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IMUNOLOGIA DP/ADAP Roteiro para estudo Profa. Dra. Karen Tiago dos Santos 1 Imunologia Objetivosdadisciplina Na disciplina de Imunologia serão estudados conceitos, componentes, funcionamento e ontogenia do Sistema Imune. Neste período será estudada a resposta imune Inata e Adaptativa com ênfase no estudo de células como mastócitos, macrófagos, células dendríticas e linfócitos, além disso, do sistema complemento, citocinas e outras moléculas responsáveis pelas interações do sistema imune. Ainda, haverá ênfase em Imunizações Ativas (Vacinas) e Passivas (terapias com anticorpos). Também será estudado as Doenças autoimunes e escape tumoral. Procedimentosparaaprendizagem: 1.Leia o material indicado com atenção e sintetize as explicações sobre cada uma das partes importantes dos textos. 2.Relacione os tópicos estudados suas definições e conceitos. 3.Procure aprofundar os tópicos utilizando a literatura recomendada e responda a lista de estudos. Você pode usar como material complementar para seus estudos, as apostilas de Imunologia dos professores da disciplina, além dos inúmeros livros de imunologia disponíveis nas bibliotecas da FMU. (http://www.biblioteca.fmu.br) Indicaçãodeleiturascomplementares: CALICH V, Imunologia, Ed. Revinter, 2 edição, 2009. ABBAS AK, Imunologia Celular & Molecular, Ed. Elsevier, 7 edição, 2012. MURPHY K, Imunobiologia de Janeway, Ed. Artmed, 8 edição, 2014. KINDT TJ, GOLDSBY RA, OSBORN BA, Imunologia de Kuby, Ed. Artmed, 6 edição, 2008. CUNHA J, KREBS LS, BARROS E, Vacinas e Imunoglobulinas, Ed. Artmed, 2009. PARHAM P, O sistema Imune, Ed. Artmed, 3 edição, 2011. 2 O que estuda-se em Imunologia ? A Imunologia é uma ciência, ramo da Biologia, que estuda o sistema imunológico, que é o responsável pela defesa do organismo contra elementos externos (vírus, bactérias, parasitas, agentes alérgicos, etc). 3 Sistema imunológico: o conjunto de células, tecidos e moléculas que são intermediários na resistência a infecções e elementos externos . Resposta imunológica: a reação coordenada dessas células e moléculas aos agentes invasores. Sistema Linfático • O sistema linfático é uma rede complexa de órgãos linfóides, ductos linfa ́ticos, tecido linfóide e um sistema vascular linfático que produzem e transportam o fluido linfático (linfa) dos tecidos para o sistema circulatório sanguíneo. • As principais estruturas são os o ́rgãos linfáticos: - Timo, bac ̧o, linfonodos e nódulos linfáticos, tecido linfóide difuso além do sistema vascular linfático. - Constituído também por células livres, como linfo ́citos, granulo ́citos e células do sistema mononuclear fagocita ́rio, existentes no sangue e na linfa. 4 Sistema Linfático O sistema linfático possui três funções interrelacionadas: (1) Drenagem dos fluidos intersticiais em excesso dos tecidos corporais, (2) Transporte da gordura e vitaminas absorvidas do trato gastrointestinal para o sistema circulatório (3) Proteção: ativação da resposta inflamatória e controle das infecções, produção de células imunes (como Linfócitos, monócitos, e células produtoras de anticorpos (plasmócitos). Sistema Vascular Linfático • Os vasos linfáticos conduzem a linfa dos capilares linfáticos para a corrente sanguínea. • Os Vasos passam através dos linfonodos, que contêm grande quantidade de linfócitos e atuam como filtros, confinando organismos infecciosos como bactérias e vírus. • Praticamente todos os tecidos do corpo possuem vasos linfáticos, com exceção do sistema nervoso central e medula óssea. • Os que não os tem, possuem os chamados pré-linfáticos. Linfa: liquido incolor, composição semelhante ao sangue, mas sem hemácias e plaquetas, e com abundantes leucócitos (linfócitos). Mistura de substâncias que são absorvidas dos epitélios e dos tecidos. 