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Temas sobre Desenvolvimento 2011; 18(101).Temas sobre Desenvolvimento 2011; 18(101).Temas sobre Desenvolvimento 2011; 18(101).Temas sobre Desenvolvimento 2011; 18(101). 16161616 21. Lovarini M, MCCluskey A, Curtin M. Editorial: Critically appraised papers limited high-quality research on the effectiveness of assistive technology. Austr Occup Ther J 2006; 50-3. 22. Pape TLB, Kim J, Weiner B. The shaping of individual meanings assigned to assistive technology: A review of personal factors. Disabil Rehabil 2002; 24(1-3):5-20. 23. Scherer M J, Sax C, Vanbiervliet A, Cushman LA, Scherer JV. Predictors of assistive technology use: The importance of personal and psychosocial factors. Disabil Rehabil 2005; 27(21):1321-31. 24. Riemer-Reiss ML, Wacker RR. Factors associated with assistive technology discontinuance among individuals with disabilities. J Rehabil 2000; 66(3):44-59. Revisão Araújo ATC, Eickmann SH, Coutinho SB. Desenvolvimento motor de prematuros em unidade neonatal: Fatores determinantes e avali- ação precoce. Temas sobre Desenvolvimento 2011; 18(101):16-22. Artigo recebido em 09/11/2010. Aceito para publicação em 07/07/2011. desenvolvimento motor de prematuros em unidade neonatal: fatores determinantes e avaliação precoce alessandra t. da câmara araújo1 sophie helena eickmann2 sônia bechara coutinho3 (1) Fisioterapeuta, Mestre em Saúde da Criança e do Adolescente, Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (CISAM), Universidade de Pernambuco, PE. (2) Neurologista do Desenvolvimento, Doutora em Nutrição, Universidade Federal de Pernambuco, PE. (3) Neonatologista, Doutora em Nutrição, Universidade Federal de Pernambuco, PE. Universidade Federal de Pernambuco. CORRESPONDÊNCIA Alessandra Teixeira da Câmara Araújo Av. Beira Mar 4.980 / 901 – 54.440-000 – Jaboatão dos Guararapes – PE alessandracamara@ig.com.br. RESUMO DESENVOLVIMENTO MOTOR DE PREMATUROS EM UNIDADE NEONATAL: FATORES DETERMINANTES E AVALIAÇÃO PRECOCE: Esta revisão se refere aos fatores biológicos e ambientais envolvidos no atraso do desenvolvimento motor de recém-nascidos prematuros internados em unidades de neonatologia, destacando a importância do diagnóstico precoce e do acompanhamento em longo prazo. As re- ferências foram obtidas por meio dos bancos de dados Medline / Pubmed e SciELO, abrangendo o período de 1998 a 2010, a partir dos descritores recém-nascido prematuro, desenvolvimento infantil, fatores de risco e UTI neonatal, pesquisados de forma isolada e cruzada. O recém-nascido prematuro apresenta imaturidade global de órgãos e sistemas que lhe confere maior vulnerabilidade biológica, com maior predisposição às morbidades, inclusive neurológicas. Assim, muitas vezes necessita de longos períodos de internação em Unidade de Te- rapia Intensiva, cujo ambiente estressante pode atuar como fator deletério adicional, contribuindo para o comprometimento da maturação e organização do sistema nervoso e, consequentemente, prejudicando seu desenvolvimento neuropsicomotor. Uma série de morbidades ma- ternas e neonatais, além dos longos períodos de internação dos recém-nascidos prematuros em unidades neonatais, pode levar ao atraso do desenvolvimento motor. Diante dessa problemática, torna-se essencial o reconhecimento dos fatores associados a esse atraso, bem como a realização de um diagnóstico precoce. Uma vez que os déficits podem perdurar até a adolescência ou vida adulta, o seguimento em longo prazo é fundamental para o reconhecimento de problemas tardios e para encaminhamento dos casos suspeitos à intervenção inter- disciplinar. Descritores: Recém-nascido prematuro, Desenvolvimento infantil, Desenvolvimento motor, UTI neonatal. ABSTRACT MOTOR DEVELOPMENT OF PREMATURE INFANTS IN NEONATAL UNIT: DETERMINING FACTORS AND EARLY EVALUTION: This review refers to biological and environmental factors involved in delayed motor development in premature newborn infants hospitalized in neonatal units, highlighting the importance of early diagnosis and long-term monitoring. References were obtained from Medline/Pubmed and SciELO databases, covering the period from 1998 to 2010, using the uniterms premature newborn infants, infant development, risk fac- tors and neonatal intensive care unit, which were investigated in isolated and cross-matched manner. Premature newborn infants suffer from organ and system immaturity, rendering them biologically vulnerable, with greater predisposition to morbidities, including neurological