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1 APOSTILA NEUROANATOMIA 2014 (1)

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Prof. Dr. Hélio Borba Moratelli
Universidade Federal de Mato Grosso 
2014 
Apostila de 
Neuroanatomia 
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO
 O objetivo desta apostila é disponibilizar aos estudantes dos cursos de graduação na 
área de saúde um material de apoio contendo os principais conteúdos abordados em aulas 
da disciplina de Neuroanatomia, expostos de maneira simples e objetiva. 
 Os mapas conceituais apresentados foram elaborados durante sessões tutoriais do 
curso de medicina da UFMT. As ilustrações apresentadas foram obtidas de sites na internet 
de livros adquiridos pela Faculdade de Medicina da UFMT. 
 OOoOO A apostila foi elaborada pela Disciplina de Anatomia Humana da Faculdade de 
Medicina da Universidade Federal de Mato Grosso. O conteúdo foi revisado pelo 
professor de Anatomia responsável pelas atividades da Disciplina. 
 A utilização desta apostila tem a finalidade de apoiar o estudo por parte dos alunos, 
sendo vedada toda e qualquer forma de comercialização da mesma. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Sumário 
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 1 
ÍNDICE DE FIGURAS .......................................................................................................................... 4 
ÍNDICE DE DIAGRAMAS .................................................................................................................... 4 
1. O SISTEMA NERVOSO ................................................................................................................... 5 
2. TECIDO NERVOSO......................................................................................................................... 5 
2.1. Células nervosas ou neurônios .................................................................................................. 5 
2.1.1. Classificação funcional dos neurônios................................................................................. 5 
2.2. Células gliais ou neuroglia ......................................................................................................... 5 
4. EMBRIOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO ...................................................................................... 7 
5. DIVISÕES DO SISTEMA NERVOSO ............................................................................................ 10 
5.1. Divisão do sistema nervoso com base em critérios anatômicos .............................................. 10 
5.2. Divisão do sistema nervoso com base em critérios embriológicos .......................................... 11 
5.3. Divisão do sistema nervoso com base em critérios funcionais ................................................. 12 
6. MENINGES .................................................................................................................................... 14 
6.1. Líquor ou líquido cefalorraquidiano .......................................................................................... 16 
7. DISPOSIÇÃO DAS SUBSTÂNCIAS BRANCA E CINZENTA NO SNC .......................................... 18 
8. ANATOMIA MACROSCÓPICA DO TELENCÉFALO ..................................................................... 20 
8.1. Morfologia das faces dos hemisférios cerebrais ...................................................................... 21 
8.1.1. .Estruturas a serem evidenciadas na face súpero-lateral: ..................................................... 22 
Lobo frontal ................................................................................................................................. 22 
Lobo parietal ............................................................................................................................... 22 
Lobo temporal ............................................................................................................................. 23 
Lobo occipital .............................................................................................................................. 24 
Lobo da ínsula ............................................................................................................................ 24 
8.1.2. Estruturas a serem evidenciadas na face medial .................................................................. 25 
Lobos frontal e parietal ............................................................................................................... 25 
Lobo occipital .............................................................................................................................. 26 
Outros ......................................................................................................................................... 27 
8.1.3. Estruturas a serem evidenciadas na face inferior ................................................................. 28 
Lobo frontal ................................................................................................................................. 28 
Lobos temporal e occipital .......................................................................................................... 28 
8.2. Morfologia dos ventrículos laterais .......................................................................................... 29 
8.3. Morfologia dos núcleos da base .............................................................................................. 30 
9. ANATOMIA MACROSCÓPICA DO DIENCÉFALO ........................................................................ 34 
9.1. III ventrículo ............................................................................................................................. 34 
9.2. Tálamo .................................................................................................................................... 35 
 
3 
9.3. Hipotálamo .............................................................................................................................. 36 
9.4. Epitálamo ................................................................................................................................ 36 
9.5. Subtálamo ............................................................................................................................... 37 
9.6. Metatálamo.............................................................................................................................. 37 
10. ANATOMIA MACROSCÓPICA DO MESENCÉFALO .................................................................. 38 
11. ANATOMIA MACROSCÓPICA DO METENCÉFALO .................................................................. 40 
11.1. Ponte ..................................................................................................................................... 40 
11.2. Cerebelo ................................................................................................................................ 41 
12. ANATOMIA MACROSCÓPICA DO MIELENCÉFALO .................................................................. 43 
12.1. IV VENTRÍCULO ................................................................................................................... 44 
13. SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO ............................................................................................. 45 
13.1. DIVISÃO DO SNA ................................................................................................................. 45 
13.1.1. PARTE SIMPÁTICA (TORACOLOMBAR) DO SNA ........................................................ 45 
13.1.2. PARTE PASSIMPÁTICA(CRANIOSSACRAL) DO SNA ................................................ 46 
14. SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO ............................................................................................ 48 
14.1. NERVOS ESPINAIS .............................................................................................................. 48 
14.1.1. PLEXO CERVICAL ......................................................................................................... 48 
14.1.2. PLEXO BRAQUIAL ......................................................................................................... 48 
14.1.3. PLEXO LOMBAR ............................................................................................................ 49 
14.1.4. PLEXO SACRAL ............................................................................................................. 50 
14.1.5. PLEXO COCCÍGEO ........................................................................................................ 50 
14.2. NERVOS CRANIANOS ......................................................................................................... 50 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................... 53 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
ÍNDICE DE FIGURAS 
Figura 1. Neurônio. .............................................................................................................................. 5 
Figura 2. Neurônio e células da neuroglia. ........................................................................................... 6 
Figura 3. Neurulação e desenvolvimento do encéfalo. ......................................................................... 7 
Figura 4. Vesículas primárias e secundárias e ventrículos encefálicos. ............................................... 9 
Figura 5. Componentes anatômicos em um adulto. ........................................................................... 11 
Figura 6. Divisões do sistema nervoso. .............................................................................................. 13 
Figura 7. Meninges espinais. ............................................................................................................. 15 
Figura 8. Gordura no espaço epidural (secção transversal de uma vértebra lombar). ........................ 15 
Figura 9. Meninges do encéfalo (secção frontal e dissecação). ......................................................... 16 
Figura 10. Caminho do líquor. ............................................................................................................ 17 
Figura 11. Caminhos percorridos pelos axônios................................................................................. 18 
Figura 12. Substâncias branca e cinzenta.......................................................................................... 19 
Figura 13. Corpo caloso. .................................................................................................................... 20 
Figura 14. Face medial do hemisfério cerebral. Destaque para as partes do corpo caloso. ............... 20 
Figura 15. Lobos do cérebro. ............................................................................................................. 21 
Figura 16. Ventrículos laterais. ........................................................................................................... 30 
Figura 17. Ventrículos laterais, outros ventrículos encefálicos (III e IV) e aqueduto mesencefálico.... 30 
Figura 18. Modelo 3D dos núcleos da base. ...................................................................................... 31 
Figura 19. Núcleos da base (secção transversal). .............................................................................. 32 
Figura 20. Ventrículos encefálicos e aderência intertalâmica. ............................................................ 35 
Figura 21. Encéfalo seccionado ao nível do tálamo (cor alaranjada).................................................. 35 
Figura 22. Hipotálamo e hipófise (secção sagital, vista medial). ........................................................ 36 
Figura 23. Epitálamo, comissura posterior e trígono das habênulas (vistas medial e posterior). ........ 37 
Figura 24. Núcleos subtalâmicos (corte frontal). ................................................................................ 37 
Figura 25. Tronco encefálico e parte do diencéfalo (vista póstero-lateral).. ........................................ 38 
Figura 26. Mesencéfalo em azul. ....................................................................................................... 38 
Figura 27. Colículos superiores e inferiores. ...................................................................................... 39 
Figura 28. Secção transversal do mesencéfalo. ................................................................................. 39 
Figura 29. Ponte. ............................................................................................................................... 40 
Figura 30. Ponte em um vista anterolateral e em um corte sagital. .................................................... 41 
Figura 31. Cerebelo em uma vista posterior e em um corte transversal visto de cima. ...................... 42 
Figura 32. Cerebelo em corte sagital. ................................................................................................ 42 
Figura 33. Bulbo (vistas anterolateral e posterior). ............................................................................. 44 
Figura 34. Vista lateral (direita) mostrando os troncos simpáticos. ..................................................... 46 
Figura 35. Efeitos da estimulação simpática e parassimpática........................................................... 47 
Figura 36. Nervos da cabeça e pescoço em esqueleto transparente. ................................................ 51 
Figura 37. Nervos cranianos. ............................................................................................................. 52 
 
