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Aula 00 Legislação Aduaneira p/ ATRFB - 2017/2018 (Com videoaulas) Professor: Ricardo Vale 00000000000 - DEMO Legislação Aduaneira p/ RFB‐2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 00 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 71 AULA 00: LEGISLAÌO ADUANEIRA SUMçRIO PçGINA 1-Palavras Iniciais 1 - 4 2- SISCOMEX 5 - 11 3- O comrcio exterior brasileiro 12 Ð 15 4- Consideraes sobre a Legislao Aduaneira 15 Ð 17 5- Jurisdio Aduaneira 17 - 28 6- Administrao Aduaneira 28 - 34 7- Controle Aduaneiro de Veculos 34 Ð 42 8- Questes Comentadas 42 Ð 57 9- Lista de Questes e Gabarito 58 - 71 Ol, pessoal, tudo bem? No sabemos ao certo quando ser o prximo concurso da Receita Federal. Eu, pessoalmente, acredito que s teremos um novo concurso em 2018. De qualquer modo, uma coisa certa: para que voc esteja bem preparado, fundamental comear os estudos o quanto antes. por isso que comeamos hoje o curso de Legislao Aduaneira p/ RFB (2017). Assim como o nosso ltimo curso, esse ser um curso 2 em 1: alm das aulas em .pdf, os alunos tero acesso a videoaulas gratuitas de todo o contedo de Legislao Aduaneira. Voc pode escolher por qual dos dois materiais prefere estudar ou, quem sabe, estudar pelos dois. Antes de mais nada, deixem que eu me apresente! Meu nome Ricardo Vale e sou coordenador e professor do Estratgia Concursos, nas disciplinas de Comrcio Internacional e Legislao Aduaneira. Sou autor do livro ÒComrcio Internacional - Questes ComentadasÓ, publicado pela Editora Mtodo. De 2009 a 2013, fui Analista de Comrcio Exterior, do MDIC, concurso no qual fui aprovado em 3¼ lugar. Voc vai tirar de letra a Legislao Aduaneira! E eu vou lhe ajudar com isso... A propsito, faamos um contrato de objetivos! Voc se compromete a estudar com toda raa e vontade cada detalhe que eu ensinar. Eu me comprometo a escrever esse curso com toda a dedicao possvel. J estou com o esprito preparado para, nos prximos meses, viver esse curso intensamente! No quero descansar um s minuto se isso for necessrio para que, ao final, voc entre na sua nova casa: a Receita Federal do Brasil! Se depender de mim, voc j pode se considerar trabalhando l! 00000000000 00000000000 - DEMO Legislação Aduaneira p/ RFB‐2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 00 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 71 Vamos falar um pouco sobre a importncia da Legislao Aduaneira nos concursos da RFB! Bem, na prova de Auditor Fiscal RFB 2014, tivemos 15 (quinze) questes das disciplinas ÒComrcio InternacionalÓ + ÒLegislao AduaneiraÓ. Dessas 15 questes, 10 questes foram de Legislao Aduaneira. Detalhe importante: as duas disciplina (CI e LA) tm peso 2 (dois). So muitos pontos, pessoal! E olha s: as provas de Legislao Aduaneira em 2014 foram bastante pesadas! No d pra esperar nada diferente para o prximo concurso... Realmente, a ESAF deu a importncia que a Legislao Aduaneira merece! bem provvel que voc, como futuro servidor da RFB, use os conhecimentos dessa disciplina no seu dia-a-dia. Nada mais natural, portanto, que voc a domine com profundidade! Outro detalhe importante: bom voc j ir pensando que, para ser aprovado na RFB, precisar fazer uma prova discursiva! E a, voc precisa estar bem preparado em Legislao Aduaneira! Como sempre gosto de dizer, estudar a matria para saber marcar ÒXÓ em uma prova objetiva, algo simples! Saber a matria para resolver uma prova discursiva, algo bem diferente! Portanto, meu amigo, vamos estudar com tudo a ÒLegislao AduaneiraÓ! Nas provas de AFRFB 2014 e 2012, foram cobradas questes discursivas de Legislao. Considerando as provas objetivas e discursivas, Comrcio Internacional e Legislao Aduaneira respondem por um total de 22,22% da pontuao do curso. Ao longo do curso, resolveremos inmeras questes de concursos anteriores, inclusive das provas mais recentes da ESAF que cobraram essa disciplina: AFRFB 2014, AFRFB 2012, ATRFB 2012 e Exame de Qualificao Tcnica p/ Despachantes Aduaneiros. Alm de utilizarmos inmeras questes da ESAF, trabalharemos tambm com centenas de questes inditas. Ressalto que essa estratgia se mostrou bastante efetiva nos ltimos concursos da RFB, nos quais tivemos a grata satisfao de ter abordado em nossos cursos 100% das questes cobradas em prova. por tudo isso que eu gosto de dizer: Òse voc errar uma questo na prova, ser por falha da ESAF!Ó A voc ganha nos recursos! O contedo de Legislao Aduaneira muito dinmico e se desatualiza rapidamente. Esse justamente um diferencial do nosso curso, que j est atualizado conforme as recentes modificaes efetuadas no Regulamento Aduaneiro. Vamos dar uma olhada no nosso cronograma? 00000000000 00000000000 - DEMO Legislação Aduaneira p/ RFB‐2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 00 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 71 Aula 00 Ð 1. Jurisdio Aduaneira. 1.1. Territrio Aduaneiro. 1.2. Portos, Aeroportos e Pontos de Fronteira Alfandegados. 1.2.1. Alfandegamento. 1.3. Recintos Alfandegados. 1.4. Administrao Aduaneira. 2. Controle Aduaneiro de Veculos. 31-SISCOMEX (30/07/2017) Aula 01 - 3. Tributos Incidentes sobre o Comrcio Exterior. 3.1. Regramento Constitucional e Legislao Especfica. 3.2. Produtos, Bens e Mercadorias. 3.3. Produtos Estrangeiros, Produtos Nacionais,Nacionalizados e Desnacionalizados. 4. Imposto de Importao. 4.1. Sujeitos Ativo e Passivo. 4.2. Incidncia. 4.3. Fato Gerador. 4.4. Base de Clculo. 4.5. Alquotas. 4.6. Tributao de Mercadorias no Identificadas. 4.7. Regime de Tributao Simplificada. 4.8. Regime de Tributao Especial. 4.9. Regime de Tributao Unificada. 4.10. Pagamento do Imposto. 4.11. Isenes e Redues do Imposto de Importao. 4.12. Imunidades do Imposto de Importao e Controle exercido pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. 4.13. Reimportao. 4.14. Similaridade. Imposto de Importao: Restituio e Compensao; AFRMM e Taxa Mercante. (10/08/2017) Aula 02- 5. Imposto de Exportao. 5.1. Sujeitos Ativo e Passivo. 5.2. Incidncia. 5.3. Fato Gerador. 5.4. Base de Clculo. 5.5. Alquotas. 5.6. Pagamento. 6. Imposto Sobre Produtos Industrializados vinculado Importao. 6.1. Sujeitos Ativo e Passivo. 6.2. Incidncia e Fato Gerador. 6.3. Base de Clculo. 6.4. Isenes. 6.5. Imunidades. 6.6. Suspenso do Pagamento do Imposto. 7. Contribuio para o PIS/PASEP Importao e COFINS Importao. 7.1. Sujeitos Ativo e Passivo. 7.2. Incidncia e Fato Gerador. 7.3. Base de Clculo. 7.4. Isenes. 7.5. Suspenso do Pagamento. 7.6. Reduo de Alquotas (Programas Especficos e seu Regramento). 8. Imposto sobre Operaes relativas Circulao de Mercadorias e sobre Prestao de Servios de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicao vinculado Importao. 8.1. Sujeitos Ativo e Passivo. 8.2. Fato Gerador. 18 8.3 Alquotas. 8.4. Isenes e Imunidades. 8.5. Pagamento do Imposto e Controle pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. 10. Contribuio de Interveno no Domnio Econmico Ð CIDE Combustveis/Importao. 5.7. Incentivos Fiscais na Exportao. (20/08/2017) Aula 03 - 11. Procedimentos Gerais de Importao e de Exportao. 11.1. Atividades Relacionadas aos Servios Aduaneiros. 11.2. Despacho Aduaneiro de Importao e Despacho Aduaneiro de Exportao. 11.2.1. Disposies Gerais. 11.2.2. Modalidades. 11.2.3. Documentos que os Instruem. 11.2.4. Casos Especiais de Importao e de ExportaoPrevistos na Legislao. 11.3. Espcies de Declarao de Importao e de Declarao de Exportao. 11.4. Declarao de Importao. 11.5. Conferncia e Desembarao na Importao e na Exportao. 11.6. Cancelamento da Declarao de Importao e da Declarao de Exportao. 11.7. Lanamento dos Impostos Incidentes sobre a Importao. (30/08/2017) 00000000000 00000000000 - DEMO Legislação Aduaneira p/ RFB‐2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 00 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 4 de 71 Aula 04 12. Regimes Aduaneiros Especiais e Regimes Aduaneiros aplicados em çreas Especiais. 12.1. Disposies Gerais e Especficas de cada Regime e de cada çrea. 16. Termo de Responsabilidade (Parte I) (10/09/2017) Aula 05 12. Regimes Aduaneiros Especiais e Regimes Aduaneiros aplicados em çreas Especiais. 12.1. Disposies Gerais e Especficas de cada Regime e de cada çrea. 16. Termo de Responsabilidade (Parte II) (20/09/2017) Aula 06 - 13. Bagagem e Regime Aduaneiro de Bagagem no MERCOSUL. 14. Mercadoria Abandonada. 15. Avaria; Extravio e Acrscimo de Mercadorias. 15.1. Responsabilidade Fiscal pelo Extravio. 17. Infraes e Penalidades previstas na Legislao Aduaneira. 18. Pena de Perdimento. 18.1. Natureza Jurdica. 18.2. Hipteses de Aplicao. 18.3. Limites. 18.4. Processo/Procedimento de Perdimento. 18.5. Processo de Aplicao de Penalidades pelo Transporte Rodovirio de Mercadoria Sujeita a Pena de Perdimento. 19. Aplicao de Multas na Importao e na Exportao. (30/09/2017) Aula 07- 20. Intervenientes nas Operaes de Comrcio Exterior. 21. Sanes Administrativas a que esto sujeitos os Intervenientes nas Operaes de Comrcio Exterior e o Processo de sua Aplicao. 