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Contribuição da Neuropatologia para o Diagnóstico de Doenças Neurológicas O que é neuropatologia A formação de um neuropatologista Indicar o exame Solicitar o exame informando os dados relevantes Interpretar os resultados O que é gliose, espongiose, degeneração Walleriana, inclusões. O papel da autópsia no diagnóstico O diagnóstico em neurocirurgias A neuropatologia da Epilepsia Como lidar com amostras de nervo e músculo Quando a pele fornece o diagnóstico de doenças neurológicas Neuropatologia Neuropatologia é o estudo das doenças do sistema nervoso, usualmente na forma de pequenas biópsias, peças cirúrgicas ou do cérebro e medula espinhal em autópsias/necropsia. Neuropatologia é uma subspecialidade da Anatomia Patológica. AUTÓPSIAS PATOLOGIA CIRÚRGICA LESÕES NEOPLÁSICAS e PSEUDOTUMORAIS BIÓPSIAS DE NERVO BIÓPSIAS DE MÚSCULO BIÓPSIAS DE TECIDOS EXTRA-CEREBRAIS PARA DIAGNÓSTICO DE ENCEFALOPATIAS Neuropathology in the US System Neuropathologists are physicians with medical school degrees. They must finish either 2 or 3 years of an anatomical pathology residency followed by 2 years of a neuropathology fellowship and be certified by the American Board of Pathology in both anatomical and neuropathology. Neuropathology in the UK System Neuropathologists are medically qualified practitioners who are registered with the General Medical Council in the UK. A neuropathologist has training in anatomic pathology followed by training in relation to diagnosis of diseases of the nervous system and muscle. In addition to examining central nervous system tissue, the neuropathologist usually is assigned the task of examining muscle and peripheral nerve biopsies. Neuropathology is a heavily research oriented field. Neuroanatomia e Neurohistologia Reações teciduais básicas MÚSCULOS Tecido Nervoso Neurônios – Corpo celular - Axônios (mielina) Células gliais – Astrócitos - Oligodendrócitos (cels. Schwann) -Células ependimárias Microglia Neuropilo NEUROPILO AXÔNIOS MIELINA ATROFIAS DEGENERAÇÃO DE TRATOS DEGENERAÇÃO WALLERIANA HIPÓXIA – Reação Tecidual DEGENERAÇÃO NEUROFIBRILAR CORPÚSCULO DE LEWY NEURÔNIO Reação do Tecido Nervoso à InjúriaReação do Tecido Nervoso à Injúria Aula 1Parte 2 Componentes Celulares Histologia do SNC Neurônios Neuróglia Micróglia Astrócitos Oligodendrócitos Epêndima Neuróglia - Astrócito NEURÓGLIA ASTRÓCITO GLIOSE Reação do Tecido Nervoso à InjúriaReação do Tecido Nervoso à Injúria Aula 1Parte 2 Histologia do SNC: neuróglia Oligodendroglia INCLUSÕES VIRAIS EPÊNDIMA MICRÓGLIA FUNÇÃO DA MICRÓGLIA REMOÇÃO DE CÉLULAS APOPTÓTICAS DURANTE A EMBRIOGÊNSE APRESENTAÇÃO DE ANTÍGENOS PRODUÇÃO DE CITOCINAS FAGOCITOSE CÉLULAS ESPUMOSAS CD 68 MICRÓGLIA NÓDULO MICROGLIAL Doenças desmielinizantes Esclerose Múltipla: forma clássica Caso 1: LEMP Área desmielinização Leucoencefalopatia Multifocal Progressiva Astrócito aberrante Leucoencefalopatia Multifocal Progressiva Leucoencefalopatia Multifocal Progressiva Inclusão viral oligodendroglia Leucoencefalopatia multifocal progressiva Esclerose Múltipla: forma pseudotumoral Doenças desmielinizantes ♀, 48 anos, biopsia para diagnóstico. Hipóteses? Doenças desmielinizantes Metástase? Abscesso? Linfoma? Leucoencefalopatia multifocal progressiva? Glioma de alto grau? Esclerose Múltipla? Necropsia: Macroscopia Doenças desmielinizantes Corte histológico Luxol Fast Blue NEUROAIDS PÓS-TERAPIA ANTI- RETROVIRAL (TARV) Langford et al., 2003 Bases neuropatológicas das doenças causadas por prion Macroscopia: Atrofia cortical difusa, envolvendo cérebro e cerebelo Microscopia: Perda neuronal Espongiose Gliose Positividade imuno-histoquímica para PrPsc Particularidades fenotípicas Placas amilóides Tipos de placas Topografia das placas Córtex normal Córtex com Espongiose GFAP ESPONGIOSE e GLIOSE HE PrPsc perivacuolar 62 Leila Chimelli State Institute of Brain, Rio de Janeiro, Brazil. Federal University of Rio de Janeiro, Brazil NEUROPATHOLOGICAL CHARACTERIZATION OF CONGENITAL ZIKA VIRUS INFECTION Caso 5 IFF – RJ FIOCRUZ Caso 6 IFF - RJ – FIOCRUZ Cephalic perimeter 35.5cm Born at 32 week Case #5 Meninges Germinal matrix 68 69 70 71 72 73 74 Feminina, 22 anos, crises convulsivas desde os 14 anos. Tumor temporal, superficial, sem efeito de massa. Tumor Neuroepitelial Disembrioplásico - DNT Neuroepitelial : termo genérico = tumor primitivo do SNC Disembrioplásico = desenvolvimento durante a embriogênese Catherine Daumas-Duport, 1988 DNT - Cirurgia DNT pós-excisão Critérios clínicos que direcionam para o DNT, em vez de glioma difuso de baixo grau: -convulsões parciais com ou sem generalização, geralmente iniciando antes dos 20 anos; - ausência de déficit neurológico progressivo; - topografia predominantemente cortical de uma lesão supratentorial; -ausência de efeito de massa na tomografia e ressonância (exceto se estiver relacionada com um cisto) e sem edema peri-tumoral. Leptomeningeal vessels Congo red Polarized light Diagnósticos intra- operatórios em neurocirurgia. Exame citológico do sistema nervoso Córtex não neoplásico Esfregaço Corte histológico Oligodendroglioma contraste Glioblastoma – grau IV Astrocitoma Pilocítico - I Astrocitoma pilocítico Tumores circunscritos Astrocitoma Pilocítico Ganglioglioma Gangliogliomas Esfregaço OUTRAS NEOPLASIAS TUMORES DE CÉLULAS GERMINATIVAS LINFOMAS METÁSTASES Germinoma Germinoma Resultado do exame intra- operatório Elucidativo, respondendo: Se a amostra está na lesão. Se tem material suficiente para o diagnóstico definitivo. Se é neoplásico ou não neoplásico. Se é primário ou metastático. Se é de baixo ou alto grau. Se é possível afastar diagnósticos. E se possível, dar o diagnóstico (mas qualquer planejamento terapêutico futuro deve ser baseado no diagnóstico definitivo). Ocasionalmente o curso da cirurgia vai ser determinado pelo diagnóstico ou é desejável informar se houve remoção total da neoplasia. De posse do material não fixado, separar para análise citogenética, congelar para estudos moleculares, ou fixar para ? Com a introdução da neuronavegação começamos a observar uma maior frequência de obtenção de amostras que não eram representativas das lesões. Objetivos • Avaliar a eficiência na obtenção de amostras representativas das lesões, em relação ao tipo de procedimento cirúrgico. estereotaxia com arco (EA) neuronavegação (NV) Cirurgia convencional (CC) • Avaliar a acurácia diagnóstica da citologia intra-operatória em relação ao diagnóstico histopatológico definitivo Resultados 105 amostras (104 pacientes). 57 homens e 47 mulheres. A idade variou de 1 a 84 anos. Quanto ao procedimento cirúrgico: • EA - 28 amostras • NV - 34 amostras • CC - 43 amostras Discussão A NV resultou em mais casos em que a citologia não contribuiu para o diagnóstico e que foi solicitado mais material. Segundo a literatura pode haver uma perda da exatidão da NV, sobretudo em lesões profundas; Alterações da anatomia cirúrgica do tumor em relação à anatomia apresentada no exame de imagem realizado previamente, principalmente as mudanças que podem ocorrer no período entre a realização do exame de imagem e a cirurgia (por exemplo, o crescimento do tumor, hemorragia, necrose); Alterações de posicionamento no momento da cirurgia; A precisão da NV é significativamente menor do que a da EA (2- 5mm versus 1mm da EA). Clin Neurosurg. 2008;55:76-86. Neurosurgery. 2013;72:796-807; Med Image Anal. 2004;8:447-464; J Neurol. 2006;253:1123-1136. CONTRIBUIÇÃO DA NEUROPATOLOGIA NA COMPREENSÃO DAS LESÕES ASSOCIADAS À EPILEPSIA Nas últimas décadas aumentou muito o interesse no tratamento neurocirúrgico da epilepsia, que é agora uma opção estabelecida no manejo da epilepsia crônica resistente a droga. Dois tipos de procedimentos são efetuados: a cirurgia funcional e a ressecção. Os procedimentos consistem de ressecção do lobo temporal, de outros lobos, e hemisferectomias. 