5 Órgãos linfóides centrais ou primários: Medula Óssea e Timo. Onde se diferenciam e maturam os linfócitos -Todas as células sanguíneas (linfócitos B e T são produzidos na medula óssea – composta de gordura e células-tronco) Os linfócitos B quando formados fazem maturação na Medula Óssea Os linfócitos T quando formados deixam a medula óssea e vão para o Timo para maturarem. 6 Órgãos linfóides periféricos ou secundários: Locais das respostas imunológicas Quando totalmente diferenciadas, as células B e T saem do tecido linfóide primário vão para locais de armazenamentos (órgõs linfóides secundários): • Baço, • Linfonodos ou gânglios linfáticos, Outros são armazenados nas: • Tonsilas (na garganta); Adenóides (no nariz); Apêndice ( no TGI); Placas de peyer (na parede intestinal) Órgãos Linfóides Periféricos ou Secundários Tecido reticular que favorece a concentração de antígenos e células , para otimizar a interação entre as células e o desenvolvimento da imunidade adquirida. • Filtram antígenos do sangue e da linfa; • Armazenam linfócitos T e B maduros (que migraram do Timo e Medula Óssea); • Armazenam células fagocíticas (APCs- células apresentadoras de antígenos) Linfonodos • Linfonodos, baço, tecidos linfóides associados; • Onde os linfócitos encontram os antígenos e onde se inicia a resposta imune – Estes tecidos estão conectados através dos vasos linfáticos - Linfa 7 Baço • Órgão abdominal • Principal órgão onde se produzem as respostas imunológicas (Ac) contra os antígenos transportados no sangue. • Função. – Sangue que entra no baço por uma cadeia de canais forrada de fagócitos (células de dendríticas e macrófagos), apanham antígenos e os concentra- polpa branca – Destruição de hemácias (polpa vermelha) Gânglios Linfáticos: Linfonodos - Pescoço, axilas,peito, abdômen,inguinal • Agregados ovóides de tecido linfóide localizados ao longo de canais linfáticos no corpo. – Transporta fluido chamado linfa dos epitélios, tecidos conjuntivos e da maioria dos órgãos é escoado por vasos linfáticos dos tecidos para os linfonodos. – A linfa é uma mistura de substâncias que são absorvidas nos epitélios e tecidos. – São os lugares onde se iniciam as respostas imunológicas adaptativas frente aos antígenos transportados pela linfa. Resposta Imune Inata (ou não-específica): ◦ Conjunto de sistemas bioquímicos celulares e humorais disponíveis contra infecções ◦ Não requer contato prévio com agente infeccioso ◦ Não gera memória imunológica Adaptativa (específica): ◦ Obtida durante a vida ◦ Altamente específica e requer contato prévio com um agente infeccioso para ser iniciada ◦ Confere memória protetora contra o mesmo agente Imunidade. Inata Imun. Adaptativa Especificid ade PAMPS (padrões moleculares associados a patógenos Reconhecem epitopos e podem reconhecer Ags não microbianos Receptores Diversidade Limitada PRR- receptores de reconhecimento de padrões. Codificado por diferentes segmentos gênicos que sofrem recombinação Distr. de Receptores Receptores idênticos em todas as cels da mesma linhagem Não clonal Clones de linf. com diferentes especificidades expressam diferentes receptores Próprio/não proprio Cels. próprias não são reconhecidas Baseia-se no reconhecimento próprio/não próprio IMUNIDADE INATA X ADAPTATIVA Primeira linha de defesa do organismo – com objetivo de controlar a infecção; Especificidade relativa para os microrganismos (antígenos)- reconhecimento de padrões de patógenos; Não há formação de memória imunológica; IMPORTANTE NA INDUÇÃO DA RESPOSTA ADAPTATIVA!! IMUNIDADE INATA - características IMUNIDADE INATA - COMPONENTES 1. Barreiras: Proteção contra a entrada/ invasão de novos patógenos: Ex.:Físicas, químicas, celulares, microbiota; 2. Sistema complemento: Ativação de um conjunto de proteínas com o objetivo de combater os agentes estranhos: Ex.: C3b, C5a; 3. Fagócitos e fagocitose: Reconhecem os patógenos como invasores, engolfam (fagocitam) e destroem. EX.: macrófagos, neutrófilos 4. Células natural Killer (NK): Combate de infecções