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TRT Processo Civil Aula 03

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Direito Processual Civil – TRT 8ª Região 
 Teoria e Exercícios comentados 
Prof. Gabriel Borges – Aula 03 
 
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TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 8ª REGIÃO 
 
Aula 03: Do litisconsórcio e da Assistência. Da intervenção de terceiros. 
Do Ministério Público 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
1. Capítulo III: Do litisconsórcio e da Assistência. Da 
intervenção de terceiros. 
3. Litisconsórcio 
4. Assistência 
4.1. Procedimento da assistência 
4.2. Assistência Litisconsorcial 
5. Intervenção de Terceiros 
5.1. Espécies de Intervenção de Terceiros 
5.1.1. Oposição 
Nomeação à autoria 
5.1.2.1. Procedimento 
5.1.3. Denunciação à lide 
5.1.3.1. Características 
5.1.3.2. Cabimento 
 5.1.4. Chamamento ao processo 
01 
2. Capítulo IV: Do Ministério Público 
1. Noções gerais 
2. Princípios e garantias 
3. Objetivos 
4. Atribuições Extrajudiciais 
4.1. São funções institucionais do Ministério Público 
5. Atribuições Judiciais 
5.1. Ação Civil Pública 
5.1.1. Responsabilidade por ato de improbidade 
administrativa 
5.1.2. Em defesa do meio ambiente 
5.1.3. Em defesa do consumidor 
6. Ministério Público como Parte 
6.1. Ministério Público como Fiscal da Lei 
 
21 
3. Resumo 31 
4. Questões comentadas 33 
5. Lista das questões apresentadas 53 
 Direito Processual Civil – TRT 8ª Região 
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6. Gabarito 60 
 
 
CAPÍTULO III: Litisconsórcio e assistência. Intervenção de terceiros. 
 
1. LITISCONSÓRCIO 
Quando se tem várias pessoas em um polo do processo, configura-se o 
litisconsórcio (lide+consórcio) – que é litigar em consórcio. O litisconsórcio é 
fenômeno processual em que mais de um sujeito atua em um dos polos da causa. 
Quanto ao polo em que ocorre, o litisconsorte classifica-se em ativo, que 
ocorre no polo ativo (autoria); passivo, que ocorre no polo passivo (réu), e misto, em 
que há várias pessoas no polo passivo e no ativo. 
Em relação ao momento, o litisconsórcio pode ser dividido em inicial, ocorre 
no momento da propositura da ação, e incidental, acontece durante o processo, no 
curso do processo. 
Igualmente importantes são outras duas classificações que se referem à 
relação do litisconsórcio com o próprio processo. A classificação quanto ao 
relacionamento do litisconsórcio com o processo necessário (obrigatório) ou 
facultativo. O primeiro impõe-se pela lei, não pode ser dispensado, nem por vontade 
das partes. O segundo, facultativo, dá-se por vontade das partes. Em regra, o 
litisconsórcio é facultativo. O necessário ocorrerá por força de lei. Esse 
conhecimento já foi cobrado em prova: 
(MPE PI – Cespe 2012) Julgue os itens a seguir, referentes ao litisconsórcio. 
A formação do litisconsórcio decorre estritamente da lei e o seu princípio básico é o 
da não facultatividade, ou seja, no caso de litisconsórcio ativo, há um verdadeiro 
dever de demandar que recai sobre todos os litisconsortes. 
a) Certo 
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b) Errado 
Gabarito: Errado 
Na classificação quanto à igualdade da decisão, o litisconsórcio pode ser 
unitário, em que a decisão da causa deve ser idêntica para todos os litisconsortes, e 
o não unitário (simples), em que a decisão da causa pode ser diferente para cada 
litisconsorte. 
O CPC trabalha com as classificações de litisconsórcio necessário e 
facultativo; no entanto, peca na definição do litisconsórcio necessário, tratando-o de 
um modo que a doutrina considera inapropriado, já que dá ao litisconsórcio 
necessário o conceito do unitário – aquele em que a sentença deve ser idêntica a 
todos os litigantes. 
Art. 46: Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em 
conjunto, ativa ou passivamente, quando: 
Art. 47: Há litisconsórcio necessário, quando, por disposição de lei ou pela 
natureza da relação jurídica, o juiz tiver de decidir a lide de modo uniforme para 
todas as partes; caso em que a eficácia da sentença dependerá da citação de todos 
os litisconsortes no processo. 
Em regra, o litisconsórcio é facultativo. O necessário ocorrerá por força de 
lei. Por que a lei determinaria que pode e, até mesmo, que deve haver 
litisconsórcio? Dois importantes objetivos do litisconsórcio são a economia 
processual e o combate à contradição no julgamento (que pode ocorrer se causas 
iguais ou afins são julgadas de modo diferente). 
Isso não quer dizer que no litisconsórcio (necessário ou facultativo) a 
sentença deva ser idêntica para todas as pessoas da mesma parte. Aliás, essa 
obrigação configura o litisconsórcio unitário, como visto. A doutrina entende que o 
legislador foi impreciso ao atribuir ao litisconsórcio necessário os efeitos do unitário, 
quando dispôs, no art. 47 que a decisão será uniforme para todos. 
“O conceito legal, no entanto, é falho, pois o código definiu o litisconsórcio 
necessário conforme apenas as características do litisconsórcio unitário” (Theodoro 
Jr., 1999a, p. 127). Dessa forma, é possível a formação do litisconsórcio tanto no 
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caso de os pedidos serem iguais ou semelhantes quanto nos casos em que as 
causas de pedir são iguais ou semelhantes. Exemplo clássico de litisconsórcio 
necessário é o disposto no artigo 10 do CPC: 
Art. 10: O cônjuge somente necessitará do consentimento do outro para 
propor ações que versem sobre direitos reais imobiliários. 
§ 1o Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para as ações: 
I – que versem sobre direitos reais imobiliários; 
II – resultantes de fatos que digam respeito a ambos os cônjuges ou de atos 
praticados por eles; 
III – fundadas em dívidas contraídas pelo marido a bem da família, mas cuja 
execução tenha de recair sobre o produto do trabalho da mulher ou os seus bens 
reservados; 
IV – que tenham por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção 
de ônus sobre imóveis de um ou de ambos os cônjuges. 
 
Art. 46: [...] 
Parágrafo único. O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao 
número de litigantes, quando este comprometer a rápida solução do litígio ou 
dificultar a defesa [...] 
A hipótese mencionada no dispositivo é possível somente para a modalidade 
de litisconsórcio facultativo. Fala-se, nessa circunstância, do famoso litisconsórcio 
multitudinário, que pode ser descrito como o litisconsórcio facultativo com número 
excessivo de litisconsortes. Para evitar prejuízos à defesa processual e à agilidade 
do processo, permite-se sua divisão em outros processos. Na modalidade de 
litisconsórcio necessário, o juiz não poderá prolatar decisão sem que tenham sido 
citados todos os litisconsortes. 
Relativamente aos prazos, vale menção ao art. 191 do CPC, no qual se 
prevê a contagem de prazos em dobro, no litisconsórcio, quando houver diferentes 
procuradores para contestar, recorrer e falar nos autos: “Quando os litisconsortesDireito Processual Civil – TRT 8ª Região 
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tiverem diferentes procuradores, ser-lhes-ão contados em dobro os prazos para 
contestar, para recorrer e, de modo geral, para falar nos autos”. 
(TJ RR – Cespe 2012) De acordo com o CPC, quando os litisconsortes tiverem 
diferentes procuradores, os prazos para contestar e recorrer serão contados em 
dobro, prerrogativa esta que não se estende às demais manifestações nos autos. 
a) Certo 
b) Errado 
 Percebam que o erro da questão está em restringir a prerrogativa de 
contagem dos prazos em dobro às situações de recursos e contestação, quando a 
regra se estende para manifestações nos autos em geral. 
Gabarito: Errado 
 
