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LEGISLAÇÃO ADUANEIRA

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Apresentação
De acordo com nossa Constituição, o Direito aduaneiro difere dos outros ramos do Direito (tributário, administrativo etc.) por estar direcionado para determinados locais ou áreas do território nacional considerados fundamentais à manutenção da soberania nacional, porque podem servir de acesso ao território nacional, a partir do exterior.
Nesta aula, vamos conhecer, portanto, o que é direito aduaneiro e como ele se aplica ao comércio exterior; quais os princípios e normas que o regem; como funciona o controle aduaneiro. Além disso, vamos refletir a respeito das idéias de território nacional e território aduaneiro, trânsito aduaneiro e a distinção entre zonas primárias e secundárias.
Objetivos
· Discutir a aplicabilidade do direito aduaneiro no comércio exterior brasileiro.
· Identificar as diferenças entre território nacional e território aduaneiro e as implicações no comércio exterior.
· Distinguir zona primária e secundária.
Direito aduaneiro e sua aplicabilidade no comércio exterior brasileiro
A Constituição Federal, ao demarcar áreas, pontos e locais estratégicos do nosso território, expressa a preocupação com o controle do fluxo de entrada e saída de bens, mercadorias, pessoas, veículos, e com a necessidade de uma vigilância contínua. Daí a importância de um sistema jurídico próprio direcionado a regular os procedimentos de importação e a exportação, hoje a cargo das Unidades Aduaneiras que pertencem à estrutura da Receita Federal do Brasil. O fundamento constitucional para o Direito Aduaneiro se expressa no artigo 22, inciso VIII da Carta Magna.
O direito aduaneiro tem sua origem nas Capitanias Hereditárias - de quem a Coroa portuguesa cobrava impostos, não muito diferente dos dias atuais, pois, como sabemos, a nossa Constituição também uniu o controle do comércio exterior à arrecadação de impostos (CRFB, art. 237 e decreto nº 6759/2009 (Regulamento Aduaneiro), art. 8º).

Fonte: Por sasirin pamai / Shutterstock.
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De acordo com José Lence Carluci (1966, pg. 25), o direito aduaneiro se define como:
“Conjunto de normas e princípios que disciplinam juridicamente a política aduaneira, entendendo esta como a intervenção pública no intercâmbio internacional de mercadorias e que constitui um sistema de controle e de limitações com fins públicos que regulam o comércio exterior brasileiro.”
São princípios que regem o direito aduaneiro:
Clique nos botões para ver as informações.
Princípio da Transparência
As Normas Aduaneiras são reguladas, no âmbito internacional, pela OMA (Organização Mundial das Aduanas). Porém, os Estados (países) são soberanos e as operações, realizadas via entendimento recíproco; logo, é necessário que haja transparência na comunicação aos outros países sobre os controles e as exigências aduaneiras praticadas no país.
Princípio da boa-fé nas transações comerciais
Prevalência das Normas de Direito Internacional
Universalidade do Controle Aduaneiro
Discricionariedade na solução de questões de caráter não tributário
Princípio da circulação econômica
Princípio da Integridade territorial e da Uniformização Jurídica
Princípio da Extra-fiscalidade
Quanto às diversas normas que regem o direito aduaneiro, sabemos que os principais instrumentos normativos são constitucionais (Constituição Federal), legais (Código Tributário Nacional, Decreto-Lei n 37/66, tratados internacionais), e infralegais (Regulamento Aduaneiro [decreto nº 6759/2009], Instruções Normativas, Portarias).
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Atividade
1. O Direito Aduaneiro encontra seu fundamento constitucional no art. 22, inciso VIII da Carta Magna, sendo definido, de acordo com José Lence Carluci (1966, p. 25), como:
a) O conjunto de normas e princípios que disciplinam juridicamente a política tributária;
b) A intervenção pública no intercâmbio nacional de mercadorias constituindo um sistema de controle que regula o comércio interno no Brasil;
c) O conjunto de normas e princípios que disciplinam juridicamente a política administrativa;
d) O conjunto de normas e princípios que disciplinam juridicamente a política aduaneira;
e) A intervenção privada no intercâmbio nacional de mercadorias constituindo um sistema de controle que regula o comércio interno no Brasil.
Gabarito comentado
2. As normas aduaneiras são reguladas no âmbito internacional, através da OMA (Organização Mundial das Aduanas). Como os Estados são soberanos, as operações são realizadas segundo um entendimento recíproco, sendo necessária a prévia comunicação aos demais países sobre os controles e exigências aduaneiras do país. Marque a única opção correta que identifica o princípio aduaneiro conceituado.
a) Princípio da Transparência.
b) Prevalência das Normas de Direito Internacional.
c) Universalidade do Controle Aduaneiro.
d) Princípio da circulação econômica.
e) Princípio da extra-fiscalidade.
Gabarito comentado
A jurisdição aduaneira
O conceito de jurisdição refere-se ao poder do Estado em aplicar regras jurídicas sobre determinado território, incluindo as atividades de fiscalização, controle e exigência de conduta dos indivíduos que nele se encontram.
Estas regras de conduta (normas previstas pela legislação brasileira), dentro do território brasileiro, deverão ser cumpridas por brasileiros e estrangeiros que aqui se encontrem, pois todos devem se submeter à jurisdição nacional.
A legislação aduaneira tem suas atividades descritas no Regulamento Aduaneiro, Decreto nº 6759/2009. Diferentemente dos Decretos, que não têm força de lei, o Regulamento Aduaneiro possui status de Norma Nacional porque é expedido pelo presidente da República com o objetivo de regular a matéria referente ao comércio exterior, operações realizadas com outros sujeitos na ordem internacional.
Por outro lado, o art. 237 da Constituição Federal outorga ao Ministro da Fazenda, ou equivalente, a competência para fiscalização e controle das atividades de comércio exterior referentes à defesa dos interesses fazendários nacionais. O Brasil é um dos poucos países que deixam a cargo da Fazenda Nacional o gerenciamento das questões aduaneiras.
Fonte: Por Bika Ambon / Shutterstock.
Como funciona o controle aduaneiro
As operações de comércio exterior são controladas em três instâncias:
Tributária
Refere-se à fiscalização dos procedimentos que envolvam as operações de importação e exportação. Este controle é realizado pela Receita Federal do Brasil, órgão da estrutura do Ministério da Economia.
Administrativa
Este controle é de atribuição da Secretaria de Comércio Exterior e seus departamentos, órgãos da estrutura do Ministério da Economia, e dos Órgãos Anuentes. Sua função é assegurar que os bens importados e exportados cumpram as regras internas. Este controle não visa às questões tributárias.
Cambial
Como o próprio nome indica, este controle refere-se aos pagamentos internacionais nas operações de comércio exterior, exercido pelo Banco Central do Brasil.
Estas atividades, atualmente, estão concentradas no Ministério da Economia, através da Secretaria de Fazenda/COANA – Coordenação Geral de Administração Aduaneira diretamente ligada à Receita Federal do Brasil; e da Secretaria Especial do Comércio Exterior e Assuntos Internacionais – SECINT (ex-MDIC) e da Secretaria de Comércio Exterior e seus Departamentos.
É importante entendermos a distinção entre:
Território Nacional
Corresponde aos limites geográficos do país, ou seja, é a área politicamente definida e ocupada, onde o país exerce a sua soberania. É separado dos outros países limítrofes pelas fronteiras.
Território Aduaneiro
Corresponde à área juridicamente definida, protegida por um sistema aduaneiro (único), cujas regras são aplicadas a todas as entradas e saídas de pessoas, bens e veículos. Este sistema aduaneiro é constituído pelas normas jurídicas descritas (no Regulamento Aduaneiro), que devem estabelecer igual tratamento para todas as importações e exportações realizadas nesta área.
Ao analisarmos estes conceitos concluímos que nem sempre o território aduaneiro se confunde com o território nacional. Podemoster um território aduaneiro com um ou mais territórios nacionais (união Europeia), ou um território nacional com mais de um território aduaneiro, como por exemplo, a zona Franca de Manaus, no Brasil.
Qualquer empresa que exporte seus produtos para a União Europeia, terá que se submeter às regras da União; não importa se os produtos entrem pela Alemanha ou por Portugal, as regras estão condicionadas a um único regime aduaneiro que trata de todas as importações e exportações deste bloco. Assim, quando estamos exportando carne para a França, não vamos conferir as exigências para este produto na legislação francesa, mas no regulamento aduaneiro da União Europeia.
Por outro lado, vamos analisar a situação da Zona Franca de Manaus:
O Decreto-Lei 288/67 e o art. 504 do Regulamento Aduaneiro mencionam que a ZFM é uma Área de Livre Comércio de importação e exportação e de incentivos fiscais especiais, portanto, tratada como um regime aduaneiro diferenciado do restante território nacional.
Este regime aduaneiro “especial” dentro do território nacional teve a sua validade prorrogada até 2073.
Para entendermos melhor este assunto, em uma linguagem mais coloquial, podemos dizer que território nacional é aquele espaço que estamos acostumados a ver no mapa, o país chamado Brasil; o território aduaneiro é a área delimitada pela fronteira aduaneira de um país ou bloco, onde está vigente um único sistema administrativo-tributário que abrange os direitos e controles aplicados às importações e exportações.
Fonte:
Assim, poderemos ter:
Um território nacional = Um território aduaneiro
Um território nacional = “N” territórios aduaneiros
Um território aduaneiro = “N” territórios nacionais
Atividade
Parte superior do formulário
3. O conceito de jurisdição aduaneira refere-se ao poder do Estado em aplicar regras jurídicas sobre determinado , incluindo as atividades de ,  e exigência de conduta dos indivíduos que nele se encontram.
Parte inferior do formulário
Preencha as lacunas com a única opção correta.
a) fiscalização / território / controle.
b) controle / território / fiscalização.
c) território / fiscalização / controle.
d) fiscalização / gestão / território.
e) gestão / controle / fiscalização.
Gabarito comentado
Como se divide o território aduaneiro
Depois de entendermos o conceito, fica fácil entendermos que, dentro de um país, o território aduaneiro pode ser dividido em diferentes áreas de acordo com o interesse do governo e a necessidade de controle e proteção às fronteiras do País.
No Brasil, o território aduaneiro é dividido em Zona Primária e Zona Secundária. A seguir, entenderemos melhor os processos que ocorrem em cada uma das zonas.
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Zonas primárias
Em razão de sua extensa dimensão, com uma costa imensa (em torno de 7.400 km) e uma fronteira terrestre em torno de 16.900 km, não é possível para o Brasil receber mercadorias, veículos ou pessoas em toda esta extensão, quer seja por terra, água ou ar. Compete ao Estado brasileiro definir os locais onde deve ser exercido o contato com o exterior, ou seja, onde mercadorias, pessoas e/ou veículos poderão entrar e sair do nosso País, sob controle aduaneiro.
Por motivo de segurança nacional, o controle aduaneiro de fronteiras exige que as operações de comércio exterior sejam realizadas em áreas previamente definidas pelo poder público com infraestrutura necessária para as autoridades competentes exercerem suas atividades. Estas áreas são denominadas zonas Primárias (por serem o primeiro) e o único local do território aduaneiro onde é permitida a entrada e saída de mercadorias, veículos e pessoas vindas do estrangeiro, bem como a carga, descarga e armazenamento de mercadorias.

