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Disciplina: Direito Processual Penal II
São crimes de competência do Tribunal do Júri
Originariamente, os seguintes delitos: homicídio simples (art. 121, caput); privilegiado (art. 121, § 1.o), qualificado (art. 121, § 2.o), induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a automutilação (art.122), infanticídio (art. 123) e as várias formas de aborto (arts. 124, 125, 126 e 127).
E as formas tentadas. Além deles, naturalmente, vinculam-se os delitos conexos, aqueles que, por força da atração exercida pelo júri (arts. 76, 77 e 78, I, CPP), devem ser julgados, também, pelo Tribunal Popular.
Por fim, acresça-se o genocídio, cujas maneiras de execução equivalem a delitos dolosos contra a vida (art. 1.o, a, c e d, da Lei 2.889/56).
FASE DE PREPARAÇÃO DO PLENÁRIO
Assim, preclusa (não cabe mais recurso) a decisão de pronúncia, os autos serão encaminhados ao juiz presidente do Tribunal do Júri (art. 421, caput, CPP).
Inicia-se, então, a segunda fase. O magistrado determina a intimação do Ministério Público ou do querelante, conforme o caso, bem como do defensor para que, em cinco dias, apresentem o rol das testemunhas que irão depor em plenário, até o máximo de cinco para cada parte. Poderão juntar documentos e requerer qualquer diligência pertinente (art. 422, CPP).
Na sequência, após as manifestações, o juiz delibera acerca de quais provas serão produzidas de imediato e quais ficarão para o plenário. Promoverá as diligências necessárias para sanar qualquer falha ou vício até então ocorrido. Buscará esclarecer fato interessante à busca da verdade real.
Em inovação trazida pela reforma, deve o magistrado elaborar, por escrito, o relatório do processo, que será entregue, por cópia, a cada um dos jurados componentes do Conselho de Sentença (art. 423, II, CPP).
O relatório deve conter, dentre outros pontos, conforme o prudente critério do juiz, o seguinte: 
a) resumo do conteúdo da denúncia ou queixa; 
b) resumo do conteúdo da defesa prévia do réu, com suas alegações preliminares e/ou exceções; 
c) elenco das provas (basta enumerar e não detalhar uma por uma) colhidas ao longo do inquérito, em especial as periciais, que não são refeitas;
d) elenco das provas (basta enumerar e não detalhar uma por uma) colhidas na fase de formação da culpa;
e) resumo do conteúdo do interrogatório do réu, em especial, se levantou e qual foi a sua tese de autodefesa (se preferiu valer-se do direito ao silêncio, basta mencionar o fato, sem valoração alguma); 
f) resumo do conteúdo das alegações finais das partes; 
g) resumo do conteúdo da pronúncia, acolhendo e/ou rejeitando as teses das partes (se houve impronúncia, desclassificação ou absolvição sumária, expor o resumo do seu conteúdo, fazendo menção à reforma pelo Tribunal); 
h) exposição de pontos excepcionais, como, por exemplo, se houve decretação da prisão preventiva ou prisão em flagrante, concessão ou negativa de liberdade provisória, recurso contra a pronúncia e resultado do acórdão; 
i) se houve aditamento à denúncia e alteração da pronúncia, após a preclusão;
j) quais as provas requeridas e, eventualmente, realizadas na fase de preparação do plenário.
Se tal ocorrer, o juiz competente remeterá ao presidente do júri os autos preparados até cinco dias antes do sorteio dos vinte e cinco jurados da sessão (art. 424, CPP).
 Justificação
É uma medida de natureza cautelar, cuja finalidade é a prova de algum fato ou de qualquer relação jurídica, relevante para o julgamento em plenário no Tribunal do Júri. Procede-se à juntada de documentos e oitiva de testemunhas, desenvolve-se em apenso ao processo principal. Deve contar com a audiência da parte contrária, sendo dispensável a presença do réu, pois é procedimento meramente incidental e inexiste disposição legal a respeito.
 Quando for para efeito de revisão criminal, cabe ao juiz da condenação aceitá-la ou não e se for indeferida a justificação, de plano, cabe apelação (art. 593, II, CPP). 
Pode-se realizar prova pericial, critério do juiz deferir pela importância da prova para o julgamento. 
 Desaforamento
Trata-se da decisão jurisdicional que altera a competência inicialmente fixada pelos critérios constantes do art. 69 do CPP, com aplicação estrita no procedimento do Tribunal do Júri. A competência para avaliar o desaforamento é sempre da instância superior e nunca do juiz que conduz o feito. Entretanto, a provocação pode originar-se tanto do juiz quanto das partes, como regra.
Dá-se o desaforamento, nos termos dos arts. 427 e 428 do CPP, em quatro situações: 
a) se o interesse da ordem pública o reclamar; por segurança do júri
b) se houver dúvida sobre a imparcialidade do júri; cidade pequena, crime grave
c) se houver dúvida quanto à segurança do réu; pessoas famosas ou conhecidas
d) se o julgamento não se realizar no período de seis meses, contado do trânsito em julgado da decisão de pronúncia, desde que para a demora não tenha contribuído a defesa. Prescrição, réus presos, excessos de processos.
Lembremos que a decisão de desaforamento tem caráter jurisdicional e não administrativo.
Edição da Súmula 712 do STF: “É nula a decisão que determina o desaforamento de processo da competência do Júri sem audiência da defesa”. Sendo esta relativa, dependente, da oitiva da defesa, pois pode esta concordar plenamente com o ocorrido, o processo será encaminhado para a Comarca mais próxima. A eleição de foro distante é inconstitucional(é a exigência do art. 427 do CPP). Porém, padecendo dos mesmos males da anterior, pode pleitear novo desaforamento. Se novos fatos surgirem, pode haver a reiteração do pedido de desaforamento, mesmo indeferido o primeiro. Não se admitirá o pedido de desaforamento na pendência de recurso contra a decisão de pronúncia ou quando já efetivado o julgamento. Neste último caso, pode-se admiti-lo quanto a fato ocorrido durante ou após a realização do julgamento que tenha sido anulado (art. 427, § 4.o, CPP). Não havendo excesso de serviço,o acusado poderá requerer ao Tribunal de Justiça que determine a imediata realização do julgamento (art.428, § 2.o, CPP), a ocorrência do julgamento célere é de interesse de todos.