2. ASSISTÊNCIA 
A assistência, apesar de não estar elencada junto com as demais espécies 
de intervenção de terceiros, tem a mesma natureza jurídica destas. 
Art. 50: Pendendo uma causa entre duas ou mais pessoas, o terceiro, que 
tiver interesse jurídico em que a sentença seja favorável a uma delas, poderá 
intervir no processo para assisti-la. 
A assistência, em suma, consiste no ingresso de terceiro no processo para 
auxiliar uma das partes litigantes a obter decisão judicial favorável. 
Independentemente de o terceiro ingressar de maneira voluntária ou haver a 
existência da demanda, a assistência será sempre voluntária. Logo, o terceiro só 
participará do processo por livre e espontânea vontade. O assistente não é parte 
relevante do processo como o são autor e réu, pois a lide não diz respeito ao seu 
direito, a lei o trata por parte não-principal (art. 52). 
O único pressuposto de validade da assistência é o interesse jurídico do 
sujeito alheio ao processo. Também aqui há um ponto importante: para ser 
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assistente, o terceiro deve demonstrar a possibilidade de ser afetado, juridicamente, 
pela decisão judicial. 
Grifou-se a expressão interesse jurídico, porque o interesse tem que ser 
nesse campo, ainda que tenha efeito em outras áreas. Não se justifica, portanto, o 
interesse exclusivamente econômico ou de fato. De modo que, a alegação de que o 
interessado poderá sofrer grande prejuízo financeiro não é suficiente para recorrer-
se à assistência. 
A ocorrência do interesse jurídico é analisada pela influência que a sentença 
exerceria sobre a esfera de direitos de quem pretende ser assistente. Ou seja, há 
interesse jurídico quando a sentença pode alterar direito do assistente. 
Como se disse, o interesse para o cabimento da assistência deve ser 
jurídico. No entanto, o art. 5o, parágrafo único, da Lei Federal no 9.469/1997, admite 
a assistência em caso de interesse econômico de pessoas jurídicas de direito 
público: União, Estados, Distrito Federal, Municípios, Autarquias e Fundações 
Públicas. Nesse caso, ocorrerá a assistência atípica. 
Art. 5o: A União poderá intervir nas causas em que figurarem, como autoras 
ou rés, autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista e empresas 
públicas federais. 
Parágrafo único. As pessoas jurídicas de direito público poderão, nas causas 
cuja decisão possa ter reflexos, ainda que indiretos, de natureza econômica, intervir, 
independentemente da demonstração de interesse jurídico, para esclarecer 
questões de fato e de direito, podendo juntar documentos e memoriais reputados 
úteis ao exame da matéria e, se for o caso, recorrer, hipótese em que, para fins de 
deslocamento de competência, serão consideradas partes. 
 
2.1. PROCEDIMENTO DA ASSISTÊNCIA 
O terceiro solicita participação no processo por petição fundamentada, não 
havendo necessidade de preencher os requisitos para petição inicial, no art. 282 do 
CPC. No parágrafo único do art. 50 do CPC, observa-se a amplitude da assistência 
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quando autoriza o terceiro a ingressar, a qualquer momento, no processo (desde a 
petição inicial até o trânsito em julgado). 
Parágrafo único. A assistência tem lugar em qualquer dos tipos de 
procedimento e em todos os graus da jurisdição; mas o assistente recebe o 
processo no estado em que se encontra. 
Na segunda parte do parágrafo único, ocorre o fenômeno processual da 
preclusão. Isso significa que os atos já praticados estarão protegidos e não se 
admite sua repetição. De modo que o assistente ingressa no processo como ele está 
naquele momento, sem poder repetir o que já foi feito ou alegado. 
Art. 51: Não havendo impugnação dentro de 5 dias, o pedido do assistente 
será deferido. Se qualquer das partes alegar, no entanto, que falece ao assistente 
interesse jurídico para intervir a bem do assistido, o juiz: 
I – determinará, sem suspensão do processo, o desentranhamento da 
petição e da impugnação, a fim de serem autuadas em apenso; 
II – autorizará a produção de provas; 
III – decidirá, dentro de 5 (cinco) dias, o incidente. 
Faltou cuidado do legislador ao redigir o caput do artigo 51, porque seu 
entendimento literal leva a crer que a entrada do assistente passará sempre pelo 
incidente previsto no artigo; contudo, o juiz decidirá previamente sobre a 
possibilidade da assistência ou não. Se a assistência for indeferida por falta de 
interesse jurídico, não se instalará o incidente do mencionado artigo. 
Art. 52: O assistente atuará como auxiliar da parte principal, exercerá os 
mesmos poderes e sujeitar-se-á aos mesmos ônus processuais que o assistido. 
Parágrafo único. Sendo revel o assistido, o assistente será considerado seu 
gestor de negócios. 
Art. 53: A assistência não obsta a que a parte principal reconheça a 
procedência do pedido, desista da ação ou transija sobre direitos controvertidos; 
casos em que, terminando o processo, cessa a intervenção do assistente. 
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Art. 55: Transitada em julgado a sentença, na causa em que interveio o 
assistente, este não poderá, em processo posterior, discutir a justiça da decisão, 
salvo se alegar e provar que: 
I – pelo estado em que recebera o processo, ou pelas declarações e atos do 
assistido, fora impedido de produzir provas suscetíveis de influir na sentença; 
II – desconhecia a existência de alegações ou de provas, de que o assistido, 
por dolo ou culpa, não se valeu. 
 
2.2. ASSISTÊNCIA LITISCONSORCIAL 
A assistência pode ser simples (adesiva) ou litisconsorcial. Na assistência 
simples o interesse do assistente não se liga diretamente ao litígio, o assistente 
(aquele que assiste) é mero coadjuvante do assistido, exercendo função 
complementar, assim, não pode ir contra a opção processual do assistido. A 
assistência litisconsorcial, por seu turno, tem como característica a defesa pelo 
assistente de direito próprio, ele exerce sua defesa de modo independente, não 
ficando sujeito à atuação do assistido, caracteriza-sepor essa defesa um 
litisconsórcio facultativo. 
 
Espécie tradicional 
Assistência simples ou 
adesiva 
Assiste uma das partes, para que 
ela obtenha sentença favorável. 
Relação jurídica com o assistido. 
 
Espécie excepcional 
Assistência 
litisconsorcial ou 
qualificada 
O assistente defende interesse 
próprio. Relação jurídica com o 
assistido e com a parte contrária 
A assistência litisconsorcial seria o equivalente a litisconsórcio facultativo 
ulterior e unitário, pois ocorre somente em situações de litisconsórcio facultativo e de 
modo unitário, já que a decisão deve ser a mesma para assistido e assistente. 
O artigo 54 prevê a assistência litisconsorcial, considerando-se litisconsorte 
da parte principal o assistente, toda vez que a sentença houver de influir na relação 
jurídica entre ele e o adversário do assistido. Aplica-se ao assistente litisconsorcial, 
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quanto ao pedido de intervenção, sua impugnação e julgamento do incidente, o 
disposto no art. 51 do CPC (art. 54, CPC): 
Art. 51. Não havendo impugnação dentro de 5 (cinco) dias, o pedido do 
assistente será deferido. Se qualquer das partes alegar, no entanto, que falece ao 
assistente interesse jurídico para intervir a bem do assistido, o juiz: 
I - determinará, sem suspensão do processo, o desentranhamento da 
petição e da impugnação, a fim de serem autuadas em apenso; 
II - autorizará a produção de provas; 
III - decidirá, dentro de 5 (cinco) dias, o incidente. 
(MPE PI – Cespe 2012) Julgue os itens a seguir, referentes ao litisconsórcio. 
A figura do litisconsórcio assistencial se caracteriza pelo fato de o terceiro assistente 
ingressar no processo somente para auxiliar uma das partes, não adquirindo, assim, 
o status de litisconsorte, pois não há nesse caso relação jurídica que lhe diga 
respeito. 
a) Certo 
b) Errado 
Ainda que seja tratada em sessão própria, distinta da sessão do 
litisconsórcio, a assistência litisconsorcial assume características que a aproximam 
do litisconsórcio, como dissemos linhas atrás a assistência litisconsorcial seria o 
equivalente a litisconsórcio facultativo ulterior e unitário. 
Gabarito: Errado 
Exemplo da assistência litisconsorcial está no condômino que ingressa de 
modo ulterior no feito. No momento do ajuizamento da ação, os condôminos 
presentes formam litisconsórcio facultativo unitário, uma vez que cada condômino 
tem legitimidade para atuar em relação ao bem comum, independentemente da 
vontade dos demais. De outro modo, aquele condômino que, nesse exemplo, 
ingressar posteriormente no processo, entrará como assistente litisconsorcial. 
 
