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Pratica Simulada IV C05

Prévia do material em texto

Av. Fued José Sebba n. 1.184 Jardim Goiás – CEP: 74.805-100 – Goiânia - GO 
 
 
 
ATIVIDADE DE PRÁTICA JURÍDICA – CASO 01 
Caso apresentado 
Tendo como base a inicial em anexo. Elabore a contestação correspondente. 
 
Observações: 
A peça processual deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados 
para dar respaldo à pretensão 
 
Valor da atividade: 10,0 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESCOLA DE DIREITO E RELAÇÕES INTERNACIONAIS 
CURSO DE DIREITO 
NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS 
DISCIPLINA: JUR 1044 PRÁTICA JURÍDICA IV TURMA: 
PROFESSORA: ______________________________________________________ 
Data: ________/ ______/_____ 
EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ 
VARA CÍVEL DO FORO REGIONAL DO PINHAL – RS 
 
 
REFERÊNCIAS : 
Esta Peça : Petição Inicial 
Ação : Ação de Indenização 
Autor : Catiane Borth Palaoro 
Requerido : Ecosul – Empresa Concessionária de Rodovias do Sul S.A 
 
 
 
 
 
 
 
CATIANE BORTH PALAORO, brasileira, solteira, meretriz 
portadora do RG nº 1234567 SSP/RS e inscrito no CPF sob o nº 012.345.678-
90 (Doc. 01), e-mail catianemeretriz@gmail.com, residente e domiciliada na 
Rua das meretrizes, nº 69, Setor Sudoeste, CEP 98345-000, Pinhal- RS, por 
seus advogados, com endereço profissional na Av. Fued José Sebba, 1184 – 
Jardim Goiás, Goiânia – GO, CEP 74805-100, que estes subscrevem 
mediante procuração anexa (Doc. 01), vem à douta presença de Vossa 
Excelência, com fundamento no artigo 186 e 927 ambos do Código Civil e no 
art. 5º, V, da Constituição Federal, propor a presente: 
 
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO 
 
em face de ECOSUL – Empresa Concessionária de Rodovias do Sul S.A, 
pessoa jurídica de direito privado, com sede na Rodovia BR 116 – KM 511 
CEP 96070560, Bairro Retiro, Pelotas – RS, CNPJ nº 02511048000190, pelas 
razões de fato e de direito que passo a expor: 
1 – RESUMO DOS FATOS 
 
O presente feito visa a indenização de danos materiais e morais, 
proposta por Catiane Borth Palaoro em face da concessionária Ecosul. 
Na tarde do dia 25/09/2017, por volta das 15h00, a Autora, 
voltando para casa após uma tarde exaustiva de trabalho, trafegava na rodovia 
RS-323, em seu veículo da marca Land Rover, modelo Evoque Prestige (SUV), 
cor Branca, placa POP-0800, em velocidade permitida pela via, fora 
surpreendida por uma jaguatirica e, num movimento repentino e desesperador, 
desviou do animal. 
Entretanto, na tentativa de desviar do animal, a Autora invadiu a 
pista contrária e perdeu a direção do veículo, colidindo bruscamente com uma 
caminhonete modelo D20, marca Chevrolet, placa TRX-6666, que trafegava em 
sentido contrário. De acordo com o laudo de perícia veicular (Doc. 02), restou 
comprovada a perda total do SUV. 
Insta salientar que na rodovia não há passagem de fauna, ou se 
quer proteção de segurança para animais. 
O SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi 
acionado para prestar socorro às vítimas. 
Segundo laudo de exame de corpo delito (Doc. 03), a autora teve 
politraumatismos. Ressalta-se que o motorista da caminhonete não se feriu. 
Eis o resumo dos fatos. 
 
