Buscar

Introdução à Biossegurança e Tipos de Perigos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Continue navegando


Prévia do material em texto

BIOSSEGURANÇA
I – INTRODUÇÃO
     A despeito do avanço tecnológico, o profissional da área da saúde tem que lidar, freqüentemente, com riscos inerentes à sua atividade.  O enfrentamento destes riscos envolve numa série de providências que englobam desde a adequação de instalações físicas e utilização de equipamentos de proteção individual (EPI), até a padronização de procedimentos (boas práticas). Para se estabelecerem os parâmetros corretos de controle e contenção destes riscos, é necessário que os profissionais identifiquem antecipadamente os perigos, para que as devidas medidas de controle sejam tomadas.
     Biossegurança é um conjunto de procedimentos, ações técnicas, metodologias, equipamentos e dispositivos capazes de eliminar ou minimizar riscos inerentes as atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, que podem comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos. O estudo da Biossegurança visa, sempre, a prevenção de riscos ou, se não for possível, a contenção dos agentes perigosos. Para isso, busca-se o estudo dos mecanismos de ação desses agentes e, então, estabelece-se procedimentos seguros de ação.
     Antes de aprofundarmo-nos no estudo da Biossegurança, vale a pena ressaltar que, a maioria dos acidentes de trabalho é decorrente de imperícia, negligência e, até mesmo, imprudência dos operadores, portanto, a regra de ouro na prevenção de acidentes é ATENÇÃO e BOM SENSO.
TIPOS DE PERIGOS OCUPACIONAIS
     O Dicionário Michaelis define o verbete perigo como “situação que ameaça a existência ou integridade de uma pessoa ou coisa; risco, inconveniente”. Porém, dentro deste estudo, faremos uma diferenciação entre PERIGO e RISCO:
• Perigo é qualquer agente que cause dano à saúde ou à integridade física das pessoas;
• Risco é um conceito que combina a probabilidade de ocorrência com a severidade da ocorrência.
     Por exemplo: ao se atravessar a rua, existe o perigo do atropelamento. Se for uma rua com pouco movimento (probabilidade baixa) na qual os carros passam a baixa velocidade (severidade do atropelamento baixa), o risco de se atravessar a rua é baixo. Se for uma rodovia muito movimentada, com carros em alta velocidade, o risco da travessia é alto.
     Antes de começar a se estabelecer normas de boas práticas, é muito importante conhecer-se os perigos que estas práticas vão combater.
     Por exemplo: é sempre muito importante lavar as mãos, mas é uma questão de bom senso imaginar que o procedimento de lavar as mãos, usado por um mecânico, seja diferente do método usado por um médico antes de uma cirurgia.
     Isso parece óbvio, mas qual o conceito associado? Se não lavar as mãos adequadamente, o médico vai expor o paciente a um risco de infecção durante a cirurgia, o que pode levá-lo a morte; o mecânico vai, no máximo, sentir o gosto desagradável da graxa durante uma refeição. Portanto, o procedimento do médico deve ser mais rigoroso.
     Existem divergencias entre os autores sobre a classificação dos perigos ocupacionais. Essa classificação é puramente didática e funciona como uma ferramenta para organizar a análise de perigos associados à atividade profissional e, sem dúvida, é mais importante identificar a existência do perigo do que classificá-lo em uma ou outra categoria. Existem divergências até mesmo na legislação trabalhista. Enquanto a NR9 considera a existência de perigos físicos, químicos e biológicos, a Portatia n°25 de 1994 do Ministério do Trabalho acrescenta os perigos ergonômicos e de acidentes a esta lista.
Perigos Físicos
      Qualquer corpo ou material estranho à atividade exercida, em níveis e dimensões inaceitáveis, representa um perigo físico. Ruídos intensos também fazem parte deste grupo. Considere como perigo físico, tudo aquilo que pode provocar ruptura na pele, lacerações, esfolamentos ou quebra de dentes e ossos.
     Os principais tipos de perigos físicos são:
* Fragmentos de vidro.
* Material de isolamento de tubulações.
* Jóias, objetos de adorno, fios de cabelo, esmalte.
* Fragmentos metálicos, parafusos, porca.
* Pragas (insetos, roedores), bem como fragmentos e excrementos que possam deixar.
* Fragmentos de madeira.
* Pedaços de fios, corda.
* Resíduos de areia.
* Pedras e seus fragmentos.
* Agulhas, grampos, etc.
Perigos Químicos
 
 
 
