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Caso Clínico do dia Arthur tem 60 anos de idade e procurou o médico com uma história de 2 meses de dor lombar alta. Inicialmente ele atribuiu a dor ao clima frio, porém não houve melhora com o uso de analgésicos e compressa quente local. No início, ele não tinha nenhum outro sintoma e seu clínico geral prescreveu um analgésico mais potente (tramadol), e solicitou que ele voltasse em 30 dias para reavaliação. Quando retornou, a dor estava pior e ele tinha dificuldade para andar, tendo que emprestar uma cadeira de rodas para sair de casa, pois suas pernas não eram mais capazes de segurá-lo em pé. Quais são os achados-chave da história? 1. Qual a localização da dor e há irradiação para algum outro ponto? - dor lombar com envolvimento de raízes pode irradiar para as nádegas e membros inferiores até os pés. 2. Há fatores de exacerbação ou alívio? - Tosse, espirros e contração abdominal podem piorar a dor associada com compressão radicular (radiculopatia). - Repouso e flexão do quadril e joelhos melhoram a dor radicular. 3. Há sintomas urinários, intestinais ou sexuais (retenção urinária, urgência urinária, constipação, incontinência urinária ou fecal, disfunção erétil)? - - - - Quando presentes são preocupantes, pois podem indicar comprometimento medular ou da cauda equina, necessitando atendimento urgente. 4. A sensibilidade é normal durante a defecação, a micção e o orgasmo? 5. Qual a duração dos sintomas e a velocidade de progressão? - Isso dá uma sugestão da provável etiologia e pode indicar a urgência de que a investigação é necessária. 6. Há dor, fraqueza ou perda sensitiva nas pernas? 7. Há desequilíbrio (ataxia), indicando déficit proprioceptivo? 8. Há sintomas neurológicos nos braços ou envolvimento de pares cranianos? - Essa é uma informação essencial para a localização da lesão. O envolvimento de ambas as mãos e ambas as pernas sugere lesão na medula cervical ou nos nervos periféricos (polineuropatia). - O envolvimento somente das pernas sugere lesão na medula torácica ou lombossacra ou dos nervos periféricos (polineuropatia em fase inicial). - O envolvimento dos nervos cranianos sugere lesão do tronco encefálico ou uma doença mais difusa (infiltração meníngea ou polineuropatias desmielinizantes como Guillain-Barré – PDIA, ou polirradiculoneuropatia desmielinizante inflamatória crônica - PDIC). 9. Há nível sensitivo no tronco? - Se presente é um forte indicador de mielopatia e pode ajudar a localizar a lesão na medula torácica. 10. Há qualquer sintoma indicando doença sistêmica ou fatores de risco para malignidade, ou uma história de artrite? - Quando compressão medular é uma possibilidade, as duas causas mais comuns são metástases e espondiloartrose (artrose ou hérnias de disco). Arthur refere que a dor é no meio das costas, logo abaixo de suas últimas costelas, e não se irradia para nenhum lugar, mas tem se tornado progressivamente mais intensa no último mês. Ele não quis retornar antes ao médico, porque não queria tomar o tempo dele. Estava constipado, mas atribuiu isso ao uso do opióide (leu na bula que isso poderia ocorrer) e levantava várias vezes à noite para urinar, embora ele não fosse capaz de esvaziar mais que algumas gotas de urina de cada vez, e sentia que sua bexiga não estava totalmente vazia após a micção. Ele perdeu completamente a capacidade de ereção peniana. Suas pernas estavam pesadas nos últimos 10 dias e nos últimos 2 dias ele notou formigamentos nos pés. Sua marcha deteriorou também, sendo capaz de caminhar apenas 50 metros, ainda que com grande dificuldade. Ele tem se sentido pior nos últimos meses, cansado e muitas vezes com pouco fôlego. Ele fumava 20 cigarros ao dia há 40 anos e parou há 2 meses. Ele perdeu 5 kg e negou qualquer outro sintoma sistêmico. Sinais de Alerta ou “Red Flags” Sua história é preocupante pela natureza progressiva da dor e o desenvolvimento de fraqueza nas pernas. A presença de distúrbios urinários, intestinais e sexuais (disfunção erétil) também são muito preocupantes, e deveriam alertar o médico da possibilidade de uma doença da medula espinhal ou da cauda equina. Devido aos seus sintomas sistêmicos (perda de peso, astenia, perda de fôlego), uma malignidade sempre deve ser considerada. O tabagismo é um forte fator de risco para malignidade. Qual é o diagnóstico diferencial neste momento? O exame neurológico irá ajudar a localizar a lesão mais precisamente. O diagnóstico diferencial fica entre lesão na medula espinhal (sistema nervoso central), nas raízes da cauda equina (síndrome da cauda equina) ou nos nervos periféricos (polineuropatia). O envolvimento da bexiga, intestino e a disfunção erétil são mais sugestivos de mielopatia ou síndrome da cauda equina. Devido à perda de peso, mielopatia ou síndrome da cauda equina de etiologia neoplásica, infecciosa ou inflamatória são mais prováveis. Quais são os achados-chave do exame físico? No exame físico, quando uma malignidade é suspeitada, sempre é importante procurar pelos seguintes sinais: - sinais de caquexia - baqueteamento digital - linfadenopatia - icterícia - palidez cutâneo-mucosa (anemia) - derrame pleural ou atelectasia - massas abdominais ou organomegalias - massas mamárias ou próstata aumentada na palpação - lesões de pele ou rash. O exame dos nervos cranianos e dos membros superiores é importante neste caso, apesar das queixas serem apenas nas pernas, pois podem alterar a localização presumida da lesão neurológica, caso anormalidades sejam constatadas. Nos membros inferiores os seguintes achados devem ser observados: 1. Tônus: se aumentado é sugestivo de uma lesão do neurônio motor superior (embora possa haver fraqueza flácida com hipotonia na fase aguda das lesões medulares – fase de choque medular). 2. Força muscular: - Se há fraqueza muscular, ela é bilateral e simétrica? E qual é a sua distribuição (proximal, distal, ambas, ou exclusiva de um miótomo)? - Em lesões do sistema nervoso periférico a fraqueza pode ser localizada em apenas um miótomo (radiculopatias), ser multifocal (mononeurite multiplex) ou pode ser bilateral, porém mais importante nos músculos proximais (miopatias, polineuropatias desmielinizantes) ou distais (polineuropatias axonais comprimento-dependentes). - Em lesões do trato piramidal (trato corticoespinhal) pode haver um padrão característico de fraqueza onde os músculos flexores (flexão do quadril, flexão do joelho e dorsiflexão do tornozelo) são mais fracos que os músculos extensores (extensão do quadril, extensão do joelho e flexão plantar do tornozelo). Já nos braços, o padrão é invertido e os extensores são mais fracos que os flexores. 3. Coordenação motora: pode ser anormal como consequência da fraqueza muscular, ao invés de representar uma alteração primária do cerebelo. Portanto, quando há fraqueza muscular significativa, o exame da coordenação motora pode não ser confiável, devendo ser interpretado dentro do contexto de cada paciente. 4. Sensibilidade: é essencial examinar a sensibilidade nas pernas e no tronco para documentar a presença ou ausência de nível sensitivo, que pode ser útil na localização da lesão, quando presente. Deve-se procurar por diferenças entre dor/temperatura (que são transmitidas pelo trato espinotalâmico) e vibração, sensibilidade posicional e tato superficial (que são transmitidas pelo cordão posterior – fascículos grácil e cuneiforme), já que diferenças entre essas modalidades sensitivas podem ajudar a localizar a lesão em um local específico da medula espinhal. É importante mapear a distribuição das alterações sensitivas e avaliar se elas batem com uma distribuição de alguma raíz ou de algum nervo periférico específicos. 5. Reflexos: em doenças da medula espinhal (fora da fase aguda, onde pode haver fraqueza flácida e arreflexia devido ao choque medular), os reflexos tendinosos profundos estão aumentados (hiperreflexia) e a respostacutâneo- plantar é extensora (sinal de Babinski). Nas lesões da medula cervical pode haver liberação piramidal nos braços, com sinal de Hoffmann positivo. A compressão de raízes nervosas (hérnias discais, espondilose, tumores) pode levar a reflexos ausentes nas raízes envolvidas (bicipital – C5, braquiorradial – C6, tricipital – C7, patelar – L4, aquileu – S1). Em doenças do sistema nervoso periférico, quando há fraqueza objetivamente demonstrável no exame físico (indicando disfunção moderadamente grave), os reflexos estarão diminuídos ou ausentes. Em lesão do sistema nervoso periférico, não há sinal de Babinski ou Hoffmann, que indicam liberação piramidal. 6. Tônus e trofismo muscular: as lesões do neurônio motor superior (sistema nervoso central) causam hipertonia com ou sem clônus, e pouca atrofia muscular, que quando ocorre é apenas pelo desuso (falta de atividade física). As lesões do neurônio motor inferior (sistema nervoso periférico) causam hipotonia e a atrofia é variável, maior nas lesões axonais graves e menor ou ausente nas lesões axonais leves ou desmielinizantes. Portanto, o grau de atrofia depende da gravidade do comprometimento axonal. Quanto maior o comprometimento axonal, maior a atrofia muscular. 