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VERIFICAÇÃO DOS SINAIS VITAIS Profas. Gabriela R. Zinn e Suzana C. N. Lino SINAIS VITAIS Pressão arterial Freqüência cardíaca / Pulso Temperatura Dor Freqüência respiratória PRESSÃO ARTERIAL Esfigmomanômetro aneróide Esfigmomanômetro digital Esfigmomanômetro de coluna ou de mercúrio Estetoscópio O débito cardíaco é a quantidade de sangue resultante do produto do volume sistólico e da freqüência cardíaca que o VE (ventrículo esquerdo) manda para a aorta a cada minuto . Pressão Arterial - é a pressão do sangue no sistema arterial de (PA) modo pulsátil, que determina o fluxo sangüíneo pela rede de artérias, determinada pelo débito cardíaco, volume sangüíneo e resistência arterial periférica. - tem uma relação direta com o débito cardíaco. PRESSÃO ARTERIAL . A Pressão Sistólica é aquela que, durante a contração do VE, reflete o aumento progressivo da pressão dentro dessa câmara até que a valva aórtica se abra e o sangue escoe para a artéria aorta, até atingir um valor máximo. . A Pressão Diastólica é aquela resultante da diástole ventricular quando a pressão dentro da aorta cai progressivamente até atingir um valor mínimo. Pressão Valor normal Valores limítrofes Valor desejável Sistólica <130 mmHg 130 -139 mmHg < 120 mmHg Diastólica < 85 mmHg 85-89 mmHg < 80mmHg V Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial, 2006 PRESSÃO ARTERIAL Como ocorre a medida da PA Fases de Korotkoff Fase I: aparecimento do primeiro som, que é fraco, seguido por batidas regulares (pressão sistólica) Fase II: sons suaves e longos Fase III: sons se tornam mais crispados Fase IV: sons sofrem um nítido abafamento Fase V: desaparecimento dos sons (pressão diastólica) PRESSÃO ARTERIAL Erros na medida de PA- paciente Incorreto Correto Medir a PA após atividade física Descansar em ambiente calmo, temperatura agradável (5-10min) Comer, fumar, ingerir bebida alcoólica ou cafeína antes da medida Evitar isso pelo menos 30 min antes da medida Posição incorreta Na posição sentada, tronco recostado e relaxado, pernas sem cruzar Braço não alinhado no nível do coração Manguito no nível do coração, livre de roupas, palma voltada para cima e cotovelo ligeiramente fletido PRESSÃO ARTERIAL Erros na medida de PA- observador Incorreto Correto Arredondar os valores de PA Anotar corretamente os valores lidos Pressionar excessivamente o estetoscópio, deformando a artéria Colocar o esteto firmemente, mas sem pressionar em excesso Inflar excessivamente o manguito, causando dor Inflar apenas 20-30 mmHg acima da pressão sistólica estimada Deflacionar rapidamente, alterando os valores da pressão Deflacionar numa velocidade de 2-4 mmHg por segundo Identificar incorretamente os sons das pressões sistólica e diastólica Identificar a PS no 1º som auscultado e a PD no desaparecimento dos sons Reavaliar a PS antes de terminar a deflação do manguito Desinflar totalmente o manguito e após 1-2 min reiniciar a medida PRESSÃO ARTERIAL Erros na medida de PA- equipamentos Manômetro de coluna de mercúrio Se o menisco estiver acima ou abaixo do zero, colocar ou retirar mercúrio do reservatório; Se houver oscilação excessiva da coluna de mercúrio, limpar ou trocar o filtro no topo da coluna; Manômetro aneróide O aparelho deve estar sempre calibrado com o ponteiro no zero. Testar calibração contra coluna de mercúrio PRESSÃO ARTERIAL Importante: o tamanho do manguito deve ser adequado para não alterar os valores obtidos A largura do manguito deve corresponder a 40% da circunferência braquial e seu comprimento a 80% do tamanho do braço; PRESSÃO ARTERIAL Fatores que influenciam a PA: Idade - em crianças é nitidamente mais baixos do que em adultos Sexo - na mulher é pouco mais baixa do que no homem, porém na prática adotam-se os mesmos valores Raça - as diferenças em grupos étnicos muito distintos talvez se deva à condições culturais e de alimentação. Sono - durante o sono ocorre uma diminuição de cerca de 10% tanto na sistólica como na diastólica Emoções - há uma elevação principalmente da sistólica PRESSÃO ARTERIAL Fatores que influenciam a PA: Exercício físico - provoca intensa elevação da PA, devido ao aumento do débito cardíaco, existindo curvas normais da elevação da PA durante o esforço físico (testes ergométricos). Alimentação - após as refeições, há discreta elevação, porém sem significado prático. Mudança de posição - a resposta normal quando uma pessoa fica em pé ou sai da posição