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Ocorrências Na Sessão Do Tribunal Do Juri

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Ocorrências na Sessão de Julgamento do Tribunal do Júri
Paulo Henrique Goulart Moreira
Professor: Carlos Roberto Da Silva
Universidade do Vale do Itajaí
Bacharelado em direito (sexta fase) - Direito Processual Penal
09/05/2018
RESUMO
 O trabalho tem por objetivo a análise das ocorrências observadas na sessão de julgamento do tribunal do júri na fase de plenário, ato que corresponde à 2ª fase “judicium causae” ou juízo da causa. Trata-se do julgamento, pelo Júri, da acusação admitida na fase anterior. A presente analise começa após o trânsito em julgado da sentença de pronúncia, desde a instauração até se encerrar com a sentença do Juiz Presidente do Tribunal Popular, quando este finalmente dirá: “Declaro encerrada a sessão”. Será elaborado um pequeno roteiro dividido em etapas passando por cada um dos momentos processuais, com base na doutrina, na prática forense, jurisprudência e em fundamentos previstos no Código de Processo Penal.
Palavras Chave: Tribunal do Júri, Sessão de Julgamento, 2ª Fase, Procedimento em plenário.
1 INTRODUÇÃO
	O procedimento da sessão do Tribunal do Júri é ato solene, possuindo um ritual a ser observado, sob pena de nulidade. O Júri é um órgão colegiado heterogêneo, constitucional e bifásico, alguns doutrinadores entendem que possui três fases, porem a maioria da doutrina adota o conceito de bifásico.
	É presidido por um juiz togado, no qual será intitulado juiz presidente e 25 jurados. Compete ao júri julgar os crimes dolosos contra a vida e seus conexos. Crimes esses: homicídio doloso, infanticídio, participação em suicídio, aborto tentado ou consumado.
	Na primeira fase do júri o objetivo é verificar se há indícios suficientes para o acusado ir ao plenário, indícios da materialidade do fato, certificando se é competência do júri e se há indícios do acusado ter cometido ou não um crime contra a vida. 
 O juiz entendendo existir suficientes indícios de materialidade e uma suposta autoria, dá seguimento ao processo e profere uma sentença, que tem a finalidade de pronunciar, impronunciar, desclassificar ou absolver sumariamente o réu, colocando fim ou não ao processo. Entendo o juiz que deve pronunciar o réu fundamentando sua decisão com o motivo, porém sem exageros. A sentença de pronúncia tem como efeito levar o acusado a ser julgado pelos jurados, juízes leigos, que constituem o conselho de sentença, dá-se assim início a segunda fase, que será o nosso objeto de estudo. 
2 PROCEDIMENTO EM PLENARIO - SEGUNDA FASE - JUDICIUM CAUSAE
	A segunda fase compreende toda a preparação do processo para ir ao plenário. Iniciando com a preclusão da decisão de pronuncia, onde os autos serão enviados ao presidente do Tribunal do Júri, que ao receber -lós , intima o Ministério Público e defensor, para que no prazo legal de cinco dias apresentem rol de testemunhas, juntarem documentos e requer diligências, feito isso, os autos do processo voltarão para o presidente do plenário, para que este elabore um relatório a respeito de tudo que foi apurado no caso, relatório será entregue aos jurados, permitindo que os jurados tenham conhecimento do que irão julgar. 
De imediato o juiz, ao adentrar no plenário, certifica - se de estarem presentes o membro do Ministério Público, o assistente de acusação (se houver), o réu e seu defensor. 
	Quando o réu está sem advogado de defesa normalmente já se toma conhecimento disso antes da sessão em plenário assim o magistrado nem sequer irá instalar oficialmente os trabalhos a sessão será adiada com nomeação de outro defensor para o acusado em caso de falta injustificada. Se for justificada a falta do defensor apenas marca-se outra seção, caso não se justifique a falta por parte do defensor, além do adiamento comunica-se a seção competente da OAB para que tome medidas administrativas (art.456 CPP), tratando-se de defensor público comunica-se a defensoria pública. Cabe ressaltar que a ausência injustificada do defensor somente permite o adiamento da seção uma única vez.
	"A ausência injustificada do defensor constituído permitirá o adiamento somente uma vez. Para sessão seguinte, com o prazo mínimo de dez dias, será intimada a Defensoria Pública (art.456, §2.º, CP). Logicamente, poderá o réu constituir outro defensor, que se apresentará no dia marcado para o julgamento, assumindo o patrocínio da causa. Do contrário, caberá ao defensor público atuar em defesa do réu. Em Comarcas onde não houver defensoria pública, o juiz nomeará defensor dativo." (NUCCI,2015, p.190).
 	Superior Tribunal de Justiça
	“Constatada a ausência injustificada do defensor constituído, não obstante intimado, é dever do Juiz Presidente do Tribunal do Júri adiar o julgamento e nomear outro profissional para patrocinar a defesa do réu( Precedente)” ( HC 106317/ PR, 5.ª T.,j .19.08.2010,v.u.,rel. Min. Felix Fischer)."
	Existe a possibilidade do acusado manifestar sua insatisfação com a defesa que está sendo proporcionada a ele, o juiz deve atender sua reclamação inscrevendo em ata a respeito da insatisfação do réu.
	"Tal situação pode ocorrer, quando o réu nunca foi visitado pelo defensor nomeado (se estiver preso), nem teve oportunidade de reunir- se com o advogado dativo ou defensor público (caso esteja solto), deixando de ter confiança no profissional que pretende patrocinar a causa." (NUCCI,2015, p.184).
	Ausente membro do ministério público, não será possível a realização da sessão (art.455 CPP). Havendo justificativa plausível marca-se outra seção e todos saem intimados. Se não houver motivo justo, comunica-se o fato ao Procurador - Geral, para que tome medidas administrativas e de acordo com o caso, nomeie novo representante para atuar no caso.
