Buscar

ESTUDO DIRIGIDO GESTÃO DO ORÇAMENTO PÚBLICO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ESTUDO DIRIGIDO DA DISCIPLINA DE GESTÃO DO ORÇAMENTO PÚBLICO 
(ORÇAMENTO E FINANÇAS PÚBLICAS) 
 
Referência - BERNARDONI, Doralice Lopes; CATAPAN, Anderson; CRUZ, June Alisson 
Westarb. Planejamento e orçamento na administração pública. Curitiba: Intersaberes, 
2013. 
 
Nesta orientação de estudo, destacamos a importância de alguns temas diretamente 
relacionados aos conteúdos estudados nesta disciplina. Os temas sugeridos abrangem o 
conteúdo programático da sua disciplina nesta fase, e lhe proporcionarão maior fixação 
de tais assuntos, consequentemente, melhor preparo para o sistema avaliativo adotado 
pelo Centro Universitário Uninter. É importante ressaltar que os conteúdos abaixo 
apresentados foram abordados pelos professores em suas aulas, assim, a dica é: veja e 
reveja as aulas quantas vezes forem necessárias. Esse é apenas um material 
complementar! Além do livro, os vídeos e os slides das aulas compõem o referencial 
teórico que irá embasar o seu aprendizado. Utilize-os da melhor maneira possível. 
Bons estudos! 
 
 
CAPÍTULO UM - PLANEJAMENTO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
O processo de planejamento é uma atividade de extrema relevância para as 
organizações públicas e privadas, haja vista a necessidade de adequação às realidades 
sociais contemporâneas. Para as organizações modernas é muito importante o uso do 
planejamento. Planejar é escrever o que se pretende para o futuro. É algo que deve ser 
definido pelas organizações para que essas possam traçar/delinear um caminho a ser 
seguido. 
O planejamento estratégico apresenta-se sob o mapeamento e alinhamento dos 
objetivos da organização e seus planos táticos e operacionais, alinhando a perspectiva 
do ambiente interno sob as influências do ambiente externo. Desse modo, ele possibilita 
que todos os planos táticos e operacionais da instituição sejam elaborados de maneira 
integrada e articulada, tendo as seguintes características: é projetado para longo prazo; 
implica maior interação entre a organização e os seus ambientes interno e externo; é 
sistêmico e envolve a organização como um todo. 
Já o Planejamento Tático consiste na elaboração de planos, programas e projetos para 
a implementação das estratégias, seu formato é sistêmico e interativo. Compreende as 
decisões organizacionais e institucionais, determinando os objetivos funcionais 
específicos, as metas e as táticas baseadas no planejamento estratégico. 
O planejamento operacional está voltado para “o que fazer” e “como fazer” e é indicado 
para áreas funcionais e tarefas específicas. Os planos operacionais referem-se à 
eficiência (ênfase nos meios), já que a eficácia (ênfase nos fins) fica a cargo dos níveis 
institucional e intermediário da organização. 
1.1 Fases do planejamento na Administração Pública 
Na execução do planejamento na administração pública podemos destacar duas fases 
principais do planejamento na administração pública, que são: PREPARAÇÃO e 
EXECUÇÃO. 
 FASE DE PREPARAÇÃO: de caráter político, vai da formulação à aprovação do 
plano. É uma fase essencial, a qual deve ser precedida de pesquisa, a fim de dar 
condições ao órgão planejador para um diagnóstico, visando à fixação dos 
objetivos e das metas, com vistas aos programas e projetos. 
 FASE DE EXECUÇÃO: de caráter técnico, envolve a implantação, o controle e a 
avaliação do plano. Nesta fase, o planejamento está intimamente relacionado ao 
orçamento, tanto que, sem um, é impossível a existência de outro, a tal ponto 
que o planejamento é elemento essencial ao orçamento. 
1.2 Princípios do planejamento na administração Pública 
Os princípios do planejamento aplicado à área pública constituem as premissas que 
direcionam a atividade de planejar. Seis princípios se apresentam: racionalidade, 
previsão, universalidade, unidade, inerência e continuidade. Vejamos a seguir do que 
trata cada um deles: 
 Princípio da Racionalidade - É a própria essência do planejamento. Consiste na 
relação de alternativas de ação, com a finalidade de fixar uma conduta final que 
propicie o máximo aproveitamento dos recursos empregados. 
 Princípio da Previsão - Os programas devem ser dimensionados no tempo, ou 
seja, deve-se fixar o período dentro do qual os objetivos serão atingidos em 
curto, médio e longo prazos. 
 Princípio da Universalidade - O planejamento deve abranger todas as etapas do 
processo econômico, social e administrativo, para que se tenha orientação 
coerente e disciplinada dentro do quadro de constante mutação que se observa 
na vida econômica. 
 Princípio da Unidade - O planejamento deve formar um todo orgânico e 
compatível, para que se evitem duplicidade de esforços e desperdícios de 
recursos. 
 Princípio da Inerência - Nada será realizado com eficiência se não houver 
planejamento de suas diretrizes em acordo com as mutações do meio social. 
 Princípio da Continuidade - O planejamento deve ser permanente, de duração 
ilimitada. 
 