22. Representao Fiscal para Fins Penais. 23. Procedimentos Especiais de Controle Aduaneiro. 24. Destinao de Mercadorias. 29. Disposies Constitucionais Relativas Administrao e Controle sobre Comrcio Exterior. 30. Contrabando, Descaminho e Princpio da Insignificncia. 31. SISCOSERV (Lei n¼ 12.546, de 14 de dezembro de 2011, e Legislao Infralegal). (10/10/2017) Aula 08- 25. Subfaturamento e Reteno de Mercadorias. 26. Valorao Aduaneira. 27. Legislao Aduaneira aplicvel ao MERCOSUL. 28. Internalizao da Legislao Aduaneira Aplicvel ao MERCOSUL. (20/10/2017) Aula 09- Simulado Final (30/10/2017) Preparados para seguir em frente? Ento, comecemos nossa primeira aula! Um abrao, Ricardo Vale ricardovale@estrategiaconcursos.com.br http://www.facebook.com/rvale01 00000000000 00000000000 - DEMO Legislação Aduaneira p/ RFB‐2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 00 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 5 de 71 Observao importante: este curso protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislao sobre direitos autorais e d outras providncias. Grupos de rateio e pirataria so clandestinos, violam a lei e prejudicam os professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe adquirindo os cursos honestamente atravs do site Estratgia Concursos ;-) 1-O Sistema Integrado de Comrcio Exterior (SISCOMEX): 1.1-Generalidades: Segundo o art.2¼, do Decreto n¼ 660/92, Òo SISCOMEX o instrumento administrativo que integra as atividades de registro, acompanhamento e controle das operaes de comrcio exterior, mediante fluxo nico, computadorizado, de informaes.Ó Vou tentar traduzir isso pra vocs! So vrios os rgos que atuam no comrcio exterior brasileiro: Receita Federal, Secretaria de Comrcio Exterior, ANVISA, MAPA, INMETRO... E, s vezes, para que uma nica operao seja liberada, necessria a autorizao de vrios desses rgos! Imaginem s a burocracia se o importador tivesse que fazer um pleito em cada um desses rgos! O operador de comrcio exterior iria, literalmente, sentar e chorar! Antes da criao da SISCOMEX, era exatamente assim! Havia multiplicidade de controles paralelos, os quais impediam que os rgos governamentais atuassem de forma coordenada. Eram inmeros os formulrios a serem preenchidos! A dcada de 90, no entanto, ficou marcada como um momento histrico em que o Brasil promovia sua abertura comercial. Logo, era necessrio reduzir a burocracia e facilitar a atuao de todos os intervenientes no comrcio exterior, sejam eles do setor privado ou do setor pblico. Assim foi criado o SISCOMEX! O SISCOMEX um sistema totalmente informatizado que integra a ao de todos os rgos intervenientes no comrcio exterior brasileiro, por meio de um fluxo nico de informaes, o que permite o acompanhamento e o controle das operaes de comrcio exterior. Sua criao reduziu drasticamente a burocracia, facilitando as operaes de importao e exportao. No era mais necessrio apresentar um formulrio para cada 00000000000 00000000000 - DEMO Legislação Aduaneira p/ RFB‐2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 00 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 6 de 71 rgo interveniente. Ao contrrio, todas as operaes poderiam ser registradas e acompanhadas por meio de qualquer terminal conectado ao SISCOMEX. O SISCOMEX no utilizado apenas por importadores e exportadores. Ele usado tambm pelos rgos pblicos, a fim de analisar e deliberar sobre as operaes. Assim, o importador registra uma Licena de Importao (LI)1, a qual analisada por um Analista de Comrcio Exterior (ACE) da SECEX. O importador registra uma Declarao de Importao (DI)2, cujo desembarao cabe ao Auditor da RFB. Tudo isso feito via SISCOMEX! Cabe destacar tambm que a existncia de um sistema informatizado em que so registrados todos os dados comerciais, fiscais e cambiais das operaes de comrcio exterior foi um fator que facilitou sobremaneira a elaborao de estudos estatsticos. Tais estudos, ao fornecerem subsdios para a formulao de polticas pblicas, auxiliam a atuao governamental no comrcio exterior. Quando o SISCOMEX foi implantado, estava disponvel apenas o Mdulo Exportao. Posteriormente, novos mdulos foram criados, em um processo de aperfeioamento contnuo dos sistemas de comrcio exterior. Atualmente, os principais mdulos do SISCOMEX em operao so os seguintes: - SISCOMEX Exportao Web Ð Mdulo Aduaneiro (2015): permite o registro das Declaraes de Exportao (DE`s) em ambiente web. Esse mdulo o que viabiliza o controle aduaneiro das exportaes. - SISCOMEX Exportao Web Ð Mdulo Comercial (2010): permite o controle administrativo das exportaes, por meio dos Registros de Exportao (RE`s). Esse mdulo tambm ficou tambm conhecido como NOVOEX. - SISCOMEX Importao Web (2012): permite o controle administrativo e aduaneiro das operaes de importao em ambiente web. - SISCOMEX MANTRA (1995): permite o controle de cargas areas. - SISCOMEX Carga (2008): permite o controle de embarcaes e cargas movimentadas em portos brasileiros. - SISCOMEX Trnsito (2002): permite o controle de mercadorias submetidas ao regime aduaneiro especial de trnsito aduaneiro. 1 A Licena de Importao (LI) um documento muito importante para o controle administrativo das importaes, conforme veremos mais frente. 2 A Declarao de Importao (DI) um documento fundamental do despacho aduaneiro de importao. 00000000000 00000000000 - DEMO Legislação Aduaneira p/ RFB‐2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 00 Prof.Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 7 de 71 - SISCOMEX Internao Ð ZFM (2002): utilizado no controle das mercadorias que saem da Zona Franca de Manaus com destino ao restante do territrio nacional. - Drawback Integrado Web (2010): sistema por meio do qual administrado o mais importante de todos os incentivos s exportaes brasileiras, denominado drawback.3 O SISCOMEX possui rgos gestores e rgos anuentes. Os rgos gestores so os responsveis pelo exerccio dos controles governamentais sobre o comrcio exterior: controle administrativo, controle aduaneiro e controle cambial. Desde o incio de 2014, os rgos gestores do SISCOMEX so a Secretaria de Comrcio Exterior (SECEX) e a Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB). A SECEX responsvel pelo controle administrativo e a RFB responsvel pelo controle aduaneiro. At o incio de 2014, o BACEN tambm era rgo gestor do SISCOMEX, na condio de responsvel pelo controle cambial. O BACEN ainda responsvel pelo controle cambial, mas no se pode dizer mais que ele um rgo gestor do SISCOMEX. Com a publicao do Decreto n¼ 8.229/2014, a gesto do SISCOMEX est a cargo da Comisso Gestora do SISCOMEX, do qual fazem parte o Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior (MDIC), Ministrio da Fazenda (MF), SECEX e RFB. Por sua vez, os rgos anuentes so aqueles que deliberam sobre as operaes de comrcio (importaes e exportaes) na fase do controle administrativo. So eles: ANVISA, MAPA, DECEX, MCT, INMETRO, DPF, DFPC, ANP, ANCINE, IBAMA, SUFRAMA, DNPM, ECT, CNEM. Tais rgos autorizam operaes especficas, sujeitas a certas regulamentaes. Como exemplo, a importao de um animal vivo est sujeita autorizao do MAPA (Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento. Quando o SISCOMEX foi criado, o objetivo era o de permitir que as operaes de comrcio exterior fossem desencadeadas a partir de um fluxo nico de informaes. Entretanto, com o passar dos anos, os diversos rgos intervenientes no comrcio exterior foram criando controles paralelos e sistemas mltiplos, desvirtuando a proposta inicial do SISCOMEX. Hoje, uma das grandes necessidades para o aperfeioamento logstico e facilitao de comrcio nas importaes e exportaes brasileiras a criao de um novo sistema, baseado no conceito de Guich ònico de Comrcio Exterior, modelo utilizado por diversos pases e amplamente recomendado por organizaes internacionais do porte da Organizao Mundial de Aduanas (OMA) e Banco Mundial. 3 Em aula futura, teremos a oportunidade de estudar em detalhes sobre o drawback. 