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Revista Dentística on line – ano 10, número 21 (abr/jun 2011) ISSN 1518-4889 – www.gbpd.com.br Souza, T. R. et al , Cimentos auto -adesivos: ef icácias e controvérsias 20 Cimentos auto-adesivos: eficácias e controvérsias Self-adhesives resin cements: efficiencies and controversies Thayse Rodrigues de Souza 1 Jorge César Borges Leão Filho 2 Lúcia Carneiro de Souza Beatrice 3 1 Mestranda em Clínica Integrada pela Universidade Federal de Pernambuco- UFPE, Recife/PE, Brasil. 2 Mestrando em Odontologia, com área de concentração em Ortodontia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná-PUC-PR, Curitiba/PR,Brasil. 3 Professora Associada do Departamento de Prótese e Cirurgia Buco-Facial da Universidade Federal de Pernambuco-UFPE, Recife/PE, Brasil. Resumo Este artigo de revisão enfoca considerações científicas correntes sobre cimentos auto-adesivos, suas vantagens, desvantagens, propriedades físicas, adesão oferecida ao substrato, integridade marginal, microinfiltração e biocompatibilidade desses cimentos, bem como algumas controvérsias encontradas na literatura acerca do desempenho e aplicação clínica de tais materiais. Palavras-chave: Cimentos auto-adesivos, revisão Summary: This article review focuses on current scientific considerations on self-adhesive cements, their advantages, disadvantages, physical properties, adhesion offered to the substrate, marginal integrity, microleakage and biocompatibility of these cements as well as some controversy in the literature regarding the performance and clinical application of such materials Key words: self-adhesives cements, review Introdução O sucesso clínico de um procedimento restaurador indireto depende em parte da técnica de cimentação usada que criam um link entre a restauração e o dente. 52 Os diferentes agentes de cimentação que se encontram disponíveis para uso clínico são divididos em cinco classes principais: cimentos de fosfato de zinco, cimentos de policarboxilato, cimentos de ionômero de vidro, cimentos ionômero de vidro resino- modificados e cimentos resinosos. 17,52 Os cimentos resinosos são compósitos resinosos de baixa viscosidade usados para reter restaurações indiretas e promover um selamento adequado entre a restauração e o substrato dentário. 4 Estes cimentos diferem de acordo com o pré-tratamento do substrato dentário antes da cimentação e, segundo este critério, podem ser divididos em três subgrupos: (1) cimentos resinosos convencionais (cimentos usados depois da aplicação de um sistema adesivo que inclui um condicionamento ácido separadamente, (2) cimentos resinosos ―auto-condicionantes‖, estes são usados após a aplicação de um adesivo auto-condicionante e (3) cimentos resinosos auto-adesivos, são chamados de cimentos ―auto-aderentes‖ e são usados sem aplicação de qualquer sistema adesivo. 52,54 Os cimentos convencionais são baseados no uso de um adesivo que exige condicionamento ácido total ou um adesivo auto-condicionante seguido pelo compósito de baixa-viscosidade. O procedimento de cimentação requer vários passos seqüenciais, e o uso de sistemas adesivos associados com agentes de cimentação resinosos é muito comum. No entanto, a técnica de aplicação desses cimentos é dividida em vários passos sendo, portanto, complexa e bastante sensível, podendo ser influenciada por vários fatores como o próprio operador, a qualidade do substrato, do material, e sua temperatura o que potencialmente resultarão em falha de união. 14,40,48 Adicionalmente aos sistemas adesivos que utilizam o condicionamento ácido total, os sistemas auto-condicionantes são usados com o propósito de eliminar os passos de enxágüe/secagem e facilitar o procedimento adesivo. 11,13,28 Os cimentos auto- adesivos, por sua vez surgiram no mercado exibindo características de um protocolo simples de aplicação e foram propostos como uma alternativa para os sistemas atualmente utilizados para cimentação. 