 
ÍNDICE DE DIAGRAMAS 
Diagrama 1. Formação embriológica do sistema nervoso. ................................................................... 8 
Diagrama 2. O sistema nervoso. ........................................................................................................ 10 
Diagrama 3. Divisão do sistema nervoso. .......................................................................................... 12 
Diagrama 4. Meninges. ...................................................................................................................... 14 
Diagrama 5. Plexo braquial. ............................................................................................................... 49 
 
5 
 
 
1. O SISTEMA NERVOSO
 O sistema nervoso possui diversas funções. Além de controlar e integrar as várias 
atividades do corpo, ele permite que o corpo reaja a modificações dos ambientes externo e 
interno por meio da interpretação de estímulos e do desencadeamento de respostas 
adequadas. 
2. TECIDO NERVOSO 
Consiste em dois tipos celulares principais: 
 
2.1. Células nervosas ou neurônios 
Unidade estrutural e funcional do sistema 
nervoso. 
I. Função: receber e transmitir impulsos nervosos. 
II. Estrutura: 
a. Corpo celular (pericário ou soma): contém o 
núcleo e o citoplasma com as organelas 
citoplasmáticas. 
b. Dendritos: prolongamentos especializados em 
receber estímulos 
c. Axônio: prolongamento único, ramificado em 
terminações axonais, com função de conduzir 
impulsos nervosos do pericário. 
2.1.1. Classificação funcional dos neurônios 
I. Neurônio aferente (sensitivo):leva ao SNC informações sobre as modificações 
ocorridas no meio interno e externo. 
II. Neurônio eferente (motor): origina-se do SNC e conduz impulsos para órgãos efetores 
(músculos e glândulas). 
III. Interneurônio: localizados dentro do SNC, interligam e estabelecem redes de circuitos 
neuronais entre os tipos neuronais acima e entre outros interneurônios. 
2.2. Células gliais ou neuroglia 
Não reagem a impulsos nervosos ou os propagam. 
I. Função: proteção e sustentação metabólica e mecânica. 
Figura 1. Neurônio. 
 
6 
II. Localizadas no SNC: astrócitos, oligodendrócitos, micróglia, células ependimárias. 
III. Localizadas no SNP: células de Schwann. 
 
Figura 2. Neurônio e células da neuroglia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
 
 
 
 
4. EMBRIOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO
 O sistema nervoso origina-se da placa neural, uma área espessada do ectoderma do 
embrião em forma de chinelo. A notocorda e o mesoderma para-axial induzem o 
ectoderma sobrejacente a se diferenciar na placa neural.
 O diagrama abaixo mostra, de maneira bem resumida, como ocorre o processo de 
formação do sistema nervoso. Em seguida, a figura 3 ilustra o mecanismo de neurulação, 
isto é, de formação do tubo neural; e a figura 4 mostra as vesículas primordiais. 
 
 
Figura 3. Neurulação e desenvolvimento do encéfalo. 
 
 
8 
 
Diagrama 1. Formação embriológica do sistema nervoso. 
 
 
 
 
9 
 A figura 4 mostra as vesículas primárias e secundárias do encéfalo e também os 
ventrículos encefálicos. 
 
Figura 4. Vesículas primárias e secundárias e ventrículos encefálicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
5. DIVISÕES DO SISTEMA NERVOSO 
5.1. Divisão do sistema nervoso com base em critérios anatômicos 
 Estruturalmente, o sistema nervoso é dividido em parte central do sistema nervoso (SNC) e 
parte periférica do sistema nervoso (SNP). Ver figura 5. 
O SNC é formado pelo encéfalo e pela medula espinal e os seus principais papéis são 
integrar e coordenar sinais neurais que chegam e saem e realizar funções mentais superiores, como 
o raciocínio e o aprendizado. 
O SNP compreende os nervos cranianos e espinais, os gânglios e as terminações nervosas. 
Ele é formado por fibras nervosas e corpos celulares fora do SNC, cujas funções são conduzir 
estímulos à parte central do sistema nervoso ou levar até os órgãos efetuadores as ordens 
emanadas da porção central. 
 
 
Diagrama 2. O sistema nervoso. 
As terminações nervosas existem na extremidade de fibras sensitivas e motoras. 
Nestas últimas temos como exemplo a placa motora. Nas primeiras, as terminações 
nervosas são estruturas especializadas para receber estímulos físicos ou químicos na 
superfície ou no interior do corpo. Temos como exemplo os cones e bastonetes da retina, 
receptores gustativos, receptores de tato, pressão, calor e frio. 
Gânglios são acúmulos de corpos celulares de neurônios fora do SNC e apresentam-
se, geralmente, como dilatações. 
Obs.: Um conjunto de corpos de células nervosas no SNC é denominado núcleo. 
S
IS
T
E
M
A
 N
E
R
V
O
S
O
 
Sist. nervoso 
central 
Encéfalo 
Cérebro 
Diencéfalo 
Cerebelo 
Tronco 
encefálico 
Mesencéfalo 
Tronco 
Bulbo 
Medula espinal 
Sist. nervoso 
periférico 
Nervos 
Espinais 
Cranianos 
Gânglios 
Sensitivos 
Motores 
viscerais 
Terminações 
nervosas 
Sensitivas 
Motoras 
 
11 
Nervos são cordões esbranquiçados formados por fibras nervosas unidas por tecido 
conectivo. Distinguem-se dois grupos: os nervos cranianos e os nervos espinais. Vamos 
voltar a falar desses nervos mais adiante. 
Obs.: Um feixe de fibras nervosas (axônios) que une núcleos distantes ou vizinhos no 
SNC é um trato. 
 
5.2. Divisão do sistema nervoso com base em critérios embriológicos 
 Nesta divisão, as partes do sistema nervoso central recebem o nome da vesícula 
primordial que lhes deu origem. Na tabela abaixo é feita a correspondência entre as 
vesículas e os componentes da divisão anatômica. 
 Conforme vimos anteriormente na formação embriológica do sistema nervoso, em 
torno da quarta semana gestacional, o encéfalo apresenta a forma de três vesículas: 
prosencéfalo, mesencéfalo e rombencéfalo. Com o desenvolvimento, essas vesículas 
sofrem divisões e, como resultado, em torno da quinta semana gestacional o encéfalo 
consiste em cinco vesículas. Observar na figura 5 a correlação dessas estruturas com os 
componentes anatômicos em um adulto. 
 