00000000000 00000000000 - DEMO Legislação Aduaneira p/ RFB‐2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 00 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 8 de 71 Com a publicao do Decreto n¼ 8.229/2014, foi dado o comando poltico para a criao, no mbito do SISCOMEX, do Portal ònico de Comrcio Exterior. O grande propsito do Portal ònico de Comrcio Exterior desburocratizar as operaes de comrcio exterior, reformulando os processos de importao, exportao e trnsito aduaneiro. Busca-se que os exportadores e importadores tenham um ponto de contato nico com os rgos governamentais que atuam no comrcio exterior. O Portal ònico de Comrcio Exterior ainda est em fase de desenvolvimento e deve demorar alguns anos at que esteja efetivamente implementado. uma iniciativa que busca promover a facilitao de comrcio e, com isso, reduzir os tempos necessrios para importar e exportar, acelerando os trmites aduaneiros. Algumas novidades j foram implementadas no mbito do Portal ònico de Comrcio Exterior: a) Anexao Eletrnica de documentos digitalizados: Os operadores de comrcio exterior j podem entregar documentos digitalizados aos rgos governamentais, por meio de plataforma na Internet. b) Implementao da Declarao ònica de Exportao (DU-E): Ainda est em fase de testes. Consiste em documento que visa amparar um novo processo para as exportaes brasileiras. No futuro, pretende- se que a DU-E seja o nico documento a ser preenchido pelos exportadores. Atualmente, porm, sua utilizao facultativa, convivendo com o processo antigo, baseado no RE (Registro de Exportao) e na DE (Declarao de Exportao). Por ltimo, cabe fazer uma meno ao fato de que, no final de 2013, os membros da Organizao Mundial de Comrcio (OMC) celebraram o Acordo de Facilitao de Comrcio. Uma importante medida desse acordo justamente a obrigao de que os membros da OMC criem um sistema que permita interface nica entre o governo e os operadores de comrcio exterior, no formato de ÒGuich ònicoÓ. Percebe-se que, com o desenvolvimento do Portal ònico de Comrcio Exterior, o Brasil j avana no cumprimento dessa obrigao internacional. 1.2-Habilitao no SISCOMEX: O primeiro passo para que uma empresa possa operar no comrcio exterior proceder sua habilitao no SISCOMEX, atividade esta que desencadeada junto RFB. Assim, para que uma empresa possa efetuar uma importao ou exportao, ela dever providenciar a sua habilitao no SISCOMEX, bem como o credenciamento de seus representantes para a prtica de atividades relacionadas ao despacho aduaneiro. 00000000000 00000000000 - DEMO Legislação Aduaneira p/ RFB‐2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 00 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 9 de 71 Atualmente, o procedimento de habilitao das empresas para a utilizao do SISCOMEX feito em conformidade com a IN RFB n¼ 1.603/2015, tambm aplicvel aos rgos da administrao pblica direta, autarquias, fundaes pblicas, rgos pblicos autnomos, organismos internacionais e outras instituies extraterritoriais e s pessoas fsicas. Segundo a referida Instruo Normativa, h 3 (trs) modalidades de habilitao aplicveis s pessoas jurdicas. As modalidades de habilitao so: expressa, ilimitada e limitada. Art. 2¼ A habilitao de que trata o art. 1¼ poder ser requerida pelo interessado para uma das seguintes modalidades: I - pessoa jurdica, nas seguintes submodalidades: a) expressa, no caso de: 1. pessoa jurdica constituda sob a forma de sociedade annima de capital aberto, com aes negociadas em bolsa de valores ou no mercado de balco, bem como suas subsidirias integrais; 2. pessoa jurdica certificada como Operador Econmico Autorizado; 3. empresa pblica ou sociedade de economia mista; 4. rgos da administrao pblica direta, autarquia e fundao pblica, rgo pblico autnomo, organismo internacional e outras instituies extraterritoriais; 5. pessoa jurdica que pretenda realizar operaes de exportao, sem limite de valores, e de importao, cujo somatrio dos valores, em cada perodo consecutivo de 6 (seis) meses, seja inferior ou igual a US$ 50.000,00 (cinquenta mil dlares dos Estados Unidos da Amrica); e 6. pessoa habilitada para fruir dos benefcios fiscais concedidos para a realizao dos Jogos Olmpicos de 2016 e dos Jogos Paralmpicos de 2016, previstos na Lei n¼ 12.780, de 9 de janeiro de 2013, inclusive a contratada para representar os entes referidos no ¤ 2¼ do art. 4¼ da referida Lei. b) limitada, no caso de pessoa jurdica cuja capacidade financeira comporte realizar operaes de importao cuja soma dos valores, em cada perodo consecutivo de 6 (seis) meses, seja superior a US$ 50.000,00 (cinquenta mil dlares dos Estados Unidos da Amrica) e igual ou inferior a US$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil dlaresdos Estados Unidos da Amrica); ou c) ilimitada, no caso de pessoa jurdica com capacidade financeira que permita realizar operaes de importao cuja soma dos valores seja superior a US$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil dlares dos Estados Unidos da Amrica); II - pessoa fsica, no caso de habilitao: a) do prprio interessado, inclusive quando qualificado como produtor rural, arteso, artista ou assemelhado; ou b) de contratada para representar os entes envolvidos na organizao e realizao dos Jogos Olmpicos e Paraolmpicos de 2016, relacionados no ¤ 2¼ do art. 4¼ da Lei n¼ 12.780, de 2013. 00000000000 00000000000 - DEMO Legislação Aduaneira p/ RFB‐2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 00 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 10 de 71 A habilitao expressa a que possui menor grau de exigncias, sendo aplicvel s entidades que podem ser consideradas presumidamente idneas. o caso das empresas pblicas, sociedades de economia mista, rgos pblicos e pessoas jurdicas certificadas como Operador Econmico Autorizado. Tambm ser concedida a habilitao expressa quelas empresas que pretendam realizar operaes de exportao (sem limite de valores) e de importao de at US$ 50.000,00 em um perodo consecutivo de 6 meses. As habilitaes limitada e ilimitada so concedidas segundo a estimativa da capacidade financeira da empresa, que definida com base em sistemtica de clculo definida pela RFB. Caso a capacidade financeira da empresa seja de realizar operaes de importao entre US$ 50.000,00 e US$ 150.000,00 nos 6 meses consecutivos, ser cabvel a habilitao limitada. Por outro lado, se a capacidade financeira da empresa comportar importaes superiores a US$ 150.000,00 nos 6 meses consecutivos, ser devida a habilitao ilimitada. Em resumo, temos o seguinte: a) habilitao expressa: capacidade financeira para importar nos 6 meses consecutivos inferior a US$ 50.000,00. b) habilitao limitada: capacidade financeira para importar nos 6 meses consecutivos entre US$ 50.000,00 e US$ 150.000,00. c) habilitao ilimitada: capacidade financeira para importar nos 6 meses consecutivos superior a US$ 150.000,00 Feita a habilitao no SISCOMEX e credenciados os seus representantes, a empresa poder realizar a primeira operao de comrcio exterior, que tanto pode ser uma importao quanto uma exportao. Destaque-se que as operaes no Sistema Integrado de Comrcio Exterior (SISCOMEX) podero ser efetuadas pelo importador ou exportador, por conta prpria, mediante habilitao prvia, ou por intermdio de representantes credenciados, nos termos e condies estabelecidos pela Receita Federal do Brasil (RFB). No momento em que a empresa realiza sua primeira operao de comrcio exterior, seja ela uma importao ou exportao, seu nome passa a constar de um banco de dados chamado Registro de Exportadores e Importadores (REI). O Registro de Exportadores e Importadores (REI) um grande banco de dados mantido pela SECEX, no qual esto relacionados todos os importadores e exportadores brasileiros. Segundo a Portaria SECEX n¼ 23/2011, a inscrio no REI automtica, sendo realizada no ato da primeira operao de exportao ou importao em qualquer ponto conectado ao SISCOMEX. Assim, no 00000000000 00000000000 - DEMO Legislação Aduaneira p/ RFB‐2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 00 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 11 de 71 existem formalidades para a inscrio de uma empresa no REI, bastando que esta realize uma operao de comrcio exterior. Segundo o art. 8¼, ¤ 1¼, da Portaria SECEX n¼ 23/2011, os exportadores e importadores j inscritos no REI tero a inscrio mantida, no sendo necessria qualquer providncia adicional. Em outras palavras, se foi feita uma operao de comrcio exterior, o importador ou exportador automaticamente inscrito no REI e a o seu nome ser mantido l. Cabe destacar, todavia, que para que uma empresa possa operar no comrcio exterior, ela deve ser habilitada no SISCOMEX pela Receita Federal do Brasil (RFB), o que depende de processo administrativo prvio, sobre o qual j tecemos alguns comentrios. Como regra geral, para que uma operao de comrcio exterior seja realizada, a empresa deve estar cadastrada no REI. H, todavia, uma exceo, que so as exportaes via remessa postal, com ou sem expectativa de recebimento4, realizadas por pessoa fsica e jurdica at o limite de US$ 50.000,00 ou equivalente em outra moeda. Vejamos o art. 9¼ da Portaria SECEX n¼ 23/2011: Art. 9¼. Ficam dispensadas da obrigatoriedade de inscrio do exportador no REI as exportaes via remessa postal, com ou sem expectativa de recebimento, exceto donativos, realizadas por pessoa fsica ou jurdica at o limite de US$ 50.000,00 (cinquenta mil dlares dos Estados Unidos) ou o equivalente em outra moeda, exceto quando se tratar de: I Ð produto com exportao proibida ou suspensa; II Ð exportao com margem no sacada de cmbio; III Ð exportao vinculada a regimes aduaneiros especiais e atpicos; e IV Ð exportao sujeita a registro de operaes de crdito. Segundo o art.10 da Portaria SECEX n¼ 23/2011, a inscrio no REI poder ser suspensa ou cancelada nos casos de punio em deciso administrativa final, aplicada em conformidade com as normas e procedimentos definidos na legislao especfica. A inscrio no REI no pode ser negada. Isso uma questo de lgica. Ora, se a inscrio no REI automtica, no h que se falar em negativa da SECEX. O que pode ocorrer to somente a suspenso ou o cancelamento da inscrio no REI. 4 Uma operao com expectativa de recebimento uma operao com cobertura cambial. Por sua vez, exportao sem expectativa de recebimento uma operao sem cobertura cambial. 