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Resumo BNCC

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BNCC: Tudo que você precisa saber sobre a Base Nacional Comum Curricular
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) tem sido um dos assuntos mais falados na educação ultimamente. Trata-se do documento que mais recebeu sugestões e contribuições na história do país! Isso já mostra a importância que possui, não só para os educadores, mas para o país inteiro.
A terceira versão da BNCC para a Educação Infantil e o Ensino Fundamental foi divulgada no dia 06/04/2017 em apresentação realizada em Brasília. Essa versão foi discutida em audiências públicas realizadas em todas as regiões do país, que resultaram em 619 colaborações enviadas ao Conselho Nacional de Educação (CNE).
Após as audiências públicas, uma 4ª versão do documento foi preparada e encaminhada para votação. O texto definitivo da Base para a Educação Infantil e o Ensino Fundamental deve ser votado e aprovado ainda nesta semana, uma vez que o último debate começou no dia 04/12.
Quer saber mais sobre o assunto? Então descubra aqui algumas informações relevantes sobre esse documento que separamos neste post. Vamos lá?
O que você quer saber sobre a BNCC?
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O que é a BNCC?
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento que visa nortear o que é ensinado nas escolas do Brasil inteiro, englobando todas as fases da educação básica, desde a Educação Infantil até o final do Ensino Médio. Trata-se de uma espécie de referência dos objetivos de aprendizagem de cada uma das etapas de sua formação. Longe de ser um currículo, a Base Nacional é uma ferramenta que visa a orientar a elaboração do currículo específico de cada escola, sem desconsiderar as particularidades metodológicas, sociais e regionais de cada uma.
Isso significa que a Base estabelece os objetivos de aprendizagem que se quer alcançar, por meio da definição de competências e habilidades essenciais, enquanto o currículo irá determinar como esses objetivos serão alcançados, traçando as estratégias pedagógicas mais adequadas.
Sendo assim, a BNCC não consiste em um currículo, mas um documento norteador e uma referência única para que as escolas elaborem os seus currículos. De acordo com o Ministro Mendonça Filho, “os currículos devem estar absolutamente sintonizados com a nova BNCC, cumprindo as diretrizes gerais que consagram as etapas de aprendizagem que devem ser seguidas por todas as escolas”. A imagem abaixo ilustra bem essa relação da Base Nacional Comum Curricular e o currículo das escolas:
“A Base é um documento normativo que define o conjunto orgânico progressivo das aprendizagens essenciais e indica os conhecimentos e competências que se espera que todos os estudantes desenvolvam ao longo da escolaridade. Ela se baseia nas diretrizes curriculares nacionais da educação básica e soma-se aos propósitos que direcionam a educação brasileira para formação integral e para a construção de uma sociedade melhor.” – Maria Helena Guimarães, Secretária Executiva do Ministério da Educação.
Visando a unificar as influências e referências de cada instituição de ensino, a BNCC surge para solucionar um problema muito comum no Brasil. Quando analisam-se os currículos escolares espalhados pelo país, é possível encontrar discrepâncias muito grandes.
Apesar de ter sido colocada em prática nos últimos anos, a ideia de uma base curricular comum às escolas de todo o Brasil já existe desde a promulgação da Constituição de 1988, cujo artigo 210 prevê a criação de uma grade de conteúdos fixos a serem estudados no Ensino Fundamental. Veja abaixo o trecho retirado do documento oficial:
Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a assegurar formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais.
Fonte: Constituição da República Federativa do Brasil,
consultada em 21/02/2017, às 08:05
Com a BNCC, os direitos de aprendizagem de todos os alunos passam a ser assegurados. Dessa forma, o principal objetivo da Base é:
garantir a educação com equidade, por meio da definição das competências essenciais para a formação do cidadão em cada ano da educação básica.
O que existia antes da BNCC?
Certamente não é a primeira vez que as escolas brasileiras se veem diante de diretrizes curriculares elaboradas pelo governo. Entre os anos de 1997 e 2000, segundo estabelecido pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), foram criados os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) para os Ensinos Fundamental e Médio. Somente mais tarde, por meio do Programa Currículo em Movimento, incluiu-se uma proposta para o desenvolvimento de uma grade também para a Educação Infantil.