Supressão de nulidade
Evitando o prolongamento inútil do processo, que poderá chegar ao julgamento de mérito em plenário do júri, contendo falhas e vícios insanáveis, torna-se mais adequado eliminar o problema desde logo. Se preciso for, cuidando-se de nulidade absoluta, melhor será retornar à fase de formação da culpa, refazendo-se todos os atos processuais falhos.
 Providências para o julgamento
Regularizado o feito, o juiz designa julgamento e determina a intimação do representante do Ministério Público, do querelante, se houver, do assistente da acusação, se existir, do réu e seu defensor. Lembrar, ainda, que a inquirição do ofendido, se viável, deve ser providenciada, assim como dos peritos, se solicitado (art. 431, CPP).
Todas as testemunhas , sem obrigatoriedade, arroladas pelas partes devem ser intimadas, desde que assim requerido, ainda que residam em outra Comarca, expedindo-se, para tanto, carta precatória pela qual podem ser escritas e ouvidas. 
O funcionamento do Tribunal do Júri obedece à lei de organização judiciária de cada Estado (art. 453, CPP).
Da lista geral de jurados, serão sorteados 25, que deverão servir na sessão (art. 433, caput, CPP). Deve-se providenciar a intimação do Ministério Público, da Ordem dos Advogados do Brasil e da Defensoria Pública para acompanharem o sorteio, em dia e hora designados pelo magistrado (art. 432, caput, CPP).
Expede-se edital convocatório, onde constará a data em que o júri se reunirá, bem como o nome dos jurados sorteados, afixando-se à porta do fórum (art. 435, CPP). Após, serão os jurados devidamente intimados para o comparecimento à sessão de julgamento pelo correio ou por qualquer outro meio hábil (por exemplo, por telefone), conforme dispõe o art. 434.
Não há pagamento pelo exercício da função. A preferência na ordem de julgamento dos processos do júri art.429, CPP:
 1.o) réus presos; 
2.o)dentre os presos, os mais antigos na prisão;
 3.o) em igualdade de condições, os que tiverem sido pronunciados há mais tempo.
Deve-se ressaltar, entretanto, que a regra do art. 429 não pode ser considerada absoluta, além do que o próprio caput excepciona o mandamento em caso de motivo relevante. Réus soltos também devem ser julgados rapidamente e ter a sua situação definida por causa da prescrição e gerar impunidade. 
Organização do Júri
O juiz deve determinar o alistamento anual de várias pessoas aptas a servir como jurados no Tribunal do Júri, o que se faz até outubro do ano anterior àquele onde se darão os julgamentos (art. 426, caput, CPP). Essa lista é publicada e está sujeita a receber reclamação de qualquer do povo até o dia 10 de novembro (art. 426, § 1.o, CPP). 
A autoridade responsável pelo alistamento dos jurados é o juiz presidente. A acusação e a defesa podem acompanhar o processo e possuem meios de solicitar a exclusão de pessoas não recomendáveis a servir no Tribunal do Júri, mas não podem influir, decisivamente, na escolha. Incluindo-se pessoa inapta, cabe recurso em sentido estrito, interposto por qualquer pessoa, embora, como regra, seja ato do órgão de acusação ou defesa. Excluindo-se alguém da lista, pode o jurado afastado, igualmente, recorrer.
Faz-se, em verdade, uma seleção aleatória, conseguindo os nomes nos cartórios eleitorais da região do Tribunal do Júri, bem como se verificando os antecedentes de cada um deles. No mais – se o jurado tem condições e aptidão para sê-lo– somente se apura no caso concreto, isto é, quando inicia sua atividade.
O júri é a instituição destinada a promover o julgamento do réu pelos seus pares.
Par é a pessoa humana, aquele que é igual, semelhante, parceiro, lembrando-se que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza (art. 5.o, caput,CF). Portanto, é natural que possa uma pessoa ignorante julgar o culto e vice-versa. 
É preciso lembrar que o povo julgará o homem e também teses jurídicas, de modo que as partes precisam falar a quem possa entender o espírito da lei, a fim de que as decisões não se distanciem em demasia da legislação penal vigente. O ideal seria um corpo de jurados formado de representantes de todas as classes sociais de uma sociedade, embora fosse igualmente indispensável tivesse a estrutura social menos desigualdade sociocultural.
A lista geral dos jurados, com as profissões dos jurados, é publicada pela imprensa, bem como afixada à porta do fórum, conferindo-se publicidade ao ato de escolha dos juízes leigos (art. 426, caput, CPP) e com os suplentes (art. 464, CPP), constatando-se não estar presente o número mínimo de quinze para o início dos trabalhos. Sorteiam-se tantos suplentes quantos forem necessários para atingir o número máximo de 25, designando-se nova data para a sessão de julgamento.
Composição do Júri
O Tribunal Popular é composto pelo juiz togado, que o preside, e por 25 jurados sorteados para a sessão, e não unicamente pelo magistrado e pelo Conselho de Sentença (7 jurados escolhidos dentre os 25), dos quais, em uma segunda etapa, atinge-se o número de oito (um juiz presidente e sete jurados). Portanto, pode-se dizer que há o Tribunal do Júri pleno (26 pessoas), o Tribunal do Júri mínimo (16 pessoas) e o Tribunal do Júri constituído para o julgamento (8 pessoas).
 Função do jurado
Podem ser jurados os cidadãos maiores de 18 anos e estão isentos, embora possam participar, os maiores de 70 (art. 437, IX, CPP).