00000000000 00000000000 - DEMO Legislação Aduaneira p/ RFB‐2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 00 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 12 de 71 2-O comrcio exterior brasileiro: Antes de adentrar no estudo da legislao aduaneira, fundamental conhecer, em linhas gerais, como funciona o comrcio exterior brasileiro. Trata-se, afinal, de pr-requisito fundamental para entendermos a legislao aduaneira. Conforme j comentamos anteriormente, as operaes de comrcio exterior no Brasil esto submetidas a trs espcies de controle, cada um deles de competncia de um rgo diferente. So eles o controle administrativo, o controle aduaneiro e o controle cambial. Os rgos responsveis por exercer o controle administrativo, aduaneiro e cambial so, respectivamente, a SECEX (Secretaria de Comrcio Exterior), a SRFB (Secretaria da Receita Federal do Brasil) e o BACEN (Banco Central). Lembre-se de que, apesar de ser responsvel pelo controle cambial, o BACEN no mais um rgo gestor do SISCOMEX. Mas o que vm a ser cada um desses controles? 1) Controle Administrativo: O comrcio exterior atividade estratgica para um pas, possuindo implicaes no campo das diversas polticas governamentais. Com efeito, a poltica de comrcio exterior levada a cabo pelo governo repercute seus efeitos sobre as polticas econmica, industrial, sanitria e agrcola do pas. Nesse sentido, a realizao de uma importao ou exportao fica sujeita ao cumprimento de regulamentaes administrativas e exigncias legais formuladas pelos diversos rgos governamentais em suas reas de competncia. Assim, a importao de medicamentos ou equipamentosmdico- hospitalares fica sujeita anuncia prvia da ANVISA5. J a importao de animais vivos, depende da autorizao do MAPA6. Por sua vez, a importao de bens usados depende da anuncia do DECEX7. Tudo isso faz parte do controle administrativo do comrcio exterior, que podemos definir como o conjunto de procedimentos realizados ante uma operao de comrcio exterior tendentes a verificar o cumprimento de normas e exigncias legais internas com a finalidade de tutelar bens jurdicos importantes para o Estado, tais como a segurana nacional, a proteo indstria nacional, a proteo ao consumidor e sade de pessoas, plantas e animais. Devemos destacar que o controle administrativo, em regra, prvio ao embarque da mercadoria no exterior ou para o exterior. Ele representa, 5 ANVISA (Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria) 6 MAPA (Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento) 7 DECEX (Departamento de Operaes de Comrcio Exterior) 00000000000 00000000000 - DEMO Legislação Aduaneira p/ RFB‐2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 00 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 13 de 71 assim, uma autorizao governamental para importar ou exportar. Os principais documentos utilizados na fase do controle administrativo so a licena de importao (LI) e o registro de exportao (RE)8. 2) Controle Aduaneiro: O controle aduaneiro atividade exercida, no Brasil, pela RFB, tendo como objetivo fiscalizar a entrada, sada e movimentao de bens e veculos no territrio aduaneiro, tutelando bens jurdicos importantes para o Estado, como a segurana nacional e a sade de pessoas e animais. Trata-se de controle que visa a impedir delitos transfronteirios, como o trfico ilcito de entorpecentes, o contrabando, o descaminho e a importao de produtos com violao aos direitos de propriedade intelectual. O controle aduaneiro eminentemente extrafiscal, dizer, a arrecadao tributria no o seu principal objetivo. Ao contrrio, a arrecadao tributria objetivo apenas complementar, secundrio. claro, ao realizar a fiscalizao aduaneira, a RFB tambm verificar se os tributos foram corretamente recolhidos. A RFB desempenha suas atividades de controle aduaneiro, essencialmente, na circulao transfronteiria de mercadorias e veculos. No entanto, o controle aduaneiro tambm poder ser exercido a posteriori.9 Destaque-se, todavia, que, mesmo quando o controle aduaneiro exercido a posteriori, seu foco sero os desdobramentos da operao de circulao transfronteiria. Isso quer dizer que uma fiscalizao aduaneira poder acontecer depois que a mercadoria ingressar no pas, mas seu objeto ser justamente analisar se houve qualquer irregularidade naquela entrada. Os principais documentos do controle aduaneiro so a Declarao de Importao (DI) e a Declarao de Exportao (DE). 3) Controle Cambial: Uma das peculiaridades mais marcantes do comrcio internacional que, em virtude de compradores e vendedores estarem localizados em pases diferentes, as operaes de compra e venda envolvem variadas moedas. Imaginemos, por exemplo, um exportador brasileiro que venda seus produtos a um comprador nos EUA. natural, nessa situao, que o exportador brasileiro queira receber o pagamento em reais e, por sua vez, o importador nos EUA tenha dlares para fazer o pagamento. A que surge a pergunta: como viabilizar esse pagamento internacional? 8 Est em fase de testes a Declarao ònica de Exportao (DU-E), que ir substituir a DE e o RE. 9 O controle aduaneiro a posteriori so as atividades de fiscalizao aduaneira depois que a mercadoria entrou no pas. So as chamadas operaes de Òzona secundriaÓ. Mais frente entenderemos o que significa o termo Òzona secundriaÓ. 00000000000 00000000000 - DEMO Legislação Aduaneira p/ RFB‐2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 00 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 14 de 71 Simples. O pagamento internacional ser viabilizado por meio de uma operao cambial. O importador americano ir comprar reais, com os quais ir pagar o exportador brasileiro. Percebe-se que, nesse caso, ser celebrado um contrato de cmbio, assim chamado o documento que formaliza a compra e venda de moeda estrangeira. O controle cambial busca justamente verificar os pagamentos internacionais e a circulao de divisas entre os pases. No Brasil, tal controle compete ao BACEN10, embora, medida que o tempo passa, ele esteja sendo cada vez mais transferido para a RFB. Vamos, agora, a um exemplo, que vai nos ajudar a entender melhor como funciona o comrcio exterior brasileiro! s uma viso geral! Vamos entender tudo com muito maior profundidade ao longo do nosso curso! EXEMPLO Eu, Ricardo Vale, decidi montar uma empresa para operar no comrcio exterior. Seu nome ser Estratgia Importaes e Exportaes LTDA. Bem, se eu quero comear a importar / exportar, o que eu precisarei, em primeiro lugar? Antes de qualquer coisa, eu preciso providenciar minha habilitao para operar no SISCOMEX junto Receita Federal. O procedimento de habilitao na RFB est, atualmente, regulamentado pela IN SRF n¼ 1.603/2015. Agora eu tenho que achar um fornecedor estrangeiro. Se eu for um cara ÒsafoÓ, vou procurar na China. L s tem coisa barata! D pra lucrar bastante! Suponha, ento, que achei um fornecedor de kimonos na China! Sempre gostei de lutar jud e jiu-jitsu mesmo! Inicio as negociaes com o chins e decido importar. Antes de embarcar a mercadoria no exterior, tenho que me fazer a seguinte pergunta: essa mercadoria est sujeita ao controle administrativo? Se estiver, precisarei pedir uma autorizao ao governo, mais especificamente a um rgo anuente. Vou registrar uma Licena de Importao (LI). Destaque-se que a maior parte das importaes brasileiras est dispensada de licenciamento. Pronto! O governo deferiu minha licena de importao! Significa que eu posso embarcar a mercadoria e traz-la para o Brasil, apresentando-a RFB). A mercadoria chegou no pas! Eu, como pessoa idnea e j previamente 10 BACEN (Banco Central do Brasil) 00000000000 00000000000 - DEMO Legislação Aduaneira p/ RFB‐2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 00 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 15 de 71 habilitada no SISCOMEX, acesso nosso querido ÒsistemaÓ e registro uma Declarao de Importao (DI). Tem incio o despacho aduaneiro! a fase do controle aduaneiro! hora de eu, importador, me virar com a RFB! Nossa, vou comear a torcer para minha mercadoria estar com a classificao fiscal correta! Ah, no meio dessa guerra toda, eu tive que fazer um pagamento internacional... Divisas saram do Brasil e foram para o exterior. O BACEN quem controla (controle cambial) 3-Consideraes sobre a Legislao Aduaneira: Ao comearmos o estudo da legislao aduaneira, cumpre-nos apresentar o conceito de Direito Aduaneiro. Para Rosaldo Trevisan, o Direito Aduaneiro Òramo autnomo do direito integrado por um conjunto de proposies jurdico-normativas que disciplinam as relaes entre a Aduana e os intervenientes nas operaes de comrcio exterior, estabelecendo os direitos e as obrigaes de cada um, e as restries tarifrias e no-tarifrias11 nas importaes e exportaes.