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Histologia básica Junqueira e carneiro 12ª edição Objetivo 1 – descrever a histologia, fisiologia e anatomia das veias e artérias → os cinco tipos principais de vasos sanguíneos são as artérias, as arteríolas, os capilares, as vênulas e as veias. → as artérias transportam o sangue do coração para outros órgãos. → Artérias grandes e elásticas deixam o coração e se ramificam em artérias musculares, de médio porte, que emitem ramos a várias regiões do corpo. →as artérias de médio porte e então se dividem em pequenas artérias, as quais por sua vez se dividem em artérias ainda menores chamadas arteríolas. →conforme as arteríolas entram em um tecido, se ramificam em diversos vasos minúsculos chamados capilares. As paredes finas dos capilares possibilitam a troca de substâncias entre o sangue e os tecidos do corpo. →Grupos de capilares no tecido se unem para formar pequenas veias chamados vênulas. Estas, por sua vez, se fundem para formar vasos sanguíneos progressivamente maiores chamados veias. →as veias são os vasos sanguíneos que conduzem o sangue dos tecidos de volta para o coração. Histologia → a parede dos vasos é formada pelo epitélio (endotélio), o tecido muscular e o conjuntivo. → a associação desses tecidos forma as camadas ou túnicas dos vasos sanguíneos. → a quantidade e a organização desses tecidos são influenciadas por fatores mecânicos (pressão sanguínea) e fatores metabólicos (necessidade local dos tecidos) Túnica intima - Endotélio → tipo especial de epitélio que forma uma barreira semipermeável interposta entre dois compartimentos do meio interno: o plasma sanguíneo e o fluido intersticial (está em contato com o sangue) → é contínuo com o endocárdio → altamente diferenciado para mediar e monitorar ativamente as extensas trocas bidirecionais de pequenas moléculas e ao mesmo tempo restringir o transporte de macromoléculas. → a função das células varia de acordo com o vaso que ela reveste → vasos capilares (ou de troca): onde são transferidos oxigênio, gás carbônico, água, solutos, macromoléculas, substratos e metabolitos do sangue para os tecidos e dos tecidos para o sangue → funções: · Conversão de angiotensina I para angiotensina II · Conversão de bradicinina, serotonina, prostaglandinas, norepinefrina, trombina em compostos biologicamente inertes · Lipólise de lipoproteínas por enzimas localizadas na superfície das células endoteliais em trigliceridios e colesterol (para a síntese de hormônios esteroides e para a estrutura da membrana) · Produção de fatores vasoativos que influenciam o tônus vascular, agentes vasoconstritivos e fatores de relaxamento · Ação antitrombogênica Túnica média - Músculo liso → as células musculares lisas estão na túnica media dos vasos, onde se organizam em camadas helicoidais → cada célula é envolta por uma lamina basal e por tecido conjuntivo produzido por elas → as células musculares lisas também ajudam a produzir as fibras elásticas na túnica média que possibilitam que os vasos se estirem e retraiam à pressão exercida pelo sangue. → são frequentemente conectadas por junções comunicantes (GAP) Túnica externa - Tecido conjuntivo → a quantidade nos vasos varia de acordo com a necessidade → fibras colágenas são encontradas entre as células musculares na camada adventícia e na camada subepitelial de alguns vasos → colágenos dos tipos IV, III e I são encontrados nas membranas basais, túnica media e adventícia, respectivamente → fibras elásticas fornecem a resistência ao estiramento promovido pela expansão da parede dos vasos. Predominantemente nas artérias Artérias → túnica média espessa e grande quantidade de fibras elásticas → alta complacência: suas paredes se esticam ou expandem facilmente sem se romper em resposta a um pequeno aumento da pressão Artérias elásticas → maiores artérias do corpo → artérias condutoras → maior diâmetro, mas suas paredes são relativamente finas em comparação ao tamanho total do vaso → lâminas elástica interna e externa bem definidas → túnica media espessa que é dominada por fibras elásticas, chamadas lamelas elásticas → incluem os dois troncos principais que saem do coração (a aorta e o tronco pulmonar), juntamente com os principais ramos iniciais da aorta (tronco braquiocefalico, artéria subclávia, artéria carótida, artéria ilíaca comum) → função: ajudam a impulsionar o sangue no sentido anterógrado enquanto os ventrículos estão relaxados (reservatório de pressão que permite a movimentação do sangue ao longo das artérias) Artérias musculares → túnica média contém mais músculo liso e menos fibras elásticas, o que torna as paredes relativamente espessas → conseguem se dilatar e contrair mais para se ajustar a velocidade do fluxo sanguíneo → variam na espessura e diâmetro → função: se ramificam e distribuem sangue para todos os órgãos (artérias distributivas) → a túnica externa muitas vezes é mais espessa que a túnica media; contem fibroblastos, fibras colágenas e fibras elásticas orientados longitudinalmente (estrutura frouxa) que possibilita alterações no diâmetro do vaso, mas também impede o encurtamento ou a retração do vaso quando ele é seccionado → por causa da diminuição do tecido elástico nas paredes das artérias musculares, estes vasos não conseguem dilatar e ajudar a impulsionar o sangue como as artérias elásticas. Em vez disso, a espessa túnica média muscular é a principal responsável pelas funções das artérias musculares. A capacidade do músculo de se contrair e manter um estado de contração parcial é chamado tônus vascular. O tônus vascular enrijece a parede do vaso e é importante para manter a pressão do vaso e o fluxo sanguíneo eficiente. Anastomoses → união dos ramos se duas ou mais artérias que irrigam uma mesma