Divisão Embriológica Divisão Anatômica 
Prosencéfalo 
 Telencéfalo Cérebro 
 Diencéfalo Tálamo, hipotálamo,... 
Mesencéfalo Mesencéfalo 
Rombencéfalo 
 Metencéfalo Cerebelo e Ponte 
 Mielencéfalo Bulbo 
 
 
Figura 5. Componentes anatômicos em um adulto. 
 
 
12 
5.3. Divisão do sistema nervoso com base em critérios funcionais 
Pode ser dividido em SN da Vida de Relação (ou Somático) e SN da Vida Vegetativa 
(ou Visceral). O SN Somático é aquele que relaciona o organismo com o meio ambiente e 
apresenta um componente aferente e eferente. Já o SN Visceral é aquele que se relaciona 
com a inervação e controle das estruturas viscerais e também possui uma parte aferente e 
eferente. 
 
Diagrama 3. Divisão do sistema nervoso. 
 
 Quando se fala em aferente e eferente do SN Somático e Visceral deve se pensar em 
algumas diferenças, tais como: 
I. Componente aferente do SN Somático: conduz aos centros nervosos impulsos 
originados em receptores periféricos informando o que se passa no meio ambiente. 
II. Componente eferente do SN Somático: leva aos músculos estriados esqueléticos o 
comando dos centros nervosos, resultando em movimentos periféricos. 
III. Componente aferente do SN Visceral: conduz os impulsos nervosos originados em 
receptores das vísceras (visceroceptores) a áreas específicas do SN. 
IV. Componente eferente do SN Visceral: é denominado Sistema Nervoso Autônomo e 
pode ser subdividido em Simpático e Parassimpático. Leva às glândulas, músculos 
lisos ou músculo cardíaco o comando de certos centros nervosos. 
S
IS
T
E
M
A
 N
E
R
V
O
S
O
 
Somático 
Aferente 
Eferente 
Visceral 
Aferente 
Eferente = SN 
Autônomo 
Simpático 
Parassimpático 
 
13 
 
Figura 6. Divisões do sistema nervoso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
6. MENINGES 
 O encéfalo e a medula espinal são envolvidos e protegidos por lâminas de tecido 
conectivo chamadas, em conjunto, meninges. Estas lâminas são, de fora para dentro: a 
dura-máter, a aracnoide e a pia-máter. A dura-máter é a mais espessa (por isso é também 
chamada de paquimeninge) e a pia-máter a mais fina, e junto com a aracnoide, são 
denominadas de leptomeninge. A pia-máter está intimamente aplicada ao encéfalo e à 
medula espinal. Entre as duas está a aracnoide, da qual partem fibras delicadas que vão até 
a pia-máter, constituindo uma rede semelhante a uma teia de aranha. A aracnoide é 
separada da dura-máter por um espaço capilar denominado espaço subdural e da pia-máter 
pelo espaço subaracnóideo, onde circula o líquido cefalorraquidiano (ou líquor). Na medula 
espinal existe ainda o espaço epidural ou extradural, situado entre a dura-máter e o 
periósteo do canal vertebral. 
 A dura-máter do encéfalo difere da dura-máter da medula espinal por ser formada por 
dois folhetos – externo e interno, dos quais apenas o internocontinua com a dura-máter 
espinal. O folheto externo adere intimamente aos ossos do crânio e comporta-se como 
periósteo destes ossos. Em virtude dessa aderência, não existe no encéfalo o espaço 
epidural como na medula. Deve-se ressaltar que o encéfalo não possui terminações 
nervosas sensitivas, portanto, toda ou quase toda sensibilidade intracraniana provém da 
dura-máter, que é ricamente inervada. A figura abaixo mostra um pequeno resumo sobre as 
meninges. 
 
Diagrama 4. Meninges. 
 
15 
 
Figura 7. Meninges espinais. O desenho mostra uma vista posterior. A fotografia mostra a medula espinal fora 
do canal raquiano, exposta após abertura da dura-máter. 
 
Figura 8. Gordura no espaço epidural (secção transversal de uma vértebra lombar). 
 
16 
 
Figura 9. Figura à esquerda: meninges do encéfalo (secção frontal e dissecação). Figura à direita: o cérebro 
humano, meninges, e caixa craniana numa vista superior. As camadas de tecido e osso protegendo o cérebro foram 
removidas por etapas, desde as camadas de pele (à direita), para a de osso do crânio, as meninges e por fim o cérebro. 
 
6.1. Líquor ou líquido cefalorraquidiano 
 O líquor é um fluido aquoso e incolor que ocupa o espaço subaracnóideo e as 
cavidades ventriculares. Algumas características são enumeradas a seguir: 
I. Função: proteção mecânica do sistema nervoso, constituindo um eficiente mecanismo 
de amortecimento de choques. 
II. Produção: células ependimárias nos plexos corioides, localizados nos ventrículos 
laterais (principalmente), III e IV ventrículos. 
III. Circulação: O líquido produzido no ventrículo lateral se dirige para o III ventrículo 
pelos forames interventriculares. Do III ventrículo ele parte para o IV ventrículo 
através do aqueduto mesencefálico. Pelas aberturas do IV ventrículo o líquor atinge 
todo o espaço subaracnóideo da medula e encéfalo, sendo reabsorvido nas 
granulações aracnoideas da dura-máter. A circulação do líquor se faz primeiramente 
em direção à medula e depois sobe para o encéfalo. A figura a seguir ilustra bem 
esse processo. 
 
17 
 
Figura 10. 1) ventrículos laterais. 2) forame interventricular. 3) III ventrículo. 4) aqueduto mesencefálico. 5) IV 
ventrículo. 6.a) aberturas laterais. 6.b) aberturas medianas. 6.c) canal medular. 7) espaço subaracnoideo. 8) 
granulação aracnoidea. 9) seio sagital superior 
Granulações aracnoides: em alguns pontos da aracnóide, formam-se pequenos tufos 
que penetram no interior dos seios da dura-máter (principalmente no seio sagital superior), 
constituindo as granulações aracnoideas. Nessas granulações o líquor está separado do 
sangue apenas pelo endotélio do seio e uma delgada camada de aracnoide, permitindo 
assim a absorção do líquor, que neste ponto, vai para o sangue. 
 
 
 
 
 
 
18 
7. DISPOSIÇÃO DAS SUBSTÂNCIAS BRANCA E CINZENTA NO SNC 
 A observação de um corte do encéfalo ou da medula espinal permite reconhecer 
áreas claras e áreas escuras que representam, respectivamente, o que se chama de 
substância branca e substância cinzenta. A primeira está constituída, predominantemente de 
fibras nervosas mielínicas e a segunda de corpos de neurônios. Observar a imagem 13, que 
mostra a disposição dos axônios no encéfalo. 
 
Figura 11. Caminhos percorridos pelos axônios (modelo tridimensional construído a partir de dados de imagem 
de ressonância magnética). Imagem de difusão por ressonância magnética é uma técnica que rastreia a 
difusão natural de moléculas de água dentro do encéfalo. Esta imagem obtida em um paciente humano revela 
grandes feixes de axônios formando caminhos que carregam informação através do sistema nervoso. 
 
