Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO URBANO TEORIA DA FORMAÇÃO DO URBANO (2014.2) Aula: Planejando a cidade. Uma proposta de conservação urbana e territorial . Objetivo Apresentar uma proposta para o planejamento das cidades, tendo como fundamento novos conceitos e temas, como natureza, herança cultural, reutilização do patrimônio construído, eqüidade, garantia de mobilidade e confiança em recursos e meios próprios. Estrutura da apresentação 1. Breves considerações históricas 2. O processo recente de configuração espacial 3. A cidade como um território histórico 4. Os desafios do planejamento 5. Uma proposta para um plano territorial OBJETIVO E ESTRUTURA DA APRESENTAÇÃO 1. Anos 1960 – urbanismo progressista italiano: reabilitação do Centro Histórico de Bolonha (Partido Comunista). 2. Anos 1970 e 1980 – princípios aplicados em cidades italianas e espanholas: imagem política de eficiência administrativa, justiça social, e participação popular. Conjuntos habitacionais (1950 e 1960) em periferias das cidades europeias. Ênfase: espaços públicos, áreas verdes e de recreação e transporte coletivo. 3. 1975 – Sistematização dos princípios da CI - Declaração de Amsterdã. 4. Anos 1980 e 1990 – abandono cunho “social”, associação à proposta de recuperação econômica e do valor imobiliário dos estoques de construções (apropriação pela direita). 5. Anos 90 – ECO 92, Rio de Janeiro – incorporação da questão ambiental à social: retorno a concepções abrangentes do planejamento urbano, em escala territorial. 1. Breves considerações históricas Conservação Integrada (CI) Modelo de crescimento urbano extensivo •deslocamento contínuo das margens da área urbana •centro - periferia Modelo de crescimento urbano intensivo •substituição de antigas estruturas construídas e criação de novas centralidades •centros históricos abandonados Modelo de migração intraurbano •diminuição do ritmo de urbanização •criação de novas áreas centrais •continuidade do processo de substituição de antigas estruturas construídas •Adensamento das áreas pobres consolidadas: mercado imobiliário informal. 2. O processo de configuração espacial DESCOLAMENTO CONTÍNUO DAS MARGENS DA ÁREA URBANA 2. O processo de configuração espacial Foto – anos 90. Aurelina Moura. URB - Recife Problemas na infra- estrutura repercutindo para áreas vizinhas – Adensamento incompatível com malha viária – tráfego lento – insuficiência de estacionamentos CRESCIMENTO INTENSIVO: Evidências de uma transformação sem controle 2. O processo de configuração espacial Foto – anos 90. Aurelina Moura. URB - Recife Descaracterização da paisagem – perda da arborização dos quintais e vias – ruptura de escala na morfologia urbana CRESCIMENTO INTENSIVO: Evidências de uma transformação sem controle 2. O processo de configuração espacial 2. O processo de configuração espacial DESCASO COM O MEIO AMBIENTE 2. O processo de configuração espacial A forma de ocupação espacial das cidades gerou um território urbanizado de modo fragmentado, com grandes problemas de adequação ambiental e pouco articulado do ponto de vista de uma identidade cultural da população com a ocupação urbana resultante. 3. A cidade como um território histórico UNIDADE DA DIVERSIDADE - ACÚMULO DE PRÁTICAS URBANIZADORAS SENTIDO HUMANO E CULTURAL À CIDADE Os vários tempos da cidade longos: associados aos núcleos seculares resistentes aos impactos homogeneizantes da globalização; recentes: associados aos núcleos urbanos novos; ainda mais recentes: formação de infra-estruturas e implantação dos grandes investimentos produtivos; atuais: da globalização. 3. A cidade como um território histórico “O todo da cidade e todas as cidades são históricas.” (Carrión, F. , 2001, p. 28) Históricas por revelarem diversos tempos e, portanto, diversas manifestações culturais nas formas dos seus habitantes a construírem. A cidade deve ser compreendida como uma unidade espacial, conformando um imenso patrimônio. É uma unidade na diversidade. Ela é decorrente do acúmulo histórico de práticas urbanizadoras que modelaram um território com o uso de processos de estratificação e justaposição dos vários produtos da ação humana de domínio da natureza. 