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Principais ecossistemas aquáticos continentais

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Principais ecossistemas aquáticos continentais 
 
Ecossistemas Lacustres (Lagos, lagoas e lagunas) 
Ecossistemas aquáticos formados em depressões no terreno, geralmente com 
hidrodinâmica reduzida. 
Suas águas têm em geral baixo teor de íons dissolvidos, quando comparadas às águas 
oceânicas. 
Exceto os lagos localizados em regiões áridas, onde o teor de íons pode ser alto e as 
lagunas costeiras, que possuem contato com o mar. 
 
Origem dos ecossistemas lacustres 
Principais mecanismos de formação: 
 
ü Tectônica 
Formados por movimentos da crosta terrestre. 
 
ü Vulcânica 
Formação de depressões, ou concavidades não drenadas naturalmente, ou 
quando as lavas emitidas por um vulcão barram um rio. 
 
ü Glaciação 
Formados pela ação de geleiras. 
 
ü Lagos de solução 
Formados quando depósitos de rocha solúvel são gradualmente dissolvidas por 
água de percolação. 
Ex: dissolução de CaCO3 a partir de água ligeiramente ácida. 
 
ü Lagos formados por atividade fluvial 
Os rios ao fluírem tem a capacidade obstrutiva (deposição de sedimentos) e 
erosiva (transporte de sedimentos). 
 
ü Lagos formados pela ação de ventos 
Depressões formadas pela ação do vento ou bloqueadas por acúmulo de 
dunas. 
 
ü Lagos formados por depósitos de origem orgânica 
O crescimento de plantas e detritos associados pode barrar rios e formar 
pequenas lagoas. 
 
ü Deslizamentos 
Movimentos de rochas ou solos em grande escala podem produzir lagos por 
barramento de vales, geralmente são temporários. 
 
ü Lagos, lagunas e lagoas costeiras 
Deposição de material na costa, em regiões onde existem baías ou 
reentrâncias. 
 
ü Lagos de origem meteorítica 
Ação da queda de meteoritos. 
 
ü Lagos formados por vários processos 
Vários processos descritos anteriormente podem interagir formando lagos. 
 
ü Represas artificiais 
Formadas pelo represamento de rios. 
 
Morfologia e morfometria de Lagos 
A origem do lago estabelece, portanto, algumas condições morfológicas e 
morfométricas básicas, que alteram-se com o tempo de acordo com uma série de 
fatores que ocorrem nas bacias hidrográficas. 
 
Principais características morfométricas: 
ü Área (km2); 
ü Comprimento máximo; 
ü Largura máxima; 
ü Profundidade; 
ü Perímetro. 
 
Quanto a morfologia, os principais tipos são, segundo Hutchinson (1957): 
ü Circular; 
ü Subcircular; 
ü Elíptico; 
ü Alongado sub-retangular; 
ü Dendrítico; 
ü Triangular; 
ü Irregular, 
ü Forma de crescente (meia-lua). 
 
A identificação do perfil batimétrico de um lago também é importante, pois existe uma 
relação entre irregularidades e depressões e a circulação. 
Esta depressões podem apresentar diferenças térmicas e químicas durante o período 
de estratificação. 
 
Principais compartimentos e comunidades 
Região Litorânea 
Compartimento que está em contato direto com o ecossistema terrestre adjacente 
(Ecótono de transição). 
Grande número de nichos ecológicos e cadeias alimentares (herbivoria e detritos). 
Possui produtores primários, consumidores e decompositores. 
Geralmente colonizado por macrófitas aquáticas. 
Comunidades: planctônica, nectônica e bentônica. 
 
Região Pelágica 
Compartimento da coluna d’água sem contato com as margens e onde ocorre 
penetração de luz. 
Apenas macrófitas flutuantes. 
Encontramos as comunidades: 
ü Planctônica; 
ü Nectônica (peixes), 
ü Bentônica (caso a luz alcance o fundo, ex: lagoas). 
 
Região Profunda 
Compartimento da coluna d’água onde não ocorre mais a penetração da luz. 
Ausência de organismos fotoautotróficos. 
Região totalmente dependente da produção primária das regiões litorânea e pelágica. 
Comunidades: nectônica e bentônica (+ abundante). 
A diversidade e a densidade populacional bentônica depende da concentração de 
oxigênio e disponibilidade de alimento. 
 
Interface Água-Ar 
Habitada por duas comunidades: 
ü Nêuston (organismos microscópicos como fungos, bactérias e algas), 
ü Plêuston (plantas superiores e animais). 
Estes organismos conseguem viver neste ambiente devido a tensão superficial da 
água. 
 
Rios e riachos 
Ecossistemas aquáticos com movimentação horizontal e unidirecional das correntes e 
uma grande interação com sua bacia hidrográfica. 
As características físicas que interferem no volume de água e no transporte de 
materiais são: 
ü Largura e profundidade do canal do rio; 
ü Velocidade da corrente; 
ü Rugosidade do sedimento; 
ü Grau de sinuosidade do rio; 
ü Principais tributários. 
 
