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Aula 00
Legislação Aduaneira p/ ATRFB - 2017/2018 (Com videoaulas)
Professor: Ricardo Vale
00000000000 - DEMO
Legislação Aduaneira p/ RFB‐2017 
Teoria e Questões 
Prof. Ricardo Vale‐ Aula 00 
 
Prof. Ricardo Vale                    www.estrategiaconcursos.com.br                             Página 1 de 71 
 
AULA 00: LEGISLA‚ÌO ADUANEIRA 
 
 
SUMçRIO PçGINA 
1-Palavras Iniciais 1 - 4 
2- SISCOMEX 5 - 11 
3- O comŽrcio exterior brasileiro 12 Ð 15 
4- Considera›es sobre a Legisla‹o Aduaneira 15 Ð 17 
5- Jurisdi‹o Aduaneira 17 - 28 
6- Administra‹o Aduaneira 28 - 34 
7- Controle Aduaneiro de Ve’culos 34 Ð 42 
8- Quest›es Comentadas 42 Ð 57 
9- Lista de Quest›es e Gabarito 58 - 71 
Ol‡, pessoal, tudo bem? 
N‹o sabemos ao certo quando ser‡ o pr—ximo concurso da Receita Federal. Eu, 
pessoalmente, acredito que s— teremos um novo concurso em 2018. De 
qualquer modo, uma coisa Ž certa: para que voc esteja bem preparado, Ž 
fundamental comear os estudos o quanto antes. 
ƒ por isso que comeamos hoje o curso de Legisla‹o Aduaneira p/ RFB 
(2017). Assim como o nosso œltimo curso, esse ser‡ um curso 2 em 1: alŽm 
das aulas em .pdf, os alunos ter‹o acesso a videoaulas gratuitas de todo o 
conteœdo de Legisla‹o Aduaneira. Voc pode escolher por qual dos dois 
materiais prefere estudar ou, quem sabe, estudar pelos dois. 
Antes de mais nada, deixem que eu me apresente! 
Meu nome Ž Ricardo Vale e sou coordenador e professor do EstratŽgia 
Concursos, nas disciplinas de ComŽrcio Internacional e Legisla‹o 
Aduaneira. Sou autor do livro ÒComŽrcio Internacional - Quest›es 
ComentadasÓ, publicado pela Editora MŽtodo. De 2009 a 2013, fui Analista de 
ComŽrcio Exterior, do MDIC, concurso no qual fui aprovado em 3¼ lugar. 
Voc vai tirar de letra a Legisla‹o Aduaneira! E eu vou lhe ajudar com isso... 
A prop—sito, faamos um contrato de objetivos! Voc se compromete a 
estudar com toda raa e vontade cada detalhe que eu ensinar. Eu me 
comprometo a escrever esse curso com toda a dedica‹o poss’vel. J‡ estou 
com o esp’rito preparado para, nos pr—ximos meses, viver esse curso 
intensamente! N‹o quero descansar um s— minuto se isso for necess‡rio para 
que, ao final, voc entre na sua nova casa: a Receita Federal do Brasil! Se 
depender de mim, voc j‡ pode se considerar trabalhando l‡!  
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Legislação Aduaneira p/ RFB‐2017 
Teoria e Questões 
Prof. Ricardo Vale‐ Aula 00 
 
Prof. Ricardo Vale                    www.estrategiaconcursos.com.br                             Página 2 de 71 
Vamos falar um pouco sobre a import‰ncia da Legisla‹o Aduaneira nos 
concursos da RFB! 
Bem, na prova de Auditor Fiscal RFB 2014, tivemos 15 (quinze) quest›es 
das disciplinas ÒComŽrcio InternacionalÓ + ÒLegisla‹o AduaneiraÓ. Dessas 15 
quest›es, 10 quest›es foram de Legisla‹o Aduaneira. Detalhe importante: as 
duas disciplina (CI e LA) tm peso 2 (dois). S‹o muitos pontos, pessoal! E 
olha s—: as provas de Legisla‹o Aduaneira em 2014 foram bastante pesadas! 
N‹o d‡ pra esperar nada diferente para o pr—ximo concurso... 
Realmente, a ESAF deu a import‰ncia que a Legisla‹o Aduaneira merece! ƒ 
bem prov‡vel que voc, como futuro servidor da RFB, use os conhecimentos 
dessa disciplina no seu dia-a-dia. Nada mais natural, portanto, que voc a 
domine com profundidade! 
Outro detalhe importante: Ž bom voc j‡ ir pensando que, para ser aprovado 
na RFB, precisar‡ fazer uma prova discursiva! E a’, voc precisa estar bem 
preparado em Legisla‹o Aduaneira! Como sempre gosto de dizer, estudar a 
matŽria para saber marcar ÒXÓ em uma prova objetiva, Ž algo simples! Saber a 
matŽria para resolver uma prova discursiva, Ž algo bem diferente! Portanto, 
meu amigo, vamos estudar com tudo a ÒLegisla‹o AduaneiraÓ! Nas provas 
de AFRFB 2014 e 2012, foram cobradas quest›es discursivas de Legisla‹o.  
Considerando as provas objetivas e discursivas, ComŽrcio Internacional e 
Legisla‹o Aduaneira respondem por um total de 22,22% da pontua‹o do 
curso. 
Ao longo do curso, resolveremos inœmeras quest›es de concursos 
anteriores, inclusive das provas mais recentes da ESAF que cobraram essa 
disciplina: AFRFB 2014, AFRFB 2012, ATRFB 2012 e Exame de 
Qualifica‹o TŽcnica p/ Despachantes Aduaneiros. AlŽm de utilizarmos 
inœmeras quest›es da ESAF, trabalharemos tambŽm com centenas de 
quest›es inŽditas. Ressalto que essa estratŽgia se mostrou bastante efetiva 
nos œltimos concursos da RFB, nos quais tivemos a grata satisfa‹o de ter 
abordado em nossos cursos 100% das quest›es cobradas em prova. 
ƒ por tudo isso que eu gosto de dizer: Òse voc errar uma quest‹o na prova, 
ser‡ por falha da ESAF!Ó A’ voc ganha nos recursos!  
O conteœdo de Legisla‹o Aduaneira Ž muito din‰mico e se desatualiza 
rapidamente. Esse Ž justamente um diferencial do nosso curso, que j‡ est‡ 
atualizado conforme as recentes modifica›es efetuadas no Regulamento 
Aduaneiro. 
Vamos dar uma olhada no nosso cronograma? 
 
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Legislação Aduaneira p/ RFB‐2017 
Teoria e Questões 
Prof. Ricardo Vale‐ Aula 00 
 
Prof. Ricardo Vale                    www.estrategiaconcursos.com.br                             Página 3 de 71 
Aula 00 Ð 1. Jurisdi‹o Aduaneira. 1.1. Territ—rio Aduaneiro. 1.2. Portos, 
Aeroportos e Pontos de Fronteira Alfandegados. 1.2.1. Alfandegamento. 
1.3. Recintos Alfandegados. 1.4. Administra‹o Aduaneira. 2. Controle 
Aduaneiro de Ve’culos. 31-SISCOMEX (30/07/2017) 
Aula 01 - 3. Tributos Incidentes sobre o ComŽrcio Exterior. 3.1. 
Regramento Constitucional e Legisla‹o Espec’fica. 3.2. Produtos, Bens e 
Mercadorias. 3.3. Produtos Estrangeiros, Produtos 
Nacionais,Nacionalizados e Desnacionalizados. 4. Imposto de 
Importa‹o. 4.1. Sujeitos Ativo e Passivo. 4.2. Incidncia. 4.3. Fato 
Gerador. 4.4. Base de C‡lculo. 4.5. Al’quotas. 4.6. Tributa‹o de 
Mercadorias n‹o Identificadas. 4.7. Regime de Tributa‹o Simplificada. 
4.8. Regime de Tributa‹o Especial. 4.9. Regime de Tributa‹o Unificada. 
4.10. Pagamento do Imposto. 4.11. Isen›es e Redu›es do Imposto de 
Importa‹o. 4.12. Imunidades do Imposto de Importa‹o e Controle 
exercido pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. 4.13. 
Reimporta‹o. 4.14. Similaridade. Imposto de Importa‹o: Restitui‹o e 
Compensa‹o; AFRMM e Taxa Mercante. (10/08/2017) 
Aula 02- 5. Imposto de Exporta‹o. 5.1. Sujeitos Ativo e Passivo. 5.2. 
Incidncia. 5.3. Fato Gerador. 5.4. Base de C‡lculo. 5.5. Al’quotas. 5.6. 
Pagamento. 6. Imposto Sobre Produtos Industrializados vinculado ˆ 
Importa‹o. 6.1. Sujeitos Ativo e Passivo. 6.2. Incidncia e Fato 
Gerador. 6.3. Base de C‡lculo. 6.4. Isen›es. 6.5. Imunidades. 6.6. 
Suspens‹o do Pagamento do Imposto. 7. Contribui‹o para o PIS/PASEP 
Importa‹o e COFINS Importa‹o. 7.1. Sujeitos Ativo e Passivo. 7.2. 
Incidncia e Fato Gerador. 7.3. Base de C‡lculo. 7.4. Isen›es. 7.5. 
Suspens‹o do Pagamento. 7.6. Redu‹o de Al’quotas (Programas 
Espec’ficos e seu Regramento). 8. Imposto sobre Opera›es relativas ˆ 
Circula‹o de Mercadorias e sobre Presta‹o de Servios de Transporte 
Interestadual e Intermunicipal e de Comunica‹o vinculado ˆ 
Importa‹o. 8.1. Sujeitos Ativo e Passivo. 8.2. Fato Gerador. 18 8.3 
Al’quotas. 8.4. Isen›es e Imunidades. 8.5. Pagamento do Imposto e 
Controle pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. 10. Contribui‹o de 
Interven‹o no Dom’nio Econ™mico Ð CIDE Combust’veis/Importa‹o. 
5.7. Incentivos Fiscais na Exporta‹o. (20/08/2017) 
Aula 03 - 11. Procedimentos Gerais de Importa‹o e de Exporta‹o. 
11.1. Atividades Relacionadas aos Servios Aduaneiros. 11.2. Despacho 
Aduaneiro de Importa‹o e Despacho Aduaneiro de Exporta‹o. 11.2.1. 
Disposi›es Gerais. 11.2.2. Modalidades. 11.2.3. Documentos que os 
Instruem. 11.2.4. Casos Especiais de Importa‹o e de Exporta‹oPrevistos na Legisla‹o. 11.3. EspŽcies de Declara‹o de Importa‹o e 
de Declara‹o de Exporta‹o. 11.4. Declara‹o de Importa‹o. 11.5. 
Conferncia e Desembarao na Importa‹o e na Exporta‹o. 11.6. 
Cancelamento da Declara‹o de Importa‹o e da Declara‹o de 
Exporta‹o. 11.7. Lanamento dos Impostos Incidentes sobre a 
Importa‹o. (30/08/2017) 
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Legislação Aduaneira p/ RFB‐2017 
Teoria e Questões 
Prof. Ricardo Vale‐ Aula 00 
 