 Na medula espinal, a substância cinzenta forma um eixo central contínuo envolvido 
por uma substância branca. Em corte transversal vê-se que a substância cinzenta apresenta 
a forma de um “H” ou de borboleta, onde se reconhecem as colunas anterior e posterior, 
substância intermédia central e lateral e, em parte da medula, a chamada coluna lateral. 
 O tronco encefálico, no que diz respeito à estrutura, guarda alguma semelhança com 
a medula, mas difere em vários aspectos. A substância cinzenta aqui se apresenta 
fragmentada, formando, assim, massas isoladas de substância cinzenta que constituem os 
núcleos dos nervos cranianos e outros núcleos próprios do tronco encefálico. 
 
19 
 Cérebro e cerebelo apresentam uma massa de substância branca revestida 
externamente por uma fina cama de substância cinzenta – córtex cerebral e córtex 
cerebelar. Além disso, possuem em seu centro massas de substância cinzenta constituindo 
os núcleos centrais (no cerebelo) e os núcleos da base (no cérebro). 
 
Figura 12. Secção frontal do cérebro e secção transversal da medula espinal, mostrando as substâncias branca 
e cinzenta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
8. ANATOMIA MACROSCÓPICA DO TELENCÉFALO 
O telencéfalo compreende os dois hemisférios cerebrais (centro branco medular do 
cérebro e córtex cerebral) direito e esquerdo e os núcleos da base. Esses hemisférios 
cerebrais são separados pela fissura longitudinal do cérebro e presos em sua base pelo 
corpo caloso (principal meio de união entre os dois hemisférios cerebrais) – figuras 15 e 16. 
 
Figura 13. O corpo caloso encontra-se na fissura longitudinal que conecta os hemisférios esquerdo e direito do 
cérebro. Ele facilita a comunicação entre os dois hemisférios e é a maior estrutura de substância branca (que 
consiste principalmente de axônios mielinizados) no cérebro. 
 
Cada hemisfério possui três faces – face súpero-lateral, convexa; face medial, plana; 
face inferior ou base do cérebro, muito irregular – e dois ventrículos laterais (direito e 
esquerdo) que se comunicam com o III ventrículo pelos forames interventriculares. 
 
Figura 14. Face medial do hemisfério cerebral. Destaque para as partes do corpo caloso. 
 
21 
A superfície do cérebro apresenta depressões denominadas de sulcos, que delimitam 
os giros ou circunvoluções cerebrais. A presença dos sulcos tem a função de aumentar a 
superfície sem grande aumento do volume cerebral (2/3 do córtex estão “escondidos” nos 
sulcos). Os sulcos cerebrais ainda ajudam a delimitar os lobos cerebrais que recebem sua 
denominação de acordo com os ossos do crânio com os quais se relacionam. Assim, temos 
os lobos frontal, temporal, parietal e occipital. Além destes, um quinto lobo da ínsula situa-se 
profundamente ao sulco lateral. 
 
Figura 15. Lobos do cérebro. Na mesma figura observam-se as faces dos hemisférios cerebrais: face inferior 
(acima à direita); face medial (abaixo à esquerda); face súpero-lateral (abaixo à direita). 
 
8.1. Morfologia das faces dos hemisférios cerebrais 
 Vamos listar os sulcos e giros mais importantes de cada lobo, estudando 
sucessivamente as três faces de cada hemisfério. Deve-se ter em mente que as figuras 
representam o padrão mais frequente, o qual, em virtude do grande número de variações, 
nem sempre corresponde à peça anatômica de que se dispõe. Assim, os sulcos são, às 
vezes, muito sinuosos e podem ser interrompidos por pregas que unem giros vizinhos, 
dificultando sua identificação. Portanto, é aconselhável observar mais de um hemisfério 
cerebral. 
 
 
22 
8.1.1. .Estruturas a serem evidenciadas na face súpero-lateral: 
Lobo frontal 
1. Sulco pré-central 
2. Sulco frontal superior 
3. Sulco frontal inferior 
4. Giro pré-central 
5. Giro frontal superior 
6. Giro frontal médio 
7. Giro frontal inferior 
a. Parte opercular 
b. Parte triangular 
c. Parte orbital 
 
 
Lobo parietal 
1.Sulco central 
2. Sulco pós-central 
3. Sulco intraparietal 
 
23 
4. Giro pós-central 
5. Lóbulo parietal superior 
6. Lóbulo parietal inferior 
a. Giro supramarginal 
b. Giro angular 
 
 
Lobo temporal 
1. Sulco temporal superior 
2. Sulco temporal inferior 
3. Sulco lateral 
4. Giro temporal superior 
5. Giro temporal médio 
6. Giro temporal inferior 
7. Giros temporais transversos 
 
 
24 
 
Lobo occipital 
 
Lobo da ínsula 
1. Sulco central da ínsula 
2. Sulco circular da ínsula 
3. Giro longo da ínsula 
4. Giros curtos da ínsula 
 
 
25 
 
 
8.1.2. Estruturas a serem evidenciadas na face medial 
Lobos frontal e parietal 
1. Sulco paracentral 
2. Sulco subparietal 
3. Sulco do corpo caloso 
4. Sulco do cíngulo 
a. Ramo marginal do sulco do cíngulo 
5. Giro frontal superior 
6. Lóbulo paracentral 
7. Giro do cíngulo 
8. Pré-cúneo 
 
26 
 
 
Lobo occipital 
1. Sulco calcarino 
2. Sulco parietoccipital 
3. Giro occipitotemporal medial 
4. Cúneo 
 
27 
 
 
 
Outros 
1. Corpo caloso (figura 15) 
a. Rostro 
b. Joelho 
c. Tronco 
d. Esplênio 
1. Ventrículos laterais (figura 17) 
2. Plexos corioides (figura 11) 
3. Fórnice 
4. Septo pelúcido 
 
 
28 
8.1.3. Estruturas a serem evidenciadas na face inferior 
Lobo frontal 
1. Sulcos orbitários 
2. Sulcos olfatórios 
3. Giro reto 
4. Giros orbitários 
 
 
Lobos temporal e occipital 
1. Sulco occipitotemporal 
2. Sulco colateral 
3. Sulco rinal 
4. Sulco hipocampal 
5. Giro temporal inferior 
6. Giro occipito-temporal lateral 
7. Giro occipito-temporal medial 
8. Giro parahipocampal 
9. Unco 
 
29 
 
 
8.2. Morfologia dos ventrículos laterais 
 Os hemisférios cerebrais possuem cavidades revestidas de epêndima e contendo 
líquido cérebro-espinhal – os ventrículos laterais esquerdo e direito, que se comunicam com 
o III ventrículo pelo forame interventricular. Exceto pelo forame, cada ventrículo é uma 
cavidade fechada que apresenta uma parte central e três cornos que correspondem aos três 
polos do hemisfério cerebral. As partes que se projetam para o polo frontal, occipital e 
temporal respectivamente, são o corno anterior, posterior e inferior. Com exceção do corno 
inferior, todas as partes do ventrículo laterais têm o teto formado pelo corpo caloso. 
 