7. Marcha: seu exame é muito útil, porque dá uma ideia do estado funcional do paciente, assim como ajuda a localizar a lesão neurológica. O exame físico geral mostrou que Arthur estava magro, com bochechas encovadas e suas calças estavam largas. Não havia baqueteamento digital, porém os dedos tinham coloração dourada, típica de tabagismo de longa data. A bexiga estava palpável (bexigoma), mas não havia hepatomegalia ou esplenomegalia. Os exames respiratório e cardiológico foram normais, assim como não havia lesões de pele. Os pares cranianos, a força muscular, o tônus, os reflexos e a sensibilidade nos membros superiores estavam normais. Nas pernas, o tônus estava aumentado e a força estava 3/5 nos músculos flexores e 4/5 nos músculos extensores. Não havia atrofia muscular, nem fasciculações nas pernas. A coordenação motora estava normal nos braços e não foi possível ser testada nas pernas devido à fraqueza muscular. Os reflexos tendinosos profundos estavam aumentados e simétricos nos patelares e aquileus e havia clônus no tornozelo bilateralmente. Os reflexos cutâneo-plantares estavam extensores bilateralmente (sinal de Babinski) e havia perda sensitiva de todas as modalidades sensitivas até o nível do umbigo (nível sensitivo em T10). O toque retal mostrou redução do tônus do esfíncter anal e não foi evidenciado aumento da prostata. Ele tinha dor à percussão das costas na região médio-torácica. Qual é o diagnóstico mais provável agora? A história sugere início subagudo de dor nas costas, dificuldade de deambulação com piora progressiva, fraqueza nas pernas e distúrbio esfincteriano. Os sinais no exame físico são sugestivos de lesão do neurônio motor superior bilateral, com hipertonia, um padrão piramidal de fraqueza (flexores > extensores), hiperreflexia, clônus e Babinski. Esse é o quadro clínico da paraparesia espástica. A ausência de anormalidades nos pares cranianos e nos membros superiores, juntamente com a presença de nível sensitivo em T10, sugere fortemente o diagnóstico de mielopatia torácica (dorsal). Em um paciente nesta faixa etária, a causa mais provável é de compressão neoplásica da medula (particularmente na presença de sintomas sistêmicos, como emagrecimento). Hérnia discal posterior com compressão da medula também é uma possibilidade no diagnóstico diferencial. Um exame de ressonância magnética deve ser realizado com urgência. O diagnóstico diferencial das mielopatias inclui: - Neoplásicas: tumores metastáticos e tumores primários da medula espinhal. - Degenerativas: espondilose devido à doença degenerativa, esclerose lateral amiotrófica, esclerose lateral primária. - Vascular: infarto medular, embolia fibrocartilaginosa, hematomielia por malformação vascular (MAV e cavernomas) e fístulas arteriovenosas durais. - Inflamatórias/auto-imunes: esclerose múltipla, neuromielite óptica, lúpus, Sjogren, sarcoidose, doença de Behcet. - Tóxica e metabólicas: mielopatia por radiação, deficiência de vitamina B12, deficiência de cobre, deficiência de vitamina E e intoxicação por óxido nitroso. - Infecciosas: virais (HIV, HSV-1, HSV-2, VZV, EBV, CMV, HSV-6 e HTLV-I, enterovírus D68, enterovírus 71, poliovírus, vírus do oeste do Nilo, dengue vírus, zika vírus, hepatite C, influenza, sarampo, caxumba), bacterianas (tuberculose, sífilis, brucelose, Mycoplasma pneumoniae, abscessos e empiemas piogênicos), fúngicas (criptococos, cândida, aspergilus, mucormicose) e parasitárias (neurocisticercose, neuroesquistossomose, toxoplasmose, malária). - Traumáticas - Genéticas: paraparesia espástica hereditária, adrenomieloneuropatia, ataxias espásticas (ex. ARSACS), ataxia de Friedreich, ataxias espinocerebelares (SCAs). O que é compressão metastática da medula espinhal? É definida radiograficamente como uma lesão metastática epidural, causando deslocamento da medula espinhal de sua posição normal, dentro do canal vertebral. É uma importante fonte de morbidade neurológica, incluindo paralisia e disfunção esfincteriana (urinária, intestinal) em pacientes com câncer sistêmico. Os ossos são a terceira principal causa de metástases, perdendo apenas para os pulmões e o fígado. No sistema esquelético, a coluna vertebral é o principal local de metástases, acometendo 5 a 10% dos pacientes com câncer, principalmente aqueles com câncer primário no pulmão, mama e próstata. Essa prevalência deve aumentar ainda mais, à medida em que aumenta a sobrevida dos pacientes com câncer. A exemplo do que ocorreu no caso de Arthur, 70% dos pacientes têm compressão da medula torácica, 20% têm compressão da medula lombar e os 10% restantes, têm compressão das medulas cervical e sacral. Disseminação hematogênica do tumor para a coluna vertebral. Por que a compressão medular metastática é diagnosticada tão tardiamente? Dor nas costas é uma das queixas mais comuns nos ambulatórios de cuidados primários de saúde, com a grande maioria dos casos sendo benignos, auto-limitados e não necessitando um diagnóstico específico. O desafio para o médico de cuidados primários é identificar os pacientes com dor nas costas devido a doenças graves, como metástases vertebrais, por exemplo. Dor nas costas pode ser o primeiro sinal do câncer, e aproximadamente 25% dos pacientes com metástases vertebrais e compressão medular não têm diagnóstico prévio de câncer. Em média, há um intervalo de 2 meses entre o início da dor e o diagnóstico da metástase, quase sempre, após o início de sintomas neurológicos objetivos, como paraparesia espástica e presença de sinal de Babinski. Quase metade dos pacientes não podem mais caminhar no momento do diagnóstico. E isso é ruim, pois o prognóstico neurológico, de deambulação e preservação dos esfíncteres, depende do estado neurológico no momento do tratamento cirúrgico. Portanto, é fundamental que os médicos de cuidados primários estejam atentos para a possibilidade de compressão medular metastática, e façam o diagnóstico antes do déficit neurológico se instalar por completo. Como a maioria das compressões metastáticas ocorre na coluna torácica, e esse segmento é menos suscetível a compressões discais ou por espondiloartrose, quando há dor persistente na região da coluna torácica, um diagnóstico de metástase sempre deve ser suspeitado e descartado, principalmente em idosos. Três síndromes dolorosas clássicas são identificadas nos pacientes com metástases vertebrais: - dor local em repouso, devido ao estiramento periostal e à atividade inflamatória, causada pelo crescimento do tumor. - dor mecânica, com piora aos movimentos e melhora com o repouso, devido à instabilidade causada pela lesão. - dor radicular, com irradiação parao dermátomo correspondente à raiz comprimida pelo tumor. Os pacientes frequentemente apresentam uma combinação dessas síndromes, e podem ter, tanto sinais de lesão dos tratos longos (sinais piramidais, fraqueza, déficit sensitivo abaixo do nível da compressão e disfunção esfincteriana) como sinais de compressão radicular, com fraqueza do miótomo correspondente, dor e déficit sensitivo no dermátomo da raiz afetada. Quando a cauda equina (raízes lombossacras no interior do canal medular antes de emergirem dos forâmes vertebrais) é afetada, ocorre a característica síndrome da cauda equina, com dor lombar do tipo radicular, fraqueza flácida dos membros inferiores, arreflexia, hipotonia, anestesia em sela, envolvendo os dermátomos S3-S5 (região perineal, genitália externa, ânus virilha e região interna das coxas), disfunção sexual e esfincteriana (retenção urinária e fecal). Arthur foi levado rapidamente à radiologia para exame de imagem de emergência de sua medula espinhal. Isso confirmou a hipótese clínica de compressão maligna da medula espinhal, e ele foi tratado imediatamente com dexametasona em altas doses. Um Rx de tórax mostrou uma lesão suspeita e a broncoscopia com biópsia confirmou a presença de um carcinoma de pequenas células do pulmão. Ele recebeu radioterapia para a metástase da coluna vertebral, e começou quimioterapia para o tumor de pulmão. Na consulta de segmento após 3 meses, ele ainda estava deambulando e sem dor nas costas. MRI Como tratar pacientes com compressão medular metastática? A compressão medular metastática é uma emergência neuro-oncológica e o tratamento definitivo deve ser no mesmo dia da confirmação diagnóstica. O uso de dexametasona na dose de ataque de 10 mg seguida por 4 mg 6/6 h (16 mg/dia) juntamente com proteção gástrica, pode resultar em melhora rápida da dor e da função neurológica. O tratamento primário do tumor depende do estado funcional do paciente (escala de Karnofsky), do prognóstico da doença de base, da preferência do paciente e do tipo histológico do tumor. Em pacientes muito debilitados e terminais, o tratamento cirúrgico pode não ser apropriado. Muitos pacientes recebem apenas radioterapia de emergência. Pacientes já paraplégicos são improváveis de se beneficiar de cirurgia de descompressão. Nesses casos o objetivo principal é o alívio da dor. Em pacientes selecionados, entretanto, a cirurgia pode fornecer melhor prognóstico de recuperação neurológica e alívio da dor do que a radioterapia isolada. Portanto, em pacientes que estão com bom status funcional e têm uma sobrevida esperada de pelo menos 3 meses, cirurgia é recomendada em qualquer uma das seguintes condições: - a paraplegia tem menos de 48 horas de duração. - instabilidade da coluna vertebral. - função neurológica está piorando. - dor intensa, apesar da radioterapia. Descompressão vertebral anterior e reconstrução da coluna vertebral são os procedimentos mais realizados. A laminectomia não é mais realizada, já que a maioria dos tumores se localiza na região anterior da vértebra, não sendo acessíveis pela abordagem posterior. Quimioterapia pode ser usada como tratamento primário, em alguns casos de tumores quimiossensíveis (ex. pequenas células do pulmão, linfoma). Independente do tratamento que o paciente receba, cuidados multidisciplinares são importantes, atendendo as necessidades médicas, sociais e psicológicas do paciente. Cuidados paliativos são cruciais, já que apenas 1/5 dos pacientes com metástases comprimindo a medula espinhal estarão vivos após 1 ano do diagnóstico. Quais são as síndromes medulares clássicas? Devido à anatomia da medula espinhal, lesões seletivas da medula podem gerar síndromes clínicas características, algumas vezes sugerindo a etiologia. - Secção completa da medula: causa paralisia bilateral e perda de todas as modalidades sensitivas abaixo do nível da lesão. Os sintomas