ones. Thus, it is very often necessary for the infant to spend extended periods in intensive care units, where a stressful atmosphere may bring about further deleterious effects, contributing to the impairment of the maturation and organization of the nervous system and, consequently, hinder neuropsychomotor development. A series of maternal and neonatal morbidities, as well as extended hospitalization periods in neona- tal units for premature newborn infants may lead to delayed motor development. Given such a situation, it is not only essential to identify the factors associated to this delay, but also to make an early diagnosis. SInce neuromotor deficits persist into adolescence or adulthood, then long-term monitoring is essential in order to identify any future problems that may occur and refer suspected cases for interdisciplinary inter- vention. Keywords: Premature newborn infants, Children development, Motor development, Neonatal Intensive Care Unit. A prematuridade é reconhecidamente um fator de risco para o atraso do desenvolvimento motor1,2. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, são considerados prematu- ros os recém-nascidos com idade gestacional inferior a 37 semanas. O grupo inclui crianças desde o limite da viabilida- de até próximo ao termo, apresentando características fisio- Temas sobre Desenvolvimento 2011; 18(101).Temas sobre Desenvolvimento 2011; 18(101).Temas sobre Desenvolvimento 2011; 18(101).Temas sobre Desenvolvimento 2011; 18(101). 17171717 lógicas e patológicas distintas. Os avanços na assistência obstétrica e neonatal, com es- pecial destaque para a criação das Unidades de Terapia Intensiva (UTI) especializadas, foram decisivos para o consi- derável declínio da mortalidade neonatal, especialmente de crianças prematuras de baixo peso ao nascer3,4. As novas terapias desenvolvidas a partir da década de 1980, como o uso antenatal de esteróides e a reposição de surfactante, além dos avanços na assistência ventilatória, resultaram no aumento progressivo da sobrevivência de recém-nascidos cada vez mais imaturos4-6. Crianças prematuras podem apresentar déficits maiores ou menores do desenvolvimento motor, cognitivo e/ou com- portamental, com prejuízos funcionais que podem perdurar até a infância2,3,7,8, adolescência9,10 e vida adulta11. Tais da- nos são determinados por uma combinação de fatores, des- tacando-se a vulnerabilidade do cérebro da criança prematu- ra em um período crítico para o seu desenvolvimento1,12,13. No nascimento pré-termo ocorre interrupção na progres- são espacial e temporal típica do desenvolvimento das estru- turas cerebrais, que pode afetar eventos importantes, como o pico de crescimento cerebral, a sinaptogênese e a mieliniza- ção14,15, que atingem principalmente as áreas cerebrais com- postas por substância branca, o que pode acarretar prejuízo da função motora. Assim, as consequências neurológicas adversas dependem tanto do momento do início como da natureza da agressão ao cérebro imaturo13, e as comorbida- des associadas ao nascimento prematuro e os recursos utili- zados no tratamento contribuem para aumentar os riscos de dano ao sistema nervoso e, consequentemente, de distúrbios do desenvolvimento neuropsicomotor1,8,13,16-18. Devido à sua maior tendência às morbidades, recém-nascidos prematuros dependem da UTI para sobreviver19, porém também são mais vulneráveis aos efeitos desse ambi- ente, de modo que a necessidade de internação nessas uni- dades tem sido associada ao atraso do desenvolvimento14,20. Nesse aspecto, o principal fator determinante para essa in- ternação é o desgaste da transição para a vida extrauterina, uma vez que o nascimento prematuro representa interrupção obrigatória da organização fetal e sujeita o neonato a novas demandas de um ambiente estressante, às quais ele não pode responder adequadamente devido à sua imaturidade neurológica e fisiológica14. Durante a internação na UTI, in- tervenções de proteção e de estímulo ao desenvolvimento inicial podem beneficiar o desenvolvimento motor de recém- nascidos prematuros, tanto no período neonatal como no primeiro ano de vida21. Desse modo, esta revisão se refere aos principais fatores associados ao desenvolvimento motor de crianças nascidas prematuramente, enfatizando os efeitos das morbidades maternas e neonatais mais frequentes, bem como a influên- cia do ambiente e dos cuidados recebidos na UTI Neonatal. São abordados, ainda, os aspectos relacionados ao diagnós- tico precoce do atraso do