LEGENDA
Dependendo do tipo de modal ou transporte utilizado nas operações de comércio exterior, as Zonas Primárias podem estar assim localizadas:
· Portos e aeroportos alfandegados 1;
· Pontos de fronteira alfandegados.
A delimitação da área nas zonas primárias tem as seguintes funções:
Fixação da jurisdição fiscal
Onde são praticados os atos jurídicos tributários e aduaneiros correspondentes às operações ali realizadas.
Classificação como Área de Segurança Nacional e acesso restrito
A administração aduaneira define a entrada, permanência, movimentação e saída de mercadorias, veículos e pessoas, de acordo com os interesses da Fazenda Nacional.
Você já deve ter observado que não é fácil o acesso às dependências, em portos ou aeroportos. Geralmente, há um aviso (letreiro) escrito acesso restrito, em alguns casos, mais especificamente, Área de Segurança Nacional.
O reconhecimento hierárquico das autoridades aduaneiras precede sobre os demais órgãos ali localizados. Além disso, as autoridades possuem livre acesso a todas as dependências, no interesse aduaneiro.
O art. 3º, § 1°, do Regulamento Aduaneiro determina que, para efeito do controle Aduaneiro, as Zonas de Processamento de Exportação (ZPE) constituem zonas primárias.
Já há algum tempo, devido à globalização e ao desenvolvimento da logística, o procedimento de alfandegamento está sendo transferido para a iniciativa privada, o que o torna mais relevante devido ao fato de que o responsável pela sua administração se torna um fiel depositário 2, que deve providenciar toda a infraestrutura para o bom funcionamento operacional o controle aduaneiro.
O fiel depositário assume a responsabilidade pelo bem e pela sua conservação durante o processo de importação e/ou exportação; em contrapartida, cobra dos agentes intervenientes nestas operações os valores correspondentes à movimentação e armazenagem das mercadorias.
Algumas destas áreas recebem o título de Alfândega, ou seja, aquele departamento público, geralmente localizado na zona primária, com a função de controlar e fiscalizar o cumprimento das obrigações tributárias e aduaneiras nas exportações, mas principalmente nas importações; ou seja, cobrar os direitos de entrada de mercadorias no território aduaneiro, as chamadas taxas alfandegárias.
Fonte: Por AlexAlmighty / Shutterstock.
Zonas secundárias
Durante um longo tempo, as zonas primárias foram a única porta de entrada das importações e a saída das exportações. Porém, em um território tão extenso quanto o do Brasil, os importadores e os exportadores passavam muitas dificuldades para fazerem chegar seus produtos a estas áreas e acompanhar o seu embarque e desembarque, uma vez que a maioria dos portos e aeroportos se encontra situada ao longo da costa, ficando o interior desfavorecido no que tange ao comércio exterior. Poucas são as exceções, tais como o Aeroporto de Brasília e a Zona Franca de Manaus.
Este fato poderia acarretar um desequilíbrio no desenvolvimento regional. Este problema foi resolvido com a interiorização dos procedimentos aduaneiros. A interiorização permitiu que os exportadores e importadores brasileiros não necessitassem deslocar-se para a Zona Primária para desembaraçarem as suas mercadorias, conseguindo acessar com mais facilidade o local onde é realizado o despacho aduaneiro das suas mercadorias.
Esta medida também permitiu que a concorrência entre os exportadores e importadores ficasse mais equilibrada, uma vez que um exportador de Minas Gerais poderia ter as mesmas facilidades de acesso ao local do despacho aduaneiro de seus produtos que aquele produtor do Estado do Espírito Santo, por exemplo, que escoa os seus produtos através do Porto de Vitória.
Os chamados portos secos são o mecanismo que permite a interiorização dos procedimentos do despacho aduaneiro. Trata-se de recintos alfandegados de uso público, localizado num porto seco (porto sem água, no interior), em zona secundária, embora possam, em alguns casos, situarem-se junto aos pontos de fronteira (área contígua) para armazenamento das mercadorias em trânsito. Os portos secos oferecem serviços de desembaraço, desova, movimentação de contêineres e mercadorias em geral, destinadas à importação ou exportação. Normalmente são explorados pela inciativa privada, mediante permissão ou concessão da Receita Federal.
A iniciativa privada tem maisagilidade na montagem e administração desses locais, tornando os procedimentos mais eficientes.

Fonte: Por weerasak saeku / Shutterstock.
A maioria deles situa-se próximo aos grandes polos econômicos, facilitando a logística e, consequentemente, diminuindo os custos logísticos e aumentando a competitividade dos produtos no mercado, principalmente na exportação.
Nos portos secos, como já foi mencionado, são realizadas as mesmas operações de controle e fiscalização das zonas primárias. Assim sendo, os empresários que administram estes locais devem disponibilizar para a administração aduaneira toda a infraestrutura e segurança necessária para o desenvolvimento das suas atividades, de acordo com a legislação vigente.

Fonte: Por 1933bkk / Shutterstock.
A seguir, conheceremos um regime aduaneiro especial. Vamos lá!
 
Trânsito Aduaneiro
Clique no botão acima.
Atividade
4. O Território Aduaneiro corresponde à área juridicamente definida, protegida por um sistema aduaneiro (único), cujas regras são aplicadas a todas as entradas e saídas de pessoas, bens e veículos. Neste contexto, conceitue “Território Nacional”.
Gabarito comentado
5. Em razão de sua extensa dimensão, com uma costa imensa (em torno de 7.400 km) e uma fronteira terrestre em torno de 16.900 km, não é possível para o Brasil receber mercadorias veículos ou pessoas em toda esta extensão, quer seja por terra, água ou ar. Assim, existe a necessidade de nomear e demarcar os pontos pelos quais se realiza o contato com o exterior. No Brasil, quem tem autoridade para definir e demarcar estes pontos?
a) A Receita Federal do Brasil
b) O Ministério da Economia
c) A Organização Mundial do Comércio
d) A Marinha do Brasil
e) O Estado Brasileiro
Aula 2: Administração aduaneira, alfandegamento e recintos alfandegados
Apresentação
Os negócios internacionais referem-se ao desempenho de atividades de comércio (produtos ou serviços) através das fronteiras entre países.
O crescimento da atividade de negócios internacionais coincide com o fenômeno da globalização, apontada como responsável pela crescente integração econômica e pela interdependência dos países. Esta interconectividade econômica, que conduz o mundo a uma compressão do tempo e do espaço, levando alguns autores a utilizarem a expressão aldeia global para definir o encurtamento das distâncias e a redução do tempo com que a vida pessoal e dos negócios é vivida em razão da facilidade que a tecnologia da informação (TI) nos proporciona.
Todavia, apesar de termos a sensação de que tudo é possível no mundo virtual, os produtos que compramos ou vendemos, inclusive praticando o “e-commerce”, ainda utilizam métodos de entrega tradicionais, com mais rapidez sem dúvida, mas utilizando os mesmos tipos de transporte: terrestre (rodoviário e ferroviário), marítimo e aéreo.
Nesta aula, aprenderemos a respeito do alfandegamento, desalfandegamento e verificaremos a importância dos portos, aeroportos, pontos de fronteira alfandegados. Também entenderemos o funcionamento da administração aduaneira, como é feita a fiscalização e quais são as responsabilidades do transportador.
Objetivos
· Demonstrar os conceitos, as diferenças e os objetivos do Alfandegamento e dos Recintos Alfandegados.
· Explicar como funciona a Administração aduaneira e seus impactos no comércio exterior brasileiro.
Alfandegamento e recintos alfandegados
Vamos iniciar nossa aula lembrando o que o Regulamento Aduaneiro (RA), no seu art. 5º, dispõe sobre alfandegamento.
Os portos, aeroportos e pontos de fronteira serão alfandegados por ato declaratório Executivo (ADE) da autoridade aduaneira competente, para que neles possam, sob o controle aduaneiro:
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1
Estacionar ou transitar veículos procedentes do exterior ou a ele destinados.
2
Efetuar operações de carga, descarga, armazenagem ou passagem de mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas.
3
Embarcar, desembarcar ou transitar viajantes procedentes do exterior ou a ele destinados.
Assim sendo, entendemos que o alfandegamento é uma autorização, por parte da Receita Federal do Brasil (RFB), através de Ato Declaratório Executivo (ADE), emitido pelo Superintendente da região de jurisdição do porto, aeroporto ou ponto de fronteira a ser alfandegado.
Saiba mais
O aeroporto de Congonhas/SP, um dos maiores do Brasil, não pode receber tráfego internacional por falta de controle apropriado e, obviamente, falta do Ato Declaratório.
Ainda com relação ao Regulamento Aduaneiro (RA):
Artigo 6º
Estabelece que o alfandegamento de portos, aeroportos ou pontos de fronteira será precedido da respectiva habilitação ao tráfego internacional pelas autoridades competentes em matéria de transporte.
O seu parágrafo único especifica que, ao iniciar o processo de habilitação de que trata o caput (art. 6º), a autoridade competente notificará a Secretaria da Receita Federal do Brasil.
Artigo 7º
Prevê que o ato que declarar o alfandegamento estabelecerá as operações aduaneiras autorizadas e os termos, limites e condições para sua execução.
Analisando os artigos, concluímos que os veículos que circulam nestas áreas merecem especial atenção, tanto os nacionais quanto os internacionais utilizados no transporte de pessoas. Por este motivo, somente transitam nestes locais os veículos previamente autorizados, através de solicitação dos interessados à administração de cada porto, aeroporto ou ponto de fronteira, indicando itinerários, procedimentos de carga, descarga, embarque e desembarque.
Da mesma forma, o controle aduaneiro exige que todas as operações relacionadas ao exterior ou dele procedentes (inclusive o trânsito de pessoas) tenham segurança física e jurídica, identificando os responsáveis. Portanto, as empresas que atuam na armazenagem, movimentação de mercadorias e trânsito de passageiros, obrigatoriamente, devem possuir cadastro e autorização para funcionamento.

