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PROFª: Luciana Barbosa UFPI/DRHGA Capítulo 1 – ESTABILIDADE DE TALUDES 1.1 – Conceitos 1.2 – Tipos e Causas de Escorregamentos 1.3 – Obras de Estabilização de Taludes 1.4 – Métodos de Estabilidade Definição: é uma superfície de terreno exposta que faz um dado ângulo α com a horizontal.; Os maciços sob o aspecto genético podem ser agrupados em duas categorias: naturais e artificiais; São vários os fatores naturais que atuam durante o processo de formação de um talude natural : As paisagens naturais são dinâmicas, alterando-se continuamente ao longo do tempo sob a ação destes fatores; Fatores Geológicos Fatores Ambientais Litologia Clima Estruturação Topografia Geomorfologia Vegetação Podem surgir as ações humanas que alteram a geometria das paisagens, mudando ou destruindo a vegetação e alterando as formas topográficas; Estes maciços diferem bastante dos aterros artificiais cujo controle de “colocação das terras” permite conhecê-los infinitamente melhor; A geometria dos maciços podem ou não, por si só, manter as suas conformações originais. Caso contrário, será necessário estabilizá-lo; Nas obras de estabilização é importante considerar as soluções mais simples, às vezes, elas são as mais adequadas As obras mais caras só se justificam quando o processo de instabilização não pode ser mais controlado pelas obras mais simples; Isto requer a execução de obras que vão desde uma simples mudança em sua geometria até obras de contenção; Os escorregamentos de taludes são causados por uma redução da resistência interna do solo que se opõe ao movimento da massa deslizante e/ou por um acréscimo das solicitações externas aplicadas ao maciço; Os movimentos de terra são separados em três categorias: desmoronamentos, escorregamentos e rastejos; Varnes (1958) estabeleceu uma classificação destes movimentos baseada na velocidade de ocorrência: Os desmoronamentos são movimentos rápidos, resultantes da ação da gravidade sobre a massa de solo que se destaca do restante do maciço e rola talude abaixo; Os escorregamentos procedem da separação de uma cunha de solo que se movimenta em relação ao resto do maciço segundo uma superfície bem definida. Não há uma separação efetiva dos corpos; Os rastejos ou fluimentos são movimentos bastante lentos que ocorrem nas camadas superiores do maciço, não existe uma linha que separa de forma nítida a porção que se desloca; Para monitorar a velocidade em que ocorre o rastejo ou até mesmo o início de um escorregamento deve- se limpar (acerto do terreno) uma porção do terreno em que se visualiza uma trinca a ser observada; Para verificar a evolução do movimento do terreno pode-se preencher a trinca com argamassa de cimento medindo-se a variação do crescimento da aberturada trinca na argamassa lançada; Terzaghi enumerou as seguintes causas dos escorregamentos: Causas externas: são devidas a ações externas que alteram o estado de tensão atuante sobre o maciço. Aumento da inclinação do talude; Deposição de material ao longo da crista do talude; Efeitos sísmicos. Terzaghi enumerou as seguintes causas dos escorregamentos: Causas internas: são aquelas que atuam reduzindo a resistência ao cisalhamento do solo constituinte do talude, sem ferir o seu aspecto geométrico visível. Aumento da pressão na água interstical; Decréscimo da coesão. Terzaghi enumerou as seguintes causas dos escorregamentos: Causas intermediárias: são as que não podem ser explicitamente classificadas em uma das duas classes anteriormente definidas. Liquefação espontânea; Erosão interna; Rebaixamento do nível d’água. O Quadro abaixo resume alguns problemas relacionados a taludes, destacando as diversas formas de sua ocorrência e as principais causas: TIPO DE PROBLEMA FORMA DE OCORRÊNCIA PRINCIPAIS CAUSAS Queda de blocos Geralmente em queda livre - Ação da água e de raízes na descontinuidade do maciço rochoso TIPO DE PROBLEMA FORMA DE OCORRÊNCIA PRINCIPAIS CAUSAS Rolamento de blocos Movimento de bloco por rolamento em cortes ou encostas naturais Descalçamento da base por erosão TIPO DE PROBLEMA FORMA DE OCORRÊNCIA PRINCIPAIS CAUSAS Desagregação superficial - Empastilhamento superficial em taludes de corte - Superficial - Profundo - Formas e dimensões variadas - Secagem ou umedecimento do material - Presença de argilo-mineral expansivo ou desconfinamento do material - Inclinação acentuada do talude - Relevo energético - Descontinuidades do solo e