Ó 12 De forma mais simples, o Direito Aduaneiro seria um conjuntode princpios e normas que disciplinam a interveno governamental sobre o comrcio exterior. Destaque-se, conforme vimos na definio de Trevisan, que o direito aduaneiro dotado de autonomia, no se confundindo, portanto, com o direito tributrio. A autonomia do direito aduaneiro tese que se apia: i) na existncia de princpios e institutos especficos. Um princpio fundamental do direito aduaneiro o da universalidade do controle aduaneiro13, que alcana todos os bens, veculos e pessoas. Por sua vez, so institutos especficos do direito aduaneiro as medidas de defesa comercial (direitos antidumping e direitos compensatrios), os regimes aduaneiros especiais e aplicados em reas especiais. ii) na existncia de um complexo de relaes jurdicas decorrentes das relaes de comrcio internacional. So vrios os intervenientes no 11 H dois tipos de barreiras comerciais: as barreiras tarifrias (imposto de importao) e as barreiras no-tarifrias (regulamentos tcnicos, medidas sanitrias e fitossanitrias, licenas de importao, etc). 12 TREVISAN, Rosaldo. Direito Aduaneiro e Direito Tributrio-Distines Bsicas. In: Temas Atuais de Direito Aduaneiro, So Paulo: Lex Editora, 2008, pp. 13 Uma exceo universalidade do controle aduaneiro so as malas diplomticas e malas consulares, protegidas pela Conveno de Viena de 1961 e 1963. 00000000000 00000000000 - DEMO Legislação Aduaneira p/ RFB‐2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 00 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 16 de 71 comrcio exterior: exportadores, importadores, transportadores, rgos governamentais. iii) no dinamismo das relaes comerciais internacionais. O crescimento do comrcio internacional, a formao de blocos regionais e a existncia de atores transnacionais tornam muito dinmicas as relaes comerciais internacionais. iv) na necessidade de controle governamental sobre o comrcio exterior. O comrcio exterior tem marcante influncia na atividade econmica. A depender da atuao do governo, a indstria nacional pode ser ou no estimulada. v) o direito aduaneiro vai muito alm do vis tributrio, aplicando- se tambm s atividades de controle e fiscalizao do comrcio exterior.14 Destaque-se que a arrecadao tributria no comrcio exterior incidental, de natureza extrafiscal. vi) prevalncia dos tratados internacionais. Esse princpio decorre da interpretao que parte da doutrina faz acerca do art. 98 do CTN, segundo o qual Òos tratados e as convenes internacionais revogam ou modificam a legislao tributria interna, e sero observados pela que lhes sobrevenhaÓ. E quem legisla sobre direito aduaneiro no Brasil? A CF/88 no trata expressamente sobre a competncia para legislar sobre direito aduaneiro. No entanto, segundo o art. 22, inciso VIII, da CF/88, compete privativamente Unio legislar sobre o comrcio exterior. Em decorrncia disso, deve-se admitir que a Unio tem competncia privativa para legislar sobre direito aduaneiro. A legislao aduaneira no Brasil bastante esparsa. So vrias as leis, decretos, portarias e instrues normativas versando sobre o comrcio exterior em sua vertente aduaneira. Entretanto, na sua essncia, pode-se dizer que a legislao aduaneira est prevista no Decreto n¼ 6759/2009. O Regulamento Aduaneiro (Decreto n¼ 6759/2009) uma norma infralegal, isto , no se constitui norma primria15. Ao contrrio, ele reproduz diversos dispositivos de leis esparsas, consolidando em um s documento os pontos centrais da legislao aduaneira. Trata-se de verdadeiro roteiro em matria aduaneira para exportadores, importadores, rgos anuentes e rgos 14 TREVISAN, Rosaldo. Direito Aduaneiro e Direito Tributrio-Distines Bsicas. In: Temas Atuais de Direito Aduaneiro, So Paulo: Lex Editora, 2008, pp. 39. 15 Normas primrias so as leis ordinrias, leis complementares, leis delegadas, medidas provisrias, decretos legislativos e decretos autnomos. O decreto executivo apenas regulamenta uma lei, sendo, portanto, norma secundria. 00000000000 00000000000 - DEMO Legislação Aduaneira p/ RFB‐2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 00 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 17 de 71 gestores do SISCOMEX. Como se pode perceber, a criao de um Regulamento Aduaneiro representa a tentativa de codificar a esparsa legislao aduaneira brasileira. Enfatize-se, mais uma vez, que a legislao aduaneira no se esgota nesse diploma normativo, estando prevista em diversas outras normas infralegais, como o caso das inmeras instrues normativas da RFB. Em nosso curso, travaremos contato o tempo todo com o Regulamento Aduaneiro. bom que voc faa o download do Decreto n¼ 6759/2009 e o tenha o tempo todo ao lado! Muitas vezes, tambm faremos remisso a Instrues Normativas da RFB. Para facilitar a vida de vocs, segue o link do Decreto n¼ 6759/2009: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Decreto/D6759.htm 4- Jurisdio Aduaneira: 4.1- Territrio Aduaneiro: Precisamos, inicialmente, fazer uma breve explanao sobre o conceito de jurisdio! Afinal, o que significa jurisdio aduaneira? Jurisdio aduaneira o poder que detm a autoridade aduaneira para submeter sua fiscalizao e controle todas as operaes de comrcio exterior, ainda que aps a entrada dos bens no pas. Em outras palavras, a jurisdio aduaneira a autoridade conferida Receita Federal do Brasil (RFB) para exercer a fiscalizao e o controle sobre o comrcio exterior, o que reflete o comando constitucional do art. 237 da CF/88. Art. 237. A fiscalizao e o controle sobre o comrcio exterior, essenciais defesa dos interesses fazendrios nacionais, sero exercidos pelo Ministrio da Fazenda. Nos termos do art. 3¼ do Decreto n¼ 6759/2009, a jurisdio dos servios aduaneiros estende-se por todo o territrio aduaneiro, que, por sua vez, compreende todo o territrio nacional. Assim, no h nenhum local do territrio nacional que esteja imune fiscalizao aduaneira. Destaque- se que o territrio aduaneiro pode ser dividido em zona primria e zona secundria, as quais, somadas, formam o territrio nacional. A zona primria compreende os locais por onde entram e saem as mercadorias, pessoas e veculos do territrio nacional. Dessa forma, integram a zona primria as seguintes reas demarcadas pela autoridade aduaneira local: - a rea terrestre ou aqutica, contnua ou descontnua, nos portos alfandegados; 00000000000 00000000000 - DEMO Legislação Aduaneira p/ RFB‐2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 00 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 18 de 71 - a rea terrestre, nos aeroportos alfandegados; e - a rea terrestre, que compreende os pontos de fronteira alfandegados; Tambm so consideradas como zona primria, para fins de controle aduaneiro, as zonas de processamento de exportaes. As zonas de processamento de exportaes so uma espcie de regime aduaneiro aplicado em reas especiais, sobre o qual estudaremos mais frente. Em rpida sntese, trata-se de reas que recebem benefcios fiscais, por meio dos quais o governo busca promover o desenvolvimento de regies menos favorecidas do pas. Embora, para fins de controle aduaneiro, as ZPEÕs sejam consideradas zona primria, elas so zona secundria. Exemplos de questes: 1) Para fins de controle aduaneiro, as ZPEÕs so consideradaszona primria. CERTO. 2) As ZPEÕs fazem parte da zona primria. ERRADA. Como se pode perceber, para que seja considerada zona primria, a rea dever ser demarcada pela autoridade aduaneira. Na demarcao da zona primria, dever ser ouvido o rgo ou empresa a que esteja afeta a administrao do local a ser alfandegado. Destaque-se que a autoridade aduaneira poder exigir que a zona primria, ou parte dela, seja protegida por obstculos que impeam o acesso indiscriminado de veculos, pessoas ou animais. A autoridade aduaneira poder estabelecer, em locais e recintos alfandegados, restries entrada de pessoas que ali no exeram atividades profissionais, e a veculos no utilizados em servio. A zona secundria, por sua vez, compreende o restante do territrio nacional, inclusive o espao areo e as guas territoriais. Agora vem uma pergunta: existe a possibilidade de que a jurisdio dos servios aduaneiros se estenda para alm do territrio nacional? Segundo o art. 3¼, ¤ 5¼, do Decreto n¼ 6759/2009, a jurisdio dos servios aduaneiros estende-se ainda s çreas de Controle Integrado criadas em regies limtrofes dos pases integrantes do MERCOSUL com o Brasil. As çreas de Controle Integrado foram criadas com o objetivo de promover a facilitao de comrcio (reduzir os entraves burocrticos ao comrcio exterior) entre os pases do MERCOSUL.16 Consistem em parte do territrio do pas sede, incluindo as instalaes, onde se realiza o controle integrado por parte de funcionrios de ambos os pases. Suponha, por exemplo, uma çrea de 16 A Bolvia, embora no seja membro efetivo do MERCOSUL, possui uma çrea de Controle Integrado com o Brasil. 