Embora tenham o objetivo de criar condições que permitam o acesso aos conhecimentos necessários ao exercício da cidadania dos jovens, os Parâmetros Curriculares Nacionais não eram tão detalhados ou tampouco tão objetivos quanto almeja ser a BNCC.
Como a BNCC foi elaborada?
Depois da definição dos profissionais que fariam parte da comissão de especialistas para a elaboração da proposta da Base Nacional Comum Curricular, em junho de 2015, e do lançamento do Portal BNCC, em julho do mesmo ano, o texto preliminar da Base foi divulgado.
Assim, em setembro de 2015, abriu-se espaço para as contribuições do público. Inicialmente programado para receber feedbacks até o dia 15 de dezembro, esse prazo acabou sendo prorrogado até 15 de março de 2016, quando a consulta pública da primeira versão foi concluída.
O portal recebeu mais de 12 milhões de contribuições e, a partir delas, o documento foi revisado.
Em maio de 2016, a segunda versão da Base Nacional Comum Curricular foi publicada, dando início aos Seminários Estaduais realizados em todas as unidades da federação. Os 27 Seminários foram organizados e articulados pelo Conselho Nacional de Secretários de Educação (CONSED) e pela União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME), entre os meses de junho e agosto.
O objetivo desses Seminários foi receber contribuições relevantes de alunos, professores, especialistas, coordenadores e instituições para melhorar ainda mais o documento.
No total, houve participação de mais de 9 mil pessoas.
Em setembro de 2016 o documento preliminar que sistematizou os Seminários realizados foi entregue ao Ministro da Educação, Mendonça Filho. Contendo as principais observações feitas pelos educadores, esse documento apresentava preocupações, como a linguagem confusa e genérica do documento, que na teoria deveria ser claro e conciso. 
Após a entrega do documento ao Ministro, foi anunciada pelo MEC uma medida que separava a Base Nacional Comum Curricular em duas partes, uma referente à Educação Infantil e ao Ensino Fundamental e a outra relativa ao Ensino Médio.
Na apresentação do dia 06/04/2017, foi anunciada a terceira versão da Base da Educação Infantil e Ensino Fundamental. A terceira versão do documento relativo ao Ensino Médio, por sua vez, será divulgada no início de 2018.
Competências do século XXI na BNCC
Conforme foi dito pela Secretária Executiva do MEC, Maria Helena Guimarães, na apresentação do dia 06/04/2017, a BNCC tem como objetivo garantir a formação integral dos indivíduos por meio de desenvolvimento das chamadas competências do século XXI.
“As competências do século XXI dizem respeito a formar cidadãos mais críticos, com capacidade de aprender a aprender, de resolver problemas, de ter autonomia para a tomada de decisões, cidadãos que sejam capazes de trabalhar em equipe, respeitar o outro, o pluralismo de ideias, que tenham a capacidade de argumentar e defender seu ponto de vista. (…) A sociedade contemporânea impõe um novo olhar a questões centraisda educação, em especial: o que aprender, para que aprender, como ensinar e como avaliar o aprendizado.” Maria Helena Guimarães, Secretária Executiva do Ministério da Educação.
Sendo assim, as competências do século XXI preveem a formação de cidadãos críticos, criativos, participativos e responsáveis, capazes de se comunicar, lidar com as próprias emoções e propor soluções para problemas e desafios. Essas competências guiaram a elaboração da BNCC e implicam em uma desvinculação da escola do passado, que valoriza a memorização de conteúdos.
Baixe o ebook gratuito: Competências Socioemocionais e o Desafio da Avaliação
Como ficam as diferenças regionais do ensino na BNCC?
Após a aprovação da versão final da Base Nacional Comum Curricular, a Secretaria da Educação de cada estado e município poderá incluir em seus currículos conteúdos específicos (como a História e a Geografia da região ou as tradições específicas dos povos indígenas daquele estado, por exemplo), configurando a chamada base diferencial.