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Aula 04 12. Regimes Aduaneiros Especiais e Regimes Aduaneiros 
aplicados em çreas Especiais. 12.1. Disposi›es Gerais e Espec’ficas de 
cada Regime e de cada çrea. 16. Termo de Responsabilidade (Parte I) 
(10/09/2017) 
Aula 05 12. Regimes Aduaneiros Especiais e Regimes Aduaneiros 
aplicados em çreas Especiais. 12.1. Disposi›es Gerais e Espec’ficas de 
cada Regime e de cada çrea. 16. Termo de Responsabilidade (Parte II) 
(20/09/2017) 
Aula 06 - 13. Bagagem e Regime Aduaneiro de Bagagem no MERCOSUL. 
14. Mercadoria Abandonada. 15. Avaria; Extravio e AcrŽscimo de 
Mercadorias. 15.1. Responsabilidade Fiscal pelo Extravio. 17. Infra›es e 
Penalidades previstas na Legisla‹o Aduaneira. 18. Pena de Perdimento. 
18.1. Natureza Jur’dica. 18.2. Hip—teses de Aplica‹o. 18.3. Limites. 
18.4. Processo/Procedimento de Perdimento. 18.5. Processo de Aplica‹o 
de Penalidades pelo Transporte Rodovi‡rio de Mercadoria Sujeita a Pena 
de Perdimento. 19. Aplica‹o de Multas na Importa‹o e na Exporta‹o. 
(30/09/2017) 
Aula 07- 20. Intervenientes nas Opera›es de ComŽrcio Exterior. 21. 
San›es Administrativas a que est‹o sujeitos os Intervenientes nas 
Opera›es de ComŽrcio Exterior e o Processo de sua Aplica‹o. 22. 
Representa‹o Fiscal para Fins Penais. 23. Procedimentos Especiais de 
Controle Aduaneiro. 24. Destina‹o de Mercadorias. 29. Disposi›es 
Constitucionais Relativas ˆ Administra‹o e Controle sobre ComŽrcio 
Exterior. 30. Contrabando, Descaminho e Princ’pio da Insignific‰ncia. 31. 
SISCOSERV (Lei n¼ 12.546, de 14 de dezembro de 2011, e Legisla‹o 
Infralegal). (10/10/2017) 
Aula 08- 25. Subfaturamento e Reten‹o de Mercadorias. 26. Valora‹o 
Aduaneira. 27. Legisla‹o Aduaneira aplic‡vel ao MERCOSUL. 28. 
Internaliza‹o da Legisla‹o Aduaneira Aplic‡vel ao MERCOSUL. 
(20/10/2017) 
Aula 09- Simulado Final (30/10/2017) 
Preparados para seguir em frente? Ent‹o, comecemos nossa primeira aula! 
Um abrao, 
Ricardo Vale 
ricardovale@estrategiaconcursos.com.br 
http://www.facebook.com/rvale01 
 
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Legislação Aduaneira p/ RFB‐2017 
Teoria e Questões 
Prof. Ricardo Vale‐ Aula 00 
 
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Observa‹o importante: este curso Ž protegido por direitos autorais (copyright), 
nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legisla‹o sobre direitos 
autorais e d‡ outras providncias. 
 
Grupos de rateio e pirataria s‹o clandestinos, violam a lei e prejudicam os professores 
que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe adquirindo os cursos 
honestamente atravŽs do site EstratŽgia Concursos ;-) 
 
1-O Sistema Integrado de ComŽrcio Exterior (SISCOMEX): 
1.1-Generalidades: 
Segundo o art.2¼, do Decreto n¼ 660/92, Òo SISCOMEX Ž o instrumento 
administrativo que integra as atividades de registro, acompanhamento e 
controle das opera›es de comŽrcio exterior, mediante fluxo œnico, 
computadorizado, de informa›es.Ó 
Vou tentar traduzir isso pra vocs!  
S‹o v‡rios os —rg‹os que atuam no comŽrcio exterior brasileiro: Receita 
Federal, Secretaria de ComŽrcio Exterior, ANVISA, MAPA, INMETRO... E, ˆs 
vezes, para que uma œnica opera‹o seja liberada, Ž necess‡ria a autoriza‹o 
de v‡rios desses —rg‹os! 
Imaginem s— a burocracia se o importador tivesse que fazer um pleito em cada 
um desses —rg‹os! O operador de comŽrcio exterior iria, literalmente, sentar e 
chorar!  
Antes da cria‹o da SISCOMEX, era exatamente assim! Havia multiplicidade de 
controles paralelos, os quais impediam que os —rg‹os governamentais 
atuassem de forma coordenada. Eram inœmeros os formul‡rios a serem 
preenchidos! 
A dŽcada de 90, no entanto, ficou marcada como um momento hist—rico em 
que o Brasil promovia sua abertura comercial. Logo, era necess‡rio reduzir a 
burocracia e facilitar a atua‹o de todos os intervenientes no comŽrcio 
exterior, sejam eles do setor privado ou do setor pœblico. Assim foi criado o 
SISCOMEX! 
O SISCOMEX Ž um sistema totalmente informatizado que integra a a‹o de 
todos os —rg‹os intervenientes no comŽrcio exterior brasileiro, por 
meio de um fluxo œnico de informa›es, o que permite o acompanhamento 
e o controle das opera›es de comŽrcio exterior. Sua cria‹o reduziu 
drasticamente a burocracia, facilitando as opera›es de importa‹o e 
exporta‹o. N‹o era mais necess‡rio apresentar um formul‡rio para cada 
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Legislação Aduaneira p/ RFB‐2017 
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—rg‹o interveniente. Ao contr‡rio, todas as opera›es poderiam ser registradas 
e acompanhadas por meio de qualquer terminal conectado ao SISCOMEX. 
O SISCOMEX n‹o Ž utilizado apenas por importadores e exportadores. Ele Ž 
usado tambŽm pelos —rg‹os pœblicos, a fim de analisar e deliberar sobre as 
opera›es. Assim, o importador registra uma Licena de Importa‹o (LI)1, a 
qual Ž analisada por um Analista de ComŽrcio Exterior (ACE) da SECEX. O 
importador registra uma Declara‹o de Importa‹o (DI)2, cujo desembarao 
cabe ao Auditor da RFB. Tudo isso Ž feito via SISCOMEX! 
Cabe destacar tambŽm que a existncia de um sistema informatizado em 
que s‹o registrados todos os dados comerciais, fiscais e cambiais das 
opera›es de comŽrcio exterior foi um fator que facilitou sobremaneira a 
elabora‹o de estudos estat’sticos. Tais estudos, ao fornecerem subs’dios para 
a formula‹o de pol’ticas pœblicas, auxiliam a atua‹o governamental no 
comŽrcio exterior. 
Quando o SISCOMEX foi implantado, estava dispon’vel apenas o M—dulo 
Exporta‹o. Posteriormente, novos m—dulos foram criados, em um processo de 
aperfeioamento cont’nuo dos sistemas de comŽrcio exterior. Atualmente, os 
principais m—dulos do SISCOMEX em opera‹o s‹o os seguintes: 
- SISCOMEX Exporta‹o Web Ð M—dulo Aduaneiro (2015): permite 
o registro das Declara›es de Exporta‹o (DE`s) em ambiente web. Esse 
m—dulo Ž o que viabiliza o controle aduaneiro das exporta›es. 
- SISCOMEX Exporta‹o Web Ð M—dulo Comercial (2010): permite 
o controle administrativo das exporta›es, por meio dos Registros de 
Exporta‹o (RE`s). Esse m—dulo tambŽm ficou tambŽm conhecido como 
NOVOEX. 
- SISCOMEX Importa‹o Web (2012): permite o controle 
administrativo e aduaneiro das opera›es de importa‹o em 
ambiente web. 
- SISCOMEX MANTRA (1995): permite o controle de cargas aŽreas. 
- SISCOMEX Carga (2008): permite o controle de embarca›es e 
cargas movimentadas em portos brasileiros. 
- SISCOMEX Tr‰nsito (2002): permite o controle de mercadorias 
submetidas ao regime aduaneiro especial de tr‰nsito aduaneiro. 
 
1 A Licena de Importa‹o (LI) Ž um documento muito importante para o controle 
administrativo das importa›es, conforme veremos mais ˆ frente. 
2 A Declara‹o de Importa‹o (DI) Ž um documento fundamental do despacho 
aduaneiro de importa‹o. 
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- SISCOMEX Interna‹o Ð ZFM (2002): utilizado no controle das 
mercadorias que saem da Zona Franca de Manaus com destino ao 
restante do territ—rio nacional. 
- Drawback Integrado Web (2010): sistema por meio do qual Ž 
administrado o mais importante de todos os incentivos ˆs exporta›es 
brasileiras, denominado drawback.3 
O SISCOMEX possui —rg‹os gestores e —rg‹os anuentes. Os —rg‹os 
gestores s‹o os respons‡veis pelo exerc’cio dos controles governamentais 
sobre o comŽrcio exterior: controle administrativo, controle aduaneiro e 
controle cambial. Desde o in’cio de 2014, os —rg‹os gestores do SISCOMEX s‹o 
a Secretaria de ComŽrcio Exterior (SECEX) e a Secretaria da Receita 
Federal do Brasil (RFB). A SECEX Ž respons‡vel pelo controle administrativo 
e a RFB Ž respons‡vel pelo controle aduaneiro. 
AtŽ o in’cio de 2014, o BACEN tambŽm era —rg‹o gestor do SISCOMEX, na 
condi‹o de respons‡vel pelo controle cambial. O BACEN ainda Ž respons‡vel 
pelo controle cambial, mas n‹o se pode dizer mais que ele Ž um —rg‹o gestor 
do SISCOMEX. 
Com a publica‹o do Decreto n¼ 8.229/2014, a gest‹o do SISCOMEX est‡ a 
cargo da Comiss‹o Gestora do SISCOMEX, do qual fazem parte o MinistŽrio 
do Desenvolvimento, Indœstria e ComŽrcio Exterior (MDIC), MinistŽrio da 
Fazenda (MF), SECEX e RFB. 
Por sua vez, os —rg‹os anuentes s‹o aqueles que deliberam sobre as 
opera›es de comŽrcio (importa›es e exporta›es) na fase do controle 
administrativo. S‹o eles: ANVISA, MAPA, DECEX, MCT, INMETRO, DPF, 
DFPC, ANP, ANCINE, IBAMA, SUFRAMA, DNPM, ECT, CNEM. Tais —rg‹os 
autorizam opera›es espec’ficas, sujeitas a certas regulamenta›es. Como 
exemplo, a importa‹o de um animal vivo est‡ sujeita ˆ autoriza‹o do MAPA 
(MinistŽrio da Agricultura, Pecu‡ria e Abastecimento. 
Quando o SISCOMEX foi criado, o objetivo era o de permitir que as opera›es 
de comŽrcio exterior fossem desencadeadas a partir de um fluxo œnico de 
informa›es. Entretanto, com o passar dos anos, os diversos —rg‹os 
intervenientes no comŽrcio exterior foram criando controles paralelos e 
sistemas mœltiplos, desvirtuando a proposta inicial do SISCOMEX. 
Hoje, uma das grandes necessidades para o aperfeioamento log’stico e 
facilita‹o de comŽrcio nas importa›es e exporta›es brasileiras Ž a cria‹o 
de um novo sistema, baseado no conceito de Guich ònico de ComŽrcio 
Exterior, modelo utilizado por diversos pa’ses e amplamente recomendado 
por organiza›es internacionais do porte da Organiza‹o Mundial de Aduanas 
(OMA) e Banco Mundial. 
 