 
      Os perigos químicos são originados de manipulação errada de produtos químicos ou pela geração de toxinas feita por micro organismos.
      No caso de alimentos, os perigos químicos podem ser introduzidos ainda no campo por meio de práticas inadequadas na aplicação, acondicionamento e descarte de agrotóxicos e antibióticos ou no desrespeito à legislação que regulamenta o uso destes produtos.
     Além disso, a limpeza e sanificação de equipamentos e utensílios, mal orientada, pode resultar em resíduos, que se tornarão contaminantes no próximo uso do mesmo.
     Representam perigos químicos:
* As toxinas produzidas por microrganismos.
* Metais pesados (chumbo, cobre, cádmio, mercúrio, entre outros) que podem ser incorporados à fruta através da água de irrigação, por exemplo.
* Ingredientes de fertilizantes (nitratos e nitritos).
* Outros produtos químicos, como lubrificantes e aditivos de caldeiras.
Perigos biológicos.
 Os perigos biológicos são constituídos principalmente por bactérias potencialmente patogênicas, parasitas e vírus.  Note que as toxinas produzidas por alguns tipos de fungos e bactérias, devido ao modo como agem no organismo, são tratadas como perigos químicos.
 Entre os organismos que mais causam doenças de origem alimentar, estão as bactérias patogênicas. Entre as de maior ocorrência, podemos destacar: Salmonella spp., Shigella spp., Escherichia coli enterovirulenta, Yersinia enterocolitica, Campilobacter spp., Listeria monocytogenes, Vibrio colera, Plesiomonas shigelloides, Aeromonas hydfrophila, Staphylococcus aureus, Bacillus cereus, Clostridium botulinum e Clostridium perfringens.
 Os parasitas que podem ser veiculados por alimentos de origem vegetal incluem, principalmente, protozoários dos genêros Giardia, Entamoeba, Toxoplasma, Sarcocystis, Isospora, Cryptosporidium, Eimeria e Cyclospora, e helmintos. Estes compreendem, basicamente, os platelmintos (como Taenia solium, T. saginata, Echinococcus spp, Diphyllobothrium latum, Spirometra spp, Fasciola spp, Clonorchis spp, Opistochis spp e Paragonimus spp) e nematelmintos, como Ascaris lumbricoides, Anisakis sp, Pseudoterranova spp., Toxocara spp., Trichinella spiralis, Capillaria spp., Trichuris spp., Enterobius spp e Strongyloides spp.
 Entre os vírus, aqueles que são veiculados por alimentos são: rotavírus (grupos A, B e C), adenovírus (tipos 40 e 41), calicivírus (grupo Norwalk), calicivírus (grupo Sapporo), vírus da hepatite A e vírus da hepatite E.
 No caso de micro organismos, há a questão da multiplicação dos mesmos ao longo do tempo. Isso significa que a inoculação de poucos micro organismos pode degenerar em infestações em poucos minutos.
 Animais e insetos que servem como vetores de doenças, não são considerados perigos biológicos.
Perigos Ergonômicos
São relacionados com fatores fisiológicos e psicológicos.  Envolvem a interação homem / trabalho, incluindo no design, controle, luz, plano do local, ferramentas,
Os riscos ergonômicos estão relacionados à estrutura músculo-esquelética e psicológica do trabalhador e sua adequação à máquina, mobiliário, posto, jornada e condições de trabalho. Alguns exemplos são:
a) LER (lesões por esforços repetitivos) / DORT (doenças osteo-musculares relacionadas ao trabalho);
b) Peso e postura incompatíveis com o biotipo e tarefa, respectivamente;
c) Jornada (duração, ritmo, turno e controle rígido);
d) Mobiliário incompatível, ausente ou desnecessário, no trabalho; e
e) Estresse provocado por causas imediatas ou distantes.
 As expressões "Lesões por Esforços Repetitivos (LER)" e "Distúrbios Osteo musculares Relacionados ao Trabalho (DORT)"são termos usados de uma maneira generalizada e que abrangem os distúrbios ou doenças do sistema músculo-esquelético-ligamentar, podendo as mesmas estar ou não relacionadas ao trabalho.
 As doenças enquadradas neste grupo compreendem uma heterogeneidade de distúrbios funcionais e/ou orgânicos, que manifestam em seu portador sintomas comuns, muitas vezes inespecíficos como:
1.Fadiga Muscular
2.Dor
3.Parestesia
4.Sensação de peso
5.Mal estar
6.Processos inflamatórios em tendões, ligamentos e bursas sinoviais
7.Contraturas musculares etc
Para nós, a melhor definição de Lesões por Esforços Repetitivos - LER é de uma "síndrome clínica", caracterizada por dor crônica, acompanhada ou não por alterações específicas como inflamação, e que se manifesta devido à repetição do mesmo movimento em uma frequência elevada ou fora do eixo normal.
 É imprescindível para o diagnóstico de uma LER que a relação número de movimentos/espaço de tempo e posição seja tão grande ou anormal a ponto de desencadear a lesão.
 O termo LER é genérico, e cabe sempre ao médico especialista fazer o diagnóstico específico da doença que gerou o sintoma apresentado, uma vez que o termo LER pode definir problemas distintos, de causas diferentes.
 A cada dia é mais comum vermos crianças com quadros de tendinites de abdutor do polegar secundárias ao uso de “joysticks”, epicondilites em tenistas mirins em ritmo forte de treinamento, lesões de supra espinhoso em nadadores de borboleta e costas, cistos sinoviais e síndrome do túnel do carpo em donas de casa, sem que, em nenhum destes casos, estejamos diante de LER de origem profissional.
 Doenças sistêmicas como os distúrbios hormonais comuns na época de menopausa, hipotireiodismo, doenças infecciosas, doenças imunológicas, síndromes depressivas, traumatismos fora do local de trabalho, hobbys etc., podem desencadear quadros inflamatórios de tendinite, tenossinovite, capsulite, mialgias etc; bem como quadros compressivos, sem que estes sejam de origem profissional.
 Somente quando alguma destas alterações tiver como seu fator causador os movimentos repetitivos, estaremos diante de um caso de LER (Lesão por Esforço Repetitivo).
 Ao correlacionarmos diretamente o tipo de atividade profissional desenvolvida, e atestarmos que em conseqüência do trabalho, realizado de forma por vezes inadequada, tivemos o aparecimento da lesão, poderemos então ter um quadro de LER de origem profissional, visto que o nexo é parte indissociável do diagnóstico.
 Nestes casos específicos a LER se equiparará à DORT, permitindo a correlação do quadro clínico com a atividade ocupacional efetivamente desempenhada pelo trabalhador.
 Este princípio básico da inter-relação entre trabalho e lesão serviu de base para nova terminologia Disturbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT), nestes casos, equiparando-os a LER.
 LER e DORT podem ou não serem coincidentes dependendo de diversos fatores a serem analisados. De todos eles, a relação direta trabalho-lesão é o mais importante.