1.3.Níveis de planejamento na Administração Pública 
Os níveis de planejamento consistem na delimitação do campo de abrangência das 
atividades de planejamento da administração pública, são eles: planejamento global, 
planejamento regional e planejamento setorial. 
 PLANEJAMENTO GLOBAL - Delimita, em seu sentido amplo, a política de 
desenvolvimento, ou seja, políticas para o crescimento do bem-estar 
econômico, medido pelo produto nacional total e produto nacional per capita; 
para a redução dos níveis de pobreza, desemprego e desigualdades e para a 
melhoria das condições de saúde, educação, moradia e transporte para a 
população. O planejamento global preocupa-se com os dados referentes ao 
produto nacional bruto, à renda nacional e aos níveis de poupança e 
investimentos. 
 PLANEJAMENTO REGIONAL – Objetiva solucionar problemas de determinada 
região, corrigindo o desequilíbrio entre as áreas regionais, com vistas sempre à 
expansão econômica. A partir da década de 1970, tem-se observado uma 
tendência de desconcentração econômica das regiões mais ricas (Sul e Sudeste) 
para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. O mesmo fenômeno pode ser 
observado nas regiões metropolitanas em relação ao interior do Estado. Isto se 
deu em função das políticas regionais implantadas pelos governantes. 
 PLANEJAMENTO SETORIAL - Abrange um determinado segmento social e 
econômico, tais como saúde pública, habitação, educação, segurança pública. 
Um governante pode dar maior ênfase para um setor (por exemplo, apoio à 
agricultura, à assistência social) em detrimento de outros. 
 
 
 
O sistema de planejamento na administração pública está estruturado de forma a 
atender aos três instrumentos de planejamento: o Plano Plurianual (PPA), a Lei de 
Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei de Orçamento Anual (LOA). Desta forma, o 
sistema de planejamento se norteia por um conjunto de elementos (planos, programas 
e ações) que dão sustentação ao processo de tomada de decisão e de alocação de 
recursos. 
 
1.4. Elementos do planejamento público 
O sistema de Planejamento é composto de um conjunto de elementos que dão 
sustentação ao processo de tomada de decisão e de alocação de recursos. Apresentam-
se a seguir cada um desses elementos: 
 Planos - consistem na definição das diretrizes gerais do governo e devem ser 
orientados por uma visão estratégica capaz de conferir foco às principais 
demandas, que deverão ser atendidas em um determinado horizonte temporal. 
 Programas – decorrem sempre de um plano mestre e constituem-se em um 
conjunto de ações denominadas de projetos, atividades, operações especiais e 
ações não orçamentárias com objetivos preestabelecidos, visando à solução de 
um problema da sociedadee/ou aproveitamento de uma oportunidade de 
investimento. 
Os programas são instrumentos de organização da atuação governamental e 
classificam-se nas 03 (três) esferas, em quatro tipos: finalísticos (programas 
cujo produto final é ofertado diretamente à sociedade): serviços ao Estado (são 
programas advindos de instituições criadas especificamente para prestar 
serviços ao Estado); gestão de políticas públicas (são programas que 
compreendem ações de formulação, coordenação e execução de políticas 
públicas) e de apoio administrativo (são programas que envolvem ações de 
manutenção da estrutura da organização e de apoio administrativo aos demais 
programas). 
 