de decúbito, inclui uma queda da PA sistólica de até 15 mmHg e uma leve queda ou aumento da diastólica de 5 a 10 mmHg. Pode ocorrer hipotensão postural (ortostática), que é acompanhada de tontura ou síncope; as três causas mais comuns da hipotensão ortostática: depleção do volume intra-vascular, mecanismos vaso - constrictores inadequados e efeito autônomo insuficiente sobre a constrição vascular. PRESSÃO ARTERIAL FATORES DETERMINANTES DA PRESSÃO ARTERIAL A pressão arterial é determinada pela relação PA = DC x RP, onde DC é o débito cardíaco e RP significa resistência periférica, sendo que cada um desses fatores sofre influência de vários outros. O débito cardíaco é resultante do volume sistólico (VS) multiplicado pela freqüência cardíaca (FC), sendo que o volume sistólico é a quantidade de sangue que é expelida do ventrículo cardíaco em cada sístole (contração); as variações do débito cardíaco são grandes, sendo em média de 5 a 6 litros por minuto, podendo chegar a 30 litros por minuto durante um exercício físico. PRESSÃO ARTERIAL FATORES DETERMINANTES DA PRESSÃO ARTERIAL A distensibilidade é uma característica dos grandes vasos, principalmente da aorta que possuem grande quantidade de fibras elásticas. Em cada sístole o sangue é impulsionado para a aorta, acompanhada de uma apreciável energia cinética que é em parte absorvida pela parede do vaso, fazendo com que a corrente sanguínea progrida de maneira contínua. A diminuição da elasticidade da aorta, como ocorre em pessoas idosas, resulta de aumento da pressão sistólica sem elevação da diastólica. A volemia interfere de maneira direta e significativa nos níveis da pressão arterial sistólica e diastólica; com a redução da volemia, que ocorre na desidratação e hemorragias, ocorre uma diminuição da pressão arterial. PRESSÃO ARTERIAL FATORES DETERMINANTES DA PRESSÃO ARTERIAL A resistência periférica é representada pela vasocontratilidade da rede arteriolar, sendo este fator importante na regulação da pressão arterial mínima ou diastólica; ela é dependente das fibras musculares na camada média dos vasos dos vasos, dos esfíncteres pré-capilares e de substâncias humorais como a angiotensina e catecolamina. A viscosidade sangüínea também é um fator determinante, porém de menor importância; nas anemias graves, podemos encontrar níveis mais baixos de pressão arterial. PRESSÃO ARTERIAL Importante: A medida incorreta da pressão arterial pode fazer com que pacientes que necessitam de tratamento não os receba, e que pacientes que não necessitam sejam tratados desnecessariamente. PRESSÃO ARTERIAL Passos para aferir a PA: 1. Colocar o indivíduo em local calmo com o braço apoiado a nível do coração e deixando-o à vontade, permitindo 5 minutos de repouso. Usar sempre o mesmo braço para a medida; 2. Localizar o manômetro de modo a visualizar claramente os valores da medida; 3. Localizar a artéria braquial ao longo da face interna superior do braço palpando-a; 4. Envolver a braçadeira, suave e confortavelmente, em torno do braço, centralizando o manguito sobre a artéria braquial. Manter a margem inferior da braçadeira 2,5cm acima da dobra do cotovelo. Encontrar o centro do manguito dobrando-o ao meio; PRESSÃO ARTERIAL Passos para aferir a PA: 5.Determinar o nível máximo de insuflação palpando o pulso radial até seu desaparecimento, registrando o valor (pressão sistólica palpada) e aumentando mais 30 mmHg; 6. Desinsuflar rapidamente o manguito e esperar de 15 a 30 segundos antes de insuflá-lo de novo; 7. Posicionar o estetoscópio sobre a artéria braquial palpada abaixo do manguito na fossa antecubital. Deve ser aplicado com leve pressão assegurando o contato com a pele em todos os pontos. As olivas devem estar voltadas para frente; 8. Fechar a válvula da pera e insuflar o manguito rapidamente até 30 mmHg acima da pressão sistólica registrada; PRESSÃO ARTERIAL Passos para aferir a PA: 9. Desinsuflar o manguito de modo que a pressão caia de 2 a 3 mmHg por segundo; 10. Identificar a Pressão Sistólica (máxima) em mmHg, observando no manômetro o ponto correspondente ao primeiro batimento regular audível (sons de Korotkoff); 11. Identificar a Pressão Diastólica (mínima) em mmHg, observando no manômetro o ponto correspondente ao último batimento regular audível. Desinsuflar totalmente o aparelho com atenção voltada ao completo desaparecimento dos batimentos; 12. Anotar o resultado no prontuário do paciente. PRESSÃO ARTERIAL Notas complementares As