A Lei 11.689/2008 reduziu a idade mínima para ser jurado de 21 para 18 anos. O juiz necessitaria ter, em torno de 25 anos para assumir o cargo. Da mesma forma, um Ministro do Supremo Tribunal Federal necessita ter, pelo menos, 35 anos de idade (art. 101,caput, CF).
Segundo o disposto no art. 436, § 1.o, do CPP, nenhum cidadão poderá ser excluído dos trabalhos em razão de vários fatores, mas não se mencionou o elemento idade. 
A notória idoneidade termina sendo apurada, na prática, pela ausência de antecedentes criminais, embora, em comunidades menores, o juiz tenha ciência de outros elementos, componentes da conduta social do indivíduo.
Ser alfabetizado, possuir saúde mental, física, estar pleno no exercício dos direito políticos, ser brasileiro.
A recusa a servir no Tribunal do Júri, se motivada por convicção religiosa, filosófica ou política, pode levar à perda dos direitos políticos (art. 438, CPP).
Preceitua a atual Constituição,art. 5.o, VIII, que “ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se assim invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei”. Por outro lado, no art. 15, IV, também da Constituição, consta que “é vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: (...) IV – recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5.o, VIII”.
Finalmente, cumpre ressaltar que os jurados responderão criminalmente, nos mesmos termos em que os juízes (art. 445, CPP). 
Julgamento em Plenário
Ingressando no plenário, juntamente com o representante do Ministério Público, onde já se encontram o réu e seu defensor, o juiz deve, como primeira providência, recolher de dentro da urna as cédulas, contendo os nomes dos jurados que compareceram. Em tese, devem ser achadas vinte e cinco cédulas, embora o número mínimo, para o início dos trabalhos, seja quinze. Aliás, quando o escrivão, antes mesmo do ingresso do magistrado no plenário, nota que, dentre os jurados titulares, inexiste número suficiente, avisa o juiz presidente, que deverá proceder ao sorteio dos suplentes, redesignando a sessão.
Embora o art. 463, caput, do CPP mencione ser o magistrado (presidente do Tribunal do Júri) quem anuncia o processo a ser julgado, ordenando ao oficial a realização do pregão das partes e das testemunhas, na prática tal não se dá. As testemunhas, a essa altura, já estão em sala especial, incomunicáveis. As partes, em seus respectivos lugares. Dessa forma, cabe ao juiz anunciar, ele mesmo, querendo, o processo que será submetido a julgamento ou pedir ao oficial de justiça que o faça.
A legitimidade do empréstimo de jurados de um plenário para outro, formando-se o quorum mínimo para o início da sessão de julgamento.
A chamada recusa imotivada é inspirada pela intuição da parte, distante de fatos concretos.
Pensamos que, na atualidade, diante das enormes dificuldades do Judiciário para manter em funcionamento, garantindo uma justiça célere e eficiente, os plenários do júri, particularmente nas grandes Comarcas, deve-se admitir o empréstimo de jurados de um plenário para outro, a fim de perfazer o número mínimo de quinze, previsto em lei para a instalação dos trabalhos.
Não é demais lembrar que todos os jurados são convocados para o mesmo dia, à mesma hora, variando, apenas, o plenário para o qual são designados, porém no mesmo tribunal. Assim, basta que as partes, querendo, consultem as relações dos jurados para determinado dia, abrangendo todos os plenários, para tomarem conhecimento de quais serão os prováveis juízes leigos a compor o Conselho de Sentença. Logo, segredo não é, nem se deixa de seguir o ritual da publicação do edital. A convocação é pública e seu resultado, também. 
A dignidade humana, confrontando com a publicidade, demanda um julgamento aberto, mas não televisionado ou espalhado, como se fosse um evento público de divertimento. O Tribunal do Júri, embora composto por juízes leigos, é órgão do Poder Judiciário, evidenciado ser uma corte séria, formal e imparcial por natureza.
É preciso que o motivo da ausência do promotor seja justificado e não simplesmente por interesses pessoais, o fato deve ser comunicado ao Procurador-Geral, nos termos do parágrafo único do art. 455 do CPP, para as providências disciplinares cabíveis, nesse caso haverá o substituto, se não, a sessão será adiada.
 “Não se permitirá o uso de algemas no acusado durante o período em que permanecer no plenário dojúri, salvo se absolutamente necessário à ordem dos trabalhos, à segurança das testemunhas ou à garantia da integridade física dos presentes” (art. 474, § 3.o, CPP). STF no HC 91.952. “Só é lícito ouso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado.”
As testemunhas não podem ter contato umas com as outras para que haja imparcialidade das suas declarações . O ideal é que, desde o princípio do julgamento, permaneçam separadas, podendo haver nulidade relativa havendo prejuízo para as partes.
Como regra, faltando uma testemunha que não tenha sido arrolada pela parte com o caráter de imprescindibilidade, promove-se o julgamento do mesmo modo (art.461, CPP). No caso de não ser encontrada a testemunha, é preciso que a parte interessada indique o seu paradeiro com antecedência para que se faça valer a intimação.
 Formação do Conselho de Sentença
O Conselho de Sentença é o órgão deliberativo do Tribunal do Júri. Este, como já analisado, é composto por um juiz presidente e 25 jurados, mas, dentre os convocados para a sessão, extraem-se sete para julgar o caso. Assim, ao deliberar, o júri é um colegiado formado por sete magistrados leigos e um togado.
Antes do sorteio, o juiz advertirá os jurados presentes dos impedimentos e das suspeições (art. 466, CPP), para que, se for o caso, quando chamado, o sorteado decline afirmando a sua situação de incompatibilidade. São jurados impedidos, não podendo servir no mesmo Conselho: 
a) marido e mulher – valendo incluir, nessa hipótese, companheiro ou companheira (art. 448, § 1.o); 
b) ascendentes e descendentes; 
c) sogro ou sogra com genro ou nora;
d) irmãos;
e) cunhados, durante o cunhadio; 
f) tio e sobrinho; 
g) padrasto ou madrasta e enteado (art. 448, CPP). É hipótese de recusa motivada.
