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Vasos sanguíneos e hemodinâmica
O sistema circulatório contribui para a homeostasia de outros sistemas corporais, por meio do transporte e distribuição de sangue por todo o corpo para fornecer materiais (como oxigênio, nutrientes e hormônios) e remover escórias metabólicas. As estruturas envolvidas nestas importantes tarefas são os vasos sanguíneos, que formam um sistema fechado de tubos que leva o sangue para fora do coração, transportam-no para os tecidos do corpo e, em seguida, o devolvem ao coração. As câmaras cardíacas esquerdas bombeiam o sangue para aproximadamente 100.000 km de vasos sanguíneos. O lado direito do coração bombeia o sangue através dos pulmões, possibilitando que o sangue capte o oxigênio e libere dióxido de carbono.
MORFOFISIOLOGIA DOS VASOS SANGUÍNEOS 
Os cinco tipos principais de vasos sanguíneos são as artérias, as arteríolas, os capilares, as vênulas e as veias. As artérias transportam o sangue do coração para outros órgãos. Artérias grandes e elásticas deixam o coração e se ramificam em artérias musculares, de médio porte, que emitem ramos a várias regiões do corpo. As artérias de médio porte então se dividem em pequenas artérias, as quais por sua vez se dividem em artérias ainda menores chamadas arteríolas. Conforme as arteríolas entram em um tecido, se ramificam em diversos vasos minúsculos chamados capilares. As paredes finas dos capilares possibilitam a troca de substâncias entre o sangue e os tecidos do corpo. Grupos de capilares no tecido se unem para formar pequenas veias chamados vênulas. Estas, por sua vez, se fundem para formar vasos sanguíneos progressivamente maiores chamados veias. As veias são os vasos sanguíneos que conduzem o sangue dos tecidos de volta para o coração.
É comum dividir o sistema circulatório em vasos da macrocirculação, vasos mais calibrosos e responsáveis por transportar sangue aos órgãos e levar sangue de volta ao coração (artérias e veias de vários calibres), e vasos da microcirculação, vasos com menos de 100 μm e visíveis somente ao microscópio (arteríolas, capilares e vênulas pós-capilares). Os vasos da microcirculação são particularmente importantes nos processos de intercâmbio entre o sangue e os tecidos circum-adjacentes, tanto em condições normais como nos processos inflamatórios.
Tecidos que compõem os vasos: Do ponto de vista dos tecidos que a constituem, a parede dos vasos é formada pelos seguintes componentes estruturais básicos: o epitélio chamado de endotélio, o tecido muscular e o tecido conjuntivo. A associação desses tecidos forma as camadas ou túnicas dos vasos sanguíneos. A quantidade e a organização desses tecidos no sistema circulatório são influenciadas por fatores mecânicos, representados primariamente pela pressão sanguínea, e fatores metabólicos, que refletem a necessidade local dos tecidos. Todos esses tecidos são encontrados em diferentes proporções na parede dos vasos, exceto nos capilares e nas vênulas pós-capilares, nos quais os únicos elementos estruturais representados são o endotélio e sua membrana basal.
· Endotélio: O endotélio é um tipo especial de epitélio que forma uma barreira semipermeável interposta entre dois compartimentos do meio interno: o plasma sanguíneo e o fluido intersticial. O endotélio é altamente diferenciado para mediar e monitorar ativamente as extensas trocas bidirecionais de pequenas moléculas e, ao mesmo tempo, restringir o transporte de macromoléculas. As células endoteliais são funcionalmente diversas de acordo com o vaso que elas revestem. Os vasos capilares são frequentemente chamados vasos de troca, uma vez que é nestes locais que são transferidos oxigênio, gás carbônico, água, solutos, macromoléculas, substratos e metabólitos do sangue para os tecidos e dos tecidos para o sangue. Além de seu papel nas trocas entre o sangue e os tecidos, as células endoteliais executam várias outras funções, como: 
· Conversão de angiotensina I para angiotensina II. 
· Conversão de bradicinina, serotonina, prostaglandinas, norepinefrina (noradrenalina), trombina etc., em compostos biologicamente inertes.
· Lipólise de lipoproteínas por enzimas localizadas na superfície das células endoteliais, para transformá-las em triglicerídios e colesterol (substratos para síntese de hormônios esteroides e para a estrutura da membrana).
· Produção de fatores vasoativos que influenciam o tônus vascular, como as endotelinas, os agentes vasoconstritivos, como óxido nítrico, e os fatores de relaxamento. 
· O endotélio também tem uma ação antitrombogênica, impedindo a coagulação de sangue. Quando, por exemplo, células endoteliais são danificadas por lesões provocadas pela aterosclerose, o tecido conjuntivo subendotelial é exposto, induzindo a agregação de plaquetas sanguíneas. Essa agregação inicia uma cascata de eventos que dão origem à fibrina, a partir do fibrinogênio do sangue. Dessa maneira, um coágulo intravascular, ou trombo, é formado e pode crescer até obstruir completamente o fluxo vascular local. Porções de massa sólida podem separar-se do trombo e ser levadas pelo sangue, podendo obstruir vasos sanguíneos distantes por um processo chamado embolia. Em ambos os casos, pode ocorrer parada do fluxo vascular, constituindo-se em uma potencial condição de ameaça à vida. Desse modo, a integridade da camada endotelial, que impossibilita o contato entre plaquetas e o tecido conjuntivo subendotelial, é um mecanismo antitrombogênico importante.
· Fatores de crescimento, como VEGF (fator de crescimento do endotélio vascular), têm papel central na formação do sistema vascular durante o desenvolvimento embrionário, na regulação do crescimento capilar em condições normais e patológicas em adultos e na manutenção da normalidade da vascularização.
· Músculo liso: O tecido muscular liso faz parte de todos os vasos sanguíneos com exceção dos capilares e vênulas pericíticas. As células musculares lisas estão na túnica média dos vasos, onde se organizam em camadas helicoidais. Cada célula muscular é envolta por uma lâmina basal e por uma quantidade variável de tecido conjuntivo produzido por elas próprias. As células musculares lisas vasculares, principalmente em arteríolas e pequenas artérias, são frequentemente conectadas por junções comunicantes (gap).
· Tecido conjuntivo: Componentes do tecido conjuntivo são encontrados nas paredes dos vasos sanguíneos em quantidade e proporção que varia de acordo com as suas necessidades funcionais. Fibras colágenas, um elemento abundante na parede do sistema vascular, são encontradas entre as células musculares, na camada adventícia e, também, na camada subepitelial de alguns vasos. Os colágenos dos tipos IV, III e I são encontrados nas membranas basais, túnica média e adventícia, respectivamente. Fibras elásticas fornecem a resistência ao estiramento promovido pela expansão da parede dos vasos. Essas fibras predominam nas grandes artérias, nas quais se organizam em lamelas paralelas regularmente distribuídas entre as células musculares em toda a espessura da camada média. A substância fundamental forma um gel heterogêneo nos espaços extracelulares da parede dos vasos. Ela contribui com as propriedades físicas da parede dos vasos e, provavelmente, afeta a difusão e permeabilidade através da parede. A concentração de glicosaminoglicanos é mais alta nas paredes das artérias do que nas das veias.
Estrutura dos vasos: A maioria dos vasos têm características estruturais em comum e mostram um plano geral de construção. Entretanto, o mesmo tipo de vaso apresenta variações estruturais ao longo de seu percurso. Dessa maneira, a distinção entre os tipos diferentes de vasos nem sempre é muito clara, uma vez que a transição de um tipo de vaso para outro se faz gradualmente. Os vasos sanguíneos são normalmente compostos das seguintes camadas ou túnicas: túnica íntima, túnica média e túnica adventícia.
· Túnica íntima: A túnica íntima forma o revestimento interno de um vaso sanguíneo e está em contato direto com o sangue que flui pelo lúmen, ou luz, do vaso. Embora a túnica tenha váriaspartes, seus componentes teciduais contribuem minimamente para a espessura da parede do vaso. Sua camada mais interna é chamada endotélio, que é contínuo com o endocárdio. O endotélio é uma lâmina fina de células planas que revestem a face interna de todo o sistema circulatório (coração e vasos sanguíneos). As células endoteliais estão apoiadas em uma camada de tecido conjuntivo frouxo, a camada subendotelial, a qual pode conter, ocasionalmente, células musculares lisas. Até recentemente, as células endoteliais eram consideradas como pouco mais do que uma barreira passiva entre o sangue e o restante da parede do vaso. Sabe-se agora que as células endoteliais são participantes ativas em inúmeras atividades relacionadas com vasos, incluindo influências físicas sobre o fluxo sanguíneo, secreção de mediadores químicos de ação local que influenciam o estado contrátil do músculo liso sobrejacente ao vaso e assistência com a permeabilidade capilar. Além disso, a sua face luminal lisa facilita o fluxo sanguíneo eficiente, reduzindo o atrito superficial. O segundo componente da túnica íntima é uma membrana basal profunda ao endotélio. Ela fornece uma base de apoio físico para a camada epitelial. Sua estrutura de fibras colágenas confere à membrana basal substancial resistência à tração, além de resiliência ao estiramento e distensão. A membrana basal do endotélio se ancora ao tecido conjuntivo subjacente, regulando também o movimento molecular. Parece ter uma participação importante na orientação dos movimentos celulares durante o reparo de tecidos das paredes dos vasos sanguíneos. A parte mais externa da túnica íntima, que forma a fronteira entre a túnica íntima e a túnica média, é a lâmina elástica interna. A lâmina elástica interna é uma lâmina fina de fibras elásticas (elastina) com número variável de aberturas semelhantes a janelas (fenestrações) que lhe conferem o aspecto de um queijo suíço. Estas fenestrações facilitam a difusão de materiais através da túnica íntima para a túnica média mais espessa.
