Buscar

Efeitos biológicos do raio x e Radioproteção

Prévia do material em texto

EFEITOS BIOLÓGICOS DO RAIO X E RADIOPROTEÇÃO 
1. Mensuração das radiações 
DOSE DE EXPOSIÇÃO: dose que sai do aparelho de Raio X medida em Coulomb/kg. 
DOSE ABSORVIDA: dose absorvida pelos tecidos do paciente mensurada em Gray. Varia de tecido para tecido. 
A unidade de medida utilizada para comparar radiações diferentes é o Sievert. 
 
NA RADIOLOGIA ODONTOLÓGICA 
1 Sievert (Sv) = 1 Gray (Gy) 
2. Fontes de exposição à radiação 
Na década de 80, a população dos Estados Unidos estava 83% exposta à radiação natural, enquanto a radiação 
artificial consistia em 17%, sendo que a médica (para diagnóstico) representava 15% desses 17. Com o passar dos 
anos, as porcentagens de exposição à radiação artificial e natural equivaleram-se, pelo aumento das fontes artificiais, 
mais especificamente, radiação para fins de diagnóstico. De 15% passou-se para 48% de radiações com finalidade 
médica. 
Fontes naturais 
RADÔNIO: material radioativo presente no ar e terra que, inevitavelmente, respiramos. Regiões onde o nível de 
radônio é alto são preocupantes e o exemplo de local com incidência de radiação muito alta no ES é a areia preta em 
Guarapari. 
CÓSMICO: origina-se das desintegrações nucleares provenientes da atmosfera e chegam até a gente na terra, 
interagindo com os vegetais e alguns alimentos. 
Fontes artificiais 
RADIOGNÓSTICO E RADIOTERAPIA 
RADIOGRAFIAS ODONTOLÓGICAS 
PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS (cigarro, dispositivos de segurança, tratamento da água etc) 
POEIRA DE ACIDENTES RADIOATIVOS 
 
3. Classificação de efeitos 
 
 
 
Efeitos determinísticos 
Sabe-se que uma dose de radiação, quando ultrapassa o limiar, determina o aparecimento de algum efeito no 
organismo, ou seja, a relação causa/efeito é conhecida. Quanto maior a dose, maior é a gravidade do efeito. 
Geralmente, está relacionado com a morte celular. Os fatores que influenciam são: área irradiada e intervalo de 
tempo. Exemplo: catarata e radiodermite. 
DETERMINÍSTICOS 
GRAVIDADE dose-
dependente 
Somático. Efeito a 
curto prazo. 
ESTOCÁSTICOS 
PROBABILIDADE 
dose-dependente 
Genético. Efeito a 
longo prazo. 
Tem-se maior chance de aparecer uma lesão quando há uma pequena área sendo irradiada por um curto intervalo de 
tempo. Quando grandes áreas são irradiadas por um longo intervalo, a chance de aparecimento da lesão é mínima, 
pois o organismo tem tempo de reparar o tecido afetado. A irradiação de uma grande área em um pequeno intervalo 
é mais perigosa que as situações anteriormente descritas. 
SÍNDROME AGUDA DA RADIAÇÃO: sintomas dependendo da quantidade de radiação que o paciente foi exposto. Foi 
baseado em exposições por acidentes de radiação nuclear. 
Efeitos estocásticos 
Quanto maior a dose, maior a probabilidade de aparecimento da radiolesão. A radiação é “estocada” durante a vida e, 
portanto, não se conhece quando pode ter e quando não pode a lesão. É mais preocupante, pois, diferente dos efeitos 
determinísticos, não existe limiar para qual abaixo disso não exista possibilidade de efeitos. Por isso, toda exposição 
causa algum dano. A relação causa/efeito não é conhecida. 
Essas alterações ocorrem no DNA de células reprodutoras, sendo que homens são mais sensíveis por conta da 
localização das gônadas. Também está relacionado às mutações genéticas. 
A passagem do dano para gerações futuras só ocorre no efeito estocástico. NÃO OCORRE NO EFEITO 
DETERMINÍSTICO! 
4. Mecanismo dos danos 
EFEITO DIRETO: a radiação afeta diretamente a célula do individuo exposto. 
EFEITO INDIRETO: a radiação interage com as moléculas de água, quebrando-as por radiólise formando, por 
consequência, radicais livres (peróxido de hidrogênio) que causam danos na célula. 
 