Além dessas hipóteses, acresceram-se os seguintes impedimentos: 
a) ter o jurado funcionado em julgamento anterior do mesmo processo, 
independentemente da causa determinante do julgamento posterior;
 b) no caso de concurso de pessoas, ter integrado o Conselho de Sentença que julgou o outro acusado;
 c) ter manifestado prévia disposição para condenar ou absolver o acusado (art. 449, CPP).
São jurados suspeitos, igualmente não podendo servir no mesmo Conselho: 
a)ascendente, descendente, sogro, genro, nora, irmão, cunhado, durante o cunhadio, sobrinho, primo do juiz, do promotor, do advogado de defesa, do assistente de acusação, da autoridade policial, de auxiliar da justiça, de perito, do réu ou da vítima (art. 252, I, CPP);
 b) pessoa que tiver desempenhado qualquer função ou servido como testemunha no processo (art. 252, II, CPP); 
c) quem tiver tomado parte, como jurado, em anterior julgamento do mesmo feito (art. 252, III, inclusive de corréu);
d) quem tiver interesse no deslinde da causa ou possuir cônjuge ou parente,
consanguíneo ou afim em linha reta ou colateral até o 3.o grau, que o tenha (art. 252, IV, CPP); 
e) quem for amigo íntimo ou inimigo capital do réu ou da vítima (art. 254, I,CPP); 
f) quem estiver respondendo a processo por fato análogo ou possua cônjuge,
ascendente ou descendente que esteja (art. 254, II, CPP); 
g) quem, por si ou por seu cônjuge, ou parente consanguíneo, ou afim, até o 3.o grau, inclusive, sustentar demanda com o réu ou a vítima ou que responder a processo que será julgado por qualquer das partes (art. 254, III, CPP); 
h) quem tiver aconselhado réu ou vítima (art. 254, IV,CPP);
 i) quem for credor ou devedor, tutor ou curador, do réu ou da vítima (art. 254, V, CPP);
 j) quem for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no processo (art. 254, VI, CPP).
Cabe ao juiz presidente, com muito tato e prudência, controlar o que o jurado expressa, durante a sessão de julgamento. Não deve coibir os integrantes do Conselho de Sentença de buscar esclarecimentos, através de perguntas feitas a testemunhas, pedidos de exibição de documentos ou leituras de peças, bem como acesso aos autos, ou indagações formuladas diretamente ao magistrado, a respeito de qualquer assunto ligado ao processo (valor e legalidade de prova, procedimento etc.), mas necessita estar atento para que eles não manifestem, por intermédio de suas dúvidas, a opinião em formação quanto ao deslinde do processo. Vale explicar aos jurados, logo no início dos trabalhos, que eles podem agir com ampla liberdade para formar o seu convencimento, devendo, no entanto, evitar a todo custo a exposição do seu pensamento.
Se a incomunicabilidade for rompida, a penalidade é a dissolução do Conselho e a exclusão do corpo de jurados do tribunal. Se houver má-fé, pode implicar na configuração do crime de prevaricação. Aplica-se, ainda, a multa de um a dez salários mínimos, a critério do juiz, conforme a condição econômica do jurado (art. 466, § 1.o, CPP).
Enquanto a sessão não terminar, ficam os jurados incomunicáveis, significando que não podem voltar para casa, nem falar ao telefone ou mesmo ler mensagens em pagers, celulares ou aparelhos semelhantes. Quando recolhidos à sala secreta, haverá, sempre, com eles um oficial de justiça para garantir a incomunicabilidade. Podem conversar entre si, com as partes (promotor e defensor), com funcionários e com o juiz, desde que a respeito de fatos alheios ao processo.
Sabe-se que o quorum mínimo para a instalação da sessão é de quinze jurados, podendo-se computar aqueles que forem considerados impedidos ou suspeitos. Mas, durante o sorteio, se as causas de impedimento ou suspeição, bem como as recusas imotivadas, forem em número tal que não permita a formação do Conselho de Sentença, composto por sete jurados, deve o juiz adiar a sessão para outra data. É o que se chama de “estouro de urna”.
Para a formação do Conselho de Sentença, são duas as possibilidades de recusa do jurado, formuladas por qualquer das partes: motivada e imotivada (art. 468, CPP).
Na constituição do Conselho de Sentença, cada parte pode recusar até três jurados sem dar qualquer razão para o ato. Como regra, assim se procede por acreditar que determinado jurado pode julgar de forma equivocada, permitindo emergir seus preconceitos e sua visão pessoal a respeito dos fatos. Nada existe de científico ou concreto comprovando que este ou aquele jurado, por sua profissão, qualidade de vida ou formação intelectual ou moral, possa dar veredicto incorreto, em desacordo com a prova dos autos. 
Se houver mais de um réu a ser submetido a julgamento, tornou-se mais dificultosa a possibilidade de separação dos julgamentos. Por outro lado, se, em face das várias recusas, não for atingido o número mínimo de sete para formar o Conselho, pode-se separar os julgamentos. Assim ocorrendo, determina a lei dever ser julgado o autor, em primeiro lugar, depois o partícipe (art. 469, §§ 1.o e 2.o, CPP). Se houver somente autores, respeita-se a ordem fixada pelo art. 429 do CPP.
Autoriza a lei que o mesmo conselho poderá julgar mais de um processo na mesma sessão, desde que as partes aceitem, prestando novo compromisso (art. 452,CPP).
Após o sorteio dos sete jurados componentes da Turma Julgadora, passa-se à fase do juramento solene. Todos em pé no Tribunal do Júri ouvirão a exortação feita pelo juiz: “Em nome da lei, concito-vos a examinar esta causa com imparcialidade e a proferir a vossa decisão, de acordo com a vossa consciência e os ditames da justiça”.