· Túnica média: A túnica média é uma camada de tecidos muscular e conjuntivo que apresenta a maior variação entre os diferentes tipos de vasos. Na maioria dos vasos, é uma camada relativamente espessa que compreende células de músculo liso e, principalmente, quantidades substanciais de fibras e lamelas elásticas, fibras reticulares (colágeno do tipo III), proteoglicanos, glicoproteínas. Nas artérias do tipo elástico a maior parte da túnica média é ocupada por lâminas de material elástico. Em artérias musculares menos calibrosas, a túnica média contém uma lâmina elástica externa no limite com a túnica adventícia. A principal função das células musculares lisas, que se estendem circularmente em torno do lúmen como um anel circunda o dedo, é regular o diâmetro do lúmen. O aumento da estimulação simpática estimula tipicamente o músculo liso a se contrair, apertando a parede do vaso e estreitando o lúmen. Essa diminuição do diâmetro do lúmen de um vaso sanguíneo é chamada vasoconstrição. Em contrapartida, quando a estimulação simpática diminui, ou na presença de determinados compostos químicos (como o óxido nítrico, H + e ácido láctico) ou em resposta à pressão arterial, as fibras musculares lisas relaxam. O consequente aumento do diâmetro do lúmen é chamado vasodilatação. A taxa de fluxo sanguíneo nas diferentes partes do corpo é regulada pela magnitude da contração do músculo liso nas paredes de vasos específicos. Além disso, a magnitude da contração do músculo liso em tipos específicos de vasos é crucial na regulação da pressão arterial. Além de regular o fluxo e a pressão sanguínea, o músculo liso se contrai quando uma pequena artéria ou arteríola está danificada (vasospasmo) para ajudar a limitar a perda de sangue através do vaso lesionado. As células musculares lisas também ajudam a produzir as fibras elásticas na túnica média que possibilitam que os vasos se estirem e retraiam à pressão exercida pelo sangue. A túnica média é a mais variável das túnicas. A separação entre a túnica média e a túnica externa se dá por uma rede de fibras elásticas, a lâmina elástica externa, que faz parte da túnica média.
· Túnica adventícia/externa: O revestimento externo de um vaso sanguíneo, a túnica externa, é composto por fibras elásticas e colágenas (colágeno tipo I). A túnica externa contém diversos nervos e, especialmente nos grandes vasos, minúsculos vasos sanguíneos que irrigam o tecido da parede do vaso. Esses pequenos vasos que fornecem sangue para os tecidos do vaso são chamados vasos dos vasos ou vasa vasorum. Eles são facilmente vistos em grandes vasos, como a aorta. Além da importante função de fornecer nervos e vasa vasorum à parede do vaso, a túnica externa ajuda a ancorar os vasos aos tecidos circundantes.
VASA VASORUM
Vasos grandes normalmente contêm vasa vasorum (vasos dos vasos) que são arteríolas, capilares e vênulas que se ramificam profusamente na adventícia e, em menor quantidade, na porção externa da média. Os vasa vasorum proveem a adventícia e a média de metabólitos, uma vez que, em vasos maiores, as camadas são muito espessas para serem nutridas somente por difusão a partir do sangue que circula no lúmen do vaso. Vasa vasorum são mais frequentes em veias que em artérias. Em artérias de diâmetro intermediário e grande, a íntima e a região mais interna da média são destituídas de vasa vasorum. Essas camadas recebem oxigênio e nutrição por difusão do sangue que circula no lúmen do vaso.
 
ARTÉRIAS: Como antigamente as artérias foram encontradas vazias no momento da morte, acreditava-se que contivessem apenas ar. A parede de uma artéria tem as três túnicas de um vaso sanguíneo normal, mas tem uma espessa túnica média muscular a elástica. Em decorrência da abundância de fibras elásticas, as artérias normalmente têm alta complacência, o que significa que suas paredes se esticam ou expandem facilmente sem se romper em resposta a um pequeno aumento da pressão.
· Artérias elásticas: As artérias elásticas são as maiores artérias do corpo e seu tamanho varia desde o de uma mangueira de jardim (como a aorta e o tronco pulmonar) até um dedo da mão (ramos da aorta). Elas têm o maior diâmetro entre as artérias, mas suas paredes (cerca de 1/10 do diâmetro total do vaso) são relativamente finas em comparação ao tamanho total do vaso. Estes vasos têm cor amarelada decorrente do acúmulo de elastina na túnica média. A túnica íntima, rica em fibras elásticas, é mais espessa que a de uma artéria muscular. A túnica média consiste em uma série de lâminas elásticas perfuradas, concentricamente organizadas, cujo número aumenta com a idade (há em torno de 40 lâminas no recém-nascido e 70 no adulto). Essas lâminas elásticas contribuem para a importante função de tornar o fluxo de sangue mais uniforme. Durante a contração ventricular (sístole), a lâmina elástica das grandes artérias está distendida e reduz a variação da pressão. Durante relaxamento ventricular (diástole), a pressão no ventrículo cai para níveis muito baixos, mas a propriedade elástica das grandes artérias ajuda a manter a pressão arterial. Como consequência, a pressão arterial e a velocidade do sangue diminuem e se tornam menos variáveis à medida que se distanciam do coração. Entre as lâminas elásticas situam-se células musculares lisas, fibras de colágeno, proteoglicanos e glicoproteínas. A túnica adventícia é relativamente pouco desenvolvida. Estes vasos são caracterizados por lâminas elásticas interna e externa bem definidas, juntamente com uma túnica média espessa. As artérias elásticas incluem os dois troncos principais que saem do coração (a aorta e o tronco pulmonar), juntamente com os principais ramos iniciais da aorta, como o tronco braquiocefálico, a artéria subclávia, a artéria carótida comum e a artéria ilíaca comum. As artérias elásticas desempenham uma função importante: ajudam a impulsionar o sangue no sentido anterógrado enquanto os ventrículos estão relaxados. Conforme o sangue é ejetado do coração para as artérias elásticas,suas paredes se distendem, acomodando facilmente o pulso de sangue. Quando elas se esticam, as fibras elásticas momentaneamente armazenam energia mecânica, funcionando como um reservatório de pressão. Em seguida, as fibras elásticas recuam e convertem a energia armazenada (potencial) no vaso em energia cinética do sangue. Assim, o sangue continua se movendo ao longo das artérias, mesmo quando os ventrículos estão relaxados. Como conduzem sangue do coração para as artérias médias, mais musculosas, as artérias elásticas são também chamadas artérias condutoras. 
· Artérias musculares: As artérias de médio porte são chamadas artérias musculares, porque sua túnica média contém mais músculo liso e menos fibras elásticas do que as artérias elásticas. A abundância de músculo liso, aproximadamente 75% da massa total, torna as paredes das artérias musculares relativamente espessas. Assim, as artérias musculares conseguem se dilatar e contrair mais para se ajustar à velocidade do fluxo sanguíneo. As artérias musculares têm uma lâmina elástica interna bem definida, mas uma lâmina elástica externa fina. Estas duas lâminas elásticas formam os limites interno e externo da túnica média muscular. Nas grandes artérias, a espessura da túnica média pode alcançar até 40 camadas de células musculares lisas dispostas circunferencialmente, enquanto nas artérias menores, existem poucas camadas (até mesmo 3). A espessura das artérias musculares varia desde as artérias femoral e axilar que têm a espessura de um lápis até as artérias filiformes que penetram nos órgãos (até mesmo 0,5 mm de diâmetro). Em comparação com as artérias elásticas, a parede do vaso das artérias musculares representa uma porcentagem maior (25%) do diâmetro total do vaso. Uma vez que as artérias musculares continuam ramificando-se e, por fim, distribuem sangue para todos os órgãos, elas são chamadas artérias distributivas. Exemplos incluem a artéria braquial no braço e a artéria radial no antebraço. A túnica externa muitas vezes é mais espessa do que a túnica média nas artérias musculares. Esta camada externa contém fibroblastos, fibras colágenas e fibras elásticas, todos orientados longitudinalmente. Essa túnica é constituída de tecido conjuntivo frouxo, o qual possibilita que ocorram alterações no diâmetro do vaso, mas também impede o encurtamento ou a retração do vaso quando ele é seccionado. Além disso, nesta túnica também são encontrados vasos capilares linfáticos, vasa vasorum e nervos da adventícia, podendo essas estruturas penetrar até a porção mais externa da média. Por causa da diminuição do tecido elástico nas paredes das artérias musculares, estes vasos não conseguem dilatar e ajudar a impulsionar o sangue como as artérias elásticas. Em vez disso, a espessa túnica média muscular é a principal responsável pelas funções das artérias musculares. A capacidade do músculo de se contrair e manter um estado de contração parcial é chamado tônus vascular. O tônus vascular enrijece a parede do vaso e é importante para manter a pressão do vaso e o fluxo sanguíneo eficiente.ANASTOMOSE
A maioria dos tecidos do corpo recebe sangue de mais de uma artéria. A união dos ramos de duas ou mais artérias que irrigam uma mesma região do corpo é chamada anastomose. As anastomoses entre as artérias constituem vias alternativas para o sangue chegar a um tecido ou órgão. Se o fluxo sanguíneo for interrompido por um curto período quando movimentos normais comprimem um vaso, ou se o vaso for bloqueado por uma doença, lesão ou cirurgia, então a circulação para essa parte do corpo não é necessariamente interrompida. A via alternativa de fluxo sanguíneo para uma parte do corpo por meio de uma anastomose é conhecida como circulação colateral. As anastomoses também podem ocorrer entre veias e entre arteríolas e vênulas. As artérias que não se anastomosam são conhecidas como artérias terminais. A obstrução de uma artéria terminal interrompe a irrigação sanguínea a todo um segmento de órgão, provocando necrose (morte) desse segmento. Vias alternativas de sangue também podem ser fornecidas por vasos sem anastomose que irrigam uma mesma região do corpo. 
Em alguns tecidos, existem anastomoses arteriovenosas, possibilitando que arteríolas se esvaziem diretamente em vênulas. Este é um mecanismo adicional que contribui para regular a circulação nos capilares. Essas interconexões são abundantes no músculo esquelético e na pele das mãos e dos pés. Quando vasos de uma anastomose arteriovenosa se contraem, todo o sangue é forçado a atravessar a rede capilar. Quando eles relaxam, um pouco de sangue flui diretamente para uma veia em vez de circular nos vasos capilares.
ARTERÍOLAS: Significando literalmente pequenas artérias, as arteríolas são abundantes vasos microscópicos que regulam o fluxo sanguíneo para as redes capilares dos tecidos do corpo. As aproximadamente 400 milhões de arteríolas têm diâmetros que variam de 15 a 300 μm. A espessura da parede das arteríolas corresponde à metade do diâmetro total do vaso. As arteríolas têm uma túnica íntima fina com uma lâmina elástica interna fina, fenestrada (com pequenos poros), que desaparece na extremidade terminal. A túnica média é constituída por uma a duas camadas de células musculares lisas que têm uma orientação circular na parede do vaso. A extremidade terminal da arteríola, a região chamada metarteríola, se afunila em direção à junção capilar. Na junção metarteríola-capilar, a célula muscular mais distal forma o esfíncter pré-capilar, que monitora o fluxo sanguíneo para o capilar; as outras células musculares da arteríola regulam a resistência (oposição) ao fluxo sanguíneo. A túnica externa da arteríola é constituída por tecido conjuntivo areolar contendo numerosos nervos simpáticos amielínicos. Esta inervação simpática, juntamente com as ações dos mediadores químicos locais, pode alterar o diâmetro das arteríolas e, portanto, variar a velocidade do fluxo sanguíneo e a resistência ao longo destes vasos. As arteríolas têm uma participação essencial na regulação do fluxo sanguíneo das artérias para os vasos capilares, regulando a resistência, a oposição ao fluxo sanguíneo decorrente do atrito entre o sangue e as paredes dos vasos sanguíneos. Por isso, são conhecidas como vasos de resistência. Em um vaso sanguíneo, a resistência é decorrente principalmente do atrito entre o sangue e as paredes internas dos vasos sanguíneos. Quando o diâmetro do vaso sanguíneo é menor, o atrito é maior, de modo que há mais resistência. A contração do músculo liso de uma arteríola provoca vasoconstrição, o que aumenta ainda mais a resistência e diminui o fluxo sanguíneo para os vasos capilares irrigados por essa arteríola. Em contrapartida, o relaxamento do músculo liso das arteríolas provoca vasodilatação, que diminui a resistência e aumenta o fluxo sanguíneo para os vasos capilares. A mudança do diâmetro da arteríola pode afetar também a pressão arterial: a constrição das arteríolas aumenta a pressão arterial, e a dilatação das arteríolas diminui a pressão arterial.
CAPILARES: O capilar, o menor dos vasos sanguíneos, tem diâmetro de 5 a 10 μm, e forma as curvas em U que conectam o efluxo arterial ao retorno venoso. Como os eritrócitos têm um diâmetro de 8 μm, frequentemente precisam se dobrar sobre si mesmos a fim de passar em fila indiana pelos lumens desses vasos. Em geral, as células endoteliais são poligonais e seu longo eixo orienta-se na direção do fluxo de sangue. O núcleo da célula endotelial em geral se projeta para o interior do lúmen do capilar. Seu citoplasma contém poucas organelas representadas principalmente por um complexo de Golgi pequeno, mitocôndrias e polirribossomos livres, bem como algumas cisternas de retículo endoplasmático granuloso. As células endoteliais prendem-se lateralmente umas às outras, por meio de zônulas de oclusão. As zônulas de oclusão desempenham importante papel na fisiologia do sistema circulatório. Essas junções apresentam permeabilidade variável a macromoléculas, de acordo com o tipo de vaso sanguíneo considerado,e desempenham um papel fisiológico significativo tanto em condições normais como patológicas. Em vários locais ao longo dos capilares e de vênulas pós-capilares ou pericíticas, células de origem mesenquimal, dotadas de longos processos citoplasmáticos, envolvem porções de células endoteliais. Essas células são chamadas pericitos. Os pericitos são envoltos por uma lâmina basal própria, a qual por sua vez pode fundir-se com a lâmina basal das células endoteliais. Após a ocorrência de lesões no tecido, os pericitos se diferenciam para formar novos vasos sanguíneos e novas células do tecido conjuntivo, participando, desse modo, do processo de reparação dos tecidos. A existência de miosina, actina e tropomiosina nos pericitos sugere fortemente que essas células também tenham uma função contrátil. Os capilares formam uma rede extensa, de aproximadamente 20 bilhões de vasos curtos (centenas de micrômetros de comprimento), ramificados e interconectados, que passam entre cada grupo de células do corpo. Esta rede constitui uma enorme área de superfície que entra em contato com as células do corpo. O fluxo do sangue de uma metarteríola para os capilares e para uma vênula pós-capilar (vênula que recebe sangue de um capilar) é chamada microcirculação do corpo. A função primária dos capilares é a troca de substâncias entre o sangue e o líquido intersticial. Por causa disto, estes vasos de paredes finas são chamados vasos de troca. Capilares são encontrados perto de quase todas as células do corpo, mas seu número varia de acordo com a atividade metabólica do tecido irrigado. Os tecidos corporais com necessidades metabólicas elevadas, como os músculos, o encéfalo, o fígado, os rins e o sistema nervoso, usam mais O2 e nutrientes e, portanto, têm redes capilares extensas. Os tecidos com necessidades metabólicas mais baixas, como os tendões e os ligamentos, contêm menos capilares. Não há capilares em alguns tecidos, como todos os revestimentos e epitélios de revestimento, a córnea e a lente do olho, e a cartilagem. A estrutura dos capilares é bem adequada à sua função de vaso de troca e eles não têm túnica média nem túnica adventícia. Como as paredes dos capilares são compostas por apenas uma única camada de células endoteliais e uma membrana basal, uma substância do sangue precisa atravessar apenas uma camada de células para alcançar o líquido intersticial e as células teciduais. A troca de materiais ocorre apenas pelas paredes dos capilares e o início de vênulas; as paredes das artérias, das arteríolas, da maioria das vênulas e das veias constituem uma barreira muito espessa. Os capilares formam redes de ramificação extensas que aumentam a área de superfície disponível para a troca rápida de materiais. Na maioria dos tecidos, o sangue flui por apenas uma pequena parte da rede capilar quando as necessidades metabólicas são baixas. No entanto, quando um tecido está ativo, como um músculo em contração, toda a rede capilar se enche com sangue. Em todo o corpo, os capilares atuam como parte do leito capilar, uma rede de 10 a 100 capilares que emerge de uma única metarteríola. 
Em quase todo o corpo, o sangue flui por uma rede capilar de uma arteríola para uma vênula, como se segue: 
1. Capilares: Nesta via, o sangue flui de uma arteríola para os capilares e, em seguida, para as vênulas (vênulas pós-capilares). Como observado anteriormente, nas junções entre a metarteríola e os capilares estão anéis de fibras musculares lisas chamadas esfíncteres précapilares, que controlam o fluxo sanguíneo nos capilares. Quando os esfíncteres pré-capilares estão relaxados (abertos), o sangue flui para os capilares; quando os esfíncteres pré-capilares se contraem (se fecham parcial ou totalmente), o fluxo sanguíneo nos capilares cessa ou diminui. Tipicamente, o sangue flui de modo intermitente pelos capilares por causa da contração e do relaxamento alternados da musculatura lisa das metarteríolas e dos esfíncteres pré-capilares. Esta contração e esse relaxamento intermitentes, que pode ocorrer de 5 a 10 vezes por minuto, é chamado vasomoção. Em parte, a vasomoção é decorrente de substâncias químicas liberadas pelas células endoteliais; o óxido nítrico é um exemplo. Em um dado momento, o sangue flui por aproximadamente apenas 25% dos capilares. 
2. Canal preferencial: A extremidade proximal de uma metarteríola está rodeada por fibras musculares lisas dispersas, cuja contração e relaxamento ajudam a regular o fluxo sanguíneo. A extremidade distal do vaso não tem músculo liso; assemelha-se a um capilar e é chamado canal preferencial. Este canal oferece uma rota direta para o sangue de uma arteríola para uma vênula, sem passar pelos capilares. 
O corpo contém três tipos diferentes de capilares: capilares contínuos, capilares fenestrados e vasos sinusoides. 
· Capilares contínuos ou somáticos: A maioria dos capilares é de capilares contínuos, em que as membranas plasmáticas das células endoteliais formam um tubo contínuo, que é interrompido apenas por fendas intercelulares, lacunas entre células endoteliais vizinhas. Os capilares contínuos são encontrados na parte central do sistema nervoso, nos pulmões, no tecido muscular e na pele. 
· Capilares fenestrados ou visceral: É caracterizado por grandes orifícios ou fenestras nas paredes das células endoteliais, as quais são obstruídas por um diafragma que é mais delgado do que a membrana plasmática da própria célula. Este diafragma não tem a estrutura trilaminar típica de uma unidade de membrana. A lâmina basal dos vasos capilares fenestrados é contínua. Os capilares fenestrados são encontrados em tecidos nos quais acontece intercâmbio rápido de substâncias entre os tecidos e o sangue, como o rim, as vilosidades do intestino delgado e as glândulas endócrinas. Também estão nos plexos corióideos dos ventrículos no encéfalo, nos processos ciliares dos olhos e na maioria das glândulas endócrinas. 
· Capilares fenestrados e destituídos de diafragma: O terceiro tipo de vaso capilar é o fenestrado e destituído de diafragma e é característico do glomérulo renal. Neste tipo de capilar, na altura das fenestras, o sangue só está separado dos tecidos por uma lâmina basal muito espessa e contínua.