desenvolvimento. Para tanto, realizou-se pesquisa nos bancos de dados Medline / Pubmed e SciELO, na busca por artigos publicados entre 1998 e 2010, encontrados por pesquisa direta ou cru- zada, utilizando-se os descritores “prematuridade”, “desen- volvimento infantil”, “fatores de risco” e “UTI neonatal”, sele- cionados entre os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS). Foram incluídas, ainda, publicações encontradas em referên- cias dos artigos primeiramente consultados. Fatores préFatores préFatores préFatores pré----natais associados ao natais associados ao natais associados ao natais associados ao atraso do desenvolvimento motor atraso do desenvolvimento motor atraso do desenvolvimento motor atraso do desenvolvimento motor Idade da mãe e acompanhamento pré-natal A idade materna pode estar associada indireta ou direta- mente com o desenvolvimento infantil. Indiretamente, a idade da mãe parece estar relacionada com a idade gestacional e o peso da criança ao nascer22. Por outro lado, parece haver relação direta entre a idade materna e o estabelecimento do vínculo mãe-bebê, a atenção e os cuidados dirigidos à crian- ça, o que pode influenciar de maneira decisiva o seu desen- volvimento. Mães adolescentes podem ser menos capazes de estabelecer interações adequadas com seus filhos, o que contribuiria para problemas e atrasos apresentados por essas crianças23. Com relação ao grupo tanto de gestantes adolescentes como de mulheres de faixa etária mais elevada (>35 anos), existe consenso geral acerca de maior risco obstétrico, o qual proporciona, consequentemente, maior risco para o recém- nascido. Há frequência maior de prematuridade e de bebês de baixo peso ao nascer, que estão mais sujeitos a alterações do desenvolvimento22,24,25. A assistência pré-natal permite o diagnóstico e tratamento de complicações durante a gestação, reduzindo fatores e comportamentos de risco, atuando como fator de proteção para a mãe e para o neonato. Tem sido demonstrada a asso- ciação entre o cuidado pré-natal adequado e melhor resulta- do na gestação e no parto, em que maior número de consul- tas estaria associado à diminuição da prevalência de nasci- mentos prematuros e de recém-nascidos de baixo peso26. Gestantes adolescentes tendem a frequentar menos as consultas no período pré-natal ou iniciam mais tardiamente esse acompanhamento em comparação com as gestantes de faixa etária mais avançada. Assim, a combinação de baixa idade da mãe com pré-natal inadequado parece aumentar o risco de condições adversas para o desenvolvimento infantil27. Complicações gestacionais Uma série de morbidades do período gestacional tem sido associada com risco direto ou indireto para atraso do desen- volvimento motor8,15,28-32. Dentre as infecções maternas, a infecção ascendente (co- rioamnionite), relacionada diretamente com a ruptura prema- tura das membranas fetais, pode ser importante fator de risco, pois aumenta as chances de parto prematuro, elevando tanto a taxa de morbidade materna como a morbimortalidade perinatal28. A infecção intrauterina resultante inicia um pro- cesso imunológico complexo, mediado pela ação de citocinas pró-inflamatórias, o qual favorece o desenvolvimento de he- morragia peri-intraventricular grave e leucomalácia periventri- Temas sobre Desenvolvimento 2011; 18(101).Temas sobre Desenvolvimento 2011; 18(101).Temas sobre Desenvolvimento 2011; 18(101).Temas sobre Desenvolvimento 2011; 18(101). 18181818 cular cística29,33, aumentando, consequentemente, os riscos de paralisia cerebral. A infecção do trato urinário, por sua vez, pode favorecer a restrição do crescimento intrauterino, a ruptura prematura das membranas amnióticas, o parto pré-termo e o baixo peso ao nascer, com possíveis consequências como retardo mental, atraso no desenvolvimento e paralisia cerebral34,35. Diabete gestacional é outra morbidade que pode influen- ciar o desenvolvimento neonatal. A hiperglicemia fetal au- menta a glicose disponível para os neurônios, provocando redução da expressão das proteínas transportadoras de gli- cose para o cérebro, o que pode levar à hipóxia tecidual e favorecer déficits neuropsicomotores31. Por outro lado, a hiperglicemia materna induz hiperinsulinemia fetal, a qual, após o parto, determina hipoglicemia no neonato, que tam- bém pode resultar em disfunções cerebrais e déficits moto- res32. Filhos de mães diabéticas também estão sujeitos à hiperbilirrubinemia e à maior incidência de doenças respirató- rias36, necessitando de maior tempo de