E cada jurado responderá: “Assim o prometo” (art. 472, CPP). Note-se que o jurado deve examinar com imparcialidade a causa e decidir de acordo com a consciência e os ditames da justiça. Não se fala em decidir de acordo com os ditames legais, justamente porque os jurados são leigos e não têm qualquer obrigação de conhecer o ordenamento jurídico. Assim, o objetivo do Tribunal Popular é promover uma forma particularde justiça, aquela que brota da sensibilidade e da razão do homem comum, não letrado em Direito, disposto a respeitar o que sua consciência lhe dita, com imparcialidade.
 Interrogatório do réu
Será realizado nos mesmos termos do interrogatório feito na instrução comum, A modificação mais importante consistiu na transferência do interrogatório para o final da instrução em plenário (art. 474, caput, CPP). Se houver mais de um réu submetido a julgamento na mesma sessão, devem ser interrogados na sequência. O ideal é que o primeiro seja interrogado sozinho, sem a presença dos demais. Em seguida, interrogando-se o segundo, pode o que já foi ouvido permanecer em plenário e assim sucessivamente. Se tal procedimento não for respeitado, trata-se de nulidade relativa, dependente, pois, de prova de prejuízo para a parte.
Os jurados, juízes que são, têm direito de fazer perguntas ao réu. O art. 474, § 2.o, do CPP, expressamente autoriza, embora tenha fixado que as indagações serão realizadas por intermédio do juiz presidente. 
Vale destacar, no entanto, que a reforma introduzida pela Lei 11.689/2008, autorizou o Ministério Público, o assistente, o querelante e o defensor, nessa ordem, a formular, diretamente, perguntas ao acusado (art. 474, § 1.o, CPP). Pensamos, portanto, ter o réu o direito de invocar o silêncio em função das reperguntas que julgar inadequadas feitas pela acusação. Ou, ainda, recusar-se a responder qualquer indagação feita pelo Ministério Público, querelante ou assistente. É a plenitude do seu direito de defesa.
Relatório do processo e leitura de peças
O relatório passa a ser elaborado pelo juiz presidente na fase de preparação do plenário (art. 423, II, CPP), por escrito, com o fim de ser distribuído aos jurados, Passa-se, entretanto, a distribuir cópia impressa do relatório do processo, que será mantida com os jurados durante todo o julgamento.
 A nova redação do art. 473, § 3.o, permite a leitura apenas das peças que se refiram, exclusivamente, às provas colhidas por carta precatória e às provas cautelares, antecipadas ou não repetíveis (estas, por exemplo, são os laudos periciais produzidos na fase policial).
Prova testemunhal
Serão inquiridas primeiramente as testemunhas da acusação; depois, as da defesa. Deve ser garantida às partes e aos jurados a oportunidade de realizarem as reperguntas desejadas diretamente à vítima, quando houver, e à testemunha.
Este, por sua vez, fiscalizará as perguntas realizadas, indeferindo as que forem impertinentes, irrelevantes ou abusivas.
Depois de iniciados os trabalhos, a testemunha passa a ser do Tribunal do Júri, necessitando, pois, da concordância de todos para que seja dispensada, inclusive do juiz presidente – que pode ouvi-la como testemunha do juízo. Somente após obter o aval de todos, acolherá a desistência,dispensando a testemunha.
O mesmo procedimento será adotado para a testemunha arrolada pela defesa e mesmo para aquela que foi convocada pelo juízo, constitui nulidade relativa, sujeitando-se à avaliação do prejuízo sofrido, e, no caso do júri com o protesto na ata, da parte inconformada com a dispensa sem a sua consulta ou sem a sua concordância.
Quando ouvidas testemunhas de acusação, após as perguntas formuladas pelo juiz presidente, abre-se oportunidade para reperguntas do órgão acusatório, do assistente de acusação (se houver), da defesa e dos jurados. Tratando-se das testemunhas de defesa, após a inquirição do juiz, abrem-se reperguntas para a defesa, seguida da acusação, do assistente, se houver, e dos jurados.
Os depoimentos e o interrogatório serão registrados pelos meios ou recursos de gravação magnética, eletrônica, estenotipia ou técnica similar, com o objetivo de garantir fidelidade e celeridade (art. 475, CPP). Somente no caso da estenotipia, que lida com códigos, é preciso decifrá-los no papel, as transcrições serão feitas em casos de absoluta necessidade.
Prevê o art. 473, § 3.o, do CPP a possibilidade de haver acareação entre as testemunhas ouvidas, quando divergirem sobre pontos essenciais da causa. No plenário do Tribunal do Júri, muitas vezes surte algum efeito esse confronto, pois os jurados podem observar as expressões e as reações das duas pessoas colocadas face a face, porque seus depoimentos são contraditórios.
Apartes
Deve a parte conceder apartes, quando solicitada pela contrária, sob pena de poder haver a intervenção do juiz presidente, concedendo o momento de interferência, para que se faça algum comentário importante, referente ao tema desenvolvido por aquele que está falando. O aparte é esclarecedor e ilustra o jurado, quando bem feito e sem abuso. Quando a defesa termina sua manifestação, o juiz presidente consulta o órgão acusatório se deseja replicar. Se a resposta for positiva, passa-lhe a palavra por uma hora (art. 477, caput, CPP). Se não desejar, cessam os debates.
Após a réplica, cabe ao defensor manifestar-se em tréplica, por uma hora. Admite-se a reinquirição de qualquer das testemunhas já ouvidas em plenário (art.476, § 4.o, CPP). Aliás, é esse o motivo pelo qual, quando cada testemunha termina seu depoimento, o juiz consulta as partes e os jurados se dispensam a pessoa, para que possa ir embora do fórum.