(Fonte: industryviews / Shutterstock)
A armazenagem e movimentação de mercadorias pode ser gratuita ou remunerada. O Supremo Tribunal de Justiça decidiu que a cobrança de tarifas é absolutamente legal. Desta forma, o armazenamento e a movimentação de mercadorias na área primária e também na secundária, normalmente, é pago. A Zona Secundária tende a ser menos dispendiosa do que a Zona Primária, uma grande vantagem da transferência das mercadorias para esta área alfandegada, utilizando o Regime Aduaneiro Especial, denominado Trânsito Aduaneiro (TA).
O parágrafo único do art. 8º do Regulamento Aduaneiro aborda um assunto muito interessante sobre o qual não podemos deixar de comentar.
"Art. 8º Somente nos portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados poderá ser realizada a entrada ou a saída de mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas.
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:
I - À importação e à exportação de mercadorias conduzidas por linhas de transmissão ou por dutos, ligados ao exterior, observadas as regras de controle estabelecidas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil."
- Regulamento Aduaneiro (RA).
O caput não nos surpreende, pois já foi objeto de comentário na aula anterior e devido a sua importância, também o está sendo nesta, mas o item I do Parágrafo único apresenta-nos pela primeira vez um tratamento diferenciado para produtos transportados de forma bem distinta: o transporte via linhas de transmissão e dutos. É a legislação aduaneira atualizando-se. Hoje importamos e exportamos através de:
Tubos
Importamos gás da Bolívia através do chamado “Gasoduto Brasil-Bolívia”.
Linhas de transmissão
Importamos (Paraguai e Uruguai) e exportamos (Argentina) energia.
Saiba mais
Esta alteração no Regulamento Aduaneiro só foi realizada em 2013, através do Decreto nº 8.010, de 16/05/2013.
Voltando ao nosso assunto, os recintos alfandegados eram administrados pelo Estado, mas a necessidade de modernização e adaptação à nova realidade que o aumento dos negócios ocasionou devido à globalização e à logística levou à administração desses locais por empresas privadas através de licitação.
No comérciointernacional são utilizados diversos modais de transporte, como: aéreo, aquaviário (marítimo, fluvial e lacustre) e terrestre (rodoviário e ferroviário). Para efeito de controle destas diversas classes de atividade, foram criadas as Agências Reguladoras:
ANAC
Agência Nacional de Aviação Civil
ANTT
Agência Nacional de Transportes terrestres
ANP
Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis
ANTAQ
Agência Nacional de Transportes Aquaviários
ANEEL
Agência Nacional de Energia Elétrica
ANM
Agência Nacional de Mineração (a mais jovem, criada em 26/07/2017, devido ao transporte de minério já realizado por via duto).
Estas agências são as responsáveis pela Habilitação ao Tráfego Internacional, condição indispensável para a obtenção do Alfandegamento.
A seguir, veremos alguns detalhes sobre os recintos alfandegados.
 
Recintos alfandegados
 Clique no botão acima.
Atividade
1. No comércio internacional são utilizados diversos modais de transporte: aéreo, aquaviário (marítimo, fluvial e lacustre) e o terrestre (rodoviário e ferroviário). Para efeitos de controle destas diversas classes de atividade, foram criadas as Agências Reguladoras. Nas opções sugeridas, qual agência NÃO realiza o controle dos modais mencionados na questão?
a) Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC.
b) Agência Nacional de Transportes Aquaviários – ANTAQ.
c) Agência Nacional de Transportes terrestres – ANTT.
d) Agência Nacional de Mineração – ANM.
e) Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL.
Gabarito Comentado
2. No que diz respeito à área física, o Ato Declaratório do Alfandegamento menciona todos os itens necessários ao funcionamento dos portos e aeroportos. Identifique, nas opções sugeridas, o ÚNICO que não faz parte desta relação.
a) Cais e águas para atracação, carga, descarga ou transbordo de embarcações no transporte internacional.
b) Pátios contíguos à faixa de cais, necessários à movimentação de cargas para embarque ou imediatamente após o desembarque.
c) Pistas e pátios de manobras, utilizados por aeronaves em voos internacionais.
d) Revisão do despacho – Setor que revisa a correta propositura dos despachos de mercadorias já desembaraçadas com menos de cinco anos de sua propositura.
e) Áreas destinadas ao carregamento, descarregamento, embarque e desembarque de aeronaves no transporte internacional.
Gabarito Comentado
Tipos de alfandegamento
O Alfandegamento pode ser declarado em diversas modalidades:
Clique nos botões para ver as informações.
Permanente
Temporário (provisório)
Extraordinário (eventual)
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Atenção
Independentemente da modalidade de alfandegamento, o ADE deverá indicar: a forma de fiscalização do local e produtos além da unidade da Receita Federal responsável pelo controle aduaneiro.
O alfandegamento e os recintos alfandegados têm como objetivo facilitar a logística das mercadorias a serem importadas e exportadas, bem como as atividades econômicas do país, sem descuidar do controle aduaneiro.
Desalfandegamento
O desalfandegamento é a extinção do alfandegamento, quando:
· Descumpridos os requisitos do alfandegamento;
· Extinção do prazo do alfandegamento;
· Solicitação da administradora do local ou recinto alfandegado;
· Ato Declaratório Executivo (ADE) da Receita Federal.
O Desalfandegamento pode ter natureza de sanção administrativa, caso as exigências do alfandegamento tenham sido descumpridas e a Receita Federal assim o entenda. Além disso, pode ocorrer de forma parcial.
Saiba mais
Conheça as áreas de Controle Integrado (ACI).

(Fonte: Grigvovan / Shutterstock)
Administração aduaneira
Administração aduaneira diz respeito a toda atividade das Alfândegas no País. O artigo 15 do Regulamento Aduaneiro define como se dá o exercício da administração aduaneira:
"Art. 15: O exercício da administração aduaneira compreende a fiscalização e o controle sobre o comércio exterior, essenciais à defesa dos interesses fazendários nacionais, em todo o território aduaneiro.
Parágrafo Único: As atividades de fiscalização de tributos incidentes sobre as operações de comércio exterior serão supervisionadas e executadas por Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil."
Alfândega ou aduana?
Os dois vocábulos designam uma repartição sob a administração federal, que tem jurisdição no território nacional com o objetivo de controlar a entrada e saída do país de:
Pessoas
Mercadorias
Veículos
É a repartição pública que controla a importação e a exportação. Pode ser usado um ou outro termo, indistintamente, porém a tendência no Brasil é o uso do termo “Alfândega”, talvez porque seja mais moderno. Na língua espanhola, o termo utilizado é “Aduana”.
Fiscalização
A fiscalização deve ser realizada pelos auditores fiscais de forma ininterrupta, exercida na Zona Primária, onde setores não podem fechar, funcionam 24 horas por dia, como é o caso do Setor de Bagagem dos aeroportos, por exemplo. Os aviões, de passageiros ou de carga chegam em qualquer horário e precisam passar pelo processo de fiscalização aduaneira.
A fiscalização pode acontecer de forma eventual, na Zona Secundária, onde os auditores fiscais comparecem, sem qualquer aviso ou determinação de dia e hora, por questões óbvias (Art. 16 do RA).
Outro assunto importante no que diz respeito à Administração Aduaneira, são os documentos. O art. 18 do RA prescreve:
"O importador, o exportador ou o adquirente de mercadoria importada por sua conta e ordem têm a obrigação de manter, em boa guarda e ordem, os documentos relativos às transações que realizarem, pelo prazo decadencial estabelecido na legislação tributária a que estão submetidos, e de apresentá-los à fiscalização aduaneira quando exigidos."
Os parágrafos do artigo fazem menção aos documentos de instrução das declarações aduaneiras, à correspondência comercial, incluídos os documentos de negociação e cotação de preços, aos instrumentos de contrato comercial, financeiro e cambial, de transporte e seguro das mercadorias, aos registros contábeis e aos correspondentes documentos fiscais que a Receita possa solicitar. O descumprimento de obrigação implicará o não-reconhecimento de tratamento mais benéfico de natureza tarifária, tributária ou aduaneira eventualmente concedido, com efeitos retroativos à data da ocorrência do fato gerador.
Essas instruções também se aplicam ao despachante aduaneiro, ao transportador, ao agente de carga, ao depositário 4 e aos demais intervenientes nas operações de comércio exterior.
Neste quesito, o Código Tributário Nacional (CTN) também faz menção aos deveres instrumentais dos sujeitos passivos das obrigações geradas pelos tributos aduaneiros (arts. 21 e 22 do RA).
A Organização Mundial das Aduanas (OMA), que traça as normas a serem seguidas pelas Alfândegas dos países-membros da ONU, listou as seguintes funções para as alfândegas:
Arrecadação de tributos
Proteção da sociedade
Proteção do meio ambiente
Coleta de informações estatísticas
Obediência aos tratados referentes ao comércio internacional
Facilitação do comércio internacional
Proteção da herança cultural
Todavia, como os países são soberanos, eles podem ter sua própria legislação. O Brasil especificou as atribuições da Alfândega Brasileira na Lei 12.815/2013, a chamada Lei dos Portos, cujo artigo 24 evidencia a intenção do Governo de determinar pontos específicos para a realização destas atividades. Porém, existem mercadorias cujo controle não pode ser realizado enquanto trafegam. Nestes casos o controle deve ser realizado através de amostragem, volume ou capacidade de transferência, é o caso do transporte dutoviário.
Este tipo de transporte, abordado quando falamos dos modais, é utilizado para mercadorias sólidas ou líquidas em grandes quantidades:
Oleodutos
Utilizados para o transporte de petróleo e derivados, álcool e outros.
Minerodutos
Utilizados no transporte de granéis sólidos como minérios de ferro, sal e outros.
Gasodutos
Utilizados para o transporte de produtos gasosos. O mais conhecido é o transporte de gás.
Dutos ou cabos de transmissão
Utilizados no transporte de energia elétrica. Este tipo de transporte,mesmo considerado diferente, também tem o controle da Receita Federal.
Veja a seguir os detalhes do controle aduaneiro de veículos.
 