hospitalização. As síndromes hipertensivas maternas (hipertensão arterial crônica e pré-eclâmpsia) estão associadas a sérias complica- ções que podem pôr em risco a vida da mãe e a do feto. Por essa razão, tais morbidades têm sido relatadas como fatores determinantes do parto prematuro eletivo. Recém-nascidos pré-termo, cujos partos foram eletivamente antecipados, ten- dem a apresentar taxas mais altas de morbidades que influen- ciam negativamente o desenvolvimento infantil, como displasia broncopulmonar e hipoglicemia25. A hipertensão gestacional pode cursar, ainda, com encefalopatia hipóxico-isquêmica do concepto e com subsequentes manifestações neurológicas30. Características biológicas do recémCaracterísticas biológicas do recémCaracterísticas biológicas do recémCaracterísticas biológicas do recém----nascido nascido nascido nascido associadas ao atraso do desenvolvimento motor associadas ao atraso do desenvolvimento motor associadas ao atraso do desenvolvimento motor associadas ao atraso do desenvolvimento motor Sexo O sexo masculino tem sido associado a risco maior de pa- ralisia cerebral37,38. Atraso do desenvolvimento motor pode ser evidenciado também em meninos prematuros de baixo peso ao nascer sem anormalidades na ultrassonografia cra- niana18. O sexo feminino, por sua vez, foi associado a melhor qualidade dos movimentos espontâneos38. Idade gestacional, peso ao nascer e adequação peso / idade gestacional Frequentemente, idade gestacional e peso ao nascer me- nores são associados a respostas alteradas em testes de desenvolvimento infantil2,3,8,39. O risco de repercussões gra- ves para o desenvolvimento se relaciona inversamente com a idade gestacional e o peso ao nascimento8,29. Mesmo não apresentando lesões neurológicas graves, crianças prematu- ras extremas (nascidas com menos de 26 semanas) e/ou de extremo baixo peso ao nascer (inferior a 1.000 g) também estão sujeitas a uma série de alterações mais leves do desen- volvimento motor15. Esses neonatos tendema apresentar atraso no controle da cabeça e nas reações posturais40, déficits da coordenação motora, distúrbios do tônus muscular15,38, adquirem mais tardiamente a marcha independente41 e podem apresentar limitações funcionais, necessitando de cuidados especiais de saúde e de educação10. Foram relatados, ainda, distúrbios no funcionamento neurocomportamental, como baixa capacidade de autorregulação diante de situações de estresse, provocando instabilidade fisiológica e motora38. Outro fator que pode ser relevante ao se determinarem os riscos para o desenvolvimento é a relação entre peso e idade gestacional. As crianças pequenas para a idade gestacional (PIG) comumente apresentam piores resultados nos testes de desenvolvimento motor42. Muitas sofrem atraso do cresci- mento intrauterino, o que pode agravar seu prognóstico, uma vez que esse atraso as torna mais suscetíveis a complica- ções como asfixia, policitemia e hipoglicemia1. Fatores neonatais associados Fatores neonatais associados Fatores neonatais associados Fatores neonatais associados ao atraso do desenvolvimento motor ao atraso do desenvolvimento motor ao atraso do desenvolvimento motor ao atraso do desenvolvimento motor Hipóxia neonatal e hemorragia intracraniana A hipóxia provocada por asfixia neonatal e por morbida- des comuns no recém-nascido prematuro, como sepse, canal arterial patente e apneia recorrente com bradicardia, pode levar ao desenvolvimento de encefalopatia hipóxico-isquêmica, cursando, frequentemente, com leucomalácia periventricu- lar1,15,29. Em prematuros, os principais aspectos envolvidos nessas lesões são a redução da perfusão cerebral com autor- regulação cerebrovascular deficiente e a morte de pré- oligodendrócitos da substância branca cerebral adjacente aos ventrículos laterais. Consequentemente, podem ocorrer se- quelas neuropsicomotoras, como paralisia cerebral e/ou défi- cit cognitivo e comportamental15. A hemorragia peri-intraventricular é a lesão neurológica mais comum em crianças prematuras e se relaciona com a imaturidade da regulação do fluxo sanguíneo cerebral, e é mais frequente em neonatos com baixo peso ao nascer e idade gestacional menor que 32 semanas1,15,29. A hemorragia inicial ocorre na matriz germinativa subependimal, uma região cuja rica rede vascular é muito primitiva nas fases iniciais da gestação e, portanto, mais suscetível a lesões. Embora a lesão inicial seja hemorrágica, o hematoma resultante pode causar obstrução ao fluxo sanguíneo venoso, e a pressão intraventricular