3 Em aula futura, teremos a oportunidade de estudar em detalhes sobre o drawback. 
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Com a publica‹o do Decreto n¼ 8.229/2014, foi dado o comando pol’tico para 
a cria‹o, no ‰mbito do SISCOMEX, do Portal ònico de ComŽrcio Exterior. 
O grande prop—sito do Portal ònico de ComŽrcio Exterior Ž desburocratizar 
as opera›es de comŽrcio exterior, reformulando os processos de 
importa‹o, exporta‹o e tr‰nsito aduaneiro. Busca-se que os exportadores e 
importadores tenham um ponto de contato œnico com os —rg‹os 
governamentais que atuam no comŽrcio exterior. 
O Portal ònico de ComŽrcio Exterior ainda est‡ em fase de desenvolvimento e 
deve demorar alguns anos atŽ que esteja efetivamente implementado. ƒ uma 
iniciativa que busca promover a facilita‹o de comŽrcio e, com isso, reduzir 
os tempos necess‡rios para importar e exportar, acelerando os tr‰mites 
aduaneiros. Algumas novidades j‡ foram implementadas no ‰mbito do Portal 
ònico de ComŽrcio Exterior: 
a) Anexa‹o Eletr™nica de documentos digitalizados: Os 
operadores de comŽrcio exterior j‡ podem entregar documentos 
digitalizados aos —rg‹os governamentais, por meio de plataforma na 
Internet. 
b) Implementa‹o da Declara‹o ònica de Exporta‹o (DU-E): 
Ainda est‡ em fase de testes. Consiste em documento que visa amparar 
um novo processo para as exporta›es brasileiras. No futuro, pretende-
se que a DU-E seja o œnico documento a ser preenchido pelos 
exportadores. Atualmente, porŽm, sua utiliza‹o Ž facultativa, 
convivendo com o processo antigo, baseado no RE (Registro de 
Exporta‹o) e na DE (Declara‹o de Exporta‹o). 
Por œltimo, cabe fazer uma men‹o ao fato de que, no final de 2013, os 
membros da Organiza‹o Mundial de ComŽrcio (OMC) celebraram o Acordo 
de Facilita‹o de ComŽrcio. Uma importante medida desse acordo Ž 
justamente a obriga‹o de que os membros da OMC criem um sistema que 
permita interface œnica entre o governo e os operadores de comŽrcio exterior, 
no formato de ÒGuich ònicoÓ. Percebe-se que, com o desenvolvimento do 
Portal ònico de ComŽrcio Exterior, o Brasil j‡ avana no cumprimento dessa 
obriga‹o internacional. 
 
1.2-Habilita‹o no SISCOMEX: 
O primeiro passo para que uma empresa possa operar no comŽrcio exterior Ž 
proceder ˆ sua habilita‹o no SISCOMEX, atividade esta que Ž 
desencadeada junto ˆ RFB. Assim, para que uma empresa possa efetuar uma 
importa‹o ou exporta‹o, ela dever‡ providenciar a sua habilita‹o no 
SISCOMEX, bem como o credenciamento de seus representantes para a pr‡tica 
de atividades relacionadas ao despacho aduaneiro. 
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Atualmente, o procedimento de habilita‹o das empresas para a utiliza‹o do 
SISCOMEX Ž feito em conformidade com a IN RFB n¼ 1.603/2015, tambŽm 
aplic‡vel aos —rg‹os da administra‹o pœblica direta, autarquias, funda›es 
pœblicas, —rg‹os pœblicos aut™nomos, organismos internacionais e outras 
institui›es extraterritoriais e ˆs pessoas f’sicas. 
Segundo a referida Instru‹o Normativa, h‡ 3 (trs) modalidades de 
habilita‹o aplic‡veis ˆs pessoas jur’dicas. As modalidades de habilita‹o 
s‹o: expressa, ilimitada e limitada. 
Art. 2¼ A habilita‹o de que trata o art. 1¼ poder‡ ser requerida pelo 
interessado para uma das seguintes modalidades: 
I - pessoa jur’dica, nas seguintes submodalidades: 
a) expressa, no caso de: 
1. pessoa jur’dica constitu’da sob a forma de sociedade an™nima de 
capital aberto, com a›es negociadas em bolsa de valores ou no 
mercado de balc‹o, bem como suas subsidi‡rias integrais; 
2. pessoa jur’dica certificada como Operador Econ™mico Autorizado; 
3. empresa pœblica ou sociedade de economia mista; 
4. —rg‹os da administra‹o pœblica direta, autarquia e funda‹o 
pœblica, —rg‹o pœblico aut™nomo, organismo internacional e outras 
institui›es extraterritoriais; 
5. pessoa jur’dica que pretenda realizar opera›es de exporta‹o, 
sem limite de valores, e de importa‹o, cujo somat—rio dos valores, 
em cada per’odo consecutivo de 6 (seis) meses, seja inferior ou igual 
a US$ 50.000,00 (cinquenta mil d—lares dos Estados Unidos da 
AmŽrica); e 
6. pessoa habilitada para fruir dos benef’cios fiscais concedidos para a 
realiza‹o dos Jogos Ol’mpicos de 2016 e dos Jogos Paral’mpicos de 
2016, previstos na Lei n¼ 12.780, de 9 de janeiro de 2013, inclusive a 
contratada para representar os entes referidos no ¤ 2¼ do art. 4¼ da 
referida Lei. 
b) limitada, no caso de pessoa jur’dica cuja capacidade financeira 
comporte realizar opera›es de importa‹o cuja soma dos valores, 
em cada per’odo consecutivo de 6 (seis) meses, seja superior a US$ 
50.000,00 (cinquenta mil d—lares dos Estados Unidos da AmŽrica) e 
igual ou inferior a US$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil d—laresdos 
Estados Unidos da AmŽrica); ou 
c) ilimitada, no caso de pessoa jur’dica com capacidade financeira que 
permita realizar opera›es de importa‹o cuja soma dos valores seja 
superior a US$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil d—lares dos Estados 
Unidos da AmŽrica); 
II - pessoa f’sica, no caso de habilita‹o: 
a) do pr—prio interessado, inclusive quando qualificado como produtor 
rural, artes‹o, artista ou assemelhado; ou 
b) de contratada para representar os entes envolvidos na organiza‹o 
e realiza‹o dos Jogos Ol’mpicos e Paraol’mpicos de 2016, 
relacionados no ¤ 2¼ do art. 4¼ da Lei n¼ 12.780, de 2013. 
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A habilita‹o expressa Ž a que possui menor grau de exigncias, sendo 
aplic‡vel ˆs entidades que podem ser consideradas presumidamente 
id™neas. ƒ o caso das empresas pœblicas, sociedades de economia mista, 
—rg‹os pœblicos e pessoas jur’dicas certificadas como Operador Econ™mico 
Autorizado. TambŽm ser‡ concedida a habilita‹o expressa ˆquelas empresas 
que pretendam realizar opera›es de exporta‹o (sem limite de valores) e de 
importa‹o de atŽ US$ 50.000,00 em um per’odo consecutivo de 6 meses. 
As habilita›es limitada e ilimitada s‹o concedidas segundo a estimativa da 
capacidade financeira da empresa, que Ž definida com base em sistem‡tica 
de c‡lculo definida pela RFB. Caso a capacidade financeira da empresa seja de 
realizar opera›es de importa‹o entre US$ 50.000,00 e US$ 150.000,00 
nos 6 meses consecutivos, ser‡ cab’vel a habilita‹o limitada. Por outro 
lado, se a capacidade financeira da empresa comportar importa›es 
superiores a US$ 150.000,00 nos 6 meses consecutivos, ser‡ devida a 
habilita‹o ilimitada. 
Em resumo, temos o seguinte: 
a) habilita‹o expressa: capacidade financeira para importar nos 6 
meses consecutivos inferior a US$ 50.000,00. 
b) habilita‹o limitada: capacidade financeira para importar nos 6 
meses consecutivos entre US$ 50.000,00 e US$ 150.000,00. 
c) habilita‹o ilimitada: capacidade financeira para importar nos 6 
meses consecutivos superior a US$ 150.000,00 
Feita a habilita‹o no SISCOMEX e credenciados os seus representantes, a 
empresa poder‡ realizar a primeira opera‹o de comŽrcio exterior, que 
tanto pode ser uma importa‹o quanto uma exporta‹o. Destaque-se que as 
opera›es no Sistema Integrado de ComŽrcio Exterior (SISCOMEX) poder‹o 
ser efetuadas pelo importador ou exportador, por conta pr—pria, mediante 
habilita‹o prŽvia, ou por intermŽdio de representantes credenciados, nos 
termos e condi›es estabelecidos pela Receita Federal do Brasil (RFB). 
No momento em que a empresa realiza sua primeira opera‹o de comŽrcio 
exterior, seja ela uma importa‹o ou exporta‹o, seu nome passa a constar de 
um banco de dados chamado Registro de Exportadores e Importadores 
(REI). 
O Registro de Exportadores e Importadores (REI) Ž um grande banco de dados 
mantido pela SECEX, no qual est‹o relacionados todos os importadores e 
exportadores brasileiros. 
Segundo a Portaria SECEX n¼ 23/2011, a inscri‹o no REI Ž autom‡tica, 
sendo realizada no ato da primeira opera‹o de exporta‹o ou 
importa‹o em qualquer ponto conectado ao SISCOMEX. Assim, n‹o 
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existem formalidades para a inscri‹o de uma empresa no REI, bastando que 
esta realize uma opera‹o de comŽrcio exterior. 
Segundo o art. 8¼, ¤ 1¼, da Portaria SECEX n¼ 23/2011, os exportadores e 
importadores j‡ inscritos no REI ter‹o a inscri‹o mantida, n‹o sendo 
necess‡ria qualquer providncia adicional. Em outras palavras, se foi feita uma 
opera‹o de comŽrcio exterior, o importador ou exportador Ž automaticamente 
inscrito no REI e a’ o seu nome ser‡ mantido l‡. Cabe destacar, todavia, que 
para que uma empresa possa operar no comŽrcio exterior, ela deve ser 
habilitada no SISCOMEX pela Receita Federal do Brasil (RFB), o que 
depende de processo administrativo prŽvio, sobre o qual j‡ tecemos alguns 
coment‡rios. 
Como regra geral, para que uma opera‹o de comŽrcio exterior seja realizada, 
a empresa deve estar cadastrada no REI. H‡, todavia, uma exce‹o, que s‹o 
as exporta›es via remessa postal, com ou sem expectativa de 
recebimento4, realizadas por pessoa f’sica e jur’dica atŽ o limite de US$ 
50.000,00 ou equivalente em outra moeda. Vejamos o art. 9¼ da Portaria 
SECEX n¼ 23/2011: 
Art. 9¼. Ficam dispensadas da obrigatoriedade de inscri‹o do 
exportador no REI as exporta›es via remessa postal, com ou 
sem expectativa de recebimento, exceto donativos, realizadas por 
pessoa f’sica ou jur’dica atŽ o limite de US$ 50.000,00 (cinquenta 
mil d—lares dos Estados Unidos) ou o equivalente em outra 
moeda, exceto quando se tratar de: 
I Ð produto com exporta‹o proibida ou suspensa; 
II Ð exporta‹o com margem n‹o sacada de c‰mbio; 
III Ð exporta‹o vinculada a regimes aduaneiros especiais e 
at’picos; e 
IV Ð exporta‹o sujeita a registro de opera›es de crŽdito. 
Segundo o art.10 da Portaria SECEX n¼ 23/2011, a inscri‹o no REI poder‡ 
ser suspensa ou cancelada nos casos de puni‹o em decis‹o 
administrativa final, aplicada em conformidade com as normas e 
procedimentos definidos na legisla‹o espec’fica. A inscri‹o no REI n‹o pode 
ser negada. Isso Ž uma quest‹o de l—gica. Ora, se a inscri‹o no REI Ž 
autom‡tica, n‹o h‡ que se falar em negativa da SECEX. O que pode ocorrer Ž 
t‹o somente a suspens‹o ou o cancelamento da inscri‹o no REI. 
 
