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Universidade Federal de Itajubá Instituto de Ciências Exatas – Departamento de Física e Química Movimento Rotacional Lucas Raposo Carvalho – 23872 Raíssa Maniezzo de Oliveira – 25489 Úrsula Íngridi Rodrigues Fagundes– 24953 ITAJUBÁ 2012 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 3 2 MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................... 5 2.1 Materiais ........................................................................................................... 5 2.2 Métodos ............................................................................................................. 5 3 RESULTADOS E DISCUSSÕES .......................................................................... 8 3.1 Resultados ......................................................................................................... 8 3.2 Discussões ......................................................................................................... 8 4 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 11 1 INTRODUÇÃO Para estudar-se o chamado Movimento Rotacional, tomaremos como base um corpo rígido em torno de um eixo fixo. Um corpo rígido é definido como um corpo que pode girar com todas as suas partes ligadas rigidamente e sem mudar de forma enquanto realiza o movimento rotacional. Um eixo fixo é definido como um eixo que não muda de posição. Como está limitando-se o movimento a essas variáveis apresentadas, deve-se considerar a rotação como uma Rotação Pura, ou Movimento Angular, onde todos os pontos do corpo se movem ao longo de várias circunferências, desde que todas elas tenham seu centro localizado ao longo do eixo fixo de rotação e que todos esses pontos descrevam um mesmo ângulo em um mesmo intervalo de tempo. Estabelecidas as variáveis e condições necessárias para análise do movimento, é necessário começar o estudo do movimento estabelecendo o conceito de Posição Angular. A Posição Angular é a posição de uma reta r, denominada reta de referência, em relação a uma reta fixa que, na maioria dos casos, é o semi-eixo x positivo e representa a posição angular zero. De acordo com a geometria, o valor da Posição Angular (θ) é dado por: r s Onde s é o comprimento do arco de circunferência que vai da reta fixa até a reta de referência (posição angular zero) e r é o raio da circunferência. Além disso, o valor da Posição Angular (θ) é dado em radianos. Quando há o Movimento Rotacional, a reta de referência de um corpo (ou seja, todos os pontos dessa reta) sofre uma variação na sua Posição Angular, o que dizemos ser um Deslocamento Angular (∆θ), que pode ser calculado pela seguinte fórmula: if Conhecendo o conceito de Deslocamento e Posição Angular (θ e ∆θ), pode-se fazer as apropriações do Movimento Translacional para o Movimento Rotacional, no que diz respeito à regras para o cálculo de velocidade e aceleração. A velocidade angular média de um corpo ( méd ) é o quociente entre o Deslocamento Angular (∆θ) e um intervalo de tempo definido (∆t), como mostra a seguinte equação: if if méd ttt Já a velocidade angular instantânea ( inst ) é o limite da razão anterior, quanto ∆t tende a zero: ttt inst 0 lim Para o cálculo da aceleração angular média de um corpo ( med ), calculamos o quociente entre a velocidade angular média ( méd ) de um corpo e um intervalo de tempo definido (∆t). if if méd ttt Da mesma maneira usada na velocidade angular instantânea ( inst ), para calcular a aceleração angular instantânea de um corpo ( inst ), prosseguimos da seguinte forma: 2 2 0 lim tttt inst Outras adaptações que são possíveis de serem feitas para grandezas usadas nos Movimento Translacionais para o Movimento Rotacional são as seguintes: Tabela 1: Adaptações de grandezas e fórmulas do movimento translacional para o movimento rotacional Movimento Translacional Movimento Rotacional Momento Linear: p = m . v Angular: L = I . ω Energia Cinética Ec = 2 2vm Ec = 2 2I Lei d_ ________ Lei de Newton: Fresultante = am t p Lei do Torque: t L 2 MATERIAIS E MÉTODOS 2.1 Materiais Os materiais usados nos experimentos são os seguintes: Disco; Paquímetro (Menor divisão: 0,1 mm / Incerteza: 0,05 mm); Microcomputador com programa Measure; Pendrive; Balança; Porta pesos; Pesos com massas aferidas; Dinamômetro (Menos divisão: 0,02 N / Incerteza: 0,01 N); Eixo de suporte para o disco; Pé cônico para suporte com barra transversal. 