Isso está de acordo com uma estratégia do Plano Nacional de Educação, que visa a “desenvolver tecnologias pedagógicas que combinem, de maneira articulada, a organização do tempo e das atividades didáticas entre a escola e o ambiente comunitário, considerando as especificidades da educação especial, das escolas do campo e das comunidades indígenas e quilombolas.”
Dessa forma, a Base Nacional Comum Curricular pretende unificar conteúdos básicos, que devem ser ensinados em todo o país e que correspondem ao currículo mínimo obrigatório de todas as escolas. Ao mesmo tempo, pretende que os ensinamentos tradicionais e regionais continuem sendo passados aos alunos, correspondendo à parte diversificada do currículo escolar.
Portanto, as escolas poderão acrescentar ao seu Projeto Político Pedagógico (PPP) o que for característico de cada comunidade, sem deixar de lado os direitos dos alunos previstos na BNCC.
Terceira versão da BNCC
Como foi dito anteriormente, no dia 06/04/2017 foi apresentado o documento da Base Nacional Comum Curricular relativo à Educação Infantil e ao Ensino Fundamental. O documento referente ao Ensino Médio só será divulgado no início de 2018.
Assista ao Seminário Online: Análise da 3ª versão da BNCC
Com Letícia Lyle, Diretora de Currículos da SOMOS Educação, e Jorge Cascardo, Diretor Pedagógico do AppProva.
A nova versão da Base prevê que os estudantes devem, ao longo da educação básica, desenvolver competências cognitivas e socioemocionais para sua formação. São 10 as competências gerais determinadas pela BNCC e consideradas fundamentais para os estudantes:
1) Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social e cultural para entender e explicar a realidade (fatos, informações, fenômenos e processos linguísticos, culturais, sociais, econômicos, científicos, tecnológicos e naturais), colaborando para a construção de uma sociedade solidária.
2) Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e inventar soluções com base nos conhecimentos das diferentes áreas.
“Nós entramos na escola, aos seis anos, com 98% de índice criativo saímos da faculdade, aos 23 ou 24 anos, com apenas 2%.” – Luís Rasquilha, especialista em futuro.
3) Desenvolver o senso estético para reconhecer, valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também para participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.
4) Utilizar conhecimentos das linguagens verbal (oral e escrita) e/ ou verbo-visual (como Libras), corporal, multimodal, artística, matemática, científica, tecnológica e digital para expressar-se e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e, com eles, produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.
5) Utilizar tecnologias digitais de comunicação e informação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas do cotidiano (incluindo as escolares) ao se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos e resolver problemas.
6) Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao seu projeto de vida pessoal, profissional e social, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.
7) Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos e a consciência socioambiental em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.
8) Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas e com a pressão do grupo.
9) Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de origem, etnia, gênero, orientação sexual, idade, habilidade/necessidade, convicção religiosa ou de qualquer outra natureza, reconhecendo-se como parte de uma coletividade com a qual deve se comprometer.
10) Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões, com base nos conhecimentos construídos na escola, segundo princípios éticosdemocráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.
Essas competências serviram de referência para estruturação de toda a Base da seguinte forma:
» Educação Infantil: organizada por campos de experiências, se baseia em seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento:
1) conviver;
2) brincar;
3) participar;
4) explorar;
5) expressar;
6) conhecer-se.
 e em cinco campos de experiências:
1) o eu, o outro e o nós;
2) corpo, gestos e movimento;
3) traços, sons, cores e formas;
4) oralidade e escrita;
5) espaços, tempos, quantidades, relações e transformações.
» Educação Fundamental: parte das quatro áreas do conhecimento definidas pela LDB:
1) Linguagens (Língua Portuguesa, Artes, Educação Física e Língua Inglesa);
2) Matemática
3) Ciências da Natureza;
4) Ciências Humanas (Geografia e História).
definindo unidades temáticas e habilidades que devem ser aprendidas em cada ano, observando-se a progressão dos alunos.
Versão final da BNCC para a Educação Infantil e o Ensino Fundamental
Após a divulgação da 3ª versão da BNCC em abril, foram organizadas audiências públicas em todas as regiões do país para discussão do texto da Base Nacional Comum Curricular.