 
 
 
4 Uma opera‹o com expectativa de recebimento Ž uma opera‹o com cobertura 
cambial. Por sua vez, exporta‹o sem expectativa de recebimento Ž uma opera‹o 
sem cobertura cambial. 
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2-O comŽrcio exterior brasileiro: 
Antes de adentrar no estudo da legisla‹o aduaneira, Ž fundamental conhecer, 
em linhas gerais, como funciona o comŽrcio exterior brasileiro. Trata-se, afinal, 
de prŽ-requisito fundamental para entendermos a legisla‹o aduaneira. 
Conforme j‡ comentamos anteriormente, as opera›es de comŽrcio exterior no 
Brasil est‹o submetidas a trs espŽcies de controle, cada um deles de 
competncia de um —rg‹o diferente. S‹o eles o controle administrativo, o 
controle aduaneiro e o controle cambial. 
Os —rg‹os respons‡veis por exercer o controle administrativo, aduaneiro e 
cambial s‹o, respectivamente, a SECEX (Secretaria de ComŽrcio Exterior), a 
SRFB (Secretaria da Receita Federal do Brasil) e o BACEN (Banco Central). 
Lembre-se de que, apesar de ser respons‡vel pelo controle cambial, o BACEN 
n‹o Ž mais um —rg‹o gestor do SISCOMEX. 
Mas o que vm a ser cada um desses controles? 
1) Controle Administrativo: O comŽrcio exterior Ž atividade 
estratŽgica para um pa’s, possuindo implica›es no campo das diversas 
pol’ticas governamentais. Com efeito, a pol’tica de comŽrcio exterior 
levada a cabo pelo governo repercute seus efeitos sobre as pol’ticas 
econ™mica, industrial, sanit‡ria e agr’cola do pa’s. Nesse sentido, a 
realiza‹o de uma importa‹o ou exporta‹o fica sujeita ao 
cumprimento de regulamenta›es administrativas e exigncias 
legais formuladas pelos diversos —rg‹os governamentais em suas ‡reas 
de competncia. 
Assim, a importa‹o de medicamentos ou equipamentosmŽdico-
hospitalares fica sujeita ˆ anuncia prŽvia da ANVISA5. J‡ a importa‹o 
de animais vivos, depende da autoriza‹o do MAPA6. Por sua vez, a 
importa‹o de bens usados depende da anuncia do DECEX7. 
Tudo isso faz parte do controle administrativo do comŽrcio exterior, que 
podemos definir como o conjunto de procedimentos realizados ante uma 
opera‹o de comŽrcio exterior tendentes a verificar o cumprimento de 
normas e exigncias legais internas com a finalidade de tutelar bens 
jur’dicos importantes para o Estado, tais como a segurana nacional, a 
prote‹o ˆ indœstria nacional, a prote‹o ao consumidor e ˆ saœde de 
pessoas, plantas e animais. 
Devemos destacar que o controle administrativo, em regra, Ž prŽvio ao 
embarque da mercadoria no exterior ou para o exterior. Ele representa, 
 
5 ANVISA (Agncia Nacional de Vigil‰ncia Sanit‡ria) 
6 MAPA (MinistŽrio da Agricultura, Pecu‡ria e Abastecimento) 
7 DECEX (Departamento de Opera›es de ComŽrcio Exterior) 
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assim, uma autoriza‹o governamental para importar ou exportar. 
Os principais documentos utilizados na fase do controle administrativo 
s‹o a licena de importa‹o (LI) e o registro de exporta‹o (RE)8. 
2) Controle Aduaneiro: O controle aduaneiro Ž atividade exercida, no 
Brasil, pela RFB, tendo como objetivo fiscalizar a entrada, sa’da e 
movimenta‹o de bens e ve’culos no territ—rio aduaneiro, 
tutelando bens jur’dicos importantes para o Estado, como a segurana 
nacional e a saœde de pessoas e animais. Trata-se de controle que visa a 
impedir delitos transfronteirios, como o tr‡fico il’cito de entorpecentes, 
o contrabando, o descaminho e a importa‹o de produtos com viola‹o 
aos direitos de propriedade intelectual. 
O controle aduaneiro Ž eminentemente extrafiscal, Ž dizer, a 
arrecada‹o tribut‡ria n‹o Ž o seu principal objetivo. Ao contr‡rio, a 
arrecada‹o tribut‡ria Ž objetivo apenas complementar, 
secund‡rio. ƒ claro, ao realizar a fiscaliza‹o aduaneira, a RFB tambŽm 
verificar‡ se os tributos foram corretamente recolhidos. 
 A RFB desempenha suas atividades de controle aduaneiro, 
essencialmente, na circula‹o transfronteiria de mercadorias e 
ve’culos. No entanto, o controle aduaneiro tambŽm poder‡ ser exercido 
a posteriori.9 Destaque-se, todavia, que, mesmo quando o controle 
aduaneiro Ž exercido a posteriori, seu foco ser‹o os desdobramentos da 
opera‹o de circula‹o transfronteiria. Isso quer dizer que uma 
fiscaliza‹o aduaneira poder‡ acontecer depois que a mercadoria 
ingressar no pa’s, mas seu objeto ser‡ justamente analisar se houve 
qualquer irregularidade naquela entrada. Os principais documentos do 
controle aduaneiro s‹o a Declara‹o de Importa‹o (DI) e a 
Declara‹o de Exporta‹o (DE). 
3) Controle Cambial: Uma das peculiaridades mais marcantes do 
comŽrcio internacional Ž que, em virtude de compradores e vendedores 
estarem localizados em pa’ses diferentes, as opera›es de compra e 
venda envolvem variadas moedas. Imaginemos, por exemplo, um 
exportador brasileiro que venda seus produtos a um comprador nos EUA. 
ƒ natural, nessa situa‹o, que o exportador brasileiro queira receber o 
pagamento em reais e, por sua vez, o importador nos EUA tenha d—lares 
para fazer o pagamento. 
A’ Ž que surge a pergunta: como viabilizar esse pagamento 
internacional? 
 
8
 Est‡ em fase de testes a Declara‹o ònica de Exporta‹o (DU-E), que ir‡ substituir a 
DE e o RE. 
9 O controle aduaneiro a posteriori s‹o as atividades de fiscaliza‹o aduaneira depois 
que a mercadoria entrou no pa’s. S‹o as chamadas opera›es de Òzona secund‡riaÓ. 
Mais ˆ frente entenderemos o que significa o termo Òzona secund‡riaÓ. 
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Simples. O pagamento internacional ser‡ viabilizado por meio de uma 
opera‹o cambial. O importador americano ir‡ comprar reais, com os 
quais ir‡ pagar o exportador brasileiro. Percebe-se que, nesse caso, ser‡ 
celebrado um contrato de c‰mbio, assim chamado o documento que 
formaliza a compra e venda de moeda estrangeira. 
O controle cambial busca justamente verificar os pagamentos 
internacionais e a circula‹o de divisas entre os pa’ses. No Brasil, tal 
controle compete ao BACEN10, embora, ˆ medida que o tempo passa, ele 
esteja sendo cada vez mais transferido para a RFB. 
Vamos, agora, a um exemplo, que vai nos ajudar a entender melhor como 
funciona o comŽrcio exterior brasileiro! ƒ s— uma vis‹o geral!  Vamos 
entender tudo com muito maior profundidade ao longo do nosso curso! 
EXEMPLO 
Eu, Ricardo Vale, decidi montar uma empresa para operar no comŽrcio 
exterior. Seu nome ser‡ EstratŽgia Importa›es e Exporta›es LTDA. 
Bem, se eu quero comear a importar / exportar, o que eu precisarei, em 
primeiro lugar? 
Antes de qualquer coisa, eu preciso providenciar minha habilita‹o para 
operar no SISCOMEX junto ˆ Receita Federal. O procedimento de habilita‹o 
na RFB est‡, atualmente, regulamentado pela IN SRF n¼ 1.603/2015. 
Agora eu tenho que achar um fornecedor estrangeiro. Se eu for um cara 
ÒsafoÓ, vou procurar na China. L‡ s— tem coisa barata! D‡ pra lucrar bastante! 
Suponha, ent‹o, que achei um fornecedor de kimonos na China! Sempre 
gostei de lutar jud™ e jiu-jitsu mesmo!  Inicio as negocia›es com o chins e 
decido importar. 
Antes de embarcar a mercadoria no exterior, tenho que me fazer a seguinte 
pergunta: essa mercadoria est‡ sujeita ao controle administrativo? 
Se estiver, precisarei pedir uma autoriza‹o ao governo, mais especificamente 
a um —rg‹o anuente. Vou registrar uma Licena de Importa‹o (LI). 
Destaque-se que a maior parte das importa›es brasileiras est‡ dispensada de 
licenciamento. 
Pronto! O governo deferiu minha licena de importa‹o! Significa que eu 
posso embarcar a mercadoria e traz-la para o Brasil, apresentando-a ˆ RFB). 
A mercadoria chegou no pa’s! Eu, como pessoa id™nea e j‡ previamente 
 