elevada libera substâncias vasoconstritoras no local, promovendo isquemia cerebral como resultado final (infarto hemorrágico periventricular)39. Hemorragia e infarto hemorrágico periventricular estão fortemente vinculados a posteriores distúrbios do desenvolvimento1,14,17,30, inclusive paralisia cerebral16. Hiperbilirrubinemia Em decorrência da relativa deficiência de albumina apre- sentada pelos recém-nascidos prematuros, a quantidade de bilirrubina que pode ser transportada em segurança pela corrente sanguínea é limitada, o que aumenta os níveis de bilirrubina indireta e torna mais fácil sua passagem através da barreira hematoencefálica, com consequentes efeitos neuro- tóxicos. Na presença de certos medicamentos ou de condi- Temas sobre Desenvolvimento 2011; 18(101).Temas sobre Desenvolvimento 2011; 18(101).Temas sobre Desenvolvimento 2011; 18(101).Temas sobre Desenvolvimento 2011; 18(101). 19191919 ções clínicas comuns aos prematuros, como hipóxia e infec- ções, o risco de neurotoxicidade aumenta, pois a ligação bilirrubina-albumina é afetada17. A hiperbilirrubinemia em níveis elevados pode determinar graves efeitos neurotóxicos no recém-nascido, causando a encefalopatia bilirrubínica (Kernicterus), que é um importante fator de risco para atraso no desenvolvimento motor. No recém-nato prematuro tem sido observado que, mesmo com níveis séricos menos elevados, há maior risco de neurotoxici- dade da bilirrubina com consequências adversas para o de- senvolvimento motor1. Infecções neonatais As infecções no período neonatal, congênitas ou adquiri- das, podem contribuir para o surgimento de problemas no desenvolvimento1,16, uma vez que podem resultar em invasão de agentes agressores e lesão direta do sistema nervoso central1. A infecção perinatal pode resultar, ainda, em hipoperfusão cerebral, facilitando a ocorrência de leucomalácia periventri- cular. A via comum final para as duas etiologias provavelmen- te inclui ativação microglial, liberação de citocinas e glutama- to e, ainda, produção de radicais livres. Esses eventos culmi- nam com necrose dos precursores dos oligodendrócitos e morte celular programada (apoptose)43. As infecções neonatais também parecem estar relaciona- das com menor velocidade de crescimento no período intra- hospitalar, inclusive do perímetro cefálico, o que pode ser importante preditor de pior evolução neurológica16. Ventilação mecânica e oxigenoterapia O sistema respiratório do recém-nascido prematuro pos- sui particularidades anátomo-fisiológicas, entre as quais se destacam o menor calibre das vias aéreas, costelas cartilagi- nosas e horizontalizadas, hipotonia muscular e pequena quantidade de fibras musculares tipo I. Essas características, associadas à imaturidade do sistema nervoso central, favore- cem a fadiga da musculatura respiratória e o colapso pulmo- nar44, tornando o prematuro mais suscetível à necessidade de ventilação mecânica (VM). Adicionalmente à imaturidade anatômica, o pulmão do prematuro apresenta menor número de pneumócitos do tipo II com reduzida produção do surfactante pulmonar, o que favo- rece o desenvolvimento de desconforto respiratório de início precoce. Tal sintoma caracteriza a Síndrome do Desconforto Respiratório que leva à necessidade de oxigenoterapia e suporte ventilatório, aumentando o risco para desenvolvimen- to de doença pulmonar crônica45. O maior tempo de exposição à VM, e consequentemente à oxigenoterapia, tem sido relatado por alguns autores como fator de risco associado ao comprometimento neurológico, com possível relação com o desenvolvimento de paralisia cerebral3,6,18,46. Crianças submetidas à VM experimentam episódios transitórios de hipoxemia e quedas frequentes da saturação de oxigênio que podem contribuir para piores resul- tados no desenvolvimento neurológico6. O uso de VM favorece, ainda, os efeitos deletérios do oxi- gênio, o barotrauma e o aparecimento de infecções secundá- rias45, além de exigir sedação e de restringir as mudanças posturais do neonato na incubadora47, constituindo-se, assim em fatores que podem provocar atraso do desenvolvimento neuropsicomotor. Entretanto, embora exista uma associação, é incerto afirmar que haja relação causal direta entre o uso de VM e o déficit neuropsicomotor, uma vez que as crianças submetidas a esse tipo de assistência ventilatória normal- mente são as mais graves ao nascerem46. Displasia broncopulmonar A displasia broncopulmunar é uma doença pulmonar crô- nica e multifatorial que acomete o recém-nascido