· Capilar sinusoide: Os vasos sinusoides são mais largos e mais sinuosos do que os outros capilares. Suas células endoteliais têm fenestrações excepcionalmente grandes. Além de ter uma membrana basal incompleta ou ausente, os vasos sinusoides têm fendas intercelulares muito grandes, que possibilitam que as proteínas e, em alguns casos, até mesmo as células do sangue passem de um tecido para a corrente sanguínea. Por exemplo, as células do sangue recém-formadas entram na corrente sanguínea por meio dos vasos sinusoides da medula óssea. Além disso, os vasos sinusoides contêm células de revestimento especializadas que são adaptadas à função do tecido. Os vasos sinusoides do fígado, por exemplo, contêm células fagocíticas que removem bactérias e outros detritos do sangue. O baço, a adenohipófise e as glândulas paratireoides e suprarrenais também têm vasos sinusoides. 
SISTEMA PORTA
O sangue normalmente sai do coração e, em seguida, passa pelas artérias, arteríolas, capilares, vênulas e veias e, então, retorna ao coração. Em algumas partes do corpo, no entanto, o sangue passa de uma rede capilar para outra por meio de uma veia chamada veia porta. Esta circulação sanguínea é denominada sistema porta. O nome do sistema porta vem da localização do segundo capilar. Por exemplo, existem sistemas porta associados ao fígado (circulação porta hepática) e à hipófise (sistema portohipofisial).
 
VÊNULAS: Ao contrário de suas correspondentes arteriais de paredes espessas, as vênulas e veias têm paredes finas que não mantêm facilmente a sua forma. As vênulas drenam o sangue capilar e iniciam o fluxo de retorno do sangue de volta ao coração. As vênulas que primeiro recebem sangue dos capilares são chamadas vênulas pós-capilares. Estas são as menores vênulas, e medem de 10 a 50 μm de diâmetro. Elas têm junções intercelularespouco organizadas (os contatos endoteliais mais fracos são encontrados ao longo de toda a árvore vascular) e, portanto, são muito porosas. A parede dessas vênulas é formada apenas por uma camada de células endoteliais em volta das quais se situam células pericíticas contráteis. As junções entre as células endoteliais são as mais frouxas de todo o sistema vascular. Essas vênulas pericíticas têm várias características funcionais e morfológicas em comum com os capilares; por exemplo, participam em processos inflamatórios e trocas de moléculas entre o sangue e os tecidos. Mediadores da inflamação, como a histamina produzida pelos mastócitos do tecido conjuntivo, alteram a permeabilidade vascular de vênulas pós-capilares, facilitando a passagem de células da defesa do sangue para os tecidos. Atuam em importantes locais de troca de nutrientes e escórias metabólicas e emigração de leucócitos. Por esta razão, formam parte da unidade de troca microcirculatória, juntamente com os capilares. Conforme as vênulas pós-capilares se afastam dos capilares, adquirem uma ou duas camadas de células musculares lisas dispostas circularmente. Estas vênulas musculares (50 a 200 μm) têm paredes mais espessas, através das quais a troca com o líquido intersticial não pode mais ocorrer. As paredes finas das vênulas pós-capilares e musculares são os elementos mais distensíveis do sistema vascular; isso lhes possibilita expandir e servir como excelentes reservatórios de grandes volumes de sangue. Foram mensurados aumentos de 360% no volume de sangue nas vênulas pós-capilares e musculares.
VEIAS: Enquanto as veias mostram alterações estruturais conforme aumentam de tamanho de pequeno para médio para grande, essas alterações não são tão evidentes como nas artérias. As veias, em geral, têm paredes muito finas em relação ao seu diâmetro total (a espessura média é menor do que 1/10 do diâmetro do vaso). Variam em tamanho de 0,5 mm de diâmetro nas pequenas veias a 3 cm nas grandes veias cava superior e cava inferior, que se conectam ao coração. Embora as veias sejam compostas por, essencialmente, as mesmas três túnicas que as artérias, as espessuras relativas dessas túnicas são diferentes. A túnica íntima das veias é mais fina do que a das artérias; a túnica média das veias é muito mais fina do que a das artérias, com relativamente pouco músculo liso e fibras elásticas. A túnica externa das veias é a mais espessa e é composta por colágeno e fibras elásticas. As veias não têm a lâmina elástica interna ou externa encontrada nas artérias. São distensíveis o suficiente para se adaptar às variações de pressão e ao volume de sangue que passa por elas, mas não são concebidas para suportar altas pressões. O lúmen de uma veia é maior do que o de uma artéria comparável, e as veias frequentemente parecem colabadas (achatadas) quando seccionadas. A ação de bombeamento do coração é um fator importante no deslocamento do sangue venoso de volta ao coração. A contração dos músculos esqueléticos dos membros inferiores também ajuda a impulsionar o retorno venoso para o coração. A pressão sanguínea média nas veias é consideravelmente mais baixa do que nas artérias. A diferença de pressão pode ser observada quando o sangue flui de um vaso seccionado. O sangue sai de uma veia seccionada em um fluxo lento e contínuo, mas jorra rapidamente de uma artéria seccionada. A maioria das diferenças estruturais entre as artérias e as veias reflete esta diferença de pressão. Por exemplo, as paredes das veias não são tão fortes quanto as das artérias. Muitas veias, especialmente as dos membros, também contêm válvulas, pregas finas de túnica íntima que formam válvulas semelhantes a abas. As válvulas são compostas de tecido conjuntivo rico em fibras elásticas e são revestidas em ambos os lados por endotélio. As válvulas da válvula se projetam para o lúmen, apontando para o coração. A baixa pressão arterial nas veias possibilita que o sangue que retorna ao coração desacelere ou até mesmo retorne; as válvulas auxiliam no retorno venoso impedindo o refluxo do sangue. 
O seio venoso é uma veia com uma parede endotelial fina que não tem músculo liso para alterar seu diâmetro. Em um seio venoso, o tecido conjuntivo denso circundante substitui as túnicas média e externa no fornecimento de suporte. Por exemplo, os seios venosos durais, que são apoiados pela dura-máter, levam o sangue desoxigenado do encéfalo para o coração. Outro exemplo de um seio vascular é o seio coronário do coração. Enquanto as veias seguem vias semelhantes às de suas artérias homólogas, elas diferem das artérias em diversas maneiras, além das estruturas de suas paredes. Em primeiro lugar, as veias são mais numerosas do que as artérias por vários motivos. Algumas veias formam pares e acompanham artérias musculares de médio a pequeno porte. Estes conjuntos duplos de veias escoltam as artérias e se conectam por canais venosos chamados veia anastomótica. As veias anastomóticas cruzam a artéria acompanhante formando “degraus” entre o par de veias. A maior quantidade de pares de veia ocorre no interior dos membros. 
A camada subcutânea profunda à pele é outra fonte de veias. Estas veias, chamadas veias superficiais, atravessam a tela subcutânea desacompanhadas de artérias paralelas. Ao longo de seu curso, as veias superficiais formam pequenas conexões (anastomoses) com as veias profundas que estão entre os músculos esqueléticos. Estas conexões possibilitam a comunicação entre os fluxos sanguíneos profundo e superficial. O fluxo sanguíneo pelas veias superficiais varia de um local para outro no interior do corpo. No membro superior, as veias superficiais são muito mais espessas do que as veias profundas; atuam como as principais vias dos capilares do membro superior de volta ao coração. No membro inferior, o oposto é verdadeiro; as veias profundas atuam como as principais vias de retorno. Na verdade, as válvulas unidirecionais dos pequenos vasos anastomóticos possibilitam que o sangue passe das veias superficiais para as veias profundas, mas evitam que o sangue passe no sentido inverso. Esta anatomia tem importantes implicações no desenvolvimento das veias varicosas. Em alguns indivíduos, as veias superficiais são vistas como tubos azulados que passam sob a pele. Como o sangue venoso é vermelho-escuro, as veias parecem azuis porque suas paredes finas e os tecidos da pele absorvem os comprimentos de onda de luz vermelha, possibilitando que a luz azul passe para a superfície, onde as vemos como azuis.
As veias são mais numerosas do que as artérias e têm um diâmetro maior. Como resultado de seu grande volume, a maior parte do seu volume sanguíneo em repouso – cerca de 64% – está nas veias e vênulas sistêmicas. As artérias e arteríolas sistêmicas detêm cerca de 13% do volume de sangue, os capilares sistêmicos detêm cerca de 7%, os vasos sanguíneos pulmonares detêm cerca de 9%, e o coração detém cerca de 7%. Como as veias e vênulas sistêmicas contêm uma grande porcentagem do volume sanguíneo, funcionam como reservatórios de sangue a partir dos quais o sangue pode ser desviado rapidamente em caso de necessidade. Por exemplo, durante o aumento da atividade muscular, o centro cardiovascular no tronco encefálico envia mais impulsos simpáticos para as veias. O resultado é a venoconstrição, a constrição das veias, que reduz o volume de sangue nos reservatórios e possibilita que um maior volume sanguíneo flua para os músculos esqueléticos, onde é mais necessário. Um mecanismo semelhante atua em casos de hemorragia, quando o volume de sangue e a pressão diminuem; neste caso, a venoconstrição ajuda a neutralizar a queda da pressão sanguínea. Entre os principais reservatórios de sangue estão as veias dos órgãos abdominais (especialmente do fígado e do baço) e as veias da pele.
Elas se situam mais próximas à superfície do corpo do que as artérias, formando os vasos azulados que você vê debaixo da pele. As veias têm paredes mais finas que as artérias e com menos tecido elástico. Como consequência, elas expandem-se mais facilmentequando se enchem de sangue. Para coletar o sangue do seu braço (venopunção), o técnico usa um torniquete para exercer pressão nos vasos sanguíneos. O fluxo sanguíneo nas artérias profundas de alta pressão do braço não é afetado, mas a pressão exercida pelo torniquete interrompe o fluxo nas veias de baixa pressão. Como resultado, o sangue acumula-se nas veias superficiais, tornando-as salientes sobre o tecido muscular subjacente.
 
TROCA CAPILAR
A missão de todo o sistema circulatório é manter o sangue fluindo pelos capilares para possibilitar a troca capilar, o movimento de substâncias entre o sangue e o líquido intersticial. Os 7% do sangue que estão nos capilares sistêmicos a qualquer momento estão continuamente trocando materiais com o líquido intersticial. As substâncias entram e saem dos capilares por três mecanismos básicos: difusão, transcitose e fluxo de massa.