10 BACEN (Banco Central do Brasil) 
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habilitada no SISCOMEX, acesso nosso querido ÒsistemaÓ e registro uma 
Declara‹o de Importa‹o (DI). Tem in’cio o despacho aduaneiro! ƒ a fase 
do controle aduaneiro! 
ƒ hora de eu, importador, me virar com a RFB! Nossa, vou comear a torcer 
para minha mercadoria estar com a classifica‹o fiscal correta!  
Ah, no meio dessa guerra toda, eu tive que fazer um pagamento 
internacional... Divisas sa’ram do Brasil e foram para o exterior. O BACEN Ž 
quem controla (controle cambial) 
 
3-Considera›es sobre a Legisla‹o Aduaneira: 
Ao comearmos o estudo da legisla‹o aduaneira, cumpre-nos apresentar o 
conceito de Direito Aduaneiro. Para Rosaldo Trevisan, o Direito Aduaneiro Ž 
Òramo aut™nomo do direito integrado por um conjunto de proposi›es 
jur’dico-normativas que disciplinam as rela›es entre a Aduana e os 
intervenientes nas opera›es de comŽrcio exterior, estabelecendo os 
direitos e as obriga›es de cada um, e as restri›es tarif‡rias e n‹o-tarif‡rias11 
nas importa›es e exporta›es.Ó 12 
De forma mais simples, o Direito Aduaneiro seria um conjuntode princ’pios e 
normas que disciplinam a interven‹o governamental sobre o comŽrcio 
exterior. Destaque-se, conforme vimos na defini‹o de Trevisan, que o direito 
aduaneiro Ž dotado de autonomia, n‹o se confundindo, portanto, com o 
direito tribut‡rio. 
A autonomia do direito aduaneiro Ž tese que se ap—ia: 
i) na existncia de princ’pios e institutos espec’ficos. Um princ’pio 
fundamental do direito aduaneiro Ž o da universalidade do controle 
aduaneiro13, que alcana todos os bens, ve’culos e pessoas. Por sua 
vez, s‹o institutos espec’ficos do direito aduaneiro as medidas de defesa 
comercial (direitos antidumping e direitos compensat—rios), os regimes 
aduaneiros especiais e aplicados em ‡reas especiais. 
ii) na existncia de um complexo de rela›es jur’dicas decorrentes 
das rela›es de comŽrcio internacional. S‹o v‡rios os intervenientes no 
 
11 H‡ dois tipos de barreiras comerciais: as barreiras tarif‡rias (imposto de 
importa‹o) e as barreiras n‹o-tarif‡rias (regulamentos tŽcnicos, medidas sanit‡rias e 
fitossanit‡rias, licenas de importa‹o, etc). 
12
 TREVISAN, Rosaldo. Direito Aduaneiro e Direito Tribut‡rio-Distin›es B‡sicas. 
In: Temas Atuais de Direito Aduaneiro, S‹o Paulo: Lex Editora, 2008, pp. 
13 Uma exce‹o ˆ universalidade do controle aduaneiro s‹o as malas diplom‡ticas e 
malas consulares, protegidas pela Conven‹o de Viena de 1961 e 1963. 
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comŽrcio exterior: exportadores, importadores, transportadores, —rg‹os 
governamentais. 
iii) no dinamismo das rela›es comerciais internacionais. O 
crescimento do comŽrcio internacional, a forma‹o de blocos regionais e 
a existncia de atores transnacionais tornam muito din‰micas as 
rela›es comerciais internacionais. 
iv) na necessidade de controle governamental sobre o comŽrcio 
exterior. O comŽrcio exterior tem marcante influncia na atividade 
econ™mica. A depender da atua‹o do governo, a indœstria nacional pode 
ser ou n‹o estimulada. 
v) o direito aduaneiro vai muito alŽm do viŽs tribut‡rio, aplicando-
se tambŽm ˆs atividades de controle e fiscaliza‹o do comŽrcio 
exterior.14 Destaque-se que a arrecada‹o tribut‡ria no comŽrcio exterior 
Ž incidental, de natureza extrafiscal. 
vi) prevalncia dos tratados internacionais. Esse princ’pio decorre 
da interpreta‹o que parte da doutrina faz acerca do art. 98 do CTN, 
segundo o qual Òos tratados e as conven›es internacionais 
revogam ou modificam a legisla‹o tribut‡ria interna, e ser‹o observados 
pela que lhes sobrevenhaÓ. 
E quem legisla sobre direito aduaneiro no Brasil? 
A CF/88 n‹o trata expressamente sobre a competncia para legislar sobre 
direito aduaneiro. No entanto, segundo o art. 22, inciso VIII, da CF/88, 
compete privativamente ˆ Uni‹o legislar sobre o comŽrcio exterior. Em 
decorrncia disso, deve-se admitir que a Uni‹o tem competncia privativa para 
legislar sobre direito aduaneiro. 
A legisla‹o aduaneira no Brasil Ž bastante esparsa. S‹o v‡rias as leis, 
decretos, portarias e instru›es normativas versando sobre o comŽrcio exterior 
em sua vertente aduaneira. Entretanto, na sua essncia, pode-se dizer que a 
legisla‹o aduaneira est‡ prevista no Decreto n¼ 6759/2009. 
O Regulamento Aduaneiro (Decreto n¼ 6759/2009) Ž uma norma infralegal, 
isto Ž, n‹o se constitui norma prim‡ria15. Ao contr‡rio, ele reproduz diversos 
dispositivos de leis esparsas, consolidando em um s— documento os pontos 
centrais da legisla‹o aduaneira. Trata-se de verdadeiro roteiro em matŽria 
aduaneira para exportadores, importadores, —rg‹os anuentes e —rg‹os 
 
14
 TREVISAN, Rosaldo. Direito Aduaneiro e Direito Tribut‡rio-Distin›es B‡sicas. 
In: Temas Atuais de Direito Aduaneiro, S‹o Paulo: Lex Editora, 2008, pp. 39. 
15 Normas prim‡rias s‹o as leis ordin‡rias, leis complementares, leis delegadas, 
medidas provis—rias, decretos legislativos e decretos aut™nomos. O decreto executivo 
apenas regulamenta uma lei, sendo, portanto, norma secund‡ria. 
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gestores do SISCOMEX. Como se pode perceber, a cria‹o de um Regulamento 
Aduaneiro representa a tentativa de codificar a esparsa legisla‹o aduaneira 
brasileira. Enfatize-se, mais uma vez, que a legisla‹o aduaneira n‹o se 
esgota nesse diploma normativo, estando prevista em diversas outras 
normas infralegais, como Ž o caso das inœmeras instru›es normativas da RFB. 
Em nosso curso, travaremos contato o tempo todo com o Regulamento 
Aduaneiro. ƒ bom que voc faa o download do Decreto n¼ 6759/2009 e o 
tenha o tempo todo ao lado! Muitas vezes, tambŽm faremos remiss‹o a 
Instru›es Normativas da RFB. Para facilitar a vida de vocs, segue o link do 
Decreto n¼ 6759/2009: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Decreto/D6759.htm 
 
4- Jurisdi‹o Aduaneira: 
4.1- Territ—rio Aduaneiro: 
Precisamos, inicialmente, fazer uma breve explana‹o sobre o conceito de 
jurisdi‹o! Afinal, o que significa jurisdi‹o aduaneira? 
Jurisdi‹o aduaneira Ž o poder que detŽm a autoridade aduaneira para 
submeter ˆ sua fiscaliza‹o e controle todas as opera›es de comŽrcio 
exterior, ainda que ap—s a entrada dos bens no pa’s. Em outras palavras, a 
jurisdi‹o aduaneira Ž a autoridade conferida ˆ Receita Federal do Brasil (RFB) 
para exercer a fiscaliza‹o e o controle sobre o comŽrcio exterior, o que reflete 
o comando constitucional do art. 237 da CF/88. 
Art. 237. A fiscaliza‹o e o controle sobre o comŽrcio exterior, 
essenciais ˆ defesa dos interesses fazend‡rios nacionais, ser‹o exercidos 
pelo MinistŽrio da Fazenda. 
Nos termos do art. 3¼ do Decreto n¼ 6759/2009, a jurisdi‹o dos servios 
aduaneiros estende-se por todo o territ—rio aduaneiro, que, por sua vez, 
compreende todo o territ—rio nacional. Assim, n‹o h‡ nenhum local do 
territ—rio nacional que esteja imune ˆ fiscaliza‹o aduaneira. Destaque-
se que o territ—rio aduaneiro pode ser dividido em zona prim‡ria e zona 
secund‡ria, as quais, somadas, formam o territ—rio nacional. 
A zona prim‡ria compreende os locais por onde entram e saem as 
mercadorias, pessoas e ve’culos do territ—rio nacional. Dessa forma, integram 
a zona prim‡ria as seguintes ‡reas demarcadas pela autoridade aduaneira 
local: 
- a ‡rea terrestre ou aqu‡tica, cont’nua ou descont’nua, nos portos 
alfandegados; 
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- a ‡rea terrestre, nos aeroportos alfandegados; e 
- a ‡rea terrestre, que compreende os pontos de fronteira alfandegados; 
TambŽm s‹o consideradas como zona prim‡ria, para fins de controle 
aduaneiro, as zonas de processamento de exporta›es. As zonas de 
processamento de exporta›es s‹o uma espŽcie de regime aduaneiro aplicado 
em ‡reas especiais, sobre o qual estudaremos mais ˆ frente. Em r‡pida 
s’ntese, trata-se de ‡reas que recebem benef’cios fiscais, por meio dos quais o 
governo busca promover o desenvolvimento de regi›es menos favorecidas do 
pa’s. 
 