virais e outras infecções 5. Inflamação (aguda): Orquestrada por diversos mediadores inflamatórios (ex.: citocinas), para resolução da lesão MECANISMOS DE DEFESA: 1) BARREIRAS Barreiras químicas Barreiras físicas/mecânicas Barreiras celulares Acidez estômago Moléculas solúveis (PLA) Enzimas antimicrobianas (Peptídeos α e β- defensinas) Mucosas (mucina) Pele Movimento do ciliar Células que detectam os produtos microbianos e estimulam o contra-ataque Proteínas- mediadores solúveis Complemento; citocinas; Proteínas de fase aguda Microbiota Sistema Imune Inato Lactobacilus vaginais – ácido lático 2) SISTEMA COMPLEMENTO É uma cascata enzimatica onde várias proteínas são proteases que se tornam ativadas somente após a quebra geralmente por outra protease específica; • 3 vias envolvidas: via classica, via da Lectina e via alternativa: •A via clássica: Iniciada pela presença do complexo de imunoglobulinas IgM ou IgG que leva a ativaçao de C1q; •Via da lectina: é iniciada pela ligação de proteinas ligadoras de carboidratos na superfície do patógeno como a lecitina ligadora de manose (MBL). •Via alternativa: ativada principalmente pela presença de C3b MEDIADORES – SISTEMA COMPLEMENTO - Geram proteínas ativadas: opsonização (C3b); - Pequenos fragmentos: quimioatraentes e ativam fagócitos; - Componentes finais da via: Lesão de bactérias por criação de poros na membrana Resultado da ativação do Sistema Complemento •C1q: - Se liga na superficie do patogeno ou em componentes como o ácido lipoteicoico de bactérias Gram+. Chave no reconhecimento por fagócitos •C3b: - Auxilia no ataque a membrana do patógeno (formando poros); - Age como opsonina (moléculas que facilitam a fagocitose; - Participa na formação de C5a (agente quimiotáxico que atrai fagócitos para o local da lesão) 3) FAGOCITOSE Etapas da Fagocitose: - reconhecimento (inata) (opsonização – C3b / IgG) - fixação - ingestão - fagossomo - fagolisossomo - morte ou degradação 4. Células NK- Natural Killer: São uma classe de linfócitos que respondem aos micro-organismos intracelulares destruindo células infectadas, e produzindo uma citocina que ativa os macrófagos ( INF-g). Linfócitos NK (do inglês Natural Killer): • São células de grandes com citoplasma rico em grânulos. • São parte do sistema imune inato, e atuam defendendo o organismo de tumores e células infectadas por vírus. • Têm a capacidade de reconhecer as células alvo e são ativadas por interferons (citocinas), libertando grânulos citotóxicos que destroem as células-alvo. 5. INFLAMAÇÃ0 Uma “simples”definição: ‘‘ Resposta protetora do organismo, cujo maior objetivo é remover o agente causador da agressão e reparar o tecido lesado” (Robbins pg. 51). INFLAMAÇÃO AGUDA X CRÔNICA Aguda (minutos, horas e dias) • Alterações no calibre vascular (vasodilatação); • Alterações da microcirculação (aumento da permeabilidade para proteínas plasmátivas); • Extravasamento de fluídos e proteínas (edema); • Migração celular (Polimorfonucleares - quimiotaxia). Crônica ou proliferativa (semana/anos) • Mononucleares, linfócitos e fibroblastos; • Regeneração/reconstrução da matriz conjuntiva; • Degeneração tecidual e fibrose MEDIADORES DO PROCESSO INFLAMATÓRIO Aminas vasoativas (ex.: histamina); Fatores do sistema complemento (ex.: C3a, C5a). Cininas (ex.: Bradicinina) Fator ativador de plaquetas (ex.: PAF) Citocinas / Quimiocinas Metabólitos do ácido araquidônico (eicosanóides) prostaglandinas, prostaciclina, leucotrienos, e tromboxano INFLAMAÇÃ0 AGUDA: MIGRAÇÃO CELULAR • Citocinas: • Todas as citocinas são pequenas proteínas ou peptídeos, algumas contendo moléculas de açúcar ligadas (glicoproteínas). • Mediadoras nas reações imunológicas e inflamatórias. • Macrófagos e outras células secretam proteínas, as citocinas, que são intermediárias em muitas reações celulares da imunidade inata. • Chamada por convenção de Interleucina por serem produzidas por leucócitos