motores dependem da fase da doença. Na fase aguda há o chamado choque medular, com tetra ou paraplegia flácida, arreflexia, hipotonia e reflexos plantares indiferentes. Após a fase aguda (após dias a semanas da lesão) começam os sinais de liberação piramidal, com hiperreflexia, hipertonia/espasticidade e surgimento do reflexo plantar em extensão (sinal de Babinski), bilateralmente. Nas lesões cervicais, também pode haver sinal de Hoffmann. O envolvimento da substância cinzenta acomete os neurônios motores inferiores no corno anterior, causando atrofia, arreflexia e fasciculações nos miótomos do nível da lesão. A perda de todas as modalidades sensitivas abaixo do nível da lesão (fenômeno conhecido como nível sensitivo) é típico das lesões medulares completas. Além disso há comprometimento das funções autonômicas, com disfunção urinária, intestinal e sexual. Na fase aguda (choque medular), retenção urinária e constipação são mais comuns, enquanto nas fases subagudas e crônicas, urgência/frequência e incontinência urinárias são mais comuns. Esse tipo de lesão pode ocorrer mais frequentemente com trauma raquimedular, mas também pode ser vista em hemorragias grandes da medula e nas mielites transversas graves (neuromielite óptica, doenças inflamatórias sistêmicas, mielites infecciosas). - Hemissecção da medula (síndrome de Brown-Séquard): causa paralisia ipsilateral e perda da sensibilidade proprioceptiva (vibratória e posicional) ipsilaterais, e perda da sensibilidade térmica e dolorosa contralateral, abaixo do nível da lesão. Muito frequentemente, essa síndrome pode ser incompleta, causando apenas comprometimento motor ipsilateral e perda térmica e dolorosa contralateral, preservando a propriocepção no cordão posterior. Não há uma causa clássica, podendo ocorrer na esclerose múltipla (lesões ocorrem na periferia da medula), mas também pode ocorrer em traumas incompletos da medula e em mielopatias compressivas e neoplásicas. - Síndrome do cordão posterior: causa importante perda proprioceptiva bilateral, com ataxia sensitiva e sinal de Romberg, preservando a força muscular e a sensibilidades térmica e dolorosa. Quando a lesão está na medula cervical, o sinal de Lhermitte pode ser visto, que se caracteriza pela sensação de choque elétrico que corre a medula para baixo, após a flexão do pescoço. Síndromes seletivas do cordão posterior ocorrem na neurossífilis tardia (tabes dorsalis), no infarto da artéria espinhal posterior, na esclerose múltipla, no trauma raquimedular incompleto e na toxicidade por compostos da platina (cisplatina, oxaliplatina). - Síndrome posterolateral (degeneração combinada da medula): é a combinação de lesões no cordão posterior (fascículos grácil e cuneiforme) e no cordão lateral (nos tratos corticoespinhais) da medula. Causa fraqueza espástica bilateral abaixo do nível da lesão, com hipertonia, hiperreflexia, clônus, sinal de Hoffmann e sinal de Babinski, associada a diminuição da sensibilidade proprioceptiva (vibratória e posicional), sem envolvimento da sensibilidade térmica e dolorosa. As causas mais comuns dessa síndrome são a deficiência de vitamina B12, a deficiência de cobre, a mielopatia vacuolar associada ao HIV, a mielopatia associada ao vírus HTLV-I, a toxicidade por metotrexato, a adrenomieloneuropatia e as fístulas arteriovenosas durais. Eventualmente também pode ser vista na mielopatia espondilótica. - Síndrome da artéria espinhal anterior: afeta os cordões laterais e anteriores, além dos cornos anteriores da medula. Causa fraqueza e perda das sensibilidades térmica e dolorosa abaixo do nível da lesão, preservando a sensibilidade proprioceptiva, pois preserva os cordões posteriores da medula. Bem no nível da lesão há também comprometimento dos neurônios motores inferiores no corno anterior da medula, gerando um padrão de fraqueza e atrofia de neurônio motor inferior nos miótomos do segmento lesado, mas não acima ou abaixo dele. É o quadro clínico clássico da oclusão da artéria espinhal anterior, com infarto deseu território. Entretanto, é importante notar que a ausência desse padrão clássico, não descarta um infarto da artéria espinhal anterior, pois muitos pacientes têm padrão clínico atípico, que não segue um território vascular característico. - Síndrome medular central: afeta a substância cinzenta central da medula. Caracteriza-se por lesão das fibras do trato espinotalâmico que cruzam pela comissura ventral. Consequentemente, os pacientes apresentam perda da sensibilidade térmica e dolorosa em forma de faixa, gerando o típico padrão de perda sensitiva suspensa. Esse padrão clínico é tipicamente associado à siringomielia, mas também pode ser visto em tumores intramedulares centrais, ou em pequenas hemorragias. Quando a lesão central é maior, os cornos anteriores da medula também são afetados, causando fraqueza e atrofia de neurônio motor inferior, associada com a perda sensitiva térmica e dolorosa suspensa. Esse padrão é algumas vezes visto na neuromielite óptica e nas lesões traumáticas em chicote (com hiperextensão da medula cervical), principalmente em pacientes com espondiloartrose cervical grave. - Síndrome do corno anterior da medula: caracteriza-se por envolvimento isolado do corno anterior, sem envolvimento dos tratos sensitivos. Com isso, o paciente apresenta apenas fraqueza e atrofia de neurônio motor inferior, com preservação de todas as modalidades sensitivas. Esse padrão é encontrado nas doenças do neurônio motor, como a esclerose lateral amiotrófica, a atrofia muscular progressiva, as atrofias musculares espinhais, a atrofia muscular bulboespinhal (doença de Kennedy), a atrofia monomélica (doença de Hirayama) e nas mielites virais (poliomielite, enterovírus D68, vírus do Oeste do Nilo, HIV). Na esclerose lateral amiotrófica, há a combinação de síndrome do corno anterior da medula com sinais de comprometimento dos tratos corticoespinhais. Outras doenças que também podem causar essa combinação (lesão dos neurônios motores superiores e inferiores) são a mielopatia espondilótica cervical, a doença de corpos de poliglicosanos do adulto (rara) e lesões do forame magno. Por isso, na suspeita de esclerose lateral amiotrófica, é sempre importante afastar lesões cervicais e da transição crânio-cervical com exames de imagem apropriados (ressonância magnética). Entretanto, ao contrário da esclerose lateral amiotrófica que causa apenas sintomas motores, na espodiloartrose cervical e nas lesões do forame magno há sintomas sensitivos associados, e na doença dos corpos de poliglicosano do adulto há bexiga neurogênica e lesões na substância branca do cérebro na RM. - Síndrome em U ou “volta do relógio”: As lesões da transição crânio-cervical no forame magno têm um padrão de progressão característico, com os sintomas motores e sensitivos iniciando no braço ipsilateral e seguindo para a perna ipsilateral, e progredindo para a perna contralateral, para finalmente atingir o braço contralateral. As principais lesões da transição crânio-cervical incluem a platibasia, a invaginação basilar, a malformação de Chiari, tumores primários e metastáticos, trauma e luxação atlanto-axial. - Síndrome do cone medular: ocorre por lesões do cone medular, a porção terminal da medula espinhal, que se localiza entre os segmentos vertebrais de T12 e L2 nos adultos. Os pacientes se apresentam com dor nas costas, associada com uma combinação de fraqueza de neurônio motor superior e inferior, anestesia em sela no períneo, além de bexiga e intestino neurogênicos. Ao contrário do que ocorre na síndrome da cauda equina, onde os pacientes apresentam apenas sinais de neurônio motor inferior (lesão das raízes espinhais), na síndrome do cone medular há uma combinação de sinais de ambos os neurônios. As causas mais comuns incluem herniação discal, espondilose vertebral, fraturas, tumores, abcessos epidurais e lesões vasculares (fístula arteriovenosa dural, cavernomas). - Síndrome da cauda equina: embora não seja uma mielopatia propriamente dita, e sim uma polirradiculopatia lombossacral (L2-S5) por lesão das raízes que emergem da medula espinhal e percorrem o saco dural até sua emergência pelos forames intervertebrais sacrais (ver figura abaixo), a síndrome da cauda equina é estudada juntamente com as mielopatias, por ser uma continuação da medula. Há comprometimento do movimento dos membros inferiores (L2-S2), da sensibilidade dos membros inferiores (L2-S3), controle do esfíncter urinário (S2-S4), controle do esfíncter anal (S2-S4), sensibilidade do períneo (S2-S4) e sensibilidade coccígea (S4-S5). A causa mais comum de compressão da cauda equina é a herniação discal entre L4-L5 e L5-S1, seguida por fratura vertebral, tumores (ependimoma mixopapilar, meningioma, shwannoma e metástases vertebrais e leptomeníngeas), causas iatrogênicas (punção lombar, anestesia raquidiana), vasculares (hematoma subdural espinhal, fistula arteriovenosa dural), infecciosas (abscesso epidural espinhal, tuberculose, doença de Lyme, neurocisticercose, neurossífilis, neuroesquistossomose, citomegalovírus, herpes zoster, Epstein-Barr vírus, herpes simples vírus tipo 2), tóxicas (radioterapia, citarabina ou metotrexate intratecal, infliximabe) e inflamatórias (LES, Sjogren, neurosarcoidose, espondilite anquilosante) e CISP (chronic imune sensory polyradiculopathy). Distinguir a síndrome da cauda equina de mielopatias e de polineuropatias agudas pode ser difícil. Ausência de sintomas ou sinais neurológicos nos membros superiores, ausência de nível sensitivo torácico, arreflexia ou hiporreflexia nos membros inferiores sem Babinski, presença de déficit sensitivo nos membros inferiores e na região perineal em sela, paraparesia flácida ou fraqueza proximal dos membros inferiores (ausente em herniações centrais que afetam as raízes sacrais baixas e coccígeas) e