Embora, para fins de controle aduaneiro, as ZPEÕs 
sejam consideradas zona prim‡ria, elas s‹o zona 
secund‡ria. Exemplos de quest›es: 
1) Para fins de controle aduaneiro, as ZPEÕs s‹o 
consideradaszona prim‡ria. CERTO. 
2) As ZPEÕs fazem parte da zona prim‡ria. ERRADA. 
Como se pode perceber, para que seja considerada zona prim‡ria, a ‡rea 
dever‡ ser demarcada pela autoridade aduaneira. Na demarca‹o da 
zona prim‡ria, dever‡ ser ouvido o —rg‹o ou empresa a que esteja afeta a 
administra‹o do local a ser alfandegado. Destaque-se que a autoridade 
aduaneira poder‡ exigir que a zona prim‡ria, ou parte dela, seja protegida 
por obst‡culos que impeam o acesso indiscriminado de ve’culos, pessoas ou 
animais. A autoridade aduaneira poder‡ estabelecer, em locais e recintos 
alfandegados, restri›es ˆ entrada de pessoas que ali n‹o exeram atividades 
profissionais, e a ve’culos n‹o utilizados em servio. 
A zona secund‡ria, por sua vez, compreende o restante do territ—rio 
nacional, inclusive o espao aŽreo e as ‡guas territoriais. 
Agora vem uma pergunta: existe a possibilidade de que a jurisdi‹o dos 
servios aduaneiros se estenda para alŽm do territ—rio nacional? 
Segundo o art. 3¼, ¤ 5¼, do Decreto n¼ 6759/2009, a jurisdi‹o dos servios 
aduaneiros estende-se ainda ˆs çreas de Controle Integrado criadas em 
regi›es lim’trofes dos pa’ses integrantes do MERCOSUL com o Brasil. As çreas 
de Controle Integrado foram criadas com o objetivo de promover a facilita‹o 
de comŽrcio (reduzir os entraves burocr‡ticos ao comŽrcio exterior) entre os 
pa’ses do MERCOSUL.16 Consistem em parte do territ—rio do pa’s sede, 
incluindo as instala›es, onde se realiza o controle integrado por parte 
de funcion‡rios de ambos os pa’ses. Suponha, por exemplo, uma çrea de 
 
16
  A Bol’via, embora n‹o seja membro efetivo do MERCOSUL, possui uma çrea de 
Controle Integrado com o Brasil. 
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Controle Integrado entre Brasil e Argentina. Nessa ‡rea, o controle aduaneiro 
ser‡ realizado por funcion‡rios dos dois pa’ses. E destaque-se: mesmo que ela 
esteja no territ—rio argentino (do lado de l‡ da fronteira!), o Brasil tambŽm 
ter‡ jurisdi‹o sobre tal ‡rea. 
Percebe-se que, com a cria‹o das çreas de Controle Integrado, h‡ uma 
extens‹o do territ—rio aduaneiro. Chamamos a aten‹o, ent‹o, para dois 
conceitos importantes, mas pouco explorados: enclave aduaneiro e exclave 
aduaneiro. Enclave aduaneiro seria uma ‡rea em territ—rio de outro Estado 
em que se permite a aplica‹o da legisla‹o estrangeira nacional. Como 
exemplo, suponha que, em certa ‡rea da Frana, seja permitida a aplica‹o da 
legisla‹o aduaneira brasileira. Exclave aduaneiro, por sua vez, seria uma 
‡rea em territ—rio nacional na qual Ž permitida a aplica‹o da legisla‹o 
aduaneira estrangeira. Seria o caso, por exemplo, de aplica‹o da legisla‹o 
da Frana em territ—rio brasileiro. 
Os dois conceitos (enclave aduaneiro e exclave aduaneiro) est‹o expressos no 
C—digo Aduaneiro do MERCOSUL, o qual todavia, ainda n‹o est‡ em vigor. 17 
- Enclave aduaneiro: a parte do territ—rio de um Estado n‹o integrante 
do MERCOSUL na qual se permite a aplica‹o da legisla‹o aduaneira do 
MERCOSUL, nos termos do acordo internacional que assim o estabelea. 
- Exclave aduaneiro: a parte do territ—rio de um Estado-Parte do 
MERCOSUL na qual se permite a aplica‹o da legisla‹o aduaneira de um 
terceiro Estado, nos termos do acordo internacional que assim o 
estabelea. 
 
Na prova discursiva de AFRFB 2014, a ESAF cobrou uma 
quest‹o muito interessante. O questionamento era o seguinte: 
Ž poss’vel a atua‹o do Auditor-Fiscal RFB alŽm da linha 
de fronteira terrestre do Brasil? 
A resposta Ž positiva. 
O Auditor-Fiscal RFB poder‡, sim, atuar alŽm da linha de 
fronteira terrestre do Brasil. Isso ser‡ poss’vel em virtude da 
existncia das çreas de Controle Integrado. Diz-se, ent‹o, 
que Ž poss’vel a atua‹o extraterritorial do Auditor-Fiscal 
RFB. 
O MERCOSUL, como se sabe, ambiciona instituir, no futuro, um mercado 
comum18. Todavia, no momento, constitui apenas uma uni‹o aduaneira 
 
17 Embora o C—digo Aduaneiro do MERCOSUL n‹o esteja em vigor, as defini›es de 
enclave aduaneiro e exclave aduaneiro nele previstas s‹o as melhores que 
encontramos. Para entendermos o que significam essas express›es, Ž interessante 
conhecermos as defini›es do C—digo Aduaneiro do MERCOSUL. 
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imperfeita19. Para que tenhamos uma uni‹o aduaneira ideal (perfeita) seria 
necess‡rio que tivŽssemos um territ—rio aduaneiro œnico entre os seus 
integrantes, ou seja, que as tarifas e demais regulamenta›es restritivas ao 
comŽrcio com rela‹o a terceiros pa’ses fossem essencialmente as mesmas20. 
Assim ter’amos uma verdadeira pol’tica comercial comum em rela‹o a 
terceiros pa’ses. Destaque-se que o C—digo Aduaneiro do MERCOSUL Ž um 
passo nessa dire‹o, usando o termo Òterrit—rio aduaneiro do MERCOSULÓ 
para se referir ao territ—rio no qual se aplica a legisla‹o aduaneira comum do 
MERCOSUL. 
Vamos esquematizar conceitos importantes! 
 
O controle fiscal sobre a entrada de bens no pa’s se manifesta, ainda, na 
existncia das chamadas zonas de vigil‰ncia aduaneira. As zonas de 
vigil‰ncia aduaneira s‹o ‡reas demarcadas por ato do Ministro da Fazenda, na 
orla mar’tima ou na faixa de fronteira, em que a permanncia de 
mercadorias ou sua circula‹o e a de ve’culos, pessoas e animais ficam 
sujeitas a exigncias fiscais, proibi›es e restri›es especiais. O objetivo das 
zonas de vigil‰ncia aduaneira Ž, justamente, estabelecer um controle mais 
cerrado sobre ‡reas prop’cias ˆ realiza‹o de opera›es clandestinas. Trata-se 
de ‡reas que, em virtude de sua proximidade da fronteira, dos portos ou 
dos aeroportos internacionais, precisam se sujeitar a disposi›es especiais 
de controle. Destaque-se que as zonas de vigil‰ncia aduaneira s‹o ‡reas de 
zona secund‡ria. 
 
18 Mercado comum Ž um est‡gio de integra‹o regional em que h‡ livre circula‹o 
de mercadorias e servios, pol’tica comercial comum em rela‹o a terceiros pa’ses e 
livre circula‹o dos fatores de produ‹o. 
19 Uni‹o aduaneira Ž um est‡gio de integra‹o regional em que h‡ livre circula‹o 
de mercadorias e servios e pol’tica comercial comum em rela‹o a terceiros pa’ses. 
Trata-se de est‡gio de integra‹o menos avanado que o mercado comum. 
20
 Esse conceito de uni‹o aduaneira est‡ prevista no art. XXIV do GATT. 
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Art. 4o O Ministro de Estado da Fazenda poder‡ demarcar, na orla 
mar’tima ou na faixa de fronteira, zonas de vigil‰ncia aduaneira, 
nas quais a permanncia de mercadorias ou a sua circula‹o e a de 
ve’culos, pessoas ou animais ficar‹o sujeitas ˆs exigncias fiscais, 
proibi›es e restri›es que forem estabelecidas. 
¤ 1o O ato que demarcar a zona de vigil‰ncia aduaneira poder‡: 
I - ser geral em rela‹o ˆ orla mar’tima ou ˆ faixa de fronteira, ou 
espec’fico em rela‹o a determinados segmentos delas; 
II - estabelecer medidas espec’ficas para determinado local; e 
III - ter vigncia tempor‡ria. 
¤ 2o Na orla mar’tima,a demarca‹o da zona de vigil‰ncia aduaneira 
levar‡ em conta, alŽm de outras circunst‰ncias de interesse fiscal, a 
existncia de portos ou ancoradouros naturais, prop’cios ˆ realiza‹o 
de opera›es clandestinas de carga e descarga de mercadorias. 
¤ 3o Compreende-se na zona de vigil‰ncia aduaneira a totalidade do 
Munic’pio atravessado pela linha de demarca‹o, ainda que parte dele 
fique fora da ‡rea demarcada. 
Vejamos como isso j‡ foi cobrado em concursos anteriores! 
 
1. (ATRFB/2012) O territ—rio aduaneiro compreende todo o territ—rio 
nacional. 
Coment‡rios: 
Segundo o art. 2¼, do R/A, o territ—rio aduaneiro compreende todo o territ—rio 
nacional. Quest‹o correta. 
2. (AFRFB/2012) A jurisdi‹o dos servios aduaneiros estende-se ˆs 
çreas de Controle Integrado criadas em regi›es lim’trofes dos pa’ses 
integrantes do MERCOSUL com o Brasil. 
Coment‡rios: 
Segundo o art. 3¼, ¤ 5¼, do R/A, a jurisdi‹o dos servios aduaneiros estende-
se ainda ˆs çreas de Controle Integrado criadas em regi›es lim’trofes dos 
pa’ses integrantes do Mercosul com o Brasil. Quest‹o correta. 
3. (AFRFB/2012) Poder‹o ser demarcadas, na orla mar’tima e na faixa de 
fronteira, Zonas de Vigil‰ncia Aduaneira. 
Coment‡rios: 
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De acordo com o art. 4¼, do R/A, o Ministro da Fazenda poder‡ demarcar, na 
orla mar’tima ou na faixa de fronteira, zonas de vigil‰ncia aduaneira, nas 
quais a permanncia de mercadorias ou a sua circula‹o e a de ve’culos, 
pessoas ou animais ficar‹o sujeitas ˆs exigncias fiscais, proibi›es e 
restri›es que forem estabelecidas. Quest‹o correta. 
4. (ATRFB/2012) Compreende-se na Zona de Vigil‰ncia Aduaneira a 
totalidade do Estado atravessado pela linha de demarca‹o, ainda que parte 
dele fique fora da ‡rea demarcada. 
Coment‡rios: 
De acordo com o art. 4¼, ¤ 3o, do R/A, compreende-se na zona de vigil‰ncia 
aduaneira a totalidade do Munic’pio atravessado pela linha de demarca‹o, 
ainda que parte dele fique fora da ‡rea demarcada. Quest‹o errada. 
5. (AFRFB/2012) Para efeito de controle aduaneiro, segundo a Lei n. 
11.508, de 20 de julho de 2007, as Zonas de Processamento de Exporta‹o 
constituem zona secund‡ria. 
Coment‡rios: 
Para fins de controle aduaneiro, as Zonas de Processamento de Exporta›es 
s‹o consideradas zona prim‡ria. Quest‹o errada. 
6. (Quest‹o InŽdita) As zonas de vigil‰ncia aduaneira s‹o consideradas 
zona prim‡ria, sendo nelas estabelecidas restri›es especiais ˆ circula‹o de 
ve’culos, pessoas e animais. 
Coment‡rios: 
As zonas de vigil‰ncia aduaneira fazem parte da zona secund‡ria. Quest‹o 
errada. 
7. (Quest‹o InŽdita) As ‡guas territoriais e o espao aŽreo s‹o parte da 
zona prim‡ria. 
Coment‡rios: 
As ‡guas territoriais e o espao aŽreo integram a zona secund‡ria. Quest‹o 
errada. 
 