2 – DA LEGITIMIDADE PASSIVA 
 
A concessionária por hora chamada a presente exordial, possui 
clara responsabilidade civil diante dos fatos narrados. Sua concessão decorre 
de ato público caracterizado como a concessão de serviço público por 
delegação da exploração das rodovias à iniciativa privada. 
A responsabilidade da concessionária de serviço público é 
objetiva, nos termos do art. 37, §6º da Constituição Federal, que dispõe: 
 
 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos 
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 
(...) 
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito 
privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos 
danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, 
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos 
casos de dolo ou culpa. (Grifou-se) 
 
A jurisprudência é pacífica no sentido de que a concessionária é 
responsável pela reparação dos danos provocados por animais existentes às 
margens das rodovias concedidas. Assim temos: 
 
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR 
DANOS MORAIS E MATERIAIS. LEGITIMIDADE PASSIVA. 
ACIDENTE DE TRÂNSITO. ANIMAL NA PISTA. CONCESSIONÁRIA 
DE SERVIÇO PÚBLICO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. DANO E 
NEXO CAUSAL DEMONSTRADOS. OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR 
EXISTENTE. QUANTUM. RECURSO ADESIVO. 
INTEMPESTIVIDADE. NÃO CONHECIMENTO. 
I - A legitimidade ad causam deve ser analisada com base nos 
elementos da lide, à luz da situação afirmada da demanda, 
relacionando-se com o próprio direito de ação, autônomo e 
abstrato. 
II - A responsabilidade da concessionária de serviço público é 
objetiva, nos termos do art. 37, §6º da Constituição Federal, e art. 
14, do Código de Defesa do Consumidor, ou seja, a obrigação de 
indenizar prescinde da comprovação do elemento subjetivo 
(culpa ou dolo). 
III - Comprovados o dano e o nexo causal, a procedência da ação é 
medida que se impõe. 
IV - Consoante entendimento uníssono da jurisprudência pátria, a 
indenização por danos morais não deve implicar em enriquecimento 
ilícito, tampouco pode ser irrisória, de forma a perder seu caráter de 
justa composição e prevenção, devendo, in casu, ser mantida. 
V - Intempestivo é o recurso adesivo interposto depois de transcorrido 
o prazo estabelecido no art. 508 do Código de Processo Civil. 
 
 (TJMG - Apelação Cível 1.0015.12.003796-3/001, Relator(a): 
Des.(a) Leite Praça , 17ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 
20/02/2014, publicação da súmula em 07/03/2014) (Grifou-se) 
 
Diante disso, claro é a legitimidade da Ecosul S/A em figurar 
como polo passivo desta demanda. 
 
 
 
 
 
3 - DO DIREITO 
 
 
3.1 –DA RESPONSABILIDADE CIVIL DA CONCESSIONÁRIA 
 
 
Com base nas exposições fáticas e periciais restou evidenciado a 
falta de zelo da concessionária Ecosul, esta que deixou de cumprir com o seu 
dever natural de proteger o seu usuário. Conforme laudos anexados, a 
empresa se absteve de construir na rodovia as proteções necessárias para 
aquele que trafega não sofrer o tipo de dano conforme o acima relatado. 
Nesse sentido, segue o entendimento de uma pesquisa feita pela 
USP mostrando a importância das passagens de fauna para a redução do 
número de atropelamentos de animais silvestres nas estradas: 
 