00000000000 00000000000 - DEMO Legislação Aduaneira p/ RFB‐2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 00 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 19 de 71 Controle Integrado entre Brasil e Argentina. Nessa rea, o controle aduaneiro ser realizado por funcionrios dos dois pases. E destaque-se: mesmo que ela esteja no territrio argentino (do lado de l da fronteira!), o Brasil tambm ter jurisdio sobre tal rea. Percebe-se que, com a criao das çreas de Controle Integrado, h uma extenso do territrio aduaneiro. Chamamos a ateno, ento, para dois conceitos importantes, mas pouco explorados: enclave aduaneiro e exclave aduaneiro. Enclave aduaneiro seria uma rea em territrio de outro Estado em que se permite a aplicao da legislao estrangeira nacional. Como exemplo, suponha que, em certa rea da Frana, seja permitida a aplicao da legislao aduaneira brasileira. Exclave aduaneiro, por sua vez, seria uma rea em territrio nacional na qual permitida a aplicao da legislao aduaneira estrangeira. Seria o caso, por exemplo, de aplicao da legislao da Frana em territrio brasileiro. Os dois conceitos (enclave aduaneiro e exclave aduaneiro) esto expressos no Cdigo Aduaneiro do MERCOSUL, o qual todavia, ainda no est em vigor. 17 - Enclave aduaneiro: a parte do territrio de um Estado no integrante do MERCOSUL na qual se permite a aplicao da legislao aduaneira do MERCOSUL, nos termos do acordo internacional que assim o estabelea. - Exclave aduaneiro: a parte do territrio de um Estado-Parte do MERCOSUL na qual se permite a aplicao da legislao aduaneira de um terceiro Estado, nos termos do acordo internacional que assim o estabelea. Na prova discursiva de AFRFB 2014, a ESAF cobrou uma questo muito interessante. O questionamento era o seguinte: possvel a atuao do Auditor-Fiscal RFB alm da linha de fronteira terrestre do Brasil? A resposta positiva. O Auditor-Fiscal RFB poder, sim, atuar alm da linha de fronteira terrestre do Brasil. Isso ser possvel em virtude da existncia das çreas de Controle Integrado. Diz-se, ento, que possvel a atuao extraterritorial do Auditor-Fiscal RFB. O MERCOSUL, como se sabe, ambiciona instituir, no futuro, um mercado comum18. Todavia, no momento, constitui apenas uma unio aduaneira 17 Embora o Cdigo Aduaneiro do MERCOSUL no esteja em vigor, as definies de enclave aduaneiro e exclave aduaneiro nele previstas so as melhores que encontramos. Para entendermos o que significam essas expresses, interessante conhecermos as definies do Cdigo Aduaneiro do MERCOSUL. 00000000000 00000000000 - DEMO Legislação Aduaneira p/ RFB‐2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 00 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 20 de 71 imperfeita19. Para que tenhamos uma unio aduaneira ideal (perfeita) seria necessrio que tivssemos um territrio aduaneiro nico entre os seus integrantes, ou seja, que as tarifas e demais regulamentaes restritivas ao comrcio com relao a terceiros pases fossem essencialmente as mesmas20. Assim teramos uma verdadeira poltica comercial comum em relao a terceiros pases. Destaque-se que o Cdigo Aduaneiro do MERCOSUL um passo nessa direo, usando o termo Òterritrio aduaneiro do MERCOSULÓ para se referir ao territrio no qual se aplica a legislao aduaneira comum do MERCOSUL. Vamos esquematizar conceitos importantes! O controle fiscal sobre a entrada de bens no pas se manifesta, ainda, na existncia das chamadas zonas de vigilncia aduaneira. As zonas de vigilncia aduaneira so reas demarcadas por ato do Ministro da Fazenda, na orla martima ou na faixa de fronteira, em que a permanncia de mercadorias ou sua circulao e a de veculos, pessoas e animais ficam sujeitas a exigncias fiscais, proibies e restries especiais. O objetivo das zonas de vigilncia aduaneira , justamente, estabelecer um controle mais cerrado sobre reas propcias realizao de operaes clandestinas. Trata-se de reas que, em virtude de sua proximidade da fronteira, dos portos ou dos aeroportos internacionais, precisam se sujeitar a disposies especiais de controle. Destaque-se que as zonas de vigilncia aduaneira so reas de zona secundria. 18 Mercado comum um estgio de integrao regional em que h livre circulao de mercadorias e servios, poltica comercial comum em relao a terceiros pases e livre circulao dos fatores de produo. 19 Unio aduaneira um estgio de integrao regional em que h livre circulao de mercadorias e servios e poltica comercial comum em relao a terceiros pases. Trata-se de estgio de integrao menos avanado que o mercado comum. 20 Esse conceito de unio aduaneira est prevista no art. XXIV do GATT. 00000000000 00000000000 - DEMO Legislação Aduaneira p/ RFB‐2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 00 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 21 de 71 Art. 4o O Ministro de Estado da Fazenda poder demarcar, na orla martima ou na faixa de fronteira, zonas de vigilncia aduaneira, nas quais a permanncia de mercadorias ou a sua circulao e a de veculos, pessoas ou animais ficaro sujeitas s exigncias fiscais, proibies e restries que forem estabelecidas. ¤ 1o O ato que demarcar a zona de vigilncia aduaneira poder: I - ser geral em relao orla martima ou faixa de fronteira, ou especfico em relao a determinados segmentos delas; II - estabelecer medidas especficas para determinado local; e III - ter vigncia temporria. ¤ 2o Na orla martima,a demarcao da zona de vigilncia aduaneira levar em conta, alm de outras circunstncias de interesse fiscal, a existncia de portos ou ancoradouros naturais, propcios realizao de operaes clandestinas de carga e descarga de mercadorias. ¤ 3o Compreende-se na zona de vigilncia aduaneira a totalidade do Municpio atravessado pela linha de demarcao, ainda que parte dele fique fora da rea demarcada. Vejamos como isso j foi cobrado em concursos anteriores! 1. (ATRFB/2012) O territrio aduaneiro compreende todo o territrio nacional. Comentrios: Segundo o art. 2¼, do R/A, o territrio aduaneiro compreende todo o territrio nacional. Questo correta. 2. (AFRFB/2012) A jurisdio dos servios aduaneiros estende-se s çreas de Controle Integrado criadas em regies limtrofes dos pases integrantes do MERCOSUL com o Brasil. Comentrios: Segundo o art. 3¼, ¤ 5¼, do R/A, a jurisdio dos servios aduaneiros estende- se ainda s çreas de Controle Integrado criadas em regies limtrofes dos pases integrantes do Mercosul com o Brasil. Questo correta. 3. (AFRFB/2012) Podero ser demarcadas, na orla martima e na faixa de fronteira, Zonas de Vigilncia Aduaneira. Comentrios: 00000000000 00000000000 - DEMO Legislação Aduaneira p/ RFB‐2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 00 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 22 de 71 De acordo com o art. 4¼, do R/A, o Ministro da Fazenda poder demarcar, na orla martima ou na faixa de fronteira, zonas de vigilncia aduaneira, nas quais a permanncia de mercadorias ou a sua circulao e a de veculos, pessoas ou animais ficaro sujeitas s exigncias fiscais, proibies e restries que forem estabelecidas. Questo correta. 4. (ATRFB/2012) Compreende-se na Zona de Vigilncia Aduaneira a totalidade do Estado atravessado pela linha de demarcao, ainda que parte dele fique fora da rea demarcada. Comentrios: De acordo com o art. 4¼, ¤ 3o, do R/A, compreende-se na zona de vigilncia aduaneira a totalidade do Municpio atravessado pela linha de demarcao, ainda que parte dele fique fora da rea demarcada. Questo errada. 5. (AFRFB/2012) Para efeito de controle aduaneiro, segundo a Lei n. 11.508, de 20 de julho de 2007, as Zonas de Processamento de Exportao constituem zona secundria. Comentrios: Para fins de controle aduaneiro, as Zonas de Processamento de Exportaes so consideradas zona primria. Questo errada. 6. (Questo Indita) As zonas de vigilncia aduaneira so consideradas zona primria, sendo nelas estabelecidas restries especiais circulao de veculos, pessoas e animais. Comentrios: As zonas de vigilncia aduaneira fazem parte da zona secundria. Questo errada. 7. (Questo Indita) As guas territoriais e o espao areo so parte da zona primria. Comentrios: As guas territoriais e o espao areo integram a zona secundria. Questo errada. 