	Não se adiara a sessão no caso de ausência do assistente de acusação ou do advogado de defesa do querelante. No caso de ausência do advogado de defesa do querelante podem acontecer duas situações: 
	"Se o advogado do querelante, em ação privada, faltar sem justa causa, poderá ocorrer perempção, julgando- se extinta a punibilidade do réu.
	Se o advogado do querelante, em ação privada subsidiária da pública, ausentar-se sem justificativa razoável, afasta-se o ofendido do polo ativo, retomando o posto o Ministério Público, designando-se nova data para o julgamento." (NUCCI, 2015, p. 190).
	A ausência do réu solto, não provoca o adiamento da sessão de julgamento (ar t. 457, caput, CPP). No entanto é necessário que tenha havido a intimação do acusado.
	Superior Tribunal de Justiça
	“Com a nova redação conferida ao art.457 do CPP, a realização do julgamento sem a presença do réu não causará constrangimento ilegal ao réu, eis que, diante da nova disciplina processual, ele detém agora apenas a faculdade de comparecer perante o Conselho de Sentença e exercer a opção do exercício da auto defesa” (HC 172369/RJ, 5.ª T., rel. Gilson Dipp,j. 24.05.2011, v.u.) .
	A ausência do réu preso é segundo o art.457, parágrafo segundo do CPP gera o adiamento da sessão caso o preso não seja apresentado, salvo o caso em que tenha havido um pedido de dispensa da sua presença subscrito por ele e seu advogado. No caso de ausência do réu preso por falha do estado há entendimento da doutrina que se adia a seção e a custódia cautelar somente deve ser mantida em situações excepcionais, do contrário convém ao juiz determinar a soltura do acusado no caso de se verificar que não houve um motivo razoável para a falha do estado.
2.1 DA AUSENCIA DE TESTEMUNHA
	O não comparecimento de testemunha somente levara ao adiamento da sessão se a parte a arrolou em "caráter de imprescindibilidade", indicando a sua localização (art.461,caput,CPP).
	
Supremo Tribunal Federal
	“A falta de qualquer das testemunhas arroladas para depor em plenário do julgamento pelo Tribunal do Júri justificará o adiamento da sessão, desde que alguma das partes tenha requerido sua intimação, declarando expressamente não prescindir do depoimento e com indicação de seu paradeiro para intimação. Precedentes.” ( HC 110524/ SP,1.ªT., rel. Cármen Lúcia, 22.05.2012,v.u.).
	A parte pode intervir e indicar ao juiz presidente logo na abertura dos trabalhos ou antes do dia da sessão, por petição, quando o depoimento da testemunha for crucial, pode indicar também outro endereço desde que apresente alguma prova a respeito, o juiz conforme o caso interpretando que a testemunha é de fato crucial para se chegar a verdade, pode pedir o adiamento da sessão para que se buscar a testemunha que faltou. 
2.2 DAS NULIDADES
	Não sendo o caso de adiamento do julgamento, na abertura dos trabalhos da sessão, conforme define o artigo 454 do CPP, o juiz decidirá, motivadamente, os casos de isenção e de dispensa de jurados, que eventualmente lhe forem apresentados, bem como sobre o pedido de adiamento do julgamento, formulado por qualquer dos interessados, sendo que todas as deliberações constarão em ata.
	Todas as falhas ocorridas após a prolação da decisão de pronúncia a devem ser alegadas ao juiz até a instalação dos trabalhos da sessão plenária, sob pena de preclusão. Essas são as nulidades relativas, pois as absolutas não précluem e podem ser alegadas em qualquer fase do processo, mesmo após o trânsito em julgado da decisão condenatória.
	É possível arguir a suspeição de qualquer jurado, do juiz, de membro do Ministério Público e também de funcionários. A Parte interessada deve fazê-lo de imediato tão logo sejam instalados os trabalhos, apresentando as provas que possuir. Caso seja aceita a suspeição o julgamento é adiado e remarcado para dia desimpedido. Caso seja a suspeição rejeitada o julgamento segue, mas todo o ocorrido deve constar em ata, ou seja, se a parte para arguir a suspeição utiliza como prova uma testemunha a inquirição desta testemunha deve constar em ata.
2.3 DA DECISÃO DO JUIZ ACERCA DO ADIAMENTO DA SESSÃO
	Não existe recurso contra a decisão do juiz que determina o adiamento do julgamento. Caso o juiz adie sem motivos ou sem amparo legal, as partes devem comunicar o fato à Corregedoria-Geral da Justiça. Do mesmo modo devem proceder as partes quando o juiz presidente nega adiar a sessão, neste caso a parte que se sentir prejudicada deve argumentar a falha na apelação.
2.4 CHAMADA AOS JURADOS
	Na sequência, o juiz presidente pede que se proceda à chamada dos jurados sorteados que estão presentes.
	- "Peço a atenção dos senhores para a chamada dos jurados. Proceda a Sra. escrivã, à chamada dos jurados. À medida que forem chamados, os Srs. Jurados respondam presente."
 	Verifica-se, na presença do promotor, escrivão e oficiais de justiça, a existência, na urna, das cédulas com os nomes dos 25 jurados, por meio de chamada feita pelo escrivão. É necessário, para prosseguimento da sessão, a presença de, no mínimo, quinze jurados (artigo 463, CPP), já considerando nesse número os excluídos por impedimento ou suspeição, conforme § 2º do art. 463, CPP.
	Se compareceram menos de 15 jurados, o juiz dirá: deixo de instalar a sessão do Tribunal do Júri por falta do número legal de jurados. Proceder-se-á o sorteio de tantos suplentes quantos necessários, e designar-se-á nova data para a sessão do júri (Art. 464, CPP).
	Após isso declara-se aberta a seção, “DECLARO ABERTA A SESSÃO" (art. 463).
	Colocar as cédulas dos jurados em urna separada.
2.5 JURADOS FALTOSOS
	- "Aos jurados faltosos (nomeá-los), aplico a multa de R$ _________, ficando os mesmos desde já sorteados para a próxima sessão."