disfunção urinária (diminuição da sensibilidade uretral durante a micção, retenção urinária e incontinência por hiperfluxo), sexual (disfunção erétil, micção durante o intercurso, priapismo) e intestinal (sensação de plenitude retal, constipação, incontinência anal) são as características clínicas da síndrome da cauda equina. Dor lombar baixa com irradiação radicular uni ou bilateral para os membros inferiores pode ser vista. A dor pode ser pior na posição supina. A avaliação do reflexo bulbocavernoso ajuda a avaliar a intergridade das raízes sacrais baixas. O toque retal para avaliar o tônus do esfíncter anal também ajuda a verificar a integridade da causa equina, entretanto está sujeito à experiência do examinador. A eletroneuromiografia pode ter um papel crítico na localização da lesão na cauda equina, entretanto esse exame não é capaz de diferenciar entre lesão da cauda equina ou dos cornos anteriores da medula lombossacral. A ressonância magnética é o exame de escolha para causas compressivas da cauda equina. O líquor está indicado nas causas inflamatórias, infecciosas e neoplásicas. Representação esquemática da cauda equina na coluna lombossacra. Qual o melhor método de imagem para o diagnóstico das mielopatias? O melhor exame de imagem depende da suspeita clínica. Embora a ressonância magnética seja o exame de escolha na grande maioria das mielopatias, o Rx simples da coluna pode ser útil para mostrar o alinhamento vertebral em lesões traumáticas e imagens dinâmicas de Rx da coluna cervical em flexão e extensão podem mostrar instabilidades vertebrais em pacientes com artrite reumatoide, suscetíveis ao desenvolvimento de luxação atlanto-axial. A tomografia computadorizada da coluna têm imagens mais ilustrativas que o Rx simples, porque permite imagens transversas e melhor resolução espacial. Entretanto, a medula espinhal propriamente dita, não pode ser adequadamente estudada pela TC. Ela é mais adequada para doenças ósseas da coluna vertebral, como fraturas e espondiloses, e o comprometimento neurológico é presumidoindiretamente, pelo nível de estreitamento dos forames intervertebrais e do canal medular. Em alguns pacientes em que a RM é contraindicada (dispositivos implantáveis como marcapasso ou estimuladores) ou indesejada (fobia), a mielografia por TC ou mieloTC (um procedimento em que contraste é injetado no espaço subaracnóide espinhal através de uma punção lombar), pode descartar lesões compressivas da medula. Além disso, ANATOMIC AND EPIDEMIOLOGIC CONSIDERATIONS The French anatomist Andreas Lazarius named the cauda equina in the 17th century, noting a similarity of the collection of lumbosacral and coccygeal nerve roots to a horse’s tail (FIGURE 10-1).1 This collection of nerve roots involves ascending and descending L2 through L5 segments, S1 through S5 segments, and coccygeal segments, all within the thecal sac before and after entry and exit from the conus medullaris and their respective neural foramina. These pathways are involved in lower limb movement (L2 through S2), lower limb sensation (L2 through S3), bladder control (S2 through S4), control of the external anal sphincter (S2 through S4), perineal sensation (S2 through S4), and coccygeal sensation (S4 through S5, coccygeal nerve roots). The neural elements are contained by the vertebral body anteriorly, neural arch posteriorly, spinous process, intervertebral disks, posterior longitudinal ligament, ligamentum flavum, and the facet joints.2 These structures provide for protection of nerve roots in the lumbosacral spine but can also result in cauda equina syndrome through compression of nerve roots in various disease states, such as trauma, disk disease, or vertebral collapse and instability in neoplastic and infectious conditions. An epidemiologic study of conus medullaris and cauda equina lesions in Slovenia reported an average annual incidence rate of 3.4 per million population for cauda equina lesions, with higher incidence rates noted in men.3 The most common cause of conus medullaris and cauda equina lesions was intervertebral FIGURE 10-1 Cauda equina anatomy. Lumbar, sacral, and coccygeal nerve roots of the cauda equina. Reprinted with permission from Stewart JD.1 © 2010 JBJ Publishing. CONTINUUMJOURNAL.COM 585 Copyright © American Academy of Neurology. Unauthorized reproduction of this article is prohibited. quando há suspeita de fístulas liquóricas causando hipotensão intracraniana, a mieloTC pode mostrar defeitos durais não vistos pela RM. Além disso, a TC é um exame muito mais rápido que a RM, e para um número grande de pacientes com claustrofobia, a TC é o único exame que pode ser obtido em um primeiro momento. Como já ressaltado, a RM é o melhor método de imagem para o diagnóstico da maioria das mielopatias. A primeira decisão importante é a de qual segmento da medula vai ser estudado. Geralmente, é mais custo efetivo solicitar apenas o exame do segmento afetado, de acordo com os achados do exame neurológico. Imagem de toda a coluna é apropriada para screening oncológico e para mielopatias agudas supostamente compressivas. Assim como nas imagens do cérebro, as imagens em T1 produzem hipersinal para gordura e produtos sanguíneos e as imagens em T2 produzem hipersinal para o líquor, edema e gliose, sendo particularmente úteis para avaliar o parênquima medular. A gordura também apresenta hipersinal em T2 (assim como em T1), portanto a sequência STIR (short tau inversion recovery) é supressora de gordura, invertendo o sinal da gordura para hipointenso e preservando o sinal hiperintenso para o líquor e para o edema. Imagens em T1 após injeção de contraste (gadolínio) são obtidas quando há suspeita de inflamação e tumores. A RM da medula tem menor resolução espacial e definição de imagem que a RM de crânio. Isso pode provocar alguma dissociação entre a síndrome clínica encontrada no exame neurológico e a imagem observada na RM. Por exemplo, um infarto da artéria espinhal anterior pode parecer uma lesão central na RM. Os ossos da coluna vertebral geram alguns artefatos, além dos artefatos de movimento causados pela respiração e deglutição e pela pulsatilidade liquórica e do sistema arterial vertebral. Vários softwares estão sendo criados para diminuir esses artefatos, além da inclusão de novas sequências de gradiente ECO. Quando uma lesão medular é encontrada, a morfologia da lesão pode ser útil em apontar a causa. Um esquema útil é subdividir as lesões em longitudinalmente extensas (comprometendo mais do que 3 segmentos vertebrais) e lesões mais localizadas (comprometendo menos de 3 segmentos vertebrais). A identificação de lesões longitudinalmente extensas na RM de um paciente com mielite transversa de início agudo/subagudo é sugestiva de neuromielite óptica, entretanto, outras causas devem ser consideradas no diagnóstico diferencial, como neurosarcoidose, lúpus eritematoso sistêmico, paraneoplasias, mielites infecciosas e pós-infecciosas, gliomas e ependimomas, deficiência de vitamina B12 e cobre e infartos medulares. Esclerose múltipla raramente se apresenta com lesões longitudinalmente extensas em adultos, mas pode assim ocorrer em 10-15% das crianças. LETM can also occur in idiopathic myelitis, acute disseminated encephalomyelitis (ADEM), and myelin oligodendrocyte glycoprotein (MOG)-IgG–associated disease; the latter may have a predilection for the thoracolumbar region. Examination of the axial cord images in a longitudinally extensive lesion can also assist with the differential diagnosis. NMOSD and neurosarcoidosis lesions tend to be centrally located, whereas involvement of specific tracts such as the dorsal or lateral columns may suggest a paraneoplastic myelopathy. SHORT-SEGMENT LESIONS. In MS, spinal cord lesions are typically one vertebral segment or less in craniocaudal length (FIGURE 6-3C) and rarely extend to three segments, as illustrated in CASE 6-2. They are located peripherally as focal, asymmetric dorsal, or lateral column lesions. Even after taking into account MRI timing, the initial myelitis event in up to 14% of patients with NMOSD may be associated with a short-segment lesion.15 A helpful clue is that such lesions tend to be centrally located within the cord on axial imaging. An initial myelitis associated with a short-segment lesion does not excludeNMOSD, and AQP4-IgG testing should be considered in those who have features atypical for MS, such as normal brainMRI, systemic autoimmunity, or absence of CSF oligoclonal bands. In such patients, subsequentmyelitis attacks are usually longitudinally extensive. GADOLINIUM ENHANCEMENT. The detection of lesion enhancement after IV gadolinium administration implies blood-brain barrier injury and is a supportive criterion for defining an inflammatory myelopathy. The enhancement pattern FIGURE 6-3 Spinal cord MRI studies comparing findings in multiple sclerosis and neuromyelitis optica spectrum disorder. A, Sagittal T2-weighted cervical spinal cord MRI from a patient with acute neuromyelitis optica spectrum disorder–relatedmyelitis shows a typical longitudinally extensive, expansile, and centrally located cord lesion (arrows) that extends into the brainstem. B, On T1-weighted sagittal MRI sequences of the same patient, such acute neuromyelitis optica spectrum disorder lesions might be hypointense (arrows), which can indicate necrosis and cavitation, while also showing enhancement with IV gadolinium administration (arrowhead), which is indicative of active inflammation. C, Sagittal T2-weighted MRI of the cervical spinal cord shows typical short-segment signal abnormalities (arrows) and peripheral dorsal location characteristic of multiple sclerosis. Reprinted with permission from Wingerchuk DM, et al, Lancet Neurol.2 © 2007 Elsevier. IMMUNE-MEDIATED MYELOPATHIES 504 APRIL 2018 Copyright © American