CAPÍTULO DOIS - BASE LEGAL E ORÇAMENTO PÚBLICO 
 
2.1 Princípios Constitucionais da administração pública 
O art. 37 da Constituição Federal de 1988 estabelece que a administração pública de 
qualquer dos Poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios 
obedecerá aos seguintes princípios constitucionais: 
 Legalidade 
 Impessoalidade 
 Moralidade 
 Publicidade 
 Eficiência 
A seguir, conceituaremos os referidos princípios para facilitar a compreensão de cada 
um deles: 
Princípio da Legalidade - O princípio da legalidade, como o próprio nome já indica, 
consiste no fato de a administração pública estar rigorosamente subordinada à 
Constituição e à lei. Para o administrador público, o princípio da legalidade significa que 
ele só pode fazer aquilo que a lei determina, ao contrário do administrador privado, para 
quem aquilo que não é proibido é permitido fazer. 
Princípio da Impessoalidade - O princípio da impessoalidade determina que a atividade 
pública deve ser destinada, indistintamente, a todos os cidadãos, sem a determinação 
de pessoas ou discriminação de qualquer natureza. 
Princípio da Moralidade - Esse princípio vai além da legalidade, pois diz respeito ao 
mérito da ação administrativa, devendo-se considerar se é pertinente ao interesse 
público ou apenas aos interesses do administrador público. 
Princípio da Publicidade - Consiste na obrigatoriedade da divulgação dos atos de 
governo, devendo-se dar ampla publicidade aos contratos e a outros instrumentos 
celebrados pela administração pública. 
Princípio da Eficiência - Introduzido pela Emenda Constitucional nº 19, 4 de julho de 
1998 (Brasil, 19998ª), o princípio da eficiência estabelece o dever de trabalhar com 
produtividade, economicidade, eficiência, presteza e competência. Esse princípio vale-
se do pressuposto que a administração deve oferecer ao cidadão mais serviços, com 
melhor qualidade, em menor tempo e com redução de custos. 
 
2.2 Legislações pertinente à administração pública - está configurada na Lei 4320/1964. 
Ela é a precursora do processo de planejamento governamental e estabelece as normas 
gerais de direito financeiro para a elaboração e o controle dos orçamentos e dos 
balanços da União, dos Estados, dos municípios e do Distrito Federal. 
2.3 Lei de responsabilidade fiscal (LRF) - é representada pela Lei Complementar nº 
101/2000 e pela Lei Complementar nº 131, de 27 de maio de 2009 (Brasil, 2009) que 
introduziram novas responsabilidades ao administrador público com relação ao 
orçamento, limite de gastos com pessoal, a criação de despesas continuadas sem 
indicação de fonte segura de receita e disciplina fiscal para o Executivo, Legislativo e 
Judiciário. 
 
2.4 Estatuto das Cidades - Lei foi aprovada em 10 de julho de 2001 e passou a vigorar 
em 10 de outubro desse mesmo ano, regulamentando os artigos 182 e 183 da 
Constituição Federal de 1988, que tratam da política urbana. Estabelece, em seu art. 4º, 
que os municípios devem utilizar, entre outros instrumentos, o PPA, a LDO, a LOA e o 
Plano Diretor para atingir os fins definidos na referida lei. 
A partir da criação do Estatuto da cidade, os municípios passaram a utilizar, de forma 
obrigatória, o PPA, a LDO, a LOA e o Plano Diretor. 
 