30 
 
Figura 16. Ventrículos laterais (corte transversal; e composição colorida de uma imagem de ressonância 
magnética 3D, em vista lateral). Os dois grandes e curvos ventrículos laterais se localizam nos dois lados da 
linha média do cérebro, um em cada hemisfério. 
 
 
Figura 17. Molde de resina. Destaque para as partes que compõem os ventrículos laterais. A imagem também 
mostra os outros ventrículos encefálicos (III e IV) e o aqueduto mesencefálico. 
 
8.3. Morfologia dos núcleos da base 
 Núcleos da base são massas de substância cinzenta localizadas na região profunda 
do encéfalo. Eles estão interconectados e assim formam um sistema funcional que foi 
originalmente denominado “sistema extrapiramidal”, pois esse sistema funciona de maneira 
paralela ao “sistema piramidal” no controle da motricidade. 
 
31 
Diferente da maioria dos componentes que formam o sistema que controla os 
movimentos, os núcleos da base não têm conexões diretas com a medula espinhal, 
portanto, eles não se conectam diretamente com os motoneurônios. Na verdade, os núcleos 
da base estão estreitamente ligados ao córtex cerebral (através do tálamo) com quem 
interagem funcionalmente através de alças de retroalimentação. 
 Os núcleos da base compreendem o núcleo caudado, o núcleo lentiforme, o claustro, 
o corpo amigdaloide, o núcleo accumbens e o núcleo basal de Meynert (este é de difícil 
visualização macroscópica). 
 
Figura 18. Modelo 3D dos núcleos da base; e montagem tridimensional feita com sobreposição de imagens de 
ressonância magnética em cortes coronais e axiais: cabeça (azul) e corpo (rosa) do núcleo caudado. 
 
I. Núcleo caudado: é uma massa alongada e bastante volumosa de substância 
cinzenta, relacionada em toda a sua extensão com os ventrículos laterais. Dividido 
em: 
a. Cabeça do núcleo caudado: extremidade anterior; muito dilatada; relação com 
corno anterior do ventrículo lateral. 
b. Corpo do núcleo caudado: continuação gradual da cabeça do núcleo caudado; 
funde-se com a parte anterior do núcleo lentiforme; relação com a parte central do 
ventrículo lateral. 
c. Cauda do núcleo caudado: porção bastante alongada e afinada; estende-se até a 
extremidade anterior do corno inferior do ventrículo lateral. 
 
II. Núcleo lentiforme: medialmente relaciona-se com a cápsula interna, que o separa do 
núcleo caudado e do tálamo; lateralmente relaciona-se com o córtex da ínsula, do 
 
32 
qual é separado por substância branca e pelo claustro. O núcleo lentiforme é divido 
em putâmen e globo pálido 
a. Putâmen: situa-se lateralmente e é maior que o globo pálido. 
b. Globo pálido: possui coloração mais clara que o putâmen em virtude da 
presença de fibras mielínicas que o atravessam; subdividido em partes 
externa e interna. 
 
III. Claustro: é uma delgada calota de substância cinzenta situada entre o córtex da 
ínsula e o núcleo lentiforme. 
 
IV. Corpo amigdaloide: massa esferoide de substância cinzenta de cerca de dois cm de 
diâmetro; situada no polo temporal do hemisfério cerebral. 
 
V. Núcleo accumbens: massa de substância cinzenta situada na zona de união entre o 
putâmen e a cabeça do núcleo caudado. 
Obs.: O núcleo caudado e o putâmen podem ser representados como uma unidade 
funcional, e assim é interessante denominá-los em conjunto como “núcleo estriado”, devido 
à aparência visualizada em cortes com coloração para mielina que revela inúmeras “estrias” 
atravessando os dois núcleos. 
 
Figura 19. Núcleos da base (secção transversal). 
 
33 
Substância branca associada aos núcleos da base (figura 21): 
I. Cápsula interna: entre o núcleo lentiforme e núcleo caudado e o tálamo. 
II. Cápsula externa: substância branca entre o putâmen e o claustro. 
III. Cápsula extrema: entre o claustro e o lobo insular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
9. ANATOMIA MACROSCÓPICA DO DIENCÉFALO 
O telencéfalo e o diencéfalo vão formar os derivados adultos do prosencéfalo, porém, 
apesar de estes dois componentes estarem intimamente unidos, apresentam características 
próprias. 
O diencéfalo contém vários centros funcionais para a integração de toda a informação 
que passa do tronco encefálico e da medula espinal para os hemisférios cerebrais, bem 
como para a integração das atividades motoras e viscerais. 
É formado, em sua maioria, por estruturas pares tendo o tálamo como estrutura 
central, compreendendo, portanto, as seguintes partes: tálamo, hipotálamo, epitálamo, 
metatálamo e subtálamo, sendo que todas elas possuem relação com o III ventrículo. Por 
isso, iniciaremos o assunto por uma abordagem desse ventrículo e depois faremos uma 
breve descrição de cada uma das partes do diencéfalo. 
 
9.1. III ventrículo 
 O III ventrículo é uma cavidade no diencéfalo, ímpar, que se comunica com o IV 
ventrículo pelo aqueduto mesencefálico e com os ventrículos laterais pelos respectivos 
forames interventriculares. Além disso, essa cavidade ventricular é atravessada por uma 
“ponte” de substância cinzenta, a aderência intertalâmica. 
Ele possui um teto, um assoalho e quatro paredes: duas laterais, umaanterior e outra 
posterior. 
I. A parede lateral inferior e o assoalho do ventrículo são formados pelo hipotálamo; 
II. O teto do terceiro ventrículo é formado por uma fina camada de epêndima. 
III. As paredes laterais são formadas principalmente pela superfície medial dos dois 
tálamos. 
IV. A parede posterior, muito pequena, é formada pelo epitálamo. 
 
 
35 
 
Figura 20. Nas ilustrações estão destacados os ventrículos encefálicos (III ventrículo em vermelho). Na peça 
anatômica observa-se a aderência intertalâmica preservada. 
9.2. Tálamo 
 O tálamo, com comprimento de cerca de 3 cm, consiste de duas massas ovuladas de 
substância cinzenta, organizada em núcleos, com tratos de substância branca em seu 
interior. Em geral, uma conexão de substância cinzenta, chamada massa intermédia 
(aderência intertalâmica), une as partes direita e esquerda do tálamo (ver figuras 21 e 22). A 
maior parte dos núcleos do tálamo possui conexões recíprocas com o córtex através dos 
feixes de fibras denominado de radiações talâmicas, que fazem parte da cápsula interna. 
A extremidade anterior de cada tálamo apresenta uma eminência, o tubérculo anterior 
do tálamo. A extremidade posterior, consideravelmente maior que a anterior, apresenta uma 
grande eminência, o pulvinar, que se projeta sobre os corpos geniculados lateral e medial 
(núcleos talâmicos da via óptica e auditiva, respectivamente). O tálamo apresenta 4 faces: 
I. Face superior (porção lateral): faz parte do assoalho do ventrículo lateral, sendo 
revestido por epitélio ependimário; 
II. Face medial do tálamo: forma a parede lateral do III ventrículo; 
III. Face lateral do tálamo é separada do telencéfalo pela cápsula interna; 
IV. Face inferior do tálamo continua com o hipotálamo e o subtálamo. 
 
Figura 21. Ressonância magnética mostrando o encéfalo seccionado ao nível do tálamo (cor alaranjada). 
 