	Se algum jurado, devidamente intimado, não comparecer injustificadamente, ou retirar-se do Tribunal do Júri antes da dispensa pelo juiz presidente, será penalizado com multa. 
	A recusa injustificada ao serviço do júri acarretará multa no valor de 1 (um) a 10 (dez) salários mínimos, a critério do juiz, de acordo com a condição econômica do jurado. (Art.463, § 2o, CPP)
 	A ausência só será anuída em casos devidamente comprovados e tempestivamente apresentados, ou seja, até o momento que antecede a chamada dos jurados
2.6 ANÚNCIO DO PROCESSO
	- "Será submetido a julgamento o processo nº____________, que _________________ move contra _____________________, por infração ao art. _________________"
	Anúncio feito pelo próprio juiz (art. 463, caput).
2.7 PREGÃO
	- "Determino o pregão das partes".
	Pregão realizado por funcionário investido, preferencialmente oficial de justiça (art. 463, § 1º).
	Art. 463, § 1º. O oficial de justiça fará o pregão, certificando a diligência nos autos.
2.8 RECOLHIMENTO DAS TESTEMUNHAS
	As testemunhas presentes devem permanecer incomunicáveis desde o início dos trabalhos. As testemunhas de acusação e de defesa são colocadas em locais diferentes de modo que não possam ouvir os depoimentos umas das outras (art.460, CPP).
	A quebra de incomunicabilidade das testemunhas constitui nulidade relativa, cabendo as partes a prova do prejuízo.
	- "Recolham-se as testemunhas a lugar onde não possam ouvir os debates, nem as respostas umas das outras, separadas as da acusação das da defesa."
	Na sequência, o juiz presidente antes de realizar o sorteio dos sete jurados, que irão compor o conselho de Sentença faz uma advertência quanto aos impedimentos e suspeições, e também adverte sobre a incomunicabilidade.
2.9 DOS IMPEDIMENTOS, SUSPEIÇÕES E A ADEVERTENCIA AOS JURADOS
	Os jurados presentes ouvirão os impedimentos e suspeições para servir o conselho de sentença.
Antes de sortear os 7 jurados, o juiz adverte: Não poderão servir no mesmo conselho de sentença...
 I - marido e mulher;
II - ascendente e descendente;
III - sogro e genro ou nora;
IV - irmãos e cunhados, durante o cunhado;
V - tio e sobrinho;
VI – padrasto, madrasta ou enteado.
	
O mesmo impedimento ocorrerá em relação às pessoas que mantenham união estável reconhecida como entidade familiar.
	 Também o jurado que:
I - tiver funcionado em julgamento anterior do mesmo processo, independentemente da causa determinante do julgamento posterior;
II - no caso do concurso de pessoas, houver integrado o Conselho de Sentença que julgou o outro acusado;
II – tiver manifestado prévia disposição para condenar ou absolver o acusado. 
Aqueles que se encontrarem nestas situações, queiram se levantar!"
 	Dos impedidos servirá o que tiver sido sorteado em primeiro lugar (ar t. 450, CPP).
"São suspeitos também, por força do disposto pelo art.448, § 2.º,do CPP: a)quem for amigo íntimo ou inimigo capital do réu ou da vítima (a r t.254, I,CPP); b) quem estiver respondendo a processo por fato análogo ou possua cônjuge, ascendente ou descendente que esteja (art.254, II, CPP); c) quem, por si ou por seu cônjuge, ou parente consanguíneo, ou afim, até o 3.º grau, inclusive, sustentar demanda com o réu ou a vítima ou que responder a processo que será julgado por qual quer das partes ( ar t. 254, III, CPP); d) quem tiver aconselhado réu ou vítima (ar t. 254, IV, CPP); e) quem for credor ou devedor, tutor ou curador, do r é u ou da vítima (a r t. 254, V, CPP); f) quem for sócio, acionista ou administrador de sociedade de interessada no processo (a r t. 254, VI, CPP). As incompatibilidades, mencionadas pelo ar t. 448, § 2.º, do CPP, nada mais são do que as causas de suspeição, quando proclamadas de ofício pelo magistrado ou pelo jurado. (NUCCI, 2015, p. 196)."
	O jurado que ao ser chamado pelo magistrado por ter o nome sorteado estiver em qualquer das hipóteses de impedimento ou suspeição deve apontar o motivo e não aceitar ser jurado.
	O desrespeito aos impedimentos poderá gerar nulidade absoluta, podendo ser reconhecida a qualquer tempo, mesmo depois do transito em julgado. Porém a causa de suspeito gera nulidade relativa, devendo ser alegada logo após o sorteio do jurado, caso não seja feito ocorre a preclusão e não se poderá mais servir para anulação do processo.
2.10 DA INCOMUNICABILIDADE DOS JURADOS
	O juiz presidente ira alertar aos jurados sobre a incomunicabilidade.
	- "Advirto, ainda, que os Sres. Jurados, uma vez sorteados, não poderão comunicar-se com outras pessoas nem manifestar sua opinião sobre o processo, sob penade exclusão do conselho e pena de multa de 1 a 10 salários mínimos. Poderão sempre dirigir a palavra para mim."
	O jurado sorteado não poderá mais se expressar sobre matéria contida no processo. Apenas em votação, na sala especial, por meio do voto secreto, aonde dará o seu veredito. Em caso de má-fé do jurado, pode-se até mesmo apurar eventual crime de prevaricação.
	" Logicamente, não há o dever de mudez. Podem os jurados, mormente nos intervalos, conversar entre si sobre assuntos diversos. O que lhes é vedado é articular qual quer tema relativo ao processo em julgamento. Para tanto, controla a incomunicabilidade um oficial da justiça, que lançará certidão a esse respeito nos autos (ar t. 466, § 2.º, CPP). (NUCCI, 2015, p. 196)."
A incomunicabilidade não é somente entre os jurados, estes também não podem se comunicar com qualquer pessoa estranha. Qualquer contato com algo de fora pode implicar quebra do sigilo.