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3. INTERVENÇÃO DE TERCEIROS 
É a legitimação de um sujeito que não pertence ao processo em andamento, 
mas que participará dele. Para tanto, essa permissão deve, necessariamente, estar 
prevista em lei, pois, uma vez parte do processo, o terceiro passa a integrá-lo. 
A intervenção de terceiros baseia-se nos pressupostos da economia 
processual e na harmonização das decisões, assim como o litisconsórcio. Espécies 
de intervenção típicas: oposição, nomeação à autoria, denunciação à lide e 
chamamento ao processo. 
As espécies típicas são aplicadas ao processo/fase de conhecimento e 
subsidiariamente aos processos/fases de execução e cautelar, sendo que nesses 
dois últimos casos só é admitida a assistência. Essas quatro espécies, elencadas no 
Capítulo IV do CPC, são exemplificativas. Dessa forma, há intervenções de terceiros 
que são classificadas como espécies atípicas. 
Não há, no entanto, entendimento pacífico entre os doutrinadores de quais 
são as espécies atípicas, o que se deve guardar é que a definição das espécies 
atípicas ocorre por meio da amplitude da atipicidade. Algumas intervenções na fase 
de conhecimento não podem ser consideradas como espécies típicas de intervenção 
de terceiros: amicus curiae, intervenções da Lei 9.469/1997 e ação de alimentos. 
O Supremo Tribunal Federal entende que o amicus curiae também não é 
parte no processo. Em relação a isso: “A jurisprudência deste Supremo Tribunal 
[STF] é assente quanto ao não cabimento de recursos interpostos por terceiros 
estranhos à relação processual nos processos objetivos de controle de 
constitucionalidade”. Resumo do julgado: Ação Direta de Inconstitucionalidade. 
Embargos de Declaração Opostos Por amicus curiae. Ausência de Legitimidade. 
(Relatora: Cármen Lúcia. Julgamento: 17/03/2008. Órgão Julgador: Tribunal 
Pleno) 
Mas, o que é amicus curiae (amigo da corte)? De caráter democrático, 
permite que terceiro neutro integre o processo para dar contribuição intelectual sobre 
fato de interesse social e que seja inédito ou de difícil solução. Está previsto, por 
exemplo, na lei no 9.868/1999, que trata da ação direta de inconstitucionalidade. 
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Art. 7o, § 2o: O relator, considerando a relevância da matéria e a 
representatividade dos postulantes, poderá, por despacho irrecorrível, admitir, 
observado o prazo fixado no parágrafo anterior, a manifestação de outros órgãos ou 
entidades. 
 
3.1. ESPÉCIES DE INTERVENÇÃO DE TERCEIROS 
3.1.1. OPOSIÇÃO 
Art. 56: Quem pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre 
que controvertem autor e réu, poderá, até ser proferida a sentença, oferecer 
oposição contra ambos. 
Seu conceito é simples e pode ser entendido como a busca de direito ou 
coisa, que está sendo disputado no processo, pelo terceiro. Significa dizer que o 
sujeito alheio ao processo, procura para si, o objeto da disputa. É uma espécie em 
que o terceiro voluntariamente ingressa no processo (contra autor e réu) para 
defender um direito próprio. 
Exemplo: Em uma ação reivindicatória de 120 hectares de terras, o opoente, 
Carlos, considerando ser o verdadeiro titular do direito (sobre a terra), ingressa com 
oposição contra Aldo e Beta (autor e réu da demanda inicial). 
O opoente poderia ingressar com uma ação autônoma contra o vencedor da 
demanda para fazer valer o seu direito de propriedade. No entanto, respeitando o 
princípio da economia processual (já que um das finalidades da oposição é abreviar 
a solução da pendência), Carlos ingressa com oposição. Ou seja, em vez de 
ingressar com nova demanda, Carlos, facultado pela Lei, ingressa em demanda 
alheia para pleitear o reconhecimento do seu direito de propriedade. 
A admissibilidade da oposição está subordinada a uma disputa e não 
simplesmente à defesa passiva da posse, sem que seja discutido o mérito do direito 
ou da coisa. 
A oposição é uma nova ação, podendo esta ser declaratória ou 
condenatória, devendo a parte que a propôs arcar com as custas processuais. A 
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nova ação relaciona-se à outra (devido ao objeto comum) e pretende excluir o 
pedido em pendência. 
Em relação ao objeto, a oposição pode ser total ou parcial. No exemplo 
citado, Carlos poderá requerer o domínio total (oposição total) ou parcial (oposição 
parcial) dos 120 hectares de terra que estão sendo disputados por Aldo e Beta. 
 
3.1.1.1. ASPECTOS DA OPOSIÇÃO 
Em relação ao momento processual a oposição poderá ser interventiva ou 
autônoma. 
A oposição será interventiva quando oferecida antes da audiência de 
instrução e julgamento. Ela será apensada aos autos principais e correrá 
simultaneamente com a ação originária, sendo ambas julgadas pela mesma 
sentença. 
Será considerada autônoma quando oferecida depois de iniciada a audiência 
de instrução e julgamento. Nesse caso, a oposição seguirá o procedimento 
ordinário, sendo julgada sem prejuízo da causa principal. Poderá o juiz, todavia, 
sobrestar no andamento da ação principal, por prazo nunca superior a 90 dias, para 
julgá-la conjuntamente à oposição. Uma vez ultrapassado o prazo de 90 dias, o juiz 
deverá julgar a ação principal e, mais tarde, a oposição. 
Se o juiz decidir julgar simultaneamente a ação e a oposição (o que 
normalmente ocorre), a oposição deverá ser analisada em primeiro lugar – antes de 
ser julgada a demanda entre autor e o réu. 
Caso a oposição seja procedente, o autor e o réu serão automaticamente 
excluídos; se improcedente o juiz passará a julgar o conflito entre eles. 
ATENÇÃO 
Qualquer uma das modalidades de oposição só poderá ser oferecida até a 
prolação da sentença, como aduz o art. 56, essa é a corrente majoritária e o 
entendimento que levaremos para nossa prova. Além disso, vale destacar também 
que o incidente em análise é típico do processo de conhecimento (cognição), não 
sendo cabível nos processos de execução ou cautelar. 
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Vejamos o seguinte julgado do Tribunal de Justiça de São Paulo: 
554.01.2010.028799-2/000000-000 - nº ordem 1518/2010 - Oposição - SERGIO DA 
SILVA E OUTROS X PAULO RIBEIRO ALVES E OUTROS - Fls. 104/106 [...] Trata-
se de incidente típico de processo de conhecimento, não se prestando a proteger a 
posse ou propriedade de imóvel atingido por constrição judicial em processo de 
execução, razão pela qual, após a prolação da sentença (RTJ 131/971), ou em 
execução (JTA 99/128, Lex-JTA 165/209, RTJE 82/110), não se admite a oposição. 
Nesse sentido: "A oposição configura modalidade de intervenção de terceiros típica 
de processo cognitivo. Sua finalidade é possibilitar a quem não integra a relação 
processual deduzir pretensão fundada em direito real, sobre o qual controvertem 
autor e réu (CPC, art. 56). Isso para que a sentença defina o real titular do interesse 
protegido. Verifica-se, pois, que duas razões impedem seja a oposição admitida em 
processo executivo. Primeiro, porque não se discute a respeito de posse ou 
propriedade de bem. Além disso, inexiste sentença reconhecendo direito a qualquer 
das partes. Se os apelantes pretendem seja-lhes assegurada a posse ou 
propriedade de imóvel submetido a constrição judicial em processo de execução, 
devem valer-se da via processual adequada.[...] 
Caiu em prova: 
(TRE CE – FCC 2012) Quem pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o 
direito sobre que controvertem autor e réu, poderá, até 
a) o trânsito em julgado, oferecer oposição contra ambos. 
b) ser proferida a sentença, oferecer oposição contra ambos. 
c) o último dia do prazo de contestação, denunciar a lide. 
d) o trânsito em julgado, denunciar a lide. 
e) a realização da audiência de instrução, oferecer oposição contra ambos. 
Gabarito: B 
 