e atuarem em leucócitos. As diferentes citocinas podem ser enquadradas em diversas categorias: • Interferons (IFN), • Interleucinas (IL), • Fator estimulador de colônias (CSF), • Fator de necrose tumoral (TNF), • Fator de transformação de crescimento (TGF). INFLAMAÇÃ0 AGUDA: MIGRAÇÃO CELULAR Dependente da: - Ativação celular (células endoteliais e sangúineas); - Consequente aumento da expressão de moléculas de superfície celular - adesão (ex.: selectinas, integrinas, molécular de adesão [CAMs]) e moléculas solúveis; - Quimiotaxia (quimiocinas ex.: IL-8 e C5a); INFLAMAÇÃ0 AGUDA: MIGRAÇÃO CELULAR A migração celular é controlada por moléculas de adesão de superfície do endotélio vascular que interagem com as moléculas de adesão dos leucócitos. Etapas da diapedese - Rolamento: O leucócito circulante reduz o rolamento e interagem com as moléculas de adesão do endotélio. - Fixação: O leucócito se fixa ao endotélio (interação entre as integrinas do leucócitos e moléculas de adesão da célula epitelial [CAM]) - Diapedese: Processo pelo qual as células migram através do endotélio para o tecido. Migração pelas junções celulares. - Migração: Após a diapedese a célula que migrou dos vasos para o tecido, vai para o local da inflamação por quimiotaxia. Antes da FAGOCITOSE….. Reconhecimento (inata): (opsonização – C3b / IgG) - fixação - ingestão - fagossomo - fagolisossomo - morte ou degradação Opsonização: C3b e IgG Como o Sistema imunológico inato reconhece os micro-organismos? Fagócitos reconhecem e ingerem os microorganismos para que sejam destruídos através de receptores na sua superfície que são específicos para produtos microbianos . SISTEMA EVOLUTIVO DE RECONHECIMENTO DO PATÓGENO Bactérias AC. Lipoteicoico 1. PAMPs: Padrões Moleculares Associados ao Patógeno • Produzidos somente por patógenos e não pelo hospedeiro; • Invariaveis entre microrganismos de uma mesma classe; • Essenciais para a sobrevivência do patógeno Ex.: LPS, acido lipoteicoico, zimozan, flagelina etc 2. PRRs: Receptores de Reconhecimento dos Padrões • Atuam na opsonização, ativação do complemento; • Indução de resposta inflamatória; • Fagocitose; • Apoptose Ex.: Receptores do tipo toll (TLR) IMUNIDADE INATA - RECONHECIMENTO IMUNIDADE ADAPTATIVA QUAL A RAZÃO DE TAMANHA ESPECIFICIDADE??? Ativação de células com ação antígeno-específica; Transporte dos antígenos para os órgãos linfóides; Reconhecimento por linfócitos virgens; Expansão clonal e diferenciação em células efetoras; Geração de células de memória e anticorpos. • Imunidade Adaptativa (Adquirida) – Desenvolve-se durante a vida do indivíduo – Confere imunidade específica – Tem memória – Pouco eficaz sem a resposta inata – Usa componentes celulares e humorais – Imunidade ativa – Imunidade passiva (transferência de anticorpos entre pessoas) • Células envolvidas: • Fagócitos: Macrófagos e células dendríticas: Capturam os microorganismos invasores por fagocitose - Linfócitos: Derivam de células precursoras na medúla óssea. Após liberados no sangue amadurecem e residem nos tecidos linfóides: ex.: Linfonodo e baço. - Nos órgão linfóides, detectam, interceptam e identificam protéinas estranhas que lhe são apresentadas pelas células apresentadoras deantígenos (APC. Ex.: macrófago) • LINFÓCITO B: Maturação na medula óssea: Produzem anticorpos • LINFÓCITO T: Maturação no timo: Indução da resposta imune 19 Células dendríticas: • Localizadas em diversos tecidos do corpo; • São fagócitos que possuem a capacidade de processar o antígeno, apresenta-lo aos linfócitos e ativar linfócitos T; • Apresentam o peptídeo antigênico (uma parte integrante do patógeno) para os linfócitos através das moléculas MHC. • MHC: complexo principal de histocompatibilidade. Linfócitos: • Células imunocompetentes – leucócitos. • Possuem a capacidade de produzir uma resposta imunitária especifica, • Produzidas na medula óssea e ou diferenciam-se na própria medula – linfócitos B – ou migram para o timo para se diferenciarem – linfócitos T. Linfócitos B: - Formam-se e amadurecem na medula óssea; - Atuam ao nível da imunidade específica humoral (geração de anticorpos). - Possuem receptores de membranas específicos de determinados epítopos antigênicos, que ao detectarem o respectivo antígeno, ativam o linfócito que se multiplica originando células B memória e plasmócitos (geram anticorpos). 