52 Cimentos auto-adesivos Os cimentos auto-adesivos foram introduzidos em 2002 como um novo subgrupo de cimentos resinosos (ex: RelyX Unicem, 3M ESPE; St.Paul, MN, USA) e ganharam popularidade rapidamente, com mais de uma dezena de marcas disponíveis no mercado. 24,52 Têm sido indicados para união com vários substratos como esmalte, dentina, amálgama, metal, e porcelana . 39 Adicionalmente estes cimentos têm sido indicados para serem usados para cimentação de restaurações a base de zircônia. 20,37 O cimento auto-adesivo RelyX Unicem (3M- ESPE) foi o primeiro produto introduzido no mercado, apresentando um processo de aplicação simplificado como alternativa para os sistemas utilizados até então para cimentação de cerâmicas convencionais bem como de restaurações metálicas. 51 Este cimentos são agentes de cimentação auto-condicionantes, que não produzem camada híbrida visível. 14,43 São materiais híbridos que combinam características dos compósitos restauradores, adesivos auto-condicionantes e, em alguns casos, agentes de cimentação. 24 Estes materiais foram projetados com intenção de superar algumas limitações dos cimentos convencionais (cimentos de fosfato de zinco, policaboxilato, e ionômero de vidro) e dos cimentos Revista Dentística on line – ano 10, número 21 (abr/jun 2011) ISSN 1518-4889 – www.gbpd.com.br Souza, T. R. et al , Cimentos auto -adesivos: ef icácias e controvérsias 21 resinosos, bem como reunir em um único produto características favoráveis de diferentes cimentos. 52 A sensibilidade da técnica adesiva foi também resolvida pela simples aplicação do cimento, em um único passo, eliminando a aplicação prévia de um agente adesivo ou outro pré-tratamento ao dente. 8,28,29,45,48,56 De acordo com as informações dos fabricantes de tais materiais, como a smear layer não é removida, nenhuma sensibilidade pós-operatória é esperada. Adicionalmente, moderada resposta inflamatória pulpar e liberação de íons fluoreto são vistos. 15,27,52,57 Os cimentos resinosos apresentam diversas vantagens quando comparados aos cimentos convencionais, como maior retenção, solubilidade mínima no ambiente oral, menor microinfiltração e biocompatibilidade aceitável. 16,29,65 Além disso, devido ao seu potencial de aderir tanto ao dente quanto a restauração, estes materiais oferecem reforço para substratos fragilizados, o que permite o sucesso de restaurações estéticas. Outras vantagens desses cimentos podem ser citadas, como a diminuição da sensibilidade pós-operatória e menor suscetibilidade à umidade, diferentemente de cimentos de fosfato de zinco, policarboxilato de zinco e cimentos resinosos auto-condicionantes, além de promover liberação de íons flúor de maneira comparável aos cimentos de ionômero de vidro. 26,41 Propriedades Gerais Os cimentos auto-adesivos provêem propriedades como boa estética, propriedades mecânicas ótimas, estabilidade dimensional, e adesão micromecânica, semelhantes aos cimentos resinosos convencionais. 52 Adesão ao substrato Relativamente pouca informação existe sobre a composição e o mecanismo de adesão de cimentos auto-adesivos. 24 O que se sabe é que o mecanismo de adesão desses materiais depende de uma interação química e mecânica entre o cimento e o substrato dental. 48 Isto é atribuído aos monômeros ácidos que simultaneamente desmineralizam e infiltramo substrato dentário, resultando em retenção micromecânica. Reações secundárias têm sido sugeridas para promover união química adicional à hidroxiapatita, uma característica somente comprovada no cimento de ionômero de vidro. Os grupamentos fosfatos dos monômeros funcionais incluem uma mistura de monômeros que são requeridas para reagir com a hidroxiapatita do substrato dental, resultando em retenção adicional através de ligações químicas. 6,14,27,28 É considerado na literatura que a interação com o substrato é superficial sem a formação de uma camada híbrida distinta ou tags de resina. 