1-Esclerose mesial temporal ou esclerose hipocampal 2-Malformações a-Desordens da migração neuronal b-Malformações vasculares c-Cisto aracnóideo Neuropatologia da Epilepsia 4-Neoplasias a- Neuronais e gliais - Gangliogliomas - Tumor neuroepitelial disembrioplásico -DNT 5-Alterações não específicas 6-Sem anormalidades O lobo temporal e o hipocampo normal esclerótico LOBO TEMPORAL NÃO FIXADO HIPOCAMPO NÃO FIXADO Seccionando o hipocampo SETORES DO HIPOCAMPO CA4 CA3 CA2 CA1 ESCLEROSE HIPOCAMPAL Biópsia de Nervo Periférico A análise morfológica de um nervo com o objetivo de estabelecer a etiologia das neuropatias, nem sempre é esclarecedora: 1)os nervos periféricos exibem um espectro limitado de alterações morfológicas que são freqüentemente semelhantes seja qual for a etiologia da neuropatia; 2)apenas poucos nervos se prestam à biópsia e estes são predominantemente sensitivos; 3)técnicas especializadas devem ser empregadas para o exame completo de um nervo, que quando não disponíveis, limitam ainda mais a possibilidade de uma conclusão diagnóstica. Sempre fixar em Glutaraldeído Em todos os casos, dados clínicos, familiares, eletrofisiológicos e laboratoriais devem ser considerados e correlacionados com os achados morfológicos aumentando assim a possibilidade de esclarecer a neuropatia A TÉCNICA DA BIÓPSIA DE NERVO O ramo nervoso distal do membro inferior mais biopsiado é o nervo sural. Nos casos com indicação de biópsia de nervo e músculo, é aconselhável biopsiar o nervo peroneiro ou fibular superficial, pela possibilidade de numa mesma incisão, se retirar também o músculo curto peroneiro lateral subjacente. Excepcionalmente, em casos de neuropatia restrita aos membros superiores, ou quando há contra- indicações para biópsia nos membros inferiores (pacientes com muitos vasos varicosos ou edema), um ramo superficial do nervo radial (no antebraço) ou o ramo dorsal sensitivo do nervo ulnar (no dorso da mão), podem ser biopsiados, o último principalmente na hanseníase. Biópsia do nervo fibular superficialBiópsia do nervo sural Incisão transversal ou longitudinal sobre o tendão do extensor do dedo V, cerca de 1 a 3 cm distalmente ao processo estilóide da ulna. Material fixado em formol e incluído em parafina, corado pela H&E Fixação em formol, inclusão em parafina (Tricrômico de Gomori) Fixação em glutaraldeído, inclusão em resina, corte semi-fino, Azul Tol. Azul de Toluidina Corte ultra-fino, microscopia eletrônica DESMIELINIZAÇÃO Vasculites (em geral epineurais) Amiloidose Hanseníase Definição Diagnóstica com Biópsia de Nervo Neuropatias Intersticiais Quando axonal, desmielinizante ou mista, a biópsia caracteriza a presença ou não de neuropatia, se está em atividade, a gravidade, mas um grande percentual das bópsias não evidencia a etiologia, dada a inespecificidade da lesão. Cabe ao clínico ao indicar a biópsia, informar o paciente que o exame pode não ser conclusivo (o procedimento cria expectativa) e fornecer os dados conhecidos, com o intuito de auxiliar o patologista (e o paciente) na interpretação das lesões. BIÓPSIA DE MÚSCULO METODOLOGIA MORFOLOGIA CLÁSSICA Fixação em Formol HISTO-ENZIMOLOGIA Congelação em Nitrogênio Líquido IMUNO-HISTOQUÍMICA Deficiência de proteinas em distrofias em material congelado MICROSCOPIA ELETRÔNICA Fixação em Glutaraldeído Oil Red O - Lipídeos HISTO-ENZIMOLOGIA H&E Tricrômico de Gomori modificado PAS Oil Red O Succino-dehidrogenase (SDH) Citocromo oxidase Fosfatase ácida e alcalina Miofosforilase ATPase (9.4, 4.6, 4.3) Polimiosite – Agressão à fibra muscular Dermatomiosite – Atrofia peri-fascicular Miosite por corpos de inclusão Glicogenose Deficiência de Carnitina Miopatias mitocondriais Tricrômico de Gomori modificado SDH – atividade oxidativa Distrofina – Músculo Normal Distrofina em Duchenne DESNERVAÇÃO E REINERVAÇÃO . TAVEE J , ZHOU L Cleveland Clinic Journal of Medicine 2009;76:297-305 ©2009 by Cleveland Clinic Neuropatias de fibras finas Neuropatia diabética Neuropatia sensitiva associada ao HIV Neuropatia sensitiva de fibras finas idiopáticas Lepra Neuropatia induzida por quimioterapia Toxicidade induzida por piridoxina Ganglionopatias sensitivas Nervo dérmico normal Nervo dérmico em hanseníase indeterminada
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