DIFUSÃO: O método mais importante de troca capilar é a difusão simples. Muitas substâncias, como o oxigênio (O2), o dióxido de carbono (CO2), a glicose, os aminoácidos e os hormônios, entram e saem dos capilares por difusão simples. Como o O2 e os nutrientes normalmente estão presentes em concentrações mais elevadas no sangue, eles se difundem por gradiente de concentração para o líquido intersticial e, em seguida, para as células do corpo. O CO2 e outras escórias metabólicas liberadas pelas células do corpo são encontrados em maiores concentrações no líquido intersticial, de modo que se difundem para o sangue. 
Substâncias no sangue ou no líquido intersticial podem atravessar as paredes de um capilar por difusão por meio das fendas intercelulares ou fenestrações ou por difusão por meio das células endoteliais. Substâncias hidrossolúveis, como a glicose e os aminoácidos, atravessam as paredes capilares por meio das fendas intercelulares ou fenestrações. Materiais lipossolúveis, como o O2 , o CO2 e os hormônios esteroides, podem cruzar as paredes capilares diretamente pela bicamada lipídica da membrana plasmática das células endoteliais. A maioria das proteínas plasmáticas e eritrócitos não consegue atravessar as paredes capilares dos capilares contínuos e fenestrados, porque são muito grandes para caber nas fendas intercelulares e fenestrações. 
Nos vasos sinusoides, no entanto, as fendas intercelulares são tão grandes que possibilitam que até mesmo proteínas e células do sangue atravessem suas paredes. Por exemplo, os hepatócitos sintetizam e liberam muitas proteínas plasmáticas, como o fibrinogênio (a principal proteína de coagulação) e a albumina. Estas então se difundem para a corrente sanguínea por meio dos vasos sinusoides. Na medula óssea, as células do sangue são formadas (hematopoese) e, em seguida, entram na corrente sanguínea por meio dos vasos sinusoides. Ao contrário dos vasos sinusoides, os capilares do encéfalo possibilitam que apenas algumas substâncias atravessem suas paredes. A maior parte das áreas do encéfalo contêm capilares contínuos; no entanto, estes capilares são muito “apertados”. As células endoteliais da maioria dos capilares do encéfalo são mantidas unidas por junções apertadas. O resultante bloqueio ao deslocamento de substâncias para dentro e para fora dos capilares encefálicos é conhecido como barreira hematencefálica. Nas áreas do encéfalo que não apresentam barreira hematencefálica, como por exemplo o hipotálamo, a glândula pineal e a hipófise, há troca capilar mais livre. 
TRANSCITOSE: Uma pequena quantidade de material atravessa as paredes capilares por transcitose. Neste processo, as substâncias do plasma sanguíneo são englobadas por minúsculas vesículas pinocíticas que primeiro entram nas células endoteliais por endocitose, atravessamna e saem do outro lado por exocitose. Este método de transporte é importante, principalmente para grandes moléculas insolúveis em lipídios que não conseguem atravessar as paredes capilares de outro modo. Por exemplo, o hormônio insulina (uma pequena proteína) entra na corrente sanguínea por transcitose e determinados anticorpos (proteínas) passam da circulação materna para a circulação fetal por transcitose.
FLUXO DE MASSA (FILTRAÇÃO E REABSORÇÃO)
O fluxo de massa é um processo passivo em que uma grande quantidade de íons, moléculas ou partículas em um líquido se move em conjunto, no mesmo sentido. As substâncias se movem muito mais rapidamente do que pode ser explicado somente pela difusão. O fluxo de massa ocorre a partir de uma área de alta pressão para uma zona de pressão mais baixa, e continua desde que exista uma diferença de pressão. A difusão é mais importante para a troca de solutos entre o sangue e o líquido intersticial, mas o fluxo de massa é mais importante para a regulação dos volumes relativos de sangue e líquido intersticial. O movimento impulsionado pela pressão de líquidos e solutos dos capilares sanguíneos para o líquido intersticial é chamado filtração. O movimento impulsionado pela pressão do líquido intersticial para os capilares sanguíneos é chamado reabsorção. 
Duas pressões promovem a filtração: a pressão hidrostática do sangue (PHS), a pressão produzida pela ação de bombeamento do coração, e a pressão osmótica do líquido intersticial. A principal pressão para a promoção da reabsorção de líquido é a pressão coloidosmótica do sangue. O saldo dessas pressões, chamado pressão de filtração efetiva (PFE), determina se os volumes de sangue e líquido intersticial permanecem estáveis ou se alteram. Em geral, o volume de líquidos e solutos normalmente reabsorvidos é quase tão grande quanto o volume filtrado. Este equilíbrio próximo é conhecido como Lei de Starling dos capilares. 
Dentro de vasos, a pressão hidrostática é decorrente da pressão que a água no plasma sanguíneo exerce contra as paredes dos vasos sanguíneos. A pressão hidrostática do sangue (PHS) é de cerca de 35 milímetros de mercúrio (mmHg) na extremidade arterial do capilar, e de cerca de 16 mmHg na extremidade venosa do capilar. A PHS “empurra” o líquido para fora dos capilares para o líquido intersticial. A pressão contrária do líquido intersticial, chamada pressão hidrostática do líquido intersticial (PHLI), “empurra” o líquido dos espaços intersticiais de volta para os capilares. No entanto, a PHLI está perto de zero (a PHLI é difícil de medir, e seus valores relatados variam de pequenos valores positivos a pequenos valores negativos). Para a nossa discussão, assumimos que PHLI é igual a 0 mmHg ao longo dos capilares. 
A diferença na pressão osmótica na parede de um capilar é quase inteiramente decorrente da presença de proteínas plasmáticas no sangue, que são demasiadamente grandes para passar através das fenestrações e lacunas entre as células endoteliais. A pressão coloidosmótica do sangue (PCS) é uma força causada pela suspensão coloidal destas grandes proteínas plasmáticas, medindo em média 26 mmHg na maioria dos capilares. O efeito da PCS é “puxar” o líquido dos espaços intersticiais para os capilares. Em oposição à PCS está a pressão osmótica do líquido intersticial (POLI), que “puxa” o líquido para fora dos capilares em direção ao líquido intersticial. Normalmente, a POLI é muito pequena – 0,1 a 5 mmHg – porque apenas pequenas quantidades de proteínas estão presentes no líquido intersticial. A pequena quantidade de proteína que vaza do plasma sanguíneo para o líquido intersticial não se acumula lá, porque passa para a linfa nos capilares linfáticos e, por fim, é devolvida ao sangue. Para a discussão, podemos considerar um valor de 1 mmHg para a POLI. 
O fato de o líquido sair ou entrar no capilar depende do equilíbrio das pressões. Se as pressões que empurram o líquido para fora dos capilares excedem as pressões que puxam o líquido para os capilares, o líquido se move dos capilares para os espaços intersticiais (filtração). Se, no entanto, as pressões que empurram o líquido para fora dos espaços intersticiais para os capilares ultrapassam as pressões que puxam o líquido para fora dos capilares, então o líquido vai passardos espaços intersticiais para os capilares (reabsorção). 
A pressão de filtração efetiva (PFE), que indica o sentido da circulação do líquido, é calculada como se segue: 
PFE = (PHS + POLI) – (PCS + PHLI)
· (PHS + POLI): Pressões que promovem a filtração;
· (PCS + PHLI): Pressões que promovem a reabsorção;
Na extremidade arterial de um capilar:
PFE = (35 + 1) mmHg – (26 + 0) mmHg = 36 – 26 mmHg = 10 mmHg
Assim, na extremidade arterial de um capilar, existe uma pressão efetiva externa de 10 mmHg, e o líquido se move do capilar para os espaços intersticiais (filtração). 
Na extremidade venosa de um capilar: 
PFE = (16 + 1) mmHg = – (26 + 0) mmHg = 17 – 26 mmHg = – 9 mmHg
Na extremidade venosa de um capilar, o valor negativo (– 9 mmHg) representa uma pressão efetiva para dentro, e o líquido se move dos espaços teciduais (reabsorção) para o capilar. 
Em média, cerca de 85% do líquido filtrado para fora dos capilares é reabsorvido. O excesso de líquido filtrado e as poucas proteínas plasmáticas que escapam do sangue para o líquido intersticial entram nos capilares linfáticos. Como a linfa drena para a junção das veias jugular e subclávia no tórax superior, estes materiais retornam para o sangue. Todos os dias, cerca de 20 ℓ de líquido são filtrados para fora dos capilares em direção aos tecidos em todo o corpo. Deste total, 17 ℓ são reabsorvidos e 3 ℓ entram nos capilares linfáticos (excluindo a filtração durante a formação da urina).
HEMODINÂMICA
O fluxo sanguíneo é o volume de sangue que flui através de qualquer tecido em um determinado período de tempo (em mℓ/min). O fluxo sanguíneo total é o débito cardíaco (DC), o volume de sangue que circula através dos vasos sanguíneos sistêmicos (ou pulmonares) por minuto. No Capítulo 20, vimos que o débito cardíaco depende da frequência cardíaca e do volume sistólico: débito cardíaco (DC) = frequência cardíaca (FC) × volume sistólico (VS). O modo como o débito cardíaco é distribuído nas vias circulatórias que irrigam os vários tecidos do corpo depende de dois outros fatores: (1) da diferença de pressão que conduz o fluxo sanguíneo por um tecido e (2) da resistência ao fluxo sanguíneo em vasos sanguíneos específicos. O sangue flui de regiões de maior pressão para regiões de menor pressão; quanto maior a diferença de pressão, maior for o fluxo sanguíneo. Mas quanto maior a resistência, menor o fluxo sanguíneo.