8,14 A reação dominante ocorre via polimerização livre de radical, iniciada tanto por luz quanto por um sistema redox que permite a polimerização em um ambiente ácido. 28 A neutralização do sistema de cimentação, previamente ácido, é promovido pela adição de ionômero de vidro o que resulta em um aumento de pH de um para seis. 52 A água tem um um papel fundamental na eficácia da ligação: a água é gerada durante a neutralização dos grupos funcionais modificados por ácido fosfórico e reutilizadas para reagir com grupos funcionais ácidos e íons básicos de preenchimento. A água formada contribui com a hidrofilicidade inicial do cimento, que aumenta a adaptação ao substrato dental e também aumenta a tolerância à umidade. No entanto, é desconhecido se a quantidade de água que é gerada durante a aplicação do cimento é suficiente para promover união, ou se a umidade da dentina pode influenciar o mecanismo de união. 28 Condições da dentina e adesão A influência da prévia aplicação de um sistema adesivo auto-condicionante na união de agentes de cimentação auto-adesivos é ainda desconhecido. Na literatura encontram-se poucos estudos que avaliam a influência das condições da dentina no desempenho de agentes de cimentação auto-adesivos. 28,31,39,48 Um recente estudo mostrou que o uso de ácido fosfórico para o pré-tratamento da superfície do esmalte dental humano melhora a resistência de união de cimentos resinosos auto-adesivos. 39 De Munk et al, (2004) 14 , ainda afirmam que a obtenção da melhor união com este novo cimento foi obtida em seu estudo pelo condicionamento ácido do esmalte antes da cimentação. O efeito dos ácidos tânico e poliacrílico na resistência de união a microtração de cimentos resinosos auto-adesivos à dentina foi testado por Pavan et al (2010) 48 , que observaram um aumento significante da resistência de união a microtração do cimento auto-adesivo RelyX Unicem pela aplicação de ácido poliacrílico como pré tratamento dentinário. Os autores sugeriram que o ácido poliacrílico poderia ser incorporado como uma etapa de limpeza para aumentar a união durante o procedimento de cimentação usando um ciemento auto-adesivo. A resistência de união ao substrato dentinário depende também do status de umidade do mesmo. A excessiva secagem do substrato dentinário diminui a resistência de união do cimento resinoso auto-adesivo. A umidade da dentina gera falhas de coesão (poros) provavelmente resultado de gotículas de água que se acumulam em micro-espaços na rede de polímeros, diminuindo também a resistência coesiva. Por isso, sugere-se apenas remover o excesso de umidade da dentina para receber o cimento auto-adesivo. 28 O uso do ultrassom na técnica de cimentação tem sido também avaliado. 2,8,9,14,34,55 A aplicação desse método durante a cimentação tem levado a obtenção de uma estrutura homogênia e redução das porosidades bem como diminuição da viscosidade do compósito de cimentação promovendo um adequado molhamento e adaptação do cimento resinoso ao substrato dental. Adicionalmente, a reação ácido-base entre monômeros ácidos e bases inorgânicas do material pode também Revista Dentística on line – ano 10, número 21 (abr/jun 2011) ISSN 1518-4889 – www.gbpd.com.br Souza, T. R. et al , Cimentos auto -adesivos: ef icácias e controvérsias 22 ser melhorada com o uso do ultrassom. O calor local produzido durante a aplicação do ultrassom poderia catalizar a polimerização de radicais livres. 2 Outros autores concordam que o cimento auto- adesivo que o cimento autoadesivo deveria sempre ser aplicado com maior pressão que aquela exercida pelos dedos, para assegurar que o cimento de relativa alta viscosidade possa se adaptar intimamente as paredes da cavidadade. 9,14 Propriedades Físicas Há poucos estudos na literatura que examinam as propriedades mecânicas dos cimentos resinosos auto-adesivos, comparando estes com outros tipos de cimento. 