O jurado não pode falar ao telefone, nem receber qualquer tipo de mensagem eletrônica, bilhete. etc. Em caso de recado urgente, pode o jurado contar com a ajuda de funcionário para fazer com que sua mensagem chegue a seu destino. 
	Cabe ao juiz presidente durante a sessão observar se está sendo respeitada a regra de incomunicabilidade, este contara com o auxílio dos funcionários.
	A quebra da incomunicabilidade se comprovada gera nulidade absoluta.
	“O sigilo das votações impõe o dever de silêncio (a regra da incomunicabilidade) entre os jurados, de modo a impedir que qualquer um deles possa influir no ânimo e no espírito dos demais, para fins da formação do convencimento acerca das questões de fato e de direito em julgamento. Dessa maneira, aos olhos da lei, estaria melhor preservada a pluralidade da decisão. ” (OLIVEIRA, 2011, p. 702 - 703).
2.11 SORTEIO DO JURADOS E CONSTITUIÇÃO DO CONSELHO DE SENTENÇA
	O conselho de sentença será formado por 7 jurados sorteados pelo Juiz (art. 467).
	"O sorteio dos sete jurados se dá nome por nome, com possibilidade de manifestação de recusa, primeiro pela defesa e, depois, da acusação. As recusas podem ser com ou sem justificativa. O código estabelece o número de até três recusas sem motivação, isto é, as chamadas recusas peremptórias." (TÁVORA, 2017, p. 1261).
	O juiz ira ler o nome de cada jurado e perguntar às partes, primeiro à defesa depois à acusação, se aceitam e, se não dispensado, dizer ao jurado "ESTÁ ACEITO" (art. 468).
 	Se forem dois ou mais acusados, as recusas poderão ser feitas por um só defensor (art. 469, caput).
	
Quando devido as várias recusas, motivadas e imotivadas não se atinge número suficiente de jurados para formar o Conselho de Sentença ("estouro de urna"), a sessão é adiada para data desimpedida. 
 	Realizado o sorteio, em seguida, o juiz dispensa os jurados que não foram sorteados, ressaltando que deverão comparecer no próximo julgamento para o qual foram sorteados.
	Então formado o conselho de sentença, o juiz presidente levantando-se e com ele todos os presentes, convida os jurados para prestarem o compromisso do conselho de sentença, pede a eles que ergam a mão direita à frente e respondam: “Assim o prometo”.
	
	- "Em nome da lei, concito-vos a examinar esta causa com imparcialidade e a proferir a vossa decisão de acordo com a vossa consciência e os ditames da justiça". (Art. 472)
	
Após isso manda as pessoas se sentarem:
	- "Podem sentar-se. Estão por hoje dispensados os Sres. Jurados não sorteados para este conselho de sentença. Todos estão convidados a permanecer aqui, se assim quiserem."
	Após isso os jurados receberão copias da pronuncia ou, se for o caso de decisões posteriores que julgam admissível a acusação e do relatório do processo. (Art.472, parágrafo único, CPP)
	Os jurados passam a ter, em mãos, cópia do relatório elaborado pelo juiz presidente, contendo um resumo do processo. 
	Após isso passamos para a produção de provas com inquirição da vítima (se possível), oitiva de testemunhas e acareação.
3 PRODUÇÃO DE PROVAS 
	Se as partes quiserem ouvir testemunhas, os jurados são avisados de que poderão fazer perguntas ao ofendido e às testemunhas por intermédio do juiz-presidente.
	O juiz pergunta ao promotor, à defesa e aos jurados se desejam alguma acareação (não necessariamente será atendido), reconhecimento de pessoas e coisas, e esclarecimento de peritos. 
3.1 INQUIRIÇÃO DA VITIMA
	A fase de instrução em plenário começa com a inquirição da vítima, se possível (estando vivo e em local certo e conhecido).
	A vítima ou ofendido não presta o compromisso de dizer a verdade como as testemunhas, serão ouvidas suas declarações.
	O ofendido será qualificado, perguntado sobre as circunstancias da infração, quem seja e presuma ser o autor, as provas que possa indicar, tomando-se por termo suas declarações (art. 201, caput, CPP).	
O juiz presidente determina a intimação da vítima, tendo sido ela arrolada ou não como testemunha por qualquer uma das partes. Se intimada a vítima é obrigada a comparecer e prestar declarações, se deixar de comparecer sem motivo justo pode o juiz presidente determinar sua condução coercitiva (ar t. 201, § 1.º, CPP).
	Na sequência serão ouvidas as testemunhas de acusação e defesa.
3.2 OITIVA DAS TESTEMUNHAS
	As testemunhas de acusação são ouvidas primeiro e em seguida são ouvidas as testemunhas de defesa.
	A testemunha é colocada a depor e quem fara primeiro as perguntas a testemunha é o juiz presidente. Depois passa-se a palavra para a parte que arrolou a testemunha (se a testemunha foi indicada pela acusação, ao promotor e, na sequência, ao assistente, se houver; se a testemunha foi apresentada pela defesa, a o defensor).
	As partes fazem as perguntas diretamente a testemunha seguindo o modelo inglês. Porem os jurados formulam as perguntas por meio do juiz presidente.
	Se alguma das partes abusar do seu direito a perguntar diretamente a testemunha, ou seja, pressionando ou agredindo a testemunha e não respeitando as intervenções do juiz presidente, as perguntas feitas pelas partes passam a ser feitas por intermédio do juiz presidente assim como as fazem os jurados. 
	Perguntas indevidas, impertinentes, que invadem a intimidade das testemunhas, ou seja, perguntas que fogem do objeto do processo, podem e devem ser indeferidas pelo juiz presidente.
	A testemunha ao terminar seu depoimento não está dispensada de imediato, uma vez que ao iniciar os trabalhos do Tribunal do Júri, todas as testemunhas passam a ser testemunhas do júri e não das partes, ao menos para efeito de desistência ou dispensa.