20 linfócitos T: • Formam-se na medula e amadurecem no timo.; • Atuam ao nível da imunidade específica celular.; • A resposta imunitária é ativada quando uma célula apresentadora (que podem ser macrófagos, linfócitos B ou célula dendrítica),apresenta um antígeno a um linfócito T. Os diferentes tipos de linfócitos tem funções diferentes e são identificados pela presença de diferentes marcadores. 1) linfócitos virgens: Reconhecem o MHC de superfície das APCs e libertam mediadores químicos (citocinas) que estimulam linfócitos T auxiliares (Th) ou linfócitos T (citotóxicos). Linfócitos T CD4: CD4: Moléculas funcionais presentes em linfócitos T maduros que reconhecem células que possuem MHC classe II. Se ligam à estas células pelo receptor de células T (TCR) Linfócitos T CD8: CD8: Moléculas funcionais presentes em linfócitos T maduros que reconhecem células que possuem MHC classe I. Se ligam à estas células pelo receptor de células T (TCR) Tipos de linfócitos 21 CD4 – MHC-II CD8 – MHC-I Os diferentes tipos de linfócitos tem funções diferentes e são identificados pela presença de diferentes marcadores. 2) linfócitos auxiliares (TH): São ativados após a ativação dos linfócitos T (CD4) virgens e libertam mediadores químicos (citocinas) que estimulam linfócitos B, fagócitos e/ou outros linfócitos T. Tipos de linfócitos 3) linfócitos citotóxicos ou citolíticos (TC): • São ativados após a interação entre a célula APC com o linfócito T (CD8); • Reconhecem e destroem células infectadas e cancerosas. • Os linfócitos reconhecem estas células por exibirem glicoproteínas anormais à superfície e depois de ativados segregam substâncias tóxicas que destroem as células. • Os linfócitos não sofrem qualquer alteração permanecendo se necessários ativos. RESPOSTA IMUNE ADAPTATIVA 1. Fase de indução: APRESENTAÇÃO ANTIGÊNICA - Durante a fase de indução o antígeno é “apresentado” aos linfócitos pelos macrófagos ou células dendríticas (DC); - As células apresentadoras de antígeno (APCs: DC ou macrófagos) ingerem, processam e apresentam o antígeno em sua superfície via MHC; - O antígeno é apresentado ao receptor TCR de linfócitos que contenham CD4 ou CD8; * Lembrem-se!!!!!!!!!!!: - Linfócito T CD4 associam-se à células apresentadoras (macrófagos ou DCs) que contenham o MHC de classe II - Linfócito T CD8 associam-se à células apresentadoras (macrófagos ou DCs) que contenham o MHC de classe I 1. Fase de indução: APRESENTAÇÃO ANTIGÊNICA - Depois que o antígeno é apresentado ocorre a ativação de linfócitos que vão gerar células clones (Th – auxiliares); A ativação dos linfócitos depende de: citocinas e moléculas co-estimuladoras (ex.: CD40). - Após ativação de linfócitos ocorre proliferação de células Th (T- auxiliares) que dependendo do microambiente (ex.: tipo de citocinas), geram principalmente dois tipos celulares: Linfócitos Th1 ou Th2 Linfócitos Th1: São responsáveis por respostas mediadas por células (ativação de células e citocinas) – não gera memória. Linfócitos Th2: São responsáveis por resposta humoral: Geração de anticorpos e células de memória 23 2. Fase efetora Resposta humoral: - Durante a fase efetora os linfócitos Th2 ativam os linfócitos B; - Linfócitos B ativados se diferenciam em plasmócitos e células de memória. - Os plasmócitos são responsáveis pela produção de anticorpos (imunoglobulinas – Ig), que reconhecem o antígeno quando o organismo entrar em contato com o mesmo novamente. - As células de memória conferem maior rapidez