5. Alterações celulares e teciduais 
 
ESTRUTURAS CELULARES: pode acontecer no núcleo e mais especificamente na molécula de DNA, além de organelas 
citoplasmáticas levando à morte celular (afeta a cinética). 
 
CINÉTICA: ocasionado pela morte celular, relaciona-se à alteração na multiplicação de células que, consequentemente 
interfere nos tecidos e órgãos. (Intervalos maiores, doses maiores e fracionadas permitem reparo do tecido). 
 
ÓRGÃOS E TECIDOS: quanto menos diferenciada, mais atividade reprodutora e mais nova a célula é mais radiosensivel 
ela se torna e, consequentemente, o órgão a qual pertence também. Exemplos: Olhos, glândula tireoide, gônadas, 
medula. 
 
O EFEITO DA RADIAÇÃO É MAIOR NAS CÉLULAS MENOS DIFERENCIADAS E EM GRANDE ATIVIDADE REPRODUTURA 
Linfocitos > Eritroblastos > Granulócitos > Mielócitos > células Epiteliais > células Endoteliais > células Cardíacas > 
células Ósseas > células Nervosas > células Musculares 
Ordem decrescente de radiosensibilidade 
 
6. Radiologia odontológica e riscos 
Hoje em dia, os efeitos determinísticos na nossa profissão são considerados nulos, por conta da forma de trabalho e 
equipamentos de proteção utilizados. Já o efeito estocástico sempre vai ocorrer independente da dose. 
 
 
 
 
 
 
 
RADIOPROTEÇÃO 
MEDIDAS DE PROTEÇÃO AO PACIENTE: 
1. Critério na indicação. O exame realmente vai ser útil? 
Partes do aparelho que permitem proteção: 
2. Filtro de alumínio (atenua radiação de baixa penetração). 
3. Colimador (diminui área de exposição à de interesse – 6cm de diâmetro) 
4. Cilindro localizador 
5. Distância foco-objeto (área de incidência da radiação e intensidade – inversos) 
6. Utilização de receptores de imagem mais sensíveis 
7. Evitar repetições: uso de posicionadores e boa técnica 
9. Otimização dos parâmetros de exposição 
PRINCIPIO DA OTIMIZAÇÃO DE DOSE: os parâmetros de exposição devem ser os menores possíveis, sem que haja 
prejuízos à imagem. 
ALARA: “tão baixo quanto razoavelmente possíveis” 
ALADA: “tão baixo quanto diagnosticamente aceitável” 
 
10. Utilização de avental e protetor de tireoide 
11. Bom processamento evita erros (erros comuns: armazenamento, enquadramento, baixa densidade, ranhuras, alta 
densidade). 
12. Boa interpretação com ambiente adequado (megascópio, máscara negra e lupa). 
 
MEDIDAS DE PROTEÇÃO AO PROFISSIONAL: 
Visando que a radiação X: se propaga em linha reta, a intensidade diminui a medida que a distância aumenta e pode 
haver formação de radiação secundária. 
 
1. Uso de barreiras 
1 CM DE MASSA BARITADA AFERIDA DE 4 EM 4 ANOS 
CONCRETO E ALVENARIA 
 
2. Posicionamento e distâncias 
NÃO FICAR EM DIREÇÃO DO FEIXE PRIMÁRIO 
NÃO FICAR ATRÁS DO CABEÇOTE POR CONTA DA POSSIBILIDADE DE RADIAÇÃO DE ESCAPE 
Onde ficar? 90 e 135º em relação ao feixe primário e à 1,80m 
3. Monitoramento individual por dosímetros 
DEPENDE DA CARGA DE TRABALHO

Continue navegando