PRESSÃO ARTERIAL
O sangue flui de regiões de maior pressão para regiões de menor pressão; quanto maior a diferença de pressão, maior é o fluxo sanguíneo. A contração dos ventrículos produz a pressão arterial (PA), a pressão hidrostática exercida pelo sangue nas paredes de um vaso sanguíneo. A PA é determinada pelo débito cardíaco, volume de sangue e resistência vascular. A PA é mais alta na aorta e nas grandes artérias sistêmicas; em um adulto jovem em repouso, a PA sobe para cerca de 110 mmHg durante a sístole (contração ventricular) e cai para cerca de 70 mmHg durante a diástole (relaxamento ventricular). A pressão arterial sistólica (PAS) é a maior pressão alcançada nas artérias durante a sístole e a pressão arterial diastólica (PAD) é a pressão arterial mais baixa durante a diástole. Observe que a pressão no ventrículo cai para apenas alguns poucos mmHg quando o ventrículo relaxa, mas a pressão diastólica nas grandes artérias permanece relativamente alta. A pressão diastólica alta nas artérias é decorrente da capacidade desses vasos de capturar e armazenar energia nas suas paredes elásticas. 
Conforme o sangue sai da aorta e flui ao longo da circulação sistêmica, sua pressão cai progressivamente à medida que a distância do ventrículo esquerdo aumenta. A pressão arterial diminui para cerca de 35 mmHg conforme o sangue passa das artérias sistêmicas para as arteríolas sistêmicas e para os capilares, onde as flutuações de pressão desaparecem. Na extremidade venosa dos capilares, a pressão sanguínea caiu para cerca de 16 mmHg. A pressão sanguínea continua caindo conforme o sangue entra nas vênulas sistêmicas e então nas veias, porque esses vasos estão mais distantes do ventrículo esquerdo. Por fim, a pressão sanguínea alcança 0 mmHg quando o sangue flui para o ventrículo direito. 
O rápido aumento da pressão que ocorre quando o ventrículo esquerdo empurra o sangue para dentro da aorta pode ser percebido como um pulso, ou onda de pressão, transmitido ao longo das artérias preenchidas com líquido. A onda de pressão viaja cerca de 10 vezes mais rápido que o próprio sangue. Mesmo assim, o pulso que é percebido no braço ocorre um pouco depois da contração ventricular que gerou a onda. Devido ao atrito, a amplitude da onda de pressão diminui com a distância e, por fim, desaparece nos capilares. A pressão de pulso, uma medida de amplitude da onda de pressão, é definida como a pressão sistólica menos a pressão diastólica:
PULSO = PS – PD 
Quando o sangue alcança as veias, a pressão diminui devido ao atrito e não há mais uma onda de pressão. O fluxo sanguíneo venoso é mais estável do que pulsátil (em pulsos), empurrado pelo movimento contínuo do sangue para os capilares. 
O valor da pressão arterial média (PAM), a pressão sanguínea média nas artérias, pode ser estimado como se segue: 
PAM = PA diastólica + 1/3 (PA sistólica – PA diastólica)
Assim, em uma pessoa cuja PA é 110/70 mmHg, a PAM é de cerca de 83 mmHg [70 + 1/3 (110 – 70)]. 
Os fatores que interferem na pressão são: débito cardíaco, volume e resistência vascular.
· DÉBITO CARDÍACO: Já vimos que o débito cardíaco é igual à frequência cardíaca multiplicada pelo volume sistólico. Outro modo de calcular o débito cardíaco é dividir a pressão arterial média (PAM) pela resistência (R): DC = PAM/R. Reorganizando os termos desta equação, você pode ver que PAM = DC × R. Se o débito cardíaco aumenta em decorrência de aumento no volume sistólico ou frequência cardíaca, então a PAM aumenta desde que a resistência permaneça constante. Do mesmo modo, uma diminuição no débito cardíaco provoca redução da PAM, se a resistência não mudar. 
Três fatores regulam o volume sistólico e garantem que os ventrículos esquerdo e direito bombeiem volumes iguais de sangue: (1) pré-carga, o grau de estiramento no coração antes de ele se contrair; (2) contratilidade, o vigor da contração das fibras musculares ventriculares individuais; e (3) pós-carga, a pressão que tem de ser sobrepujada antes que possa ocorrer ejeção do sangue a partir dos ventrículos. 
Pré-carga | Efeito do alongamento: A maior pré-carga (estiramento) nas fibras musculares cardíacas antes da contração aumenta a sua força de contração. A pré-carga pode ser comparada ao estiramento de uma faixa de borracha. Quanto mais esticada está a faixa de borracha, com mais força ela retornará quando liberada. Dentro de certos limites, quanto mais o coração se enche de sangue durante a diástole, maior será a força de contração durante a sístole. Esta relação é conhecida como a Lei de FrankStarling do coração. A pré-carga é proporcional ao volume diastólico final (VDF) (o volume de sangue que enche os ventrículos no final da diástole). Normalmente, quanto maior é o VDF, mais forte é a contração seguinte. 
Dois fatores-chave determinam o VDF: (1) a duração da diástole ventricular e (2) o retorno venoso, o volume de sangue que retorna ao ventrículo direito. Quando a frequência cardíaca aumenta, a duração da diástole é menor. Menos tempo de enchimento significa um VDF menor, e os ventrículos podem se contrair antes que sejam devidamente preenchidos. Por outro lado, quando o retorno venoso aumenta, um maior volume de sangue flui para os ventrículos, e o VDF é aumentado.
Quando a frequência cardíaca ultrapassa cerca de 160 bpm, o volume sistólico geralmente declina em decorrência do tempo de enchimento curto. Nestas frequências cardíacas rápidas, o VDF é menor, e a pré-carga é menor. As pessoas que têm frequências cardíacas de repouso mais lentas geralmente têm grandes volumes sistólicos de repouso, porque o tempo de enchimento é prolongado e a pré-carga é maior. 
Alei de FrankStarling do coração equaliza o volume ejetado pelos ventrículos direito e esquerdo e mantém o mesmo volume de sangue que flui para as circulações sistêmica e pulmonar. Se o lado esquerdo do coração bombeia um pouco mais de sangue do que o lado direito, o volume de sangue que retorna para o ventrículo direito (retorno venoso) aumenta. O aumento do VDF faz com que o ventrículo direito se contraia com mais força no próximo batimento, trazendo os dois lados de volta ao equilíbrio. 
Contratilidade: O segundo fator que influencia o volume sistólico é a contratilidade do miocárdio, a força de contração em uma dada pré-carga. As substâncias que aumentam a contratilidade são agentes inotrópicos positivos; aqueles que diminuem a contratilidade são os agentes inotrópicos negativos. Assim, para uma pré-carga constante, o volume sistólico aumenta quando uma substância inotrópica positiva está presente. Os agentes inotrópicos positivos muitas vezes promovem o influxo de Ca 2+ durante potenciais de ação cardíacos, o que aumenta a força da contração seguinte. A estimulação da parte simpática da divisão autônoma do sistema nervoso (SNA), hormônios como a epinefrina e a norepinefrina, o aumento do nível de Ca 2+ no líquido intersticial. Em contraste, a inibição da parte simpática do SNA, a anoxia, a acidose, alguns anestésicos e o aumento no nível de K + no líquido intersticial têm efeitos inotrópicos negativos. Os bloqueadores dos canais de cálcio são fármacos que podem ter um efeito inotrópico negativo, reduzindo o influxo de Ca 2+ , diminuindo assim a força da contração cardíaca. 
Pós-carga: A ejeção de sangue do coração começa quando a pressão no ventrículo direito excede a pressão no tronco pulmonar (cerca de 20 mmHg), e quando a pressão no ventrículo esquerdo excede a pressão na aorta (cerca de 80 mmHg). Nesse momento, a pressão mais elevada no sangue faz com que os ventrículos pressionem as válvulas semilunares a abrir. A pressão que precisa ser superada antes de que uma válvula semilunar possa abrir é denominada pós-carga. Um aumento da pós-carga faz com que o volume sistólico diminua, de modo que mais sangue permanece nos ventrículos no final da sístole. As condições que podem aumentar a pós-carga incluem a hipertensão (pressão arterial elevada) e o estreitamento das artérias pela aterosclerose. 
· VOLUME: A pressão arterial também depende do volume total de sangue no sistema circulatório. O volume sanguíneo normal em um adulto é de cerca de 5ℓ. Qualquer diminuição neste volume, como por hemorragia, diminui o volume de sangue que circula pelas artérias a cada minuto. Uma modesta diminuição pode ser compensada por mecanismos homeostáticos que ajudam a manter a pressão sanguínea, mas se a diminuição no volume de sangue for maior do que 10% do total, a pressão arterial diminui. Por outro lado, tudo o que aumenta o volume de sangue, como a retenção de água no organismo, tende a aumentar a pressão sanguínea.
· RESISTÊNCIA VASCULAR: A resistência vascular é a oposição ao fluxo sanguíneo em decorrência do atrito entre o sangue e as paredes dos vasos sanguíneos. A resistência vascular depende (1) do tamanho do lúmen do vaso sanguíneo (2), da viscosidade do sangue e (3) do comprimento total dos vasos sanguíneos. 
· Tamanho do lúmen: Quanto menor o lúmen de um vaso sanguíneo, maior é a sua resistência ao fluxo sanguíneo. A resistência é inversamente proporcional ao diâmetro (d) do lúmen do vaso sanguíneo elevado à quarta potência (R ∝ 1/d4 ). Quanto menor o diâmetro do vaso sanguíneo, maior a resistência que ele oferece ao fluxo sanguíneo. Por exemplo, se o diâmetro de um vaso sanguíneo diminui pela metade, a sua resistência ao fluxo sanguíneo aumenta 16 vezes. A vasoconstrição estreita o lúmen, e a vasodilatação o amplia. Normalmente, as flutuações instantâneas no fluxo sanguíneo em um dado tecido são decorrentes da vasoconstrição e vasodilatação das arteríolas do tecido. Conforme as arteríolas se dilatam, a resistência diminui, e a pressão arterial cai. Conforme as arteríolas se contraem, a resistência aumenta, e a pressão arterial sobe. 