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3.1.1.2. PROCEDIMENTO 
Na oposição, o opoente deduzirá o seu pedido, preenchendo todos os 
requisitos para a propositura da ação (arts. 282 e 283), próprios da petição inicial 
(PI). A PI será distribuída por dependência e autuada em apartado. 
Uma vez recebida a PI, o magistrado poderá: indeferir, determinar que se 
emende ou ordenar a citação dos opostos. A citação dos opostos deverá ser feita na 
pessoa dos seus respectivos advogados ou pessoalmente no caso do revel, tendo 
eles o prazo comum de 15 dias para contestar o pedido. Depois disso, o processo 
segue o procedimento comum. 
Se admitida, a oposição gerará um litisconsórcio passivo, necessário, ulterior 
e simples. 
Dúvida: Por que simples, necessário, simples e ulterior? 
a) Passivo e necessário porque a oposição deverá ser dirigida, de acordo 
com a Lei, contra ambas as partes do processo. 
b) Simples porque o opoente, para cada parte originária do processo, dirige 
uma pretensão diferente, possibilitando decisões distintas. 
c) Ulterior pelo simples fato de se formar no curso do processo. 
Dúvida: O quê o opoente proporá contra o autor e contra o réu? 
Bem, contra o autor, o opoente irá pleitear o direito discutido, alegando ser ele o 
titular desse direito; contra o réu, além de disputar o direito discutido, poderá o 
opoente requerer uma prestação, como pagamento de quantia, obrigação de fazer 
ou não fazer. 
Quando os dois opostos reconhecem a procedência da oposição, a causa 
principal é julgada a favor do opoente. Se o reconhecimento partir somente de um 
dos opostos, a oposição prosseguirá contra o outro oposto, o que não a reconheceu. 
“Destaque-se que, se o autor reconhecer o pedido do opoente, 
estará renunciando ao direito sobre o qual se funda a ação 
principal, que deverá ser extinta.” (Curso Didático de Direito 
Processual Civil, 15 Ed., Donizetti, Elpídio, pg. 199). 
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3.1.1.3. PROCEDIMENTOS EM QUE A OPOSIÇÃO É CABÍVEL 
Art. 56: Quem pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre que 
controvertem autor e réu, poderá, até ser proferida a sentença, oferecer oposição 
contra ambos. 
A oposição será cabível nos processos de conhecimento, já que deve haver 
controvérsia sobre o direito demandado. Muito cuidado com os embargos do 
devedor, que apesar de ser processo de conhecimento, não aceitam a oposição, 
haja vista possuir uma função especial – desconstituir ou depurar o título executivo. 
Também não caberá oposição no procedimento sumário e nos processos da 
competência dos Juizados Especiais. Assim como não será cabível nem no 
processo cautelar, devido a ausência de uma das características da oposição – a 
controvérsia – nem no processo de execução. O processo cautelar tem como 
objetivo o acautelamento de outro processo, já o processo de execução pressupõe 
cognição exaurida. 
 
3.1.2. NOMEAÇÃO À AUTORIA 
Trata-se de uma espécie de intervenção em que o terceiro passa a integrar o 
processo em decorrência de convocação pelo réu para correção de postulação.Portanto, a nomeação à autoria é o procedimento pelo qual se corrige a situação de 
uma das partes no processo – especificamente a do réu. A relação entre o terceiro 
(detentor de fato) e o mero detentor (réu) pode originar-se de vínculo jurídico ou de 
uma situação de fato. 
Art. 62: Aquele que detiver a coisa em nome alheio, sendo-lhe demandada 
em nome próprio, deverá nomear à autoria o proprietário ou o possuidor. 
Art. 63: Aplica-se também o disposto no artigo antecedente à ação de 
indenização, intentada pelo proprietário ou pelo titular de um direito sobre a coisa, 
toda vez que o responsável pelos prejuízos alegar que praticou o ato por ordem, ou 
em cumprimento de instruções de terceiro. 
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Essa modalidade de intervenção constitui-se um dever do réu, que será 
submetido à responsabilidade por perdas e danos, em caso de inobservância desse 
dever. O réu incorre, ainda, na mesma sanção, quando convoca pessoa diversa da 
detentora da coisa ou do direito. Destaque-se que o legislador mencionou que o 
detentor em nome alheio deverá nomear à autoria – a escolha do verbo revela que é 
ato imposto pela lei, não facultativo. 
 
3.1.2.1. PROCEDIMENTO 
Art. 64: Em ambos os casos, o réu requererá a nomeação no prazo para a 
defesa; o juiz, ao deferir o pedido, suspenderá o processo e mandará ouvir o autor 
no prazo de 5 dias. 
Como bem dispõe o art. 64 do CPC, o réu apresentará a nomeação no prazo 
de defesa, não sendo obrigatório realizá-la junto à contestação, já que a nomeação 
suspende o processo. Em caso de recusa do terceiro, haverá reabertura do prazo 
para que ocorra a defesa do réu. 
Como exposto, a nomeação não precisa ser apresentada junto com a 
contestação, no entanto, existe a possibilidade de apresentação simultaneamente. 
Caso isso ocorra, a contestação só seguirá no processo se a nomeação for 
recusada. 
O autor poderá aceitar, abster-se ou negar a nomeação. Se aceitar, ocorre a 
sucessão do réu (extromissão da parte); se recusar, o processo poderá sofrer 
pronunciamento de sentença de extinção. Sua manifestação deve ser realizada no 
prazo preclusivo da defesa, em regra 15 dias. 
Cabe agravo contra a decisão que acolhe ou não a nomeação à autoria. O 
agravo é o recurso cabível para questionar decisão interlocutória. Portanto, a 
mencionada decisão tem natureza interlocutória, pois não resolve mérito da causa 
nem extingue o processo. Trata-se de mera questão incidente no polo passivo. 
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3.1.3. DENUNCIAÇÃO À LIDE 
É de natureza obrigatória e serve para que um terceiro seja responsabilizado 
pelo ressarcimento de eventuais danos causados pelo resultado do processo. 
Assim, o fator que legitima a denúncia à lide é o direito de regresso – parte/terceiro 
ou, de modo excepcional, autor/réu. 
 
3.1.3.1. CARACTERÍSTICAS 
Uma das mais importantes vantagens proporcionadas pelo instituto da 
denunciação da lide é a economia processual, de maneira a se evitar que os fatos já 
decididos em uma ação sejam postos novamente em discussão durante a ação de 
regresso. 
Incidente Instaurada em processo existente 
Regressiva Existência de direito de regresso da parte contra o terceiro 
Eventual Relação de prejudicialidade com a demanda originária 
Antecipada Confronto: interesse de agir e economia processual, prevalecendo, a 
primeira hipótese; nenhum dano a ser ressarcido no momento da 
denúncia da lide. 
 