 
36 
9.3. Hipotálamo 
 O hipotálamo é uma área muito pequena (4g), apesar disso, por suas inúmeras e 
variadas funções, é uma das áreas mais importantes do sistema nervoso. 
É o principal centro do SNA (funcionamento dos sistemas viscerais), regulador da 
temperatura corporal, comportamento emocional, centros da fome, da sede, do sono, da 
vigília, importante centro de controle hormonal. Ele se dispõe nas paredes do III ventrículo e, 
além disso, compreende as seguintes estruturas: 
I. Quiasma óptico (estrutura em formato de X formada pelo encontro dos dois nervos 
ópticos); 
II. Túber cinéreo (onde se prende a hipófise por meio do infundíbulo); 
III. Infundíbulo (estrutura em forma de funil que se prende ao túber cinéreo); 
IV. Corpos mamilares (duas eminências arredondadas). 
 
Figura 22. Hipotálamo e hipófise (secção sagital, vista medial). 
 
9.4. Epitálamo 
Localizado posteriormente ao III ventrículo e acima do sulco hipotalâmico. Seu 
elemento mais evidente é a glândula pineal, glândula endócrina de forma piriforme, ímpar, 
mediana e que produz a melatonina, substância atuante no ajuste do relógio biológico do 
corpo. Além da glândula pineal, o epitálamo é formado pelo trígono da habênula (situado 
entre o tálamo e a glândula pineal) e pela comissura posterior (feixe de fibras que marca o 
limite entre o mesencéfalo e diencéfalo). 
 
37 
 
Figura 23. Epitálamo, comissura posterior e trígono das habênulas (vistas medial e posterior). 
9.5. Subtálamo 
 Compreende a zona de transição entre o diencéfalo e o mesencéfalo, localiza-se 
abaixo do tálamo, sendo limitado lateralmente pela cápsula interna e medialmente pelo 
hipotálamo, porém é de difícil visualização nas peças de rotina. O subtálamo apresenta 
formações de substância branca e cinzenta, sendo o mais importante o núcleo subtalâmico, 
que constitui um centro de associação da motricidade. 
 
Figura 24. Núcleos subtalâmicos (corte frontal). 
 
9.6. Metatálamo 
I. Corpo geniculado medial: aferência do braço do colículo inferior e eferência para o 
córtex auditivo primário, portanto relacionado com a audição. 
 
38 
II. Corpo geniculado lateral: recebe aferências do trato óptico e emite projeções para o 
córtex visual primário, relaciona-se com visão. 
 
Figura 25. Ilustração e fotografia do tronco encefálico humano e parte do diencéfalo (vista póstero-lateral). 
Superiormente, notam-se os tubérculos posteriores (pulvinar) do tálamo dorsal, assim como estruturas do 
metatálamo (corpos geniculados lateral e medial). Abaixo dessas estruturas são mostrados os colículos 
superiores e inferiores no teto do mesencéfalo. 
 
10. ANATOMIA MACROSCÓPICA DO MESENCÉFALO 
O mesencéfalo é a última parte do tronco encefálico e está situado acima da ponte e 
embaixo do diencéfalo. É, portanto, uma região de transição entre estruturas pares 
(diencéfalo e telencéfalo) e estruturas ímpares (tronco encefálico); talvez por isso sua face 
anterior apresente estruturas pares e sua face posterior, estruturas ímpares. Além disso, o 
mesencéfalo é atravessado por um canal, o aqueduto mesencefálico (que une o III com o IV 
ventrículo). 
 
Figura 26. Mesencéfalo em azul. 
 
Através de um corte transversal do mesencéfalo observamos que o mesencéfalo é 
dividido nas seguintes partes: 
 
39 
I. Teto: compreende a parte dorsal ao aqueduto mesencefálico; onde se encontram os 
colículos superiores (relacionados com os órgãos da visão) e colículos inferiores 
(relacionados com a audição). Esses colículos podem ser visualizados na figura 
abaixo; 
 
Figura 27. Colículos superiores e inferiores. 
II. Pedúnculos cerebrais: compreende a parte ventral ao aqueduto mesencefálico e é 
dividido nas duas porções descritas a seguir, que são separadas por uma área escura 
(a substância negra – formada por neurônios pigmentados sintetizadores de 
dopamina): 
a. Tegmento: parte posterior; ocupado em grande parte pelo núcleo rubro, um centro 
relacionado à motricidade somática extrapiramidal. 
b. Base do pedúnculo: parte anterior; corresponde à substância branca, devido a sua 
formação por fibras descendentes do trato córtico-espinal. 
 
Figura 28. Secção transversal do mesencéfalo. 
 
 
 
 
 
 
40 
11. ANATOMIA MACROSCÓPICA DO METENCÉFALO 
O metencéfalo é composto pela ponte e pelo cerebelo, sendo separados pelo IV 
ventrículo. 
11.1. Ponte 
 Ponte é a parte do tronco encefálico interposto entre o bulbo e o mesencéfalo. Ela é 
dividida em uma porção ventral ou base e uma porção dorsal ou tegmento. Ambas contêm 
fibras longitudinais e fibras transversais, porém na primeira estão presentes os núcleos 
pontinos (fazem conexão entre os córtices cerebral e cerebelar, participantes na 
coordenação do movimento), enquanto na segunda há os núcleos de alguns dos pares de 
nervos cranianos. 
 
Figura 29. Ponte. 
 
 As estruturas da ponte a serem visualizadas nas peças anatômicas são: 
I. Sulco basilar: uma depressão encontrada na parte ventral da ponte por onde passa a 
artéria basilar que irá irrigar o SNC. 
II. Braço da ponte ou pedúnculo cerebelar médio: formado pelas fibras originadas nos 
núcleos pontinhos que chegam ao cerebelo. 
 A parte dorsal da ponte não apresenta linha de demarcação com a parte dorsal do 
bulbo, constituindo ambas o assoalho do IV ventrículo. 
 
41 
 
Figura 30. Ponte em um vista anterolateral e em um corte sagital. 
 
11.2. Cerebelo 
O cerebelo fica situado dorsalmente ao bulbo e à ponte, contribuindo para a formação 
do teto do IV ventrículo. Liga-se à medula e ao bulbo pelo pedúnculo cerebelar inferior e à 
ponte e mesencéfalo pelos pedúnculos cerebelares médio e superior, respectivamente. 
Do ponto de vista fisiológico, o cerebelo difere fundamentalmente do cérebro porquefunciona sempre em nível involuntário e inconsciente, sendo sua função exclusivamente 
motora (equilíbrio e coordenação). É interessante ressaltar que ele recebe uma grande 
quantidade de informação a respeito dos objetivos e comandos associados à programação e 
execução do movimento, tanto que se projetam para dentro do cerebelo cerca de 40 vezes 
mais axônios do que para fora! 
Distingue-se no cerebelo uma porção ímpar e mediana, o vérmis, ligada a duas 
grandes massas laterais, os hemisférios cerebelares. A divisão do cerebelo em lóbulos não 
tem significado funcional e sua importância é apenas topográfica, por isso, não vamos tratar 
desse assunto nesta apostila. 
 
42 
 
Figura 31. Cerebelo em uma vista posterior e em um corte transversal visto de cima. 
 
A substância cinzenta está situada na periferia, chamada córtex cerebelar, e parte no 
centro constituindo alguns núcleos. A substância branca é central e forma, o corpo medular 
do cerebelo e os pedúnculos cerebelares. 
 