“Na rodovia SP-225, o atropelamento das capivaras em 2008 foi de 
62,5% do total de espécies de mamíferos de médio e grande porte, é 
após a duplicação entregue em fevereiro de 2008 com as novas 
passagens, o atropelamento caiu para 33%, em 2009 e 25,3% em 2010. 
Esses dados apontam possivelmente para a efetividade das passagens 
de fauna, principalmente da PIF-118, na diminuição dos atropelamentos 
da espécie, automaticamente diminuindo o risco do usuário em se 
envolver em acidentes...”(ABRA, Fernanda Delborgo. Monitoramento 
e Avaliação das passagens inferiores de fauna presentes na 
rodovia SP-225 no município de Brotas, São Paulo. São Paulo: 
USP, 2012. f. 54 Tese de Mestrado em ecologia de ambientes 
aquáticos e terrestres, Instituto de biociência da universidade de São 
Paulo, USP, São Paulo, 2012.) (Grifou-se) 
Sendo essa matéria tutelada pelo código do consumidor, há a 
possibilidade de reparação dos danos causados por defeitos decorrentes da 
má prestação do serviço, ficando responsável a empresa independentemente 
de culpa obrigada a pagar os prejuízoscausados pelo incidente. Segue o 
compilado do artigo 14 do código de defesa do consumidor: 
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da 
existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos 
consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem 
como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição 
e riscos. (Grifou-se) 
Observando-se então a falta de resguardo por parte da concessionária 
e de acordo com o laudo de estradas realizado após o acidente (Doc.04), 
constatou-se que em um raio de 200 km não existe nenhuma passagem 
subterrânea para animais de médio porte. Sendo assim, impossível controlar o 
fluxo de semoventes na massa asfáltica, evidenciando ainda mais a 
responsabilidade da empresa. Nesse sentido entende o tribunal de justiça do Rio 
Grande do Sul: 
APELAÇÃO CÍVEL. DANO MATERIAL. RESPONSABILIDADE 
OBJETIVA DA CONCESSIONÁRIA DE RODOVIA POR ACIDENTE 
CAUSADO POR ANIMAL NA PISTA. RELAÇÃO DE CONSUMO. 
DANO MATERIAL. Responsabilidade objetiva da concessionária de 
serviço público delegado - art. 37, § 6º, da CF. Legitimidade passiva 
para figurar no pólo passivo da ação em que o autor busca a 
reparação do dano material decorrente de atropelamento de animal 
solto na pista de rolamento de rodovia sob concessão. De outro 
ângulo, a relação entre a concessionária de rodovias e o usuário do 
serviço é tipicamente de consumo. A responsabilidade civil, por 
conseqüência, é objetiva e igualmente tem previsão no art. 14, 
caput, do CDC, somente podendo ser afastada quando 
comprovado que o defeito inexiste ou que o dano decorreu de 
culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. Conjunto 
probatório a evidenciar a má-prestação do serviço, 
consubstanciada na falta de zelo e de fiscalização por parte da 
concessionária. Acidente que se verificou em local de risco, onde, 
segundo a prova testemunhal, é usual a presença de animais soltos, 
sem que a concessionária adote as providências cabíveis. Dever de 
reparar o dano material suportado pelo autor. Validade dos 
orçamentos que acompanharam a inicial, porque coerentes entre si 
e com os danos constatados no veículo. APELO DESPROVIDO. 
(Apelação Cível Nº 70055933188, Décima Segunda Câmara Cível, 
Tribunal de Justiça do RS, Relator: José Aquino Flôres de Camargo, 
Julgado em 12/09/2013) (Grifou-se) 
Em total consonância o Tribunal de Justiça do estado de São 
Paulo: 
RESPONSABILIDADE CIVIL. ACIDENTE DE TRÂNSITO. AÇÃO 
DE INDENIZAÇÃO JULGADA PARCIALMENTE PROCEDENTE. 
RESPONSABILIDADE OBJETIVA DA CONCESSIONÁRIA. 
ENTENDIMENTO DE QUE É DE CONSUMO A RELAÇÃO ENTRE 
USUÁRIO DE RODOVIA E CONCESSIONÁRIA, E QUE SUA 
RESPONSABILIDADE PERSISTE NOS CASOS DE ACIDENTES 
CAUSADOS PELA PRESENÇA DE ANIMAIS EM RODOVIAS SOB 
SUA CONCESSÃO. PRECEDENTES DO E. STJ. DANOS 
MATERIAIS COMPROVADOS. ELEVAÇÃO DA FIXAÇÃO DA 
CONDENAÇÃO POR DANOS MORAIS. CORREÇÃO MONETÁRIA 
CONTADA DA DATA DA R. SENTENÇA, NOS TERMOS DA 
SÚMULA 362 DO E. STJ. SENTENÇA REFORMADA EM PARTE. 
Recurso de apelação da ré improvido e parcialmente provido o 
recurso adesivo do autor.(TJ-SP - APL: 00479044120098260506 SP 
0047904-41.2009.8.26.0506, Relator: Cristina Zucchi, Data de 
Julgamento: 30/09/2015, 34ª Câmara de Direito Privado, Data de 
Publicação: 06/10/2015) (grifo nosso) 
 
Assim, sendo esta matéria ratificada pelos tribunais, evidencia-se a 
relação objetiva da concessionária com o consumidor que sofre danos 
decorrente de acidentes originados por animais na pista, não podendo deixar 
de observar a falta de responsabilidade da Ecosul de expor seus clientes a 
situações de evidente risco de vida. 
 
 
3.2 – DO DEVER DE INDENIZAR 
 
Diante dos fatos e argumentos narrados acima, resta evidente a 
indenização por ora pretendia, nesse sentido o Código Civil de 
2002 estabelece que: 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência 
ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que 
exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
Tratando-se a acionada de concessionária de serviço público, a 
responsabilidade decorrente do acidente de trânsito, em razão do 
atropelamento de semovente na pista, é objetiva, pois diante do nexo de 
causalidade do fato fica comprovado o direito de indenizar. 
 