2.5 Instrumentos legais de planejamento público orçamentário 
O Plano Diretor deve ser concebido em conformidade com a Lei Orgânica do Município 
e com a Lei de Responsabilidade Fiscal, incluindo atualização e revisão pelo menos a 
cada dez anos. Trata-se do principal instrumento de planejamento sustentável desses 
municípios e contribui na formação de diretrizes para expansão urbana e 
desenvolvimento nas mais diversas áreas, visando sempre ao interesse da coletividade. 
De acordo com o Estatuto da Cidade, a obrigatoriedade da elaboração do Plano Diretor 
é colocada aos municípios que tenham uma ou mais das características abaixo: 
 Mais de 20000 habitantes 
 Integrantes de regiões metropolitanas e aglomerações urbanas nas quais o 
Poder Público pretenda utilizar os instrumentos previstos no parágrafo 4º, do 
art. 182 pretenda utilizar os instrumentos previstos no parágrafo 4º, do art. 182 
da Constituição Federal (parcelamento ou edificação compulsórios; Imposto 
sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) – progressivo no tempo; 
desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida ativa); 
 Integrantes de áreas de especial interesse turístico 
 Inseridos em áreas de influência de empreendimentos ou atividades com 
significativo impacto ambiental de âmbito regional ou nacional 
 
 
Plano Plurianual – PPA – é o plano de governo de médio prazo. Constitui-se em uma 
peça formal da administração pública, representando a tradução do plano de governo 
em programas e ações que atendem aos anseios da sociedade dentro dos princípios da 
eficiência, eficácia, efetividade e equidade. Tem como objetivo principal estabelecer 
metas de continuidade dos programas e projetos de longo prazo e deve ser realizado a 
cada quatro anos. 
 
LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS – LDO - Considerada uma inovação no sistema 
orçamentário brasileiro, a Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO dita as regras para o 
equilíbrio entre receitas e despesas para cada ano, além de dar mais transparência ao 
processo orçamentário, ampliando-se a participação do Poder Legislativo no 
disciplinamento e na fiscalização das finanças públicas. A LDO fornece também as 
instruções e as regras a serem cumpridas na execução do orçamento. Considerada elo 
entre o PPA e a LOA, a LDO deve conter as metas e as prioridades para o exercício 
financeiro subsequente, as orientações à elaboração da LOA, as disposições sobre 
alteração na legislação tributária e o estabelecimento da política de aplicação das 
agências financeiras de fomento. Deve conter dois anexos: Metas Fiscais e Riscos Fiscais. 
 
Lei Orçamentária Anual (LOA) – Constitui-se na proposta orçamentária anual, que 
apresenta, em termos monetários, as receitas e as despesas públicas que o governo 
pretende realizar no período de um exercício financeiro, devendo ser elaborada pelo 
Poder Executivo e aprovada pelo Poder Legislativo. A Lei Orçamentária Anual (LOA) é 
constituída por três orçamentos: Orçamento Fiscal; Orçamento de Seguridade Social e 
Investimentos das empresas. 
 
CAPÍTULO TRÊS – PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO ORÇAMENTO PÚBLICO 
Os princípios orçamentários se constituem nas premissas, padrões e regras básicas que 
norteiam todo o processo orçamentário. Estabelecidos no art. 2º da Lei nº. 4.320/1964 
e no parágrafo 8º do art. 165 da Constituição Federal de 1988, os princípios 
orçamentários são regras que visam assegurar o cumprimento dos fins a que se propõe 
a Lei Orçamentária Anual (LOA). A seguir, veremos a conceituação e aplicação de cada 
um desses princípios: 
 
3.1 Princípio da universalidade– O orçamento é integrado por dois componentes: 
receitas e despesas. Significa dizer que a Lei Orçamentária inclui a previsão de todas as 
receitas e a fixação de todas as despesas pelos seus valores globais, vedadas quaisquer 
deduções. 
3.2 Princípio da anualidade - Também conhecido por princípio da anuidade, estabelece 
que o orçamento deve ter vigência limitada a um período anual. No Brasil, segundo o 
art. 34 da Lei nº. 4.320/1964, o exercício financeiro coincide com o ano civil. 
 
3.3 Princípio da unidade - O princípio da Unidade: “É o princípio que estabelece que todas as 
receitas e despesas devem estar contidas em uma só lei orçamentária, independente da 
descentralização institucional e financeira das atividades governamentais realizadas pela criação 
de entidades autárquicas ou por outros organismos descentralizados”. 
3.4 Princípio da exclusividade - Decorre do aspecto jurídico do orçamento, significando 
que a LOA não pode conter dispositivo estranho à PREVISÃO DE RECEITAS E FIXAÇÃO DE 
DESPESAS. 
 