· Viscosidade do sangue: A viscosidade do sangue depende principalmente da proporção de eritrócitos em relação ao volume de plasma (líquido) e, em menor grau, da concentração de proteínas no plasma. Quanto maior a viscosidade do sangue, maior a resistência. Qualquer condição que aumente a viscosidade do sangue, como desidratação ou policitemia (contagem anormalmente elevada de eritrócitos), portanto, aumenta a pressão sanguínea. A depleção de proteínas plasmáticas e eritrócitos em decorrência da anemia ou hemorragia diminui a viscosidade e, assim, reduz a pressão sanguínea. 
· Comprimento total dos vasos sanguíneos: A resistência ao fluxo sanguíneo em um vaso é diretamente proporcional ao comprimento deste vaso. Quanto mais longo o vaso, maior a resistência. As pessoas obesas frequentemente têm hipertensão arterial (pressão arterial elevada) porque os vasos sanguíneos adicionais em seu tecido adiposo aumentam o comprimento total de seus vasos sanguíneos. Estima-se que se desenvolvam 650 km de vasos sanguíneos adicionais por cada quilograma adicional de gordura. 
A resistência vascular sistêmica (RVS), também conhecida como resistência periférica total (RPT), refere-se a todas as resistências vasculares oferecidas pelos vasos sanguíneos sistêmicos. Os diâmetros das artérias e veias são grandes, de modo que sua resistência é muito pequena, porque a maior parte do sangue não entra em contato físico com as paredes do vaso sanguíneo. Os vasos menores – arteríolas, capilares e vênulas – contribuem com a maior parte da resistência. Uma função principal das arteríolas é controlar a RVS – e, por conseguinte, a pressão sanguínea e o fluxo sanguíneo para tecidos específicos – alterando seus diâmetros. As arteríolas precisam vasodilatar ou vasocontrair apenas um pouco para ter um grande efeito sobre a RVS. O principal centro de regulação da RVS é o centro vasomotor no tronco encefálico.
RETORNO VENOSO 
O retorno venoso, o volume de sangue que flui de volta ao coração pelas veias sistêmicas, é consequente à pressão produzida pelo ventrículo esquerdo por meio das contrações do coração. Embora pequena, a diferença de pressão entre as vênulas (em média de aproximadamente 16 mmHg) e o ventrículo direito (0 mmHg) normalmente é suficiente para provocar o retorno venoso para o coração. Se a pressão no átrio ou ventrículo direito aumentar, o retorno venoso irá diminuir. Uma das causas do aumento da pressão no átrio direito é uma valva atrioventricular direita incompetente (com extravasamento), que possibilita a regurgitação (refluxo) de sangue quando os ventrículos se contraem. O resultado é a diminuição no retorno venoso e o acúmulo de sangue no lado venoso da circulação sistêmica. Ao ficar em pé, por exemplo, no final de uma palestra de anatomia e fisiologia, a pressão que empurra o sangue para cima nas veias de seus membros inferiores é apenas suficiente para vencer a força da gravidade que empurra o sangue de volta para baixo. Além do coração, dois outros mecanismos “bombeiam” o sangue da parte inferior do corpo de volta ao coração: (1) a bomba de músculo esquelético e (2) a bomba respiratória. Ambas as bombas dependem das válvulas existentes nas veias. 
· A bomba de músculo esquelético funciona do seguinte modo: 1. Na posição ortostática, tanto as válvulas venosas mais próximas do coração (válvulas proximais) quanto aquelas mais distantes (válvulas distais) nesta parte do membro inferior estão abertas, e o sangue flui para cima em direção ao coração. 2. A contração dos músculos das pernas, como quando você fica na ponta dos pés ou dá um passo, comprime a veia. A compressão empurra o sangue através da válvula proximal, em uma ação chamada ordenha. Ao mesmo tempo, a válvula distal do segmento não comprimido se fecha conforme um pouco de sangue é empurrado contra ela. As pessoas que estão imobilizadas em decorrência de uma lesão ou doença não têm essas contrações de músculos daperna. Como resultado, seu retorno venoso é mais lento e elas podem desenvolver problemas de circulação. 3. Logo após o relaxamento muscular, a pressão cai na seção previamente comprimida da veia, o que faz com que a válvula proximal se feche. A válvula distal agora se abre porque a pressão arterial no pé está mais elevada do que na perna, e a veia se enche com o sangue que vem do pé. A válvula proximal então reabre. 
· A bomba respiratória também é baseada na compressão e descompressão alternadas das veias. Durante a inspiração, o diafragma se move para baixo, o que provoca uma diminuição da pressão na cavidade torácica e um aumento da pressão na cavidade abdominal. Como resultado, as veias abdominais são comprimidas, e um maior volume de sangue se move das veias abdominais comprimidas para as veias torácicas não comprimidas e então para dentro do átrio direito. Quando as pressões se invertem durante a expiração, as válvulas das veias evitam o refluxo do sangue das veias torácicas para as veias abdominais.
VELOCIDADE DO FLUXO SANGUÍNEO: Anteriormente, vimos que o fluxo sanguíneo é o volume de sangue que flui em qualquer tecido em um determinado período (em mℓ/min). A velocidade do fluxo sanguíneo (em cm/s) é inversamente proporcional à área de seção transversa. A velocidade é menor quando a área de seção transversa total é maior. Cada vez que uma artéria se ramifica, a área de seção transversa total de todos os seus ramos é maior do que a área de seção transversa do vaso original, de modo que o fluxo sanguíneo se torna mais e mais lento conforme o sangue se distancia do coração, e é mais lento nos capilares. Por outro lado, quando as vênulas se unem para formar veias, a área de seção transversa total se torna menor e o fluxo se torna mais rápido. No adulto, a área da seção transversa da aorta é de apenas 3 a 5 cm 2 , e a velocidade média do sangue lá é de 40 cm/s. Nos capilares, a área de seção transversa total é de 4.500 a 6.000 cm 2 , e a velocidade do fluxo sanguíneo é inferior a 0,1 cm/s. Nas duas veias cava combinadas, a área de seção transversa é de cerca de 14 cm 2 , e a velocidade é de cerca de 15 cm/s. Assim, a velocidade do fluxo sanguíneo diminui à medida que o sangue flui da aorta para as artérias para as arteríolas para os capilares, e aumenta à medida que o sangue deixa os capilares e retorna ao coração. O fluxo relativamente lento nos capilares auxilia na troca de materiais entre o sangue e o líquido intersticial. O tempo de circulação é o período necessário para uma gota de sangue passar do átrio direito para a circulação pulmonar, voltar ao átrio esquerdo pela circulação sistêmica em direção ao pé e retornar novamente ao átrio direito. Em uma pessoa em repouso, o tempo de circulação normalmente é de aproximadamente 1 min.
MECANISMOS DE CONTROLE DA PRESSÃO
PAPEL DO CENTRO CARDIOVASCULAR
O centro CV também controla sistemas de feedback negativo neurais, hormonais e locais que regulam a pressão e fluxo sanguíneo a tecidos específicos. Grupos de neurônios espalhados no centro CV regulam a frequência cardíaca, a contratilidade (força de contração) dos ventrículos e o diâmetro dos vasos sanguíneos. Alguns neurônios estimulam o coração (centro cardioestimulatório); outros inibem o coração (centro cardioinibitório). Outros, ainda, controlam o diâmetro dos vasos sanguíneos, causando constrição (centro vasoconstritor) ou dilatação (centro vasodilatador); esses neurônios são chamados coletivamente de centro vasomotor. Como os neurônios do centro CV se comunicam um com o outro, atuam em conjunto, e não estão claramente separados anatomicamente, discutiremos eles aqui como um grupo. 
O centro cardiovascular recebe informações das regiões superiores do encéfalo e dos receptores sensitivos. Os impulsos nervosos descem do córtex cerebral, sistema límbico e hipotálamo para afetar o centro cardiovascular. Por exemplo, mesmo antes de começar uma corrida, sua frequência cardíaca pode aumentar em decorrência dos impulsos nervosos transmitidos do sistema límbico ao centro CV. Se a sua temperatura corporal aumentar durante uma corrida, o hipotálamo envia impulsos nervosos para o centro CV. A resultante dilatação dos vasos sanguíneos da pele possibilita que o calor se dissipe mais rapidamente pela superfície da pele. Os três tipos principais de receptores sensitivos que fornecem informações ao centro cardiovascular são os proprioceptores, os barorreceptores e os quimiorreceptores. Os proprioceptores monitoram os movimentos das articulações e músculos e fornecem informações ao centro cardiovascular durante a atividade física. Sua atividade é responsável pelo rápido aumento da frequência cardíaca no início do exercício. Os barorreceptores monitoram as alterações na pressão e distendem as paredes dos vasos sanguíneos, e os quimiorreceptores monitoram a concentração de vários produtos químicos no sangue. 
Os estímulos do centro cardiovascular deslocam-se ao longo dos neurônios simpáticos e parassimpáticos do SNA. Os impulsos simpáticos chegam ao coração pelos nervos aceleradores cardíacos. Um aumento na estimulação simpática eleva a frequência cardíaca e a contratilidade, enquanto a diminuição da estimulação simpática reduz a frequência e a contratilidade cardíacas. Estímulos parassimpáticos, transmitidos pelos nervos vagos (X), diminuem a frequência cardíaca. Assim, influências simpáticas (estimuladoras) e parassimpáticas (inibidoras) opostas controlam o coração.
O centro cardiovascular também envia continuamente impulsos para o músculo liso nas paredes dos vasos sanguíneos por meio dos nervos vasomotores. Estes neurônios simpáticos emergem da medula espinal em todos os nervos espinais torácicos e nos primeiros um ou dois nervos espinais lombares e, em seguida, passam para os gânglios do tronco simpático. De lá, os impulsos se propagam ao longo dos neurônios simpáticos que inervam os vasos sanguíneos das vísceras e áreas periféricas. A região vasomotora do centro cardiovascular envia continuamente impulsos por estas vias às arteríolas de todo o corpo, mas especialmente àquelas da pele e das vísceras abdominais. O resultado é um estado moderado de contração tônica ou vasoconstrição, chamado tônus vasomotor, que define o nível de repouso da resistência vascular sistêmica. A estimulação simpática da maior parte das veias provoca vasoconstrição, que move o sangue para fora dos reservatórios de sangue venoso e aumenta a pressão arterial.