Academy of Neurology. Unauthorized reproduction of this article is prohibited. RM em T2 sagital (A) mostrando uma lesão hiperintensa longitudinalmente extensa, expansiva e na região central da medula e seestendendo para o tronco cerebral, típica da neuromielite óptica. RM em T1 (B) do mesmo paciente mostra lesão hipointensa que pode indicar necrose e cavitação e capta contraste (ponta de seta), indicando inflamação ativa. A imagem em (C) mostra RM em T2 com lesões típicas de esclerose múltipla, afetando curtos segmentos e localização periférica dentro da medula. Por outro lado, a esclerose múltipla, tipicamente causa lesões curtas, geralmente situadas na periferia da medula nos cortes axiais. Para os pacientes com diagnóstico de mielite de etiologia incerta, uma RM do crânio também deve ser obtida, mesmo que não haja sinais ou sintomas que sugiram uma doença cerebral. Na esclerose múltipla, por exemplo, que é uma causa frequente de mielite transversa, a maioria dos pacientes que se apresenta inicialmente com mielite (síndrome clínica isolada) também apresenta lesões cerebrais silenciosas. Lesões cerebrais, entretanto, não são específicas para esclerose múltipla e podem ser vistas em neuromielite óptica e na adrenoleucodistrofia. Embora os exames de imagem tenham assumido um papel central na avaliação das doenças de medula espinhal, é importante lembrar que as mielopatias devem ser diagnosticadas clinicamente e que, particularmente nas causas crônicas de mielopatia (paraplegia espástica hereditária, paraparasia espástica tropical), a ressonância magnética pode ser inteiramente normal. Além disso, lesões muito pequenas também podem passar despercebidas, e algumas vezes podem ser detectadas após a repetição do exame. Como abordar um paciente com mielopatia na emergência ou na atenção primária à saúde? Apesar de sua frequência, não há um consenso da melhor forma de investigar e tratar pacientes com mielopatia. O passo inicial é descartar uma causa compressiva, particularmente quando os sintomas são agudos/subagudos, como neste caso. Uma ressonância de urgência de todo o neuroeixo, portanto, é mandatória. Em mielopatias agudas ou subagudas, uma RM normal do segmento medular clinicamente suspeito deve levantar a possibilidade de um diagnóstico alternativo, principalmente síndrome de Guillain-Barré. Se a RM for anormal e confirmar a suspeita clínica de mielopatia (exceto compressiva), uma punção lombar com análise do líquor é mandatória. Os parâmetros mínimos a serem avaliados no líquor são: (1) contagem de leucócitos e diferencial; (2) nível de proteínas e glicose; e (3) análise de bandas oligoclonais e índice de IgG. A maior dificuldade nos casos agudos é a diferenciação entre mielites inflamatórias e infartos medulares. Os critérios diagnósticos para mielite transversa inflamatória requerem sinais e sintomas bilaterais, com nível sensitivo claramente definido e progredindo entre 4 horas e 21 dias, além de achados inflamatórios no líquor (pleocitose e presença de bandas oligoclonais isoladas no líquor ou índice de IgG aumentado) ou a presença de uma lesão captante de contraste na RM. Entretanto, esses critérios devem ser relativizados em alguns pacientes, já que nível sensitivo nem sempre está presente e algumas lesões são periféricas, causando síndrome de hemissecção da medula. Na tabela abaixo, mostramos alguns casos de mielite aguda/subaguda de provável origem inflamatória e sua avaliação sugerida: Causa Pistas Diagnósticas Esclerose múltipla Bandas oligoclonais no líquor. Doença ativa pode mostrar leve pleocitose liquórica, mas não ultrapassa 50 células/mm3. Na maioria dos pacientes, o número de células será normal. Lesões sugestivas na RM do encéfalo preenchendo os critérios de McDonalds 2017 (lesões hiperintensas em T2/FLAIR com formato ovóide em região periventricular, justacortical ou fossa posterior, muitas vezes adjacentes e perpendiculares ao corpo caloso (dedos de Dawson), lesões curtas na RM medular localizadas perifericamente, podendo ou não captar contraste, presença ou não de sintomas neurológicos sugestivos de surtos prévios. Lesões hiperintensas em T2 na esclerose múltipla. Neuromielite óptica (Doença de Devic) Anti-aquaporina 4 positiva no soro pelo método CBA (75% sensibilidade e 98% especificidade), pleocitose linfocítica leve ou eventualmente moderada, com predomínio de neutrófilos e, eventualmente, eosinófilos, bandas oligoclonais no líquor geralmente ausentes, mas podem estar presentes em 20-30%, lesões longitudinalmente extensas na RM medular, localizadas centralmente e captando contraste nas primeiras 8-12 semanas, extensão da lesão medular para o tronco encefálico, presença ou não de sintomas prévios em nervos ópticos (neurite óptica uni ou bilateral) ou área postrema do tronco encefálico (náuseas/vômitos e soluços incoercíveis). Pacientes com neuromielite óptica podem ter lesões curtas na RM e anticorpos anti-aquaporina 4 devem ser solicitados nesses pacientes, quando os demais achados são atípicos para EM (RM de crânio normal, ausência de bandas oligoclonais no líquor, presença de outras doenças auto-imunes sistêmicas). Nesses pacientes, futuros surtos medulares geralmente mostram lesões longitudinalmente extensas. RM em T2 mostrando lesão cervical longitudinalmente extensa na neuromielite óptica Pacientes negativos para anti-aquaporina 4, devem ser testados para anti- MOG, principalmente se houver neurite óptica de repetição ou preferência pelo segmento toracolombar da medula, incluindo o cone medular. RM mostrando lesão hiperintensa no cone medular da NMO anti-MOG positiva. Sarcoidose Neuropatias cranianas concomitantes ou prévias, meningite asséptica, níveis elevados de enzima conversora de angiotensina (ECA) no sangue ou no líquor, pode haver pleocitose significativa no líquor, captação persistente de contraste por > 2 meses ou padrão de captação subpial dorsal na RM, e nas imagens axiais, pode-se observar o sugestivo sinal do tridente. Linfadenopatia hilar do pulmão demonstrada pelo Rx de tórax, mas com maior frequência pela TC de tórax ou, em alguns casos, apenas pelo PET-SCAN. Rx mostrando linfonodos parahilares e RM mostrando mielite na sarcoidose. Lupus eritematoso sistêmico FAN, anti-Sm, anti-DNA nativo ou anticorpos anti-fosfolípides positivos no soro, diminuição dos níveis de complemento, história de rash cutâneo, artrite, serosites ou alterações renais e hematológicas. Alguns casos podem ser comorbidos com neuromielite óptica, mas podem também ocorrer com anti-aquaporina 4 negativa. Doença Sjogren Anti-SSA e Anti-SSB positivos no soro, síndrome sicca com olhos e boca secas. Alguns casos podem ser comorbidos com neuromielite óptica, mas podem também ocorrer com anti-aquaporina 4 negativa. Nos casos suspeitos com anticorpos anti-SSA e SSB negativos, indicar biópsia de glândula salivar. Mielite pós-vacinal História de vacinação precedendo a mielite em cerca de 3 a 4 semanas, mas podendo variar de dias até 3 meses. Imaging Case Description Background Discussion MRI of the Brain (T2) at initial presentation showing Area Postrema lesion Summary There are only 2 other cases of lumbosacral Myeloradiculopathy described in NMO, although other peripheral neuropathy / lumbosacral radiculopathy are a little more common. There are two disparate views on the topic of PNS damage in NMOSD: • AQP4 exists at the transitional zone of the CNS PNS at the root level and could be the target of radiculitis. AQP4 is expressed at the inner part of cauda equina adjacent to the spinal cord whereas Schwann cells exist mainly in the outer part. ( Takai et.al 2012) • An unknown antibody to an axoglial antigen could also play a role in the PNS damage. Neuromyelitis optica spectrum disorders (NMOSD) is a group of inflammatory and demyelinating syndrome of the central nervous system. The pathophysiological mechanisms of NMO-IgG/Antibodies to aquaporin-4 (AQP4-Abs) show that the lesionstend to be localized to the site of AQP4 expression : spinal cord, hypothalamus, thalamus, third or fourth periventricular, midbrain, medulla oblongata. With spinal cord involvement, the most common locations were the cervical or thoracic spinal cord. There are few reports on the conus medullaris/cauda equina lesions in NMOSD. A 21-year-old female presented to our ER with Area Postrema syndrome – 7 months of intractable vomiting. Following imaging and a positive serum anti-AQP4 antibody, she was diagnosed with NMOSD. She was started on disease modifying agent Rituximab – planned for administration at 6 monthly intervals or if her CD19 counts increased, whichever came earlier. She had received her first dose of Rituximab and was clinically stable. She presented to clinic 1 month after missing her scheduled 2nd dose of Rituximab, with new onset of urinary incontinence and saddle anesthesia. She also had new onset sexual dysfunction. Neurological exam showed new left leg weakness, persistent torsional nystagmus and saddle anesthesia. Imaging of the lumbosacral spine showed a lesion in the conus medullaris and contrast enhancement of the nerve roots in the cauda equina. Autoimmune, infectious work-up in serum and CSF was negative. She was treated with plasma exchange for five days with near complete resolution of symptoms. Discussion Conclusions Myeloradiculopathy is an uncommon presentation of NMO. • In patients with diagnosed NMO/NMOSD, it is important to suspect conus lesions especially if presentation includes bowel, bladder, or sexual dysfunction. • Conus lesions are overlooked as neuroimaging typically obtained in suspected NMO includes the cervical and thoracic spinal cord looking for LETMs. In addition, lower motor neuron lesions are typically not suspected in NMOSD. • If cauda / conus lesions are seen as an initial presentation, in patient without any obvious structural cause, it is imperative to check for Anti-AQP4 Ab in the serum by Cell based assay method. If AQP4 Ab is negative, anti MOG Ab must be checked. 