4.2- Alfandegamento / Portos, Aeroportos e Pontos de Fronteira 
Alfandegados: 
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O controle da entrada de mercadorias, ve’culos e pessoas no territ—rio 
aduaneiro ocorrer‡ nos portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados. 
Esses locais s‹o alfandegados por meio de ato declarat—rio da 
autoridade aduaneira competente, a fim de que neles possam, sob controle 
aduaneiro: 
 - estacionar ou transitar ve’culos procedentes do exterior ou a ele 
destinados (controle aduaneiro de ve’culos) 
 - ser efetuadas opera›es de carga, descarga, armazenagem ou 
passagem de mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas 
(controle aduaneiro de mercadorias) e; 
 - embarcar, desembarcar ou transitar viajantes procedentes do 
exterior ou a ele destinados. (controle aduaneiro de pessoas). 
Em outras palavras, somente ap—s o alfandegamento torna-se poss’vel a 
entrada de mercadorias, pessoas e ve’culos por um porto, aeroporto ou ponto 
de fronteira. Assim, n‹o Ž l’cito que uma mercadoria, pessoa ou ve’culo 
provenientes do exterior adentrem o territ—rio nacional sem passar por um 
porto, aeroporto ou ponto de fronteira alfandegado. Com efeito, pode-se 
entender alfandegamento como a pr—pria autoriza‹o da RFB para que 
em determinadas ‡reas, seja poss’vel a entrada e sa’da do pa’s de 
mercadorias, pessoas e ve’culos. 
Esse Ž exatamente o entendimento do art. 8¼ do Regulamento Aduaneiro, que 
disp›e que somente nos portos, aeroportos e pontos de fronteira 
alfandegados poder‡ efetuar-se a entrada ou a sa’da de mercadorias 
procedentes do exterior ou a ele destinadas. H‡, entretanto, duas 
exce›es: 
a) Importa‹o e exporta‹o de mercadorias conduzidas por linhas de 
transmiss‹o ou por dutos ligados ao exterior. Seria o caso, por exemplo, 
da exporta‹o ou importa‹o de g‡s natural ou energia elŽtrica. 
b) Outros casos estabelecidos em ato normativo da Secretaria da 
Receita Federal do Brasil. A RFB Ž, portanto, autorizada a estabelecer 
outras exce›es por meio de ato normativo infralegal. 
O alfandegamento de portos, aeroportos ou pontos de fronteira ser‡ precedido 
da respectiva habilita‹o ao tr‡fego internacional pelas autoridades 
competentes em matŽria de transporte. H‡, ainda, certos requisitos para 
que se possa proceder ao alfandegamento, conforme previs‹o do art. 13 
do Regulamento Aduaneiro21: 
 
21 Essas regras s‹o v‡lidas, no que couber, para o alfandegamento de recintos em 
zona prim‡ria e em zona secund‡ria. 
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Art. 13. O alfandegamento de portos, aeroportos e pontos de 
fronteira somente poder‡ ser efetivado: 
I - depois de atendidas as condi›es de instala‹o do —rg‹o de 
fiscaliza‹o aduaneira e de infra-estrutura indispens‡vel ˆ segurana 
fiscal; 
II - se atestada a regularidade fiscal do interessado; 
III - se houver disponibilidade de recursos humanos e materiais; e 
IV - se o interessado assumir a condi‹o de fiel deposit‡rio da 
mercadoria sob sua guarda. 
O alfandegamento poder‡ abranger a totalidade ou parte da ‡rea dos 
portos e aeroportos. Com efeito, n‹o h‡ necessidade de se alfandegar todo o 
porto/aeroporto, mas apenas as ‡reas em que h‡ entrada e sa’da de pessoas e 
mercadorias de/para o exterior. 
ƒ competncia da Receita Federal do Brasil definir requisitos tŽcnicos e 
operacionais para o alfandegamento de locais e recintos. A pessoa jur’dica 
respons‡vel pela administra‹o do local ou recinto alfandegado fica, ent‹o, 
obrigada a observar esses requisitos definidos pela RFB. 
Na defini‹o dos requisitos tŽcnicos e operacionais, a Receita Federal dever‡ 
obedecer a certas regras m’nimas, as quais est‹o definidas nos diversos 
incisos do ¤ 1¼, do art. 13-A. 
Art. 13-A. Compete ˆ Secretaria da Receita Federal do Brasil 
definir os requisitos tŽcnicos e operacionais para o 
alfandegamento dos locais e recintos onde ocorram, sob controle 
aduaneiro, movimenta‹o, armazenagem e despacho aduaneiro 
de mercadorias procedentes do exterior, ou a ele destinadas, 
inclusive sob regime aduaneiro especial, bagagem de viajantes 
procedentes do exterior, ou a ele destinados, e remessas postais 
internacionais 
¤ 1¼ Na defini‹o dos requisitos tŽcnicos e operacionais de que 
trata o caput, a Secretaria da Receita Federal do Brasil dever‡ 
estabelecer:I - segrega‹o e prote‹o f’sica da ‡rea do local ou recinto, 
inclusive entre as ‡reas de armazenagem de mercadorias ou 
bens para exporta‹o, para importa‹o ou para regime 
aduaneiro especial; 
II - disponibiliza‹o de edif’cios e instala›es, aparelhos de 
inform‡tica, mobili‡rio e materiais para o exerc’cio de suas 
atividades e, quando necess‡rio, de outros —rg‹os ou agncias 
da administra‹o pœblica federal; 
III - disponibiliza‹o e manuten‹o de balanas e outros 
instrumentos necess‡rios ˆ fiscaliza‹o e ao controle 
aduaneiros; 
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IV - disponibiliza‹o e manuten‹o de instrumentos e aparelhos 
de inspe‹o n‹o invasiva de cargas e ve’culos, como os 
aparelhos de raios X ou gama; 
V - disponibiliza‹o de edif’cios e instala›es, equipamentos, 
instrumentos e aparelhos especiais para a verifica‹o de 
mercadorias frigorificadas, apresentadas em tanques ou 
recipientes que n‹o devam ser abertos durante o transporte, 
produtos qu’micos, t—xicos e outras mercadorias que exijam 
cuidados especiais para seu transporte, manipula‹o ou 
armazenagem; e 
VI - disponibiliza‹o de sistemas, com acesso remoto pela 
fiscaliza‹o aduaneira, para: 
a) vigil‰ncia eletr™nica do recinto; e 
b) registro e controle: 
1. de acesso de pessoas e ve’culos; e 
2. das opera›es realizadas com mercadorias, inclusive seus 
estoques. 
¤ 2¼ A utiliza‹o dos sistemas referidos no inciso VI do ¤ 
1¼ dever‡ ser supervisionada por Auditor-Fiscal da Receita 
Federal do Brasil e acompanhada por ele por ocasi‹o da 
realiza‹o da conferncia aduaneira 
¤ 3¼ A Secretaria da Receita Federal do Brasil poder‡ dispensar 
a implementa‹o de requisito previsto no ¤ 1¼, considerando as 
caracter’sticas espec’ficas do local ou recinto. 
Veja s— que interessante... 
Para que um recinto seja alfandegado, dever‹o ser disponibilizadas 
instala›es para o exerc’cio das atividades da RFB e, quando necess‡rio, 
de outros —rg‹os da administra‹o pœblica federal. TambŽm devem ser 
disponibilizadas balanas e outros instrumentos necess‡rios ˆ fiscaliza‹o e 
ao controle aduaneiro. AlŽm disso, devem ser disponibilizados instrumentos e 
aparelhos de inspe‹o n‹o-invasiva (raios X ou gama, para que se possa 
inspecionar as cargas). Outra exigncia Ž a disponibiliza‹o de sistemas para 
vigil‰ncia eletr™nica e para registro e controle de acesso de pessoas e 
ve’culos e de opera›es realizadas com mercadorias. 
O art. 13-A disp›e, ainda, que a RFB dever‡ estabelecer como requisito Òa 
segrega‹o e prote‹o f’sica da ‡rea do local ou do recinto, inclusive 
entre as ‡reas de armazenagem de mercadorias ou bens para exporta‹o, 
para importa‹o ou para regime aduaneiro especialÓ. O recinto alfandegado 
dever‡ estar separado (segregado) de ‡reas n‹o-alfandegadas para que se 
evite confus‹o entre as cargas. Trata-se de medida importante de controle 
aduaneiro, que busca evitar fraudes. Mesmo dentro do recinto alfandegado, 
dever‡ existir uma ‡rea espec’fica para mercadorias importadas, outra ‡rea 
para mercadorias exportadas e outra para mercadorias submetidas a regimes 
aduaneiros especiais. 
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... 
Nas cidades fronteirias, poder‹o ser alfandegados pontos de fronteira para 
o tr‡fego local e exclusivo de ve’culos matriculados nessas 
cidades. Trata-se de medida destinada a facilitar a circula‹o entre cidades 
lim’trofes. ƒ muito comum, nesses locais, que indiv’duos morem de um lado da 
fronteira e trabalhem do outro. Justamente em raz‹o disso, as autoridades 
aduaneiras locais com jurisdi‹o sobre as cidades fronteirias poder‹o instituir, 
no interesse do controle aduaneiro, cadastros de pessoas que 
habitualmente cruzam a fronteira. 
 
4.2.1- Recintos Alfandegados: 
H‡ recintos alfandegados na zona prim‡ria e na zona secund‡ria. O 
alfandegamento Ž condi‹o sine qua non para que possam ocorrer, no referido 
recinto, sob controle aduaneiro, opera›es de movimenta‹o, armazenagem e 
despacho aduaneiro de mercadorias, bagagem de viajantes e remessas postais 
internacionais. TambŽm poder‹o ser alfandegados, em zona prim‡ria, 
recintos destinados ˆ instala‹o de lojas francas (os conhecidos Òfree-
shopsÓ) 
Os recintos alfandegados instalados fora da zona prim‡ria de portos e 
aeroportos alfandegados s‹o os chamados portos secos, denomina‹o 
essa que se refere a todos os tipos de terminais, ˆ exce‹o dos aeroportu‡rios 
e portu‡rios. Na defini‹o do art. 11 do Regulamento Aduaneiro, portos secos 
s‹o recintos alfandegados de uso pœblico nos quais s‹o executadas opera›es 
de movimenta‹o, armazenagem e despacho aduaneiro de mercadorias e de 
bagagem, sob controle aduaneiro. Eles poder‹o ser autorizados a operar com 
cargas de importa‹o, exporta‹o ou ambas, tendo em vista as 
necessidades e condi›es locais. 
A existncia dos portos secos facilita muito a log’stica das opera›es de 
comŽrcio exterior. Imagine que voc seja o propriet‡rio de uma empresa 
situada em Feira de Santana-BA. E a’ voc est‡ importando mercadorias que 
entram no territ—rio aduaneiro pelo Porto de Salvador. Nessa situa‹o, voc 
concorda comigo que seria mais interessante realizar o despacho aduaneiro de 
importa‹o em Feira de Santana ao invŽs de realiz‡-lo em Salvador? Se o 
despacho fosse realizado em Salvador, haveria necessidade de que voc ou 
algum de seus funcion‡rios se deslocassem atŽ aquela cidade para 
acompanhar os procedimentos. Com o despacho ocorrendo em Feira de 
Santana, as coisas ficam bem mais f‡ceis... 
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Os portos secos n‹o podem ser instalados na zona 
prim‡ria de portos e aeroportos alfandegados. 
Mas eles podem ser instalados em zona prim‡ria? 
Sim, eles podem ser instalados em ponto de 
fronteira alfandegado. S‹o os chamados portos 
secos de fronteira. 
 