 Assim, se a parte desejar reinquirir alguém, deve fazê-lo dentro do seu tempo para a réplica ou tréplica.
Quanto ao limite de tempo estabelecido em lei, pode ser eventual e excepcionalmente prorrogado. Uma primeira hipótese a ser levantada é a ocorrência de vigorosos debates, com constantes invasões e discursos paralelos feitos por uma parte em relação à manifestação da outra. Assim, pode o juiz descontar o tempo perdido por quem tinha o direito de falar, concedendo-lhe maior prazo para finalizar suas alegações.
Defesa durante a tréplica
Cremos ser perfeitamente possível o defensor, julgando cabível e eficiente, agindo no interesse do acusado, inovar a sua tese, ainda que o faça na tréplica.
Por ser mais lógico e adequado à plenitude de defesa, é natural que o defensor seja o último a se manifestar.
Note-se que, no procedimento comum, ao término da instrução, manifesta-se a acusação em alegações finais, pedindo, por exemplo, a condenação do réu e sustentando a tese jurídica que lhe aprouver. Ouve-se, então, a defesa, que também se manifesta quanto às provas produzidas e levanta as teses pertinentes, requerendo a absolvição do réu. Segue-se à fase decisória. O mesmo deve ocorrer no júri. As partes usam o tempo proporcionado pela lei para expor todas as teses possíveis, avaliando as provas existentes. Os jurados escolherão a que mais os convencer. A atividade do órgão de acusação, mormente quando se trata do Promotor de Justiça, é empreender uma acusação imparcial, sustentar a acusação, nos termos da pronúncia. Se o fizer com eficácia, expondo as provas aos jurados e pedindo a condenação, nada do que a defesa fale poderá afetar a visão do Conselho de Sentença a respeito do caso. 
Procedimentos do julgamento
Encerrados os debates, o juiz presidente consulta os jurados se estão habilitados a julgar ou desejam mais algum esclarecimento (art. 480, § 1.o, CPP). 
Sendo um informe breve, mormente quando feito com a expressa concordância da parte contrária, enriquece os dados coletados pelo Conselho de Sentença para formar o seu convencimento.
Porventura, havendo dúvida intransponível, o juiz deve dissolver o Conselho de Sentença, marcar outra data para o julgamento, providenciando a produção da prova almejada (art. 481, CPP), longe do público, para que, respeitado o sigilo do processo de votação, possam decidir tranquilamente sobre a imputação. Não havendo sala especial, o público deverá se retirar do plenário. 
A leitura e explicação dos quesitos, segundo o art. 484 do CPP, devem ser feitos em plenário, na presença do público. Não gera nulidade (mas mera irregularidade), no entanto, o juiz presidente convidar os jurados e as partes para o recolhimento à sala secreta, onde serão os quesitos explicados com maiores detalhes.
O momento para questionar a forma, a ordem, o modo e o conteúdo das indagações(quesitos) redigidas pelo juiz presidente é logo após a sua leitura e explicação em plenário (art. 484, caput, CPP). Do contrário, silenciando, haverá preclusão, não mais podendo alegar qualquer nulidade a parte que deixou transcorrer sem protesto esse instante. É evidente que a nulidade absoluta, uma vez instalada, poderá ser questionada a qualquer momento, mesmo sem ter havido protesto por ocasião da leitura. Logo, sujeita à preclusão, caso não alegada no momento correto. Por isso, se a parte não concordar com alguma falha do magistrado deve insurgir-se tão logo seja indagada se concorda com o questionário. Esse também é o instante para aventar a não inclusão de alguma tese levantada durante os debates em plenário.
Ocorre que o próprio texto constitucional – em ambos os dispositivos – menciona ser possível limitar a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social ou público assim exigirem.
Em primeiro lugar, deve-se salientar ser do mais alto interesse público que os jurados sejam livres e isentos para proferir seu veredicto, havendo na própria Constituição o disposto no art. 5.o, XXXVIII, b, assegurando o sigilo das votações. 
Quesitos 
Os quesitos são as perguntas ou indagações, que demandam, como resposta, a emissão de uma opinião ou um juízo. Atribui-se ao Conselho de Sentença a tarefa de apreciar fatos e não matéria pura de direito. Por isso, considera-se o jurado um juiz do fato, enquanto o presidente da sessão de julgamento é o juiz do direito. Simplificou-se o questionário. Assim fazendo, permanecerá a segurança mínima para as partes buscarem qual foi o critério do Tribunal Popular para condenar ou absolver o réu, não se complicando em demasia o processo de votação.
Há perguntas voltadas à materialidade do fato, à autoria ou participação, às causas de diminuição e aumento da pena, às qualificadoras e privilégios, mas não se detalha mais as teses de defesa. Passa-se a indagar, em bloco, se o jurado absolve o acusado. 
Lembremos, ainda, que deixar de inserir quesito obrigatório gera nulidade absoluta, conforme Súmula 156 do Supremo Tribunal Federal (“É absoluta a nulidade do julgamento, pelo júri, por falta de quesito obrigatório”).
Redação do questionário
O art. 483 do Código de Processo Penal fixa as regras:
1.o) O primeiro deve versar sobre a materialidade do fato principal, podendo haver desclassificação;
 2: Essas lesões deram causa à morte da vítima? Necessita ser claro e detalhado o suficiente para determinar as fronteiras da imputação pretendida pelo órgão acusatório em plenário.
2.o) A partir do segundo ou do terceiro quesito, conforme o caso, ingressa a verificação da autoria ou participação. 
3.o) novidade introduzida pela Lei 11.689/2008: “o jurado absolve o acusado?” art.483, III, CPP .
O magistrado, por seu turno, deverá elaborar quesitos tanto em relação ao aventado pelo defensor quanto pelo réu. Se não o fizer, constitui nulidade relativa. 