1. Takai, Y. et. Al. 2012. Two cases of lumbosacral myeloradiculitis with anti-aquaporin 4 antibody. Neurology 79 (17), 1826-1828 2. Kim, S. et. Al. Radiculopathy in NMO: How does anti-AQP4 involve PNS? Mult Scler Relat Disord. 2017 Nov;18:77-81. doi: 10.1016/j.msard.2017.09.006. 3. Wang Y, Zhang Y, Shan Y, Lu Z (2016) Two Cases of Conus Medullaris Lesions with Neuromyelitis Optica Spectrum Disorders. J Mult Scler (Foster City) 3:164. doi:10.4172/2376- 0389.1000164 Disclosures: The author does not have any disclosures. MRI of the lumbosacral spine showing T1 Gadolinium enhancement of Cauda Equina roots at L1 ( Sagittal and Axial) Lumbosacral Radiculomyelopathy: a rare presentation in an established case of Neuromyelitis Optica Spectrum Disorder Aparna.M.Prabhu, MD, MRCP. Einstein Medical Center, Philadelphia Discussion Classically NMO tends to spare the conus. One report suggests that lesions in the conus medullaris were seen in: 1.58% in NMOSD and 9.6% in anti-AQP4 antibody positive cases. Another report states that in myelin oligodendrocyte glycoprotein (MOG) antibody-positive NMO/NMOSD, involvement of conus on spinal magnetic resonance imaging is 75%, whereas in AQP4-Ab-positive cases it is only seen in 17%. MRI of the lumbosacral spine showing T2 hyperintense lesion in the conus ( Sagittal and Axial) References Mielite para-infecciosa ou pós-infecciosa História de infecção sistêmica concomitante ou precedendo o início da mielite. Frequentemente associada com sorologia positiva para Mycoplasma pneumoniae. Recentemente associado com exposição ao vírus zika, dengue e chikungunya. Mielite transversa longitudinalmente extensa após infecção por dengue. Encefalomielite disseminada aguda (ADEM) Mais comumente um doença pediátrica. Histórico de infecção precedente ou vacinação. Geralmente associada com encefalopatia de início agudo. RM do encéfalo e da medula mostra múltiplas lesões desmielinizantes, geralmente com a mesma idade (todas captando contraste), afetando a substância branca e a substância cinzenta profunda do encéfalo (tálamo e núcleos da base). RM do cérebro e da medulla mostrando lesões típicas de ADEM em criança de 8 anos Mielite Infecciosa Febre no início da apresentação, encefalite pode estar associada, rash pode estar presente, epidemiologia apropriada, histórico de viagens para locais endêmicos, histórico de imunossupressão. Pleocitose e aumento de proteína liquórica, glicose liquórica normal nas infecções virais e diminuída das infecções bacterianas, fúngicas e tuberculosas. Marcador infeccioso positivo no sangue (sorologia para HIV, Lyme, sífilis, brucelose, Mycoplasma pneumoniae, hepatite C, HTLV-I e II, quantiferon gold para tuberculose, hemoculturas, pesquisa de plasmodium para malária), swab nasofaríngeo (enterovírus B68), escarro e lavado broncoalveolar (pesquisa de BAAR), fezes (pesquisa de ovos de S. mansoni) ou líquor (sífilis, PCR para HSV, VZV, CMV, sorologia para VZV no líquor mais sensível que o PCR, antígeno criptocócico), com coloração de GRAM, tinta da China/Índia, pesquisa de BAAR e culturas no líquor. Em pacientes imunocomprometidos acrescentar PCR para EBV e HSV-6. Mielite Paraneoplásica A mielite pode preceder, ser concomitante ou ocorrer após o diagnóstico do câncer. Anticorpos onconeurais positivos (frequentemente anti- anfifisina, anti-CRMP5, anti-Hu, anti-Ri, anti-PCA-2 anti-GFAP). RM com lesões longitudinais simétricas obedecendo a distribuição de um trato específico nos cordões laterais e posteriores, mas pode ser normal. PET- SCAN do corpo inteiro, ou quando indisponível, TC de tórax, abdome e pelve associada a US de testículos e mamografia devem ser solicitados para screening de câncer oculto. Endoscopia digestiva alta e baixa nos casos onde não se detecta um tumor com os exames radiológicos acima. RM mostrando acometimento seletivo dos tratos corticoespinhais em mielite Paraneoplásica (neoplasia de pequenas células do pulmão). No quadro abaixo mostramos a avaliação sugerida de pacientes com mielopatia aguda/subaguda sem evidência de inflamação ou compressão nos estudos de imagem e liquóricos: Causa Pistas Diagnósticas Infarto medular História de cirurgia aórtica, hipotensão grave ou fatores de risco vascular (hipertensão, dislipidemia, tabagismo, diabetes, fibrilação atrial) ou suspeita de dissecção de aorta. Pode se manifestar como síndrome da artéria espinhal anterior ou síndrome do cordão posterior, entretanto, até 1/3 dos pacientes têm manifestações atípicas, não relacionada a um território vascular específico. Início súbito dos sintomas é a regra, embora os sintomas podem piorar progressivamente ao longo de horas. Dor no pescoço ou nas costas ocorre em 1/3 dos pacientes, e geralmente se localiza no nível da lesão. Enquanto a maioria dos infartos medulares ocorre na medula torácica inferior (65%), infartos cervicais são associados com manifestações clínicas mais graves e envolvimento dos membros superiores. RM mostra imagem hiperintensa de lápis invertido nas imagens sagitais em T2, além de restrição à difusão. Atrofia da medula pode ocorrer nas fases crônicas. Infarto medular (eg, paraneoplastic encephalomyelitis).9,21 Even in such cases, it dif- fers from limbic encephalitis insofar as it has more generalized cere- bral abnormalities not confined to the limbic system. Patients can have an acute myelitis or more insidious progressive myelopathy with combinations of weakness, numbness, and bowel or bladder dysfunction. Other symptoms can include headache, seizures, and agitation, attributable to the associated intracranial involvement.6 A variety of paraneoplastic antibodies can be seen, but anti-CRMP5/ anti-CV2 and anti-amphiphysin are the most common. Small cell lung and breast cancer arethe most frequently associated malignan- cies. A paraneoplastic aquaporin-4 IgG seropositive neuromyelitis optica spectrum disorder is also recognized.22 When confined to the spinal cord, imaging findings include longitudinally extensive T2 hyperintensity and enhancement (Fig 7). Tract-specific abnormalities, particularly along the lateral col- umns, are characteristic (Fig 7C, -G). Abnormal FDG uptake can also be present in the involved area of the spinal cord with this syndrome (Fig 7E), which could potentially be mistaken for met- astatic tumor involvement.23 Differential considerations for this entity include neuromyelitis optica spectrum disorder, neurosar- coidosis, spinal dural AVF, radiation myelitis, and cord infarct. The presence of perimedullary flow voids usually suggests an AVF, whereas preferential involvement of the anterior horns of- ten suggests cord infarct. Multiple sclerosis would not generally have longitudinally extensive involvement. In addition to the usual paraneoplastic work-up, MR imaging of the entire spine is particularly helpful in these patients because of the longitudinally extensive nature of spinal cord involvement. Imaging of the brain is also usually indicated to assess for associ- ated encephalitis, which is frequently seen with anti-CRMP5 syn- dromes. Typical treatment includes management of the underlying malignancy and immunosuppression. Despite treatment, the out- come is overall poor with most patients becoming wheelchair dependent. Although follow-up of patients with paraneoplastic myelitis is not well documented in the literature, clinical improvement and improvement in imaging findings can occur (Fig 7F–I). Spine: Polyneuropathy Paraneoplastic polyneuropathy is rare but usually manifests clinically as a sensory neuropathy.9 This is characterized by pain, paresthesias, and loss of vibratory sensation, often with ANNA-1/anti-Hu or anti-CRMP5 antibody positivity. Much less commonly, paraneo- plastic syndromes can also have other combinations of motor, C O L O R FIG 7. Paraneoplastic myelitis (A–E). A 52-year-old woman recently diagnosed with small cell lung cancer presented with progressive bilateral lower extremity weakness over weeks. Lumbar puncture was remarkable for elevated CSF IgG index and IgG synthesis rate, though no spe- cific paraneoplastic antibody was identified. Sagittal T1-weighted pre- (A) and postcontrast (B) images and an axial postcontrast image (C) from her thoracic spine MR imaging show a long segment of enhancement involving the lateral columns of the thoracic spinal cord. Corresponding axial T2-weighted (D) and FDG-PET/CT (E) images show increased T2 signal (D, arrows) and marked abnormal FDG uptake (E, arrows) in the spinal cord. She was diagnosed with paraneoplastic myelopathy and had transient improvement with methylpredniso- lone. Paraneoplastic myelitis with treatment response (F–I). A 64-year-old woman recently diagnosed with small cell lung cancer pre- sented with gait difficulties and progressive bilateral lower extremity weakness lasting several months. Serum and CSF were positive for CRMP5 autoantibodies. Sagittal T2-weighted (F) and axial T1-weighted postcontrast (G) images of the cervical cord show increased T2 signal (F, arrows) and enhancement of the lateral columns (G, arrows). She was treated with 6months of cyclophosphamide and had partial symptomatic improvement. Follow-up sagittal T2-weighted image (H) shows near resolution of abnormal signal. There is mild re- sidual patchy cord enhancement, greatest in the lateral columns (I, arrows). 8 Madhavan ! 