	Então o juiz presidente só fim do depoimento da testemunha indagará se todos os presentes interessados a dispensam, consultando primeiro a parte que a arrolou, depois a parte contraria e em seguida os jurados. Caso a testemunha não seja dispensada permanecera na sala aonde se encontra incomunicável até o final da sessão. A medida se faz necessária caso exista o desejo de a testemunha ser inquirida novamente ou para uma eventual acareação.
	O desrespeito ao procedimento de consulta prévia antes da dispensa a parte contraria e aos jurados constitui nulidade relativa, devendo-a analisar o prejuízo sofrido pela parte que se considera lesada, o protesto por parte de quem se considera lesado deve constar em ata.
	Acerca da acareação vale ressaltar que o simples pedido das partes não obriga o juiz a produzir a acareação. A acareação é um ato processual presidido pelo juiz, que coloca frente a frente depoentes, com o objetivo de comparar declarações prestadas anteriormente, que apresentem contradições ou divergências visando com isso apurar a verdade real.
A acareação pode acontecer entre acusados, entre acusado e testemunha, entre testemunhas, entre acusado ou testemunha e vítima e entre vítimas, conforme art.229, caput, CPP.
Existe a possibilidade do depoimento da testemunha ser feito sem a presença do réu, quando a presença do réu for afastada seu defensor ira permanecer acompanhando o depoimento. Tal medida visa garantir a isenção do depoimento datestemunha ou até mesmo das declarações do ofendido.
	Se o juiz verificar que a presença do réu poderá causar humilhação, temor, ou sério constrangimento à testemunha ou ao ofendido, de modo que prejudique a verdade do depoimento, fará a inquirição por vídeo conferência e, somente na impossibilidade dessa forma, determinará a retirada do réu, prosseguindo na inquirição, com a presença do seu defensor (art.217, caput, CPP). 
	A ocorrência deve ser reduzida a termo assim como os motivos pela qual não se permitiu a presença física do réu.
	Quando a testemunha não conhecer a língua nacional, será nomeado interprete. Tratando-se de surdo, mudo ou surdo-mudo proceder-se-á conforme art. 192, CPP.
3.3 DO FALSO TESTEMUNHO
	Uma vez que no procedimento do júri, a prova é voltada para o conselho de sentença, a doutrina afirma que somente os jurados poderiam afirmar que houve falso testemunho, delito previsto no atr.342 do Código Penal. 
	"No procedimento do júri, a prova volta- se ao Conselho de Sentença. Logo, somente o colegiado de jurados poderia afirmar que alguém falseou a verdade. Por isso, torna - se essencial a existência de quesito específico, indagando se determinada testemunha afirmou algo não correspondente à realidade ou calou a verdade. Assim m: TJSP, Ap. 949.929.3/0, 14.ª Câm. “B”, 7.º Grupo, j .28.06.2007, v. u,rel .Ubirajara Maintinguer." (NUCCI,2015, pág. 208).
 	Por isso, é necessário que a parte que se sentir prejudicada com um depoimento que considera falso faça a inclusão de quesito sobre falso testemunho no questionário. O Conselho de Sentença não julgara o mérito sobre o acontecido, apenas decide de acordo com seu entendimento se houve ou não declarações distorcidas da realidade.
	A iniciativa da inclusão do quesito segundo a doutrina cabe as partes, sendo vedado a atuação de oficio pelo Juiz presidente e o pedido por parte dos jurados. 
3.4 LEITURA DE PEÇAS
	O juiz indaga ao promotor, à defesa e aos jurados se querem que se proceda à leitura de alguma peça dos autos. 
	Somente as que se refiram a provas colhidas por carta precatória e às provas cautelares, antecipadas ou não repetíveis.
	As partes e os jurados poderão requerer acareações, reconhecimento de pessoas e coisas e esclarecimento dos peritos, bem como a leitura de peças que se refiram, exclusivamente, às provas colhidas por carta precatória e às provas cautelares, antecipadas ou não repetíveis." (CPP Art. 473, § 3º)
	As provas relacionadas a cartas precatórias, relacionadas a colheita de testemunha não são refeitas em plenário por isso pode a parte interessada requerer a sua leitura.
	As provas cautelares, provas colhidas normalmente ainda na fase policial, são provas periciais, que não podem aguardar, sob pena haver o seu perecimento. Exemplo os: o exame necroscópico, o exame de local, o exame do instrumento do cri me, etc.
	As provas cautelares, como o resultado de uma busca e apreensão ou uma escuta telefônica também podem ser incluídas.
	As provas antecipadas aquelas que caso não sejam colhidas ou produzidas antes podem se perder. Ex.: uma testemunha muito idosa, que tenha presenciado o delito, pode ser ouvida antecipadamente e seu depoimento, por vezes, não será repetido em plenário.
	As provas não repetíveis podem ser tanto parte das cautelares e das antecipadas, como algo autônomo. 
3.5 DOCUMENTOS E PRAZO PARA SUA JUNTADA
Os documentos podem ser escritos, fotos, gravuras, DVDs etc.
	Como regra, são juntados aos autos antes da decisão de pronuncia. Sendo que as partes podem expressar sua opinião e produzir contraprova. A juntada de documentos em plenário obedece ao art.479 do CPP “Durante o julgamento não será permitida a leitura de documento ou a exibição de objeto que não tiver sido juntado aos autos com a antecedência mínima de 3 (três) dias úteis, dando-se ciência à outra parte. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) ” 
	Parágrafo único: Compreende-se na proibição deste artigo a leitura de jornais ou qualquer outro escrito, bem como a exibição de vídeos, gravações, fotografias, laudos, quadros, croqui ou qualquer outro meio assemelhado, cujo conteúdo versar sobre a matéria de fato submetida à apreciação e julgamento dos jurados. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)	
O prazo de 3 dias conta-se voltando no tempo a partir da data do julgamento, importante ressaltar que são dias uteis. O cartório deve providencias de imediato o aviso a parte contraria.
	Deve a parte contraria ter conhecimento do documento juntado aos autos com antecedência mínima de 3 dias uteis do julgamento. Documentos juntados fora do prazo não poderão ser utilizados durante os debates. 