prematuro. É definida, atualmente, como a necessidade de oxigênio suplementar acima de 21% por período maior ou igual aos 28 dias de vida45. As crianças com essa afecção estão expostas a episódios de hipóxia, hipercapnia e acidose respiratória que podem afetar o sistema nervoso central1. Ademais, sofrem infecções recorrentes e, com frequência, são tratadas com glucocorti- coides que aumentam o risco de dano neurológico6,15. Assim, essa morbidade é considerada fator de risco para alterações do desenvolvimento neuropsicomotor1,3, inclusive para a ocorrência de paralisia cerebral16. Fatores ambientais: a Unidade de Terapia Intensiva Neonatal Apesar de extremamentenecessário para sustentar a vida do recém-nascido prematuro, o ambiente da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) é inadequado em termos de apoio e estímulo ao desenvolvimento normal19. Nessas unidades, os prematuros são expostos a constantes estímu- los que podem ser nocivos ao seu organismo imaturo, carac- terizado por baixa capacidade de adaptação à estimulação ambiental. Assim, em situações de estresse provocadas por estimulação sensorial excessiva, podem apresentar lesões e alterações no comportamento motor que podem influenciar o seu desenvolvimento14. No útero, as crianças estão expostas ao som de 40-60 decibéis (dB), enquanto o ambiente típico da UTIN oferece estímulo sonoro de 70-80 dB, proporcionado por alarmes dos diversos aparelhos, batidas nas incubadoras e borbulhamen- to da água no ventilador48. O excesso de ruído pode causar dano aos cílios da cóclea, provocando perda auditiva14, além de favorecer sustos, apneias, bradicardias, cianose, quedas da saturação de oxigênio, alterações na pressão arterial e no fluxo sanguíneo cerebral, que podem facilitar a ocorrência de hemorragia intraventricular48. O excesso de estimulação luminosa pode interferir no de- senvolvimento do sistema visual central, que é muito imaturo mesmo no nascimento a termo14, além de influenciar as habi- lidades globais de socialização das crianças48. Iluminação excessiva aumenta a incidência de estrabismo e do compor- tamento de fechamento dos olhos, enquanto a exposição a níveis menores de iluminação parece favorecer o interesse e a capacidade de interação48, os quais são fatores essenciais para o desenvolvimento motor normal da criança. Temas sobre Desenvolvimento 2011; 18(101).Temas sobre Desenvolvimento 2011; 18(101).Temas sobre Desenvolvimento 2011; 18(101).Temas sobre Desenvolvimento 2011; 18(101). 20202020 Os estímulos dolorosos também podem influenciar, de modo negativo, o desenvolvimento motor do neonato prema- turo, pois, apesar de sua imaturidade neurológica, possui sensibilidade e memórias álgicas12. Assim, certos cuidados oferecidos na UTIN, como intubação, acesso venoso, pun- ções e aspiração de cânula endotraqueal, podem ser intrusi- vos e dolorosos, produzindo estresse e contribuindo para o comportamento aversivo dos neonatos, que podem associar todos os toques com a sensação de dor, respondendo com torção do corpo, choro e flexão dos braços e pernas48. Essa resposta pode contribuir para alterações no padrão postural da criança e na atividade espontânea dos membros, princi- palmente quando continuada por período prolongado. Na UTIN, o recém-nascido pré-termo enfrenta, frequen- temente, um duplo desafio: o de compensar a hipotonia da prematuridade, que varia de acordo com a idade gestacional, e o de adaptar-se à aparelhagem de ventilação e aos aces- sos vasculares periféricos e centrais, que restringem a sua movimentação20,49, acentuando a extensão do pescoço, tron- co e membros49. Paralelamente, ao passar a maior parte do tempo na posição supina, ele apresenta desequilíbrio muscu- lar. Ocorrem, então, discrepâncias no tônus muscular ativo e passivo, que resultam em variações tônicas e atividade ex- tensora excessiva, o que pode interferir na estabilidade pos- tural, no movimento coordenado e, posteriormente, nas habi- lidades manuais15,20,38,49. Ademais, o excesso de equipamentos e a própria incuba- dora dificultam as interações positivas com o cuidador e/ou pais, diminuindo a quantidade de estimulação oferecida ao neonato20,49. Nesse aspecto, o período em que as crianças permanecem internadas na UTIN assume papel relevante: período maior de permanência indica não só a presença de alguma doença / disfunção, como menos estimulação3 e privação do contato materno50. A separação materna prolongada associada à internação é um fator adicional que pode contribuir para