4.o) Por serem mais benéficas ao réu, primeiramente, inclui-se quesito pertinente à causa de diminuição afirmada pela defesa (art. 483, IV, CPP). Depois, seguem os relativos a eventuais qualificadoras e causas de aumento,
Para a redação dos quesitos, vale destacar que há compatibilidade entre as qualificadoras objetivas (incisos III e IV, do § 2.o, do art. 121 do CP) e as causas de diminuição do § 1.o, do mesmo artigo (todas subjetivas). 
5.o) O art. 483 do CPP não faz referência à inclusão de quesito sobre o excesso no contexto das excludentes de ilicitude. o art. 23,parágrafo único, do Código Penal estabelece poder haver excesso doloso ou culposo nesse contexto. 
 Se afirmarem tal quesito, impõe-se o reconhecimento de crime culposo, logo, em nosso entendimento, opera-se a desclassificação imprópria. Cabe ao juiz julgar o caso. Se negarem o quesito, significa ser doloso o excesso, afastando-se a absolvição e continuando o Conselho a votar os eventuais quesitos restantes.
O excesso na legítima defesa concentra-se no uso de meios desnecessários ou na reação imoderada. A viabilidade do quesito relativo à continuidade delitiva, devendo ficar inteiramente ao critério do magistrado, uma vez que, no Tribunal do Júri, impera a soberania dos veredictos, bem como a plenitude de defesa, e todas as teses admissíveis em direito podem ser invocadas pelas partes.
6.o) Quando houver mais de um réu em julgamento ou um único, porém acusado da prática de mais de um delito, o juiz não deve unificar os quesitos em um só corpo. Dessa maneira, se dois ou mais acusados forem julgados na mesma sessão, deve o juiz elaborar séries diversas, embora num mesmo questionário, para cada um deles. Dividindo os quesitos em séries, colocará o fato principal e todas as demais circunstâncias, para cada réu, em sua respectiva série. Ex.: Havendo três réus, o juiz fará três séries completas. Os jurados podem perfeitamente absolver um corréu, reconhecendo uma excludente de ilicitude qualquer, por sentirem haver prova suficiente para tanto, condenando outros, embora a situação pareça idêntica.
Note-se que será votada sempre, em primeiro lugar, a série concernente ao crime contra a vida, que atraiu a competência para julgar os demais para o Tribunal do Júri. Dessa forma, desclassificada a infração dolosa contra a vida, os demais delitos serão julgados pelo juiz presidente e não mais pelo Conselho de Sentença;
As agravantes (arts. 61 e 62, CP) e atenuantes (arts. 65 e 66, CP), transferindo a sua análise ao juiz presidente, desde que alguma delas seja alegada nos debates (art. 492, I, b, CPP). Porém, considerando-se que o reconhecimento da agravante implica na elevação da pena, não pode a defesa ser privada, como tese sua, de demandar a sua avaliação pelos jurados, a estes sustentando não ser ela cabível. 
Votação do júri
Antes da votação ter início, recebem os jurados pequenas cédulas, feitas de papel opaco e facilmente dobráveis, contendo umas a palavra sim e outras a palavra não, para que, secretamente, sejam colhidos os votos (art. 486, CPP).
 O jurado desavisado abre as cédulas, vislumbra o “sim” (normalmente inscrito em vermelho) e o “não”(normalmente inscrito em preto), fecha-as e aguarda para colocar uma delas na urna.
Assim, faz a leitura do quesito em voz alta e indaga se estão preparados a votar, concedendo tempo suficiente aos jurados para escolherem a cédula correta, correspondente ao voto desejado, a fim de colocar na urna.
A contagem dos votos é feita quesito por quesito, justamente para não haver confusão e dar correto encaminhamento ao julgamento. O juiz presidente prossegue na apuração até atingir o quarto voto (pelo “sim” ou pelo “não”), dando por encerrada a contagem. Toda a deliberação será extraída por maioria de votos e assim constará do termo.
A primeira delas é que, sendo a votação resguardada pelo sigilo e não devendo o jurado dar satisfação de como votou, caso seja unânime, estaria devassada a posição dos jurados.
Em segundo lugar, dava margem indevida a especulações de como desejou votar o Conselho de Sentença, fazendo com que surgissem interpretações de que a votação,num sentido para determinado quesito, seria incompatível com a votação, noutro sentido, para outro quesito. as decisões dos tribunais, analisando a ocorrência ou não de nulidades.
Cuida o art. 490, parágrafo único, do Código de Processo Penal das hipóteses de prejudicialidade, absoluta e relativa. A primeira (absoluta) significa que, em face da resposta dada pelos jurados a um quesito ou ao final de uma série deles, fica impossível continuar a votação, dando-a o juiz por encerrada. É o caso de negativa ao primeiro quesito (materialidade) ou quando o Conselho reconhece deva o réu ser absolvido. A segunda (relativa) permite a continuidade da votação. É o que ocorre se o Conselho de Sentença reconhecer o relevante valor moral e, em seguida, o juiz der por prejudicado o quesito pertinente à qualificadora da futilidade.
 Sentença do Juiz Presidente
 Cabe-se, apenas, fixar a sanção. Para tanto, respeitará o sistema trifásico (art. 68 do CP): a) estabelecea pena-base (art. 59, CP); b) insere as agravantes e atenuantes; c)considera os aumentos e diminuições da pena.
Ocorrendo a absolvição, o réu será posto em liberdade imediatamente, salvo se por outro motivo estiver preso (art. 492, II, a, CPP).
Deverá, ainda, decidir acerca de eventual decretação de prisão cautelar ou da revogação de custódia existente. Levará em consideração, para tanto, os requisitos da prisão preventiva (art. 312, CPP), conforme demanda o art. 492, I, e, CPP. Se estiverem presentes, decreta a prisão do réu solto, em caso de condenação. Se não se configurarem, pode determinar a soltura do acusado, ainda que tenha havido condenação. Esta última situação é mais rara, pois se ele aguardou preso o julgamento pelo júri, torna-se consequência natural que assim continue após a condenação.