2.2 Métodos 2.2.1 Encontrando a aceleração angular: o sistema sob torque constante. O disco e o seu suporte foram devidamente nivelados e o pé cônico foi fixado em uma posição de referência no disco, que foi marcada com tinta preta, sendo que a barra transversal do pé cônico foi fixada nessa posição em todos os procedimentos deste experimento. O microcomputador já estava calibrado com as devidas configurações próprias para o experimento. Como todos os instrumentos devidamente calibrados, procedeu-se com o experimento, de modo que, para cada análise, incluindo a deste item, foi necessário girar um total de 20 (vinte) vezes o disco em torno do seu próprio eixo, tomando o cuidado para que o uma volta completa do fio de Nylon não sobreponha outras, podendo comprometer os resultados finais. Esse cuidado a ser tomado foi especificado na folha de orientação como um experimento ocorrido “sob condição de tração constante e sem permitir a sobreposição das espiras”, onde as “espiras” são as voltas que o fio de Nylon realizava em torno do eixo para suporte do disco. Para realizar o experimento com condições de torque constante, foram colocadas duas massas aferidas de 10,0 g no porta-peso e, após as 20 voltas terem sido feitas no disco, este foi solto e o programa foi acionado, de modo que a medição deveria cessar quando o disco realizasse 9 voltas em torno de seu eixo. Depois de realizado a parte manual do experimento, foi necessário achar, usando o programa de computador Measure, os dados que seriam usados no relatório, como a aceleração angular média, e os parâmetros das regressões lineares pertencentes a cada gráfico obtido. Para isso, com o gráfico tt )( em mãos, foi obtida a aceleração média <α> selecionando a opção “Average value” no programa Measure. A partir do gráfico tt )( e sua regressão linear, foram obtidos parâmetros dessa regressão que deveriam ser anotados. Por fim, com o gráfico 2t e sua regressão linear, foram obtidos parâmetros dessa regressão que deveriam ser anotados. 2.2.2 Variando o torque Este procedimento foi feito de maneira idêntica ao descrito em 2.2.1, mas, com algumas diferenças. Neste item, foi necessário utilizar um conjunto de 4 medidas adicionais, com 10,0 g; 30,0 g; 40,0 g e 50,0 g de massa total (de acordo com a Tabela 4: Verificando a Lei doTorque), respectivamente, colocadas no porta-peso. Para cada massa adicionada ao porta-peso, inclusive a massa de 20,0 g utilizada em 2.2.1, foi calculado um valor de força respectivo para cada conjunto de porta-peso + massa aferida utilizando um dinamômetro. Com as preparações feitas para o experimento, este foi feito da mesma maneira que o anterior, girando 20 vezes o disco em torno de seu eixo, com o cuidado para o fio de Nylon não se sobrepor, e, ao soltá-lo, deixando-o girar 9 vezes. Foram obtidos, então, um total de 4 gráficos tt )( adicionais, sendo necessário aplicar o processo de regressão linear a cada um deles, obtendo assim, 4 valores de aceleração angular média <α>. Além disso, foi calculado a quantidade de torque, em unidades do S.I. (gf.m, sendo que 1 gf = 0,00981 N) para cada disco, inclusive o descrito em 2.2.1, e o quociente torque/aceleração angular para cada um desses casos. Foi necessário, por fim, definir o quociente entre o torque e a aceleração angular que foi calculado em cada caso, para isso, usou-se de um artifício usado na seção 1. Introdução, a comparação entre os movimentos rotacional e translacional. De acordo com a Segunda Lei de Newton, a ação de uma força resultante com módulo diferente de zero gera uma certa aceleração em um corpo, respeitando a seguinte regra: amFR Pensando em termos rotacionais, a massa é substituídas nas fórmulas de Energia Cinética, por exemplo, pelo chamado Momento de Inércia (I) e a aceleração linear (a) é substituída pela aceleração angular (α). Por fim, a Lei de Newton usada no movimento translacional é adaptada para a Lei do Torque nos movimentos rotacionais, portanto, substitui-se a força resultante (FR) pelo torque (τ), obtendo a seguinte fórmula: I Através a da manipulação da equação acima, pode-se perceber que o quociente entre o torque (τ) e a aceleração angular (α) de um corpo é igual ao seu momento de inércia (I). Por fim, o tratamento estatístico realizado em outros relatórios para os dados obtidos não foi interessante de ser feito neste pelo fato de que foi necessário acompanhar o acréscimo ou decréscimo da aceleração angular, do torque e do quociente entre eles de acordo com o acréscimo das massas colocadas no porta-peso. A utilização de um valor médio para valores de aceleração angular e torque tornaria inviável uma comparação entre valores para que esse acompanhamento fosse feito. O único uso de tratamento estatístico foi o de incertezas para as medidas de comprimento utilizando o paquímetro e medidas de força utilizando o dinamômetro. 