Controle aduaneiro de veículos
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Saiba mais
Na aterrissagem de volta, a Apolo 11 necessitou apresentar à aduana do porto de Honolulu (local onde mergulhou) um Manifesto de Carga com a relação de produtos coletados, devidamente assinados pelos aeronautas Neil Armstrong, Edwin Buzz Aldrin Jr. e Michael Collins. Veja o documento.
Atividade
3. A zona primária é o local de entrada e saída do País de mercadorias, veículos e pessoas. Nesta área o controle é realizado 24 horas por dia. O “controle de veículos” é realizado, exclusivamente _____________, garantindo assim a _______________ e _______________. Preencha com uma das opções sugeridas as lacunas desta questão.
a) Na zona secundária / segurança nacional / o direito de ir e vir.
b) Na zona primária / segurança nacional / a soberania.
c) Na zona primária / permissão do veículo / o direito de circular no país.
d) Na zona secundária /entrada dos passageiros / do veículo.
e) Na zona primária / segurança nacional / o direito de circular no país.
Gabarito Comentado
Estrutura da alfândega brasileira
Na maior parte dos países do mundo a Alfândega ou Aduana é uma repartição pública autônoma, geralmente ligada ao Ministério da Fazenda, porém desligada dos demais tributos. No Brasil, está inserida na estrutura da Secretaria da Receita Federal, do Ministério da Economia, sujeita à administração que cuida dos demais tributos federais.
Na maioria dos países o órgão que trata da administração das alfândegas, em nível nacional, denomina-se Direção Geral das Alfândegas. No Brasil, é um órgão da Secretaria da Receita Federal chamado coordenação geral de administração aduaneira - coana.
 (Fonte: gualtiero boffi / Shutterstock)
Nos grandes portos e aeroportos (Santos, São Paulo, Rio de Janeiro), encontramos na Alfândega uma Superintendência Regional, uma Delegacia, uma Inspetoria da Receita Federal e os auditores fiscais. Os portos e os aeroportos menores não têm Superintendência, podem não ter Delegacia nem Inspetoria, mas sempre terão os auditores fiscais. Esta estrutura é constituída de acordo com o movimento do porto, aeroporto ou ponto de fronteira.
Não existe fiscal aduaneiro no Brasil, somente auditor fiscal da receita federal, com autonomia legal para atuar em qualquer área dos tributos federais; porém, quando localizado numa Alfândega, só tem poderes para assuntos aduaneiros.
Para terminarmos esta aula, deixamos a menção do Professor José Lence Carluci no seu livro Uma Introdução ao Direito Aduaneiro (1966, p. 20):
"Entendemos que Aduana tem sentido mais abrangente que Alfândega. Aduana denota mais do que uma repartição, órgão administrativo ou estação arrecadadora: designa a instituição jurídica, a organização ou entidade na totalidade dos seus aspectos e funções e seus múltiplos fins: arrecadação, protecionismo, controle administrativo etc. Neste contexto poder-se-ia dizer que as Alfândegas são as repartições da Aduana, que aplicam as normas e controles da Aduana. Fazendo um paralelo com o corpo humano, a Aduana é como se fosse a pele; protege o corpo e, somente se sentirá a sua importância, se ela se deteriorar ou extinguir."
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(Fonte: Travel mania / Shutterstock)
Infraestrutura alfandegária nos portos (alfandegados)
Os portos alfandegados são áreas pertencentes à União, exploradas diretamente ou mediante concessão, e autorizadas a operar no comércio exterior. Exemplos: Porto de Santos, Rio de janeiro, Paranaguá, Vitória e outros.
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Lei dos Portos
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Atividade
4. Os portos, aeroportos e pontos de fronteira serão alfandegados por ato declaratório da autoridade aduaneira competente, para que neles possam, sob controle aduaneiro, realizar as seguintes operações:
Dentre as opções abaixo assinale a única que não necessita de um porto alfandegado para a sua realização.
a) Estacionar veículos procedentes do exterior.
b) Efetuar operações de descarga e armazenagem de mercadorias procedentes do exterior.
c) Viajantes de nacionalidade brasileira realizando cruzeiro, embarcando no porto de Santos/SP com destino ao porto de Salvador/BA.
d) Transitar veículos de carga procedentes do exterior.
e) Desembarcar ou transitar viajantes procedentes do exterior.
Gabarito Comentado
5. Os Portos Alfandegados são áreas pertencentes à União, exploradas diretamente ou, mediante concessão, autorizadas a operarem no comércio exterior. Qual o conceito de “porto organizado”?
Gabarito Comentado
6. Os Aeroportos são terminais alfandegados, de Zona Primária, destinados a aeronaves, cujo alfandegamento depende de prévia autorização do Ministério da Aeronáutica e da Receita Federal. São constituídos por algumas partes sob jurisdição do órgão competente. A Pista é uma destas partes. Qual o conceito de “PISTA”?
Aula 3: Tributos no comércio exterior brasileiro: imposto de importação
Apresentação
Nesta aula, veremos como funciona a política tributária brasileira no que se refere ao comércio internacional e quem são os sujeitos da relação tributária. Você vai conhecer também os conceitos de tributo, imposto, taxa, contribuição, fato gerador, assim como a distinção entre bens, produtos ou mercadorias.
Além disso, vamos nos aprofundar nas espécies de tributos que afetam o comércio exterior brasileiro, com ênfase no Imposto de Importação (II), buscando saber quais bens sofrem incidência desse imposto; a legislação específica, incidência e fatos geradores.
Objetivos
· Descrever o papel da União, dos sujeitos ativo e passivo e responsáveis solidários pelo pagamento dos impostos.
· Identificar como funciona o imposto de importação, bem como sua legislação específica, incidência e fatos geradores.
· Reconhecer o funcionamento dos regimes de tributação simplificada, especial e unificada.
As barreiras comerciais
Os impostos internacionais estão relacionados ao protecionismo com que cada país trata a indústria nacional, as tão mencionadas barreiras comerciais. O protecionismo vem, gradativamente, perdendo força e é considerado pela OMC – Organização Mundial do Comércio, uma prática econômica desleal. O Brasil ainda é considerado um dos países mais protecionistas, segundo a OMC, seja na aplicação de barreiras tarifárias ou não tarifárias, as BNT: barreiras técnicas, sanitárias, verdes ou ambientais, laborais, quotas e outras.
A verdade é que todos os países, a pretexto de garantir sua soberania, são protecionistas, protegendo ou subsidiando um ou outro segmento da sua Economia.
Com o processo de globalização da Economia, a partir de meados do séc. XX, muitas barreiras alfandegárias caíram, e o comércio internacional sofreu um estímulo considerável.
Vamos entender os impostos que de alguma forma afetam o comércio exterior brasileiro, dando ênfase ao Imposto de Importação. São eles:
II - Imposto de Importação
IE - Imposto de Exportação
IOF – Imposto sobre Operações de Câmbio
PIS/ Cofins Importação
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS Importação
Cide – Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico – Importação de combustíveis e tecnologia
Imposto Sobre Serviços – ISS Importação de Serviços
IR – Imposto de Renda (Importação de Serviços)
Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Importação
AFRRM – Adicional de Frete para Renovação da Marinha Mercante
Taxa de Utilização do Siscomex
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(Fonte: iCreative3D / Shutterstock)
Veremos a seguir alguns detalhes sobre esses impostos.
 