24 Alguns estudos têm determinado a resistência de união de diferentes cimentos resinosos pelo uso de métodos que determinam a resistência a microtração e cisalhamento. 12,19,36,49,64 Tem sido reportado que os cimentos resinosos auto-adesivos promovem resistência de união à estrutura dentária, zircônia, liga de ouro e cerâmica de vidro equivalente aos cimentos resinosos convencionais sem requerer qualquer tratamento de superfície. 20,31,45,47,51 No entanto, segundo Lin et al, (2010) 39 , ainda não foram obtidos resultados conclusivos para a resistência de união, modo de falha, e padrão de condicionamento na adesão entre cimentos resinosos auto-adesivos e o esmalte dental. A resistência de união ao esmalte e à dentina foram testados, sendo encontrados valores menores quando o cimento auto-adesivo foi usado no esmalte. A união à dentina não mostrou diferenças estatisticamente significativas entre um cimento auto- adesivo e um cimento auto-condicionante. 14 No entanto, resultados contraditórios foram encontrados na literatura, Flury et al, (2010) 25 encontraram em seu estudo mais alta resistência de união do cimento auto- adesivo RelyX Unicem à cerâmica que outros cimentos, mostrando também mais falhas coesivas na cerâmica e na dentina do que outros cimentos resinosos. Segundo Stewart et al, (2002) 60 , os adesivos auto e foto-polimerizáveis utilizados no pré-tratamento da dentina para cimentação de peças cerâmicas foram associados aos mais altos valores de resistência de união que os adesivos de cura dual. Tem sido reportado que baixos níveis de conversão resultam em desempenho clínico inferior, em termos de dureza final, tenacidade à fratura, resistência ao desgaste, módulo de elasticidade, solubilidade e degradação hidrolítica, assim como biocompatibilidade. 22,23,30,58,59 Resultados desfavoráveis relacionados aos cimentos auto-adesivos são também encontrados na literatura. Al- Shaleh et al, (2010) 3 , encontraram menor resistência de união ao cisalhamento quando cimentos auto-adesivos foram usados para cimentação de brackets. Quando foram avaliadas a resistência flexural e compressiva de um cimento resinoso auto-adesivo, RelyX Unicem (3M ESPE), valores abaixo dos obtidos com cimentos resinosos convencionais foram encontrados. No entanto, este material foi estatisticamente mais forte que os cimentos de ionômero de vidro resino-modificados, cimentos de ionômero de vidro e cimentos de fosfato de zinco. 50 A resistência à abrasão foi avaliada por Belli et al, (2009) 4 . Os autores obtiveram boa resistência a abrasão pela escovação, no entanto, os cimentos testados desgastaram mais rapidamente sob cargas mais altas que cimentos resinosos convencionais e compósitos ―flow‖. Isso sugere que os cimentos resinosos auto-adesivos, provavelmente apresentam umbom desempenho clínico quando expostos à abrasão predominantemente criada pelas excursões provocadas pela escova de dentes, ou de alimentos com carga mínima. Entretanto, em superfícies oclusais, onde as forças são mais elevadas, a perda de material nas margens durante mastigação pode ser maior do que a que é observada em outros cimentos. 24 Integridade marginal e microinfiltração Uma ótima adaptação marginal e a presença de um selamento durável são importantes requisitos clínicos quando falamos de materiais de cimentação. A diminuição da integridade marginal e a microinfiltração têm sido relacionadas à perda de adesão à estrutura dentária, e isso tem sido associado a outros problemas como cáries secundárias, sensibilidade pós-operatória, inflamação pulpar, acúmulo de placa, passagem de bactérias, fluidos, moléculas ou íons entre a estrutura dental e a restauração cimentada. 1,35,38 Estudos clínicos têm mostrado que cáries recorrentes e a perda de retenção tem sido as maiores causas de perda de restaurações indiretas. 46,62 Muito embora uma interface tradicional resultante do condicionamento total não possa ser vista com os cimentos resinosos auto-adesivos, vários estudos têm reportado que estes cimentos exibem uma união durável e uma boa adaptação marginal à dentina ou esmalte. 