Figura 32. Cerebelo em corte sagital. O hemisfério esquerdo do cerebelo ajuda a controlar o lado esquerdo do 
corpo e o hemisfério direito o lado direito do corpo. 
 
 
 
43 
12. ANATOMIA MACROSCÓPICA DO MIELENCÉFALO 
O bulbo (ou medula oblonga) é a parte do tronco encefálico interposta ente a medula 
espinal e a ponte, já situada no interior do crânio. Como não se tem uma linha demarcando a 
separação entre medula espinal e bulbo, considera-se que o limite inferior está em um plano 
horizontal que corresponde ao nível do forame magno. O limite superior do bulbo se faz em 
um sulco horizontal visível no contorno deste órgão, o sulco bulbo-pontino. 
A superfície do bulbo é percorrida por sulcos paralelos que se continuam na medula e 
que delimitam as faces anterior (ventral), lateral e posterior (dorsal). 
I. Face ventral: nela é encontrada a fissura anterior, que se estende ao longo de toda a 
medula e termina na borda inferior da ponte. De cada lado da fissura mediana há a 
pirâmide, que é uma eminência alongada formada por feixe compacto de fibras 
descendentes córtico-espinais (trato piramidal). Na parte caudal do bulbo, as fibras 
deste trato cruzam o plano mediano e constituem a decussação das pirâmides – por 
isso o córtex motor esquerdo controla a porção direita do corpo, enquanto o córtex 
motor direito controla a porção esquerda. 
 
II. Face lateral: está localizada entre os sulcos lateral anterior e lateral posterior. 
Observam-se nessa região duas eminências ovais, as olivas, formadas por uma 
grande quantidade de substância cinzenta. 
 
III. Face posterior: delimitada pelos sulcos mediano posterior e lateral posterior. Nessa 
área encontra-se a continuação dos fascículos grácil (medialmente) e cuneiforme 
(lateralmente) da medula espinal, também separados pelo sulco intermédio posterior. 
Estes terminam em núcleos que formam eminências, os tubérculos, ambos com o 
nome do fascículo correspondente. Em virtude do IV ventrículo, os tubérculos grácil e 
cuneiforme se afastam lateralmente como dois ramos de um "V" e gradualmente 
continuam para cima com o pedúnculo cerebelar inferior. 
 
 
44 
 
Figura 33. Bulbo (vistas anterolateral e posterior). 
 
12.1. IV VENTRÍCULO 
Depressão ampla e rasa em forma de losango, na superfície dorsal do tronco 
encefálico, por baixo do cerebelo. Continua caudalmente com o canal central do bulbo e 
cranialmente com o aqueduto mesencefálico. Ver figura 17. 
O IV ventrículo apresenta três orifícios que o comunicam com o espaço 
subaracnóideo: dois laterais (aberturas laterais) e um inferior (abertura mediana). Como os 
demais ventrículos, ele é revestido por epêndima e possui plexo corioide, portanto produz 
líquido cefalorraquidiano. 
 
 
 
 
 
45 
13. SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO 
 A divisão autônoma do sistema nervoso (sistema nervoso visceral) consiste em fibras 
motoras (fibras eferentes viscerais) que estimulam o músculo liso (involuntário), o músculo 
cardíaco modificado (o complexo estimulante do coração) e as células glandulares 
(secretoras). Entretanto, como as fibras aferentes viscerais também têm um papel no 
controle da função visceral – componente aferente dos reflexos autônomos e condução de 
impulsos viscerais –, alguns autores as consideram parte do SNA. 
 Ao contrário da inervação motora somática, no SNA a condução de impulsos do SNC 
para o órgão efetor envolve uma série de dois neurônios. O corpo celular do neurônio pré-
sináptico (pré-ganglionar) está localizado na substância cinzenta do SNC. Seu axônio faz 
sinapse apenas no corpo celular de um neurônio pós-sináptico (pós-ganglionar). Os corpos 
celulares desses segundos neurônios estão localizados fora do SNC, nos gânglios viscerais, 
com fibras terminando no órgão efetor. 
13.1. DIVISÃO DO SNA 
13.1.1. PARTE SIMPÁTICA (TORACOLOMBAR) DO SNA 
Localização dos corpos celulares dos neurônios pré-sinápticos: colunas intermédias (direita 
e esquerda). Estas fazem parte da substância cinzenta dos segmentos torácico (T1-T12) e 
lombar superior (L1-L2 ou L3) da medula espinal – por isso o nome “toracolombar”. 
Localização dos corpos celulares dos neurônios pós-sinápticos: gânglios paravertebrais e 
pré-vertebrais. 
a) Gânglios paravertebrais: formam os troncos simpáticos direito e esquerdo de cada lado da 
coluna vertebral e estendem-se praticamente pelo comprimento dessa coluna. 
b) Gânglios pré-vertebrais: localizados ao redor das raízes dos principais ramos da aorta 
abdominal. 
 
46 
 
Figura 34. Vista lateral (direita) mostrando os troncos simpáticos. 
 
13.1.2. PARTE PASSIMPÁTICA (CRANIOSSACRAL) DO SNA 
Localização dos corpos celulares dos neurônios pré-sinápticos: em duas regiões do SNC, 
por isso o nome “craniossacral”. 
a) Parte cranial parassimpática: na substância cinzenta do tronco encefálico, as fibras saem 
nos nervos cranianos III, VII, IX e X. 
b) Parte pélvica parassimpática: na substância cinzenta dos segmentos sacrais da medula 
espinal (S2-S4), as fibras saem nos nervos espinais sacrais que originam os nervos 
esplâncnicos pélvicos. 
Localização dos corpos celulares dos neurônios pós-sinápticos: dentro ou sobre a estrutura 
inervada (parte pélvica) e em gânglios distintos (parte cranial). 
Quanto à atuação do SNA parassimpático e simpático, é mais correto afirmar que 
estas duas divisões do sistema autônomo trabalham de forma coordenada, ou seja, em 
algumas situações eles agem de forma sinérgica e em outras atuam reciprocamente, no que 
se refere ao controle da atividade visceral. 
Uma importante característica anatômica do sistema simpático é ter as fibras pré-
ganglionares bastante curtas em comparação com as fibras pós-ganglionares. 
 