Impostos que afetam o comércio exterior brasileiro
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Atividade
1. O Imposto de Importação é um tributo não contemplado pelo Princípio da Anterioridade e da Legalidade, Constituição Federal Brasileira, artigos 150 e 153. Descreva o conceito do Princípio da Anterioridade.
Gabarito Comentado
Legislação que rege o Imposto de Importação (II)
É o Código Tributário Nacional - CTN, art. 19 e seguintes, que define o fato gerador do II, embora a sua instituição advenha doRegulamento Aduaneiro, que dispõe sobre a administração, a fiscalização, o controle e a tributação das operações de comércio (RA, artigos. 69 a 211-B).
O II recai em alguns casos sobre bens, produtos ou mercadorias. Existem diferenças entre estes conceitos? Qual o conceito a ser utilizado no caso do II?
Uma análise rápida:
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Bens
O Código Civil define como algo que possui apreciação econômica e pode fazer parte do patrimônio de pessoas físicas e jurídicas, como móveis, imóveis, bens fungíveis, divisíveis, singulares, coletivos ou públicos, podendo, portanto, ser objeto de tributação.
Produto
O termo normalmente é utilizado como o resultado de um determinado processo no sentido de ser algo novo, extraído ou confeccionado a partir de outros bens.
Mercadorias
São bens tangíveis, objeto de negociações comerciais, logo, consideradas como o principal objeto da tributação do comércio exterior, normalmente tendo como base da negociação um contrato comercial mais simples, como uma fatura comercial ou commercial invoice; ou mais elaborado, se assim exigir a especificidade do produto ou da negociação.
Simplificando: podemos dizer que bens representam o gênero do qual produtos e mercadorias são espécies.
Por que estamos fazendo estas considerações?
Porque a legislação brasileira (CRFB, CTB e o RA) dispõe sobre tributação de bens, mercadorias e produtos aleatoriamente. Podem as diferentes definições afetar a incidência dos respectivos tributos? Não no que diz respeito ao II e ao IE, se considerarmos que estes impostos, quando devidos, recaem sobre bens tangíveis.
Serviços e direitos são intangíveis, regidos por legislação específica. Por este motivo, a TEC somente menciona BENS TANGÍVEIS.
 (Fonte: dashadima / Shutterstock)
Outro assunto também importante e que revela o status jurídico de determinado bem, são os conceitos:
Produto Nacional
Aquele fabricado no Brasil (produção total, como a soja, o café, por exemplo), ou aqui transformado de acordo com as exigências das Regras de origem (Regras de Origem do Mercosul). Esses produtos recebem o selo de Made in Brazil ou Fabricação Brasileira o qual determinará o seu tratamento administrativo e tributário.
Produto nacionalizado
Aquele que, fabricado ou transformado no estrangeiro, foi importado a título definitivo, o que significa dizer que, depois dos trâmites aduaneiros e tributários, passou a integrar a economia nacional, equiparou-se a um produto nacional (RA, art. 212).
Produto Estrangeiro
Aquele fabricado ou transformado no estrangeiro e, portanto, recebe tratamento tributário específico.
Produto desnacionalizado
O nacional ou nacionalizado, exportado a título definitivo.
Atenção
Os produtos importados ou exportados temporariamente não fazem parte da classe de “nacionalizados” ou “desnacionalizados”, porque eles retornarão ao seu país de origem.
Segundo o Regulamento Aduaneiro, quais os bens que sofrem incidência do Imposto de Importação?
Veremos a seguir.
 
Bens que sofrem incidência do Imposto de Importação
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Atividade
2. O Código Civil define BENS como algo que possui _______________ e pode fazer parte do _______________________, como móveis, imóveis, bens fungíveis, divisíveis, singulares, coletivos ou públicos, podendo, portanto, serem ______________.
a) apreciação econômica / patrimônio de pessoas físicas e jurídicas / objeto de tributação
b) valor econômico /balanço de pessoas físicas e jurídicas / passíveis de venda
c) apreciação econômica /estoque comercial /passíveis de venda
d) valor econômico / estoque comercial / objeto de tributação
e) apreciação econômica / estoque financeiro / objeto de tributação
Gabarito Comentado
3. Identifique o conceito: “aquele produto que é fabricado ou transformado no estrangeiro, foi importado a título definitivo, o que significa dizer, que depois dos trâmites aduaneiros e tributários passou a integrar a economia nacional.
a) Produto Nacional
b) Produto Nacionalizado
c) Produto Estrangeiro
d) Produto Desnacionalizado
e) Produto Interno
Gabarito Comentado
Imposto de Importação
Vamos conhecer como funciona o imposto de importação bem como sua legislação específica, incidência e fatos geradores. Mas, antes de iniciarmos nossa conversa sobre o Imposto de Importação, é necessário entender o conceito de tributo, imposto, taxa, contribuição e fato gerador.
Tributo
É toda a prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
Imposto
É o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. Exemplos: IPTU, IPVA, IR.
Taxa
É o tributo que tem como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou colocado à sua disposição. Exemplos: custas judiciais, taxa de licenciamento de veículos.
Contribuição de Melhoria
Instituída para fazer face ao custo das obras públicas das quais decorra valorização imobiliária. O limite total é a despesa realizada e o individual é o acréscimo de valor para cada imóvel beneficiado. Exemplo: benfeitorias no entorno do imóvel residencial (asfaltamento de ruas, beneficiamento de praças e jardins).
 (Fonte: Busran Baka / Shutterstock; Freepik)
Fato Gerador do Imposto de Importação
Entendemos por gerador, o que gera, que dá início a algo ou alguma coisa. O fato gerador do tributo é a ocorrência que traz a exigência do respectivo ônus para o contribuinte. A lei descreve situações que, ao ocorrerem, indicam o momento do “nascimento” da obrigação tributária.
"O imposto, de competência da União, sobre a importação de produtos estrangeiros tem como fato gerador a entrada destes no território nacional."
O Imposto de Importação foi instituído efetivamente pelo art. 72 do RA: O fato gerador do imposto de importação é a entrada de mercadoria estrangeira no território aduaneiro.
Todavia não é tão simples definir o fato gerador do imposto de importação já que ele atende a três critérios que veremos a seguir.
 
Critérios para o fato gerador
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Atividade
4. O II incide sobre a mercadoria estrangeira quando esta efetivamente ingressar no território aduaneiro brasileiro. Defina de forma sucinta (entre 6 e 8 linhas) como está dividido o território aduaneiro brasileiro.
Gabarito Comentado
Sujeito Ativo e Passivo do Imposto de Importação
O sujeito ativo é aquele que tem direito ao recebimento do imposto, a União. O sujeito passivo é aquele que tem a obrigação do pagamento do imposto, o contribuinte; neste caso poderá ser:
Importador
Aquele que promove a entrada da mercadoria estrangeira no território aduaneiro, pessoa física ou jurídica.
Destinatário de remessa postal internacional
Indicado pelo respectivo remetente.
Adquirente
De mercadoria entrepostada.
O sujeito passivo na importação (o importador) deve atender aos seguintes requisitos:
Inscrição na Receita Federal do Brasil como importador.
Registro de Importador no Portal Único Siscomex.
Outorga de poderes no Portal Único Siscomex (Cadastro de Intervenientes): despachantes aduaneiros, funcionários da empresa e outros previstos na legislação.
Fechamento de Operação de Câmbio (quando a operação for realizada com cobertura cambial).
Registro da DUIMP.
A seguir, veremos outros responsáveis pelo Imposto de Importação.
 