diferenças de pressão acima de 10 mmHg entre a aferição em membros contra-laterais sugerem obstrução ou compressão arterial do lado de menor pressão A roupa do paciente não deve fazer constrição no braço A presença de arritmias importantes interfere na medida da PA A PA pode ser medida nas coxas, porém com manguitos especiais e com o estetoscópio localizado no foco poplíteo PRESSÃO ARTERIAL FREQUENCIA CARDIACA PULSO . Pulso - relacionado com o débito cardíaco. O pulso é a contração e expansão alternada de uma artéria e corresponde a um batimento cardíaco. A ondas do pulso é preferencialmente avaliada na artéria radial, observar . Número de batimentos . Intensidade / Amplitude . Ritmicidade Comparar com a artéria contra-lateral RITMO - É dado pela seqüência das pulsações, sendo que quando ocorrem a intervalos iguais, chamamos de ritmo regular, se os intervalos são ora mais longos ora mais curtos, o ritmo é irregular. A arritmia traduz alteração do ritmo cardíaco. AMPLITUDE OU MAGNITUDE - É avaliada pela sensação captada em cada pulsação e está diretamente relacionada com o grau de enchimento da artéria na sístole e esvaziamento na diástole. COMPARAÇÃO COM ARTÉRIA HOMÓLOGA - É sempre indicado a comparação com a artéria contra-lateral, pois a desigualdade dos pulsos podem identificar lesões anatômicas. FREQUÊNCIA CARDÍACA . Freqüência cardíaca - corresponde ao número de batimentos cardíacos por minuto, cujo valor normal para um indivíduo adulto é entre 60 e 100 batimentos. Na criança este valor aumenta. Ele varia com a idade. - ausculta do pulso apical ou da visualização pelo cardioscópio. - O aumento da FC eleva o DC até certo ponto pois, quando ela está acima de 120 bpm, há redução do tempo de enchimento diastólico, levando à diminuição do volume sistólico. FREQUÊNCIA CARDÍACA Lactentes = 120 – 160 bpm Toddler = 90 – 140bpm Pré-escolares = 80 – 110 bpm Escolares = 75 – 100 bpm Adolescentes = 60 – 90 bpm Adultos = 60 – (80) 100 bpm FREQUÊNCIA CARDÍACA Quando os batimentos estão aumentados chamados de taquicardia e quando estão diminuídos chamamos de bradicardia. A freqüência cardíaca pode estar aumentada em situações fisiológicas como exercício, emoção, gravidez, ou em situações patológicas como estados febris, hipertiroidismo, hipovolemia entre muitos outros Atletas podem apresentar bradicardia sendo esta uma adaptação do sistema cardiovascular e não uma alteração patológica Axilar = 35,5 0C – 37,0 0C Bucal = 36,0 0C – 37,4 0C Retal = 36,0 0C – 37,5 0C TEMPERATURA Termômetro de mercúrio Termômetro digital TEMPERATURA CONTROLE DA TEMPERATURA CORPORAL O calor produzido no interior do organismo chega à superfície corporal através dos vasos sangüíneos e se difundem através do plexo sub-cutâneo, que representa até 30% do total do débito cardíaco. É quase totalmente controlada por mecanismos centrais através de um centro regulador situado no hipotálamo. LOCAIS DE VERIFICAÇÃO DA TEMPERATURA: Região axilar Cavidade oral Região anal (considerada a mais precisa) A elevação da temperatura acima dos níveis normais recebe o nome de hipertermia e abaixo de hipotermia. TEMPERATURA FEBRE É o aumento da temperatura acima da normalidade, causada por alterações do centro termo regulador ou por substâncias que interferem com o mesmo. Substâncias que causam aumento da temperatura são denominadas pirogênicas. A febre pode ocorrer como uma resposta a infecção mas também a lesões teciduais, processos inflamatórios e neoplasias entre as mais importantes. TEMPERATURA A febre é apenas a elevação da temperatura, ou seja, deve ser avaliada juntamente com outros sintomas apresentados pela pessoa Lembrar que crianças e idosos podem responder a alguns estímulos com hipotermia ao invés de hipertermia Para verificação axilar, manter o termômetro por no mínimo 5 minutos em contato com a pele TEMPERATURA Além da presença de febre devemos avaliar: - início súbito ou gradual - intensidade (febre leve ou febrícula - até 37,5 graus; febre moderada - de 37,5 até 38,5 graus; febre alta ou elevada - acima de 38,5 graus) - duração - intermitente ou contínua (pesquisar se há intervalo entre os aumentos de temperatura ou uma hora do dia em que eles ocorrem mais freqüentemente) TEMPERATURA FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA Inspeção Dinâmica Deve-se observar a dinâmica respiratória. A movimentação da caixa torácica é observada durante os movimentos ventilatórios Observar a amplitude ou profundidade, freqüência, ritmo, emprego