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2 Inovação e teorias da firma

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Tema: Inovação e teorias da firma: schumpeteriana, evolucionária 
e custos de transação
Tecnologia e inovação na teoria neoclássica da firma: a firma busca maximizar o lucro – a tecnologia é exógena e está à disposição da firma.
O mercado consiste no espaço de produção e instituições da propriedade.
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Alois Schumpeter (economista austríaco) – mudanças tecnológicas como “motor do desenvolvimento” capitalista. Metáforas do fluxo circular – estado estacionário – rompimento desse estado.
A inovação rompe o fluxo normal do sistema;
Empresário inovador – aquele que dá aplicação econômica a uma inovação.
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Firma capitalista – instituição econômica de maior peso na produção de bens e serviços nas sociedades modernas.
Ronald Coase – a existência de firmas se deve aos custos de utilização do mecanismo de preços.
A firma adapta-se a fim de reduzir custos de transação.
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Tanto mudanças no ambiente institucional quanto inovações técnicas ou organizacionais podem trazer reduções dos custos de transação em benefício de uma ou outra das alternativas.
Penrose – a firma como uma organização na qual várias habilidades e conhecimentos são reunidos na tentativa de produzir mercadorias. 
A capacidade da firma tanto de explorar habilidades e conhecimentos como em inovar é o que determina e quanto a firma pode crescer.
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Teoria Evolucionária
Nelson e Winter analisam a firma como um conjunto de competências incorporadas em suas rotinas, que reúnem normas e linhas específicas de ação que orientam os agentes. Incorporam conhecimentos, em geral, tácitos, relevantes para a firma.
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Freeman (1987)
Inovações radicais: em grande parte, deslocadas das tecnologias existentes. Podem ser aplicadas à solução de um problema técnico de modo independente à tecnologia antes empregada. Trata-se de uma invenção útil.
Inovações incrementais: são as que modificam uma tecnologia já existente. São adições ou melhorias parciais dentro das técnicas existentes.
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Inovações autônomas: introduzida sem precisar modificar a tecnologia existente.
Inovações no sistema tecnológico: requer significativos ajustes em outras partes do sistema em questão. Combinação de inovação radical e incremental.
Inovações no paradigma tecnoeconômico: revolução tecnológica.
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Segundo Teece (1996), a integração vertical em geral viabiliza inovações sistêmicas ao facilitar os fluxos de informação e a coordenação dos planos de investimento.
Firmas integradas podem tornar-se menos ágeis na tomada de decisões, preocupante em um ambiente de rápida mudança técnica.
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As inovações radicais envolvem elevados riscos de investimento. Realização de joint-ventures ou alianças estratégicas para o financiamento da pesquisa básica. 
A rede de firmas conjuga de forma dinâmica as diversas competências a fim de melhorar a capacidade inovativa e competitiva da rede como um todo.
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As competências estão ligadas à aquisição de tecnologias. O conhecimento que gera competências adquire-se ao longo do tempo e provém da experiência e cultura organizacional. Há necessidade de tempo de aprendizado. 
As redes de firmas podem ser uma forma de acelerar o tempo de aprendizado, uma vez que, dada a posição das firmas, o fluxo de conhecimento entre as firmas torna-se contínuo.
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As redes viabilizam o intercâmbio de competências entre firmas da rede e, por interação e cumulatividade, agilizam a produção de novos conhecimentos.
No padrão fordista, a flexibilidade e as economias de escala e escopo eram viabilizadas pela conformação de redes; no novo paradigma, essa flexibilidade passou a ser viabilizada pelas novas tecnologias para todos os níveis de produção.
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A visão neo-institucionalista
Os empresários ajustam a organização da sua estrutura produtiva a fim de reduzir os custos de transação;
Os ajustes ocorrem pela escolha de produzir internamente os fatores de produção de que necessita através da integração, ou da sua compra no mercado.
A firma está diante do dilema de produzir no mercado ou de comprar no mercado os fatores de que necessita.
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O ajustamento escolhido implica estruturas de governança – são estruturas de contratos implícitos ou explícitos que regulam o relacionamento entre os agentes;
Os contratos decorrem de um relacionamento entre agentes intrafirma (agentes de quase-firma) ou formas mistas que implicam tanto mudanças na organização da firma como interações com o mercado;
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As redes de firmas são consideradas formas híbridas de governança. São híbridas por estarem compostas de firmas integradas, sendo que estas firmas mantêm intensas relações com o mercado em geral.
No âmbito intra-rede, ocorre um intenso fluxo de informações técnicas, mercadológicas, estratégicas e de mercadorias.
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Economia dos custos de transação: Nova Economia Institucional
Williamson: teoria da organização econômica que considera as firmas, os mercados e os contratos entre firmas (franquias, joint-ventures, representações, terceirizações, parcerias e outros) como formas alternativas de organizar a produção de bens e serviços. Economia dos Custos de Transação. 
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Os custos de transação surgem na passagem de um bem ou serviço por interfaces tecnologicamente distintas. 
São custos incorridos para localizar um outro agente interessado na transação, para trocar informações que não se resumem a preços; para descrever, inspecionar, pesar ou medir os bens.
São custos de transação os incorridos para elaborar contratos, trocar, obter e manter documentos, informações e registros e ter assistência legal.