região do corpo; constituem vias alternativas para o sangue chegar a um tecido ou órgão (circulação colateral) Arteríolas → pequenas artérias, abundantes vasos microscópicos que regulam o fluxo sanguíneo para as redes capilares dos tecidos → túnica intima com uma lamina elástica interna fina, fenestrada (com pequenos poros) → túnica média constituída por uma a duas camadas de células musculares lisas → metarteríola (região terminal da arteríola): se afunila em direção a junção capilar, formando o esfíncter pré-capilar que monitora o fluxo sanguíneo para o capilar (vasos de resistência) Capilares → conectam o efluxo arterial ao retorno venoso → formam uma rede extensa, de aproximadamente 20 bilhões de vasos curtos (centenas de micrômetros de comprimento), ramificados e interconectados, que passam entre cada grupo de células do corpo. → A função primária dos capilares é a troca de substâncias entre o sangue e o líquido intersticial (vasos de troca) Vênulas → drenam o sangue capilar e iniciam o fluxo de retorno do sangue de volta ao coração → Atuam em importantes locais de troca de nutrientes e escórias metabólicas e emigração de leucócitos. Por esta razão, formam parte da unidade de troca microcirculatória, juntamente com os capilares. → conforme as vênulas pós-capilares se afastam dos capilares, adquirem uma ou duas camadas de células musculares lisas dispostas circularmente. Estas vênulas musculares (50 a 200 μm) têm paredes mais espessas, através das quais a troca com o líquido intersticial não pode mais ocorrer. As paredes finas das vênulas pós-capilares e musculares são os elementos mais distensíveis do sistema vascular; isso lhes possibilita expandir e servir como excelentes reservatórios de grandes volumes de sangue. Foram mensurados aumentos de 360% no volume de sangue nas vênulas pós-capilares e musculares. Veias → paredes finas em relação ao seu diâmetro total → túnica intima mais fina que das artérias; túnica média mais fina com pouco musculo liso e fibras elásticas. → túnica externa mais espessa e composta por colágeno e fibras elásticas → não têm lamina interna ou externa → São distensíveis o suficiente para se adaptar às variações de pressão e ao volume de sangue que passa por elas, mas não são concebidas para suportar altas pressões → O lúmen de uma veia é maior do que o de umaartéria comparável, e as veias frequentemente parecem colabadas (achatadas) quando seccionadas. → o bombeamento do coração e a contração dos músculos esqueléticos dos membros inferiores ajudam a impulsionar o retorno venoso para o coração → pressão sanguínea menor que nas artérias → muitas veias, especialmente as dos membros, também contêm válvulas, pregas finas de túnica íntima que formam válvulas semelhantes a abas. As válvulas da válvula se projetam para o lúmen, apontando para o coração. A baixa pressão arterial nas veias possibilita que o sangue que retorna ao coração desacelere ou até mesmo retorne; as válvulas auxiliam no retorno venoso impedindo o refluxo do sangue. → seio venoso: veia com parede endotelial fina que não tem musculo liso → veia anastomótica: conjuntos duplos de veias que escoltam as artérias e se conectam por canais venosos → veias superficiais: atravessam a tela subcutânea desacompanhadas de artérias paralelas e formam pequenas conexões (anastomoses) com as veias profundas (estão entre os músculos esqueléticos). Troca capilar → as substâncias entram e saem dos capilares por difusão, transcitose ou fluxo de massa. → O movimento de água e solutos (exceto proteínas) através das paredes capilares depende das pressões hidrostática e osmótica. → O quase equilíbrio entre a filtração e a reabsorção nos capilares é chamado lei de Starling dos capilares. → Edema é o aumento anormal do líquido intersticial. Desenvolvimento dos vasos sanguíneos e do sangue Os vasos sanguíneos se desenvolvem do mesênquima (hemangioblastos → angioblastos → ilhas sanguíneas) na mesoderme nas chamadas ilhas sanguíneas. O desenvolvimento das células sanguíneas a partir das células-tronco pluripotentes derivadas dos angioblastos ocorre nas paredes dos vasos sanguíneos no saco vitelino, cório e alantoide em cerca de 3 semanas após a fertilização. No embrião, o sangue é produzido pelo fígado aproximadamente na 5a semana e no baço, medula óssea e timo por volta da 12a semana após a fertilização. Hemodinâmica Fluxo sanguíneo é o volume de sangue que flui através de qualquer tecido em um determinado período de tempo (ml/min). O fluxo total é o débito cardíaco (volume x frequência). O modo como esse débito é distribuído nas vias circulatórias depende de dois fatores: diferença de pressão que conduz o fluxo por um tecido e da resistência ao fluxo em vasos sanguíneos específicos. Maior pressão → menor pressão Maior a diferença de pressão maior o fluxo sanguíneo Maior a resistência menor o fluxo sanguíneo Pressão arterial → a contração dos ventrículos produz a pressão arterial, a pressão hidrostática exercida pelo sangue nas paredes de um vaso sanguíneo → é determinada pelo débito cardíaco, volume de sangue e resistência vascular → é mais alta na aorta e nas grandes artérias sistêmicas → PAS é a maior pressão alcançada nas artérias durante a sístole e PAD é a mais baixa durante a diástole → a pressão diminui a medida em que vai se distanciando do ventrículo esquerdo Resistência vascular → é a oposição ao fluxo sanguíneo em decorrência do atrito entre o sangue e as paredes dos vasos sanguíneos. Depende do: · Tamanho do lúmen: quanto menor o lumen, maior a resistência ao fluxo sanguíneo · Viscosidade do sangue: quanto maior a viscosidade, maior a resistência · Comprimento total dos vasos: quanto mais longo, maior a resistência
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