Responsáveis pelo pagamento do Imposto de Importação
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Cálculo do Imposto de Importação
Todo tributo tem uma base de cálculo, ou seja, o valor sobre o qual recai a alíquota de determinado imposto.
A definição da base de cálculo do Imposto de Importação deve obedecer ao Acordo de Valoração Aduaneira (AVA), previsto no âmbito do GATT (General Agreement on Tariffs and Trade), cuja preocupação é que o Valor Aduaneiro declarado pelo importador atenda aos princípios do acordo: neutralidade, equidade (razoabilidadee proporcionalidade), uniformidade e publicidade (divulgação constante e satisfatória), tendo como base o valor (real) da transação. O Preâmbulo do Acordo menciona ainda a simplicidade e a não discriminação como princípios a serem observados na Valoração Aduaneira.
 (Fonte: wutzkohphoto / Shutterstock)
Assim, o Valor Aduaneiro utilizado no Brasil como base de cálculo para o Imposto de Importação é definido como o Valor do Produto (mencionado na fatura comercial, o real valor da transação comercial), as despesas de transporte internacional, acrescido das despesas relativas à carga, à descarga e ao manuseio, associados ao transporte da mercadoria importada e ao seguro internacional, ou seja, o Imposto de Importação terá como base de cálculo o valor CIF da mercadoria, embora o art. 77 do RA não o mencione desta forma.
Como definir alíquota no Imposto de Importação
A alíquota de qualquer imposto é o percentual sobre a base de cálculo, que deve ser pago ao Estado. No Imposto de Importação, é o percentual a ser pago ao Estado, tendo como base o Valor Aduaneiro.
Atenção
O Brasil é considerado o País que mais cobra impostos sobre a mercadoria importada, inclusive, utilizando bases de cálculo que se acumulam umas sobre as outras.
Atualmente o órgão que tem competência para alteração ou fixação das alíquotas do Imposto de Importação é a Secretaria Executiva da Câmara de Comércio Exterior – CAMEX.
As alíquotas do Imposto de Importação podem ser classificadas como:
Específicas
Quando correspondem a uma quantia, em moeda nacional ou estrangeira, a ser aplicada em função de uma unidade estabelecida de determinado produto.
Ad valorem
Representadas por um percentual aplicável sobre o Valor Aduaneiro, que, como já foi mencionado, é a base de cálculo do Imposto de Importação.
Vale comentar que as alíquotas do Imposto de Importação devem ser analisadas à luz da NCM – Nomenclatura Comum do Mercosul, com base no Sistema Harmonizado.
A seguir, veremos os regimes de tributação:
RTS - Regime de Tributação Simplificada
O RTS - Regime de Tributação Simplificada é aplicado em uma alíquota de 60% (sessenta por cento) sobre o valor aduaneiro dos bens mais o transporte, independentemente da classificação tarifária dos bens que compõem a remessa ou encomenda postal, ou seja, permite a classificação genérica dos bens.
É utilizado no despacho aduaneiro de importação de bens integrantes de remessa postal ou de encomenda aérea internacional realizada pelos correios ou empresas courier até US$ 3.000,00 ou o equivalente em outra moeda, destinados a pessoa física ou jurídica. Acima de US$ 500,00 deverá ser registrada uma DUIMP na modalidade simplificada.
Estas importações, sem destino comercial, são isentas dos demais tributos incidentes na importação (IPI e PIS/COFINS); todavia, podem sofrer a incidência do ICMS.
O RTS não se aplica a bebidas alcoólicas, fumo e produtos de tabacaria; porém, sua alíquota será zero para medicamentos destinados a pessoa física.
Atenção
No caso da importação de bens, produtos ou mercadorias recebidos  fora dos limites de aplicação do RTS, o procedimento de liberação ocorrerá por meio de procedimento comum de importação.
RTE - Regime de Tributação Especial
É aplicado em uma alíquota de 50%, equivalente somente ao imposto de importação sobre a bagagem de viajante internacional (acompanhada) que exceder os limites do valor da cota de isenção (US$ 500,00), obedecidos os limites quantitativos (sem destino comercial).
Bagagem tributável
· Bens dentro do conceito de bagagem e dos limites quantitativos;
· Bens adquiridos em Free Shop de saída do País ou em outros países serão incluídos na cota.
Alíquota de 50%
· Aplicada ao que exceder o limite da cota de isenção, de acordo com a via de transporte.
Imposto de Importação
Fonte: Receita federal.
O que é bagagem?
A bagagem pode ser:
Bagagem acompanhada
Bens que o viajante traz com ele no mesmo meio de transporte em que viaja.
Bagagem desacompanhada
Aquela que chega ao País amparada por conhecimento de carga ou equivalente.
Você sabe o que deve ser declarado ao desembarcar no Brasil? Vamos conferir:
Escolhendo o canal
Bens a declarar
· Bens tributários que ultrapassem a cota de isenção
· Porte de valores em espécie acima de R$10.000,00
· Bens extraviados
· Bens sujeitos a controle da Vigilância Sanitária, Agropecuária ou Exército
Nada a declarar
· Bens isentos
· Bens de uso ou consumo pessoal
· Outros bens, até o limite da cota de isenção
· Porte de valores em espécie até R$10.000,00
Fonte: Receita Federal
Bens de uso ou consumo pessoal
Artigos de vestuário, higiene e demais bens de caráter pessoal, em natureza e quantidade compatíveis com as circunstâncias da viagem, sem presunção de fins comerciais ou industriais.
O que fazer em caso de retenção de bens?
Antes de comparecer à unidade da RFB para a solução da pendência, no horário indicado no documento, observe qual foi o motivo da retenção para dirigir-se ao local correto.
 (Fonte: Receita Federal)
RTU - Regime de Tributação Unificada
A IN RFB 1698/2017 facilita o acesso ao Regime de Tributação Unificada (RTU), sem abrir mão do controle aduaneiro. Ainda viabiliza o desligamento do Sistema Harpia/RTU, proporcionando uma economia anual superior a 7 milhões de reais.
O RTU é uma medida que, aliada à economia de recursos, traz simplificação na utilização do regime, ao eliminar etapas na sua habilitação.
O RTU permite a importação, por microempresa importadora varejista habilitada e optante pelo sistema de tributação “Simples Nacional”, das mercadorias procedentes do Paraguai, por via terrestre, na fronteira Ciudad Del Este/Foz do Iguaçu, mediante o pagamento unificado dos impostos e contribuições federais devidos, com despacho aduaneiro simplificado.
 (Fonte: girafchik, PureSolution / Shutterstock)
As mercadorias que podem ser importadas ao amparo do RTU, constam da lista positiva, incluindo: bens de Informática, telecomunicações e eletroeletrônicos. Todavia o regime não pode ser aplicado à lista negativa:
· Mercadorias que não sejam destinadas a consumidor final
· Armas e munições
· Fogos de artifício e explosivos
· Bebidas (inclusive alcoólicas)
· Cigarros
· Veículos automotores em geral e embarcações de todo tipo (inclusive suas partes e peças, como pneus)
· Medicamentos
· Bens usados
· Bens com importação suspensa ou proibida no Brasil
Atenção
Os tributos federais devidos nas importações amparadas pelo RTU são pagos no momento do registro da Declaração de Importação/DUIMP, alíquota total de 25%, aplicada sobre o valor dos produtos mencionado na fatura comercial, observados os valores mínimos de referência estabelecidos pela RFB:
7,88 % - Imposto de Importação
7,87 % -IPI
7,6 % - COFINS-importação
1,65 % - PIS/PASEP-importação
Atividade
5. Segundo o Regulamento Aduaneiro, o Imposto de Importação incide sobre os seguintes bens:
Sinalize a opção que NÃO corresponde à lista de bens sobre os quais incide o II.
a) Mercadorias estrangeiras importadas ou nacionalizadas e exportadas, que retornem ao país.
b) Bagagem de Viajante
c) Bens enviados como Presente (gifts)
d) Mercadoria devolvida ao Brasil por motivo de defeito técnico, para reparo ou para substituição
e) Amostras, mesmo a título gratuito
Gabarito Comentado
6. No caso da importação de bens, produtos ou mercadorias recebidos  fora dos limites de aplicação do RTS - Regime de Tributação Simplificada, o procedimento de liberação ocorrerá por meio do procedimento: sinalize a única opção correta:
a) Regime comum de importação
b) Regime de tributação unificada
c) Regime de tributação simplificada
d) Regime comum de exportação
e) Regime de pagamento antecipado
Gabarito Comentado
7. As mercadorias que não podem ser importadas ao amparo do RTU – Regime de Tributação Unificada, constam da lista negativa, exceto:
Marque a única opção FORA do contexto.
a) Mercadorias que não sejam destinadas a consumidor final
b) Bens de Informática
c) Armas e munições
d) Fogos de artifício e explosivos
e) Cigarros
Aula 4: Tributos no comércio exterior brasileiro: outros impostosApresentação
Os impostos aplicados ao comércio internacional estão relacionados ao protecionismo com que cada país trata a indústria nacional. Portanto, eles podem ter caráter extrafiscal ou fiscal, arrecadatório.
No Brasil, o Imposto de Importação e o Imposto de Exportação têm caráter extrafiscal, ou seja, em determinados segmentos podem ter fim regulador, enquanto em outros podem ser incentivadores da indústria nacional; portanto, embora eles entrem nos cofres da União quando aplicados, este não é o seu objetivo principal.
Os demais impostos aqui mencionados têm fim arrecadatório porque são manifestações do Princípio do Destino. Este princípio está vigente nas regras do comércio exterior brasileiro, tributando as importações, de modo que os produtos importados não levem vantagem sobre os produtos nacionais pagando menos impostos.
Por outro lado, os impostos na importação também têm o direito à exoneração, caso o produto nacional tenha isenção deste imposto, e à aplicação do Princípio da Não Discriminação (não onerar produtos estrangeiros com alíquotas superiores às dos produtos nacionais), atendendo ao descrito no General Agreement on Tariffs and Trade (GATT).
Objetivo
· Identificar o funcionamento e os objetivos do Imposto de Exportação, Imposto sobre Produtos Industrializados, PIS/PASEP, COFINS Importação, CIDE, AFRMM e ISS.
· Descrever como funciona o ICMS no comércio exterior brasileiro, sua legislação específica, incidência e fatos geradores.
IE - Imposto de Exportação
Nesta aula, vamos tratar do Imposto de Exportação e de todos os outros impostos que de alguma forma afetam o comércio exterior brasileiro. Uma das funções da Secretaria-Executiva da Câmara de Comércio Exterior é indicar quais produtos estão sujeitos a este imposto.
Já comentamos que este imposto é classificado como extrafiscal, seu objetivo principal não é arrecadatório, mas regulador, corrigindo distorções econômicas ou comerciais de acordo com eventual crise ou problema internacional ou mesmo com o desabastecimento do mercado interno.

(Fonte:Gerd Altmann por Pixabay ).
Quem é responsável pelo pagamento do IE?
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Sujeito ativo
O sujeito ativo deste imposto é a União: CRFB, art. 153, II: “somente a União tem competência para instituir ou alterar o IE”.
Sujeito passivo
O sujeito passivo, o contribuinte do imposto de exportação, é o exportador, ou quem a lei a ele equiparar, considerando-se qualquer pessoa que promova a saída de produtos do território nacional.
A exportação pode ser:
Direta
Na exportação direta, o fabricante, o produtor, o industrial ou o comerciante serão o sujeito passivo uma vez que eles realizarão uma exportação sem intermediários.
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Indireta
Na exportação indireta, existe a figura do intermediário que poderá ser uma exportadora, comumente denominada trading. Neste tipo de exportação, essas empresas também serão sujeitos passivos do Imposto de Exportação.
Atenção
As empresas exportadoras não poderão realizar qualquer alteração na mercadoria antes da exportação, porque a operação poderá perder a equiparação à exportação e, consequentemente, os benefícios fiscais.
Incidência do Imposto de Exportação
Mercadoria nacional
É aquela produzida, montada, industrializada, beneficiada ou que de qualquer forma atinja as exigências do Certificado de Origem do Mercosul e possa exibir o selo Made in Brazil.
Mercadoria nacionalizada
É a de origem estrangeira, importada a título definitivo, que passa a integrar a economia nacional, após o pagamento de todos os impostos e gravames.
As mercadorias exportadas não sofrem incidência do Imposto de Exportação.
Atualmente, poucos produtos estão sujeitos à incidência do Imposto de Exportação, possuindo alíquotas positivas. Podemos destacar produtos de couro, tabaco, cigarros, entre outros.
Fato gerador do Imposto de Exportação
O Regulamento Aduaneiro dispõe que o fato gerador do IE é a saída da mercadoria do território aduaneiro; porém, como este fato não é preciso, o parágrafo único do art. 213 especifica:
Para efeito de cálculo do imposto, considera-se ocorrido o fato gerador na data de registro do Registro de Exportação no Sistema Integrado de Comércio Exterior.
- (SISCOMEX)
Atenção
O Registro de Exportação no Sistema Integrado de Comércio Exterior equivale atualmente ao registro da DU-e no Portal Único.
Você saberia dizer qual é a Base de Cálculo do Imposto de Exportação? Veremos a seguir.
 