3.2.1 - Do dano material 
 
Entende-se por dano material tudo aquilo que afeta diretamente o 
patrimônio do ofendido. Dessa maneira, o Art. 5º, inciso V, da Magna Carta 
preleciona: 
V – “é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, 
além da indenização por dano material, moral ou à imagem;” 
Ademais, o Art. 927 do Código Civil de 2002 aponta: 
 
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica 
obrigado a repará-lo. 
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, 
independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou 
quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano 
implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. 
Após a verificação do laudo de perícia veicular (Doc.02), constatou-
se a perda total do SUV, não havendo a possibilidade de reparação dos 
danos do automóvel. 
Esse fato demonstra o prejuízo certo para a Autora, que possuía o 
referido veículo em perfeitas condições e, adiante da responsabilidade da 
Requerida, teve seu patrimônio dilapidado em R$170.000,00, conforme a 
Tabela Fipe acostada nos autos. (Doc. 06) 
O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul considera a seguinte o 
entendimento acerca da responsabilidade material da Concessionária: 
 
 
APELAÇÃO CÍVEL. DANO MATERIAL. RESPONSABILIDADE 
OBJETIVA DA CONCESSIONÁRIA DE RODOVIA POR 
ACIDENTE CAUSADO POR ANIMAL NA PISTA. RELAÇÃO 
DE CONSUMO. DANO MATERIAL. 
Responsabilidade objetiva da concessionária de serviço público 
delegado – art. 37, § 6º, da CF. Legitimidade passiva para 
figurar no pólo passivo da ação em que o autor busca a 
reparação do dano material decorrente de atropelamento de 
animal solto na pista de rolamento de rodovia sob concessão. 
De outro ângulo, a relação entre a concessionária de rodovias 
e o usuário do serviço é tipicamente de consumo. A 
responsabilidade civil, por conseqüência, é objetiva e 
igualmente tem previsão no art. 14, caput, do CDC, somente 
podendo ser afastada quando comprovado que o defeito 
inexiste ou que o dano decorreu de culpa exclusiva do 
consumidor ou de terceiro. 
Conjunto probatório a evidenciar a má-prestação do 
serviço, consubstanciada na falta de zelo e de fiscalização 
por parte da concessionária. Acidente que se verificou em 
local de risco, onde, segundo a prova testemunhal, é usual a 
presença de animais soltos, sem que a concessionária adote 
as providências cabíveis. 
Dever de reparar o dano material suportado pelo autor. 
Validade dos orçamentos que acompanharam a inicial, 
porque coerentes entre si e com os danos constatados no 
veículo. APELO DESPROVIDO. 
 
(TJ-RS – AC: 70055933188, Relator: José Aquino Flôres de 
Camargo, Data de Julgamento: 12/09/2013, Décima Segunda 
Câmara Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 
13/09/2013) (Grifou-se) 
 
Dessa maneira, encontra-se arrazoado o direito da Autora, tendo 
em vista que o acidente decorreu da omissão da Concessionária Ecosul 
LTDA. 
 
3.2.2 – Do dano moral 
 
O acidente sofrido pela Autora acarretou em diversos transtornos 
para si, visivelmente patrimoniais, conforme demonstrado anteriormente, 
como também morais, tendo em vista as fraturas sofridas na região da face e 
o trauma adquirido pelo episódio ocasionado pelo acidente em seu veículo. 
Nas imagens contidas no Doc.03, percebe-se a gravidade dos 
ferimentos sofridos pela Autora, principalmente na região do rosto. Sabe-se 
ainda, que a região facial e de suma importância para a boa apresentação 
pessoal em qualquercircunstância, uma vez que a Requerente trabalha com 
a gestão de pessoas. 
No entendimento de Nelson Nery Jr em seus Comentários ao Código Civil, o 
dano moral é “aquele dano que se pode depois neutralizar com uma indenização de índole 
civil, traduzida em dinheiro, embora a sua própria configuração não seja material”. 
Consoante preceito inserto no artigo 5º, inciso X da Constituição 
Federal, ipsis litteris: 
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros 
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à 
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem 
das pessoas, assegurado o direito à indenização por dano 
material ou moral decorrente de sua violação.” [g. N.]. 
Na mesma linha, dispõem os artigos 186 e 927 do Diploma Civil Brasileiros, 
ora invocados: 
 
“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência 
ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que 
exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
 
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a 
outrem, fica obrigado a repará-lo.” 
 