4.2- Alfandegamento / Portos, Aeroportos e Pontos de Fronteira Alfandegados: 00000000000 00000000000 - DEMO Legislação Aduaneira p/ RFB‐2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 00 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 23 de 71 O controle da entrada de mercadorias, veculos e pessoas no territrio aduaneiro ocorrer nos portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados. Esses locais so alfandegados por meio de ato declaratrio da autoridade aduaneira competente, a fim de que neles possam, sob controle aduaneiro: - estacionar ou transitar veculos procedentes do exterior ou a ele destinados (controle aduaneiro de veculos) - ser efetuadas operaes de carga, descarga, armazenagem ou passagem de mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas (controle aduaneiro de mercadorias) e; - embarcar, desembarcar ou transitar viajantes procedentes do exterior ou a ele destinados. (controle aduaneiro de pessoas). Em outras palavras, somente aps o alfandegamento torna-se possvel a entrada de mercadorias, pessoas e veculos por um porto, aeroporto ou ponto de fronteira. Assim, no lcito que uma mercadoria, pessoa ou veculo provenientes do exterior adentrem o territrio nacional sem passar por um porto, aeroporto ou ponto de fronteira alfandegado. Com efeito, pode-se entender alfandegamento como a prpria autorizao da RFB para que em determinadas reas, seja possvel a entrada e sada do pas de mercadorias, pessoas e veculos. Esse exatamente o entendimento do art. 8¼ do Regulamento Aduaneiro, que dispe que somente nos portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados poder efetuar-se a entrada ou a sada de mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas. H, entretanto, duas excees: a) Importao e exportao de mercadorias conduzidas por linhas de transmisso ou por dutos ligados ao exterior. Seria o caso, por exemplo, da exportao ou importao de gs natural ou energia eltrica. b) Outros casos estabelecidos em ato normativo da Secretaria da Receita Federal do Brasil. A RFB , portanto, autorizada a estabelecer outras excees por meio de ato normativo infralegal. O alfandegamento de portos, aeroportos ou pontos de fronteira ser precedido da respectiva habilitao ao trfego internacional pelas autoridades competentes em matria de transporte. H, ainda, certos requisitos para que se possa proceder ao alfandegamento, conforme previso do art. 13 do Regulamento Aduaneiro21: 21 Essas regras so vlidas, no que couber, para o alfandegamento de recintos em zona primria e em zona secundria. 00000000000 00000000000 - DEMO Legislação Aduaneira p/ RFB‐2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 00 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 24 de 71 Art. 13. O alfandegamento de portos, aeroportos e pontos de fronteira somente poder ser efetivado: I - depois de atendidas as condies de instalao do rgo de fiscalizao aduaneira e de infra-estrutura indispensvel segurana fiscal; II - se atestada a regularidade fiscal do interessado; III - se houver disponibilidade de recursos humanos e materiais; e IV - se o interessado assumir a condio de fiel depositrio da mercadoria sob sua guarda. O alfandegamento poder abranger a totalidade ou parte da rea dos portos e aeroportos. Com efeito, no h necessidade de se alfandegar todo o porto/aeroporto, mas apenas as reas em que h entrada e sada de pessoas e mercadorias de/para o exterior. competncia da Receita Federal do Brasil definir requisitos tcnicos e operacionais para o alfandegamento de locais e recintos. A pessoa jurdica responsvel pela administrao do local ou recinto alfandegado fica, ento, obrigada a observar esses requisitos definidos pela RFB. Na definio dos requisitos tcnicos e operacionais, a Receita Federal dever obedecer a certas regras mnimas, as quais esto definidas nos diversos incisos do ¤ 1¼, do art. 13-A. Art. 13-A. Compete Secretaria da Receita Federal do Brasil definir os requisitos tcnicos e operacionais para o alfandegamento dos locais e recintos onde ocorram, sob controle aduaneiro, movimentao, armazenagem e despacho aduaneiro de mercadorias procedentes do exterior, ou a ele destinadas, inclusive sob regime aduaneiro especial, bagagem de viajantes procedentes do exterior, ou a ele destinados, e remessas postais internacionais ¤ 1¼ Na definio dos requisitos tcnicos e operacionais de que trata o caput, a Secretaria da Receita Federal do Brasil dever estabelecer:I - segregao e proteo fsica da rea do local ou recinto, inclusive entre as reas de armazenagem de mercadorias ou bens para exportao, para importao ou para regime aduaneiro especial; II - disponibilizao de edifcios e instalaes, aparelhos de informtica, mobilirio e materiais para o exerccio de suas atividades e, quando necessrio, de outros rgos ou agncias da administrao pblica federal; III - disponibilizao e manuteno de balanas e outros instrumentos necessrios fiscalizao e ao controle aduaneiros; 00000000000 00000000000 - DEMO Legislação Aduaneira p/ RFB‐2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 00 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 25 de 71 IV - disponibilizao e manuteno de instrumentos e aparelhos de inspeo no invasiva de cargas e veculos, como os aparelhos de raios X ou gama; V - disponibilizao de edifcios e instalaes, equipamentos, instrumentos e aparelhos especiais para a verificao de mercadorias frigorificadas, apresentadas em tanques ou recipientes que no devam ser abertos durante o transporte, produtos qumicos, txicos e outras mercadorias que exijam cuidados especiais para seu transporte, manipulao ou armazenagem; e VI - disponibilizao de sistemas, com acesso remoto pela fiscalizao aduaneira, para: a) vigilncia eletrnica do recinto; e b) registro e controle: 1. de acesso de pessoas e veculos; e 2. das operaes realizadas com mercadorias, inclusive seus estoques. ¤ 2¼ A utilizao dos sistemas referidos no inciso VI do ¤ 1¼ dever ser supervisionada por Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil e acompanhada por ele por ocasio da realizao da conferncia aduaneira ¤ 3¼ A Secretaria da Receita Federal do Brasil poder dispensar a implementao de requisito previsto no ¤ 1¼, considerando as caractersticas especficas do local ou recinto. Veja s que interessante... Para que um recinto seja alfandegado, devero ser disponibilizadas instalaes para o exerccio das atividades da RFB e, quando necessrio, de outros rgos da administrao pblica federal. Tambm devem ser disponibilizadas balanas e outros instrumentos necessrios fiscalizao e ao controle aduaneiro. Alm disso, devem ser disponibilizados instrumentos e aparelhos de inspeo no-invasiva (raios X ou gama, para que se possa inspecionar as cargas). Outra exigncia a disponibilizao de sistemas para vigilncia eletrnica e para registro e controle de acesso de pessoas e veculos e de operaes realizadas com mercadorias. O art. 13-A dispe, ainda, que a RFB dever estabelecer como requisito Òa segregao e proteo fsica da rea do local ou do recinto, inclusive entre as reas de armazenagem de mercadorias ou bens para exportao, para importao ou para regime aduaneiro especialÓ. O recinto alfandegado dever estar separado (segregado) de reas no-alfandegadas para que se evite confuso entre as cargas. Trata-se de medida importante de controle aduaneiro, que busca evitar fraudes. Mesmo dentro do recinto alfandegado, dever existir uma rea especfica para mercadorias importadas, outra rea para mercadorias exportadas e outra para mercadorias submetidas a regimes aduaneiros especiais. 00000000000 00000000000 - DEMO Legislação Aduaneira p/ RFB‐2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 00 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 26 de 71 ... Nas cidades fronteirias, podero ser alfandegados pontos de fronteira para o trfego local e exclusivo de veculos matriculados nessas cidades. Trata-se de medida destinada a facilitar a circulao entre cidades limtrofes. muito comum, nesses locais, que indivduos morem de um lado da fronteira e trabalhem do outro. Justamente em razo disso, as autoridades aduaneiras locais com jurisdio sobre as cidades fronteirias podero instituir, no interesse do controle aduaneiro, cadastros de pessoas que habitualmente cruzam a fronteira. 4.2.1- Recintos Alfandegados: H recintos alfandegados na zona primria e na zona secundria. O alfandegamento condio sine qua non para que possam ocorrer, no referido recinto, sob controle aduaneiro, operaes de movimentao, armazenagem e despacho aduaneiro de mercadorias, bagagem de viajantes e remessas postais internacionais. Tambm podero ser alfandegados, em zona primria, recintos destinados instalao de lojas francas (os conhecidos Òfree- shopsÓ) Os recintos alfandegados instalados fora da zona primria de portos e aeroportos alfandegados so os chamados portos secos, denominao essa que se refere a todos os tipos de terminais, exceo dos aeroporturios e porturios. Na definio do art. 11 do Regulamento Aduaneiro, portos secos so recintos alfandegados de uso pblico nos quais so executadas operaes de movimentao, armazenagem e despacho aduaneiro de mercadorias e de bagagem, sob controle aduaneiro. Eles podero ser autorizados a operar com cargas de importao, exportao ou ambas, tendo em vista as necessidades e condies locais. A existncia dos portos secos facilita muito a logstica das operaes de comrcio exterior. Imagine que voc seja o proprietrio de uma empresa situada em Feira de Santana-BA. E a voc est importando mercadorias que entram no territrio aduaneiro pelo Porto de Salvador. Nessa situao, voc concorda comigo que seria mais interessante realizar o despacho aduaneiro de importao em Feira de Santana ao invs de realiz-lo em Salvador? Se o despacho fosse realizado em Salvador, haveria necessidade de que voc ou algum de seus funcionrios se deslocassem at aquela cidade para acompanhar os procedimentos. Com o despacho ocorrendo em Feira de Santana, as coisas ficam bem mais fceis... 