47 
 
Figura 35. Efeitos da estimulação simpática e parassimpática. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
48 
14. SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO 
 Como dissemos anteriormente, o sistema nervoso periférico é constituído dentre 
outros componentes, pelos nervos cranianos e espinais. Os nervos espinhais se originam na 
medula e os cranianos no encéfalo. 
Durante o seu trajeto, os nervos podem se bifurcar ou se anastomosar. Nestes casos 
não há bifurcação ou anastomose de fibras nervosas, mas apenas um reagrupamento de 
fibras que passam a constituir dois nervos ou que se destacam de um nervo para seguir 
outro. 
14.1. NERVOS ESPINAIS 
 São aqueles que fazem conexão com a medula espinal e são responsáveis pela 
inervação do tronco, dos membros superiores e partes da cabeça. São ao todo 31 pares, 
porém, contam-se 33 pares se considerados os dois pares de nervos coccígeos vestigiais – 
que não têm significado funcional. São, portanto, 8pares de nervos cervicais, 12 torácicos, 5 
lombares, 5 sacrais e 1 coccígeo. 
 Cada nervo espinal é formado pela união das raízes dorsal (sensitiva) e ventral 
(motora) que corresponde ao chamado tronco nervoso. Os troncos nervosos (31), ao saírem 
de cada espaço intervertebral, dividem-se em dois ramos: um anterior mais volumoso e um 
posterior menor. Estes ramos posteriores são mistos, isto é, conduzem fibras sensitivas e 
motoras. 
O destino desses ramos posteriores é o dorso tanto para sensibilidade da pele e músculos 
como para motricidade dos músculos do dorso. Os ramos anteriores podem se entrecruzar 
formando plexos ou seguirem diretamente para as regiões a que se destinam. 
Os plexos são: Cervical, Braquial, Lombar e Sacral, alguns autores descrevem os 
plexos lombar e sacral conjuntamente (plexo lombossacral). 
14.1.1. PLEXO CERVICAL 
 É formado pelos ramos anteriores dos 4 primeiros troncos nervosos cervicais (C1, C2, 
C3 e C4). Esses ramos se reúnem para formar 3 alças (C1+C2; C2+C3; C3+C4), que vão 
inervar alguns músculos do pescoço, o diafragma e áreas da pele na cabeça, pescoço e 
tórax. 
14.1.2. PLEXO BRAQUIAL 
 
49 
 O membro superior é inervado pelo plexo braquial situado no pescoço e na axila. 
Esse plexo é formado pelos ramos anteriores dos 4 últimos troncos cervicais (C5, C6, C7, 
C8) e pelo primeiro tronco torácico (T1). 
C5 e C6 formam o tronco superior; C7 forma o tronco médio; e C8 e T1 formam o 
tronco inferior. Os três troncos dividem-se em dois ramos, um anterior e um posterior, que 
formam os fascículos. Os ramos anteriores dos troncos superior e médio formam o fascículo 
lateral; o ramo anterior do tronco inferior forma o fascículo medial; e os ramos posteriores 
dos três troncos formam o fascículo posterior. Em seguida, os fascículos se subdividem nos 
ramos terminais do plexo braquial. O esquema do diagrama abaixo representa como é 
formado o plexo braquial. 
 
Diagrama 5. Plexo braquial. 
 
14.1.3. PLEXO LOMBAR 
Esse plexo está situado na parte posterior do músculo psoas maior, anteriormente 
aos processos transversos das vértebras lombares. É formado pelos ramos anteriores do 1º 
ao 4º troncos lombares (acrescido de um ramo de T12). 
Os nervos do plexo lombar são responsáveis pela sensibilidade e motricidade das 
seguintes partes: 
I. Sensibilidade: parte inferior do abdome; partes superior, anterior, lateral e medial da 
coxa; genitais externos; e medial da perna e do pé. 
II. Motricidade: músculos da parede abdominal; músculo cremaster; músculos anteriores 
e mediais da coxa. 
 
50 
14.1.4. PLEXO SACRAL 
Os ramos ventrais dos nervos espinhais sacrais e coccígeos formam os plexos sacral 
e coccígeo. A organização do plexo sacral é bastante elementar e simples. O plexo sacral é 
formado pelo tronco lombossacral (união do ramo de L4 e L5), ramos ventrais do primeiro ao 
terceiro nervos sacrais e parte do quarto, com o restante do último unindo-se ao plexo 
coccígeo. 
Os nervos do plexo sacral são responsáveis pela sensibilidade e motricidade das 
seguintes partes: 
I. Sensibilidade: região inferior da região glútea; posterior da coxa; parte dos genitais 
externos e região anal; regiões anterolateral e posterior da perna; plantar e dorsal do 
pé. 
II. Motricidade: músculos da região glútea; músculos abdutores, extensor e da região 
posterior da coxa; músculos das regiões anterior, posterior e lateral da perna; 
músculos das regiões dorsal e plantar do pé. 
 
14.1.5. PLEXO COCCÍGEO 
 O plexo coccígeo é formado por um pequeno ramo descendente do ramo ventral do 
quarto nervo sacral, por ramos ventrais do quinto nervo sacral e pelo nervo coccígeo. Esse 
plexo inerva a pele da região do cóccix. 
 
14.2. NERVOS CRANIANOS 
Nervos cranianos são os que fazem conexão com o encéfalo. Os 12 pares de nervos 
cranianos recebem uma nomenclatura específica, sendo numerados em algarismos 
romanos, de acordo com a sua origem aparente, no sentido craniocaudal. 
De acordo com o componente funcional, os nervos cranianos podem ser classificados 
em motores, sensitivos e mistos. As fibras motoras ou eferentes dos nervos cranianos 
originam-se de grupos de neurônios no encéfalo, que são seus núcleos de origem. Os 
nervos cranianos sensoriais ou aferentes originam-se dos neurônios situados fora do 
encéfalo, agrupados para formar gânglios ou situados em periféricos órgãos dos sentidos. 
Os motores (puros) são os que movimentam o olho, a língua e acessoriamente os 
músculos póstero-laterais do pescoço. São eles: III (oculomotor); IV (troclear); VI 
(abducente); XI (acessório); XII (hipoglosso). 
 
51 
Os sensoriais (puros) destinam-se aos órgãos dos sentidos. Os sensoriais são: I 
(olfatório); II (óptico); VIII (vestibulococlear). 
Os mistos (motores e sensitivos) são em número de quatro: V (trigêmeo); VII (facial); 
IX (glossofaríngeo); X (vago). 
Cinco deles ainda possuem fibras vegetativas, constituindo a parte crânica periférica 
do sistema autônomo. São os seguintes: III (oculomotor); VII (facial); IX (glossofaríngeo); X 
(vago); XI (acessório). 
 
Figura 36. Nervos da cabeça e pescoço em esqueleto transparente. 
 
 
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Figura 37. Nervos cranianos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
Livros/ apostila: 
DANGELO, J. G.; FATTINI, C. A. Anatomia humana básica. 5.ed. Rio de Janeiro: Atheneo, 2002. 
GARTNER, L. P. & HIATT, J. L. Tratado de Histologia em Cores. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2003. 
MACHADO, A. B. M. Neuroanatomia funcional. 2.ed. Rio de Janeiro: Atheneo, 2002. 
MOORE, Keith ; DALEY, Arthur. Anatomia Orientada para a Clínica. 5 ed. Guanabara Koogan, 2007 
MOORE, Keith L.; PERSAUD, T. V. N. Embriologia básica. 5. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2000. 
NETTER, F.H. Atlas Interativo de anatomia humana. 3 ed, Artmed, 1999. 
WAFAE, Nader. Apostila de Neuroanatomia. 2007. 
 
Endereços eletrônicos: 
AULA DE ANATOMIA. Disponível em: <http://www.auladeanatomia.com/> 
F. Y. NERVOUS SYSTEM. Disponível em: <http://fuckyeahnervoussystem.tumblr.com/archive> 
GALERIAS. Disponível em: <http://www.fmrp.usp.br/lnn/novo/galeria.php?IdGaleria=14> 
NEUROANATOMIA MÉDICA. Disponível em: <http://www.neuro.unb.br/apresent.htm> 
SCIENCE PHOTO LIBRARY. Disponível em: <http://www.sciencephoto.com/images> 
VISUALS UNLIMITED. Disponível em: <http://www.visualsunlimited.com/>

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