REGULAÇÃO NEURAL DA PRESSÃO SANGUÍNEA
· REFLEXOS BARORRECEPTORES (ALTA PRESSÃO): Os barorreceptores são mecanorreceptores, sensíveis à pressão ou ao estiramento. Assim, variações da pressão arterial causam maior ou menor estiramento nos mecanorreceptores, resultando em alteração do seu potencial de membrana. Esses receptores sensitivos sensíveis à pressão, estão localizados na aorta, nas artérias carótidas internas (artérias do pescoço que fornecem sangue ao encéfalo) e outras grandes artérias do pescoço e do tórax. Eles enviam impulsos para o centro cardiovascular para ajudar a regular a pressão sanguínea. Os dois reflexos barorreceptores mais importantes são o reflexo do seio carótico e o reflexo da aorta. Os barorreceptores da parede dos seios caróticos iniciam o reflexo do seio carótico, que ajuda a regular a pressão sanguínea no encéfalo. Os seios caróticos são pequenas ampliações das artérias carótidas internas direita e esquerda, um pouco acima do ponto em que elas se ramificam da artéria carótida comum. A pressão arterial distende a parede do seio carótico, o que estimula os barorreceptores. Os impulsos nervosos se propagam dos barorreceptores do seio carótico para os axônios sensitivos nos nervos glossofaríngeos (IX) para o centro cardiovascular no bulbo. Os barorreceptores da parede da parte ascendente da aorta e arco da aorta iniciam o reflexo da aorta, que regula a pressão arterial sistêmica. Os impulsos nervosos dos barorreceptores aórticos chegam ao centro cardiovascular via axônios sensitivos do nervo vago (X). Quando a pressão arterial cai, os barorreceptoressão menos distendidos e enviam impulsos nervosos em uma frequência mais lenta ao centro cardiovascular. Em resposta, o centro CV diminui a estimulação parassimpática do coração por meio dos axônios motores dos nervos vago e aumenta a estimulação simpática do coração via nervos aceleradores cardíacos. Outra consequência do aumento na estimulação simpática é o aumento na secreção de epinefrina e norepinefrina pela medula da glândula suprarrenal. Conforme o coração bate mais rápido e com mais força, e a resistência vascular sistêmica aumenta, o débito cardíaco e a resistência vascular sistêmica aumentam, e a pressão arterial aumenta até o nível normal. Inversamente, quando é detectado um aumento na pressão, os barorreceptores enviam impulsos em uma frequência mais rápida. O centro CV responde aumentando a estimulação parassimpática e diminuindo a estimulação simpática. As reduções resultantes da frequência cardíaca e força de contração diminuem o débito cardíaco. O centro cardiovascular também diminui a frequência com que envia impulsos simpáticos aos neurônios vasomotores que normalmente causam vasoconstrição. A vasodilatação resultante diminui a resistência vascular sistêmica. A diminuição do débito cardíaco e a redução da resistência vascular sistêmica reduzem a pressão arterial sistêmica ao nível normal. Passar do decúbito ventral para a posição ortostática diminui a pressão arterial e o fluxo sanguíneo na cabeça e parte superior do corpo. Os reflexos barorreceptores, no entanto, neutralizam rapidamente a queda de pressão. Às vezes, esses reflexos operam mais lentamente do que o normal, especialmente em idosos, caso em que uma pessoa pode desmaiar em razão da redução do fluxo sanguíneo cerebral após levantar-se muito rapidamente.
· REFLEXOS BARORRECEPTORES (BAIXA PRESSÃO): Além dos barorreceptores de alta pressão que regulam a pressão arterial, existem também barorreceptores de baixa pressão localizados nas veias, átrios e artérias pulmonares. Esses chamados barorreceptores cardiopulmonares detectam as variações do volume sanguíneo ou a “plenitude” do sistema vascular. Eles estão localizados no lado venoso da circulação que é onde a maior parte do volume sanguíneo é mantida. Por exemplo, quando ocorre aumento do volume sanguíneo, o aumento resultante da pressão venosa e atrial é detectado pelos barorreceptores cardiopulmonares. A função dos barorreceptores cardiopulmonares é, então, coordenada para fazer retornar o volume sanguíneo ao normal, principalmente, pelo aumento da excreção de Na+ e água. As respostas ao aumento no volume de sangue incluem o seguinte: 
1. Aumento da secreção do peptídeo natriurético atrial (PNA): O PNA é secretado pelos átrios, em resposta ao aumento da pressão atrial. O PNA tem efeitos múltiplos, mas o mais importante é provocar o relaxamento da musculatura lisa vascular, do que resulta vasodilatação e diminuição da RPT. Nos rins, essa vasodilatação leva ao aumento da excreção de Na+ e água, diminuindo, assim, a concentração extracelular de Na+ , o volume de LEC e o volume sanguíneo. 
2. Redução da secreção de ADH: Receptores de pressão, nos átrios, também se projetam para o hipotálamo, onde os corpos celulares dos neurônios que secretam ADH estão localizados. Em resposta ao aumento da pressão atrial, a secreção de ADH é inibida e, como consequência, ocorre diminuição da reabsorção de água nos ductos coletores, resultando em aumento da excreção de água. 
3. Vasodilatação renal: Ocorre inibição da vasoconstrição simpática, nas arteríolas renais, levando à vasodilatação renal e ao aumento da excreção de Na+ e água, complementando a ação do ANP sobre os rins. 
4. Aumento da frequência cardíaca: Informações dos receptores atriais de baixa pressão trafegam pelo nervo vago, até o núcleo do trato solitário (assim como as informações dos receptores arteriais de alta pressão, envolvidos no reflexo barorreceptor). A diferença reside na resposta dos centros bulbares cardiovasculares para os receptores de baixa e alta pressão. Enquanto o aumento nos receptores arteriais de alta pressão produz diminuição da frequência cardíaca (tentando diminuir a pressão arterial de volta ao normal), o aumento da pressão nos receptores venosos de baixa pressão produz aumento da frequência cardíaca (reflexo de Bainbridge). Os receptores atriais de baixa pressão, sentindo que o volume sanguíneo está demasiado elevado, produzem aumento da frequência cardíaca e, portanto, aumento do débito cardíaco; o aumento do débito cardíaco leva ao aumento da perfusão renal e aumento da excreção de Na+ e de água.
· REFLEXOS QUIMIORRECEPTORES: Os quimiorreceptores, receptores sensitivos que monitoram a composição química do sangue, estão localizados perto dos barorreceptores do seio carótico e do arco da aorta em pequenas estruturas chamadas glomos caróticos e glomos para aórticos, respectivamente. Estes quimiorreceptores detectam mudanças nos níveis sanguíneos de O2, CO2 e H+. Hipoxia (baixa disponibilidade de O2), acidose (aumento na concentração de H+) ou hipercapnia (excesso de CO2) estimulam os quimiorreceptores a enviar impulsos ao centro cardiovascular. Em resposta, o centro CV aumenta a estimulação simpática de arteríolas e veias, provocando vasoconstrição e aumento da pressão sanguínea. Estes quimiorreceptores também fornecem informações ao centro respiratório no tronco encefálico para ajustar a frequência respiratória.
REGULAÇÃO HORMONAL DA PRESSÃO SANGUÍNEA: Vários hormônios ajudam a regular a pressão arterial e o fluxo sanguíneo por meio da alteração no débito cardíaco, alteração da resistência vascular sistêmica ou ajuste do volume total de sangue.
· Sistema renina – angiotensina II – aldosterona (RAA): Atua principalmente pela regulação do volume sanguíneo. Esse sistema é muito mais lento do que o reflexo barorreceptor, por ser hormonalmente, e não neuralmente, mediado. O sistema renina-angiotensina II-aldosterona é ativado em resposta à diminuição da PA. A ativação desse sistema, por sua vez, produz uma série de respostas que tentam restaurar a pressão arterial até o normal. Esse mecanismo tem as seguintes etapas:
1. A diminuição da PA causa diminuição da pressão da perfusão renal, percebida pelos mecanorreceptores nas arteríolas aferentes do rim. A diminuição da PA faz com que a pró-renina seja convertida em renina, nas células justaglomerulares (por mecanismos ainda não totalmente compreendidos). A secreção de renina, pelas células justaglomerulares, também é aumentada por estimulação dos nervos simpáticos renais e por agonistas do β1 como o isoproterenol; a secreção de renina é reduzida pelos antagonistas de β1 , como o propranolol. 
2. A renina é uma enzima. No plasma, a renina catalisa a conversão de angiotensinogênio (substrato da renina) em angiotensina I, um decapeptídeo. A angiotensina I tem pouca atividade biológica, além de servir como precursor para a angiotensina II. 
3. Nos pulmões e rins, a angiotensina I é convertida em angiotensina II, catalisada pela enzima conversora de angiotensina (ECA). Inibidores da enzima conversora de angiotensina (iECA), como o captopril, bloqueiam a produção de angiotensina II e todas as suas ações fisiológicas.
4. A angiotensina II é um octapeptídeo, com as seguintes ações biológicas no córtex suprarrenal, músculo liso vascular, rins e cérebro, onde ativa receptores Tipo 1 de angiotensina II acoplados à proteína G (receptores AT1). Os inibidores dos receptores AT1, tais como losartan, bloqueiam as ações da angiotensina II ao nível dos tecidos-alvo. 
· A angiotensina II atua sobre as células da zona glomerulosa do córtex suprarrenal, estimulando a síntese e a secreção de aldosterona. A aldosterona, em seguida, atua sobre as células principais do túbulo renal distal e ducto coletor aumentando a reabsorção de Na+ e, consequentemente, aumentando o volume de LEC e volume sanguíneo. As ações da aldosterona exigem a transcrição de genes e a síntese de novas proteínas no rim. Esses processos requerem horas ou dias para ocorrer e são responsáveis pelo longo tempo

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