e eficácia quando o organismo é exposto novamente ao antígeno. INTERAÇÃO APC-LINFÓCITO Dependente de 3 sinais para ativação (MHC-TCR, moléculas co-estimuladoras e citocinas) CÉLULAS T (CD4+) - RESPOSTAS Célula T CD4+ Célula Th1 Célula Th2IL-4 Respostas mediadas por células Ex.: tumor, bactérias, vírus Respostas mediadas por anticorpos Ex.: alergia (IgE-mediada) Célula Th17 Respostas inflamatórias (Ex.: asma) e doenças autoimunes (ex.: EAE) Célula Treg Respostas regulatórias (Ex.: asma) RESPOSTA Th2 - HUMORAL Mediada por anticorpos - geração de células de memória e anticorpos contra o antígeno. Resposta imune humoral 1.Anticorpos : estrutura e função Células B (Linfócitos B): Resposta Imune Humoral •Um parte da Imunidade adquirida •Imunidade protetora de espaços extracelulares: •Produção de anticorpos :Células TCD4 estimulam linfócitos B ***Quando um antígeno se liga a uma imunoglobulina (Ig) na superfície do Linfócito B ocorre sensibilização desta célula e sua ativação; - Algumas células têm função de memória ao antígeno (MEMÓRIA IMUNOLÓGICA), outras se difereciam em plasmócitos que são responsáveis pela produção dos anticorpos. 26 26 Funções dos anticorpos: -Ligam-se ao antígeno: neutralizam e eliminam o antígeno; -Facilitam outros processos imunes: fagocitose e sistema complemento -Impedem que toxinas bacterianas entrem nas células Exemplo: ligação de anticorpos à vírus leva a sua neutralização e marca os patógenos para sua destruição via complemento ou fagocitose. Os anticorpos, ou Imunglobulinas (Ig): São moléculas de proteína em forma de Y, compostas por 4 cadeias de polipeptídeos: duas cadeias leves (L) e duas cadeias pesadas (H). As cadeias possuem regiões constantes e variáveis. A parte constante determina a classe a que a imunoglobulina pertence. A parte variável se liga ao antígeno 27 Estrutura da molécula do anticorpo Região variável: ligação com os antígenos Região constante: participa dos mecanismos efetores 28 A eliminação do antígeno depende da classe do anticorpo 5 classes de imunoglobulinas foram identificadas em seres humanos: IgG, IgM, IgD, IgA e IgE Anticorpos de diferentes tipos atuam em lugares distintos e possuem funções efetoras distintas: -IgM é produzida precocemente (1º anticorpo produzido) na resposta e tem um papel importante na proteção contra infecções na corrente sanguínea; -IgG é melhor para estimular opsonização e ativação do complento porque é circulante (é o principal circulante no sangue). Se difunde nos tecidos; -IgA controla as infecções nas secreções e mucosas (intestinal, respiratória e mama). Locais onde há pouco complemento e macrófagos; -IgE se liga a mastócitos estimulando produção de mediadores químicos que induzem reações alérgicas. Atua na eliminação de parasitas *A reações antígeno-anticorpo São mais utilizadas na defesa do organismo contra infecções bacterianas mas, elas também neutralizam vírus que ainda não invadiram as células A formaçãodestes complexos é um importante passo na eliminação destes patógenos, seja através de: aglutinação, opsonização, ativação do complemento, lise celular ou neutralização Aglutinação:Agregação de células, de partículas, bactérias, fungos, latex, decorre da ligação do Ac e Ag particulado Opsonização: anticorpos revestem os patógenos para que eles possam ser fagocitados Neutralização: inativação 29 Imunidade: Proteção contra doença, geralmente infecciosa , mediada por uma coleção de moléculas, células e tecidos (sistema imunológico). Habilidade de responder a substancias externas, incluindo microorganismos e moléculas. Imunidade Naturalmente Adquirida Ativa: contraindo uma infecção Imunidade Naturalmente Adquirida Passiva: Mãe para o filho Imunidade Artificialmente Adquirida Ativa: Vacinas Imunidade Artificialmente Adquirida Passiva: Soros ricos em anticorpos IgG contra infecções (anti-hepatite-B), toxinas (antitetânico, antibotulínico), venenos- antiofídico( peçonhas). Imunidade 