3.5 Princípio do equilíbrio - Deve haver um perfeito equilíbrio entre as receitas e as 
despesas, de modo a garantir uma condição de igualdade entre elas. A Lei de 
Responsabilidade Fiscal - LRF também reforça esse princípio ao manter o equilíbrio das 
contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e 
despesas. 
3.6 Princípio do orçamento bruto - Todas as receitas e as despesas devem constar no 
orçamento em seus valores brutos, assim, impede –se a inclusão de importâncias 
líquidas para garantir a transparência dos gastos públicos. 
3.7.Princípio da não afetação das receitas - Excluídas as exceções previstas na 
Constituição Federal de 1988, este princípio veda a vinculação de receitas de impostos 
a órgão, fundo ou despesa. Este dispositivo visa garantir que o gestor possa alocar 
recursos para atender às despesas de acordo com as prioridades que cada circunstância 
requer. 
3.8 Princípio da discriminação, especialização ou especificação - Refere-se às 
classificações orçamentárias, tanto das receitas quanto das despesas, por categorias 
econômicas e por grupo de despesas, devendo existir discriminação clara e precisa dos 
dados constantes da Lei Orçamentária. 
3.9 Princípio da reserva legal (da competência) – segundo a Constituição Federal, o 
Poder Executivo tem a exclusividade para propor a lei de do Plano Plurianual (PPA), a Lei 
de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA). A essa 
exclusividade dá-se o nome de reserva legal ou competência legal. 
 
 
CAPÍTULO QUATRO – RECEITAS E DESPESAS PÚBLICAS 
 
Após entender os princípios orçamentários que regem a administração pública, faz –se 
necessário conhecer os principais conceitos básicos para a elaboração do orçamento, 
principalmente, a classificação da receita e da despesa. 
4.1 Receita pública – toda a arrecadação de rendas autorizadas pela Constituição 
Federal, leis e títulos creditórios à Fazenda Pública. Trata-se do “conjunto de ingressos 
monetários aos cofres públicos, provenientes de várias fontes e fatos geradores, que 
formam as disponibilidades financeiras com as quais a Fazenda Pública pode dispor para 
o financiamento das despesas públicas.” (Andrade et al., 2005, p. 145) 
4.2. Receitas Orçamentárias - São aquelas previstas no orçamento, caracterizadas no 
art. 11 da Lei n 4.320/1964, ou seja, receitas correntes e receita de capital, que são 
aplicadas respectivamente no custeio e nos investimentos das realizações do governo. 
Ex.: ações provenientes dos programas da máquina administrativa. 
 
4.3.Receitas Extraorçamentárias - São as que decorrem de outras fontes e são apenas 
acessórias, provenientes de toda e qualquer arrecadação que figura no orçamento, 
sendo, consequentemente, toda arrecadação que não constitui renda do Estado. O seu 
caráter é de transitoriedade nos orçamentos e denominam-se recursos de terceiros por 
pertencerem a terceiros. O Poder Público é apenas o depositário desses valores, cujas 
quantias serão entregues a terceiros. Ex.: fianças, cauções, depósitos judiciais, 
penhores, hipotecas, depósitos de diversas origens. 
Do ponto de vista contábil, as receitas do governo em qualquer nível podem ser 
divididas em duas categorias básicas: Receitas correntes e receitas de capital. 
4.4 Receitas de capital - são aquelas provenientes de operações de crédito e de 
amortização de empréstimos e financiamentos, resultado da alienação do patrimônio, 
e ainda as transferências previamente vinculadas a despesa de capital. 
4.5 Despesa orçamentária - É a despesa que deriva da Lei Orçamentária ou dos seus 
créditos adicionais, tendo como finalidade a realização de programas e ações 
governamentais. 
 