Base de Cálculo do Imposto de Exportação e Incentivos fiscais
 Clique no botão acima.
Atividade
1. Os empresários costumam utilizar as tradings na exportação, ou seja, praticam a exportação indireta. Mencione duas razões que levam as empresas a operarem desta forma no comércio internacional.
Gabarito Comentado
2. O Imposto de Exportação obedece aos princípios estipulados pelo GATT e pela legislação brasileira. Sinalize, nas opções sugeridas, a opção que não está de acordo com estes princípios.
a) Princípio da Anterioridade – veda a cobrança de tributos no mesmo exercício financeiro em que a Lei foi publicada.
b) Princípio da Similaridade– torna o imposto de exportação similar ao imposto sobre a circulação de mercadorias e serviços.
c) Princípio da Legalidade- somente pode ser alterado o imposto através de uma Lei que revogue a anterior.
d) Princípio da Não Discriminação - não onerar produtos estrangeiros com alíquotas superiores às dos produtos nacionais.
e) Princípio do Destino – os produtos são exportados, normalmente, sem o pagamento dos impostos. Os mesmos devem ser pagos no país de destino (na importação).
Gabarito Comentado
3. Todos os impostos têm sujeito ativo, passivo e fato gerador. Indique, nas opções sugeridas, aquela que NÃO representa o sujeito passivo do imposto de exportação em uma operação de exportação direta:
a) Fabricante.
b) Produtor.
c) Industrial.
d) Comerciante.
e) trading.
Gabarito
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) – Importação
O artigo 237 do RA prevê a incidência do IPI nas mercadorias importadas para que não levem vantagem sobre os produtos nacionais, pagando menos imposto.
Sujeito ativo do IPI
É a União; portanto, somente ela tem a titularidade da competência sobre este imposto.
Sujeito Passivo do IPI
Será o importador que der entrada da mercadoria industrializada no território aduaneiro.
O Fato gerador do IPI
É o desembaraço aduaneiro. Com as alterações no Portal único, o IPI passará a ser cobrado de acordo com o fato gerador.
Incidência do IPI
Para a análise da incidência deste imposto na importação, deve ser verificado se o produto pertence ou não à economia nacional, segundo a chamada teoria dos conjuntos. Se a resposta for negativa, o imposto será aplicado ao produto quando ingressar no país.
O IPI não deve incidir sobre produtos que chegarem ao país por erro de remessa, situação na qual devem ser devolvidos ao exterior. O IPI deve incidir sobre produtos que venham repor outros que apresentaram defeitos, como ocorre com o imposto de importação.
O IPI atende, portanto:
Critério material
Quando surge a obrigação tributária.
Critério espacial
Local onde for realizada a conferência aduaneira sob o controle do fiscal: zona primária ou secundária.
Critério temporal
Quando o fiscal registra a conclusão da conferência, final do despacho aduaneiro, o chamado desembaraço aduaneiro.
Base de cálculo do IPI
É o valor aduaneiro acrescido do montante do Imposto de Importação. A alíquota do IPI a ser aplicada aos produtos importados será a mesma aplicada aos produtos nacionais, estabelecida na TIPI - Tabela de Incidência do IPI, de acordo com a classificação da mercadoria (NCM), salvo as isenções ou os produtos não tributados, assinalados na tabela como “NT” (Não Tributado).
São imunes ao IPI os produtos industrializados com destino ao exterior com o objetivo de aumentar a competitividade dos produtos nacionais. Os impostos chamados repercutidos aplicados a uma cadeia produtiva ou de serviços só têm sentido quando aplicados dentro do Estado que os instituiu.
Além disso, os artigos 246 e 247 do RA dispõem sobre os produtos que gozamda suspensão do IPI.
Pis-Pasep
Programa de Integração Social – Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público.
Cofins
Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social.
O Pis/Pasep e a Cofins na importação são tributos de natureza social incidentes sobre o faturamento das empresas. Porém, após sua instituição, têm como base de cálculo:
Registro da Declaração de Importação/DUIMP.
Dia do lançamento do correspondente crédito tributário.
Data de vencimento do prazo de permanência no recinto alfandegado.
Você saberia dizer quem são os responsáveis por essas contribuições?
Sujeito ativo
O sujeito ativo dessas contribuições é também a União. Portanto, somente ela tem a titularidade da competência para a sua criação.
Sujeito passivo
Podem ser classificados como contribuintes ou responsáveis:
· Importador – Aquele que promove a entrada de bens estrangeiros no território aduaneiro.
· Destinatário de remessa postal indicado pelo respectivo remetente.
· Adquirente de mercadoria entrepostada.
Responsável solidário
Essas contribuições apresentam responsáveis solidários;1 caso a mercadoria sofra extravio ou roubo sob responsabilidade dos indicados, a eles caberá o pagamento do PIS-PASEP e da COFINS.
O Pis e a Cofins também incidem sobre a prestação de serviços provenientes do exterior, quando executados no Brasil ou, quando executados no exterior, cujo resultado se verifique no Brasil. A contrapartida financeira do serviço é o fato gerador (critério material) e a base de cálculo (critério temporal).
Atenção
O texto do art. 253 do RA, que institui a base de cálculo do PIS/Cofins, ainda não foi alterado, mas remete para a Lei 12.865/2013 que retirou da sua base de cálculo o ICMS e o seu próprio valor, diminuindo a carga tributária.
No caso de serviços, a base de cálculo do PIS/COFINS será o valor do serviço (antes da retenção do IR) acrescido do ISS e do valor das próprias contribuições (aqui se verifica uma inconstitucionalidade, a incidência sobre outros impostos, ainda não revista pelo legislador).
As alíquotas dessas contribuições são tratadas na Lei nº 13.137/2015
Como todo tributo, o PIS/Cofins também têm suas isenções que podem ser subjetivas ou objetivas, tratadas nos artigos 256 a 258 do RA.
 
Suspensões e reduções de alíquotas específicas
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Imposto Sobre Serviços – ISS Importação de Serviços
O ISS - Imposto sobre Serviços de qualquer natureza - está previsto na Lei Complementar 116/2003. O ISS é de competência dos Municípios e do Distrito Federal e tem como fato gerador a prestação de serviços conforme lista anexa à Lei. A alíquota é de 5% (cinco por cento) sobre a importação de serviços provenientes do exterior.
A exportação de serviços está isenta do ISS.
AFRRM – Adicional de Frete para Renovação da Marinha Mercante
O AFRMM encontra fundamento na Lei 10.893/2004. Tem natureza jurídica de “Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico” (CIDE); porém, segundo o Supremo Tribunal Federal, o AFRMM é uma contribuição de natureza parafiscal ou especial, portanto, distinta do conceito de imposto ou taxa.
O AFRMM tem como fato gerador o início da descarga da embarcação em porto brasileiro e incide sobre o frete2 do transporte aquaviário da carga descarregada.
 (Fonte: Frauke Feind por Pixabay).
Devido à operacionalização do Sistema Mercante, todas as despesas relacionadas no Bill of Lading (B/L) devem ser lançadas no sistema e entrarão na base de cálculo do AFRMM de acordo com a legislação mencionada, fazendo parte do valor aduaneiro da mercadoria e a encarecendo.
As alíquotas aplicáveis são:
25%
Na navegação de longo curso.
10%
Na navegação de cabotagem.
40%
Na navegação fluvial e lacustre, no transporte de granéis líquidos nas regiões Norte e Nordeste.
Atenção
Normalmente, os portos do Norte e Nordeste têm o AFRMM suspenso a pretexto de desenvolvimento dos portos da região. Esta informação deve ser confirmada junto à ANTAQ – Agência Nacional dos Transportes Aquaviários.
Os produtos importados dos países do Mercosul, ou com os quais o Mercosul ou o Brasil têm Acordos Comerciais (ACE), estão isentos do AFRMM, desde que o convênio esteja em vigor, informação a ser confirmada junto à ANTAQ.
Taxa de utilização do Siscomex
Esta taxa é administrada pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, será devida no registro da Declaração de Importação/DUIMP.
I. Devida por Declaração de Importação/DUIMP;
II. Por Adição à DI ou por “Adição de DUIMP”, observado o limite fixado pela Secretaria da Receita Federal do Brasil.
Esta taxa segue as regras do Imposto de Importação (RA, art. 306).
Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) – Câmbio
 (Fonte: Gerd Altmann por Pixabay).
O Imposto sobre Operações Financeiras é devido sobre a compra de moeda estrangeira, na liquidaçãoda operação de câmbio para pagamento da importação de serviços (Decreto nº 6.306/ 2007). A alíquota atual é fixada pelo Decreto 9017/2017.
O fato gerador do IOF é a entrega do montante ou do valor que constitua o objeto da obrigação, ou sua colocação à disposição do interessado nas operações descritas no Decreto mencionado. Este montante constitui a sua base de cálculo e o IOF será cobrado na data da liquidação da operação de câmbio. Os contribuintes (sujeitos passivos) são as pessoas físicas ou jurídicas tomadoras de crédito.
O IOF não incide na importação de mercadorias.
São responsáveis pela cobrança do IOF e pelo seu recolhimento ao Tesouro Nacional:
I
As instituições financeiras que efetuarem operações de crédito;
II
As empresas de factoring adquirentes do direito creditório;
III
A pessoa jurídica que conceder o crédito, nas operações de crédito correspondentes a mútuo de recursos financeiros.
Imposto de Renda (IR) - Importação de Serviços
A Solução de Consulta nº 191, de 2017 (DOU de 29/03) diz incidir imposto de renda na fonte, àalíquota de 15% (quinze por cento), sobre as importâncias pagas, creditadas, entregues, empregadas ou remetidas ao exterior a título de remuneração de Software as a Service (SaaS), considerados serviços técnicos que dependam de conhecimentos especializados em informática e decorram de estruturas automatizadas com claro conteúdo tecnológico.
Estão sujeitas ao IR as importâncias pagas, creditadas, entregues, empregadas ou remetidas a pessoa jurídica domiciliada no exterior a título de royalties de qualquer natureza e de remuneração de serviços técnicos, assistência técnica, administrativa e semelhantes. A alíquota aplicada nestes casos também é de 15%.
O fato gerador é o pagamento do montante enviado ao exterior, tal como a sua base de cálculo.