3.1.3.2. CABIMENTO 
1 – Garantia da evicção (evicção é a perda da coisa por força de sentença, 
que atribui a terceiro direito anterior ao contrato aquisitivo). 
2 – Posse indireta. 
3 – Direito regressivo de indenização 
A denunciação da lide é obrigatória: 
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 Ao alienante, na ação em que terceiro reivindica a coisa, cujo domínio 
foi transferido à parte, a fim de que esta possa exercer o direito que da evicção lhe 
resulta; 
 Ao proprietário ou ao possuidor indireto quando, por força de obrigação 
ou direito, o réu, citado em nome próprio, exerça a posse direta da coisa 
demandada, em casos como o do usufrutuário, do credor pignoratício, do locatário, e 
 Àquele que estiver obrigado, pela lei ou pelo contrato, a indenizar, em 
ação regressiva, o prejuízo do que perder a demanda. 
Leiam os dispositivos abaixo com atenção para os destaques: 
Art. 74. Feita a denunciação pelo autor, o denunciado, comparecendo, 
assumirá a posição de litisconsorte do denunciante e poderá aditar a petição inicial, 
procedendo-se em seguida à citação do réu. 
Art. 75. Feita a denunciação pelo réu: 
I - se o denunciado a aceitar e contestar o pedido, o processo prosseguirá 
entre o autor, de um lado, e de outro, como litisconsortes, o denunciante e o 
denunciado; 
II - se o denunciado for revel, ou comparecer apenas para negar a qualidade 
que lhe foi atribuída, cumprirá ao denunciante prosseguir na defesa até final; 
III - se o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor, poderá o 
denunciante prosseguir na defesa. 
Agora, respondam: 
06. (TJ CE – Cespe 2012) Tendo o réu promovido a denunciação da lide, 
a) se o denunciado, em resposta, apenas negar a qualidade que lhe foi atribuída, 
sofrerá os efeitos da revelia. 
b) o juiz não poderá recusar a denunciação de uma quarta pessoa pelo denunciado, 
sob pena de ferir os princípios da ampla defesa e do contraditório. 
c) vencido o réu, a sentença será citra petita se não dispuser sobre a relação entre 
denunciante e denunciado. 
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d) o requerimento de denunciação com pedido de citação do denunciado suspende 
o prazo para resposta até a manifestação do denunciado. 
e) caso o denunciado confesse os fatos alegados pelo autor, o juiz promoverá o 
julgamento antecipado da lide. 
Vamos analisar cada item para responder à questão: 
a) se o denunciado, em resposta, apenas negar a qualidade que lhe foi 
atribuída, sofrerá os efeitos da revelia. 
O erro desta letra está em dizer que o denunciado suportará os efeitos da 
revelia, quando a previsão do CPC (art. 75) é de caberá ao denunciante seguir na 
defesa até o final, não persistindo ônus ao denunciado por ter apenas negado a 
qualidade lhe atribuída. 
b) o juiz não poderá recusar a denunciação de uma quarta pessoa pelo 
denunciado, sob pena de ferir os princípios da ampla defesa e do 
contraditório. 
A hipótese aventada neste item é a do denunciado que vem ao processo e 
denuncia uma quarta pessoa: “não sou eu quem deve ser denunciado, mas fulano...” 
O item erra ao dizer que o juiz não poderá recusar a denunciação dessa 
quarta pessoa, jáque ele pode alegar economia processual e aplicar a previsão do 
parágrafo único, art. 46, de que: “O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo 
quanto ao número de litigantes, quando este comprometer a rápida solução do litígio 
ou dificultar a defesa [...]” 
c) vencido o réu, a sentença será citra petita se não dispuser sobre a relação 
entre denunciante e denunciado. 
Diz-se citra petita a sentença que deixa de examinar pedido da parte ou que 
não examina questão de vital importância suscitada no processo; portanto, este é o 
item correto da questão. 
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d) o requerimento de denunciação com pedido de citação do denunciado 
suspende o prazo para resposta até a manifestação do denunciado. 
Errado. Não se procedendo à citação no prazo marcado, a ação prosseguirá 
unicamente em relação ao denunciante (§2º, art. 72). 
e) caso o denunciado confesse os fatos alegados pelo autor, o juiz promoverá 
o julgamento antecipado da lide. 
Se o denunciado admitir os fatos alegados pelo autor, ainda assim o réu 
poderá prosseguir em sua defesa, conforme entendimento do art. 72, III, CPC. 
 
3.1.4. CHAMAMENTO AO PROCESSO 
O chamamento ao processo tem ligação com situações em que há uma 
coobrigação devido à existência de mais de um responsável perante o credor. É 
uma espécie de natureza coercitiva em que o terceiro, independentemente de sua 
concordância, integra a relação jurídica processual a pedido do réu. 
A consequência jurídica gerada pelo chamamento ao processo é a criação 
de litisconsórcio passivo ulterior, ampliando, de modo subjetivo, a demanda 
originária. As hipóteses de cabimento ao chamamento no processo estão elencadas 
no art. 77 do CPC. 
O chamamento ao processo é admissível ao devedor, na ação em que o 
fiador for réu; aos outros fiadores, quando para a ação for citado apenas um deles e 
a todos os devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns deles, 
parcial ou totalmente, a dívida comum. 
 
Enquanto na nomeação à autoria o mero detentor da 
coisa pretende sair do processo e colocar na sua posição o 
real proprietário do bem; no chamamento ao processo, ele 
quer que um corresponsável assuma a obrigação ao seu 
lado. 
 
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CAPÍTULO IV: DO MINISTÉRIO PÚBLICO 
 
O Ministério Público abrange o Ministério Público da União e o Ministério 
Público dos Estados. Sendo que o MPU ramifica-se em quatro: Ministério Público 
Federal, Ministério Público do Trabalho, Ministério Público Militar e o Ministério 
Público do Distrito Federal e Territórios. 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. NOÇÕES GERAIS 
O Ministério Público exerce, no Processo Civil, o direito de ação nos casos 
previstos em lei, cabendo-lhe os mesmos poderes e ônus que às partes. Ao 
Ministério Público compete intervir nas causas em que há interesses de incapazes; 
nas causas concernentes ao estado da pessoa, pátrio poder, tutela, curatela, 
interdição, casamento, declaração de ausência e disposições de última vontade; nas 
ações que envolvam litígios coletivos pela posse da terra rural e nas demais causas 
em que há interesse público evidenciado pela natureza da lide ou qualidade da 
parte. 
Intervindo como fiscal da lei, o Ministério Público tem vista dos autos depois 
das partes, sendo intimado de todos os atos do processo; pode juntar documentos e 
certidões, produzir prova em audiência e requerer medidas ou diligências 
necessárias ao descobrimento da verdade. 
Ministério Público 
Ministério Público dos 
Estados 
Ministério Público da 
União 
MPF MPT MPM MPDFT 
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A não intimação do Ministério Público, quando a lei considera obrigatória sua 
intervenção, pode ser causa de nulidade do processo (art. 84, CPC). Ademais, o 
órgão do Ministério Público será civilmente responsável quando, no exercício de 
suas funções, proceder com dolo ou fraude. 
O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função 
jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime 
democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (art. 127, CF 1988). 
 
 
Por princípio da inércia da jurisdição, determina-se que a justiça 
só agirá quando provocada. Para defesa dos direitos individuais, o 
indivíduo afetado toma as providências para provocar a Justiça. E 
quanto à defesa dos interesses públicos, quem deve agir? Nesses 
casos, é o Ministério Público que atuará. A seu cargo fica a 
responsabilidade pela defesa dos direitos sociais e coletivos e a 
fiscalização da lei (custus legis). 
 
2. PRINCÍPIOS E GARANTIAS 
Nos termos constitucionais, há três princípios institucionais que regem o 
Ministério Público: o princípio da unidade, em que o Ministério Público possui caráter 
uno, ou seja, é um organismo único que atua de maneira sistêmica; o princípio da 
indivisibilidade, o Ministério Público não se divide internamente em seus membros e 
o último princípio é o da independência funcional. 
A Constituição Federal também outorgou aos membros do Ministério Público 
algumas garantias: 
a) Autonomia funcional e administrativa; 
b) Estruturação em carreiras; 
c) Ingresso: mediante concurso de provas e títulos, bacharelado em 
direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica; 
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d) Vitaliciedade, após dois anos de exercício, só perderá o cargo por 
sentença transitada em julgado; 
e) Inamovibilidade; e 
f) Irredutibilidade de vencimentos. 
 
3. OBJETIVOS 
No Processo Civil, a função processual do MP jamais será a de 
representante da parte material. Ele ocupa a posição jurídica de substituto 
processual. Defende direitos alheios, mas em nome próprio. Isso leva à conclusão 
de que o MP, atuando como parte principal ou substituto processual, será parte 
quando estiver em juízo; não sendo, porém, procurador ou mandatário de terceiros. 
O Ministério Público tem legitimidade, em regra, ativa; contudo, em caráter 
eventual, assume a defesa de terceiros, como na interdição. Por sua vez, quando 
atua como fiscal da lei, deve somente defender a prevalência da ordem jurídica e do 
bem comum. Nesse caso, não tem nenhum compromisso com a parte ativa nem 
passiva da relação processual. 
Em suma, no ambiente cível, a atividade do MP deve ser entendida, quanto 
ao conteúdo estrutural, sob duas óticas: da natureza de atuação, que pode ser 
extrajudicial ou judicial, e em relação à legitimação, em que o Ministério Público se 
manifesta como parte ou como fiscal da lei. 
 
4. ATRIBUIÇÕES EXTRAJUDICIAIS 
A partir da Constituiçãode 1988, o Ministério Público passou a se destacar 
não só como titular da ação penal, mas também como guardião da sociedade, em 
especial dos direitos transindividuais – coletivos, difusos e individuais homogêneos. 
O art. 129 da Constituição Federal enfatiza o papel essencial do Ministério Público 
na tomada de iniciativa para ações, medidas e providências em benefício da 
sociedade. 
 