3,5,6,44,51,53,54 Outros estudos têm reportado uma significativa redução da microinfiltração em cimentos resinosos convencionais ou auto-condicionantes comparativamente aos cimentos auto-adesivos. 33 Resultados diferentes foram encontrados por Behr et al, (2004) 6 , que, utilizando o cimento Rely X Unicem, sem pré-tratamento, na cimentação de coroas cerâmicas, obteve adaptação marginal à dentina comparável aos agentes de cimentação resinosos convencionais. Resultados semelhantes foram encontrados por Ibarra et al, (2007) 33 . Segundo o autor, a utilização de cimentos auto- adesivos no esmalte dental tem resultado em maior microinfiltração que a dentina. No entanto, haveria benefício do pré-tratamento do esmalte com agente adesivo. No entanto, Al-Saleh et al, (2010) 3 , encontrou em seu estudo mínima infiltração, tanto em margens de esmalte quanto dentina. Esta porém, diferiu segundo a marca do cimento avaliado. Os cimentos resinosos Panavia F 2.0, Kuraray (utilizado com primer auto- condicionante,) e Monocem (cimento resinoso auto- adesivo, Shofu) resultaram, significantemente, em maiores escores de microinfiltração em ambas as margens, esmalte e dentina. Revista Dentística on line – ano 10, número 21 (abr/jun 2011) ISSN 1518-4889 – www.gbpd.com.br Souza, T. R. et al , Cimentos auto -adesivos: ef icácias e controvérsias 23 Indicação A combinação de características favoráveis dos cimentos convencionais e das resinas compostas tornam os cimentos auto-adesivos adequados para uma ampla gama de aplicações. 52 Vários produtos estão disponíveis atualmente no mercado. Eles diferem em termos de sistemas de aplicação, tempo de presa, o número de cores disponíveis, e composição. Segundo os fabricantes, todos os cimentos auto-adesivos disponíveis atualmente no mercado são capazes de liberar íons flúor resultando no efeito preventivo de cárie nas margens da restauração direta ou indireta. 52,67 Os cimentos auto-adesivos disponíveis são de cura dual, radiopacos, sendo indicados para cimentação adesiva de praticamente qualquer restauração indireta: cerâmica, metal, resina composta, inlays (a base de compósito ou metálica) onlays, pontes, coroas, pinos (de fibra ou de metal) , resina composta e cerâmica. O único procedimento em que o uso de cimentos auto- adesivo não é indicado é a cimentação das facetas. Neste caso a foto-polimerização é recomendada, e como o clínico requer de maior tempo de trabalho para permitir o posicionamento e ajuste de várias facetas simultaneamente, a polimerização precoce do cimento dificulta o procedimento de cimentação. 10,52 Devido a novidade dos cimentos auto-adesivos e à relativa falta de evidência científica, a maioria dos dentistas ainda se mostram confusos sobre as indicações e a reposta a longo prazo do emprego desses materiais. 24 Biocompatibilidade A literatura é deficiente em estudos que avaliam a biocompatibilidade dos cimentos auto-adesivos. Entretanto, a realização de tais estudos é importante, pois alguns cimentos resinosos podem incluir em sua composição ingredientes ativos que podem modificar o metabolismo das células pulpares, quando são usados em cavidades profundas ou quando contatam diretamente com o tecido pulpar. 24,63 De Souza e Costa et al, (2006) 15 , em seu estudo evidenciaram que a resposta celular ao RelyX Unicem foi mínima o que se correlacionou com a limitada penetração do material no substrato dentinário. Tal fato se deve a falta do passo de condicionamento prévio, bem como a sua relativa alta viscosidade. A inflamação pulpar grave só foi vista após o contato direto com este material. Segundo Ferracane et al, (2010) 24 , devido a essa maior viscosidade dos cimentos auto-adesivos e da não necessidade de condicionamento prévio da dentina, estes podem ser melhor tolerados pela polpa que os outros cimentos resinosos