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Gabriela Cristina Ribeiro Pacheco 1 2 ESCOAMENTOS LIVRES • Estão sujeitos à pressão atmosférica em ao menos um ponto de sua seção de escoamento. • Normalmente apresentam uma superfície livre de água em contato com a atmosfera. – Casos típicos – Caso limite Pressão atmosférica Superfície livre Superfície livre Canal aberto Canal fechado 3 ESCOAMENTOS LIVRES 4 ESCOAMENTOS LIVRES DIFERENÇA DE ESCOAMENTOS EM CONDUTOS FORÇADOS E LIVRES Condutos forçados Condições de contorno bem definidas Uniformidade da rugosidade das paredes do conduto Não possuem fenômenos como ressalto e remanso Condutos livres Variação da condições de contorno Variação da forma e da rugosidade dos condutos Ocorrência de fenômenos como ressalto e remanso Maior complexidade das formulações matemáticas 5 ESCOAMENTOS LIVRES TIPOS DE MOVIMENTO • Canais uniformes e escoamentos uniformes não existem na natureza. • Canais artificiais longos com pequena declividade se aproximam do movimento uniforme a certa distância da seção inicial e final. Es co am e n to Permanente (vazão constante) Uniforme (seção, profundidade e velocidade constante) Variado (acelerado ou retardado) Gradualmente BruscamenteNão permanente (vazão variável) 6 ESCOAMENTOS LIVRES PARÂMETROS GEOMÉTRICOS E HIDRÁULICOS CARACTERÍSTICOS • Seção ou área molhada (A): parte da seção transversal ocupada pelo líquido. • Perímetro molhado (P): comprimento relativo ao contato do líquido com o conduto. • Largura superficial (B): largura da superfície em contato com a atmosfera. • Profundidade (y): altura do líquido acima do fundo do canal. • Profundidade hidráulica (yh): razão entre a área molhada e a largura superficial. • Raio hidráulico (Rh): razão entre a área molhada e o perímetro molhado. 7 ESCOAMENTOS LIVRES PARÂMETROS GEOMÉTRICOS E HIDRÁULICOS CARACTERÍSTICOS • Altura do líquido perpendicular ao fundo do canal (h): para pequenas declividades h=y. Y 8 ESCOAMENTOS LIVRES PARÂMETROS GEOMÉTRICOS E HIDRÁULICOS CARACTERÍSTICOS 9 ESCOAMENTOS LIVRES PARÂMETROS GEOMÉTRICOS E HIDRÁULICOS CARACTERÍSTICOS 10 ESCOAMENTOS LIVRES EX. 1: Calcule o Rh e a yh de um canal trapezoidal sabendo que a profundidade y=2m, b=4m e z=4. 11 ESCOAMENTOS LIVRES FORMAS DOS CONDUTOS • Seções trapezoidais • Seções retangulares Comuns em canais abertos As trapezoidais não necessitam de estruturas rígidas para estabilizar taludes mas podem precisar de mais espaço nas laterais. 12 ESCOAMENTOS LIVRES FORMAS DOS CONDUTOS • Seções circulares Vazões mais reduzidas, redes de esgotamento sanitário, pluvial e bueiros. • Seções triangulares Canais de pequenas dimensões como sarjetas rodoviárias e urbanas. 13 ESCOAMENTOS LIVRES FORMAS DOS CONDUTOS • Canais fluviais naturais Seções retangulares largas. Pode-se supor um conjunto de trapézios, triângulos e retângulos ou considerar como canais onde a largura é muito maior que a profundidade: A ≈ B.y P ≈ B Rh ≈ y 14 EQUAÇÕES FUNDAMENTAIS DE ESCOAMENTOS • Conservação de massa (Equação da continuidade) • Conservação da quantidade de movimento (Equação de Euler) • Conservação de energia (Equação de Bernoulli) 𝑧1 + 𝛼1. 𝑣1 2 2 . 𝑔 + 𝑝1 𝛾 = 𝑧2 + 𝛼2. 𝑣2 2 2 . 𝑔 + 𝑝2 𝛾 + ∆ℎ 𝑄 = 𝜌1 . 𝑣1 . 𝐴1 = 𝜌2 . 𝑣2 . 𝐴2 𝐹 = 𝜌. Q . (𝛽2 . 𝑣2 − 𝛽1. 𝑣1) 𝑄: vazão 𝜌: massa específica 𝑣 : velocidade 𝐴: área 𝐹: resultante das forças externas 𝛽: coeficiente de Boussineq 𝑧: energia de posição 𝛼: coeficiente de Coriolis 𝑝: pressão 𝛾: peso específico ∆ℎ: perda de carga 15 EQUAÇÕES FUNDAMENTAIS DE ESCOAMENTOS EX. 2: Dada a seção de escoamento retangular com b=5m e Q=10m³/s abaixo. Supondo dois pontos 1 e 2 afastados horizontalmente por 1km, com um desnível entre os mesmos de 13m, α1 = α2 =1, v2=3m/s e h1=1m. Calcule a perda de carga entre 1 e 2. 16 VARIAÇÃO DA PRESSÃO NOS ESCOAMENTOS LIVRES ESCOAMENTOS UNIFORMES E GRADUALMENTE VARIADOS • Distribuição hidrostática de pressões – Lei de Stevin – Linhas de corrente paralelas – Escoamento paralelo; – Ocorre quando não há aceleração no sentido longitudinal (escoamentos uniformes); – Pode-se adotar tal suposição em escoamentos gradualmente variados. 