Neste ponto, a Lei 13.964/2019 incluiu um dispositivo, impondo ao juiz presidente que mantenha ou decrete a prisão de quem for condenado a uma pena igual ou superior a 15 anos de reclusão. Embora mencione que o juiz pode atribuir efeito suspensivo a essa decisão, assim como o relator no Tribunal, não há como viabilizar esse entendimento, depois que o STF, em julgamento realizado em fins de 2019, o reconhecimento da inimputabilidade, impõe-se, neste caso, medida de segurança, conforme dispõe o art.26, caput, do Código Penal (art. 492, II, c, CPP). Pode ser internação, para crimes apenados com reclusão, ou a opção entre internação e tratamento ambulatorial, para crimes apenados com detenção.
Lavrada a sentença, com todos os presentes em pé, solenemente, o juiz presidente procede à sua leitura em plenário. Acompanharão o ato as partes e o réu. Este, no entanto, pode ser retirado de plenário caso se manifeste agressivamente ou resolva interromper o juiz para protestar. Por outro lado, se alguma das partes, chamada para o ato, não comparecer, lê o magistrado a sentença para os que estiverem em plenário, sem qualquer irregularidade. É direito da acusação ou da defesa estar presente, mas não uma obrigação.
Não há publicação formal da sentença, justamente porque o art. 493 do CPP determina que ela seja lida em plenário, à vista do público. Considera-se, pois, publicada neste momento.
A desclassificação imprópria e suas consequências na votação do questionário e no julgamento da causa
Somos levados a concordar com aqueles que sustentam subsistir a incompetência do júri para prosseguir no julgamento, caso haja, de uma forma ou de outra, a desclassificação do delito, seja por negativa do segundo quesito, seja por afirmação de um terceiro, que incluiria o elemento subjetivo da culpa.
Havendo a desclassificação própria ou imprópria deve o juiz dar por encerrada a votação, passando a decidir o caso sem qualquer vinculação, inclusive no tocante aos crimes conexos.
Destaquemos, ainda, que, ao reconhecer ter havido homicídio culposo, em face de excesso no contexto da legítima defesa, está havendo do mesmo modo desclassificação imprópria.
 Ata do julgamento
Enfim, a lei deveria ter previsto expressamente que a confecção da ata é da responsabilidade do juiz presidente, como é a lavratura do termo de audiência e tudo o que nele consta. A parte prejudicada pode peticionar, demonstrando as incorreções. A ata deve conter:
a) a data e a hora da instalação dos trabalhos; 
b) o magistrado que presidiu a sessão e os jurados presentes; 
c) os jurados que deixaram de comparecer, com escusa ou sem ela, e as sanções aplicadas;
d) o ofício ou requerimento de isenção ou dispensa;
e) o sorteio dos suplentes;
 f) o adiamento da sessão, se houver ocorrido, com a indicação do motivo; 
g) a abertura da sessão e a presença do órgão do Ministério Público, do querelante e do assistente, se houver, bem como do defensor do acusado;
 h) o pregão e a sanção imposta, no caso de não comparecimento; 
i) as testemunhas dispensadas de depor;
j) o recolhimento das testemunhas a lugar de onde umas não possam ouvir o depoimento das outras; 
l) a verificação das cédulas pelo juiz;
m) a formação do conselho de sentença, com registro dos nomes dos jurados sorteados e das recusas;
n) o compromisso dos jurados e o interrogatório, com simples referência ao termo; o) os debates e as alegações das partes com os respectivos fundamentos; 
p) os incidentes (todas as ocorrências que interessam para o julgamento, inclusive os protestos feitos pelas partes); 
q) o julgamento da causa; 
r) a publicidade dos atos da instrução plenária, das diligências e da sentença. A falta da ata sujeitará o responsável (pela lei, o escrivão) a sanções administrativa e penal (art. 496, CPP). 
Juiz Presidente do Tribunal do Júri
Dispõe o art. 497 do Código de Processo Penal sobre as atribuições do juiz togado, que preside o Tribunal do Júri, destacando, dentre outras, as seguintes: 
a) regular a polícia das sessões e prender os desobedientes; 
b) requisitar o auxílio da força policial, que ficará sob sua exclusiva autoridade; 
c) dirigir os debates,(inclusive controlando os apartes e impedindo agressões verbais excessivas de uma parte contra a outra);
d) resolver as questões incidentes, que não dependam de pronunciamento do júri;
e) nomear defensor ao réu, quando o considerar indefeso, ( princípio constitucional da plenitude de defesa); 
f) mandar retirar da sala o réu que dificultar a realização do julgamento, prosseguindo-se sem a sua presença; 
g)suspender a sessão pelo tempo indispensável para a execução das diligências requeridas ou entendidas necessárias, mantida a incomunicabilidade dos jurados;
 h) interromper a sessão por tempo razoável para proferir sentença e para repouso ou refeição dos jurados; 
i) decidir de ofício, ouvidos o Ministério Público e a defesa, a arguição de extinção da punibilidade;
j) regulamentar, durante os debates, conceder até 3 (três) minutos para cada aparte requerido, que serão acrescidos ao tempo desta última.
 Somente pode ser realmente soberano o Conselho de Sentença bem informado, possuindo ampla noção das provas dos autos e tendo recebido do órgão acusatório os elementos indispensáveis à formação do seu convencimento. 
Em conclusão, cabe ao juiz exercer um efetivo controle, dentro de seu prudente arbítrio, sobre a acusação produzida em plenário, mormente porque dirigida a um Conselho formado por pessoas leigas, embora soberanas no seu decidir, demonstrando ser nulo o processo quando houver falta de acusação ou de defesa, na sessão de julgamento. 
Bibliografia;
NUCCI, Guilherme de Souza.Curso de direito processual penal / Guilherme de Souza Nucci. – 17. ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2020

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