Nesse sentido, o ato ilícito é conduta conflitante com o ordenamento pátrio. 
Violar direito é, via de regra, transgredir norma imposta. 
A conduta praticada pela Ecosul S/A., conforme dispositivos avocados, 
afrontou direito da Autora causando-lhe dano, o que, por conseguinte, carece de reparação. 
O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo já possui jurisprudência 
pacificada acerca da responsabilidade moral da concessionária: 
 
ACIDENTE DE VEÍCULO INDENIZAÇÃO IMPROCEDÊNCIA - 
REFORMA MOTOCICLETA QUE TRAFEGAVA PELA RODOVIA 
QUANDO SE DEPAROU COM ANIMAL MORTO NA PISTA DE 
ROLAMENTO RESPONSABILIDADE OBJETIVA DA 
CONCESSIONÁRIA QUE ADMINISTRA A RODOVIA OBRIGAÇÃO 
DE REPARAR OS DANOS MATERIAIS E MORAIS DO AUTOR 
DANOS MORAIS FIXADOS EM 40 (QUARENTA) SALÁRIOS 
MÍNIMOS DANOS MATERIAIS COMPROVADOS E DEVIDOS 
LUCROS CESSANTES NÃO COMPROVADOS - SEGURADORA 
LITISDENUNCIADA QUE RESPONDE ATÉ O TETO FIXADO NA 
APÓLICE PARA AS INDENIZAÇÕES PREVISTAS AÇÃO JULGADA 
PARCIALMENTE PROCEDENTE E LIDE SECUNDÁRIA 
PROCEDENTE. Apelação provida em parte. 
(TJ-SP - APL: 90000098220068260037 SP 9000009-
82.2006.8.26.0037, Relator: Jayme Queiroz Lopes, Data de 
Julgamento: 22/05/2014, 36ª Câmara de Direito Privado, Data de 
Publicação: 22/05/2014) (Grifou-se) 
Destarte, pode-se considerar como certo o dever de indenizar por parte da 
Concessionária, tendo em vista o dano moral indiscutível a que a Autora foi submetida. 
 
4 – PEDIDOS 
 
Pelos fatos e fundamentos narrados nesta exordial, requer: 
 
1 – Seja o Requerido citado no endereço apresentado na inicial, 
para querendo, apresentar resposta no prazo legal e comparecer em 
audiência a ser designada por este juízo; 
2 –Sejam os pedidos iniciais julgados procedentes, 
reconhecendo a existência de dano material e moral condenando o Requerido 
à obrigação de indenizar a Autora, no importe de R$ 170.000,00 (cento e 
setenta mil reais) do dano material, corrigidos monetariamente pelo IGP-M 
(Índice Geral de Preços do Mercado), desde o arbitramento, acrescidos de 
juros de mora em caso de inadimplência, mais o valor de R$10.000,00 (dez 
mil reais) referentes ao dano moral; 
3 – A condenação da ré ao pagamento das custas processuais e 
honorários advocatícios na forma da lei; na base de 20% sobre o valor da 
condenação, tudo com a devida atualização, nos termos do artigo 85, § 2º do 
CPC/15; 
 
Nos termos do artigo 425, IV, do CPC, os advogados da autora 
declaram autênticos todos os documentos juntados aos autos. 
 
A Autora pugna pela produção de provas, mais 
especificadamente, as documentais e a testemunhal, requerendo desde já a 
posterior juntada de novos documentos, nos termos do artigo 435 do CPC/15 
e a intimação das testemunhas arroladas. 
 
Dando à causa o valor de R$ 180.000,00 (Cento e oitenta mil 
reais). 
 
Nestes termos, pede deferimento. 
 
Pinhal, data da assinatura eletrônica. 
 
 
 
 
 
ADVOGADOS 
OAB 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ROL DE TESTEMUNHAS: 
1 – José Augusto Fountora, Médico Socorrista - Empregado pela 
Concessionária. 
2 – Beatriz Sousa Vieira, Advogada 
3 – Marcelo Alves, Ourives. 
 
Pede deferimento. 
 
Pinhal, data da assinatura eletrônica. 
 
 
 
ADVOGADOS 
OAB

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