	A parte que se sentir prejudicada por não ter juntado a tempo os documentos, considerando o documento relevante, poderá requerer o adiamento da sessão. O juiz então decide se tal documento é útil ou não, em caso de o juiz indeferir o pedido da parte, o julgamento será realizado, o protesto da parte é anotado em ata, cabendo a parte discutir em eventual futura apelação. A nulidade nesse caso é relativa e depende de prova do prejuízo pela parte que alega.
	No caso de ocorrer uma situação imprevisível, um documento inédito que chega a parte na véspera do julgamento nesse sentido cabe o magistrado tomando conhecimento do referido documento determinar o adiamento da sessão dando ciência a outra parte para a manifestação e produção de contraprova.
		O documento apresentado fora do prazo legal, deve ser protestado de imediato pela parte que se sentir prejudicada. Caso não o faça ocorrerá a preclusão.
3.6 INTERROGATÓRIO DO RÉU
	No Tribunal do Júri, o interrogatório está inicialmente previsto como último ato da instrução preliminar.
	Antes de proceder ao interrogatório, o juiz esclarece ao réu seu direito constitucional de ficar em silêncio. Se o réu não se opuser a ser interrogado, o juiz indaga ao promotor, à defesa e aos Jurados se querem fazer alguma pergunta ao réu.
 	
O juiz presidente interrogará o réu pela forma estabelecida no Livro I, Título VII, Capítulo III, com as alterações introduzidas pela Seção XI (art. 474, CPP).
	As perguntas são feitas pela acusação (MP, assistente de acusação ou querelante) e pela defesa essas são feitas diretamente ao réu. Os dados farão as perguntas por intermédio do juiz presidente. (A r t. 474, § 2.º, CPP)
	O réu tem direito a ficar em silencio e este não deve ser interpretado, em tese, em prejuízo da defesa. Porém o fato de que os vereditos do Conselho de Sentença não precisam ser fundamentados, formando o jurado convicção íntima de culpa, a atitude do réu em permanecer calado pode não ser interpretado como algo natural pelos jurados, portanto por vezes é preciso que o defensor explique aos jurados o direito constitucional do réu de permanecer em silencio, e que deste fato não se possa gerar qualquer consequência em desfavor do réu.
	Os jurados por vezes não julgam apenas o fato criminoso, avaliam também a "pessoa" do réu, por isso todos os dados ofertados acabam por influenciar o convencimento dos jurados.
	O interrogatório em plenário, divide-se em interrogatório qualificação que consiste na colheita de dados pessoais (nome, naturalidade, idade, estado civil, profissão, etc.), interrogatório de mérito que é a versão do réu a respeito da acusação que lhe é feita e interrogatório de individualização que é a colheita de dados sobre a vida pessoal, tais como as oportunidades sociais que o réu teve desde a infância até o momento do delito, se já sofreu alguma condenação, se já cumpriu pena, além de todos os dados familiares e sociais possíveis.
	Havendo mais de um réu devem ser interrogados em sequência.
	Via de regra, é vedado a utilização de algemas no acusado, durante o júri, apenas é permitido o uso em caráter excepcional. (Ar t. 474, § 3.º, CPP)
	O registro dos depoimentos pode ser feito por meio de recurso de gravação magnética, estenotipia ou técnica similar. 
4 DEBATES 
	Após a colheita de provas dá-se início aos debates entre acusação defesa. A acusação e defesaterão uma hora e meia cada, quando apenas um réu é julgado. 
	Quando temos mais de um, o tempo é de duas horas e meia a cada parte. Fala primeiro a acusação, depois a defesa.
Obs.1: Havendo assistente de acusação, este falará após o Ministério Público (art. 476, § 1º).
Obs.2: Havendo mais de um acusador, combinarão entre si a distribuição do tempo. Na ausência de acordo, será decidido pelo juiz (art. 477, § 1º).
Obs.3: Tratando-se de ação penal de iniciativa privada, primeiro falará o querelante e depois o Ministério Público (art. 476, § 2º).
	Cada falha ou vicio que surge durante o debate em plenário deve ser imediatamente questionado pela parte, e o juiz presidente é quem deve saná-la. Caso o requerimento da parte for indeferido pelo juiz é feito registro em ata, do mesmo modo se for aceito a parte que se sentir prejudicada deve pedir o registro em ata.
	Superior Tribunal de Justiça
	“Em se tratando de suposta nulidade ocorrida em Plenário do Júri, a arguição deveria ter se realizado na própria Sessão, sob pena de ser considerada sanada, e não tendo havido a oportuna irresignação do patrono do recorrente, incabível qualquer questionamento posterior de vício na quesitação, diante de sua preclusão" (HC 71.820/MG, 5.ª T., j .10.05.2007, v.u.,rel . Gilson Dipp) 
	Durante os debates as partes não poderão, sob pena de nulidade, fazer referências: I – à decisão de pronúncia, às decisões posteriores que julgaram admissível a acusação ou à determinação do uso de algemas como argumento de autoridade que beneficiem ou prejudiquem o acusado; II – ao silêncio do acusado ou à ausência de interrogatório por falta de requerimento, em seu prejuízo.
A acusação, a defesa e os jurados poderão, a qualquer momento e por intermédio do juiz presidente, pedir ao orador que indique a folha dos autos onde se encontra a peça por ele lida ou citada, facultando-se, ainda, aos jurados solicitar-lhe, pelo mesmo meio, o esclarecimento de fato por ele alegado.
	Existe a possibilidade do uso pelas partes, de recursos audiovisuais ou outros meios de exposição de teses e argumentos, apenas exige-se que não haja surpresa para a parte contraria. Quando solicitada a exibição aos jurados, ocupa o tempo reservado para leitura de peças, portanto não retira tempo da parte reservado ao debate.
4.1 O DIREITO AO APARTE
	Os debates no plenário, feitos oralmente possibilitam a ocorrência do aparte. 