Fonte: lkzmiranda por Pixabay
ICMS
O Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação, vinculado à Importação, recai também sobre as atividades relacionadas a lubrificantes, combustíveis e energia elétrica. A sua competência tributária está instituída na CF, art. 155.
A seguir entenderemos o funcionamento do ICMS no comércio exterior brasileiro, sua legislação específica, incidência e fato gerador. Vamos lá.
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Funcionamento do ICMS
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Guia Nacional de Recolhimento de Tributos Estaduais (GNRE)
A GNRE deve ser utilizada sempre que o bem for desembaraçado em um Estado e o recolhimento realizado em favor de outro, fato comum, principalmente em relação aos Estados que não têm porto ou aeroporto internacional. A GNRE deve deixar de existir no Portal Único devido à integração de todas as Secretarias de Fazenda Estaduais (SEFAZ) no Portal.
Atividade
4. Estão imunes ao ICMS as operações de exportação de mercadorias e serviços, fator este que objetiva o aumento da competitividade dos produtos e serviços brasileiros; mas as operações de importação também podem estar imunes a este imposto. Como deve ser comprovada a imunidade nas operações de importação?
Gabarito Comentado
5. O ICMS deve incidir sobre a entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por pessoa física ou jurídica, ainda quenão seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade, assim como sobre o serviço prestado no exterior (CF, art. 155). Quem deve receber este imposto?
Marque a única opção correta nas opções sugeridas:
a) O imposto deve ser remetido ao estado onde estiver situado o domicílio ou o estabelecimento do destinatário da mercadoria.
b) O imposto deve ser recolhido aos cofres do estado onde a mercadoria foi desembaraçada.
c) O imposto deve ser recolhido aos cofres do estado onde o produto foi desembarcado.
d) O imposto deve ser recolhido aos cofres da União.
e) O imposto não deve ser recolhido quando a mercadoria for importada por pessoa ou entidade que não tenha habitualidade no pagamento deste imposto.
Gabarito Comentado
6. A ____________ ou isenção do ICMS na importação somente poderá ser atendida no _________________ com a apresentação da respectiva guia de desoneração do ICMS; ou seja, o produto somente será liberado quando apresentada a guia de exoneração ao fiscal da Receita, mesmo não sendo ele o controlador do ICMS por se tratar de um ____________________.
Marque a única opção correta que preenche todas as lacunas.
a) Imunidade / desembaraço aduaneiro / imposto estadual.
b) Exoneração / registro da DUIMP / imposto federal.
c) Desoneração / desembaraço aduaneiro / imposto distrital.
d) Imunidade / desembaraço aduaneiro / imposto federal.
e) Exoneração / registro da DU-e / imposto estadual.
Aula 5: Regimes aduaneiros especiais
Apresentação
Todos os países, usando de sua soberania, são protecionistas, resguardando, incentivando ou mesmo subsidiando um ou outro segmento da sua Economia. O assunto desta aula são as ferramentas utilizadas pelos governos, não somente o brasileiro, para incentivar determinados segmentos das suas economias, isentando, suspendendo ou reduzindo impostos na importação e na exportação.
Estas ferramentas são denominadas “Regimes Aduaneiros Especiais”, cujo objetivo é facilitar as operações dos exportadores e importadores, incentivar o desenvolvimento de determinadas regiões do país ou de setores específicos da Economia, melhorando a competitividade de seus produtos e, consequentemente, aumentar a balança comercial com o ingresso de divisas devido ao aumento das exportações e das importações.
Objetivo
· Descrever as características gerais dos Regimes aduaneiros especiais.
· Identificar os procedimentos específicos do Trânsito Aduaneiro.
· Distinguir as modalidades da Admissão Temporária.
Os regimes aduaneiros especiais
No regime comum de importação e de exportação de mercadorias ocorre, via de regra, o pagamento de tributos, o que significa dizer que qualquer operação de importação ou exportação está sujeita à aplicação do regime comum, o pagamento de tributos.
Todavia, devido à dinâmica do comércio exterior, o Governo cria alguns mecanismos que permitem a entrada ou a saída de mercadorias do território aduaneiro – Zona Primária ou Zona Secundária - com suspensão, isenção ou redução de tributos.
 (Fonte: oberaichwald por Pixabay).
Estes mecanismos são os denominados Regimes Aduaneiros Especiais e aqueles aplicados em Áreas Especiais. O objetivo destes regimes é facilitar as operações dos exportadores e importadores, incentivar o desenvolvimento de determinadas regiões do país ou de setores específicos da Economia, oferecendo maior competitividadede seus produtos e, consequentemente, melhorar a balança comercial com o ingresso de divisas para futuros investimentos em tecnologia, infraestrutura e outros, devido ao aumento das exportações.
Outros objetivos dos regimes aduaneiros especiais são:
Manter estoques estratégicos de mercadorias estrangeiras em território permitindo que o pagamento dos impostos fique diferido para o momento da sua efetiva utilização;
Promover as empresas e os produtos nacionais;
Inserir o país no mercado internacional através de feiras e eventos;
Divulgar os produtos e a cultura brasileira.
Regime Aduaneiro: o conceito
Tratamento jurídico-tributário aplicado às mercadorias importadas ou exportadas. Podem ser classificados em:
Comum ou geral
Importação ou exportação em caráter definitivo, não gozando essas operações de qualquer tratamento ou deferência especial.
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Especiais, econômicos ou suspensivos
A operação (importação ou exportação) está condicionada a um fato futuro, suas características gerais são a suspensão da exigência dos tributos e permanência no país por prazo delimitado, sob o controle aduaneiro permanente ou continuado, ostensivo ou não.
O prazo geral de suspensão do pagamento das obrigações fiscais, nos regimes aduaneiros especiais, é de até um ano, prorrogável a critério da autoridade aduaneira por período não superior, no total, a cinco anos. Contudo, existem legislações específicas para cada tipo de regime suspensivo que podem permitir um prazo distinto do prazo geral previsto no Regulamento Aduaneiro (RA).
Quando o regime aduaneiro especial 
for aplicado a mercadoria vinculada a contrato de prestação de serviço de relevante interesse nacional, o prazoserá o previsto no contrato, inclusive para as prorrogações.
É permitida, devido à neutralidade tributária das mercadorias concedida pelos regimes aduaneiros, a transferência de mercadoria admitida em um regime aduaneiro especial ou aplicado em área especial para outro, observadas as condições e os requisitos próprios do novo regime e as restrições estabelecidas em ato normativo da RFB (art. 310 do RA).
Para garantia do pagamento dos tributos, obrigação do beneficiário, este deve assumir a sua obrigação através de um Termo de Responsabilidade. Em alguns casos é exigida uma garantia pessoal (depósito em dinheiro em conta vinculada ao Tesouro Nacional) ou um seguro aduaneiro em favor da União.
Características dos Regimes Aduaneiros Especiais
As características são:
Suspensão da exigibilidade de tributos.
Fixação de prazo e de condições para enquadramento no regime.
Constituição das obrigações fiscais em termo de responsabilidade.
Os Regimes Aduaneiros Especiais, devido a sua importância no comércio exterior brasileiro, também foram contemplados no Portal Único Siscomex, onde receberam um módulo que permite a entrada, registro e acompanhamento das operações pelos intervenientes autorizados.
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Atividade
1. Devido à dinâmica do comércio exterior, o Governo criou alguns mecanismos que permitem a entrada ou a saída de mercadorias do território aduaneiro – Zona Primária ou Zona Secundária - com suspensão, isenção ou redução de tributos. Estes mecanismos são os denominados Regimes Aduaneiros Especiais. Mencione pelo menos três dos objetivos destes regimes.
Gabarito Comentado
2. Os Regimes Aduaneiros podem ser classificados como: _______________, quando a importação ou exportação em caráter definitivo não goza de nenhum tratamento ou deferência especial; __________________, quando a operação está condicionada a um fato futuro, tendo como características gerais a suspensão da exigência dos tributos e permanência no país por prazo delimitado, sob o controle aduaneiro permanente ou continuado, ostensivo ou não..
a) Comum ou Geral / Especiais, econômicos ou suspensivos.
b) Comum / Especiais e atípicos.
c) Geral / Atípicos ou suspensivos.
d) Econômicos / Comuns ou gerais e suspensivos.
e) Atípicos / Especiais, econômicos ou suspensivos.
Gabarito Comentado
O Regime Aduaneiro Especial denominado “Trânsito Aduaneiro” e seus procedimentos específicos
Trânsito Aduaneiro é o regime que permite o transporte de mercadoria, sob o controle aduaneiro, de um ponto a outro do território aduaneiro com suspensão do pagamento de tributos. Aplica-se a operações de importação e exportação em curso e tráfego de mercadorias estrangeiras.
O regime subsiste do local de origem (ponto inicial do itinerário) ao local de destino (ponto final do itinerário), e desde o momento do desembaraço para trânsito aduaneiro efetuado pela repartição da Receita Federal que jurisdiciona o local de origem até ao momento em que a repartição que jurisdiciona o local de destino certifica a chegada

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