2020 www.ajnr.org Embolia fibrocartilaginosa Ocorre pela propagação anterógrada de fragmentos embolizados do núcleo pulposo dos discos intervertebrais, através da vasculatura vertebral para as artérias radiculomedulares. História de trauma, exercício ou manobra de Valsalva são fatores de risco. Mais comuns em jovens, ao contrário dos outros infartos medulares, que geralmente ocorrem em idosos. Pode evoluir de minutos a horas após o evento embólico. Afeta homens e mulheres, sem ou com poucos fatores de risco vascular. Na RM geralmente há uma protrusão ou hérnia discal no nível da lesão. Hematomielia História de dor intensa de início agudo nas costas, associada com paralisia completa abaixo do nível da lesão, sintomas autonômicos vesicais e intestinais e nível sensitivo. A causa mais comum é malformação arteriovenosa vascular (MAV), que tem uma taxa de sangramento anual de 4%, aumentando para 10% após o primeiro sangramento. Aneurismas intra-MAVs ocorrem em 30-40% dos casos e aumentam o risco de sangramento. A maioria das MAVs ocorrem na medula torácica e na terceira década da vida. Os pacientes geralmente são assintomáticos antes de sangrar, mas pode haver efeito massa e fenômenos de roubo vascular com isquemias. A RM mostra sinal misto nas sequências T1 e T2, intra e extramedular, e o sangramento pode ser visto nas sequências sensíveis à sangue. Captação de contraste é variável e flow-voids devido aos vasos dilatados são tipicamente presentes. A angiografia digital espinhal é confirma a arquitetura da MAV e ajuda a planejar o tratamento. Cavernomas são outra causa de sangramento medular e podem ser vistos apenas na ressonância magnética (não são vistos na angiografia). Malformação arteriovenosa medular com hemorragia Intramedular. Toxicidade por óxido nitroso Causa deficiência de vitamina B12. Há história de exposição ao óxido nitroso (recreacional ou durante anestesia), sinais de degeneração combinada da medula (déficit proprioceptivo com paraparesia espástica). Mal de descompressão História de mergulho profundo ou rápida ascensão em mergulhadores e aviadores dentro das últimas 24 horas. Mielopatia é a manifestação neurológica mais comum. Alterações cognitivas e dor articular ou rash concomitante. Ataxia é comum. Ocorre provavelmente por embolismo gasoso, com infartos medulares. A RM é insensível e geralmente normal. Mielopatia precoce por radiação Sinal de Lermitthe, início dos sintomas nos primeiros 6 meses após a radioterapia, com melhora espontânea ao longo de meses. RM geralmente normal. Trauma raquimedular Geralmente causada por acidentes automobilísticos (causa mais comum), quedas, projéteis de arma de fogo, ferimento por arma branca e atividades esportivas. É mais comum em homens e nas medulas cervical e torácica. Pode ser completa ou incompleta. Quando ocorre acima do segmento C5 da medula, está associada a insuficiência respiratória devido à perda da função diafragmática. Entretanto, pacientes com lesões medulares baixas e torácicas altas também podem ter dificuldade respiratória, devido à interrupção da inervação torácica e abdominal, com preservação do diafragma. Esses pacientes também podem ter hipotensão refratária e bradicardia, devido à choque neurogênico (perda da inervação simpática com persistência da atividade vagal). Disreflexia autonômica é uma complicação comum em pacientes com lesões cervical ou torácica alta (acima de T6). Geralmente se manifesta algumas semanas após o trauma. Caracteriza-se por hipertensão súbita, taquicardia ou bradicardia reflexas e cefaleia grave. Também pode haver flushing e sudorese acima do nível da lesão, além de piloereção e palidez com pele fria abaixo do nível da lesão. Os principais desencadeantes de disreflexia autonômica são distensão vesical (bexigoma), impactação fecal e úlceras de decúbito. Todo paciente com trauma medular deve ter o protocolo de avaliação da ASIA (American Spinal Injury Association) aplicado para determinar o nível da lesão e a extensão do comprometimento. Nos pacientes assintomáticos (alertas e sem dor à palpação cervical) o colar cervical pode ser retirado, sem a realização de exames de imagem. Nos pacientes alertas e sintomáticos, a tomografia da coluna cervical é recomendada antes da retirada do colarcervical. Se ela não for disponível, um Rx simples (AP, lateral e com visão do processo odontóide) é recomendado, até que a tomografia possa ser realizada. Se esses exames forem normais, o colar cervical deve ser mantido até que pelo menos uma das condições seja preenchida: (1) o paciente torne-se assintomático; (2) o Rx dinâmico em flexão e extensão seja normal; (3) a RM seja normal ou (4) o procedimento seja considerado seguro pelo médico assistente. Nos pacientes que não estão alertas, tomografia de toda a medula é recomendada. No quadro abaixo mostramos a avaliação sugerida de pacientes com mielopatias crônicas: Causa Pista Diagnóstica Esclerose múltipla progressiva Forma progressiva crônica da EM com paraparesia evoluindo ao longo de 12 meses ou mais, particularmente em indivíduos > 40 anos, bandas oligoclonais no líquor, lesões desmielinizantes características na RM de crânio e medula (lesões pequenas e periféricas). História de declínio cognitivo progressivo. Degenerativas Mielopatia espondilótica cervical: mielopatia ocorre em 5-10% dos pacientes com artrose da coluna cervical, geralmente por estenose do canal medular, com ou sem estenose dos forames neurais. É a mielopatia crônica mais comum em pacientes com > 55 anos de idade. Os fatores de risco incluem idade avançada, sexo masculino, etnia asiática, tabagismo, trabalho pesado, estreitamento congênito do canal espinhal, paralisia cerebral, síndrome de Down e síndrome de Klippel-Feil. Paraparesia espástica lentamente progressiva, parestesias das pernas e perda da destreza das mãos são comuns. Sinal de Lhermitte é visto em número significativo de pacientes. Bexiga neurogênica é vista em < 20% dos casos. No exame físico há hipertonia e hiperreflexia em membros inferiores, com ou sem sinal de Babinski. Presença de dor radicular cervical é comum. A ressonância magnética da coluna cervical é o exame de escolha, tomando cuidado para não hipervalorizar achados espondilóticos, que são comuns em pacientes com > 40 anos. O diâmetro do canal espinhal < 10 mm é muito sugestivo do diagnóstico e > 16 mm torna o diagnóstico altamente improvável. Hiperintensidade da medula em T2 indica comprometimento medular pela compressão. A ENMG pode mostrar comprometimento radicular associado. Mielopatia espôndilotica cervical. Siringomielia: é a formação de uma cavidade cística dentro do canal medular e do parênquima medular adjacente. Geralmente ocorre entre C2 e T9, mas pode ocorrer em qualquer localização da medula e também no tronco encefálico (siringobulbia). Pode ter causas congênitas (malformação de Chiari tipo I, medula presa) ou adquiridas (trauma, cirurgia, infecções, tumores). A maioria dos pacientes são assintomáticos, mas quando há sintomas, eles variam de acordo com o tamanho e a localização da siringe. Geralmente os pacientes têm sintomas motores nas mãos bilateralmente, devido ao comprometimento dos cornos anteriores da medula e podem desenvolver perda sensitiva suspensa para dor e temperatura (dissociação seringomiélica). Sintomas autonômicos são incomuns. A RM da coluna é o exame ideal para o diagnóstico. Siringomielia em paciente com malformação de Chiari tipo 1. Doença de Hirayama: também conhecida como amiotrofia monomélica, ocorre por um crescimento desproporcional da vértebra em relação à dura-mater, levando ao deslocamento anterior da dura durante a flexão do pescoço. Isso causa compressão da medula com isquemia dos neurônios motores nos cornos anteriores da medula. Ocorre predominantemente na segunda e terceira décadas de vida, sobretudo em homens. Caracteriza-se por início insidioso de fraqueza e atrofia assimétrica dos miótomos C7,C8 e T1, com ausência de sintomas sensitivos. Os sintomas progridem em 2 ou 3 anos e se estabilizam. Pode haver piora dos sintomas durante o frio. No exame físico pode haver poliminimioclônus e fasciculações nas mãos. A ressonância magnética de rotina geralmente é normal, mas a RM dinâmica (em flexão) pode mostrar flow void posterior e deslocamento anterior da medula durante a flexão do pescoço. RM de paciente com doença de Hirayama, mostrando moderada atrofia da medula cervical em posição neutra (A –seta branca) e mínimo descolamento posterior da dura máter (A – seta preta). Na RM em flexão (B e C), há compressão anterior da medula no sítio de flexão (seta branca), descolamento posterior da dura máter (entre setas curvas), e acúmulo de líquido no espaço epidural, com flow voids sugestivos de dilatação venosa (setas pretas). Nutricionais Deficiência de vitamina B12: degeneração combinada da medula, anemia macrocítica ou megaloblástica (pode estar ausente no início dos sintomas neurológicos), vitamina B12 baixa ou normal baixa. Quando a vitamina B12 for normal baixa (< 500 ng/ml), deve-se solicitar dosagem do ácido metilmalônico, um precursor da vitamina B12, que vai estar aumentado, na tentativa de aumentar a produção da B12. O ácido metilmalônico também pode estar aumentado em pacientes depletados de volume, na insuficiência renal e na acidúria metilmalônica (rara). Quando houver suspeita de anemia perniciosa, deve-se solicitar anticorpos anti-fator intrínseco e anti-células parietais (apesar da sensibilidade baixa). Outras causas de deficiência de vitamina B12 incluem cirurgia bariátrica ou oncológica, dieta vegetariana, uso de medicamentos que afetam a absorção da vitamina B12 (metformina, levodopa, antagonistas H2 e uso de óxido nitroso), infecção crônica por H. pylori e gastrite atrófica associada com acloridria em idosos). A ressonância magnética das medulas cervical e torácica pode mostrar hipersinal nos cordões posterior e lateral da medula, podendo haver captação de contraste nessas regiões. A ENMG pode mostrar polineuropatia axonal predominantemente sensitiva. Captação de contraste nos cordões posteriores da medula em paciente com deficiência de vitamina B12. Deficiência