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O monitoramento de execução de suas cláusulas é comum a fim de que haja algum preparo para se resolverem imprevistos. São os custos de transação pós-contratuais.
Os principais atributos humanos a impor custos às transações são a racionalidade limitada e o oportunismo. O agente é racionalmente limitado. Tem restrições: 
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a) no conhecimento sobre fatos e relações causais; na sua capacidade de interpretar e associar dados e informações; em suas habilidades para decidir e prever. Pode também ser oportunista, ou seja, pode agir de forma menos explícita que na teoria tradicional na busca de seus próprios interesses.
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Os custos de transação podem ser intrínsecos às transações. Outras fontes de custos de transação são a incerteza envolvida e a freqüência com que se realiza a transação. Diferentes transações podem melhor ser realizadas por diferentes arranjos institucionais.
Entre firmas, mercados e contratos, a melhor opção é a que envolve menores custos conjuntos de produção e transação face aos atributos de uma certa transação.
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As modernas teorias da firma incorporam inovações tecnológicas e organizacionais ao seu campo de análise.
Inovações organizacionais – ocorridas dentro da firma;
Inovações institucionais – novas formas de relacionamento entre firmas, entre firmas e mercados e entre outras instituições econômicas.
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A tecnologia pode ser vista como a combinação de elementos técnicos, organizacionais e institucionais que permitem produzir e comercializar um bem ou um serviço.
A mudança tecnológica envolve aspectos de três instâncias institucionais: a produção, os direitos de propriedade e as trocas.
A firma deve se empenhar em ter novos produtos e processos. Ao mesmo tempo que inova ou implementa uma inovação, a firma cria incentivos ex-ante; tenta se proteger de oportunismo ex-post e da incerteza através dos contratos.
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Redes e inovação
Formação de redes de firmas – início do século XX – a fim de viabilizar as economias de escala e de escopo da pequena produção artesanal, para enfrentar a produção em larga escala. 
Exemplos nas economias italiana e japonesa, em que os elementos das relações de parentesco e confiança foram os garantidores dos fluxos entre as fontes da rede.
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Perspectiva evolucionária: formação das redes ligadas ao progresso técnico.Matéria-prima básica: a informação.
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Arranjos cooperativos entre firmas em rede para enfrentar uma nova e intensa dinâmica concorrencial.
Novas formas de barreiras à entrada, intensa mobilidade de capitais, maior complexidade dos arranjos interfirmas;
Novas TIC permitem presenças virtuais de capitais;
As firmas definem estratégias competitivas de natureza global e não mais estratégias isoladas em mercados nacionais – global players – intensificação da concorrência.
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As redes são um elemento relevante para a aquisição, exploração e o desenvolvimento de novas tecnologias;
As redes facilitam a cumulatividade de conhecimentos permitindo um intenso aprendizado entre os agentes;
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A rede é um conceito mais geral que independe de aspectos locacionais. Para os evolucionários, a rede é um mecanismo de aprendizado, cumulatividade de conhecimentos e criação de competências.
O conceito de externalidade refere-se a determinada atividade ou ação de um agente, que indiretamente afeta, positiva ou negativamente outros agentes.
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As escolhas individuais dos demais agentes são afetadas pelo conjunto das escolhas dos demais agentes, relativos àquele bem ou fator.
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Tipologias de redes-firmas
2 tipos de arranjos cooperativos: redes de subcontratação e alianças estratégicas
Redes de subcontratação: o caso da estratégia Toyota no Japão
Não havia intenção de integração vertical da produção nem de tornar os fornecedores totalmente independentes, sujeitos às intempéries do mercado;
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Forma de organização voltada para criar uma relação em rede de firmas independentes com elos de ligação, cujos fluxos fossem compostos de informações e mercadorias;
Coordenação possível por meio de uma integração e coordenação intensa de fluxo de preços. 
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As alianças estratégicas
Acordos de cooperação entre dois ou mais agentes, dispersos do ponto de vista espacial, que estabelecem entre si práticas cooperativas não-hierarquizadas de intercâmbio de informações e reciprocidade de ações.
Quanto maior o grau de integração vertical, maior a existência de hierarquia entre as firmas;
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Nas alianças estratégicas, os agentes envolvidos estabelecem acordos de obrigatoriedade mútua, que são contratuais. Não há hierarquia, mas acordos expressos por contratos.
As alianças são entendidas como acordos de parceria que buscam aumentar a eficácia das estratégias competitivas, das empresas participantes por meio de intercâmbio mútuo e benefício de tecnologias, qualificações e/ou produtos.
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Características das alianças estratégicas:
duas ou mais firmas que se unem para cumprir um conjunto de metas combinadas, mas que permanecem independentes antes e depois da aliança;
as firmas compartilham dos benefícios, da aliança e controlam o desempenho das tarefas especificadas;
as firmas parceiras contribuem continuamente em uma ou mais áreas estratégicas da aliança.
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As alianças são flexíveis. São estabelecidas para determinados objetivos estratégicos diante de determinadas condições competitivas e tecnológicas, que podem ser mudadas.
A atividade inovadora é o elemento primordial.
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A cooperação cria oportunidades de aprendizado e inovação.
As redes de firmas têm o objetivo de conjugar de forma dinâmica suas diversas competências, a fim de melhorar suas capacidades inovativas e competitivas da rede como um todo. 
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