30 Imunização Imunização é definida como a aquisição de proteção imunológica contra uma doença infecciosa, aumentar a resistência do individuo contra infecções. Ela é adquirida por meio de: Vacinas, Imunoglobulina (Ig), ou soro de anticorpos. •Vacinas induzem a imunidade ativa •Imunoglobulina ou soro de anticorpos induzem a imunidade passiva Imunização Ativa *Dois meios Natural : contraindo uma infecção Artificial: vacinação Consiste na administração de: vírus atenuado ou morto, proteínas, DNA ou toxinas modificadas que induzem uma resposta imune específica. Responde produzindo anticorpos específicos, células B e T de memória. Dura por vários anos ou por toda a vida do individuo. 31 VACINAS Atenuadas Organismos inteiros : atenuadas ou inativadas 1) Vacinas atenuadas são constituídas de micro-organismos obtidos através da seleção de cepas naturais (selvagens) e atenuadas através de passagens em meios de cultura especiais, ou em diversos hospedeiros, ou por manipulação genética. Provocam infecção similar à natural e por isso têm, em geral, grande capacidade protetora com apenas uma dose e conferem imunidade a longo prazo, possivelmente por toda a vida. 2) Vacinas inativadas: obtidas por engenharia genética. Vacinas glico-conjugadas, em que os componentes polissacarídeos citados são conjugados a proteínas (toxóides) criando-se um complexo capaz de provocar resposta imunológica. Programas de Vacinação • Conferem proteção individual e coletiva contra uma determinada doença • Pode poupar milhões de dólares em custos na área da saúde • Permite a erradicação de doenças que causam morte e incapacidades permanentes. • Baseiam-se em Calendários de Vacinação 32 Desvantagens das vacinas 1. A vacina viva pode reverter para formas virulentas que causam a doença. 2. Podem ocorrer efeitos colaterais após a aplicação: reações de hipersensibilidade ao antígeno, conservantes e materiais utilizados na cultura dos microrganismos. 3. Os custos altos de pesquisa e desenvolvimento inibem a obtenção de novas vacinas. Contra-indicações às vacinações Gerais à vacinação: Alergia grave a uma dose prévia da vacina Alergia grave a um dos componentes da vacina Doença aguda moderada à grave Vacinas vivas atenuadas: Gravidez Imunossupressão Transfusão recente de produtos sanguíneos Falsas contra-indicações à vacinação: Doença aguda leve (infecções de vias aéreas superiores, resfriados, diarréia, doenças de pele) Desnutrição: deve ser considerada 33 Toxóide Toxoide (ou anatoxina) é uma toxina bateriana inativa, à qual, pelo efeito de métodos químicos ou físicos, é destruída a sua ação tóxica, ficando a ação imunizante específica da toxina. Uma aplicação dos toxoides é o seu uso como vacinas. Difteria : (Corynebacterium diphtheriae) Coqueluche/tosse comprida (Bordetella pertussis) Tétano: (Clostridium tetani ) 34 Imunização passiva Imunização passiva: quando ocorre a transferência de anticorpos ou células efetoras produzidos por um animal ou de outro ser humano, prontos para agir contra um determinado micro-organismo. Dois meios : Natural: aleitamento materno, transplacentária Artificial: soros heterólogos Esse tipo de imunidade produz uma rápida e eficiente proteção, que, contudo, é temporária, durando em média poucas semanas ou meses. Principais indicações: Prevenir a doença depois de uma exposição conhecida. (Ex. ferimento causado por uma agulha contaminada com o vírus da hepatite B); • Melhorar os sintomas de uma doença em evolução; • Proteger indivíduos imunodeficientes; • Bloquear a ação de toxinas; Imunização Passiva Principais métodos: 1) Soros heterólogos ou antitoxinas: obtidos de animais, geralmente cavalos. Indicação: Ex.: Botulismo 2) Imunoglobulina humana combinada: produzida através da combinação de anticorpos de milhares de doadores, contém anticorpos contra diferentes antígenos. Indicação: Ex.: no tratamento pós-exposição do sarampo e hepatite A. 3) Imunoglobulina humana hiperimune: produto obtido por meio de doação de plasma humano contendo altos níveis do anticorpo de interesse. Indicação: pós-exposição ou profilaxia de doenças como hepatite B. raiva, tétano, varicela. 