4.6 Estágios da receita – São vários os níveis de comportamento da receita, que se 
apresentam ordenadamente da seguinte forma: primeiro a previsão, depois o 
lançamento, a arrecadação e, por último, o recolhimento. 
4.7 Estágios da despesa – São procedimentos definidos em lei que devem ser 
observados e aplicados durante a execução da despesa e levados a efeito pelos 
seguintes atos: empenho, liquidação e pagamento. 
 
4.8 Dentre os tipos de Empenho, temos: 
O empenho ordinário ocorre quando o valor da despesa é exato e conhecido, cujo o 
pagamento se dá de uma só vez. 
O empenho global ocorre quando as despesas são devidamente empenhadas, porém 
são pagas de forma parcelada. 
Já o empenho por estimativa ocorre quando não se pode determinar previamente o 
montante exato da despesa. 
 
CAPÍTULO CINCO – DISCUSSÃO, VOTAÇÃO E APROVAÇÃO DA LEI DO ORÇAMENTO 
5.1 Iniciativa 
5.2 Prazos de encaminhamento dos projetos 
5.3 Emendas 
5.4 Aprovação e publicação 
5.5 Vetos e rejeição 
 
Após concluído o processo da elaboração da proposta orçamentária, esta deverá ser 
encaminhada pelo chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo, dentro dos prazos 
estabelecidos pela Constituição Federal. 
A votação e aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA) deve ocorrer de acordo com as 
fases abaixo descritas: 
 
 
5.1 Iniciativa - de acordo com a Constituição Federal, a iniciativa da proposta 
orçamentária pertence ao Poder Executivo que a transforma em leis em encaminha 
ao Poder Legislativo. 
 
5.2 Prazos de encaminhamento dos projetos - o prazo máximo para o Poder Executivo 
encaminhar o Projeto de Lei Orçamentária ao Congresso Nacional é 31 de agosto de 
cada ano, quatro meses antes do final do exercício financeiro. O Legislativo, por sua 
vez, deve devolvê-lo para a sanção até o término da sessão legislativa que ocorre em 
datas distintas, dependendo da esfera (municipal, estadual ou União). 
5.3 Emendas - de acordo com as normas constitucionais, os parlamentares podem 
emendar o Projeto de Lei Orçamentária Anual no que se refere ao acréscimo ou à 
inclusão de novas despesas, desde que cumpridas as seguintes determinações: 
 Ser compatíveis com o PPA e com a LDO 
 Indicar os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de 
anulação de despesa, excluídos os que incidem sobre dotações para o 
pessoal e encargos, serviço da dívida e transferências tributárias 
constitucionais para estados, municípios e Distrito Federal. 
 
 
5.4 Vetos e rejeições – depois de aprovada a proposta, o Poder Legislativo envia o 
projeto de lei para o chefe do Poder Executivo, que pode sancioná-lo ou vetá-lo, em 
parte ou no todo, se o considerar inconstitucional ou contrário ao interesse público. 
 
5.5 Aprovação e publicação – a compreensão do contexto geral do processo de 
discussão, votação e aprovação do orçamento possibilita identificar a importância 
da reflexão madura no desenvolvimento da boa gestão pública. Aprovada pelo 
Plenário da CasaLegislativa, a formalização dessa aprovação se concretiza pelos 
atos: 
 
 Decretação pelo Poder Legislativo 
 Sanção pelo chefe do Poder Executivo 
 Promulgação por um ou outro poder 
 
 
 
CAPÍTULO SEIS – ACOMPANHAMENTO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA 
 
6.1 O exercício financeiro adotado pela administração pública brasileira coincide com o 
ano civil, isto é, inicia em 1º de janeiro e termina em 31 de dezembro de cada ano. Ao 
ser iniciado o exercício financeiro com dados e informações mais atualizados, deve –se 
fazer uma reestimativa da receita, em função dessa previsão ter sido feita à época da 
elaboração da proposta orçamentária, ou seja, uns seis meses antes do início da sua 
execução. 
6.2 Os instrumentos de equilíbrio e ajuste orçamentário são utilizados pela 
administração pública para manter o equilíbrio orçamentário entre receita e despesa, 
isto é, a despesa só pode ser fixada no mesmo valor da previsão da receita. São eles: 
 Diferimento 
 Recursos a programar 
 Operação de crédito 
 Operação de crédito por antecipação de receita 
 Créditos adicionais e reserva de contingência 
6.3 Execução da despesa – deve obedecer ao procedimento definido em lei, levando 
em conta, as normas internas da administração para a sua execução. Baseando-se no 
limite da Lei Orçamentária, a administração aprova quadros demonstrativos com maior 
detalhamento da despesa. 
 