Ao longo das audiências foram levantadas várias propostas de alteração do documento, que resultaram em mais de 600 colaborações recebidas pelo Conselho Nacional de Educação para alteração do texto. Espera-se que o CNE vote ainda nesta semana a versão final da BNCC, que será então encaminhada para o Ministério da Educação para homologação.
O documento completo da versão final da BNCC ainda não foi divulgado pelo MEC. Para acessar o texto da 3ª versão da BNCC para a Educação Infantil e o Ensino Fundamental clique aqui.
Próximos passos da BNCC
Uma vez que a Base Nacional Comum Curricular seja votada pelo CNE, ela deve ser homologada pelo MEC para, então, tornar-se referência obrigatória na elaboração de currículos e começar a ser aplicada.
Quanto ao documento referente ao Ensino Médio, a terceira versão será divulgada no início de 2018. 
Assista abaixo ao evento de divulgação da terceira versão da BNCC, realizado no dia 06/04/2017, bem como a apresentação exibida no evento:
 Texto atualizado nodia 06/12/2017
A reforma do ensino médio
A reforma do ensino médio esteve no centros das discussões nos últimos meses. Essas mudanças foram propostas por meio de uma medida provisória – o que significa que o governo considera de caráter emergencial e não passará por nenhuma discussão aberta a sociedade.
A MP 746/2016  institui a Política de Fomento à Implementação de Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral, altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional (LDB), e a Lei nº 11.494 de 20 de junho 2007, que regulamenta o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação, e dá outras providências.
Nessa quarta (7/12) foi aprovado na Câmara dos deputados o texto-base da medida provisória, faltando ainda a análise de sugestões de emenda que podem alterar o conteúdo da proposta. Após essa votação a medida passará pelo Senado.
Mas afinal, o que é essa reforma?
O texto-base da medida provisória aprovada propõe a flexibilização do conteúdo e determina que 60% da carga horária de todo o ensino médio sejam obrigatórias.
Nos 40% restantes, os alunos poderão escolher as disciplinas de acordo com seus interesses.  Além disso, destacamos mais alguns pontos importantes propostos na medida provisória.
Artes e educação física
Os conteúdos de artes, educação física, filosofia e sociologia deixariam de ser obrigatórios no ensino médio e seu conteúdo dependeria do que fosse incluído na futura definição da Base Nacional Curricular Comum (BNCC) 
O texto aprovado na câmera voltou a incluir educação física e artes como disciplinas obrigatórias, sem fazer menção ao futuro da BNCC.
No caso específico da educação física, no último ano do ensino médio, a disciplina será optativa ao aluno.
Conteúdo obrigatório
O texto estabelece que o equivalente a no máximo 60% da carga horária de todo o ensino médio deverá ser usada para aplicação do conteúdo obrigatório determinado pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
O governo havia proposto uma proporção de 50%.
O restante da grade será composto conforme a escolha do estudante, que optará por um itinerário. O novo texto determina que, de acordo com a disponibilidade de vagas, o aluno possa cursar mais de um itinerário formativo; o texto anterior abria essa possibilidade, mas somente no ano letivo posterior.
Itinerários e ensino em módulos
O conteúdo obrigatório no ensino médio será orientado para atender cinco áreas de concentração: linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e formação técnica e profissional.
No texto, foi incluída a previsão de que o sistema de ensino tenha módulos e seja integrado de modo a permitir que o estudante possa aproveitar aspectos de áreas diferentes da que estiver seguindo.
As escolas não serão obrigadas a disponibilizar aos alunos todas as cinco áreas, tendo autonomia para definir a organização das áreas de conhecimento, as competências, habilidades e expectativas de aprendizagem definidas na BNCC.
Ou seja,  a escola escolhe o que irá oferecer ao aluno. A autonomia de escolha não é tão do aluno assim como dizem as propagandas.