𝑃: pressão 𝛾: peso específico ℎ: profundidade P = 𝛾. ℎ 17 VARIAÇÃO DA PRESSÃO NOS ESCOAMENTOS LIVRES ESCOAMENTOS BRUSCAMENTE VARIADOS – Linhas de corrente não paralelas – Escoamento curvilíneo; – As curvaturas das linhas de corrente no sentido vertical são significativas e alteram a distribuição hidrostática de pressões. • Escoamentos côncavos e convexos: 𝑃: pressão 𝛾: peso específico ℎ: profundidade 𝑣: velocidade 𝑔: gravidade 𝑟: raio P′ = ∆𝑃 + 𝑃 P′ = P − ∆𝑃 ∆𝑃 = 𝛾. ℎ. 𝑣² 𝑔. 𝑟 Côncavo Convexo 18 VARIAÇÃO DA PRESSÃO NOS ESCOAMENTOS LIVRES DISTRIBUIÇÃO DE PRESSÕES NO ESCOAMENTO EM UM VERTEDOR CRISTA - Subpressão Pseudo-hidrostática PÉ - Sobrepressão 19 VARIAÇÃO DA PRESSÃO NOS ESCOAMENTOS LIVRES EX. 3: Um vertedor com altura de 8m e largura de 5m descarrega uma vazão Q= 22m³/s. Os raios de curvatura de A e C são 1,2m e 4m, respectivamente. A calha possui uma inclinação de 90%, hA=1,4m, vB= 9m/s e vC= 13m/s. Calcule a pressão da água em A, B e C. 20 VARIAÇÃO DA VELOCIDADE NOS ESCOAMENTOS LIVRES A DISTRIBUIÇÃO DAS VELOCIDADES NÃO É UNIFORME • Verifica-se um aumento da velocidade das margens para o centro e do fundo para a superfície. 21 VARIAÇÃO DA VELOCIDADE NOS ESCOAMENTOS LIVRES • Representação das ISÓTACAS - curvas de mesma velocidade – Canais artificiais 22 VARIAÇÃO DA VELOCIDADE NOS ESCOAMENTOS LIVRES • Representação das ISÓTACAS - curvas de mesma velocidade – Canais naturais 23 VARIAÇÃO DA VELOCIDADE NOS ESCOAMENTOS LIVRES PERFIL DE VELOCIDADE MÉDIA • Na horizontal, a velocidade média ocorre nas proximidades do centro do canal. • Na vertical, o perfil é aproximadamente logarítmico. • Vmax ocorre entre 5% e 25% da profundidade. • Vmed é aproximadamente a média entre V20% e V80% ou aproximadamente V60%. 24 VARIAÇÃO DA VELOCIDADE NOS ESCOAMENTOS LIVRES • Para levar em conta as irregularidades da distribuição de velocidades sem adotar uma abordagem tridimensional complexa pode-se trabalhar com as velocidades médias nas equações de Bernoulli e no teorema de Euler desde que considerados os coeficientes de Coriolis (𝛼) e Boussineq (𝛽). 𝛼: coeficiente de Coriolis - correção de energia 𝛽: coeficiente de Boussineq - correção da quantidade de movimento 𝑣: velocidade 𝑢: velocidade média na seção 𝐴: área AU Av AU dAV α 3 n 1 i 3 i 3 A 3 AU Av AU dAV β 2 n 1 i 2 i 2 A 2 𝛼 = 1 +3𝜀2− 2𝜀3 𝛽 = 1 + 𝜀2 𝜀 = 𝑉𝑚á𝑥 𝑉𝑚é𝑑 − 1 25 VARIAÇÃO DA VELOCIDADE NOS ESCOAMENTOS LIVRES MEDIÇÃO DA VELOCIDADE • A determinação da velocidade em uma seção só é possível por meio de medições diretas. • Está baseada na medição de velocidade em um grande número de pontos. • Os pontos estão dispostos segundo linhas verticais com distâncias conhecidas da margem. • Considera-se que a velocidade média calculada numa vertical é válida numa área próxima a esta vertical. 26 VARIAÇÃO DA VELOCIDADE NOS ESCOAMENTOS LIVRES MEDIÇÃO DA VELOCIDADE • Molinetes – Pequenas hélices que giram com a passagem da água. – São instrumentos projetados para girar em velocidades diferentes de acordo com a velocidade da água. – A relação entre velocidade da águae a velocidade de rotação do molinete é a equação do molinete. A mesma é fornecida pelo fabricante, porém deve ser verificada periodicamente, pois pode ser alterada pelo desgaste das peças. 27 VARIAÇÃO DA VELOCIDADE NOS ESCOAMENTOS LIVRES MEDIÇÃO DA VELOCIDADE • Equipamento doppler – Mede as velocidades por meio do efeito doppler (ondas acústicas). – Permite medir a velocidade em muito mais pontos ao longo da seção transversal de um rio e em menos tempo. – Comunicam-se diretamente a microcomputadores, transferem os dados de velocidade e calculam a vazão automaticamente. – A desvantagem é o custo de aquisição, todavia vêm se tornando cada vez mais comuns. 28 VARIAÇÃO DA VELOCIDADE NOS ESCOAMENTOS LIVRES EX. 4: Em um canal com lâmina de água de 1,5m foram medidas as velocidades a 0,3 e 1,2m de profundidades obtendo, respectivamente, 1,5m/s e 0,9m/s. Sabendo que a velocidade superficial é 1,4m/s e supondo que a velocidade máxima é 15% maior que esta calcule os os coeficientes de Coriolis (𝛼) e Boussineq (𝛽).
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