desenvolvimen- to insatisfatório de crianças prematuras1,6. A privação mater- na foi relacionada, por alguns autores, com as dificuldades do neonato em atingir a homeostase e demonstrar capacidade de autorregulação em situações de estresse, com conse- quente repercussão para o seu comportamento motor50. Diagnóstico precoce do atraso do Diagnóstico precoce do atraso do Diagnóstico precoce do atraso do Diagnóstico precoce do atraso do desenvolvimento motor em desenvolvimento motor em desenvolvimento motor em desenvolvimento motor em recémrecémrecémrecém----nascidos prematuros internadosnascidos prematuros internadosnascidos prematuros internadosnascidos prematuros internados A maior vulnerabilidade do cérebro imaturo, associada às influências de um meio externo inadequado em período críti- co para o desenvolvimento do sistema nervoso, confere ao prematuro maior suscetibilidade a problemas do desenvolvi- mento. Por outro lado, a neuroplasticidade intensa nos pri- meiros meses de vida favorece melhor resposta à estimula- ção12. Assim, o diagnóstico precoce dos distúrbios do desen- volvimento se torna fundamental, pois possibilita a antecipa- ção das ações de intervenção que podem reduzir os riscos de sequelas motoras e neurocomportamentais1,12,51. Na avaliação de recém-nascidos prematuros, a utilização de um instrumento adequado e preciso é essencial, uma vez que esses bebês se desenvolvem de forma diferente das crianças nascidas a termo. No entanto, as informações sobre testes motores que poderiam ser utilizados na UTIN ou ber- çários para identificar precocemente crianças que estão em risco de atraso de desenvolvimento são escassas. Em recen- te revisão sistemática, o General Movements (GMs) e o Test of Infant Motor Performance (TIMP) foram citados como os únicos testes de desenvolvimento motor apropriados para uso em neonatos que não completaram a idade equivalente ao termo52. O GMs é baseado na observação dos movimentos espon- tâneos da criança sem intervenção ou estímulo externo, e é realizado apenas por meio de observação53. Já o TIMP é dividido em uma etapa observacional e em itens provocados e direcionados para a avaliação do desenvolvimento do con- trole da cabeça e do controle seletivo dos membros. Sua administração impõe exigências similares àquelas desenca- deadas naturalmente pelas ações da própria criança e/ou durante seus cuidados54. Diante dos problemas biológicos e ambientais enfrentados pelos prematuros internados em UTIN, torna-se evidente a necessidade do diagnóstico precoce das alterações motoras que possa ser realizado de forma segura, sem afetar altera- ções fisiológicas importantes, de modo a não interferir com a recuperação da criança. O TIMP pode ser utilizado em crian- ças internadas, desde que clinicamente estáveis e sem sinais de estresse53. Avaliações motoras precoces são um desafio, pois, no primeiro ano de vida, ocorrem amplas modificações no de- senvolvimento em curtos intervalos de tempo. Ademais, exis- tem evidências de que algumas anormalidades clínicas ob- servadas inicialmente em prematuros, incluindo as neurológi- cas, podem ser transitórias15 e resultar de comportamentos aprendidos em longos períodos de internação em UTI devido à exposição a esse ambiente estressante durante períodos críticos do desenvolvimento cerebral52. Em crianças nascidas prematuramente, a ênfase da avalia- ção deve ser maior nos resultados funcionais posteriores7,15 que, todavia, só podem ser avaliados adequadamente quando a criança se depara com exigências e contextos mais avança- dos15. Dessa forma, avaliações longitudinais são recomenda- das para melhorar o valor preditivo e a validade discriminati- va52, e são fundamentais tanto a atenção para o surgimento de novos fatores de risco ao longo do tempo quanto o encami- nhamento dos casos suspeitos para intervenção multidisciplinar1. InteInteInteIntervenção para o desenvolvimento rvençãopara o desenvolvimento rvenção para o desenvolvimento rvenção para o desenvolvimento na UTI Neonatalna UTI Neonatalna UTI Neonatalna UTI Neonatal Apesar da ampla discussão sobre os efeitos adversos da UTIN sobre o desenvolvimento infantil, os cuidados com os recém-nascidos, em geral, estão voltados para a manutenção da vida, em detrimento das medidas preventivas que poderi- am minimizar os danos ao sistema neuromusculoesquelético. Temas sobre Desenvolvimento 2011; 18(101).Temas sobre Desenvolvimento 2011; 18(101).Temas sobre Desenvolvimento 2011; 18(101).Temas sobre Desenvolvimento 2011; 18(101). 