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Jusnaturalismo e a concepção do Estado

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Jusnaturalismo 
A concepção jusnaturalista foi o resultado de transformações econômicas e sociais que impuseram mudanças na concepção de poder do Estado, que passou a ser compreendido como uma instituição criada através do consentimento dos indivíduos através do contrato social. O declínio das relações feudais de produção, desenvolvimento econômico da burguesia, a Reforma Protestante, as revoltas camponesas e as guerras ocorridas durante o processo de formação do capitalismo propiciaram uma nova situação social. Em oposição aos privilégios da nobreza, a burguesia não podia invocar o sangue e a família para justificar sua ascensão econômica.  Em outras palavras, a partir da secularização do pensamento político, os intelectuais do século XVII estão preocupados em buscar respostas no âmbito da razão como justificativa do poder do Estado. Daí a preocupação com a origem do Estado. Porém, não se tratava de uma busca histórica, mas sim de uma explicação lógica que justificasse a ordem social representada pelos interesses da burguesia em ascensão.
Thomas Hobbes:
Estado de Natureza: Estágio do desenvolvimento humano onde não há estrutura social.
O Homem no Estado de Natureza: Um animal, que longe da moral, busca ser beneficiado por suas ações. São plenamente livres e agem de forma individualista, sendo iguais, pois possuem capacidades tão diferentes, que elas formariam uma espécie de equilíbrio, onde não há vantagens.
Conflito: Neste estado de natureza, é natural a tendência dos homens ao conflito, pois é comum encontrar pessoas que desejam a mesma coisa, criando uma rivalidade natural. Ainda que nossos desejos sejam infinitos, a natureza que nos cerca tem um fim. Sem regras, não há limites para as ações humanas, portanto, reina o caos.
Liberdade: É plena e sem limites, portanto, é desejável por todos os homens. Mas, mantém sob constante ameaça o equilíbrio natural.
O Contrato Social: O contrato é artificial, ou seja, não se deu por homens que pensavam de forma igual, mas por homens que entenderam que suas necessidades fundamentais eram as mesmas, a manutenção da liberdade e da vida. Para evitar que com o passar do tempo os homens burlem esse contrato firmado, é necessária a criação de uma instituição política de representação social que garanta a segurança destes acordos apesar dos próprios homens.
O Estado: A saída para a criação dessa instituição política de representação social é a transferência da potência de liberdade a qual os homens abriram mão durante a formação do contrato social para um “estado”. Esse poder superior, pode ser transferido para um único homem ou para um grupo de homens (uma assembleia).
A Sociedade Civil Legitima: Quem reconhece o poder destes como legítimo e sustenta esse poder é a própria sociedade, pois cada cidadão cedeu um pouco de seu próprio poder para formular o Estado.
III) John Locke:
Estado de natureza: O homem vive em relativa paz e plena liberdade, iguais naturalmente, pois as variações se equivalem, assim como em Hobbes. Existiriam conflitos, mas não tão descarados como em Hobbes. Homens são limitados pela razão e pela natureza, com direito natural à propriedade privada.
Justificando a propriedade privada: Inicialmente, só temos o direito à vida e à liberdade. Sendo livres, precisamos transformar a natureza em itens para manter a vida. Deus forneceu-nos a terra sem restrições. Aquele que a transforma com seu trabalho, recebe o direito a possuí-la. O trabalho legitima a propriedade. Como o trabalho é limitado ao indivíduo, a propriedade também é, não faz sentido ter mais do que se precisa.
Mantendo a vida, a liberdade e os bens: No estado de natureza, cada um é juiz de si próprio e daquilo que lhe ofende, ou seja, é um modelo totalmente parcial e de frágil justiça social. Diante disso, os homens perceberiam que a solução para esta inconveniência seria o contrato social que define o que é justo de modo imparcial.
Divergência de Hobbes: Contrato social não é submissão da força a terceiros, mas um contrato de consentimento. Para Hobbes o homem quer salvar a si próprio, para Locke o homem quer conservar o que já tinha. A sociedade civil é vantajosa porque além de proteger os homens, os protegem contra ameaças externas.
A Política: O Estado apenas julga os limites das ações visando proteger a propriedade e a disposição para as relações comerciais. A escolha do governo é da maioria, pois é consentimento, que gera três instâncias. A representação da maioria origina o Legislativo, superior ao Executivo – responsável por executar as demandas – e ao Federativo – responsável pelas questões externas.
Revolta: É justo se rebelar contra o governo se o mesmo vai contra sua principal função, ou seja, viola a propriedade privada ou direito à vida, sem justificativa. Além disso, é justo se rebelar contra leis executadas sem representatividade popular, sem o consentimento da maioria.
IV) Rousseau:
Estado de natureza: É um lugar positivo que não necessariamente precisa ser superado com um contrato social, pois o homem é naturalmente bom.
– O “bom selvagem”: O homem ainda não foi corrompido pelo desejo da propriedade. Vivia da subsistência na natureza. “Bom” não corresponde à moral, mas ao neutro – o homem simplesmente existia sem desejar nada. O homem é um ser isolado, pois sendo autossuficiente não formava comunidades. É o absoluto oposto da sociedade, corrupta. –
A formação da sociedade – Insociável sociabilidade: Aos poucos, os homens são acometidos por duas questões, o risco diante da grandiosidade da natureza que levaria os homens a se aproximarem por questão de defesa e, dotados de razão, se sentem impelidos pelo seu potencial engenhoso aos poucos, para a construção, e o isolamento se torna um problema.
– Consequências: O homem se aprimora, vive melhor e acaba formando família, ocasionando a primeira divisão do trabalho. Micro-sociedades se formam lentamente. Se reforça o bem-estar e a diminuição do esforço. Surge na sociedade o desejo pelo que é do outro e a propriedade se revela ao homem. O bom selvagem se corrompe e a sociedade está formada, mas já nasce corrupta.
A questão da propriedade na raiz do contrato: A propriedade surge quando o primeiro homem cerca um pedaço de terra dizendo que é seu e um outro homem lhe atribui razão. A sociedade caminhou nesta direção. A justiça é a dos que possuem e dos mais fortes.
– Solução, o novo contrato e a vontade geral: Procurando uma forma de proteger a si e a bem de todos sem ofender a liberdade individual, Rousseau propõe a alienação de todos os direitos particulares em favor da comunidade. A propriedade, que é cedida individualmente para o todo, é constituída para produzir para o coletivo.
Direito à rebelião: A rebelião é necessária quando o indivíduo está sendo prejudicado pela coletividade, não por querer ser distinto dela.
Política: Esta sociedade tende para um modelo democrático no qual se atinge um princípio de governo denominado “Vontade Geral”, que surge quando todos pensam conforme sociedade, deixando os princípios de individualidade de lado para adotar um real senso de comunidade política.

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