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4.1. São funções institucionais do Ministério Público 
a) Promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei; 
b) Zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de 
relevância pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as 
medidas necessárias a sua garantia; 
c) O inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio 
público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos; 
d) A ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de 
intervenção da União e dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição; 
e) Defender judicialmente os direitos e interesses das populações 
indígenas; 
f) Expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua 
competência, requisitando informações e documentos para instruí-los, na forma da 
lei complementar respectiva; 
g) Exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei 
complementar mencionada no artigo anterior; 
h) Requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito 
policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais; 
i) Outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com 
sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a consultoria jurídica de 
entidades públicas. 
As funções do Ministério Público só podem ser exercidas por integrantes da 
carreira, que deverão residir na comarca da respectiva lotação, salvo autorização do 
chefe da instituição. O ingresso na carreira do Ministério Público faz-se mediante 
concurso público de provas e títulos, assegurada a participação da Ordem dos 
Advogados do Brasil em sua realização, exigindo-se do bacharel em direito no 
mínimo três anos de atividade jurídica e observando-se, nas nomeações, a ordem 
de classificação. 
Aos membros e servidores do MP é fundamental que tenham a preocupação 
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de que, além da atuação clássica e histórica no Poder Judiciário, representam e 
defendem a coletividade. Para isso, devem interagir com a sociedade civil por meio 
dos instrumentos democráticos de captação dos anseios do povo, como reuniões, 
audiências públicas. Ademais, devem fiscalizar a implementação de políticas 
públicas, saúde, educação, meio ambiente, assim como a probidade administrativa, 
o controle externo da atividade policial. 
São instrumentos essenciais à atuação ministerial no âmbito extrajudicial: 
ofícios, reuniões, audiências públicas, recomendação administrativa (RA) e termos 
de ajustamento de conduta (TAC). A atuação do MP pode ser classificada em 
demandista, quando busca o poder judiciário, e resolutiva, quando resolve 
internamente determinado problema a partir de seus instrumentos e prerrogativas 
sem a necessidade de provocação de prestação jurisdicional. 
 
5. ATRIBUIÇÕES JUDICIAIS 
5.1. AÇÃO CIVIL PÚBLICA 
Na tutela dos direitos difusos e coletivos da sociedade, a ação civil pública é 
o principal expediente de atuação do parquet na condição de parte. A ação pública 
sujeita-se a inúmeras variações no seu conteúdo material de acordo com a matéria 
tratada: responsabilidade por ato de improbidade administrativa, defesa do meio 
ambiente, defesa dos hipossuficientes – idosos, crianças, portadores de deficiência 
física. 
 
5.1.1. RESPONSABILIDADE POR ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 
Há três espécies de ato de improbidade administrativa: enriquecimento 
ilícito, dano ao erário e violação de princípios da administração pública. Entre eles, 
existe decrescente ordem de relevância e subsidiariedade de dano ao patrimônio 
público, uma vez que todo enriquecimento ilícito implica dano ao erário, assim como 
todo dano ao erário implica violação dos princípios da administração pública. 
A conduta de improbidade administrativa é um ilícito civil que se forma a 
partir da verificação de situação ou atitude ímproba descrita e individualizada no 
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âmbito objetivo (desvio de recursos públicos, nulidade de procedimento licitatório) e 
subjetivo (nexo de imputação a título de dolo ou culpa em relação aos agentes). 
A causa de pedir demanda objetividade, uma vez que deve permitir correta 
compreensão da situação a ser julgada. 
 
5.1.2. EM DEFESA DO MEIO AMBIENTE 
Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, que é um 
bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao 
Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as 
presentes e futuras gerações (art. 225 da CF). 
São instrumentos relevantes para a defesa do meio ambiente: o princípio do 
poluidor-pagador, que consiste em impor ao poluidor a responsabilidade pelos 
custos da reparação do dano ambiental, e o processo de inversão do ônus da prova 
em questões ambientais (por exemplo, o dano ambiental em propriedade particular 
impõe ao proprietário prova de que ele não é responsável pelo dano). 
 
5.1.3. EM DEFESA DO CONSUMIDOR 
Sendo o direito do consumidor fundamental e regido pelo princípio da ordem 
econômica, deve ser tutelado pelo Ministério Público. São princípios do Direito do 
Consumidor: a ideia de hipossuficiência do consumidor ou sua vulnerabilidade e a 
racionalização dos processos de melhoria do serviço público. 
Os direitos básicos do consumidor são a informação clara e adequada; 
proteção contra publicidade enganosa e abusiva; acesso à justiça; prevenção e 
reparação de danos patrimoniais e morais individuais, coletivos e difusos. 
De acordo com o Supremo Tribunal Federal, o Ministério Público pode 
ajuizar Ação Civil Pública em defesa dos consumidores, mas não pode ajuizar ACP 
em defesa dos contribuintes, para garantir o não pagamento de tributo, pois, nesse 
caso, não há relação de consumo (Lei no 7.347/1985, art. 1o, II, e art. 5o, I). 
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6. MINISTÉRIO PÚBLICO COMO PARTE 
O Ministério Público, como parte, pode agir nos seguintes casos: na ação de 
nulidade de casamento; na ação de dissolução da sociedade civil; ADIN; no pedido 
de interdição; na ação civil pública, para defesa de interesses difusos, coletivos, 
individuais homogêneos. 
Ao atuar como parte, o Ministério Públicoutiliza-se da ação civil pública 
(Lei 7.347/1985). Sendo, nesse caso, obrigado a atuar segundo os arts. 127 e 129 
da CF. São assegurados ao Ministério Público, quando age como parte, os 
privilégios de não se sujeitar ao pagamento antecipado de custas – esse privilégio 
também se aplica ao Ministério Público quando exerce a função de custus legis; e de 
possuir o prazo de recorrer contado em dobro e, para contestar, contado em 
quádruplo. 
Art. 188: Computar-se-á em quádruplo o prazo para contestar e em dobro 
para recorrer quando a parte for a Fazenda Pública ou o Ministério Público. 
 
6.1. MINISTÉRIO PÚBLICO COMO FISCAL DA LEI 
O Ministério Público, como fiscal da lei, age nas causas em que há interesse 
de incapazes, nas causas que se referem ao estado da pessoa, pátrio poder, tutela, 
curatela, interdição, casamento, declaração de ausência e disposições de última 
vontade, nas ações de litígios coletivos pela posse da terra rural e nas demais 
causas em que há interesse público. 
Se o interesse em litígio é público, a intervenção do fiscal da lei é de 
conveniência intuitiva. No entanto, há casos de direitos privados em que o processo 
versa sobre bens colocados sobre a tutela especial do Estado. Nesses casos, o 
litígio passa a atingir, igualmente, interesse público, legitimando a atuação do 
Ministério Público como sujeito especial do processo. 
É uma obrigação legal do Ministério Público atuar como fiscal da lei na ação 
civil pública. O MP tem legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar 
(art. 5o da Lei 7.347/1985). Ele poderá, ainda, acompanhar a demanda de modo 
remoto e, em alguns casos, assumir a condução da própria demanda. 
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Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por associação 
legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado assumirá a titularidade ativa (§3o, 
art. 5o da Lei no 7.347/1985). 
Ainda que atuando somente como fiscal da lei, o Parquet tem legitimidade 
para recorrer. 
Art. 499. O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro 
prejudicado e pelo Ministério Público. 
§ 1° Cumpre ao terceiro demonstrar o nexo de interdependência entre o seu 
interesse de intervir e a relação jurídica submetida à apreciação judicial. 
§ 2° O Ministério Público tem legitimidade para recorrer assim no processo 
em que é parte, como naqueles em que oficiou como fiscal da lei. 
 
Foi cobrado pela FCC em 2012. 
(TRT 11ª Região – FCC 2012) É correto afirmar que o Ministério Público 
a) não pode atuar num mesmo processo como parte e como fiscal da lei. 
b) deve estar presente como fiscal da lei em todos os processos em que o Estado 
estiver presente na relação processual. 
c) pode recorrer no processo em que oficiou como fiscal da lei, mesmo que não haja 
recurso da parte. 
d) só pode juntar documentos e certidões quando estiver atuando como parte, não 
podendo fazê-lo como fiscal da lei. 
e) pode, como fiscal da lei, ampliar os limites da lide, suscitando questões a respeito 
das quais a lei exige a iniciativa da parte. 
Resposta correta letra “c”. 
Agora, façam a leitura do dispositivo a baixo e vejam como foi cobrado em 
prova: 
Art. 83. Intervindo como fiscal da lei, o Ministério Público: 
I - terá vista dos autos depois das partes, sendo intimado de todos os atos 
do processo; 
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II - poderá juntar documentos e certidões, produzir prova em audiência e 
requerer medidas ou diligências necessárias ao descobrimento da verdade. 
(TRE PE – FCC 2011) No processo “B” o Ministério Público está intervindo como 
fiscal da Lei. Neste caso, 
a) poderá juntar documentos e certidões, bem como produzir prova em audiência, 
mas não poderá requerer outras diligências uma vez que estas competem 
especificamente às partes. 
b) poderá juntar documentos e certidões, mas não poderá produzir prova em 
audiência. 
c) o Ministério Público terá vista dos autos antes das partes, sendo intimado apenas 
dos principais atos processuais previstos no Código de Processo Civil. 
d) não poderá juntar documentos e certidões, mas poderá produzir prova em 
audiência. 
e) o Ministério Público terá vista dos autos depois das partes, sendo intimado de 
todos os atos do processo. 
Resposta correta letra “e”. 
Percebam que bastante do conhecimento do Processo Civil vem da leitura 
continuada dos dispositivos do CPC e de leis esparsas relacionados à matéria de 
prova. 
 