que dependem de condicionamento prévio. Monteiro et al, (2010) 42 , observaram em um estudo in vitro o efeito de diferentes estratégias de polimerização de cimentos auto-adesivos sobre o metabolismo celular de ratos. Os autores observaram que a foto-ativação teve papel fundamental no comportamento biológico, sendo que o cimento RelyX Unicem apresentou o maior efeito citotóxico que aqueles de polimerização química. Quando a foto- polimerização era usada a viabilidade celular era compatível com os resultados observados no grupo controle. Controvérsias Estudos in vitro reportaram a relativa redução na efetividade de união dos cimentos auto-adesivos quando comparado aos cimentos resinosos que propõe o condicionamento total. 3,7,21,32,66 Outros estudos mostram que não há diferenças significativas, quando do emprego correto da técnica, na efetividade de união entre agentes de cimentação que propõem condicionamento total, os auto-condicionantes e os auto-adesivos. 25,31 Segundo Yang et al, (2006) 66 , os cimentos auto- adesivos têm menor resistência de ligação que cimentos convencionais, que dependem da aplicação de sistemas adesivos ―etch-and-rinse‖. A baixa adesão pode ocorrer devido ao limitado potencial de ataque dos sistemas auto-condicionantes, o que poderia prejudicar a penetração adequada do cimento na dentina. No entanto, Hikita et al, (2007) 31 , num estudo comparativo, notaram que os agentes de cimentação que empregam o sistema de condicionamento total, auto-condicionantes e os auto-adesivos são igualmente efetivos em termos de união em esmalte e dentina. Por outro lado, De Munck et al, (2004) 14 , destaca em seu estudo que a relativa alta viscosidade dos cimentos auto-adesivos e a presença de espaços vazios na camada de cimento após a cimentação resultam em adaptação insuficiente ao substrato dental, o que foi observado após o uso do cimento RelyX Unicem. Cantoro et al, (2009) 7 , também reportam em seu estudo que a presença de espaços vazios na camada de cimentação provavelmente afetam as propriedades mecânicas no cimento auto-adesivo G-Cem. O pré-tratamento da superfície que irá receber o cimento resinoso auto-adesivotem sido recomendado para aumentar a adesão. 14,18,3948,61,68 Segundo De Munk et al, (2004) 14 , a união realmente efetiva como novo cimento auto-adesivo é obtida pela pré-tratamento do esmalte com condicionamento ácido, seguida pela aplicação do agente adesivo antes da cimentação. A necessidade de pré-tratamento questionaria a forma de utilização dos cimentos auto-adesivos que voltariam a ser chamados de convencionais ou autocondicionantes. Conclusão Mais estudos são necessários para avaliar o uso dos cimentos auto-adesivos. Essa necessidade é traduzida na literatura pela relativa controvérsia entre o emprego ou não de pré-tratamento dentinário antes do uso dos cimentos auto-adesivos e, dos resultados não conclusivos dos estudos que avaliam a efetividade de união desses cimentos comparada aos cimentos resinosos convencionais. Os cimentos auto-adesivos parecem oferecer uma nova abordagem promissora em procedimentos restauradores indiretos. No entanto, deve-se considerar a realização de também estudos que avaliem desempenho clínico desses materiais desses Revista Dentística on line – ano 10, número 21 (abr/jun 2011) ISSN 1518-4889 – www.gbpd.com.br Souza, T. R. et al , Cimentos auto -adesivos: ef icácias e controvérsias 24 materiais antes de fazer uma recomendação geral para a sua utilização. Referências 1. Alani A.H., Toh C.G., Detection of microleakage around dental restorations: a review. Oper Dent., v. 22, n.4,p. 173–185,1997. 2. Algera T.J., Kleverlaan C.J., de Gee A.J., Prahl-Andersen B., Feilzer A.J., The influence of accelerating the setting rate by ultrasound or heat on the bond strength of glass ionomers used as orthodontic bracket cements. Eur J Orthod ., v. 27,p.472– 476,2005. 3. 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