"Constitui este o direito que a parte possui de interromper o discurso da outra, durante sua manifestação, para, brevemente, expor algum ponto controverso ou prestar algum esclarecimento, no interesse maior do Conselho de Sentença." (NUCCI,2015, pág. 238)
Cabe ao juiz presidente o controle do aparte, regulando a intervenção de uma das partes, quando a outra estiver com a palavra, podendo conceder até 3 minutos para cada aparte, esse tempo será acrescido a parte contraria.
4.2 RÉPLICA E TRÉPLICA
	Réplica - Terminados os debates iniciais, o juiz perguntará à acusação se vai usar a faculdade da réplica. Se afirmativo, o prazo será de uma hora (ou duas horas, sendo mais de um réu).
	Tréplica - Finda a réplica, o juiz indagará à defesa se vai usar da faculdade da tréplica. (Uma hora, ou duas, sendo mais de um acusado)
	Se a acusação não utilizar a réplica, não pode a defesa exigir que seja utilizado, nem fazer uso da tréplica. A acusação ao ser consultada sobre direito a réplica deve simplesmente nega-lo, caso a acusação faça qualquer comentário permite a abertura do tempo para a tréplica do defensor. Existindo assistente, este deve também ser consultado sobre a vontade de fazer ou não a réplica, mesmo que o promotor tenha declinado do direito.
	Finalizado o debate deve o juiz presidente perguntar aos jurados se estão preparados para julgar ou se desejam qualquer outro esclarecimento (a r t. 480, § 1.º, CPP).
5 FINALIZAÇÃO EM PLENARIO
5.1 ESCLARECIMENTO AOS JURADOS
	A finalização dos trabalhos é o momento em que as eventuais falhas ocorridas devem ser arguidas sob pena de preclusão.
	Passamos então a fase de esclarecimento dos jurados que devem responder "sim" quando se sentirem habilitados para julgar, se apenas um jurado manifestar dúvida o juiz deve procurar solucionar a questão. É essencial quando o jurado tiver alguma dúvida que este não deixe transparecer o seu julgamento.
Se a verificação de qualquer fato, reconhecida como essencial para o julgamento da causa, não puder ser realizada imediatamente, o juiz presidente dissolverá o Conselho, ordenando a realização das diligências entendidas necessárias. (Art.481, CPP)
Se a diligência consistir na produção de prova pericial, o juiz presidente, desde logo, nomeará perito e formulará quesitos, facultando às partes também formulá-los e indicar assistentes técnicos, no prazo de 5 (cinco) dias. (Art.481, parágrafo único CPP)
	O juiz presidente fica encarregado de demonstrar aos jurados como se desenvolve o julgamento, e quais quesitos representam a tese da defesa e quais dizem respeito a tese da acusação. 
5.2 EXPOSIÇÃO DOS QUESITOS
	Os quesitos devem guardar correspondência com a pronúncia e com as teses alegadas pelas partes em plenário. Quando houver mais de um réu em julgamento, não há mais necessidade de se elaborar um questionário para cada um. Basta que o juiz presidente insira cada co réu em séries distintas, embora do mesmo questionário. 
	O Conselho de Sentença será questionado sobre matéria de fato e se o acusado deve ser absolvido, os quesitos devem ter redação clara e objetiva, serão formulados na seguinte ordem, indagando sobre:
I – a materialidade do fato;
II – a autoria ou participação;
III – se o acusado deve ser absolvido;
IV – se existe causa de diminuição de pena alegada pela defesa;
V – se existe circunstância qualificadora ou causa de aumento de pena reconhecidas na pronúncia ou em decisões posteriores que julgaram admissível a acusação.
	Se mais de 3 jurados responderem "não”, para qualquer dos quesitos sobre materialidade do fato e autoria ou participação, encerra a votação e implica a absolvição do acusado.
	Caso os jurados mais de 3 jurados respondam "sim" para os quesitos materialidade e autoria ou participação, será então formulado o quesito “O jurado absolve o acusado?" 
	Decidindo os jurados pela condenação, o julgamento prossegue devendo ser formulados quesitos sobre:
I – causa de diminuição de pena alegada pela defesa;
II – circunstância qualificadora ou causa de aumento de pena, reconhecidas na pronúncia ou em decisões posteriores que julgaram admissível a acusação
	Sustentada a desclassificação da infração para outra de competência do juiz singular, será formulado quesito a respeito, para ser respondido após o 2o (segundo) ou 3o (terceiro) quesito, conforme o caso.
	Sustentada a tese de ocorrência do crime na sua forma tentada ou havendo divergência sobre a tipificação do delito, sendo este da competência do Tribunal do Júri, o juiz formulará quesito acerca destas questões, para ser respondido após o segundo quesito.
	O juiz passa a ler os quesitos que serão postos em votação. O promotor, o defensor e os jurados recebem uma cópia dos quesitos. Após ler os quesitos, o juiz indagará à acusação e à defesa se há algum requerimento ou reclamação afazer, e se os jurados querem alguma explicação sobre os quesitos. 
	O momento para as partes questionarem a forma, o modo, e o conteúdo dos quesitos é logo após a leitura e explicação em plenário.
	Não havendo dúvida a ser esclarecida, o juiz presidente, os jurados, o Ministério Público, o assistente, o querelante, o defensor do acusado, o escrivão e o oficial de justiça dirigir-se-ão à sala especial a fim de ser procedida a votação. (Art.485, caput, CPP)
 5.3 VOTAÇÃO NA SALA SECRETA
	Na falta de sala especial, o juiz presidente determinará que o público se retire, permanecendo somente o juiz presidente, os jurados, o Ministério Público, o assistente, o querelante, o defensor do acusado, o escrivão e o oficial de justiça. (Art.485, § 1.º, CPP)
	
O juiz adverte as partesde que não será permitida qualquer intervenção que possa perturbar a livre manifestação do Conselho, sob pena de ser retirada da sala a pessoa que se comportar inconvenientemente. Então explica os quesitos, novamente.