Tempo integral
Um dos objetivos do governo na reforma é ampliar o número de escolas com ensino integral para atender à meta 6 do Plano Nacional de Educação (PNE), que prevê que até 2024, 50% das escolas e 25% das matrículas na educação básica (incluindo os ensinos infantil, fundamental e médio) estejam no ensino de tempo integral.
O texto manteve o trecho da MP original que diz que a “carga horária” deve ser ampliada de forma progressiva para 1,4 mil horas, mas estipula que, no prazo de cinco anos, as escolas deverão ter carga horária anual de mil horas.
Até o prazo de cinco anos, a carga mínima obrigatória continua em 800 horas divididas em 200 dias letivos.
Apoio financeiro
A MP instituiu o Programa de Fomento à Implementação de Escolas em Tempo Integral, que prevê que o Ministério da Educação apoie a criação de novas 257.400 vagas no ensino médio integral.
Originalmente, a previsão era repassar à rede de ensino R$ 2 mil por ano, para cada aluno, durante quatro anos. O novo texto afirma que essa política de fomento pode ser aplicada “por até dez anos”.
Notório saber
Sem dúvida uns dos pontos mais polêmicos, a contratação de profissionais não formados na área específica da disciplina, mas que tenham “notório saber” em relação ao tema.
Caberá à Secretaria de Educação de cada Estado definir o que é “notório saber” e quem estará autorizado a lecionar no ensino médio. A justificativa seria resolver o problema da falta de professores.
O texto manteve a autorização para que profissionais com notório saber reconhecido pelo sistema de ensino possam dar aulas exclusivamente para cursos de formação técnica e profissional, desde que ligada às suas áreas de atuação.
Línguas indígenas, matemática e português
No artigo que manteve a obrigatoriedade do ensino de matemática e de português ao longo de todo ensino médio, o projeto passa a citar as comunidades indígenas.
O novo texto afirma que os índios devem ter assegurados a utilização das respectivas línguas maternas no ensino médio.
Impactos da reforma no ensino de biologia
A unificação da física, química e biologia num único bloco chamado de “ciências da natureza” leva os conteúdos específicos  de cada uma dessas disciplinas – que já não são tratados com a profundidade necessária –  para uma diluição que compromete a formação dos alunos e dos professores em relação a quantidade necessária e qualidade mínima indispensável para as aulas.
Além disso, a reforma afeta diretamente a liberdade docente e oprime o ambiente da sala de aula quanto aos conteúdos biológicos escolares sustentados pela compreensão da evolução biológica em bases neodarwinistas, temática  de enraizamento epistemológico a uma teoria científica de maior significação para as Ciências Biológicas.
Mais sobre os impactos no ensino de evolução pode ser lido aqui.
Futuro incerto
Essa reforma no ensino médio tem sido amplamente divulgada como “aprendizagem para a vida”; “formação profissionalizante e formação de cidadão crítico” mas lembra bastante a perspectiva de ensino da época de ditadura, que buscava a formação do trabalhador, considerado peça importante para o desenvolvimento econômico do país.
A reestruturação (necessária) do ensino passa por discussões abertas com a sociedade e com profissionais da área da educação. Uma mudança imposta por uma medida provisória, de caráter emergencial pode não trazer tantos resultados positivos quanto se espera.
A formação docente é uns dos aspectos mais estudados no processo de ensino/aprendizagem e substituir docentes graduados – que muitas vezes já não tem a formação necessária – por “notório saber”  tende a ser um tanto perigoso. A falta de professores se resolve com a valorização da profissão, para começar.
Essas mudanças estão previstas para inicio já em 2017.
Notas e monções de repúdio á reforma do ensino médio
Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd)
Confederação Nacional dos trabalhadores em educação (CNTE)
Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (CENPEC)
Ministério Público Federal
Sociedade Brasileira de Sociologia (SBS)
União Brasileira dos estudantes secundaritas (UBES)
Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN)
Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (CONIF)
Associação Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências (ABRAPEC)
Centro de Estudos Educação e Sociedade (CEDES)
Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC)
Fórum Nacional da Educação (FNE)
Colóquio “Ensino Médio Brasileiro: Impactos da Medida Provisória 746/2011 (COMFOR/UNIFESP)

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