00000000000 00000000000 - DEMO Legislação Aduaneira p/ RFB‐2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 00 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 27 de 71 Os portos secos no podem ser instalados na zona primria de portos e aeroportos alfandegados. Mas eles podem ser instalados em zona primria? Sim, eles podem ser instalados em ponto de fronteira alfandegado. So os chamados portos secos de fronteira. 8. (AFRFB/2012) Os portos secos no podero ser instalados na zona primria de portos e aeroportos alfandegados. Comentrios: Segundo o art. 11, ¤ 1o, do R/A, os portos secos no podero ser instalados na zona primria de portos e aeroportos alfandegados. Questo correta 9. (ATRFB/2012) Portos secos so recintos alfandegados de uso pblico nos quais so executadas operaes de movimentao, armazenagem e despacho aduaneiro de mercadorias e de bagagem, sob controle aduaneiro. Comentrios: Exatamente o que prev o art. 11, do R/A. Portos secos so recintos alfandegados de uso pblico nos quais so executadas operaes de movimentao, armazenagem e despacho aduaneiro de mercadorias e de bagagem, sob controle aduaneiro. Questo correta. 10. (ATRFB/2012) Com exceo da importao e exportao de mercadorias conduzidas por linhas de transmisso ou por dutos, ligados ao exterior, observadas as regras de controle estabelecidas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, somente nos portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados poder efetuar-se a entrada ou a sada de mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas. Comentrios: O art. 8¼, do R/A, estabelece que somente nos portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados poder efetuar-se a entrada ou a sada de mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas. Excepcionamessa regra a importao e exportao de mercadorias conduzidas por linhas de transmisso 00000000000 00000000000 - DEMO Legislação Aduaneira p/ RFB‐2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 00 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 28 de 71 ou por dutos, ligados ao exterior, observadas as regras de controle estabelecidas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. Questo correta. 11. (Questo Indita) O alfandegamento de portos, aeroportos e pontos de fronteira somente poder ser efetivado se, alm de outros requisitos, o interessado assumir a condio de fiel depositrio da mercadoria sob sua guarda. Comentrios: O art. 13 do R/A define os requisitos para que se proceda ao alfandegamento de portos, aeroportos e pontos de fronteira. Um deles que o interessado assuma a condio de fiel depositrio da mercadoria sob sua guarda. Questo correta. 12. (Questo Indita) O alfandegamento abrange a totalidade da rea dos portos ou aeroportos. Comentrios: O alfandegamento poder abranger a totalidade ou parte da rea dos portos e dos aeroportos. Questo errada. 13. (Questo Indita) O alfandegamento de portos, aeroportos ou pontos de fronteira, em se tratando de permisso ou concesso de servios pblicos, poder ser realizado antes da concluso de procedimento licitatrio, desde que atestada a regularidade fiscal do interessado. Comentrios: Em se tratando de permisso ou concesso de servios pblicos, o alfandegamento poder ser efetivado somente aps a concluso do devido procedimento licitatrio pelo rgo competente, e o cumprimento das condies fixadas em contrato (art. 13, ¤ 2o, do R/A). Questo errada. 5- Administrao Aduaneira: O que vem a ser administrao aduaneira? A administrao aduaneira consiste nas atividades de fiscalizao e controle sobre o comrcio exterior, essenciais defesa dos interesses fazendrios nacionais. Trata-se de atividade constitucionalmente prevista, 00000000000 00000000000 - DEMO Legislação Aduaneira p/ RFB‐2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 00 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 29 de 71 realizada em todo o territrio aduaneiro.22 Destaque-se que as atividades de fiscalizao de tributos incidentes sobre as operaes de comrcio exterior sero supervisionadas e executadas por Auditor Fiscal da RFB. Segundo Eduardo Sabbag, por fiscalizao Òentende-se a ao estatal que, orientada pelo princpio da isonomia, dever identificar o (des) cumprimento das obrigaes tributrias, punindo o comportamento indesejado e, em carter pedaggico, dissuadindo o contribuinte omisso e recalcitrante da insistncia no inadimplemento obrigacionalÓ.23 Quando se fala em verificar o cumprimento de obrigaes tributrias, estamos nos referindo tanto s obrigaes tributrias principais quanto s acessrias.24 O objetivo maior da fiscalizao o cumprimento espontneo das obrigaes pelos sujeitos passivos. Ressalte- se que esto sujeitas fiscalizao tanto pessoas fsicas quanto pessoas jurdicas, sejam contribuintes ou no, mesmo quando se tratar de entidades imunes ou isentas. Assim, considera-se plenamente vlido (legal) o exame de livros ou registros contbeis de pessoas imunes. A fiscalizao aduaneira poder ser ininterrupta, em horrios determinados, ou eventual, nos portos, aeroportos, pontos de fronteira e recintos alfandegados. Cabe administrao aduaneira determinar os horrios e as condies de realizao dos servios aduaneiros nesses locais. Um exemplo de fiscalizao ininterrupta a que a RFB faz em relao bagagem de viajantes oriundos de voos internacionais. Por outro lado, a fiscalizao em horrios determinados a realizada sobre as mercadorias importadas e exportadas. Destaque-se que, nos termos do art. 17 do Decreto n¼ 6759/2009 (Regulamento Aduaneiro), a autoridade aduaneira tem precedncia sobre as demais autoridades que exeram suas atribuies nas reas de portos, 22 O art. 237 da CF/88 prev que a fiscalizao e o controle sobre o comrcio exterior, essenciais defesa dos interesses fazendrios nacionais, sero exercidos pelo Ministrio da Fazenda. A Receita Federal do Brasil o rgo especfico singular do Ministrio da Fazenda responsvel pelo controle aduaneiro. Ressalte-se que a RFB realiza o controle aduaneiro de mercadorias e veculos. O controle aduaneiro de pessoas e a vigilncia das reas de fronteira so competncias da Polcia Federal. 23 SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributrio. So Paulo: 2010. 2» edio. Ed. Saraiva, pp. 887 24 A obrigao tributria principal tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniria. A obrigao tributria acessria decorre da legislao tributria e tem por objeto as prestaes, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadao ou fiscalizao dos tributos. 00000000000 00000000000 - DEMO Legislação Aduaneira p/ RFB‐2017 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale‐ Aula 00 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br Página 30 de 71 aeroportos, pontos de fronteira e recintos alfandegados, bem como em outras reas nas quais se autorize carga e descarga de mercadorias, ou embarque e desembarque de viajante, procedentes do exterior ou a ele destinados. Trata- se do princpio da supremacia da autoridade aduaneira, que, inclusive, aplica-se aqui em casa! Essa pra fazer uma mdia com minha esposa, que Auditora Fiscal da RFB e vai ler essa aula! A precedncia da autoridade aduaneira, que tambm se aplica nas zonas de vigilncia aduaneira, implica: a) na obrigao, por parte das demais autoridades, de prestar auxlio imediato, sempre que requisitado pela autoridade aduaneira, disponibilizando pessoas, equipamentos ou instalaes necessrios ao fiscal; e b) na competncia da autoridade aduaneira, sem prejuzo das atribuies de outras autoridades, para disciplinar a entrada, a permanncia, a movimentao e a sada de pessoas, veculos, unidades de carga e mercadorias em portos, aeroportos, pontos de fronteira e recintos alfandegados. A pergunta que tentaremos responder agora a seguinte: como a autoridade aduaneira realiza as atividades de controle e fiscalizao sobre o comrcio exterior? Para realizar o controle e fiscalizao sobre o comrcio exterior, a autoridade aduaneira dotada de certas prerrogativas. Os Auditores Fiscais da RFB podero exigir a apresentao de mercadorias e de quaisquer documentos que julguem necessrios fiscalizao. Ademais, podero solicitar o acesso aos depsitos e dependncias de empresas fiscalizadas, assim como de veculos, cofres e outros mveis, a qualquer hora do dia ou da noite (se noite os estabelecimentos estiverem funcionando!) Se de um lado, os Auditores Fiscais da RFB tm a prerrogativa de fazer tais exigncias, por outro, os particulares (pessoas fsicas e jurdicas) tero a obrigao de atend-las. Agora vamos imaginar uma situao! Um Auditor Fiscal da RFB solicita a uma empresa fiscalizada que apresente certos documentos! A, o representante da empresa diz que no est mais com ele! Sumiu! Teve um incndio e pegou fogo! No d pra vir com esse tipo de conversinha! O importador, o exportador ou o adquirente de mercadoria importada por sua conta e ordem tm a obrigao de manter, em boa guarda e ordem, os documentos relativos s transaes que realizarem, pelo prazo decadencial estabelecido na legislao tributria a que esto submetidos, e de apresent-los fiscalizao
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