 
8. (AFRFB/2012) Os portos secos n‹o poder‹o ser instalados na zona 
prim‡ria de portos e aeroportos alfandegados. 
Coment‡rios: 
Segundo o art. 11, ¤ 1o, do R/A, os portos secos n‹o poder‹o ser instalados na 
zona prim‡ria de portos e aeroportos alfandegados. Quest‹o correta 
9. (ATRFB/2012) Portos secos s‹o recintos alfandegados de uso pœblico 
nos quais s‹o executadas opera›es de movimenta‹o, armazenagem e 
despacho aduaneiro de mercadorias e de bagagem, sob controle aduaneiro. 
Coment‡rios: 
Exatamente o que prev o art. 11, do R/A. Portos secos s‹o recintos 
alfandegados de uso pœblico nos quais s‹o executadas opera›es de 
movimenta‹o, armazenagem e despacho aduaneiro de mercadorias e de 
bagagem, sob controle aduaneiro. Quest‹o correta. 
10. (ATRFB/2012) Com exce‹o da importa‹o e exporta‹o de 
mercadorias conduzidas por linhas de transmiss‹o ou por dutos, ligados ao 
exterior, observadas as regras de controle estabelecidas pela Secretaria da 
Receita Federal do Brasil, somente nos portos, aeroportos e pontos de fronteira 
alfandegados poder‡ efetuar-se a entrada ou a sa’da de mercadorias 
procedentes do exterior ou a ele destinadas. 
Coment‡rios: 
O art. 8¼, do R/A, estabelece que somente nos portos, aeroportos e pontos de 
fronteira alfandegados poder‡ efetuar-se a entrada ou a sa’da de mercadorias 
procedentes do exterior ou a ele destinadas. Excepcionamessa regra a 
importa‹o e exporta‹o de mercadorias conduzidas por linhas de transmiss‹o 
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ou por dutos, ligados ao exterior, observadas as regras de controle 
estabelecidas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. Quest‹o correta. 
11. (Quest‹o InŽdita) O alfandegamento de portos, aeroportos e pontos 
de fronteira somente poder‡ ser efetivado se, alŽm de outros requisitos, o 
interessado assumir a condi‹o de fiel deposit‡rio da mercadoria sob sua 
guarda. 
Coment‡rios: 
O art. 13 do R/A define os requisitos para que se proceda ao alfandegamento 
de portos, aeroportos e pontos de fronteira. Um deles Ž que o interessado 
assuma a condi‹o de fiel deposit‡rio da mercadoria sob sua guarda. Quest‹o 
correta. 
12. (Quest‹o InŽdita) O alfandegamento abrange a totalidade da ‡rea dos 
portos ou aeroportos. 
Coment‡rios: 
O alfandegamento poder‡ abranger a totalidade ou parte da ‡rea dos portos e 
dos aeroportos. Quest‹o errada. 
13. (Quest‹o InŽdita) O alfandegamento de portos, aeroportos ou pontos 
de fronteira, em se tratando de permiss‹o ou concess‹o de servios pœblicos, 
poder‡ ser realizado antes da conclus‹o de procedimento licitat—rio, desde que 
atestada a regularidade fiscal do interessado. 
Coment‡rios: 
Em se tratando de permiss‹o ou concess‹o de servios pœblicos, o 
alfandegamento poder‡ ser efetivado somente ap—s a conclus‹o do devido 
procedimento licitat—rio pelo —rg‹o competente, e o cumprimento das 
condi›es fixadas em contrato (art. 13, ¤ 2o, do R/A). Quest‹o errada. 
 
5- Administra‹o Aduaneira: 
O que vem a ser administra‹o aduaneira? 
A administra‹o aduaneira consiste nas atividades de fiscaliza‹o e 
controle sobre o comŽrcio exterior, essenciais ˆ defesa dos interesses 
fazend‡rios nacionais. Trata-se de atividade constitucionalmente prevista, 
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realizada em todo o territ—rio aduaneiro.22 Destaque-se que as atividades de 
fiscaliza‹o de tributos incidentes sobre as opera›es de comŽrcio 
exterior ser‹o supervisionadas e executadas por Auditor Fiscal da RFB. 
Segundo Eduardo Sabbag, por fiscaliza‹o Òentende-se a a‹o estatal que, 
orientada pelo princ’pio da isonomia, dever‡ identificar o (des) cumprimento 
das obriga›es tribut‡rias, punindo o comportamento indesejado e, em car‡ter 
pedag—gico, dissuadindo o contribuinte omisso e recalcitrante da insistncia no 
inadimplemento obrigacionalÓ.23 Quando se fala em verificar o cumprimento de 
obriga›es tribut‡rias, estamos nos referindo tanto ˆs obriga›es tribut‡rias 
principais quanto ˆs acess—rias.24 O objetivo maior da fiscaliza‹o Ž o 
cumprimento espont‰neo das obriga›es pelos sujeitos passivos. Ressalte-
se que est‹o sujeitas ˆ fiscaliza‹o tanto pessoas f’sicas quanto pessoas 
jur’dicas, sejam contribuintes ou n‹o, mesmo quando se tratar de 
entidades imunes ou isentas. Assim, considera-se plenamente v‡lido (legal) 
o exame de livros ou registros cont‡beis de pessoas imunes. 
A fiscaliza‹o aduaneira poder‡ ser ininterrupta, em hor‡rios 
determinados, ou eventual, nos portos, aeroportos, pontos de fronteira e 
recintos alfandegados. Cabe ˆ administra‹o aduaneira determinar os hor‡rios 
e as condi›es de realiza‹o dos servios aduaneiros nesses locais. 
Um exemplo de fiscaliza‹o ininterrupta Ž a que a RFB faz em rela‹o ˆ 
bagagem de viajantes oriundos de voos internacionais. Por outro lado, a 
fiscaliza‹o em hor‡rios determinados Ž a realizada sobre as mercadorias 
importadas e exportadas. 
Destaque-se que, nos termos do art. 17 do Decreto n¼ 6759/2009 
(Regulamento Aduaneiro), a autoridade aduaneira tem precedncia sobre 
as demais autoridades que exeram suas atribui›es nas ‡reas de portos, 
 
22 O art. 237 da CF/88 prev que a fiscaliza‹o e o controle sobre o comŽrcio exterior, 
essenciais ˆ defesa dos interesses fazend‡rios nacionais, ser‹o exercidos pelo 
MinistŽrio da Fazenda. A Receita Federal do Brasil Ž o —rg‹o espec’fico singular do 
MinistŽrio da Fazenda respons‡vel pelo controle aduaneiro. Ressalte-se que a RFB 
realiza o controle aduaneiro de mercadorias e ve’culos. O controle aduaneiro de 
pessoas e a vigil‰ncia das ‡reas de fronteira s‹o competncias da Pol’cia Federal. 
23 SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tribut‡rio. S‹o Paulo: 2010. 2» edi‹o. Ed. 
Saraiva, pp. 887 
24 A obriga‹o tribut‡ria principal tem por objeto o pagamento de tributo ou 
penalidade pecuni‡ria. A obriga‹o tribut‡ria acess—ria decorre da legisla‹o tribut‡ria 
e tem por objeto as presta›es, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da 
arrecada‹o ou fiscaliza‹o dos tributos. 
 
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aeroportos, pontos de fronteira e recintos alfandegados, bem como em outras 
‡reas nas quais se autorize carga e descarga de mercadorias, ou embarque e 
desembarque de viajante, procedentes do exterior ou a ele destinados. Trata-
se do princ’pio da supremacia da autoridade aduaneira, que, inclusive, 
aplica-se aqui em casa!   Essa Ž pra fazer uma mŽdia com minha esposa, que 
Ž Auditora Fiscal da RFB e vai ler essa aula!  
A precedncia da autoridade aduaneira, que tambŽm se aplica nas zonas de 
vigil‰ncia aduaneira, implica: 
a) na obriga‹o, por parte das demais autoridades, de prestar aux’lio 
imediato, sempre que requisitado pela autoridade aduaneira, 
disponibilizando pessoas, equipamentos ou instala›es necess‡rios ˆ 
a‹o fiscal; e 
b) na competncia da autoridade aduaneira, sem preju’zo das 
atribui›es de outras autoridades, para disciplinar a entrada, a 
permanncia, a movimenta‹o e a sa’da de pessoas, ve’culos, 
unidades de carga e mercadorias em portos, aeroportos, pontos de 
fronteira e recintos alfandegados. 
A pergunta que tentaremos responder agora Ž a seguinte: como a autoridade 
aduaneira realiza as atividades de controle e fiscaliza‹o sobre o comŽrcio 
exterior? 
Para realizar o controle e fiscaliza‹o sobre o comŽrcio exterior, a autoridade 
aduaneira Ž dotada de certas prerrogativas. Os Auditores Fiscais da RFB 
poder‹o exigir a apresenta‹o de mercadorias e de quaisquer 
documentos que julguem necess‡rios ˆ fiscaliza‹o. Ademais, poder‹o 
solicitar o acesso aos dep—sitos e dependncias de empresas 
fiscalizadas, assim como de ve’culos, cofres e outros m—veis, a qualquer hora 
do dia ou da noite (se ˆ noite os estabelecimentos estiverem funcionando!) Se 
de um lado, os Auditores Fiscais da RFB tm a prerrogativa de fazer tais 
exigncias, por outro, os particulares (pessoas f’sicas e jur’dicas) ter‹o a 
obriga‹o de atend-las. 
Agora vamos imaginar uma situa‹o! Um Auditor Fiscal da RFB solicita a uma 
empresa fiscalizada que apresente certos documentos! A’, o representante da 
empresa diz que n‹o est‡ mais com ele! Sumiu! Teve um incndio e pegou 
fogo!  
N‹o d‡ pra vir com esse tipo de conversinha! O importador, o exportador ou o 
adquirente de mercadoria importada por sua conta e ordem tm a obriga‹o 
de manter, em boa guarda e ordem, os documentos relativos ˆs 
transa›es que realizarem, pelo prazo decadencial estabelecido na 
legisla‹o tribut‡ria a que est‹o submetidos, e de apresent‡-los ˆ fiscaliza‹o

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