 
A ausência de intimação para acompanhar o feito causará nulidade do 
processo, nos casos em que a lei determina a obrigatoriedade da participação do 
Ministério Público. Essa anulação afetará todos os atos, a partir da intimação 
omitida. 
Por conta disso, ainda é conferido ao Ministério Público a prerrogativa de 
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propor ação rescisória de sentença, nos casos em que não foi ouvido no processo 
de intervenção de custus legis obrigatória. 
 O art. 81 atribui ao Ministério Público os mesmos poderes e ônus das 
partes quando este exercer o direito de ação. 
 O art. 82 do CPC versa sobre os casos de intervenção obrigatória do 
Ministério Público: 
a) Interesses de incapazes (hipossuficientes). 
b) Ao estado da pessoa, pátrio poder, tutela, curatela, interdição, 
casamento, declaração de ausência e disposições de última vontade. 
c) Em litígios coletivos pela posse da terra rural e nas demais causas em 
que há interesse público evidenciado pela natureza da lide ou qualidade da parte. 
 
Vejam como o tema foi abordado pela FCC em 2012. 
(MPE AP – FCC 2012) No processo civil, compete ao Ministério Público 
a) exercer o direito de ação nos casos legalmente previstos, com inversão do ônus 
probatório a seu favor, gozando, também, de prazo em dobro para oferecimento de 
contestação nos autos. 
b) pleitear, em ação civil pública, a indenização decorrente do seguro obrigatório por 
acidentes de veículos (DPVAT) em benefício do segurado. 
c) intervir na ações possessórias em geral, bem como nas demandas relativas a 
dano social e estético. 
 d) intervir nas ações que envolvam litígios coletivos pela posse da terra rural e nas 
demais causas em que há interesse público evidenciado pela natureza da lide ou 
qualidade da parte. 
e) ter vista dos autos, para manifestação, antes das partes, com eventual novo 
pedido de vista após estas se manifestarem, a fim de ratificar ou apresentar 
acréscimos às formulações anteriores. 
Gabarito: D 
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RESUMO DA AULA 
 
- O litisconsórcio é fenômeno processual em que mais de um sujeito atuam em um 
dospolos da causa. 
- Classifica-se em: 
1) Quanto ao pólo: Ativo: ocorre no polo ativo (autoria), Passivo: ocorre no polo 
passivo (réu), Misto (várias pessoas no polo passivo e no ativo). 
2) Quanto ao momento: Inicial (originário): momento da propositura da ação, 
Incidental (ulterior): durante o processo 
- Quanto ao relacionamento do litisconsórcio com o processo: 
1) Necessário (obrigatório): impõe-se pela lei. Não pode ser dispensado, nem por 
vontade das partes 
2) Facultativo: dá-se por vontade das partes 
- Quanto à igualdade da decisão: 
1) Unitário: decisão da causa deve ser idêntica para todos os litisconsortes 
2) Não-unitário (simples): decisão da causa pode ser diferente para cada 
litisconsorte 
- A assistência, apesar de não estar elencada junto com as demais espécies de 
intervenção de terceiros, tem a mesma natureza jurídica dessas. 
- O único pressuposto de validade da assistência é o interesse jurídico do sujeito 
alheio ao processo. 
- Ponto importante: para ser assistente, o terceiro deve demonstrar a possibilidade 
de ser afetado, juridicamente, pela decisão judicial. 
 
- Assistência Litisconsorcial 
Espécie 
Tradicional 
Assistência simples ou 
adesiva 
Assiste uma das partes, para que 
ela obtenha sentença favorável. 
Relação jurídica com o assistido. 
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Espécie 
Excepcional 
Assistência litisconsorcial ou 
qualificada 
O assistente defende interesse 
próprio. Relação jurídica com o 
assistido e com a parte contrária 
 
- A intervenção de terceiros é a legitimação de um sujeito que não pertence ao 
processo em andamento, mas que participará dele. 
- A intervenção de terceiros baseia-se nos pressupostos da economia processual e 
na harmonização das decisões. 
- Espécies de intervenção típicas: oposição, nomeação à autoria, denunciação à 
lide e chamamento ao processo. 
- Oposição: a busca de direito ou coisa, que está sendo disputado no processo, 
pelo terceiro. Significa dizer que o sujeito alheio ao processo, procura para si, o 
objeto da disputa. 
- É uma espécie em que o terceiro voluntariamente ingressa no processo (contra 
autor e réu) para defender um direito próprio. 
- Nomeação à autoria: é o procedimento pelo qual se corrige a postulação de uma 
das partes no processo - especificamente o réu. 
- Denunciação à lide: é de natureza obrigatória e serve para que um terceiro seja 
responsabilizado pelo ressarcimento de eventuais danos causados pelo resultado do 
processo. Assim, o fator que legitima a denúncia à lide é o direito de regresso - 
parte/terceiro ou, de modo excepcional, autor/réu. 
Chamamento ao processo: tem ligação com situações em que há uma 
coobrigação devido à existência de mais de um responsável frente ao credor. 
- É uma espécie de natureza coercitiva em que o terceiro, independentemente de 
sua concordância, integra a relação jurídica processual a pedido do réu. 
- O MP ocupa a posição jurídica de substituto processual. Defende direitos 
alheios, mas em nome próprio. 
- O MP, atuando como parte principal ou substituto processual, será parte 
quando estiver em juízo. 
- O MP como fiscal da lei, deverá somente defender a prevalência da ordem 
jurídica e do bem comum. 
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- Atribuições Extrajudiciais: Antes da CF/88: titular da ação penal; a partir da 
CF/88: guardião da sociedade, em especial dos direitos transindividuais. 
- O papel essencial do MP na tomada de iniciativa para ações, medidas e 
providências em benefício da sociedade – representar e defender a coletividade. 
- Interagem com a sociedade civil por meio dos instrumentos democráticos de 
captação dos anseios do povo, como reuniões, audiências públicas. 
- Devem fiscalizar a implementação de políticas públicas, saúde, educação, meio 
ambiente, assim como a probidade administrativa, o controle externo da atividade 
policial. 
- A atuação do MP pode ser classificada em demandista ou resolutiva. 
- Atribuições Judiciais: na tutela dos direitos difusos e coletivos da sociedade, a 
ação civil pública é o principal expediente de atuação do parquet na condição de 
parte. 
- O Ministério Público quando atua como parte pode agir nos seguintes casos: na 
ação de nulidade de casamento; na ação de dissolução da sociedade civil; ADIN; no 
pedido de interdição; na ação civil pública, para defesa de interesses difusos, 
coletivos, individuais homogêneos. 
- O Ministério Público como fiscal da lei age nas causas em que há interesse de 
incapazes, nas causas que se referem ao estado da pessoa, pátrio poder, tutela, 
curatela, interdição, casamento, declaração de ausência e disposições de última 
vontade, nas ações de litígios coletivos pela posse da terra rural e nas demais 
causas em que há interesse público 
 