3. A cidade como um território histórico Dicionnaire de l’urbanisme et l’aménagement (Choay e Merlin, 2005) Origem: patrimonium (latim) - bens deixados pelos pais e mães aos seus filhos; Bens da Igreja, bens da coroa; Século XVIII: os bens de significação e valores nacionais de uma parte e universais de outra (patrimônio científico, patrimônio vegetal, zoológico...). Na atualidade: a totalidade dos bens herdados do passado mais distante e mais próximo. A consciência do passado permite criar uma identidade comum entre este, o presente e o futuro. 3. A cidade como um território histórico A unidade da diversidade 3. A cidade como um território histórico A unidade da diversidade O centro histórico é o lugar da máxima estratificação das práticas urbanizadoras e do acúmulo de significados culturais. Permanência e a mudança A questão da temporalidade está associada a dois conceitos: • permanência – referente às parcelas praticamente estáveis. •mudança – relativa à necessidade de se adaptar às exigências do mundo contemporâneo 3. A cidade como um território histórico 3. A cidade como um território histórico Recife: a síntese das sínteses Comunidade do Pilar 3. A cidade como um território histórico Comunidade do Pilar 3. A cidade como um território histórico Comunidade do Pilar 3. A cidade como um território histórico Porto Digital 3. A cidade como um território histórico Edifício-garagem 3. A cidade como um território histórico Edifício-garagem 4. Os desafios do planejamento Ser local e ser global Participar da globalização implica a construção de uma estratégia de sobrevivência no interior da rede de cidades globais. Tal estratégia significa o reforço das especificidades locais para que a diferença possa tornar-se valor. Desenvolvimento sustentável Implica uma forte ênfase na revalorização dos aspectos culturais e ambientais da cidade e a existência de um provimento de redes de mobilidade e de serviços como elementos de eqüidade social, econômica e espacial da coletividade. 4. Os desafios do planejamento Qualidade versus quantidade Um visão histórica da urbanização deve ser retomada como orientação básica para qualquer proposta de intervenção. A visão quantitativa perdeu a capacidade de percepção qualitativa da urbanização, portanto do seu sentido cultural. Como processos históricos não puderam ser cancelados, a trajetória da urbanização das cidades foi determinada pelo conflito entre a permanência dos processos culturais e as diretrizes transformadoras emanadas do planejamento urbano. 5. Proposta para um plano territorial Diretriz fundamental A requalificação do espaço urbano e natural, isto é, a agregação de valor àquilo que existe de específico, de irreprodutível, e que está vinculado à idéia de lugar e de suas qualidades. Proposta que parteda diversidade das unidades ambientais e das paisagens significantes em termos de valores da natureza, cultura e história e aposta na formação de estruturas urbanas que permite à cidade participar do processo de integração na macro escala espacial. Morro da Conceição 5. Proposta para um plano territorial Reordenamento do território 1. Os espaços urbanos com identidade própria – áreas de conservação Aquelas cuja qualidade da urbanização é maior do que de outras partes da cidade, possuem uma identidade própria e estão ou devem ser consolidadas. 5. Proposta para um plano territorial Áreas de conservação Bairro das Graças Palafita:“ZEIS Dancing Days” – Imbiribeira Área de risco - ZEIS Casa Amarela 5. Proposta para um plano territorial 2. Espaços transitórios – áreas de transformação Áreas localizadas em ambiente de morros (áreas de risco) e de baixos estuários, sujeitas a deslizamentos e alagamentos. Apresentam tipologia caracterizada por construções provisórias, ausência de espaços públicos e precariedade de infra-estrutura. 5. Proposta para um plano territorial 3. Espaços de grande valor ambiental 4. As redes como estratégia de organização espacial Obrigada pela atenção
Compartilhar