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Adam Smith

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Caro Sr. Smith. 
 
Escrevo-lhe esta breve carta visando questionar, compreender e, de certa forma, debater 
algumas de suas ideias introduzidas em seu livro A Riqueza das Nações. Estudando suas 
principais teorias me deparei com algumas dúvidas, as quais procurarei expressar ao longo deste 
escrito. Contudo não foram apenas essas dúvidas que me motivaram a lhe escrever, mas também 
o fato ficar imensamente impressionado com o teor de verdades presentes em seus postulados 
econômicos, algo digno de um verdadeiro gênio. Por isso, esta carta servirá também como 
forma de agradecer-lhe e parabenizá-lo por essa vasta contribuição intelectual devotada a um 
bem maior, no caso, a um melhor bem-estar social e a um verdadeiro desenvolvimento 
socioeconômico, que mesmo tendo algumas limitações serviu como peça fundamental para o 
desenvolvimento da ciência econômica. Enfim, vamos ao que realmente interessa. 
Em um primeiro momento, quero discutir e ressaltar alguns pontos relacionados a sua teoria 
sobre a divisão do trabalho. Na parte inicial da obra, citada acima, o Sr. procura explicitar que 
a melhor forma de se produzir seria através de uma maior divisão do trabalho, onde tal divisão 
de tarefas induzirá a uma maior especialização produtiva, o que tornará os indivíduos, 
envolvidos no processo produtivo, mais capacitados, mais rápidos, devido a repetitividades de 
suas ações, e, consequentemente, mais eficientes, sendo essa maior eficiência transposta em um 
aumento da produtividade. Porém, como também citado por o Sr. essa especialização produtiva 
só será possível e, principalmente, justa e igualitária se o Estado cumprir uma de suas funções 
básicas que seria a de fornecer as mesmas oportunidades educacionais, capacitarias, de modo 
que todos tenham o poder de concorrer em pé de igualdade no que diz respeito ao mercado de 
trabalho. Pressupondo que isso realmente ocorra, concordo que a divisão do trabalho será umas 
das chaves para que os indivíduos elevem a economia a um novo patamar, por meio de uma 
maior eficiência produtiva, logicamente, também por um aumento da produtividade que sem 
sombra de dúvidas gerará uma ampla evolução no âmbito social como um todo, seja no setor 
econômico, no político, no produtivo, no tecnológico, etc. 
 Mas, caso o Estado seja falho em fornecer esses serviços e essa forma de paridade de 
oportunidades, mesmo sendo um Estado mínimo, a divisão do trabalho não será uma forma de 
fragmentar ainda mais a sociedade em classes distintas, onde os que desfrutam das 
oportunidades possua uma vasta gama de privilégios, enquanto, quem não as possui, seja 
subjugado a uma posição socialmente inferior, socialmente explorada, além de também 
comprometer o grau de produtividade dos indivíduos. Deste modo, um Governo ineficiente e 
uma forte divisão do trabalho não levarão a uma exploração incisiva sobre o indivíduo 
ignorante, uma exploração fomentada pela falta de oportunidades e que causará 
progressivamente uma maior disparidade entre classes, acentuando ainda mais essas 
desigualdades e acarretando consequências, também no setor produtivo influenciando 
diretamente a mão de obra, o mercado e a economia, respectivamente. Tendo em vista que 
mesmo com um Estado limitado ele pode, certamente, não cumprir com suas funções básicas, 
caso isso ocorra, tendo também essa forte divisão do trabalho, como corrigir, ou pelo menos 
minimizar os efeitos dessa relação entre um possível Estado ineficiente e uma forte 
fragmentação do trabalho? 
Tratando agora de uma das situações de mercado, um ponto em que concordo plenamente com 
o seu argumento é quando o Sr. trata sobre o egoísmo dos indivíduos. É perfeitamente óbvio 
notar que os indivíduos presentes no mercado, na economia, quase nunca, senão nunca, estão 
preocupados com os interesses coletivos e, sim, com o seu próprio interesse, sua própria 
satisfação. Mas que ao buscar essa satisfação egoísta, acaba atingindo um objetivo maior, no 
caso um interesse coletivo. Logo, poderia se dizer que o egoísmo é a chave para uma 
prosperidade coletiva. 
Aproveitando que já citei sobre o Estado mínimo acima, irei, então, discutir sobre o mesmo. 
Como explanado pelo Sr. o papel do Estado deveria ser limitado, atuando necessariamente em 
funções básicas e fundamentais de uma sociedade no caso, o setor educacional, de saúde, 
jurídico, de segurança, de infraestrutura, etc., garantindo uma qualidade de vida minimamente 
digna para os indivíduos a ela pertencentes. Um dos pontos os quais me parece ser o crucial 
sobre a introdução de um livre mercado na economia é o de que a presença do Estado na mesma, 
gera uma série de entrave que dificultam as relações e o próprio desenvolvimento, um 
desenvolvimento verdadeiro, ligados ao mercado. Deste modo, o Governo seria um empecilho, 
com toda sua ação burocrática e tributaria, para a economia. Ressaltando essa questão, com 
uma menor participação do Estado na economia e, principalmente no setor produtivo, a 