 
 QUESTÕES COMENTADAS 
 
01. (Advogado BRB – 2010) Considere que Luiz, André e Marcos tenham se 
obrigado solidariamente a pagar a Felipe a importância de R$ 2.100,00. Nessa 
situação, em caso de inadimplência, Felipe deve propor a ação de cobrança 
contra os três devedores, visto que há entre eles um litisconsórcio unitário. 
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a) Certo 
b) Errado 
COMENTÁRIO: 
Conhecendo o art. 275 do Código Civil seria possível matar essa questão: 
“O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, 
parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os 
demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto.” Desse modo, 
nos casos de dívida solidária, pode ser demandado um ou mais dos devedores. 
Cuidado! A troca do pode pelo deve é muito comum e realmente confunde o 
candidato menos atento. Na questão, Felipe não deve, mas pode propor contra os 
três devedores solidários. 
Na hipótese de responsabilidade solidária, não há litisconsórcio necessário, 
pois, como dito, não haverá obrigação de formação do litisconsórcio. 
Gabarito: Errado 
 
02. (TRT 5ª Região – Cespe 2008) Há litisconsórcio necessário, segundo o 
CPC, quando, por disposição de lei ou pela natureza da relação jurídica, o juiz 
tiver de decidir a lide de modo uniforme para todas as partes. 
a) Certo 
b) Errado 
COMENTÁRIO: 
Reparem que, a despeito da observação que fizemos sobre a imprecisão da 
lei no tratamento do litisconsórcio necessário, aqui, o examinador foi bastante 
cuidadoso. 
Lembrem que, sempre que a questão citar o CPC, devemos pensar em seu 
texto literal, mesmo que haja discordância doutrinária. Feitas essas observações, 
façam a releitura da questão e tentem resolver novamente. Não ficou mais fácil de 
julgá-la? 
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Não podemos fugir à redação do artigo 47, se na própria questão exigiu-se 
sua análise de acordo com o CPC. Façamos uma releitura do mencionado artigo: 
 Art. 47: há litisconsórcio necessário, quando, por disposição de lei ou pela 
natureza da relação jurídica, o juiz tiver de decidir a lide de modo uniforme para 
todas as partes (...). 
Gabarito: Certo 
 
03. (TRT 5ª Região – Cespe 2008) A assistência litisconsorcial ocorre quando 
um terceiro vem a juízo afirmando ter interesse imediato na causa, pois a 
decisão poderá afetar seu patrimônio jurídico, haja vista se relacionar 
juridicamente com a parte que litiga contra aquela a quem deseja assistir. 
a) Certo 
b) Errado 
COMENTÁRIO: 
Essa questão corrobora um dos pontos que vimos há pouco. A diferença 
mencionada é exatamente a mais importante na distinção entre os dois tipos de 
assistência. Enquanto na assistência simples o assistente mantém relação jurídica 
somente com o assistido; na litisconsorcial, há vínculo com o assistido e com o 
adversário. 
Vejamos este exemplo (meramente ilustrativo): Rubem Alves e Francisco 
Cuoco compraram juntos uma chácara. Orlando de Moraes questiona a propriedade 
de Rubem Alves somente. Francisco Cuoco, juridicamente afetado, ingressa como 
assistente litisconsorcial de Rubem Alves. Existe vínculo jurídico com o assistido 
(Rubem Alves), mas igualmente com o adversário (Orlando de Moraes). 
Francisco Cuoco não é mero assistente na relação, inclusive, se extinta a 
disputa entre Rubem Alves e Orlando de Moraes, não significa que haverá 
necessária extinção da relação Orlando de Moraes – Francisco Cuoco (adversário – 
assistente). Nessa situação, o Cuoco atua na defesa de direito próprio. 
Gabarito: Certo 
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04. (TJDF Analista Judiciário – Cespe 2008) Aquele que detiver a coisa em 
nome alheio, sendo-lhe demandada em nome próprio, deverá nomear à autoria 
o proprietário ou o possuidor. 
a) Certo 
b) Errado 
COMENTÁRIO: 
Essa questão é a cópia literal do artigo 62 do CPC: aquele que detiver a 
coisa em nome alheio, sendo-lhe demandada em nome próprio, deverá nomear à 
autoria o proprietário ou o possuidor. Fiquem atentos a isso! 
Gabarito: Certo 
 
05. (TRT 5ª Região – Cespe 2008) Na hipótese de o fiador ser demandado 
judicialmente sozinho e desejar a intervenção no feito do afiançado devedor, 
ocorrerá o que se denomina de chamamento ao processo. 
a) Certo 
b) Errado 
COMENTÁRIO: 
Dentre as hipóteses de admissibilidade do chamamento ao processo 
definidas no artigo 77 do CPC, temos a do inciso I. A redação do mencionado inciso 
responde a questão. 
Art. 77. É admissível o chamamento ao processo: 
I - do devedor, na ação em que o fiador for réu 
Não esqueçamos que pelo instituto do chamamento ao processo, é possível 
o réu chamar corresponsáveis para responder solidariamente pela obrigação. 
Gabarito: Certo 
 
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06. (Procurador AGU - Cespe 2010) No que concerne ao controle concentrado 
de constitucionalidade, julgue os seguintes itens. 
No processo objetivo de controle de constitucionalidade, o amicus curiae tem 
legitimidade para interpor recurso nas mesmas hipóteses facultadas ao titular 
da ação. 
a) Certo 
b) Errado 
COMENTÁRIO: 
O STF já julgou a participação do Amicus Curiae no processo objetivo de 
controle de constitucionalidade, em que ele não é considerado parte nas mesmas 
condições de autor ou réu; desse modo, não pode interpor recurso, mas pode juntar 
documentos aos autos de conteúdo opinativo. 
Gabarito: Errado 
 
07 (TRT 21ª Região) Considerando os prazos processuais no CPC, julgue o 
item seguinte. 
Considere que João e Maria são litisconsortes, mas constituíram diferentes 
procuradores nos autos contra a Fazenda Pública. Nesse caso, João e Maria 
terão contado em quádruplo o prazo para recorrerem e em dobro para 
contestarem e se manifestarem nos autos. 
COMENTÁRIO: 
Pelo art. 191 do CPC, que trata da questão, o prazo será contado em 
dobro, não em quádruplo, em caso de litisconsortes com procuradores diferentes. 
Quis o examinador confundir o candidato com o prazo do art. 188: 
Computar-se-á em quádruplo o prazo para contestar e em dobro para 
recorrer quando a parte for a Fazenda Pública ou o Ministério Público. 
Gabarito: errado 
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08. (TRT 21ª Região) O inciso III do art. 70 do CPC prevê a obrigatoriedade da 
denunciação da lide àquele que estiver obrigado, por lei ou contrato, a 
indenizar, em ação regressiva, o prejuízo do que perder a demanda. Com base 
no entendimento jurisprudencial, julgue o próximo item. 
Apesar das divergências, tem sido acolhido pelo Superior Tribunal de Justiça 
(STJ) entendimento que veda a denunciação da lide quando há necessidade de 
introdução de fundamento novo para sua solução, em uma linha restritiva, 
portanto, de interpretação do inciso III do art. 70 do CPC. 
Considerando que, na condução do processo, o juiz exerça os poderes 
jurisdicionais e de polícia, julgue o item a seguir. 
COMENTÁRIO: 
Veja a seguinte decisão do STJ na parte que nos interessa para validar esta 
questão: 
“A jurisprudência deste Superior Tribunal entende não permitir 
a denunciação da lide em casos de alegado direito de regresso quando seu 
reconhecimento requeira a análise de fundamento novo que não conste da 
lide originária. Há fundamento novo quando o direito de regresso não deriva, direta 
e incondicionalmente, da lei ou de contrato celebrado com a denunciante e quando 
se necessite recorrer a outros elementos para evidenciá-lo, dado o tumulto que trará 
à marcha processual, em contrariedade ao princípio da instrumentalidade e 
celeridade do processo (...) Precedentes citados: REsp 648.253-DF, DJ 3/4/2006, e 
REsp 49.418-SP, DJ 8/8/1994. REsp 934.394-PR, Rel. Min. João Otávio de 
Noronha, julgado em 26/2/2008. 
Gabarito: certo 
09. (PMG – FCC 2012) Considere as seguintes assertivas sobre a intervenção 
de terceiros, de acordo com o Código de Processo Civil: 
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I. Na denunciação da lide, feita a denunciação pelo réu, se o denunciado 
confessar os fatos alegados pelo autor, poderá o denunciante prosseguir na 
defesa. 
II. Na ação em que o fiador for réu é admissível o chamamento ao processo 
do devedor e, neste caso, para que o juiz declare, na mesma sentença, as 
responsabilidades dos obrigados, o réu requererá, até o julgamento da lide 
em primeiro grau, a citação do chamado. 
III. Quem pretender,

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