rocha TIPO DE PROBLEMA FORMA DE OCORRÊNCIA PRINCIPAIS CAUSAS Erosão - Em talude de corte e aterro - Longitudinal ao longo da plataforma - Localizada e associada a obras de drenagem - Interna em aterros (piping) - Deficiência de drenagem - Deficiência de proteção superficial - Concentração de água superficial e/ou intercepção do lençol freático - Deficiência ou inexistência de drenagem interna TIPO DE PROBLEMA FORMA DE OCORRÊNCIA PRINCIPAIS CAUSAS Escorregamento em corte - Superficial em corte ou encostas naturais - Profundo em cortes - Formas de dimensões variadas - Movimentação de grandes dimensões - Atingindo a borda do aterro - Atingindo o corpo do aterrro - Saturação do solo - Evolução por erosão - Corte de corpo de tálus - Alteração por drenagem - Compactação inadequada da borda TIPO DE PROBLEMA FORMA DE OCORRÊNCIA PRINCIPAIS CAUSAS Escorregamento em aterro Atingindo o corpo do aterro - Deficiência de fundação - Deficiência de drenagem - Deficiência de proteção superficial - Má qualidade do material - Compactação inadequada - Inclinação inadequada do talude TIPO DE PROBLEMA FORMA DE OCORRÊNCIA PRINCIPAIS CAUSAS Recalque em aterro Deformação vertical da plataforma - Deficiência de fundação - Deficiência de drenagem - Rompimento do bueiro - Compactação inadequada A escolha deve estar embasada em estudos cuidadosos, que consideram as características do meio físico e os processos de instabilização envolvidos; Obras: Solo Grampeado, Retaludamento, Drenagem, e Obras de Contenções Solo Grampeado É uma obra de contenção bastante prática e eficiente para a estabilização de taludes de escavações através do reforçodo solo in situ; O grampeamento do solo consta de um reforço obtido através da inclusão de elementos resistentes à flexão composta, denominados grampos (ou chumbadores), geralmente barras de aço; Solo Grampeado Retaludamento O retaludamento consiste em um processo de terraplanagem, através do qual se alteram, por cortes e/ou aterros, os taludes originalmente existentes; Retaludamento São feitas alterações na geometria do talude, aliviando o peso junto à crista e acrescentando junto ao pé do talude; Drenagem As obras de drenagem têm por finalidade a captação e o direcionamento das águas do escoamento superficial, assim como a retirada de parte da água de percolação do maciço; Podem ser utilizadas como o único recurso para estabilizar o maciço ou associada as obras de contenções, retaludamento ou proteções diversas; Drenagem Drenagem Para o seu dimensionamento deve ser realizado um estudo no local sobre os índices pluviométricos, a área da bacia de contribuição e as características dos materiais por onde escoam as águas a serem drenadas; Os sistemas de drenagem devem ter uma programação de manutenção e vistorias realizada de forma contínua; Drenagem As análises de estabilidade, na sua maioria, foram desenvolvidas segundo a abordagem do equilíbrio limite, que apresenta as seguintes hipóteses: Existência de uma linha de escorregamento de forma conhecida que delimita acima dela a porção instável do maciço. Esta massa de solo instável, sob a ação da gravidade, se movimenta como um corpo rígido; Respeita um critério de resistência, normalmente utiliza-se o de MORH-COULOMB, ao longo da linha de escorregamento; A tarefa do engenheiro encarregado da análise da estabilidade do talude é determinar o fator de segura (Fs = 1,5); (resistente) (mobilizada) Taludes Infinitos Assumindo que a poropressão é zero, o fator de segurança ao longo de um plano AB localizado a profundidade H é dado por: Taludes Infinitos Assumindo que há percolação através do solo, o fator de segurança é dado por: Taludes Finitos (Método de Culmann) Este método apoia-se na hipótese que considera uma superfície de ruptura plana passando pelo pé do talude. Métodos das Fatias (Superfície circular) Ao ser rompida uma massa de solo verifica-se que, em muitos casos, a superfície “cisalhada” se apresenta com geometria próximo de um círculo; Quanto maior a homogeneidade da massa de solo, mais próxima de círculo será a superfície, como por exemplo em aterros; Métodos das Fatias (Superfície circular) Métodos das Fatias (Superfície circular) Método de Fellenius: não há iteração entre as fatias, ou seja, admite-se que as resultantes das forças laterais em cada lado da fatia são colineares e de igual magnitude. Método de Bishop Simplificado: há iteração entre as fatias.
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