35 36 37 38 Imunodeficiências. As imunodeficiências são causadas por defeitos em vários componentes do sistema imunológico e resultam em maior suscetibilidade a infecções Tipos de Imunodeficiências: a) Congênitas (primária): são causadas por anormalidades genéticas. Ex: Síndrome de DiGiorge: o timo não se desenvolve normalmente, ocorre defeito seletivo na maturação do linfócito T; b) Adquiridas (secundárias): são o resultado de uma infecção, desnutrição, ou tratamento para outras condições que afetam adversamente as células do sistema imunológico. Ex: AIDS-SIDA- Sindrome da Imunodeficiência Adquirida , causada pelo retrovírus HIV , este infecta o linfócito T CD4+. Reações de hipersensibilidade Reações de hipersensibilidade : doenças causadas por respostas imunes, que surgem a partir de respostas descontroladas ou anormais a antígenos estranhos. Classificadas de acordo com o mecanismo de lesão tecidual: Tipo I hipersensibilidade imediata: alergia, é causada pela produção de IgE contra antígenos ambientais, medicamentos, alimentos, sensibilização dos mastócitos a IgE e degranulação a estes após a exposição subseqüente ao alérgeno. Ex: Asma Tipo II Citotóxica: anticorpos contra antígenos celulares e teciduais podem causar lesões teciduais. Ex: Eritroblastose fetal 39 Reações de hipersensibilidade Tipo III Imunocomplexo: os anticorpos podem se ligar a antígenos circulantes que forma Imunocomplexos, que se depositam em vasos, membranas basais, e causam lesão tecidual devido a ativação de leucócitos fagócitos e ativação de inflamação. Ex: Lupus Eritomatoso Sistêmico (LES); Tipo IV hipersensibilidade tardia: causadas por reações de hipersensibilidade tardia mediadas por linfócitos T CD4+. Ex: Teste de Mantoux - tuberculose 40 Doenças auto-imunes. Doenças auto-imunes são um tipo de desordem imunológica e sua característica reside no fato da diminuição da tolerância aos componentes do próprio organismo, devido a uma alteração no processo de diferenciação de antígenos externos (vírus, e bactérias) e os do próprio organismo de um indivíduo. - Afetam o próprio individuo; - Falha dos mecanismos normais de auto-tolerância , resulta nas reações contra as próprias células e tecidos; - Fatores desencadeantes: Suscetibilidade genética, ambientais como as infecções. - Ex.: Lupus Eritomatoso Sistêmico 41 42 Imunologia dos Tumores Evidência para uma resposta imunológica contra tumores Mudanças nas características celulares devido à malignicidade dos tumores Componentes do tumor e do próprio hospedeiro influenciam na progressão do tumor Uso dos antígenos tumorais em diagnóstico e imunoterapia Imunidade contra tumores Todos os componentes da imunidade específica (humoral e celular) e da imunidade inata influenciam na progressão e crescimento de um tumor 43 Tumores e estimulação da resposta imune Animais podem ser imunizados contra tumores A imunidade pode ser transferida de um animal imune para um animal “virgem” Anticorpos específicos contra células tumorais podem ser detectados em humanos com alguns tumores malignos Escape imunológico Falta de antígenos diferentes no tumor 44 Falta de moléculas imunoestimulatórias Falta de MHC classe I 45 Tumores secretam moléculas Imunosupressivas Tumores secretam seus antígenos 46 Ferramentas de tratamento e diagnóstico de tumores Produção de anticorpos monoclonais Uso dos anticorpos para diagnóstico Uso dos anticorpos para terapia Estimulação da resposta in vivo específica Tratamento específico ativo Tratamento específico passivo Terapia adjuvante para aumentar a imunidade específica tumor pródroga droga toxina radioisótopo Enzima
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