CAPÍTULO SETE – CONTROLE E AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA E 
FINANCEIRA 
 
O planejamento, a avaliação e o controle são funções essenciais que devem estar 
presentes nas ações da administração pública. O controle e avaliação são caracterizados 
pela transparência e pela participação da sociedade, constituem-se em uma das 
principais funções do ciclo de gestão na administração pública. Centrada não só na 
eficiência dos gastos, mas principalmente na efetividade dos resultados, a avaliação 
utiliza-se de indicadores sociais e econômicos que possibilitam medir a atuação da ação 
governamental, propondo-se ações corretivas, quando for o caso, com a intenção de se 
atender cada vez melhor às demandas da sociedade. 
 
7.1 Controle orçamentário brasileiro – visa garantir a observância da legislação, de 
modo a se evitarem erros e outras práticas irregulares. Já em 1964, a Lei Federal nº 
4320 estabeleceu dois sistemas de controle da execução orçamentária: o controle 
interno e controle externo. A Constituição Federal de 1988 ampliou esse entendimento, 
estabelecendo em art. 70 que 
A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da 
União e das entidades da administração direita e indireta, quanto à 
legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e 
renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante 
controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder. (Brasil, 
1988) 
 
7.2 Controle Externo - Na administração pública, está a cargo do Poder Legislativo, com 
o auxílio do Tribunal de Contas, cujas atribuições estão definidas na Constituição Federal 
de 1998 e de acordo com as quais o controle externo tem o papel de fiscalizador da 
execução orçamentária e financeira dos órgãos da administração pública, observando a 
legalidade, a legitimidade, a economicidade, a aplicação de subvenções e as renúncias 
de receitas. 
Os Tribunais de Contas dos Estados têm funções semelhantes aos da União, pois são 
incumbidos também do assessoramento às Câmaras Municipais nas tarefas de controle 
externo. 
7.3 Controle Interno - desde a Lei nº 4320/1964, a implantação do controle interno na 
administração pública é uma exigência constitucional e legal reforçada pela Lei de 
Responsabilidade Fiscal, que exige que os relatórios de gestão fiscal sejam assinados não 
só pela autoridade legal competente, mas também pelo responsável do controle 
interno. 
7.4 Novos conceitos na avaliação - Além do controle e da avaliação legal, que visa 
preservar a lisura nos procedimentos administrativos-financeiros, novos conceitos 
começam a surgir no sentido de se avaliar o desempenho da administração segundo três 
critérios: 
 Eficiência – indica a verificação da relação custo – benefício e a adequação da 
mesma aos interesses públicos, trata-se de fazer as atividades corretamente, é a 
ênfase nos meios; 
 Economicidade - busca obter o melhor resultado possível de uma determinada 
alocação de recursos financeiros dentro da variável ‘custo versus benefício’, é a 
minimização dos custos com a maximização dos resultados. 
 Efetividade – busca não só o controle dos resultados obtidos, como também 
entender as consequências destes sobre a realidade. Considera, 
principalmente, os benefícios que as ações governamentais provocam com 
vistas ao desenvolvimento econômico social. 
 
Após a compreensão do processo de reflexão, planejamento, orçamento, aprovação 
e execução financeira, torna-se particularmente importante compreender o sistema 
de controle da administração pública e para tal, alguns aspectos merecem especial 
atenção, entre eles a perspectiva do controle ser exercido por meio de controle 
interno e externo, que se complementam e têm como principal objetivo evidenciar 
a relação entre o plano e a ação efetiva dos gestores, sob o enfoque de análise de 
desempenho.

Continue navegando