de ácido fólico: também pode causar mielopatia, porém muito mais infrequentemente que a deficiência de vitamina B12. As causas mais comuns são cirurgia bariátrica ou oncológica, alcoolismo crônico e uso de medicamentos (metotrexato, trimetoprim). O diagnóstico é feito pela dosagem de ácido fólico, que estará diminuído, associado com aumento de seu precursor, a homocisteína. Deficiência de cobre: também causa degeneração combinada da medula e também pode causar anemia megaloblástica. Pode ocorrer por cirurgia gástrica e ingestão excessiva de zinco (geralmente em suplementos alimentares e medicamentos). Neuropatia periférica pode ocorrer. O diagnóstico é confirmado pelo cobre e ceruloplasmina séricos baixos. Ao contrário da doença de Wilson, que também tem cobre e ceruloplasmina baixos, os níveis de cobre urinário estarão baixos na deficiência de cobre e altos na doença de Wilson. Níveis elevados de zinco podem ocorrer em pacientes com ingesta excessiva de zinco. Deficiência de vitamina E: causa ataxia espinocerebelar, neuropatia periférica, retinopatia e paraparesia espástica. Ocorre por malabsorção (doença celíaca, colestase, fibrose cística, doenças intestinais inflamatórias) ou defeitos genéticos (abetalipoproteinemia). vitamina E sérica baixa confirma o diagnóstico, entretanto pode haver confusão diagnóstica em caso de dislipidemias, devendo haver correção através da divisão dos níveis de vitamina E pela soma do colesterol total + triglicerídeos. A RM pode mostrar atrofia cerebelar e hipersinal em T2 no cordão posterior. A ENMG pode mostrar polineuropatia axonal predominantemente sensitiva. Tóxicas Exposição ao metotrexate (degeneração combinada da medula), citarabina, cisplatina e cladribina. Fístula arteriovenosa dural espinhal Conexão direta entre uma artéria e uma veia radiculomedulares, sem um leito capilar entre eles. As veias tornam-seingurgitadas e são incapazes de drenar o fluxo de sangue adequadamente, gerando um infarto medular. É uma condição adquirida, mas sua causa é desconhecida. Geralmente se apresenta em homens mais velhos, com mielopatia lentamente progressiva, mais comum na medula torácica inferior. Pode simular polineuropatia com padrão de meia e luva, com o diagnóstico sendo tardio. Os sintomas sensitivos e motores podem ser assimétricos e pode haver uma combinação de sintomas de neurônio motor superior e inferior. Mais tardiamente, pode haver parestesias na região perianal e nível sensitivo estará presente em apenas 1/3 dos pacientes. Manifestações autonômicas ocorrem tardiamente na evolução da doença. Pode haver piora aguda dos sintomas com manobras que exacerbam a congestão venosa, como exercícios, tempo prolongado em pé e manobra de Valsalva. Metade dos pacientes refere piora dos sintomas com pulso de metilprednisolona EV, e não melhoram com a descontinuação do tratamento. A RM mostra hiperintensidade com hipointensidade periférica em T2, com flow-voids perimedulares. Angiografia medular é o método padrão ouro para o diagnóstico. A angioRM medular pode localizar a fístula com acurácia, podendo ser usada antes da angiografia medular para permitir injeção seletiva e minimizar a exposição à radiação de contraste ionizado. Fístula AV dural em medula torácica. Infecções HIV: mielopatia vacuolar similar à degeneração combinada da medula. RM normal. HTLV-I: paraparesia espástica crônica. RM normal ou atrofia da medula. Sífilis: tabes dorsalis com síndrome de cordão posterior. Pode haver ganglionopatia sensitiva associada. RM normal. Neoplasias Mais comumente são intradurais e extramedulares, compressivas (meningioma, schwannomas, metástases). Menos frequentemente são intramedulares (ependimomas são mais comuns em adultos e astrocitomas são mais comuns em crianças). Metástases intramedulares são muito raras. Ependimoma medular Meningioma em T2 (A) e T1 pós contraste (B). analysis (CASE 5-1). Most spinal ependymomas will recur locally; however, intracranial dissemination has been reported.24 Once CSF tumor dissemination occurs, especially when a myxopapillary ependymoma is removed piecemeal, it can lead to a grave neurologic outcome.25 Patients with leptomeningeal metastases of spinal ependymomamay present with headache, new cranial nerve dysfunction, diplopia, visual dysfunction, cognitive dysfunction, radicular pain, or back pain. Surgical resection of the tumor is the mainstay of treatment. In a study by the Collaborative Ependymoma Research Network (CERN) Foundation, patients with spinal ependymomas who were treated with a subtotal resection had a shorter progression-free survival as compared to those treated with a gross CASE 5-1A 37-year-old man presented with a 2-week history of numbness in the left side of his face. Two years prior, he had undergone a subtotal resection of a World Health Organization grade III ependymoma affecting the cervical spinal cord. The tumor was disseminated along the intradural extramedullary cervicothoracic spinal cord, and he was treated with craniospinal radiation. He had been treated with carboplatin and bevacizumab as an enrolled subject of a research study and had been clinically stable until 2 weeks prior to presentation. On examination, he had decreased facial sensation in the left V1 and V2 distribution. He had full extremity strength, symmetric 2+ deep tendon reflexes, and intact sensation in his limbs. MRI of the brain and spine revealed a small mass along the lateral aspect of the left medulla, postcervical laminectomy changes, and drop metastases in the cervical and thoracic spine (FIGURE 5-1). COMMENTAnaplastic ependymomas have a higher tendency to disseminate in the CSF as compared to diffuse gliomas and frequently reveal drop metastases. Spinal cord lesions can also spread to the brain. Therefore, it is important to include surveillance of the brain in patients with primary spinal ependymomas. This patient was treated with systemic chemotherapy as a part of another clinical trial. He was clinically and radiographically stable on the study treatment 10 months after presentation of left facial numbness. FIGURE 5-1 Imaging of the patient in CASE 5-1. Cervical spine MRI in a patient with World Health Organization grade III ependymoma reveals postlaminectomy changes and a faint contrast-enhancing residual lesion at C2 to C3 (arrow). This patient also had numerous contrast-enhancing drop metastases studding the cervicothoracic spinal cord (not shown). CONTINUUMJOURNAL.COM 477 Copyright © American Academy of Neurology. Unauthorized reproduction of this article is prohibited. T2-weighted images. Meningiomas demonstrate heterogeneous enhancement with gadolinium (FIGURE 5-545).46 A characteristic feature of meningiomas is the presence of a dural tail surrounding the dural perimeter of the lesion. Meningiomas are typically treated with surgical resection, and a gross total resection usually leads to an excellent prognosis. Patients with atypical or anaplastic meningiomas may need adjuvant radiation therapy. The roles of chemotherapy and targeted therapies for refractory meningiomas are unclear. SCHWANNOMA. Schwannomas are benign encapsulated nerve sheath tumors that are composed of well-differentiated Schwann cells. The majority of schwannomas correspond to WHO grade I. Schwannomas comprise about 29% of spinal root tumors.47 Most schwannomas occur outside the brain and spine. Intracranially, the most common location is the eighth cranial nerve in the cerebellopontine angle. Schwannomas are generally solitary and sporadic. Multiple schwannomas can be found in patients with neurofibromatosis type 2 and in patients with schwannomatosis. Intraspinal schwannomas have a predilection for sensory nerves. Most spinal schwannomas are completely intradural (66%) but can be found transdurally (19%) or even extradurally (13%).48 Patients with spinal schwannomas typically present in their fifth decade of life.48 Histopathologically, schwannoma cells are observed to form two basic patterns; areas of compact elongated cells with occasional nuclear palisading are called the Antoni typeA pattern, and areas that are less cellular and are loosely textured are called the Antoni type B pattern.47 Spinal nerve schwannomas usually present with radicular pain and other signs of nerve root compression. Motor symptoms are uncommon because of their predilection for spinal sensory roots. On MRI, a schwannoma appears as a well-circumscribed often heterogeneously enhancing mass. In paraspinal schwannomas, a dumbbell-shaped enhancing lesion with a constriction at the neuronal exit can be seen if the lesion involves both the intraspinal extramedullary and the extraspinal component. Cystic degeneration can often be seen as well.46 Schwannomas have a good prognosis, andmost are considered cured following surgical resection. FIGURE 5-5 Meningioma. MRI findings of thoracic spine showing a 1.6 cm extramedullary intradural mass at the T3-T4 level, which was identified as a meningioma. A, Sagittal T2-weighted image shows the meningioma as an extra-axial lesion posterior to the spinal cord, which appears slightly hyperintense with respect to the spinal cord. B, Sagittal postcontrast T1-weighted image shows the meningioma as an extra-axial homogeneous contrast-enhanced lesion posterior to the spinal cord. Modified with permission from Ko SB, et al, Asian Spine J.45 © 2007 The Korean Academy of Medical Sciences. NEOPLASTIC MYELOPATHIES 482 APRIL 2018 Copyright © American Academy of Neurology. Unauthorized reproduction of this article is prohibited. Doenças do neurônio motor Comprometimento isolado dos neurônios motores inferiores (fraqueza, atrofia, fasciculações) na atrofia muscular progressiva, nas atrofias musculares espinhais e na atrofia bulboespinhal (doença
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