quantidade de impostos seriam diminuídos, uma vez que, a necessidade de financiar as ações 
estatais também estaria sendo reduzida em função da queda na sua participação no mercado, 
além de se ter uma maior flexibilização das relações e participações de empresas devido a 
quebra dos entraves burocráticos. Outro ponto que, pelo que percebi, leva ao Sr. a desejar uma 
limitação no poder e na participação do Estado, foi o fato de considerá-lo uma instituição 
corrupta, algo que discordo, realmente há sim uma grande propensão que indica, tristemente, 
que esse tipo de instituição danifica o patrimônio público através de atos ilícitos que geram uma 
imensa série de consequências em todas as instâncias sociais, porém não deve-se generalizar, 
infelizmente existem Governos corruptos, mas também há diversos que são honestos e que 
colocam o interesse coletivo como prioridade. 
Discordando desse seu ponto de vista, acho sim que o Estado deve intervir e também participar 
da economia, não a todo momento, mas quando seja essencialmente necessário, como por 
exemplo em casos de um nível elevado de desemprego que nem mesmo o próprio mercado 
consiga suprimir, onde deve atuar para dinamizar e consequentemente melhorar o cenário 
econômico, geralmente utilizando uma espécie de subsídio social, que seria o seguro-
desemprego, o qual inicialmente, serviria como uma forma de estimulo a demanda, essa maior 
procura transpõe-se no mercado induzindo uma maior oferta que por sua vez acarretaria em um 
desencadeamento no setor produtivo gerando novos empregos, uma maior renda e por fim esse 
ciclo de crescimento. Mas claro, essa assistência do Estado incorrerá em aumento tributário só 
que como já foi provado (Teorema do Orçamento Equilibrado) esse efeito do aumento de gastos 
do Governo será mais que suficiente para superar as consequências do aumento dos impostos. 
Enfim, como tudo na vida há casos e casos, têm-se momentos em que o Governo deve interferir 
na economia, no mercado e em outros não. 
Por fim, outro ponto que me chamou a atenção diz respeitos aos monopólios formados pela 
interação estatal no mercado, concordo que muitas vezes essa interferência gera uma 
centralização do poder de mercado que realmente afeta de forma negativa os indivíduos, como 
no caso do fornecimento de alguns serviços públicos, que além de terem um elevado preço, não 
são eficientes e muito menos de boa qualidade. Mas em alguns casos que há a formação de 
monopólios naturais com uma espécie de cabresto estatal limitando o poder da empresa, é sim 
bem aceitável, pois os mesmos oferecem serviços a um baixo custo que muitas vezes não seriam 
adquiridos por uma grande parte da população caso fossem oferecidos em um mercado de 
concorrência perfeita. 
Voltando-se agorapara umas das teorias que mais gosto, desenvolvida por David Ricardo, mas 
precedida pelo Sr. a Teorias das Vantagens Comparativas. Tratando-se do comércio 
internacional creio que o enriquecimento de uma nação afeta toda uma gama de outros países e 
o meio pelo qual se dar esse enriquecimento é de extrema relevância, como também o fato de 
o comércio e as relações de mercado voltadas para o exterior trazem uma série de benefícios 
para o meio interno, como por exemplo, uma maior concorrência e uma diversidade de novas 
possibilidades de consumo, pode-se sim haver uma fuga de renda, mas também em 
contrapartida pode-se ter uma maior absorção de renda externa, algo que de certa forma 
compensaria tais ações. Tendo em vista essas vantagens comparativas, acredito fielmente que 
em um primeiro momento a especialização produtiva naquele bem em que a nação tem uma 
vocação natural é uma das melhores formas de desenvolvimento, sendo que essa especialização 
gera excedentes que podem ser, e devem ser, transacionados com outros países. Só que com o 
passar do tempo apenas essa especialização, do meu ponto de vista, torna-se limitada, tendo um 
progressivo avanço tecnológico é possível ter uma vasta gama de especializações produtivas, 
não sendo mais tão viável centralizar a produção na sua vocação natural, mas, sim, procurar se 
especializar cada vez mais em variados produtos, principalmente naqueles que possuam um alto 
valor agregado. 
Para finalizar esta carta, gostaria de dizer que, como futuro economista, fico e sou 
extremamente agradecido ao fato de o Sr. ter existido e dedicado uma finidade do seu tempo 
para desenvolver tais teorias que certamente tratam-se de um marco revolucionário na história 
sobre o pensamento e o desenvolvimento econômico como um todo, que serviram para difundir 
a inovação em todos os âmbitos da economia, visando sempre um bem-estar e um 
desenvolvimento coletivo. Mesmo que posteriormente algumas de suas ideias tenham sido 
refutadas, renovadas, em sua maioria continuam influenciando uma série de admiradores do 
seu trabalho e sem dúvida alguma foram a partir delas que diversos outros gênios da economia 
enxergaram um caminho mais amplo, imerso em possibilidades que possibilitariam um melhor 
desenvolvimento econômico. Então só me resta agradecer-lhe, MUITO OBRIGADO ADAM 
SMITH.

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