dilatarem. Não há necessidade de um comando do sistema nervoso para vasodilatação ou vasoconstrição nesses locais. Essas células são capazes de produzirem substâncias como óxido nítrico (vasodilatador) e vasotenina (vasoconstritora);
As células endoteliais evitam a formação de coágulos que poderiam causar uma trombose (fator antitrombogênico);
Capilares
Têm o tamanho bem reduzido, sendo constituídos de uma a três células endoteliais;
Podem ser agrupados em três grupos, dependendo da continuidade da camada endotelial e da lâmina basal.
Capilar contínuo ou somático: é caracterizado pela ausência de fenestras em sua parede. É encontrado em tecidos musculares, conjuntivos, glândulas exócrinas e sistema nervoso.
Capilar fenestrado ou visceral: é caracterizado pela presença de orifícios ou fenestras nas paredes das células endoteliais, as quais podem ser obstruídas por um diafragma que é mais delgado do que a membrana plasmática da própria célula.
Capilar sinusóide: apresenta caminho tortuoso, e diâmetro bem maior que o dos demais capilares (resulta em redução da velocidade da circulação do sangue.
Os vasos sanguíneos normalmente são compostos por três camadas ou túnicas, como se vê adiante:
Túnica íntima: apresenta uma camada de células endoteliais apoiada em uma camada de tecido conjuntivo frouxo (camada subendotelial), a qual pode conter células musculares lisas. Em artérias, a túnica íntima está separada da média por uma limitante elástica interna. Essa limitante possui aberturas (fenestras)que permitem a difusão de substâncias para nutrir células situadas mais profundamente na parede do vaso.
Túnica média: constituída principalmente por células musculares lisas. Interpostas entre as células musculares lisas existem fibras e lamelas elásticas, além de outros componentes. Em artérias, a túnica média possui uma limitante elástica externa mais delgada que separa esta túnica da adventícia.
Túnica adventícia: consiste principalmente em colágeno do tipo I e fibras elásticas. Torna-se gradualmente contínua com o tecido conjuntivo do órgão pelo qual o vaso sanguíneo está passando.
Vasos grandes normalmente possuem vasa vasorum, que são vasos que ramificam-se para nutrirem as camadas externas de uma artéria / veia de grande calibre;
Arteríolas
Diâmetro reduzido, porém contêm as três túnicas normalmente (com espessura reduzida);
Não apresentam limitantes elásticas;
Há grande queda da pressão arterial nas arteríolas, não sendo possível sentir o pulso;
Têm a capacidade de contração e dilatação para regular o fluxo que desemboca nos capilares;
Quando a quantidade de sangue para os capilares está muito grande, a arteríola tem um mecanismo para que o sangue passe direto da arteríola para a vênula, não sobrecarregando os capilares (esse sangue que “pula” os capilares não sofre nenhuma troca metabólica, indo direto para a vênula. A estrutura é chamada de anastomose artéria-venosa);
O sangue tem fluxo laminar, ou seja, o plasma fica mais periférico, protegendo o endotélio e as células circulam “dentro” desse canal. Quando há uma ramificação do vaso, forma-se um fluxo turbilhonar, ou seja, por um instante o plasma e as células sanguíneas se misturam. Esse mecanismo é importante no caso de necessidade de migração de células do sangue para os tecidos (no caso de uma infecção por exemplo, existe uma resposta imune, um migração de células do sangue para combaterem a infecção no tecido). Assim, ao as células sanguíneas se chocarem com a parede do endotélio, elas se fixam e migram para o tecido adjacente;
Artérias (musculares) médias
A túnica média é formada por células musculares lisas;
Têm capacidade de contração e relaxamento, controlando o fluxo sanguíneo para os vários órgãos;
Grandes artérias elásticas
Apresentam parede muito espessa, alta pressão sanguínea;
Estão nesse grupo a artéria aorta e seus grandes ramos;
A túnica média das grandes artérias contem várias lâminas elásticas que suportam a pressão exercida pelo sangue na parede da artéria;
Em sístole (contração ventricular) essas artérias distendem, diminuindo a pressão que está muito alta. Já em diástole
(relaxamento ventricular) as artérias elásticas contraem, aumentando a pressão do sangue que caiu com o relaxamento dos ventrículos cardíaco;
Corpos carotídeos
São pequenos quimiorreceptores sensíveis à concentração de dióxido de carbono e oxigênio no sangue;
São encontrados perto da bifurcação da artéria carótida comum;
São sensíveis à baixa tensão de oxigênio, à alta concentração de gás carbônico e ao baixo pH do sangue;
No caso de uma alta expressão de CO2 no sangue arterial, isso indica que não está havendo adequada oxigenação sanguínea e consequente oxigenação tecidual. Assim, os corpos carotídeos “avisam” o sistema respiratório para aumentar a frequência;
Possuem dois tipos celulares: tipo 1 (nervosa) e tipo 2 (sustentação);
Seios carotídeos
São pequenas dilatações das artérias carótidas internas;
Contêm barorreceptores que detectam variações na pressão sanguínea e transmitem essa informação ao sistema nervoso central;
Se o sangue está com uma pressão arterial muito baixa, há envio de um sinal de alerta para o sistema urinário (rins principalmente) para diminuir a micção, com consequente aumento do volume sanguíneo, aumentando assim a pressão.
Anastomoses arteriovenosas
Participam na regulação do fluxo sanguíneo em certas regiões do corpo;
Fazem comunicações diretas entre arteríolas e vênulas;
Dentre suas funções, destaca-se o aliviamento de fluxo sanguíneo para os capilares;
Veias
A maioria das veias são de pequeno ou médio calibre;
A camada adventícia é bem desenvolvida e rica em colágeno;
As grandes veias possuem uma túnica íntima bem desenvolvida, mas a média é muito fina, com poucas camadas de células musculares lisas e abundante tecido conjuntivo;
As veias, principalmente as de maior calibre, possuem válvulas em seu interior;
As válvulas consistem em dobras da túnica íntima, em forma de meia-lua, que se projetam para o interior da luz. Elas são responsáveis, juntamente com a contração do músculo esquelético que circunda as veias, direcionam o sangue venoso de volta para o coração, não permitindo refluxo;
Nas veias o sangue não apresenta pressão;