3 RESULTADOS E DISCUSSÕES 3.1 Resultados Tabela 2: Estudando o sistema sob torque constante <a> (a média) 0,253 1/s² Parâmetro de Ajuste: xaay 10 a0 a1 t -2,577 0,907 2t 0,194 0,232 Tabela 3: Dados para o cálculo do torque e da aceleração angular Fator de correção para F 1,01 Diâmetro do Eixo de Rotação (mm) 6,02 ± 0,05 Tabela 4: Verificação da Lei do Torque Massa no porta-peso (g) 10 ± 0,5 20 ± 0,5 30 ± 0,5 40 ± 0,5 50 ± 0,5 Força (N) Leitura Direta 0,2 ± 0,01 0,26 ± 0,01 0,4 ± 0,01 0,46 ± 0,01 0,6 ± 0,01 Valor Corrigido 0,202 ± 0,01 0,263 ± 0,01 0,404 ± 0,01 0,465 ± 0,01 0,606 ± 0,01 Aceleração Angular <α> (rad/s²) 0,028 0,253 0,721 1,519 1,867 Torque rF (gf.m) 5,965.10-6 7,766.10-6 1,193.10-5 1,373.10-5 1,789.10-5 ( / ) (Momento de Inércia I) 2,130.10-4 3,069.10-5 1,655.10-5 9,039.10-6 9,582.10-6 3.2 Discussões De acordo com os dados obtidos, observou-se que a aceleração angular média <α> aumentou proporcionalmente ao aumento da massa colocada no porta-peso e, consequente, no aumento da força exercida por eles. Este resultado era o esperado e comprova que a única força resultante no sistema é o peso do porta-peso, que se torna a força de tração que faz o disco girar em torno de seu próprio eixo. Além disso, comprovaram-se as adaptações realizadas na introdução do movimento translacional para o movimento rotacional, ou seja, essas adaptações podem ser realizadas sem problema algum, já que o comportamento das grandezas analisadas no experimento é igual para ambos os tipos de movimento. A aceleração, e consequentemente o deslocamento e a velocidade angulares (α, ∆θ e ω respectivamente) aumentaram de acordo com o aumento da força aplicada, respeitando a Segunda Lei de Newton para o movimento translacional, e podendo, portanto ser aplicada em movimentos rotacionais. Por fim, a partir de simples adaptações teóricas entre os movimentos translacionais e rotacionais, que são possíveis e provaram ser possíveis pela segunda parte da seção 3.2 Discussões, foi possível transformar a equação para a Segunda Lei de Newton em uma equação que envolvesse o torque (τ), o Momento de Inércia (I) e a aceleração angular (α), sendo possível isolar o quociente entre o torque a aceleração angular, obtendo valores de Momentos de Inércia, que diminuem proporcionalmente ao aumento da massa colocada no porta-peso. Esse decréscimo indica uma coisa muito importante, no caso deste experimento, o aumento da aceleração angular influi mais no Momento de Inércia de um corpo do que o aumento da sua quantidade de torque. Esse pensamento não foi devidamente exposto quando foi colocada uma massa de 50,0 g no porta-peso por vários motivos possíveis, sendo que o mais provável deles é a sensibilidade altíssima que o programa Measure tem quando realiza as medidas de aceleração angular, podendo influenciar nos dados obtidos. 4 CONCLUSÃO Através desse experimento ficou provado que é possível realizar adaptações entre as teorias de movimentos translacionais e rotacionais, transformando-se assim a Segunda Lei de Newton. Também foi comprovado que o aumento da aceleração angular influencia mais no Momento de Inércia de um corpo do que o aumento da quantidade de torque. É de extrema importância calibrar corretamente os aparelhos a serem utilizados no experimento, além de testar o programa do computador a ser utilizado, para evitar possíveis marcações de tempo, aceleração e velocidade errados. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] HALLIDAY, D; RESNICK, R. Física – Parte I: Mecânica • Acústica • Calor. 1ª Ed., Rio de Janeiro. Livros Técnicos S.A., 1967. [2] Roteiro do experimento 2 da parte experimental da matéria FIS204 – Física 1 – Movimento Rotacional. UNIFEI. 2º Semestre de 2012. [3] MULLER, M; FABRIS, J.L. Curso introdutório da Física Experimental – Um guia para as atividades de laboratório. Disponível em <http://pessoal.utfpr.edu.br/fabris/laser/graduacao/fisica_exp/mat_complement/Apostila _FisExp_2sem_2011.pdf>. Acesso em 9 out. 2012.
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