da musculatura acessória, retrações e simetria. FR normal adulto: 12 (14)* a 20 (22)* incursões respiratórias por min. FR normal criança: 30 a 40 incursões respiratórias por min. *existem variações descritas na literatura científica ALTERAÇÕES DA RESPIRAÇÃO Dispnénia: é a respiração difícil, trabalhosa ou curta. Ortopnéia: é a incapacidade de respirar facilmente, exceto na posição ereta. Taquipnéia : respiração rápida, acima dos valores da normalidade, freqüentemente pouco profunda. Bradipnéia : respiração lenta, abaixo da normalidade. Apnéia: ausência da respiração. FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA Não deixar o paciente perceber que estão sendo contados os movimentos pelo examinador (para evitar alterações no resultado), pode manter os dedos no pulso do paciente como se estivesse contando a freqüência cardíaca) Contagem pelo período de 1 minuto FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA DOR 5° sinal vital DOR Definição “ Experiência sensitiva e emocional desagradável associada ou relacionada a lesão real ou potencial dos tecidos. Cada indivíduo aprende a utilizar esse termo através das suas experiências anteriores.” IASP- International Association for the Study of Pain A dor pode ser considerada como um sintoma ou manifestação de uma doença ou afecção orgânica, mas também pode vir a constituir um quadro clínico mais complexo. Existem muitas maneiras de se classificar a dor. Considerando a duração da sua manifestação, ela pode ser de três tipos: aguda, crônica e recorrente. DOR DOR AGUDA - Aquela que se manifesta por um período relativamente curto (de minutos a semanas) associada a lesões em tecidos ou órgãos. Normalmente desaparece quando a causa é corretamente diagnosticada e quando o tratamento recomendado pelo especialista éseguido corretamente pelo paciente. Ex: - a dor pós-operatória (que ocorre após uma cirurgia); - a dor que ocorre após um traumatismo; - a dor durante o trabalho de parto; - a dor de dente; - as cólicas em geral, como nas situações normais (fisiológicas) do organismo que podem provocar dores agudas, como o processo da ovulação e da menstruação na mulher. DOR DOR CRÔNICA - Tem duração prolongada ( de meses a anos) e geralmente está associada a uma doença crônica. Exemplos: Dor ocasionada pela artrite reumatóide (inflamação das articulações), dor do paciente com câncer, dor relacionada a esforços repetitivos durante o trabalho, dor nas costas e outras. DOR RECORRENTE - Apresenta períodos de curta duração que, no entanto, se repetem com freqüência, podendo ocorrer durante toda a vida do indivíduo, mesmo sem estar associada a um processo específico. Um exemplo clássico deste tipo de dor é a enxaqueca. DOR Fatores que Influenciam a dor Biológicos Sociais Psicológicos A dor não é resultante apenas do estímulo doloroso, mas sofre influências de outros fatores como mostra o diagrama abaixo: DOR A dor deve ser avaliada e mensurada. Para isto utilizamos algumas escala de dor. DOR Nota zero Dor ausente ou sem dor Nota três Dor presente, havendo períodos em que é esquecida Nota seis A dor não é esquecida, mas não impede exercer atividades da vida diária Nota oito A dor não é esquecida, e atrapalha todas as atividades da vida diária, exceto alimentação e higiene Nota dez A dor persiste mesmo em repouso, está presente e não pode ser ignorada, sendo o repouso imperativo DOR freqüência etiologia duração localização frequência qualidade intensidade DOR Características da dor DOR Importante A dor que tratamos é a dor referida pelo paciente e não aquele que o profissional julga que ele tem. DOR Tratamento O tratamento da dor aguda deve ser centrado na remoção do estímulo doloroso e manejo dos sintomas até a melhora do quadro. Já a dor crônica, onde nem sempre podemos remover o estímulo que desencadeia o processo doloroso, o tratamento deve ser baseado em medidas farmacológicas e não farmacológicas (fisioterapia, massagens, acupuntura, métodos de relaxamento e distração). DOR Importante O paciente com dor deve ser tratado e reavaliado para avaliarmos se houve resposta satisfatória ou não à conduta tomada DOR Ler: Pimenta, CAM; Teixeira, MJ. Avaliação da dor. Rev. Med. São Paulo, 76(1, ed. esp):27-35, jan.-fev. 1997. Teixeira, MJ; Figueiró, JAB. Dor: epidemiogia, fisiologia, avaliação, síndrome dolorosas e tratamento. São Paulo: Grupo Editorial Moreira Jr; 2001. DOR
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