Transporte de materiais 
O sedimento (inorgânico ou orgânico) transportado pelos rios deriva da: 
ü Erosão das margens; 
ü Erosão nas bacias hidrográficas. 
E deposita-se nas áreas de várzea, remanso e zonas de baixa velocidade. 
De modo geral os rios depositam material de maior tamanho a montante e material 
particulado (fino) a jusante. 
 
Classificação da rede de drenagem 
Rios e riachos nas bacias hidrográficas são classificados de acordo com a sua ordem. 
Os pequenos riacho e fontes de cabeceira são de primeira ordem. Quando dois riachos 
de primeira ordem se juntam, tornam-se um riacho de segunda ordem e assim 
sucessivamente. 
 
Flutuações de nível e Ciclos de descargas 
A variação do nível dos rios depende principalmente dos ciclos climatológicos da bacia 
hidrográfica em que está inserido (precipitação e evapotranspiração anual e sazonal). 
Descargas muito rápidas após intensas chuvas aumentam o transporte de material e 
organismos a jusante. 
 
O conceito do continuum do rio 
Baseada na ordem do rios, no tipo de matéria orgânica particulada e no tipo de 
invertebrados bentônicos presentes. 
Consiste nas alterações que ocorrem desde a cabeceira do rio até o seu desaguadouro 
em outro rio ou no estuário. 
Juntamente com as modificações físicas, também ocorre uma série de ajustes 
biológicos associados. 
A estrutura e a função das comunidades bentônicas, desde a nascente até a 
desembocadura, são asseguradas pelo gradiente de matéria orgânica alóctone a 
autóctone. 
ü Riachos de ordem 1-3 
 Matéria orgânica particulada grossa (MOPG) alóctone. 
 Base alimentar para cortadores (caranguejos e larvas de insetos). 
ü Rios de ordem 4-7 
 Matéria orgânica particulada fina (MOPF) originada da atividade dor 
organismos rio acima. 
 Coletores de sedimento ou filtradores (larvas de insetos). 
ü Rios de ordem 8-12 
 Produção primária autóctone predomina (algas do microfitobentos e 
macrófitas aquáticas), com presença de MOPF e matéria orgânica dissolvida 
(MOD), utilizada por herbívoros e raspadores (moluscos e larvas de insetos). 
 
Áreas alagadas, pantanosas ou zonas úmidas (wetlands) 
Ecossistemas que, ou está permanentemente sob inundação em áreas rasas ou sofre 
inundações (periódicas ou não), com flutuações de nível e geralmente apresentam solo 
saturado de água. 
Porém é extremamente difícil uma definição precisa, pela diversidade de área alagadas 
e pela dificuldade de demarcação entre as áreas secas e alagadas. 
Embora, exista a dificuldade de definição destas áreas, elas compartilham de algumas 
características em comum: 
ü Presença de água e tipos especiais de solos que diferem daqueles de áreas secas 
mais elevadas; 
ü São sistemas intermediários entre ecossistemas terrestres e aquáticos que 
suportam uma vegetação (hidrófitas ou macrófitas aquáticas) adaptada ás 
condições de alagamento e flutuações periódicas do nível; 
ü A variação da flutuação do nível da água nas áreas alagadas é bem ampla, o que 
torna a definição mais complexa; 
ü Geralmente são áreas rasas; 
 
Ciclo hidrológico da áreas alagadas 
As condições hidrológicas determinam as mudanças nas condições físicas e químicas 
da água, tais como pH, disponibilidadede nutrientes e concentração de oxigênio 
dissolvido. 
O balanço de nutrientes causados pela entrada e saída da água, a intensidade dos 
fluxos de matéria e o ciclo de energia são determinados pelo ciclo hidrológico. 
As alterações hidrológicas produzem rápidas mudanças na diversidade de espécies e 
da biomassa. 
 
O ciclo hidrológico define o hidroperíodo, que representa o padrão estacional do nível 
de água. 
Cada área alagada apresenta um hidroperíodo característico, sendo resultado dos 
seguintes fatores: 
ü Balanço entre entrada e saída de água; 
ü Fisiografia da região, geologia, águas subterrâneas e solo da subsuperfície. 
 
Áreas alagadas são importantes sistemas de retenção (acúmulo) de nutrientes, 
substâncias diversas e metais pesados, podendo ser utilizadas para tratamento 
primário e inicial de esgotos. 
Porém esta capacidade é limitada!!! 
Outras funções importantes: 
ü Regulação do ciclo hidrológico; 
ü Capacidade de controlar enchentes (retenção); 
ü Áreas de reprodução de espécies animais; 
ü Manutenção da biodiversidade.

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