21212121 Fisioterapeutas apoiados por enfermeiros podem promo- ver um ambiente adequado nas unidades neonatais por meio de técnicas que facilitam o desenvolvimento neuromuscular, com estimulação vestibular, visual e tátil dentro do limite de tolerância da criança, além de programas de posicionamento e diminuição dos estímulos nocivos. Essas condutas podem favorecer atividade motora e comportamento mais adequa- dos, contribuindo, precocemente, para minimizar as possíveis desordens do desenvolvimento dos prematuros que ficam internados em UTIN por períodos prolongados20,21,55. Apesar de a maior parte dos estudos de intervenção ofe- recer provas que apoiam os benefícios das abordagens evo- lutivas na UTIN21, sua eficácia ainda é questionável, pois outras pesquisas não evidenciaram diferenças significativas em crianças que receberam esse tipo de intervenção, embora também não tenham demonstrado efeitos nocivos55. Além do mais, a utilização de diferentes critérios de inclusão / exclu- são e operacionalização limita a comparação dos resultados, enfraquecendo as recomendações para aplicação clínica55. Esses fatos sugerem a necessidade de estudos com metodo- logia mais controlada que possam comprovar a real impor- tância e eficácia das intervenções de estímulo ao desenvol- vimento nas UTI neonatais. ReferênciasReferênciasReferênciasReferências 1. Resegue R, Puccini RF, da Silva EMK. Fatores de risco associados a altera- ções no desenvolvimento da criança. Pediatria (São Paulo) 2007; 29:117-28. 2. Castro AG, Lima MC, Aquino RR, Eickmann SH. 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Aceito para publicação em 07/07/2011. o posicionamento de recém-nascido pré-termo na unidade de terapia intensiva neonatal e sua relação com o desenvolvimento motor paula nair lucchesi dos santos1 erika da silva dittz2 caroline oliveira alves3 (1) Terapeuta Ocupacional, Especialista em Desenvolvimento Infantil pela Universidade Federal de Minas Gerais, Hospital Municipal Odilon Behrens, Belo Horizonte, MG. (2) Terapeuta Ocupacional, Doutora em Ciências da Saúde da Criança e do Adolescente pela Universidade Federal de Minas Gerais, Hospital Sofia Feldman, Belo Horizonte, MG. (3) Terapeuta Ocupacional, Especialista em Desenvolvimento Infantil pela Universidade Federal de Minas Gerais, Hospital Sofia Feldman, Belo Horizonte, MG. Programa de Fortalecimento Técnico-científico Interinstitucional “Incubadora da Integralidade” do Hospital Sofia Feldman, Belo Horizonte, MG. CORRESPONDÊNCIA Caroline de Oliveira Alves Rua Nossa Senhora da Paz 1108, Bloco 3 / 202 – 31103-020 – Belo Horizonte – MG carolineoliveiraalves@gmail.com. RESUMO O POSICIONAMENTO DE RECÉM-NASCIDO PRÉ-TERMO NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL E SUA RELAÇÃO COM O DESENVOLVIMENTO MOTOR: Trata-se de uma revisão para investigar a relação entre o posicionamento de recém-nascidos pré-termo na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal e seu desenvolvimento motor. Foram selecionados 10 estudos publicados entre 1985 e 2009 que descreviam ou comparavam os efeitos dos diferentes tipos de posicionamento sobre o desenvolvimento motor de recém-nascidos prematu- ros durante sua internação na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Os resultados apontam evidências de efeitos benéficos e de efeitos potencialmente iatrogênicos dos três tipos de posicionamento para o desenvolvimento de componentes motores fundamentais para a aqui- sição de habilidades funcionais de recém-nascidos pré-termo. Tais efeitos repercutem sobre a prática clínica dos profissionais que atuam em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal. A variação regular da postura e o posicionamento funcional correto enquanto estratégias de cuidado podem atenuar as anormalidades e as assimetrias posturais associadas à prematuridade e à permanência no cuidado intensivo, e favorecer o desenvolvimento da atividade motora espontânea e funcional de recém-nascidos pré-termo. Descritores: Prematuridade, Postura, Desenvolvimento motor, Unidade de terapia intensiva neonatal. ABSTRACT PREMATURE NEWBORN BABIES´ POSITIONING AT THE NEONATAL INTENSIVE CARE UNIT AND ITS RELATION WITH MOTOR DEVELOPMENT: This review was developed for investigating the relationship between pre-term newborn babies´ positioning during their stay at the Neonatal Intensive Care Unit and their motor development. Ten studies published between 1985 and 2009 describing or compar-
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