	Antes de proceder-se à votação de cada quesito, o juiz presidente mandará distribuir aos jurados pequenas cédulas, feitas de papel opaco e facilmente dobráveis, contendo 7 (sete) delas a palavra sim, 7 (sete) a palavra não. Então o juiz lê o primeiro quesito, explica e perguntar se os jurados tem alguma dúvida, sanada as dúvidas dos jurados ele votam, após o voto o oficial recolhe os votos válidos e os votos remanescentes em urnas separadas. 
	A votação é feita quesito por quesito, um de cada vez, e após cada resposta dos jurados, são verificados os votos e as cédulas não utilizadas.
	Se a votação dos jurados a qualquer dos quesitos apresentar contradição com alguma outra votação já feita, o juiz presidente explicara aos jurados a contradição, e então os quesitos que se contradizem serão votados novamente.
 	Após a votação, o juiz presidente determina que se registre em termo a votação de cada quesito, bem como o resultado do julgamento, o termo será assinado por ele, pelos jurados e pelas partes. Após isso comunica aos jurados que está encerrada a incomunicabilidade e que vai proferira sentença.
5.4 SENTENÇA
	Cabe ao Juiz presidente lavrar a sentença condenatória ou absolutória, porem o juiz deve cuidar para não invadir o mérito da decisão, portanto não necessita o juiz produzir relatório, nem fundamentar a sua decisão, o juiz lavrará a sentença de acordo com o art.492, I e II do CPP.
No caso de condenação:
a) fixará a pena-base;
b) considerará as circunstâncias agravantes ou atenuantes alegadas nos debates;
c) imporá os aumentos ou diminuições da pena, em atenção às causas
Admitidas pelo júri;
d) observará as demais disposições do art. 387 deste Código;
e) mandará o acusado recolher-se ou recomendá-lo-á à prisão em que
Se encontra, se presentes os requisitos da prisão preventiva;
f) estabelecerá os efeitos genéricos e específicos da condenação;
II – no caso de absolvição:
a) mandará colocar em liberdade o acusado se por outro motivo não
Estiver preso;
b) revogará as medidas restritivas provisoriamente decretadas;
c) imporá, se for o caso, a medida de segurança cabível.
	A dosimetria da pena e decisão acerca do cumprimento da pena, são atos exclusivos do juiz presidente. O juiz também irá analisar se há benefícios penais, como substituição da pena por restritivas de direito ou aplicação da suspenção condicional da pena.
	As agravantes e atenuantes aplicadas pelo juiz presidente devem ter sido debatidas em plenário para que ele possa aplica-las. (492, I, b, do CPP). A questão não é unanime havendo decisões permitindo que o juiz presidente aplique as agravantes e atenuantes, e há decisões que não permitem. Oque de fato é unanime é que não podem ser feitas de oficio pelo magistrado caso não tenha havido menção da parte interessada nos debates.
	Quanto as causas de aumento e diminuição da pena, essas necessitam do reconhecimento do Conselho de sentença (art.492, I, c, CPP).
	Lavrada a sentença, o juiz presidente, após pedir a todos que fiquem de pé, lerá a sentença em voz alta.
	Terminada a leitura da sentença, o juiz encerra a sessão com as seguintes palavras: “Agradeço aos senhores jurados a presença e o cumprimento do dever. Os senhores jurados estão dispensados. Agradeço também ao Dr. Promotor de Justiça, ao Dr. Defensor e aos serventuários da Justiça aqui presentes”. Então Finalmente o juiz dirá: “Declaro encerrada a sessão”
6 CONCLUSÃO
 	Após concluir o trabalho pude obter uma compreensão mais detalhada dos atos e ocorrências que englobam a segunda fase do júri. Não apenas uma compreensão no sentido conceituar cada ato ou ocorrência, mas também organizar mentalmente cada ato em uma ordem de acontecimentos, podendo assim além de conhecer cada etapa, saber com maior clareza em que parte do julgamento ela se realiza, criando assim uma espécie de roteiro cronológico dos acontecimentos. 
	Apesar do estudo apresentado não exaurir completamente cada acontecimento ou ocorrência, pois em algumas ocorrências existe ampla discussão acerca de determinadas medidas tomadas e trazer à tona toda a discussão tornaria o presente trabalho extremamente extenso, obtive a compreensão do que seria considerado essencial para entender o funcionamento da segunda fase do júri, mesmo não adentrando profundamente em alguns temas. Assim pude entender melhor o funcionamento de cada etapa, conhecendo também pontos em que a doutrina e a jurisprudência manifestam opiniões diversas sobre o tema, um exemplo disso é a questão de empréstimo de jurados, que por se tratar de matéria extremamente controversa havendo decisões contra e a favor acabou por não ser apresentada no estudo, porem mesmo não expondo a questão obtive conhecimento da existência dela, assim como diversa outras questões.
	O tribunal do júri ao meu ver é um dos símbolos do Direito, quando uma pessoa leiga no assunto pensa sobre o funcionamento da justiça, normalmente o que vem à cabeça dela é o tribunal do júri, portanto compreender melhor o rito foi de grande valia e imenso prazer.
Referencias Bibliograficas:
DA SILVA,Daniela Galvão,2017.Disponivel em: https://jus.com.br/artigos/59672/tribunal-do-juri-organizacao Acesso em 08/05/2018
JORGE, Eder,2010. Disponivel em: https://jus.com.br/artigos/59672/tribunal-do-juri-organizacao. Acesso em 07/05/2018
OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de. Curso de Processo Penal. 15.ed. Rio de Janeiro : Lumem Juris, 2011.
TÁVORA, Nestor. Curso de Processo Penal / Nestor Távora, Rosmar Rodrigues Alencar. 12. Ed. Salvador: Ed. JusPodivm, 2017.
NUCCI, Guilherme de Souza. Tribunal do Júri. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015.
BRASIL, Código de Processo Penal. VADE MECUM. 21. ed. São Paulo. Saraiva, 2017.
AVENA, Norberto Cláudio Pâncaro. Processo Penal / Norberto Avena. 9. ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2017.

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